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Porto Alegre, 08 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.893

    Produção global de leite em 2018 foi afetada por margens ruins e tempo insuficiente para recuperação

O Rabobank publicou o seu relatório trimestral sobre o setor de lácteos, que afirma que os EUA tiveram apenas 1% de crescimento na produção de leite em 2018, o menor crescimento anual desde 2013 no quarto trimestre de 2018. A produção de leite também caiu na União Europeia (UE) e na Austrália no ano passado, mas subiu na Nova Zelândia, América do Sul e China.

A qualidade e a quantidade de ração na produção de leite foram severamente afetadas pelas secas na Europa e na Austrália em 2018, estagnando o crescimento. Os EUA também registraram seus piores níveis de produção com relação ao ano anterior em cinco anos.

O número de rebanhos ainda está encolhendo nas três regiões, de acordo com o relatório do Rabobank, em resposta ao aumento dos custos e aos baixos preços do leite na fazenda. Espera-se que isso continue em 2019, particularmente na Austrália e com a consolidação de fazendas nos EUA.

O rebanho leiteiro dos EUA estava em 9,365 milhões de cabeças em outubro, abaixo do pico de 9,404 milhões em maio e 30 mil a menos em comparação a outubro de 2017.

Risco pendente
A perspectiva da indústria global é incerta ao considerar fatores geopolíticos, como as negociações em andamento do Brexit, a crescente guerra comercial entre os EUA e a China e a queda dos preços do petróleo, segundo o Rabobank. As regiões leiteiras chamadas de “Big 7” (EUA, UE, Nova Zelândia, Austrália, Brasil, Argentina, Uruguai) enfrentam um mercado duvidoso em 2019. O Rabobank prevê um “crescimento lento e muito modesto da produção de leite” para esse ano nos principais mercados de exportação.

Efeitos prolongados da guerra comercial
Os preços do queijo e do soro do leite nos EUA foram pressionados em 2018, devido às guerras comerciais do presidente Donald Trump com a China e o México. É provável que isso continue e que os preços caiam ao longo de 2019 até que as tarifas de retaliação sejam removidas, prejudicando, em última análise, os produtores dos EUA, disse o relatório. Enquanto isso, o volume de vendas no varejo de todas as categorias de laticínios diminuiu nos EUA desde 2017, excluindo o queijo menos processado. As vendas de queijo processado caíram 4,1%, e iogurte 3,4% e de leite fluido 2%. O Rabobank adverte que os sinais de uma desaceleração econômica são evidentes nos EUA e precisará continuar se apoiando fortemente no crescimento das exportações para compensar as baixas demandas domésticas de lácteos.

O crescimento das importações na China deverá melhorar a um ritmo de dois dígitos em 2019. Os preços médios do leite subiram 3,5% entre o 4º trimestre e o 3º trimestre de 2018 e a demanda por produtos lácteos em toda a China continua crescendo. Incertezas que cercam a economia geral da China são comuns devido às dificuldades comerciais em curso com os EUA. Como resultado, o país voltou a ter um crescimento de dois dígitos nas importações em outubro, pela primeira vez em cinco meses, depois de um verão tenso de disputas comerciais de ida e volta. O Rabobank espera que a China tenha uma necessidade de importação de 11% em 2019, com menos crescimento da produção. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint) 

 
Perspectivas do USDA sobre o mercado lácteo da América do Sul – Relatório 01 de 03/01/2019

Na Argentina, as chuvas fortes mantiveram a umidade adequada para o crescimento adequado do milho e da soja. No entanto, essas condições úmidas prejudicaram as vacas leiteiras.

Em alguns casos, o solo em algumas fazendas continua barrento, exigindo esforço maior de limpeza e higiene na hora da ordenha. Ainda assim, a oferta de leite e creme continua adequada às necessidades da indústria. No dia 17 de dezembro o Governo da Argentina começou a operar o mercado futuro de leite cru, a ser utilizado como ferramenta para minimizar o risco econômico gerado pela volatilidade dos preços. O Mercado de futuro é comum na Argentina para grãos e carne bovina, mas, esta é a primeira vez que esse tipo de mercado é utilizado para laticínios. Os contratos futuros de leite são de 5.000 litros e podem ter o preço em dólar norte-americano ou em pesos argentinos. O mercado de manteiga está firme, atendendo às demandas das indústrias de sorvete/sobremesas lácteas. O interesse por outros produtos lácteos como queijo muçarela se mantém estável. Embora o clima tenha sido misto nas duas últimas semanas no Brasil, as condições são adequadas para o desenvolvimento de culturas de verão, como soja e milho. No acumulado do ano, a produção em 2018 está menor do que a de 2017, principalmente devido ao impacto direto da greve dos caminhoneiros no meio do ano. Entretanto, neste momento, o país está no pico da temporada e a produção de leite deverá continuar a crescer ao longo de 2019.

A oferta de leite e creme é suficiente para atender a maioria das necessidades de processamento. Grandes volumes de matéria prima estão sendo dirigidos para a produção de queijo, enquanto diversas outras plantas continuam elaborando cremes e produzindo leite condensado. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)


  


Fazendas leiteiras de pequeno e médio porte continuam diminuindo nos EUA

O número de fazendas leiteiras de pequeno e médio porte nos Estados Unidos vem caindo há décadas e o economista Daniel Basse comparou essa tendência à população em geral. "A classe média americana está desaparecendo", disse ele durante sua apresentação na Dairy Food and Policy Summit, realizada em Madison, Wisconsin. “Isso é mais ou menos o que está acontecendo no setor leiteiro”, acrescentou.

Basse, que é presidente da empresa de pesquisa AgResource Company, compartilhou estimativas de que 3.500 fazendas leiteiras produzirão 65% do leite do país em 2019. Na próxima década, esse número cairá para 2.300 rebanhos. "A cadeia láctea hoje tem grandes rebanhos ou pequenos rebanhos", disse ele. “Estamos perdendo rebanhos leiteiros devido ao tamanho e custos. Em termos de retorno líquido, os grandes são melhores”.

Ele apontou que há fazendas leiteiras ganhando dinheiro mesmo no mercado deprimido de hoje. Ele acredita que essas fazendas estão crescendo em tamanho de rebanho, vendendo produtos localmente ou se especializando de alguma forma. Ele disse que o rebanho leiteiro do país está em fase de liquidação, com especialistas estimando que o número de vacas cairá para 9,3 milhões de cabeças. A produção de leite está caindo, mas a produção por vaca ainda está aumentando. Além dos baixos preços do leite, Basse disse que outro problema é que os preços de abate dos EUA estão no menor preço em uma década.

Para impulsionar a ingestão de leite fluido e produtos lácteos, ele disse: "precisamos comercializar nossos produtos como se vivêssemos em uma ilha com uma população em declínio". Além disso, ele reafirmou a importância das oportunidades globais para movimentar mais produtos lácteos dos EUA. (As informações são da Hoards.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
Levantamento feito pelo Ministério da Agricultura, com base no cruzamento de informações do PIB com as da produção agrícola municipal do IBGE, mostra que 82% dos municípios brasileiros classificados como os maiores produtores do agro cresceram, em média, 4,4% ao ano entre 2014 e 2016. (Zero Hora)

Porto Alegre, 07 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.892

    Argentina: importações de produtos brasileiros caem para US$ 2,7 bilhões

A crise que afetou duramente a Argentina em 2018 não poderia passar sem deixar rastros no Brasil, já que o país vizinho é um dos nossos maiores parceiros comerciais - e o principal na América do Sul. Entre 2017 e 2018, segundo o extinto Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), houve queda de 15,14% nas exportações brasileiras para os hermanos. Foram cerca de US$ 2,7 bilhões a menos em vendas.

As exportações, que vinham em um crescente nos últimos três anos, retrocederam de US$ 17,62 bilhões, em 2017, para US$ 14,9 bilhões em 2018. Com a economia do Brasil mais aquecida e o peso desvalorizado, as importações brasileiras tiveram alta de 17%, alcançando US$ 11,05 bilhões (US$ 1,65 bilhão extra em relação a 2017), o que levou o superávit com o país vizinho a cair de US$ 8,18 bilhões para US$ 3,9 bilhões.

No setor automotivo e de máquinas agrícolas, a desaceleração nos embarques brasileiros para a Argentina ocorreu de forma expressiva e deve continuar. Ao longo de 2018, a queda nas exportações de veículos para o país vizinho alcançou diferentes segmentos. Houve retração nas vendas de veículos de passageiros (-19,8%), de cargas (-40,5%) e de tratores (-29,9%) - este com parte da produção no Rio Grande do Sul. Os dados do governo federal mostram, ainda, queda em setores de consumo pessoal, como de calçados, com retração de 5,2%.

O baque nos negócios por aqui só não foi sentido com mais força porque o Brasil, ao contrário da Argentina, vive um momento de suave retomada e de retorno às compras. E vale lembrar que, ao contrário da China, por exemplo, a Argentina compra do Brasil principalmente produtos manufaturados, com maior valor agregado. Presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier ressalta que boa parte da redução nos negócios se deve, também, à decisão das próprias empresas brasileiras de não correr riscos maiores de inadimplência.

"Com mais esta crise argentina, volta o medo de muitos empresários de vender e levar calote. Por isso a elevada queda nas vendas, que se soma, também, à maior dificuldade de compra por parte dos importadores de lá", pondera Bier.

Para o economista da Farsul, Antônio da Luz, o comércio bilateral é afetado especialmente pela desvalorização cambial do peso. Luz avalia que, com a expressiva queda na cotação do peso ante o dólar, a moeda argentina vale muito pouco atualmente. Hoje, são necessários cerca de 40 pesos para comprar U$S 1.

"Para eles, os produtos brasileiros, em geral, estão custando mais caro do que antes da crise. Importar de qualquer país, e não apenas de nós, se tornou mais caro para o argentino", explica o economista.

Luz explica, ainda, que, com os atuais juros elevados da Argentina, o empresário que quiser importar e usar parte dos recursos do sistema financeiro e crédito para importação terá de arcar com uma taxa próxima de 60% ao ano, o que limita muito as grandes aquisições. Por outro lado, diz o economista, essa desvalorização torna o produto argentino mais barato, apesar de a inflação no país estar em alta.

