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08/01/2019

Porto Alegre, 08 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.893

    Produção global de leite em 2018 foi afetada por margens ruins e tempo insuficiente para recuperação

O Rabobank publicou o seu relatório trimestral sobre o setor de lácteos, que afirma que os EUA tiveram apenas 1% de crescimento na produção de leite em 2018, o menor crescimento anual desde 2013 no quarto trimestre de 2018. A produção de leite também caiu na União Europeia (UE) e na Austrália no ano passado, mas subiu na Nova Zelândia, América do Sul e China.

A qualidade e a quantidade de ração na produção de leite foram severamente afetadas pelas secas na Europa e na Austrália em 2018, estagnando o crescimento. Os EUA também registraram seus piores níveis de produção com relação ao ano anterior em cinco anos.

O número de rebanhos ainda está encolhendo nas três regiões, de acordo com o relatório do Rabobank, em resposta ao aumento dos custos e aos baixos preços do leite na fazenda. Espera-se que isso continue em 2019, particularmente na Austrália e com a consolidação de fazendas nos EUA.

O rebanho leiteiro dos EUA estava em 9,365 milhões de cabeças em outubro, abaixo do pico de 9,404 milhões em maio e 30 mil a menos em comparação a outubro de 2017.

Risco pendente
A perspectiva da indústria global é incerta ao considerar fatores geopolíticos, como as negociações em andamento do Brexit, a crescente guerra comercial entre os EUA e a China e a queda dos preços do petróleo, segundo o Rabobank. As regiões leiteiras chamadas de “Big 7” (EUA, UE, Nova Zelândia, Austrália, Brasil, Argentina, Uruguai) enfrentam um mercado duvidoso em 2019. O Rabobank prevê um “crescimento lento e muito modesto da produção de leite” para esse ano nos principais mercados de exportação.

Efeitos prolongados da guerra comercial
Os preços do queijo e do soro do leite nos EUA foram pressionados em 2018, devido às guerras comerciais do presidente Donald Trump com a China e o México. É provável que isso continue e que os preços caiam ao longo de 2019 até que as tarifas de retaliação sejam removidas, prejudicando, em última análise, os produtores dos EUA, disse o relatório. Enquanto isso, o volume de vendas no varejo de todas as categorias de laticínios diminuiu nos EUA desde 2017, excluindo o queijo menos processado. As vendas de queijo processado caíram 4,1%, e iogurte 3,4% e de leite fluido 2%. O Rabobank adverte que os sinais de uma desaceleração econômica são evidentes nos EUA e precisará continuar se apoiando fortemente no crescimento das exportações para compensar as baixas demandas domésticas de lácteos.

O crescimento das importações na China deverá melhorar a um ritmo de dois dígitos em 2019. Os preços médios do leite subiram 3,5% entre o 4º trimestre e o 3º trimestre de 2018 e a demanda por produtos lácteos em toda a China continua crescendo. Incertezas que cercam a economia geral da China são comuns devido às dificuldades comerciais em curso com os EUA. Como resultado, o país voltou a ter um crescimento de dois dígitos nas importações em outubro, pela primeira vez em cinco meses, depois de um verão tenso de disputas comerciais de ida e volta. O Rabobank espera que a China tenha uma necessidade de importação de 11% em 2019, com menos crescimento da produção. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint) 

 
Perspectivas do USDA sobre o mercado lácteo da América do Sul – Relatório 01 de 03/01/2019

Na Argentina, as chuvas fortes mantiveram a umidade adequada para o crescimento adequado do milho e da soja. No entanto, essas condições úmidas prejudicaram as vacas leiteiras.

Em alguns casos, o solo em algumas fazendas continua barrento, exigindo esforço maior de limpeza e higiene na hora da ordenha. Ainda assim, a oferta de leite e creme continua adequada às necessidades da indústria. No dia 17 de dezembro o Governo da Argentina começou a operar o mercado futuro de leite cru, a ser utilizado como ferramenta para minimizar o risco econômico gerado pela volatilidade dos preços. O Mercado de futuro é comum na Argentina para grãos e carne bovina, mas, esta é a primeira vez que esse tipo de mercado é utilizado para laticínios. Os contratos futuros de leite são de 5.000 litros e podem ter o preço em dólar norte-americano ou em pesos argentinos. O mercado de manteiga está firme, atendendo às demandas das indústrias de sorvete/sobremesas lácteas. O interesse por outros produtos lácteos como queijo muçarela se mantém estável. Embora o clima tenha sido misto nas duas últimas semanas no Brasil, as condições são adequadas para o desenvolvimento de culturas de verão, como soja e milho. No acumulado do ano, a produção em 2018 está menor do que a de 2017, principalmente devido ao impacto direto da greve dos caminhoneiros no meio do ano. Entretanto, neste momento, o país está no pico da temporada e a produção de leite deverá continuar a crescer ao longo de 2019.

A oferta de leite e creme é suficiente para atender a maioria das necessidades de processamento. Grandes volumes de matéria prima estão sendo dirigidos para a produção de queijo, enquanto diversas outras plantas continuam elaborando cremes e produzindo leite condensado. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)


  


Fazendas leiteiras de pequeno e médio porte continuam diminuindo nos EUA

O número de fazendas leiteiras de pequeno e médio porte nos Estados Unidos vem caindo há décadas e o economista Daniel Basse comparou essa tendência à população em geral. "A classe média americana está desaparecendo", disse ele durante sua apresentação na Dairy Food and Policy Summit, realizada em Madison, Wisconsin. “Isso é mais ou menos o que está acontecendo no setor leiteiro”, acrescentou.

Basse, que é presidente da empresa de pesquisa AgResource Company, compartilhou estimativas de que 3.500 fazendas leiteiras produzirão 65% do leite do país em 2019. Na próxima década, esse número cairá para 2.300 rebanhos. "A cadeia láctea hoje tem grandes rebanhos ou pequenos rebanhos", disse ele. “Estamos perdendo rebanhos leiteiros devido ao tamanho e custos. Em termos de retorno líquido, os grandes são melhores”.

Ele apontou que há fazendas leiteiras ganhando dinheiro mesmo no mercado deprimido de hoje. Ele acredita que essas fazendas estão crescendo em tamanho de rebanho, vendendo produtos localmente ou se especializando de alguma forma. Ele disse que o rebanho leiteiro do país está em fase de liquidação, com especialistas estimando que o número de vacas cairá para 9,3 milhões de cabeças. A produção de leite está caindo, mas a produção por vaca ainda está aumentando. Além dos baixos preços do leite, Basse disse que outro problema é que os preços de abate dos EUA estão no menor preço em uma década.

Para impulsionar a ingestão de leite fluido e produtos lácteos, ele disse: "precisamos comercializar nossos produtos como se vivêssemos em uma ilha com uma população em declínio". Além disso, ele reafirmou a importância das oportunidades globais para movimentar mais produtos lácteos dos EUA. (As informações são da Hoards.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
Levantamento feito pelo Ministério da Agricultura, com base no cruzamento de informações do PIB com as da produção agrícola municipal do IBGE, mostra que 82% dos municípios brasileiros classificados como os maiores produtores do agro cresceram, em média, 4,4% ao ano entre 2014 e 2016. (Zero Hora)

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