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Porto Alegre, 19 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.940

      Venda do leite do Brasil depende da ampliação da produção e melhora da matéria-prima

Quinto maior produtor mundial de leite, o Brasil exportou em 2017 apenas 0,6% da sua produção inspecionada de lácteos. Mesmo prejudicado pelo baixo consumo interno em decorrência da crise, o setor não ampliou suas vendas externas, tendo fechado os últimos anos com déficit na balança comercial.

No entanto, é justamente o mercado externo que é visto como uma das vias para dois pontos fundamentais para a cadeia de leite: estabilidade nos preços e continuidade da expansão do setor. Estudo feito pela Embrapa Gado de Leite apontou que é a região Sul do país que tem viabilidade para exportar.

Em visita à 20ª Expodireto Cotrijal, o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, explicou que não é todo o Brasil que tem condições de embarcar lácteos para outros países. Por isso, defende a elaboração de políticas públicas regionalizadas para os estados considerados mais competitivos. “Na Região Sul estão os municípios que têm produtividade por vaca compatível com a da Europa”, diz Martins. “E há uma densidade maior, já que várias propriedades estão próximas, com boas produtividades, o que facilita e torna mais barata a captação pelas indústrias”, acrescenta.

Atualmente, o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com mais alta produtividade de leite. Em 2016, a produção anual por vaca foi de 3,1 mil litros, em média, enquanto que a média nacional cai para 1,7 mil litros, segundo o IBGE. Em Não-Me-Toque e Passo Fundo, a produtividade é de 4,4 mil a 4,6 mil litros por vaca ao ano.

Mesmo acreditando que o Brasil não será grande exportador de lácteos, já que conta com a vantagem da alta demanda interna, Martins explica que é importante parte da produção nacional ser vendida para fora. “Todo produto que participa do mercado externo tem maior estabilidade de preços. A cotação da soja, do milho, do frango, por exemplo, é estável porque se traz para o mercado interno a estabilidade internacional”, observa.

Em 2018, segundo o Ministério da Economia, o Brasil exportou 10 mil toneladas de lácteos, enquanto importou 96 mil toneladas. “Toda vez que tivermos excesso de leite aqui e o preço estiver caindo, temos que colocar o produto com mais intensidade no mercado internacional, mas, para isso, tem que haver continuidade, tem que ter política de longo prazo”, argumenta Martins.


(Foto: Guilherme Almeida)

O produtor de leite em Westfália, no Vale do Taquari, Elimar Kalkmann, que visitou a Expodireto na quinta-feira, concorda que o Brasil precisa, pelo menos, equilibrar a balança comercial do leite. Disse ser insustentável, hoje, o produtor receber preços remuneradores durante três, quatro meses no ano e depois sofrer com valores depreciados. Admite que, embora ache rigorosas as normas do Ministério da Agricultura sobre qualidade, desconhece as exigências feitas pelos países. “Só que para nós, pequenos produtores, profissionalizarmos mais ainda a produção precisamos fazer investimentos pesados e aí é que está o problema”, ressalva Kalkmann.

Estudo da Embrapa aponta rumos
Apesar de já estar presente no mercado internacional, o Brasil tem diversos gargalos para resolver e consolidar uma participação mais efetiva. Dentro da porteira, o estudo da Embrapa apontou que é preciso ampliar a produção por propriedade, bem como a qualidade do leite. Fora da porteira, entre os fatores que tiram a competitividade das exportações está a tarifação alta de insumos.

Produtor de leite há 21 anos em Erval Seco, Norte do Estado, Eleandro Volpatto, acredita que sem redução dos custos dos insumos o pequeno produtor não alcançará competitividade. Ele concorda que é necessária a melhoria da qualidade da matéria-prima. “Hoje a qualidade é baixa e para resolver isso o produtor tem que ter acesso à assistência técnica”, pontua.

Outro problema levantado pelo estudo é a guerra fiscal. O chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, diz que pelo fato de cada Estado ter uma política tributária diferente dos demais é difícil a existência de grandes plantas de laticínios no país como ocorre, por exemplo, na Nova Zelândia. “A guerra fiscal exige que as empresas façam fábricas em diferentes Estados para explorar as condições tributárias de cada um deles. Isto é muito danoso”, completa. (Correio do Povo)

                 
 

São retomadas as importações brasileiras de lácteos

No primeiro bimestre as importações brasileiras de produtos lácteos terminaram à frente de igual período de 2018, com a Argentina, novamente, liderando as vendas. De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior, entre janeiro e fevereiro foram importadas 29.954 toneladas de produtos lácteos, um aumento de 58,8% em relação ao primeiro bimestre do ano passado. Com um preço de compra inferior, o aumento em dólares foi de quase 39%.