"Isso dá, em parte, mais competitividade no produto argentino, tal como vinho, trigo, leite, arroz, produtos que são da natureza exportadora deles. Então, exportar, para eles, está um pouco mais fácil", explica Luz.
Segundo o secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados, Darlan Palharini, a elevação no valor do leite em pó nas cotações internacionais - de quase 8% no início deste ano - é um risco para o setor brasileiro. "Na venda do leite líquido propriamente dito, não há maiores problemas, porque a Argentina consome quase tudo o que produz. O perigo está no leite em pó", avalia Palharini. (As informações são do Jornal do Comércio)
 
 

Perspectivas do USDA sobre o mercado lácteo da Oceania – Relatório 01 de 03/01/2019

A atividade comercial na Austrália está muito fraca nesse período do ano em decorrência de diversos feriados, constituindo um período de férias. Chuvas recentes em algumas partes da Austrália aumentaram a esperança de que se possa produzir leite com menor esforço. 

A produção de feno no Norte da Austrália é vista com maior otimismo. Mesmo com a melhora na produção de feno, ainda persistem preocupações em relação à disponibilidade no Norte, com possível necessidade de se importar do Sul. A umidade elevada prejudicou alguns fardos de feno. Na Austrália Ocidental existem relatos de que o feno está com bom crescimento, e que já está sendo cortado para enfardamento. Em janeiro, na Austrália, a redução do volume de leite depois do pico está dentro da normalidade. Parece, no entanto, que a produção sazonal total ficará menor do que a da temporada passada, mesmo com melhoria do tempo e maior disponibilidade de volumosos.

A produção de leite na Nova Zelândia, em novembro de 2018, foi de 3 milhões de toneladas, registrando aumento de 1% em relação à produção de novembro de 2017. Os sólidos totais do leite subiram 2,3% na mesma comparação, ficando em 248,2 milhões de quilos. Outubro é o mês de maior produção de sólidos na temporada, mas, os cinco principais meses terminam em fevereiro. Faltam, portanto, dois meses a serem contabilizados. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

 

Balança comercial: cai o ritmo das importações!

Na sexta-feira passada (04/01/19), foram divulgados os dados da balança comercial láctea em dezembro de 2018. Segundo dados da SECEX, no mercado lácteo, as importações somaram o equivalente de 88,1 milhões de litros, menor valor mensal desde junho de 2018. Comparados aos 148,9 milhões de litros internalizados em novembro, ocorreu uma redução de 40,8% no volume importado. Todavia, o número é ainda 15% mais elevado do que as importações verificadas em dez/2017.

O volume exportado em dez/18 foi de 12,9 milhões de litros em equivalente leite, 12% maior que nov/18 e 1,4% maior que dez/17. Confira a evolução do saldo da balança comercial de lácteos no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo da balança comercial de lácteos no Brasil. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 

A quantidade de leite em pó integral (LPI) importada desacelerou no último mês do ano, caindo pela metade. As 4,2 mil toneladas representaram uma redução 4,3 mil toneladas em relação ao mês de novembro. Para o leite em pó desnatado (LPD), as 2,5 mil toneladas representam uma diminuição de 39% em relação as 4,2 mil toneladas importadas em nov/18. Ao compararmos com dez/17, a quantidade importada em dez/18 foi praticamente a mesma.

Analisando a origem do leite em pó importado pelo Brasil, verifica-se que das 6,8 mil toneladas importadas de leites em pó, 6,4 mil toneladas foram do Mercosul – 80% do volume importado veio da Argentina e 20% do Uruguai, como mostra o gráfico 2.

Gráfico 1. Distribuição do leite em pó importado pelo Brasil, considerando apenas a quantidade importada da Argentina e do Uruguai. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 

Também para a manteiga (419 toneladas) e o soro de leite em pó (645 toneladas), ocorreu uma diminuição na importação de dez/18 em relação a novembro, de 38% e 54% respectivamente.

Um dos fatores para essa redução de importação foi a alta do dólar. De acordo com dados do Banco Central do Brasil, o valor médio negociado do dólar em dez/18 foi de 3,89 R$/dólar, contra 3,79 R$/dólar em nov/18, com a diferença cambial contribuindo como um fator limitante às importações no período. Confira o detalhamento da balança comercial por produto na tabela 1.

Tabela 1. Balança comercial láctea em novembro de 2018. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 
(Milkpoint)


Novo comando nos EUA e na EU
Os pesquisadores Alexandre Costa Varella, da Embrapa Pecuária Sul, de Bagé, e Vinícius Pereira Guimarães, da Embrapa Caprinos e Ovinos, de Sobral (CE), serão os novos coordenadores dos Laboratórios Virtuais da Embrapa no Exterior (Labex) nos Estados Unidos e na Europa, respectivamente. Nas funções, que assumirão durante o ano, eles deverão prospectar e captar sinais de mudanças na ciência e tecnologia agropecuária mundial para antecipar riscos e oportunidades. (Correio do Povo)

Porto Alegre, 04 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.891

  Secretaria da Fazenda informa novo valor da UPF para 2019

O novo valor da Unidade Padrão Fiscal (UPF), que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2019, está fixado em R$ 19,5356. A UPF serve como indexador para corrigir taxas e tributos cobrados pelo Estado e sofreu correção de 3,86% com base na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-E). Ao longo de 2018 a unidade estava fixada em R$ 18,8094.

Para a correção de impostos, como Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD), o novo valor da UPF passa a valer já no primeiro dia útil do ano. Em relação ao valor de taxas, a nova referência passa a vigorar 30 dias após a data de publicação.

A UPF 2019 foi fixada por meio de instrução normativa da Receita Estadual, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) de 27/12/2018. (Sefaz)

 

Quais são as perspectivas para o mercado lácteo da China nos próximos 5 anos?

A China verá um potencial de crescimento significativo no consumo de leite orgânico, iogurte e queijo, impulsionado pela crescente demanda por produtos premium. De acordo com um novo relatório, o público principal é composto majoritariamente por consumidores conscientes sobre questões de qualidade.

Nos próximos cinco anos, as vendas de queijo terão uma taxa de crescimento anual composta de mais de 20%. Em 2023, o consumo per capita de queijos terá consideravelmente expandido e o crescimento contínuo de produtos lácteos sólidos, como o leite em pó, será uma tendência futura, de acordo com o relatório New Horizon 2023 divulgado pela Sino-Dutch Dairy Development Center.

"Os consumidores na China são muito exigentes. Mais pessoas estão dispostas a pagar por produtos lácteos premium, ultra-premium e inovadores", disse Rahul Colaco, presidente da produtora de lácteos holandesa FrieslandCampina China e presidente do conselho de supervisão SDDDC. "Há uma grande tendência no consumo de lácteos na China, impulsionada pela popularidade do chá com leite, pizzas e hambúrgueres de estilo ocidental", disse ele.

"Enquanto isso, os consumidores chineses estão buscando uma nutrição mais personalizada. A população idosa, ou aqueles que têm necessidades médicas e praticam esportes, estão buscando produtos mais especializados e alimentos funcionais. Além disso, espera-se que as cidades chinesas de menor escala experimentem um grande crescimento desse mercado. Para o mercado de nutrição infantil, cerca de 50% do crescimento virá de cidades menores", afirmou o presidente.

Nos próximos cinco anos, o volume total de consumo de produtos lácteos na China crescerá de 15% a 20% e o consumo per capita de leite cru chegará a 40 quilos. Atualmente na China, a cifra é de cerca de 36 quilos por ano, enquanto é de 50 quilos no Japão e na Coreia do Sul.

Durante o período de cinco anos, a receita de vendas de produtos lácteos aumentará em mais de 3% ao ano. O mercado de leite refrigerado terá um crescimento de vendas de 8% ao ano e as vendas de iogurte e leite orgânico deverão crescer mais de 10% ao ano, segundo o relatório. "As principais empresas chinesas de laticínios Yili Group e Mengniu Dairy Co devem aumentar suas vendas em 30 bilhões de yuans (US$ 4,35 bilhões) para 50 bilhões de yuans (US$ 7,24 bilhões) nos próximos cinco anos. Elas esperam se juntar aos cinco maiores produtores globais de leite", disse Li Shengli, professor da Universidade Agrícola da China.

O relatório do setor lácteo foi divulgado pelo SDDDC, co-fundado pela Universidade Agrícola da China, Universidade de Wageningen e Royal FrieslandCampina em 2013. O centro tem como objetivo melhorar os níveis de produção, segurança e qualidade dos produtos lácteos na China com a ajuda de laticínios holandeses especializados em produção. (As informações são do TheCattleSite, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Argentina – “O Panorama leiteiro para 2019 é muito ruim”, diz Eduardo García Maritano

“O panorama leiteiro para 2019 é muito ruim, porque a única expectativa de que o setor melhore é com a redução de mais produtores. O ajuste se daria com queda na oferta de matéria prima, o que resultaria em melhorar o preço ao produtor.

Mas, preço não é igual venda. Ou seja: não é porque o preço será mais alto que a atividade será rentável. É muito triste que esta atividade seja dependente do ajuste da oferta”. Essa foi a resposta dada a Bichos de Campo por Eduardo García Maritano, especialista do setor lácteo e dirigente das Confederações Rurais Argentinas (CRA) em Santa Fe, ao estabelecer um balanço da atividade em 2018 e projetar o cenário para o ano novo. 

Em relação ao lançamento do Mercado de Futuros para o leite, uma iniciativa impulsionada pelo Governo que começou a funcionar no dia 15 de dezembro, o dirigente a considerou apenas um paliativo, porque o mais importante deveria ser consolidar primeiro o mercado disponível: “Por um lado o Governo diz que não irá intervir em transações entre entes privados, e lança um mercado de futuros sem antes ter um mercado disponível consolidado. Isso é o mesmo que construir a casa a partir da caixa d’água”, ironizou. “É fundamental a caixa d’água, mas, não é a primeira coisa que se coloca quando se vai construir uma casa”, acrescentou.

É possível ter um mercado disponível na atividade leiteira? García Maritano diz que “é possível definir um preço disponível, porque os preços são construídos. Se existem transações, é possível criar o mercado onde a oferta e a demanda traduzam os preços, precisamente. O leite não é um objeto à venda, é uma oferta. Eu posso vender uma novilha, ou um saco de soja, mas, não posso vender o leite que é ordenhado todos os dias; ele gera uma oferta, um termo tipificado como tal no Código Civil e Comercial”, explicou.

“Continuamos com uma atividade que acaba não sendo estabelecida como negócio. Não há regras claras do jogo e não há sistemas de formação de preços. Não podemos pensar em leite como soja ou gado. Usamos o exemplo para ser entendido, mas, requer mais esforço, porque é uma situação mais complexa”, acrescentou o líder.

O modelo de referência leiteiro da CRA, “existe sempre um contrato. O que muda é a modalidade que se aplica. Claramente a transação que tipifica a transferência de propriedade do leite do produtor para a indústria é uma oferta. Não é a única forma, mas é a mais adequada”.

Em relação ao último boletim do Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA), onde afirma que a maior parte dos produtores de leite da Argentina produzem menos de 3.000 litros diários, García Maritano alertou que “aceitam como uma coisa natural, isto de que os produtores pequenos devem desaparecer. Mas, diz que o Brasil triplicou sua produção, em um período em que a Argentina está estagnada, e que a média dos produtores de leite do país é de 19 vacas. Portanto, não é certo que não se pode crescer com pequenos produtores. O tema passa pela falta de regras comerciais claras”. (Bichos de Campo – Tradução livre: Terra Viva)

 
Analistas preveem melhor cenário de preços para 2019
A primeira licitação do ano apresentou a terceira elevação consecutiva. O gerente do Inale (Instituto Nacional do Leite), Gabriel Bagnatto, disse que estas elevações consecutivas não têm propagações significativas, mas, geram “alteração de tendência”, ao interromperem 12 baixas que reduziram a cotação do leite em pó integral a US$ 2.600/tonelada. No entanto, mesmo que o valor esteja longe de ser um número “satisfatório” do ponto de vista da cobertura dos custos de produção, é “uma luz no fim do túnel”, um caminho para os US$ 3.000/tonelada para o leite em pó integral, que chegou a US$ 2.700/tonelada. (Espectador – Tradução livre: Terra Viva)

Porto Alegre, 03 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.890

  PE: produção leiteira terá incentivo do governo

Um pleito de mais de seis anos dos produtores de leite de Pernambuco teve uma definição por parte do Governo do Estado. A partir de agora, as indústrias de gênero lácteos que forem se instalar em Pernambuco, só receberão incentivos fiscais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços no Estado (ICMS) se utilizar no mínimo 50% do leite dos produtores locais para a fabricação das suas mercadorias.

No entanto, os fornecedores do produto não concordaram com a decisão do governo porque defendem que o mínimo de 50% não é suficiente para manter a produção em alta. Isso porque as indústrias já instaladas estão utilizando o leite em pó oriundo de outros estados para fabricar a mercadoria. Com isso, o setor atravessa uma crise com dificuldade para escoamento e preços muito baixos.

A decisão foi definida pelo Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic), formado pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) e as secretarias da Fazenda, Desenvolvimento Econômico e Agricultura. “Tivemos uma reunião técnica do Condic para avaliar os próximos projetos no Estado e decidimos que a deliberação dos incentivos fiscais às novas indústrias lácteas em Pernambuco vão acontecer se elas adquirirem no mínimo 50% do leite dos produtores locais. Se não adquirirem, elas não terão o benefício”, explicou o presidente da AD Diper, Antônio Xavier, ao complementar que se as indústrias já instaladas forem ampliadas, os novos produtos também terão que ser feitos com o mínimo de 50% do leite local.

A próxima reunião do Condic para apresentar as empresas aprovadas vai acontecer em janeiro, ainda sem data definida. “Mais de quatro indústrias lácteas demonstraram interesse em investir no Estado”, adiantou Xavier. O valor de desconto do ICMS varia de 75% a 95% a depender da região do Estado onde será implantada.

O projeto para concessão do benefício foi de autoria do deputado Claudiano Filho. “Agora vamos passar a ter uma concorrência leal e iremos ter uma fiscalização dobrada sobre as empresas”, defendeu o deputado.

Entretanto, os produtores locais defendem que esse percentual não é suficiente. “Não concordamos porque têm indústrias já implantadas que utilizam 100% de leite em pó de outros estados e até outros países. Então 50% é um percentual pequeno. A conta correta é que o benefício seja proporcional ao valor das entradas de leite proveniente de Pernambuco em relação ao total do valor das entradas de leite e derivados de outros estados ou países”, argumentou o presidente do Sindicato dos Produtores de Leite de Pernambuco (Sinproleite-PE), Saulo Malta, ao complementar que a medida não vai gerar renda. “O Governo precisa nos ouvir, os produtores não participaram da decisão”, justificou Malta. (As informações são do jornal Folha de Pernambuco) 
 
 

Vivência faz emergir inovação para o leite

Filho de produtores rurais, o engenheiro eletricista Elias Francisco Sgarbossa (foto), 26 anos, cresceu vendo os pais trabalharem em tambos de leite em Ibiraiaras, no norte do Estado. O trabalho diário exigia duas ou três habituais ordenhas, além da necessária limpeza dos equipamentos e dos tanques de resfriamento do produto.

- Era muito tempo dispensado após cada ordenha, isso sem contar o esforço físico e a exposição ao frio no inverno - lembra o jovem.
A situação o levou a pensar em solução no trabalho de conclusão de curso na Universidade de Passo Fundo (UPF), em 2015. O projeto, testado na propriedade dos pais, se transformou em dois produtos comerciais: um sistema automático para limpeza de ordenhadeiras canalizadas e outro para tanques de resfriamento de leite.
- Os produtos similares no mercado são menos automatizados e têm custo bem superior por serem importados - explica Sgarbossa, um dos sócios da startup Z2S Sistemas Automáticos, encubada na UPFTec.

Hoje, mais de 90% das propriedades gaúchas limpam as ordenhadeiras canalizadas e os resfriadores manualmente, com escova - gastando em média duas horas por dia de trabalho.

- Com apenas dois toques em uma tela e um aperto de botão é possível programar a limpeza, toda automatizada e com dosagens exatas de água e produtos químicos, evitando inclusive o desperdício - detalha o engenheiro eletricista, que desenvolveu os sistemas ao lado do professor Adriano Luis Toazza, 45 anos, e do colega de profissão Charles Bortolanza, 26 anos.

Em pouco mais de um ano, a tecnologia foi instalada em quatro propriedades, em Paraí e Ibiraiaras. Com pedidos de patentes no Brasil, os sistemas conquistaram há um mês o terceiro lugar no Desafios de Startups do projeto Ideas For Milk, promovido pela Embrapa Gado de Leite. (Zero Hora)

PIB do campo crescerá 0,9% em 2019, diz Ipea

O aumento da produção de grãos nesta safra 2018/19 e melhores perspectivas para as carnes deverão acelerar o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária do país este ano, conforme projeções divulgadas na mais recente "Carta de Conjuntura" do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo cálculos dos analistas do órgão, o PIB do setor cresceu 0,6% em 2018 e subirá 0,9% em 2019.

Para a alta estimada para o ano passado, pesou a recuperação da demanda doméstica por carne de frango a partir do terceiro trimestre e também o reaquecimento das exportações de carne bovina. A produção recorde e as cotações elevadas da soja - carro-chefe do agronegócio nacional - durante o ano todo também exerceram influência direta no resultado estimado, ao passo que a queda dos preços de produtos como café e açúcar limitaram o incremento.

 

No cenário traçado para 2019, exercem influência positiva as projeções de Conab e IBGE de que a safra nacional de grãos alcançará um novo recorde, impulsionada por soja e milho, e a expectativa de que o melhor momento das carnes perdure. Segundo a "Carta de Conjuntura", a ampliação do crédito rural à disposição dos produtores rurais no ano-safra 2018/19, que começou "oficialmente" em julho, também tende a colaborar para o avanço previsto do PIB da agropecuária.

Como já mostrou o Valor, contudo, a demanda por crédito rural foi tão forte no segundo semestre do ano passado que algumas linhas - como a ABC, de agricultura de baixo carbono - não contam mais com recursos. Essa escassez não ameaça o plantio das diversas culturas, mas pode limitar investimentos e, assim, afetar a produtividade nesta temporada e nas vindouras. (As informações são do jornal Valor Econômico)

 
Oferta de leite em recuperação em 2019
A oferta da produção leiteira do País deve melhorar em 2019 depois de um período de preços baixos e custos elevados, motivados pela paralisação dos caminhoneiros que acabou fazendo com que o preço das rações aumentasse. De acordo com o relatório de expectativas do agronegócio brasileiro para no ano que vem, a recuperação é notável.  “Com relação a demanda no Brasil, o consumo de leite e derivados em 2018 ficou abaixo das expectativas. O ano de 2018 iniciou com perspectivas positivas para o crescimento econômico e consequente recuperação da demanda do consumidor final. Porém, eventos como a greve dos caminhoneiros e as incertezas eleitorais, atrasaram a retomada da atividade econômica em 2018, o que prejudicou a demanda das famílias por alimentos e em especial produtos de maior valor agregado dentro da cadeia láctea”, diz o texto. Além disso, o relatório informa que os preços internacionais menores devem levar a uma recuperação das importações brasileiras ao longo de 2019. “O ano de 2018 encerra com uma balança comercial mais equilibrada no Brasil, mas com a provável queda moderada das cotações internacionais, melhora da demanda local e o nosso cenário base para USD/BRL atingindo 4 no final do ano parece difícil esperar uma nova queda no déficit comercial lácteo em 2019”. “Para 2019, espera-se uma recuperação moderada na oferta no Brasil. O ano de 2019 deve começar melhor para o produtor brasileiro em relação a 2018. Preços ao produtor 20% mais elevados e custo de ração levemente menor (principalmente por conta do milho) devem ajudar a produção brasileira de leite a manter uma inercia positiva no começo de 2019”, conclui. (Agrolink)

Porto Alegre, 02 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.889

    GDT 02/01/2019

 

(Fonte: GDT)

 
Primeira ação de Covatti Filho

Uma das primeiras ações do novo secretário da Agricultura, Covatti Filho, será solicitar a aquisição de leite pelo governo federal, a fim de enxugar a oferta no mercado interno. A medida é um dos pedidos do setor produtivo, que reclama também da falta de competitividade com os produtos vindos do Mercosul. 