No primeiro bimestre as importações da Argentina totalizaram 18.120 toneladas, um salto de 79% em relação às 10.096 toneladas de janeiro e fevereiro de 2018. As compras de lácteos do Uruguai totalizaram 8.082 toneladas, um aumento de 42% em relação ao primeiro bimestre de 2018. O crescimento das importações ocorreu em um cenário de alta nos preços domésticos de leite. Segundo um levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em fevereiro o preço do leite ao produtor subiu 10,2% em relação a janeiro. 

O valor médio de fevereiro foi de R$ 1,414 por litro (US$ 0,37, com o dólar cotado a R$ 3,80), um preço 33,8% acima do valor de igual mês do ano anterior. Trata-se do maior valor médio para o mês de fevereiro – em termos reais – desde que começou o levantamento do Cepea, em 2004. 

A intensificação da alta de preços esteve atrelada à oferta limitada da produção, em janeiro, e o aumento da concorrência entre as empresas para assegurar a matéria prima. O volume captado em janeiro foi menor do que as expectativas dos operadores do mercado. (El Observador – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
Estudo brasileiro indica que o kefir melhora a função cardíaca
The Journal of Nutritional Biochemistry publicou na edição de abril de 2019 estudo dirigido pela brasileira Mirian A Silva-Cutini, e que foi premiado em maio do ano passado, indicando que o tratamento com probióticos do kefir controla a pressão arterial, reduz o relaxamento do músculo cardíaco (hipertrofia cardíaca), e melhora a interação proteínas/cálcio, importante mediador da contração cardíaca. O estudo foi realizado em ratos hipertensos, e, deve ser realizado em humanos. “Essas descobertas sugerem que o kefir tem efeitos benéficos sobre a hipertensão e pode ser usado como um coadjuvante na redução da hipertensão”, escreveram os pesquisadores da Universidade de Vila Velha e da Universidade Federal do Espírito Santo no Brasil. 
Kefir no Brasil: A demanda global por kefir está explodindo conforme dados da Innova Marketing mostrando que o lançamento global de produtos de kefir quase triplicaram nos últimos cinco anos, com 140 produtos lançados nos últimos 12 meses. No Brasil, o interesse em kefir está, definitivamente, em ascensão, onde grande parte do kefir é preparado em casa, com porções diárias, com grãos de kefir obtidos por meio de doação, como uma “cadeia de probiótico”. A DuPont lançou recentemente uma linha de cultura de kefir, baseada em grãos de kefir liofilizados reais para ajudar a industrializar a categoria. (Dairy Reporter – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Porto Alegre, 18 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.939

      União de esforços por lácteos de qualidade

Lácteos de qualidade
A Federação Internacional do Leite (FIL) vai ajudar o Brasil a utilizar as melhores práticas internacionais na produção e transformação de lácteos, afirma sua diretora-geral, Caroline Emond. O Brasil passou a integrar a entidade no ano passado. Recentemente foi instalado o comitê nacional com dez subcomissões para unir esforços de produtores, processadores, academia e governo. "O Brasil tem enorme potencial no setor lácteo, que deve ser visto como um motor de desenvolvimento econômico", diz Caroline, que fica sediada em Bruxelas.

A FIL tem 40 países membros e cobre 75% da produção global de lácteos. O Brasil é o quinto maior produtor de leite, atrás apenas de Índia, Estados Unidos, Paquistão e China. Guillaume Tessier, membro do comitê brasileiro, afirma que o Brasil é autossuficiente, mas tem problemas com a qualidade do leite, que não é suficiente para exportar. "O maior problema é a contagem de células somáticas no leite que, quanto maior, pior a qualidade", afirma. "A infraestrutura obsoleta, associada ao longo tempo de transporte até o laticínio, derruba a qualidade". 

Em termos de produtividade por vaca, o Brasil ocupa a 87ª posição em um ranking liderado por Israel e que tem a Argentina no 43ª posto. Já o custo de produção de 100 quilos de leite era de US$ 30 a US$ 40 em 2016 no Brasil, ante US$ 30 no México, no Uruguai e na Argentina. Na China, no Japão e em Israel, o custo superava US$ 50. O brasileiro consome principalmente leite fresco e iogurte, enquanto a demanda por queijo e manteiga segue baixa. O consumo per capita de manteiga é de 0,4 quilo por ano, ante 1,6 quilo no Uruguai. Já o de queijo é de 3,8 quilos por habitante ao ano no Brasil, abaixo dos 10 quilos na Argentina e 26 na França. Assim, diz Caroline Emond, o potencial para crescimento do consumo de lácteos no Brasil é significativo, assim como na Ásia e na África. Lácteos frescos são consumidos principalmente nos países em desenvolvimento, enquanto produtos processados como manteiga e queijo predominam nos países ricos.

Conforme a FAO, a Agência da ONU para agricultura e alimentação, o crescimento da produção global de leite poderá chegar a 22% até 2027, e grande parte desse aumento deverá ocorrer no Paquistão e na Índia. Em 2027, esses dois países deverão representar, juntos, 32% da produção global. A maior parte dos produtos será consumida internamente. Ao mesmo tempo, a fatia da União Europeia nas exportações globais deverá passar de 27% a 29%. Com exceção do leite em pó, os preços de lácteos deverão recuar em termos reais nos próximos anos. Nesse contexto, o domínio dos produtos frescos deverá aumentar nesse mercado, com uma expansão de 2,2% ao ano do consumo, a mais alta taxa entre as commodities cobertas pela FAO. O aumento será puxado sobretudo pela Índia, onde os lácteos são componentes integrais da dieta. Na Ucrânia e no Cazaquistão, o consumo per capita também tende a aumentar fortemente.

Enquanto países em desenvolvimento ampliam o consumo de lácteos frescos e deverão acrescentar 8,2 quilos per capita até 2027, o consumo de leite fresco nos países desenvolvidos tende a cair 1,7 quilo per capita com o consumo voltando-se para produtos processados. (Valor Econômico)

                 

Exportador de leite
 
A Nova Zelândia exporta 97% do leite que produz, o Brasil exporta míseros 0,1%. Na verdade, importa mais que exporta. Olhando o gráfico abaixo, de 2017, percebe-se que o Brasil possui um custo de produção por litro um pouco superior ao da Nova Zelândia, mas ainda um dos mais baixos do mundo.
 
Os Estados Unidos, o maior produtor mundial possui um custo de produção de 33% a 70% maior que o nosso ou da Nova Zelândia. E o Canadá, maior exportador de lácteos para os EUA, tem um custo imoral, aproximadamente 2 vezes maior que o Brasileiro. Sobrevive de uma pecuária leiteira extremamente organizada e com facilidades para exportar para os EUA. Produtores felizes com um plantel médio de 60 vacas, tão produtivas quanto as americanas. No entanto, os subsídios estão paulatinamente caindo e não há organização que resista a uma realidade adversa do mercado.
 
 
O Uruguai é o nosso Canadá, basta que EUA ou Brasil criem quotas para importação que o caos se estabelece na produção leiteira destes países. São países altamente vulneráveis assim como é a Nova Zelândia, por depender exclusivamente da exportação em sua lucrativa indústria de lácteos. Tudo que os países exportadores não querem é que o Brasil desperte e domine o mercado mundial assim como fez com o mercado de carnes. Mas isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde e é por isso que investidores daquele país já estão no Brasil produzindo e outros países só querem uma estabilidade mínima política para entrar aqui produzindo em alta escala.
 
Tanto Brasil quanto a Nova Zelândia estão aumentando seus custos de produção, com o aumento do uso de silagens e grãos num processo similar ao dos EUA que ainda nem de longe podem competir em produtividade. Um caminho arriscado, se o produtor não estiver focado na produção e principalmente na redução de custos, utilizando substitutivos ou produzindo sua própria dieta. Propriedades pequenas não serão viáveis para a produção de leite nesta linha a curtíssimo prazo e mesmo produzindo a pasto terão dificuldades de sobreviver com o passar dos anos.
 
Crescer e Multiplicar
Para o produtor de leite que é jovem e quer participar deste futuro glorioso para o mercado do leite, é preciso investir gastando o mínimo. Produtores de sucesso aqui em Minas gastam uma ninharia comprando barracões de granja desativados e montam suas estruturas de compost barrn. Outros gastam uma fábula comprando tudo novo num negócio no qual o lucro se mede por centavos por litro. Um doce para quem acertar quem vai sobreviver. Lembrem-se que em nada adiantará continuarem a ser pequenos pois o preço do leite sofrerá constantemente a pressão de baixa dos produtores industriais. A proibição das importações será um paliativo temporário, mas o preço continuará caindo a longo prazo.
 