“Vamos tentar fazer o máximo possível para que o novo governo, e estamos vendo sinalizações nessa direção, faça uma reavaliação na questão do Mercosul perante à agricultura”, diz o novo secretário. 

Covatti Filho pretende, já nas primeiras semanas de janeiro, ir a Brasília solicitar a compra governamental do produto: “É preciso dar oxigênio ao setor para estancar o abandono”. (Zero Hora)


Quem fará a diferença em 2019

No epicentro da retomada da economia em 2019, o agronegócio poderá ser protagonista também em iniciativas que elevem as atividades no campo para patamares acima da média em produtividade, qualidade e eficiência. As ações que farão a diferença no novo ano envolvem investimentos em inovação tecnológica, alimentos mais elaborados e valorizados, certificações de procedência, produções sustentáveis e biossegurança. 

- As tecnologias para redução da mão de obra e a gestão de custos da propriedade são as grandes chaves para a competitividade do setor leiteiro - diz Darlan Palharini, diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS).

Além de diminuir o esforço físico, a agricultura familiar precisa apostar em itens que despertem o interesse do consumidor - em uma relação cada vez mais próxima.

- E o diferencial pode vir da apresentação do produto à exclusividade dele - indica Jocimar Rabaioli, assessor de política agrícola e agroindústria da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS).

A qualidade dos alimentos está diretamente associada à biossegurança dos processos, especialmente em setores que exigem cuidados sanitários específicos, como a produção de carnes.

- A nossa condição, livre de influenza aviária e de peste suína, é o nosso maior patrimônio. A preservação desse status é imprescindível para o mercado externo de aves e de suínos - explica Rui Vargas, vice-presidente técnico da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

E quem trabalha com commodities conseguirá se destacar com o uso de tecnologias que garantam altas produtividades e custos menores.

- É preciso tocar o negócio de forma profissional, e isso exige investimentos que vão de sementes fiscalizadas, adubação, agricultura de precisão à irrigação - enumera Eduardo Condorelli, futuro superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Rio Grande do Sul (Senar-RS). (Zero Hora)


Projeções otimistas para2019

As perspectivas são otimistas para o preço do litro de leite pago ao produtor em 2019. A valorização da cotação não deve ocorrer na largada do ano, quando o consumo das famílias está retraído em função do período de férias, mas é aguardada para os meses seguintes. “O cenário será de lucratividade”, afirma o professor de Ciências Econômicas da Universidade de Passo Fundo (UPF), Eduardo Finamore, que integra a câmara técnica do Conseleite. 

Para Finamore, em 2019 permanecerá a oscilação de preços na safra e entressafra. Só que a flutuação será menor do que no ano passado. Em janeiro, a cotação média foi de R$ 0,9309. Nos supermercados, segundo a Agas, o litro foi vendido, em média, a R$ 2,45. Em julho, chegou a R$ 1,2949 para o produtor e R$ 3,26 para o consumidor. Em dezembro, o preço foi projetado a R$ 1,0057 no campo e a R$ 2,67 no mercado. Mesmo com altos e baixos, no acumulado de 2018 houve valorização média de 15,59% no valor de referência pago aos produtores. “A expectativa é que a macroeconomia em 2019 vai estar mais aquecida e poderá gerar uma estabilidade nos preços”, avalia Finamore. 

O assessor de Política Agrícola da Fetag/RS, Kaliton Prestes, diz também esperar um ano de estabilidade. Lembra que o histórico de preços do Conseleite mostra que um ano ruim geralmente é seguido por um de preços valorizados. “Como tivemos os últimos dois anos ruins, acreditamos na tendência de melhora em 2019”, diz. A consolidação de preços melhores, para Prestes, também depende de uma nova postura do governo federal, impondo cotas de importação de lácteos no âmbito do Mercosul. O Sindilat também defende como estratégia o aumento das exportações, como forma de enxugar os estoques internos. (Correio do Povo)
 

Leite: produtor do RS quer menos problemas com a legislação em 2019
2018 foi mais um ano de dificuldades para a cadeia leiteira no Rio Grande do Sul, especialmente por causa da greve dos caminhoneiros. mas ainda assim o segmento encerra 2018 com crescimento. Para 2019, novos desafios, principalmente no que se refere à legislação brasileira. Para assistir ao vídeo, CLIQUE AQUI. (Canal Rural)

Porto Alegre, 28 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.888

    Setor lácteo: hora de renovar e inovar

Os desafios impostos à cadeia leiteira no ano que se encerra foram os mesmos que deixaram evidente a grande potencialidade do setor. Relembrando que a mais abrangente greve dos caminhoneiros atingiu em cheio nossas indústrias e nossos produtores e nos levou a questionar sobre a logística do setor, a pensar em formas de inovar, de produzir diferente e de sermos mais competitivos. Ingressamos em 2019 com otimismo renovado frente ao cenário político-econômico que se desenha, apostando no potencial do segmento que só no RS é responsável por 2,81% do PIB, e comemorando a retomada de nosso Estado na segunda colocação nacional na produção de leite. São 4,55 bilhões de litros/ano, ou 13,6% da produção de todo o País. 

No ano em que completamos 50 anos de atuação em prol do desenvolvimento do setor lácteo gaúcho, temos pela frente uma grande missão, que é a de elevar o nível de competitividade na cadeia produtiva. Estamos longe dos grandes centros de consumo e precisamos de estratégias para alcançá-la de uma forma viável. Uma de nossas ações prioritárias, que em 2018 se consolidou como uma bandeira, é o fomento às exportações. Somos agente de negociações em Brasília para garantir a abertura de mercados e a definição de ações para exportação de leite, medida essencial para estabilizarmos a produção no Sul, região reconhecida pelo excelente controle sanitário e por ter os rebanhos mais testados para brucelose e tuberculose do País. Alicerçados no trabalho realizado com a Aliança Láctea Sul Brasileira, nossa meta é fazer com que Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná respondam, até 2025, por 50% da produção nacional de leite. Mais do que volume, acreditamos na excelência de nossos produtos e na atração por consumidores de diferentes países. Para alcançarmos esse objetivo, precisamos da sensibilidade dos governos de diferentes esferas no atendimento de nossas mazelas para ganharmos competitividade e enfrentarmos o Mercosul. Assim como os governos, nos comprometemos com o crescimento do Brasil e fazemos o dever de casa ao trabalharmos pelo desenvolvimento de uma atividade que no Rio Grande do Sul envolve diretamente 65 mil famílias. (Alexandre Guerra - Presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados/RS - Jornal do Comércio)
 
 
Canal facilita as denúncias

A Secretaria da Agricultura disponibiliza nos próximos dias, em local de destaque na página inicial do seu site, um canal para o consumidor fazer denúncias referentes a produtos de origem animal. A medida foi encaminhada em reunião da coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor e da Ordem Econômica do Ministério Público, Caroline Vaz, com diretores de frigoríficos, chefes de inspeção e fiscais. 

O diretor-geral da secretaria, Antônio Machado de Aguiar, explica que o canal já estava disponível, mas agora será melhor divulgado. Podem ser denunciadas irregularidades como produtos com problemas, abates clandestinos, má conservação e armazenamento de alimentos e comércio em locais impróprios. A indústria pode apontar procedimentos inadequados de profissionais da secretaria ou encaminhar questionamentos. (Correio do Povo)

Venâncio Aires terá Centro Tecnológico

O município de Venâncio Aires receberá um investimento de R$ 3 milhões para a implantação do Centro de Vocação Tecnológica (CVT) de Produção de Proteína Animal. Deste valor, 2,1 milhões se direcionam à construção de um prédio com espaço físico de 911 metros quadrados. O centro será erguido em área da antiga Fundação Ambiental de Venâncio Aires (Favan), em Linha Ponte Queimada. 

O novo espaço será usado para pesquisa e extensão voltadas ao desenvolvimento regional e também para promoção e oferta de serviços que fortaleçam os sistemas produtivos locais. A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) foi a responsável pela elaboração do projeto do CVT, que será concebido de acordo com as diretrizes do Programa de Apoio à Implantação e à Modernização dos Centros Vocacionais Tecnológicos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. A instalação se tornará uma referência regional, e até mesmo estadual, por concentrar uma série de estudos tecnológicos e prever a transferência de práticas validadas por pesquisas ali desenvolvidas.

As obras devem iniciar em maio de 2019. “É um projeto grandioso para o desenvolvimento do setor primário e com certeza garantirá novos caminhos para a nossa produção rural”, afirma o prefeito de Venâncio Aires, Giovane Wickert. Já o pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias da Unisc, Ângelo Hoff, destaca que as ações públicas como a da implantação do Centro são importantes para o desenvolvimento de toda a região. “O Vale do Rio Pardo tem potencial para a produção de alimentos”, destaca. “Esperamos que na próxima década Venâncio Aires se consolide como um grande polo de proteína no país.” (Correio do Povo)

Emater/RS: campos nativos continuam com boa brotação

O milho, que já vinha apresentando sintomas de estresse hídrico em algumas lavouras, foi beneficiado pelas precipitações que ocorrem em diversas regiões produtoras no Estado. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar ontem, quinta-feira (27/12), no Norte do Estado e nas regiões da Produção, Nordeste, Noroeste Colonial, Celeiro e Alto Jacuí, as chuvas ocorridas devolveram a normalidade à cultura e trouxeram alívio ao quadro preocupante que se avistava, de redução na produtividade.

Já nas regiões do Alto da Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo, o milho no geral apresenta ótimo potencial produtivo, sobretudo nas lavouras em enchimento de grãos, que têm seu potencial produtivo favorecido pelas chuvas, mas principalmente pelo trabalho desenvolvido pela Emater/RS-Ascar de manejo e conservação do solo que, comprovadamente neste período de estiagem, mantém as lavouras com boa umidade no solo, evitando perdas aos produtores.

As lavouras de milho já implantadas no Estado alcançam 95% da área total, estimada em aproximadamente 740 mil hectares. Atualmente, 27% das áreas estão em desenvolvimento vegetativo, 18% em floração, 45% em enchimento de grãos, 9% das lavouras estão maduras e por colher e 1% da área já foi colhida.

As precipitações dos últimos períodos também amenizaram o déficit hídrico nas lavouras de soja, em especial no Norte do Estado. Já em municípios das regiões da Fronteira Oeste e Campanha, a chuva da semana prejudicou os trabalhos de finalização do plantio de algumas áreas e o desenvolvimento das áreas já plantadas. Percebem-se problemas fitossanitários e a necessidade de alguns replantes das lavouras devido à alta umidade do solo. Em alguns municípios das regiões da Fronteira Noroeste e Missões, foram identificados diversos focos de ferrugem asiática, sendo antecipado o controle com fungicidas, o que vai acarretar um aumento de aplicações nesta safra que se inicia. Restando poucas áreas a serem implantadas, a cultura avança no Estado, com 89% das lavouras na fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, 10% em floração e 1% em enchimento de grãos.

Pastagens e criações 
Os campos nativos de maneira geral continuam com boa brotação e a produção de forragem está proporcionando grande disponibilidade de pastos com alta qualidade nutricional, proporcionando assim melhores condições nutricionais para os animais. Os produtores estão adequando a lotação animal dos potreiros de pastagens naturais, conforme a disponibilidade de oferta de forragem para os rebanhos. Alguns produtores aproveitam para realizar roçadas.

As temperaturas elevadas e a volta das chuvas estão contribuindo para o bom desenvolvimento das pastagens anuais e perenes de verão, assim como das lavouras de milho destinadas à produção de silagem.

O produtor de leite deve estar atento ao bem-estar animal com vistas ao melhor desempenho do rebanho, pois o calor em maior intensidade pode causar estresse, o que reduz a produção já que os animais consomem menos alimentos durante o pastejar. Para compensar a menor ingesta de alimentos, os produtores aumentam a oferta de silagem, feno, grãos, farelos e ração no cocho. (As informações são da Emater/RS, resumidas pela Equipe MilkPoint)

 

Procura grande, crédito restrito
A poucos dias de encerrar a atual gestão, o Ministério da Agricultura apresenta balanço de diferentes áreas de atuação. Uma delas é a de crédito rural. Segundo a pasta, as operações do Plano Agrícola e Pecuário 2018-2019 cresceram 19% entre julho e novembro, na comparação com igual período da safra anterior, alcançando a cifra de R$ 75,36 bilhões. Todas as modalidades tiveram alta. E, ainda que a maior quantia liberada seja para custeio (R$ 43,4 bilhões), linhas de investimento e comercialização tiveram o maior aumento: 19%. Anunciado em junho, o Plano Safra da agricultura empresarial prevê R$ 194,37 bilhões. Uma parte, R$ 32,3 bilhões, é de juro livre (negociado entre instituição financeira e produtor). No início do mês, a coluna mostrou que a procura por crédito com juro controlado fez o orçamento do segundo semestre ser atingido antes do final do ano. Na prática, deixou como opção só as linhas de juro livre. (Zero Hora)

Porto Alegre, 27 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.887

  Mercado doméstico volta a concentrar apostas

Mais uma vez o agronegócio brasileiro dormirá no dia 31 de dezembro à espera de um ano novo melhor no mercado doméstico. E quando acordar em 1º de janeiro, dia da posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o setor espera ouvir dos integrantes do novo governo que reformas importantes como a previdenciária terão prosseguimento para que o país volte a crescer de forma consistente, com reflexos positivos sobre o consumo. 

Ainda que Papai Noel já tenha se acostumado com esse recorrente pedido - e tenha dado de ombros nos últimos anos -, há algum tempo produtores rurais e agroindústrias não esperam tanto que ele seja atendido. Como as incertezas no front externo se avolumaram em 2018 e as diversas disputas comerciais em curso criam espaço para surpresas internacionais, nada melhor do que uma demanda interna firme para que 2019 seja de fato próspero.

Em seu estudo "Perspectivas para o agronegócio brasileiro", o Rabobank realça a importância que o mercado doméstico terá para o setor no ano. "A incerteza é grande no âmbito externo, inclusive no que se refere ao ritmo da recuperação americana. Nesse contexto, o cenário é menos favorável para o Brasil, o que amplia a necessidade de o país fazer sua lição de casa o mais rapidamente possível. Ainda temos um problema fiscal que não foi resolvido", diz Maurício Oreng, economista-chefe do Rabobank no Brasil e um dos autores do trabalho - que também é assinado por Adolfo Fontes, Andrés Padilla, Andy Duff, Beatriz Fabrini, Fernando Gomes, Guilherme Morya, Matheus Almeida e Victor Ikeda.

Para a safra 2018/19 de grãos, que já começou a ser colhida e poderá alcançar o recorde histórico de 238,4 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o crescimento de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 previsto pelo Rabobank, "consistente com uma paulatina recuperação do emprego e, consequentemente, do consumo interno", será muito bem-vindo. Não só para produtos básicos como arroz e feijão, que dependem quase que exclusivamente do apetite dos brasileiros, mas também para soja, milho e até o algodão, que têm no Brasil um dos líderes mundiais em exportação.

Victor Ikeda lembra que a guerra comercial entre Estados Unidos e China beneficiou especialmente os embarques brasileiros de soja e algodão em 2018, mas que houve sinais de arrefecimento das rusgas nas últimas semanas e há muitas dúvidas sobre o que poderá acontecer nessa terra onde os fracos não têm vez. Certo é que a produção de soja caminha para uma nova marca histórica e a de milho vai se recuperar após as intempéries da temporada 2017/18, e é vital que a demanda por carnes se mantenha forte para que bons volumes se transformem em ração para alimentar aves e suínos.

Da mesma forma que os cotonicultores desejam à indústria têxtil brasileira tudo do bom e do melhor para 2019, os agricultores com foco em soja e milho torcem para que os frigoríficos não enfrentem tanto problemas como neste ano, ainda de demanda doméstica menor que a desejada, de uma greve dos caminhoneiros que afetou sobretudo a cadeia do frango e de barreiras de importadores em decorrência de problemas sanitários identificados pela Operação Carne Fraca e suas etapas subsequentes. "Para aves e suínos, o primeiro semestre de 2018 foi muito ruim, com preços baixo e custos inflados pela alta dos grãos. Esperamos uma recuperação moderada em 2019", afirma Adolfo Fontes.

A princípio, as perspectivas são melhores para as exportações, sobretudo para a China, mas a ameaça do governo Bolsonaro de mudar a sede da embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém poderá criar embaraços com os países árabes, importantes importadores de carne de frango halal. A China, por sinal, poderá provocar grandes mudanças no mercado global de carnes no ano que vem. Maior produtor e consumidor de carne suína do mundo, o país sofre com a proliferação de peste suína africana e poderá não só ampliar as importações, mas passar por uma transformação em seu "mix" de consumo, o que poderá favorecer inclusive a carne bovina - junto com Hong Kong, a China já é a maior importadora de carne bovina do Brasil.

Ainda no segmento de proteínas animais, o leite é outro produto que será beneficiado se a economia brasileira entrar no prumo. Itens como queijos desafiaram a crise e avançaram no mercado nos últimos anos, mas de uma maneira geral o consumo não empolgou e as margens dos laticínios foram apertadasem 2018, observa Andrés Padilla. O analista também acompanha o mercado de suco de laranja, outro que dependerá da continuidade do avanço da comercialização no mercado interno para crescer, já que a demanda externa continua encolhendo.

Açúcar e café, commodities cujas exportações são lideradas pelo Brasil e cujos preços caminharam juntos e sob pressão no mercado internacional neste ano, sob influência marcante de fartas ofertas mundiais e oscilações cambiais, também esperam mais do mercado interno. Andy Duff nota que, no tabuleiro do açúcar, o etanol vendido no país foi uma variável que colaborou para os resultados das usinas neste ano e poderá novamente ajudar nas contas em 2019; no do café, destaca Guilherme Morya, esse impulso já acontece há alguns anos, entre outros motivos graças ao sucesso das cápsulas. Se as principais cadeias agrícolas tiverem um ano positivo, os fornecedores de insumos como fertilizantes e defensivos certamente não terão do que se queixar. Na área de defensivos, ainda há ajustes em curso.

As empresas do segmento iniciaram 2018 com dificuldades graças aos elevados estoques nas redes de distribuição, e houve forte aumento dos preços de algumas matérias-primas importadas em razão redução da produção na China, por restrições ambientais. Na de fertilizantes, diz Fernando Gomes, um dos problemas foi a greve dos caminhoneiros, que tumultuou as entregas em um momento importante de comercialização. Como em todos os demais elos do agronegócio, houve alta de custos de transporte de defensivos e fertilizantes em consequência da entrada em vigor do tabelamento dos fretes, benesse concedida pelo governo Temer para agradar aos caminhoneiros. Todo o setor ainda têm esperanças de que a tabela seja revogado nos primeiros meses da era Bolsonaro e que o "livre mercado" volte a dar o tom. Mas, independentemente disso, para os produtores de insumos resta a certeza de que, com ou sem tabela, faça chuva ou faça sol, a agricultura brasileira continuará em expansão. Nas próximas décadas. (As informações são do jornal Valor Econômico) 

 
2018: Um ano de desafios para a cadeia do leite

O ano de 2018 foi bastante desafiador para o mundo do leite em diversos aspectos. Um evento que impactou o setor foi a greve dos caminhoneiros, em maio, que afetou a produção primária, paralisou as atividades da indústria e consumiu os estoques dos laticínios e dos varejistas. Esses fatores, somado a menor oferta de leite na entressafra, resultou em valorização do preço do leite na cadeia produtiva. O lado ruim foi que diversos produtores e indústrias perderam elevados volumes de leite com a paralisação.

O custo de produção de leite registrou comportamento atípico em 2018. Os preços de milho e soja subiram em plena safra devido a um conjunto de fatores: quebra da produção argentina de grãos, redução da safra brasileira de milho e forte valorização do dólar frente ao real, além de reflexos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. A elevação dos preços de combustíveis, fertilizantes, defensivos e sementes também encareceu a produção de volumosos.

Em termos de rentabilidade, o início do ano foi muito ruim, com preços baixos e custos de produção em alta. No primeiro semestre, o preço nominal do leite ficou 8% abaixo do observado no mesmo semestre de 2017, enquanto os custos de produção subiram quase 6% no período analisado. Isso fez com que o preço real do leite recebido pelo produtor, deflacionado pelo custo (ICPLeite/Embrapa), registrasse queda real de 13,5%. Essa foi a perda de rentabilidade do produtor nesse período. Já no segundo semestre essa perda foi compensada pelo forte aumento do preço do leite ao produtor, que subiu 32,5% em termos nominais. Entretanto, o custo de produção seguiu em alta, com elevação de 15%. Assim, o preço real do leite, já corrigido pelo custo, registrou melhora de 12%. Nesse cenário, a rentabilidade média do produtor em 2018 piorou em 1,4% na comparação com 2017.

No caso da balança comercial, as importações brasileiras de lácteos que vinham baixas apresentaram forte crescimento em outubro e novembro, resultando em um déficit acumulado nos 11 meses de 2018 de 1 bilhão de litros de leite e cerca de 400 milhões de dólares. O preço internacional do leite em pó integral registrou forte queda ao longo do ano, chegando a 2.600 dólares por tonelada no início de dezembro. Na Argentina e Uruguai os preços também estão mais competitivos que no Brasil.

 
Figura 1. Preço do leite pago ao produtor, deflacionado pelo ICPLeite/Embrapa: R$/litro de 2015 a 2018. 
Fonte: Cepea e Embrapa, elaborado pela Embrapa.

Pelo lado da demanda, as vendas totais do varejo registraram crescimento de 4,25% no acumulado de janeiro a setembro 2018 em relação ao mesmo período de 2017. Super e hipermercados tiveram aumento de 4,62% nas vendas, mas o setor de alimentos e bebidas apenas 2,27%. As projeções de crescimento da economia foram recuando ao longo do ano. Em janeiro, a previsão era de um PIB aumentando 2,66% em 2018 e agora o crescimento previsto é de apenas 1,30%. O desemprego segue em patamar elevado e os dados de renda melhoram muito lentamente. A boa notícia é que todos estes indicadores macroecômicos, apesar de ainda ruins, voltaram a registrar melhorias. Todos os números nos colocam em uma situação melhor que a de 2 anos atrás. Mas por todas essas adversidades, devemos fechar 2018 com uma produção de leite estagnada e um consumo muito baixo. A indústria de laticínios passa por um momento delicado, com dificuldade para repassar preços e margens de comercialização ruins. Um contexto que se arrasta já a dois anos. Para 2019, esperamos um cenário melhor, com elevada safra de grãos, o melhor crescimento do PIB desde 2013 e um mercado de leite mais robusto, possibilitando melhores margens na cadeia produtiva. (CILeite Embrapa)


SP: aprovado projeto de distribuição de leite sem lactose no Estado

Foi aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo projeto do deputado Luiz Fernando Ferreira que torna obrigatória a distribuição de forma contínua e gratuita de leite sem lactose às crianças de baixa renda, comprovadamente portadoras de intolerância à lactose.

O projeto segue para sanção do governador Márcio França.

Hoje a rede pública estadual distribui somente o leite de vaca normal para as crianças em idade escolar, independentemente de poderem ou não consumir. (As informações são do WebDiario, resumidas pela Equipe MilkPoint)
 

No radar
O presidente do Sistema Ocergs/Sescoop-RS, Vergílio Perius, mantém a expectativa de que as cooperativas tenham uma subsecretaria no governo de Eduardo Leite (PSDB). O pedido já foi feito durante encontro com o governador eleito no mês passado. Na ocasião, no entanto, não estava definida a fusão das pastas do setor primário, agora confirmada. (Zero Hora)
 

Porto Alegre, 26 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.886

  Decreto que estabelecia restrições à comercialização de fatiados é revogado

O governador em exercício, deputado Marlon Santos, revogou, nesta segunda-feira, o Decreto nº 53.304, de 2016, que determinava regras restritivas à comercialização de frios e carnes a granel. A resolução entrou em vigor em 2018, para que os estabelecimentos e comerciantes tivessem um período de adaptação. 

Entre as normas instituídas pelo decreto estavam a climatização específica nos locais de venda e o fatiamento dos produtos na frente dos clientes em algumas categorias de alvará. 

A revogação do decreto foi editada por solicitação do governador em exercício, com o argumento de que as restrições previstas ampliavam o custo para adequação do comércio de fatiados e carnes a granel e favoreciam a venda de embutidos e carnes embaladas a vácuo em ambientes controlados. Com a revogação, segundo ele, são beneficiados principalmente os pequenos produtores. (Jornal do Comércio)
 
 

LEITE/CEPEA: ano se encerra com preço em queda

Os preços do leite pagos ao produtor encerram 2018 registrando a quarta queda consecutiva – o movimento de baixa foi iniciado em setembro em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. A “Média Brasil” líquida de dezembro (referente à captação de novembro) fechou dezembro a R$ 1,2344/litro, redução de 13 centavos ou de 9,4% em relação ao mês anterior.

A baixa no campo esteve atrelada à desvalorização do leite spot e do UHT verificadas em novembro – vale lembrar que a movimentação desses derivados num mês influencia o valor do leite ao produtor a ser negociado no mês seguinte. Nesse sentido, da primeira para a segunda quinzena de novembro, a média do leite spot em Minas Gerais recuou 8,4%.

No caso do UHT negociado entre indústrias e atacado do estado de São Paulo, o preço caiu 14,8% (ou 37 centavos) de outubro para novembro. Atacados e varejos forçaram a desvalorização do leite UHT, numa tentativa de aquecer a demanda em novembro. Além disso, os preços também têm sido influenciados por certa especulação de agentes.

A percepção dos agentes é de que a produção está se elevando consideravelmente, mas os volumes amostrados pelo Cepea de outubro para novembro indicam crescimento controlado, estabilidade e até mesmo redução em algumas regiões. Essa limitação da oferta, por sua vez, se deve ao aumento dos custos de produção. Nos últimos meses, houve alta nos preços de importantes insumos da atividade, como a ração (como milho e farelo de soja), sal mineral, combustíveis e adubos.

Segundo colaboradores, os volumes negociados no mercado spot entre novembro e dezembro foram menores, o que, inclusive, influenciou uma elevação nos valores nesta última quinzena do ano. Além disso, não há estoques consideráveis de leite UHT, já que as indústrias têm como estratégia processar outros lácteos.

O movimento de desvalorização do leite ao produtor deve se manter em janeiro. No entanto, as recentes altas das cotações do spot e do UHT devem influenciar os preços no campo e podem, dependendo dos volumes de produção, segurar a intensidade da queda. A expectativa é de que os valores iniciem o ano acima dos patamares observados no começo de 2018, mas abaixo dos negociados em janeiro de 2017. (Por Natália Grigol, do CEPEA-ESALQ, USP)

Brasil é responsável por cerca de 7% do leite produzido no mundo

A posição do Brasil no cenário da produção de leite mostra uma performance competitiva no mercado internacional. Um estudo lançado nesta quinta-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelou que o país é responsável por cerca de 7% do leite produzido no mundo e é o quinto maior produtor mundial.

O compêndio Pecuária Leiteira: Análise dos Custos de Produção e da Rentabilidade nos Anos de 2014 a 2017 traz dados recolhidos em diversas localidades dos principais estados produtores: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Rondônia, Ceará e Rio Grande do Norte.

Segundo o documento, Minas Gerais é o maior estado produtor, com 27% da produção nacional, seguido dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Santa Catarina, São Paulo e Bahia, todos com média anual superior a um bilhão de litros.

Ainda de acordo com a publicação, a captação de leite é menor entre abril e junho, porém, praticamente constante durante todo o ano. “O produtor, ao tomar a decisão de captar, conhece os impactos do escoamento, do mercado, os custos de produção e o comportamento dos preços do leite e insumos utilizados no processo produtivo”, explica o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Cleverton Santana.

Com relação ao comportamento dos preços recebidos pelos produtores, no período analisado, o predomínio de preços acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido em números-índices, indica que houve mais perdas do que ganhos reais. “Em geral, os produtores do Rio Grande do Norte, de Minas Gerais e de São Paulo recebem preços melhores do que os das demais Unidades da Federação”, afirma Cleverton. “De acordo com nossa análise, isso ocorre em função das condições de oferta e consumo em cada um desses estados, sendo que os menores preços recebidos foram dos produtores de Rondônia”.

As análises completas do estudo do leite podem ser obtidas no Portal da Conab. CLIQUE AQUI para acessar o compêndio. (Agrolink)

 

Encontro marcado
O deputado federal Covatti Filho (PP-RS) aproveita a brecha entre Natal e Ano-Novo para conversar com a deputada Tereza Cristina (DEM-MS). Ela assume em janeiro o Ministério da Agricultura. Ele, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul. Os dois, colegas de Frente Parlamentar da Agropecuária, encontram-se hoje em Brasília. Na pauta, assuntos como a possibilidade de o Estado retirar a vacinação contra a febre aftosa - pedido para a realização da auditoria já foi encaminhado. Outro ponto a ser debatido é o Funrural. O prazo para adesão ao Programa de Regularização Tributária Rural termina no dia 31. (Zero Hora)

Porto Alegre, 21 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.885

  Quais serão os primeiros desafios de Covatti Filho na Secretaria da Agricultura

 
 
São dois temas extremamente sensíveis os primeiros desafios que o novo secretário da Agricultura, o deputado federal Covatti Filho (PP-RS), confirmado na sexta-feira (21), terá pela frente no comando da pasta. 
 
A definição sobre a retirada ou a manutenção da vacina contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul será um deles. O Estado já solicitou ao Ministério da Agricultura a realização de auditoria no primeiro trimestre de 2019. Essa inspeção é uma espécie de checklist, que dirá se os gaúchos têm ou não condições de deixar de realizar a imunização com segurança.
 
A pressa em definir um caminho veio depois que os paranaenses decidiram suspender a vacinação já no próximo ano. Com isso, o Rio Grande do Sul ficaria isolado em relação aos outros dois Estados do Sul (Santa Catarina já é livre da doença sem vacinação).
 
 O fim da imunização é visto com cautela entre os produtores do RS, embora todos reconheçam a necessidade de se fazer uma avaliação, uma vez que os paranaenses já deram o primeiro passo em busca da mudança do status sanitário.
 
Outro assunto ainda mais espinhoso é relacionado ao agrotóxico 2,4-D. Laudos da Secretaria da Agricultura comprovaram que em 52 de 53 amostras analisadas havia resíduos do herbicida utilizado em lavouras de soja. O produto tem provocado perdas – na Campanha, em média, de 40% – em parreiras, em oliveiras e outras culturas e está no centro de investigação do Ministério Público Estadual.
 
Reeleito para o segundo mandato como deputado federal, Covatti Filho tem 31 anos, nasceu em Frederico Westphalen e é filho de políticos: da deputada reeleita Silvana Covatti e do ex-deputado federal Vilson Covatti. Na coletiva de anúncio da nomeação, ele falou ainda sobre outro problema que deve pautar as ações da pasta: a crise no leite. 
 
– Nosso canal será de diálogo – afirmou.
 
Presidente da Federação da Agricultura, Gedeão Pereira avalia como positiva a escolha do progressista para o comando da secretaria da Agricultura.
 
– É um nome bem-vindo. Terá desafios importantes pela frente, principalmente na área de agroquímicos e de aftosa  opina o dirigente.
 
Sobre a unificação da Secretaria do Desenvolvimento Rural, o governador eleito Eduardo Leite (PSDB) afirmou que "não há redução do tamanho da política pública" voltada ao segmento. (Zero Hora)
 
 
Mercado futuro de lácteos estreia na Argentina com 50 mil litros negociados
 
O mercado de futuros lácteos foi lançado pela Secretaria Nacional do Agronegócio em meados do mês passado na Argentina. Embora algumas questões sobre o funcionamento do mercado futuro tenham sido levantadas, fontes da indústria indicaram que no primeiro dia, 25.000 litros foram operados para março de 2019 a 9,70 pesos (US$ 0,25) por litro e 25.000 litros para abril de 2019 a 9,85 pesos (US$ 0,26). O total negociado na primeira rodada foi de 50.000 litros.
 
"Sempre que um novo produto é listado, o primeiro dia de operações é sempre mais cauteloso, o mercado está olhando para o seu movimento, como ele começa e está esperando pelos preços de referência", disseram eles. "Temos que esperar até sexta-feira, o último dia da semana", acrescentaram. Segundo fontes da Secretaria de Agricultura, a cobertura funcionará como "uma ferramenta para minimizar o risco econômico gerado pela volatilidade dos preços".
 
"Um produtor será capaz de saber quanto valerá o litro de leite em abril ou dezembro do ano que vem, como acontece com os grãos", disse o secretário de Agricultura, Luis Miguel Etchevehere, em uma apresentação na qual ele foi acompanhado por seu gabinete e autoridades de Matba, Rofex e Comissão Nacional de Valores Mobiliários (CNV).
 
A verdade é que é cedo demais para fazer um balanço, ou entender que essa será a tendência do preço do leite para os próximos meses, mas serve para ver os primeiros movimentos de um mercado que tem como objetivo servir de cobertura e referência para preços futuros. Há especialmente expectativas de que apareçam as primeiras operações em dólares que - se presume - serão as dominantes. (As informações são do La Nación, traduzidas e adaptadas pela Equipe Milkpoint)
 
 
SDR investiu R$930 milhões
 
A Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) investiu, de 2015 a 2018, R$ 930 milhões em políticas públicas voltadas à agricultura familiar, pescadores artesanais, indígenas, quilombolas e famílias assentadas. Diante deste resultado e do trabalho em andamento, o secretário Tarcísio Minetto manifestou o desejo de ver a manutenção da pasta no futuro governo, ontem, em entrevista coletiva. “Dada a diversidade do público atendido por nossas políticas seria interessante manter a estrutura atual e um olhar diferenciado para os pequenos produtores”, defendeu. 
 
Caso o novo governo, de Eduardo Leite, opte pela fusão da SDR com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), Minetto não descarta a possibilidade de paralisação de programas e convênios, mesmo que por um período curto, até que seja ajustada toda a burocracia de transferência para outra pasta. O custo operacional da SDR, que tem 208 funcionários (sendo 49 com cargos em comissão), gira em torno de R$ 12 milhões ao ano. Por ter uma alinhamento com políticas federais, como as ações de combate à pobreza extrema, a SDR captou grande parte dos recursos aplicados pelo Ministério do Desenvolvimento Social no Rio Grande do Sul. São R$ 202 milhões de convênios federais em execução. De 2015 a 2018, a maior fatia do orçamento da SDR, de R$ 678,6 milhões, foi aplicada em assistência técnica e extensão rural e social por meio da Emater. 
 
O presidente da Emater, Iberê de Mesquita Orsi, diz que, mesmo que 450 funcionários tenham sido desligados da instituição no período, “não diminuiu em nada o serviço prestado”. (Correio do Povo)
 

ENXUTA, MAS EFICIENTE
Vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural, a Emater muda de mãos em fusão com a Agricultura. Presente em 494 municípios, o órgão presta extensão rural e assistência técnica a cerca de 230 mil famílias, contando com 2,16 mil funcionários. Dentro da redução de custos, houve duas etapas de desligamento incentivado. No total, a redução foi de 450 pessoas. “Mas não se diminuiu em nada o serviço. Inclusive, não houve redução no campo”, afirma o presidente Iberê Orsi. (Zero Hora)
 

Porto Alegre, 20 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.884

Startups gaúchas se destacam nacionalmente na criação de soluções tecnológicas para a cadeia produtiva do leite

Utilizar soluções tecnológicas para auxiliar os produtores de leite no manejo das vacas e, consequentemente, reduzir custos e agilizar o trabalho nas propriedades, tem se tornado uma tendência do setor. O Desafio das Startups competição que integrou o Ideas for Milk 2018, evento promovido pela Embrapa Gado do Leite, premiou três startups que têm como atuação principal simplificar a vida no campo e na indústria. Entre elas, duas gaúchas se destacaram na competição.

Para o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, é indispensável reconhecer essas iniciativas e torná-las cada vez mais acessíveis para os produtores de leite e a indústria. "O setor lácteo está permanentemente em um processo de modernização e isso passa diretamente pelo investimento em tecnologia", afirmou Palharini, que participou da escolha dos vencedores. 

"Traduzir a opinião das vacas." Este é o principal objetivo da CowMed AS, startup criada pelos irmãos Leonardo e Thiago Guedes que, atualmente, conta com uma equipe de seis especialistas.  Para isso, a empresa desenvolveu uma coleira capaz de mensurar os principais parâmetros comportamentais relacionadas à saúde e à reprodução dos animais. A tecnologia pode ser aplicada individualmente ou em lotes e foi pensada para pequenas, médias e grandes propriedades leiteiras.

Os dados são coletados por antenas e enviados para a nuvem, onde a ferramenta VIC (Virtual Interpreter of Cows) analisa os animais e emite alertas para os produtores, que vão desde sinais sobre o comportamento do cio até a indicação do melhor horário para realizar a inseminação. O produtor recebe as informações coletadas pelo programa por meio de software web de monitoramento ou aplicativo mobile. É possível comprar a tecnologia ou adquirir um plano de pagamento mensal.

De acordo com os desenvolvedores do projeto, o monitoramento dos animais permite obter uma pecuária mais precisa. Além disso, esse monitoramento pode servir de base para criar ferramentas que potencializem a produtividade. A empresa conta com um portfólio de mais de 15 mil animais monitorados em 11 estados brasileiros e mais de 30 milhões de horas de comportamento animal. A ideia rendeu para a equipe o segundo lugar no Desafio das Startups do Ideas for Milk 2018.

Se a CowMed SA focou no comportamento das vacas, a Startup Z2S Sistemas Automáticos levou conhecimentos da engenharia elétrica para o campo para auxiliar na limpeza e higienização da produção de leite. O engenheiro eletricista Elias Francisco Sgarbossa projetou em seu trabalho de conclusão de curso da faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade de Passo Fundo (UPF), com o apoio da Agência de Inovação Tecnológica da (UPF), um sistema automático para limpeza de ordenhadeiras canalizadas. O ROV funciona automaticamente e funciona em horário programado, sempre 30 minutos antes da ordenha.

Em 2017, a startup foi incorporada ao UPF Parque e, no final de 2017, foram anexados ao portfólio de serviços da Z2S mais dois equipamentos de limpeza e higienização. O SALT é responsável pela limpeza de tanques de resfriamento de leite e o ROVTL auxilia os produtores na higienização entre ordenhadeiras e transferidores de leite. Os sistemas funcionam a partir de um microcontrolador com firmware embarcado, escrito em linguagem C e podem ser integrados ou serem utilizados de forma independente. Todo o processo ocorre de maneira automática, incluindo o controle e o monitoramento de temperatura, dosagem de produtos químicos e acionamento dos motores.

O sistema ROV nasceu de uma demanda particular de Sgarbossa. Filho de produtores de leite, o engenheiro eletricista notou que a família levava muito tempo realizando o processo de limpeza da ordenhadeira. A partir disso, iniciou testes do protótipo na fazenda e o resultado foi surpreendente. Em um ano, o equipamento proporcionou redução de 87% na Contagem Bacteriana Total (CBT) do leite, atingindo níveis inferiores a 2mil UFC/ml.

Além disso, a sustentabilidade também foi ampliada na produção da fazenda, tendo em vista que o equipamento reduziu em 50% o consumo de detergentes e 20% o consumo de água. Os engenheiros eletricistas Adriano Luis Toazza e Charles Bortolanza também integram a startup que ficou em terceiro lugar do Desafio das Startups da Ideas for Milk 2018. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
PIB gaúcho registra alta de 3,8%

Depois da retração no primeiro semestre, o PIB gaúcho teve aumento expressivo no terceiro trimestre, com crescimento de 3,8%. A economia nacional, também positiva, evoluiu 1,3%. Os dados foram divulgados ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em coletiva na Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). A Indústria é o setor gaúcho que mais cresceu no comparativo entre o terceiro trimestre de 2018 e igual período do ano anterior: 11,2% do valor adicionado. Variações positivas também na Construção Civil (4,8%) e na Agropecuária (1,0%). 

Já o setor de Serviços teve declínio de 0,7%. A variação acumulada do PIB regional em comparação à do país em 2018 evidencia que o Estado começa a se aproximar do rendimento Brasil, com acumulado de 0,7% de janeiro a setembro, enquanto o PIB Brasil registra avanço de 1,1% no ano. Para o coordenador de pesquisas da Fipe, Eduardo Zylberstajn, são resultados que sinalizam retomada cíclica da pior recessão que o país já enfrentou como República. "Os números evidenciam que há espaço para, no mínimo, termos uma retomada cíclica do crescimento em termos nacionais. 

Já em 2019, dependendo das medidas de ajuste que sejam tomadas, há expectativa de que o crescimento se torne realmente continuado." A Fipe sinaliza para 2019 divulgações mensais do PIB regional. "Nossos indicadores não serão uma caixa-preta", disse Zylberstajn, prometendo detalhar metodologia dos indicadores previstos no contrato com a Fipe. O trabalho será feito com o Departamento de Economia e Estatística (DEE) da SPGG. Para Alfredo Meneghetti Neto, diretor do DEE, "o debate e a troca de ideias só tende a qualificar os dados". O governo, via SPGG, retomou a divulgação dos indicadores a cargo da Fipe. A publicação foi paralisada em razão de liminar, cassada após recurso interposto pelo Estado e pela Fipe na Justiça. "Esperamos que o processo tenha continuidade em 2019, pois esse trabalho é relevante para promover as políticas públicas que o RS necessita", disse o titular da SPGG, Josué Barbosa. (Correio do Povo)

Expectativas do agro enfrentarão obstáculos

Estudiosos do comércio internacional não acreditam que as sinalizações feitas por integrantes do governo federal eleito à cadeia produtiva rural, de mudanças nas relações com o Mercosul, serão concretizadas com facilidade. Um desses casos é o do leite. Nesta semana, em reunião com a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, representantes do setor pediram o estabelecimento de cotas de importação, para evitar que volumes exagerados entrem no país, e ficaram animados, por terem ouvido que o assunto não pode ser "negligenciado" e porque, em outras ocasiões, a interlocutora já defendeu a revisão do acordo com o bloco. 

O coordenador do Grupo de Pesquisa CNPq Geopolítica e Mercosul e professor da curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Charles Pennaforte, observa que é viável estabelecer cotas e taxas, ou proibir a importação, mas adverte que isso vale para ambos os lados. Pennaforte considera que o caminho não é criar medida protecionista e "clima de rivalidade", mesmo que se saiba que o Brasil está em desvantagem na comparação dos custos de produção com os países vizinhos. Defende ainda que o caminho não é revisar o Mercosul, mas fortalecê-lo. "Se joga em cima do Mercosul toda má sorte sobre o que vem ocorrendo em termos de comércio", diz. "Mas qualquer passo a ser dado tem que ser muito bem avaliado tecnicamente, por pessoas que realmente tenham conhecimento aprofundado do assunto", sugere. 

O professor do Departamento de Economia da Unijuí, que estuda negociações comerciais multilaterais, Argemiro Brum, não acredita que a ministra tenha "tanta força e condições políticas" para proibir a importação ou estabelecer taxas. Ele sustenta que seria mais fácil para o Brasil propor alguma medida se conseguisse provar que há práticas irregulares do lado uruguaio, como dumping ou triangulação comercial. "Talvez, o melhor caminho seja uma conversa entre os dois países, mas nada acontece do dia para a noite". 

Ao mesmo tempo, o presidente da Comissão de Leite na Federação da Agricultura (Farsul), Jorge Rodrigues, afirma que o país deve tomar uma medida urgente. "O Ministério da Agricultura também é do Abastecimento e precisa tomar providências para controlar o abastecimento e a demanda interna", cobra, ao enfatizar que o produtor vive uma "situação crítica". O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, diz que o uso de cotas de importação geraria previsibilidade para o setor. Lembra que em outubro e novembro a entrada de lácteos, principalmente da Argentina, saltou 58% na comparação com os primeiros nove meses do ano. Também disse que este "exagero" desestabiliza a cadeia no Rio Grande do Sul, que já concorre em nível de desigualdade por conta dos preços insumos. (Correio do Povo)

Exportações lácteas argentinas crescem 80% em outubro; quantidade representa 19% da produção
 
Em outubro, as exportações de produtos lácteos argentinos se recuperaram: cresceram 80% em relação ao mesmo mês do ano passado e chegaram a 226 milhões de litros de leite cru, segundo estudo do Instituto de Estudos sobre a Realidade Argentina e Latino-Americana (Ieral), da Fundación Mediterrânea.
 
"Temos que voltar até outubro de 2015 para encontrar um fluxo de magnitude similar. Nos últimos três meses, a colocação de produtos no mercado externo representa aproximadamente 19% do leite cru produzido no país", destacam Juan Manuel Garzón e Nicolás Torre, autores do relatório. Este é um fato que mostra que, até outubro, as exportações aumentaram como destino da produção local. "A recuperação das margens no setor exportador explica o crescimento dos embarques. Em meados de 2018, a margem bruta de uma operação de exportação de leite em pó equivalia a 50% do custo do leite cru incorporado, percentual muito mais alto do que nos dois anos anteriores", afirma o estudo.
 
Mas em outubro uma luz de alerta foi acesa: o indicador de margem bruta, que o Ieral elabora, estava abaixo de 30% (limite crítico) devido à combinação de três fatores:
 
• declínio no preço internacional dos produtos lácteos;
• retorno das tarifas de exportação e;
• redução de restituições a vendas globais.
 
"Em setembro de 2018, o governo nacional decidiu reaplicar as tarifas de exportação de todos os produtos que a Argentina envia para o exterior, incluindo os lácteos. Desta forma, os produtos lácteos voltam a ter tarifas de exportação, após quase 10 anos sem serem atingidos por este imposto nocivo", explicaram Garzón e Torre.
 
É estimado que a arrecadação (líquida) obtida pelo governo a partir das exportações lácteas (descontadas as restituições) atingiu - aproximadamente - 25 milhões de dólares nos últimos 4 meses do ano. "Supondo que a incidência do imposto caísse completamente no primeiro elo da cadeia, os produtores estariam renunciando a US$ 0,24 por litro de leite produzido. Mas esse número deve ser comparado com a economia que o impacto das retenções nos principais insumos alimentares (farinhas de milho e proteína) significa para a ligação primária, a fim de determinar o resultado líquido das tarifas de exportação", reconhece o relatório.
 
Em relação à ordenha, a produção de leite cru cresceu 5,6% nos dez primeiros meses do ano. No primeiro trimestre, os preços foram passados, mas recuperados pelo impulso das exportações. "O ano terminará claramente melhor do que começou, embora os valores finais não sejam (em poder de compra) muito diferentes dos observados há dois anos", adverte a Fundación Mediterránea.
 
Se a referência é em dólares, os valores locais são muito mais baixos que outros lugares regionais (Uruguai, Brasil, Chile). "Esta é a primeira grande dissociação desde a crise de 2015/16 e uma das maiores nos últimos 15 anos", diz o relatório. Em outubro de 2018, o leite cru local recebeu 7,2 centavos de dólar (por litro) a menos que no Uruguai e 14,9 centavos a menos do que no Brasil.
 
"Mas não deve surpreender que, após a significativa depreciação do peso, muitos produtos da economia argentina tenham sido 'baratos' (em termos relativos), medidos em dólares. Espera-se uma recuperação dos valores - mais lenta ou mais rápida - dependendo de como evoluem os fatores de mercado, macroeconômicos e de política comercial, particularmente o sucesso do governo em estabilizar o preço do dólar e reduzir a taxa de inflação", analisa o estudo.
No mercado interno, o cenário é complexo. Atualmente, a cadeia de lácteos enfrenta demanda doméstica enfraquecida, com deterioração na capacidade de consumo das famílias, particularmente nos segmentos assalariados.
 
Embora o preço do leite cru esteja se recuperando, projeções indicam que as fazendas leiteiras verão sua lucratividade deteriorada no ciclo 2018/19, em comparação com as duas últimas safras. Em fazendas com menor produtividade, as margens permanecerão vermelhas, de acordo com a projeção da Fundación Mediterránea. (As informações são do Clarín, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 

LEITE LIVRE
Bruno Girão, CEO da Betânia Lácteos, líder da indústria leiteira do Nordeste, explica: o Brasil teve neste ano grande safra de leite. No Ceará, a produção subiu 17% e o consumo desceu 8%. Diante da excessiva produção, a indústria do Sul e Sudeste manda para o Nordeste o seu excedente, forçando a baixa do preço (sábado, 15, um litro de leite integral, produzido no Ceará, custava R$ 2,56). É um fato produzido pela concorrência do livre mercado. Mas o presidente da Faec, Flávio Sabóya, preocupa-se com o pequeno produtor, responsável por 75% do leite produzido no Ceará. "Ele está sendo prejudicado, pois o preço do que ele produz desabou". Por isto, Sabóya entregou ao governador Camilo Santana um documento no qual pede um aumento da alíquota do ICMS incidente sobre o leite importado de outros estados ou países. Neste momento, a indústria cearense tem, estocados, 20 milhões de litros de leite longa vida. (Fonte Diário do Nordeste)