Pasto ou Semi-confinamento
Dez a 25% dos produtores de leite dos EUA já retornaram às pastagens, produzindo menos e lucrando mais. Nova Zelândia, Austrália, Irlanda, Uruguai nunca abandonaram as pastagens e produzem um leite com o menor custo graças principalmente as suas condições de clima. O que estes países sabem há muitos anos é o mesmo que a Embrapa e os EUA confirmam em seus estudos. Produzindo a pasto, os estudos dos EUA apontam para uma produção média de 6.000 kg vacas por lactação contra os 9.000 Kg do confinamento, no entanto, cada vaca gera uma receita de 100 dólares a mais na lactação. E o Brasil é riquíssimo e tem todas as possibilidades de produzir muito leite a um custo atrativo empregando pastagens irrigadas como a Nova Zelândia em suas plantas em Goiás e Bahia ou um sistema misto, com pastejo no período de chuvas e confinamento na seca.
 
Conclusão:
1 – O Brasil se transformará no maior exportador de lácteos;
2 – A atividade será grandiosa, mas não devemos nos iludir que bastará um banquinho um balde e umas vaquinhas;
3 – O leite em se tornando uma commoditie cotada em dólar, a pressão de baixa nos preços dos grandes produtores industriais vai impactar muito os pequenos. Ou produtor pequeno se prepara ou será uma luta desigual;
4 – O país passando a ser um player exportador, significa que teremos receitas e custos atrelados ao dólar e não somente os custos como acontece hoje;
5 – Mas o negócio é altamente promissor e os antigos modelos não servirão para muita coisa.
Agora, o governo vê o produtor de leite como um eterno chorão clamando por subsídios e restrições às importações, mas o produtor não se atenta a mostrar ao governo que a atividade pode dar aquilo que o governo mais precisa: dólares de divisas internacionais para combater seu déficit público monstruoso. Um ministro da economia tende a não saber o que é uma vaca, mas ele vendo as possibilidades fantásticas do novo negócio saberá juntamente com os produtores criar a estrutura de organização do setor para sermos mais rapidamente grandes exportadores de lácteos. Do contrário será a eterna choradeira todo final de ano. (Agro News)
 

Produção/EUA – Mais uma notícia ruim para as indústrias de laticínios do país. De acordo com o último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) as licenças de fazendas para produção de leite caíram 6,8%, o que corresponde a 2.700 fazendas de leite a menos. Agora são 37.000 propriedades licenciadas para produção de leite. Isto é uma queda acentuada em relação às 40.000 licenças emitidas no ano passado.
Em Wisconsin, que tem o maior número de fazendas leiteiras do país, foi onde teve a maior queda. Foram 590 fazendas a menos do ano passado para cá. (Dairy Herd – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

Porto Alegre, 15 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.938

      Resumão das INs 76 e 77: elas estão chegando!

As instruções normativas 76 e 77 trazem muitas novidades para todas as etapas da cadeia produtiva do leite, desde a produção até os critérios finais de qualidade dos leites pasteurizados. Elas foram publicadas no dia 30 de novembro de 2018 e começarão a vigorar na passagem de maio para junho de 2019. Confira os principais pontos alterados!
 
Produção
Começando com a etapa produtiva, a primeira mudança está relacionada à definição detalhada dos programas de autocontrole (PAC). O que antes já era cobrado pelos fiscais dos serviços de inspeção, agora está regulamentado em uma abordagem mais clara, elencando cada ponto a ser contemplado nos programas de autocontrole dos laticínios. Segundo a IN 77, os PAC devem abordar o estado sanitário do rebanho, planos para a qualificação dos fornecedores de leite, programas de seleção e capacitação de transportadores, sistemas de cadastro dos transportadores e produtores, inclusive com georreferenciamento, além de descrever todos os procedimentos de coleta, transvase e higienização de tanques isotérmicos, caminhões, mangueiras e outros usados na coleta e transporte do leite até o laticínio.
"Começando com a etapa produtiva, a primeira mudança está relacionada à definição detalhada dos programas de autocontrole (PAC)"
 
Armazenamento            
Em relação ao armazenamento de leite na propriedade, a normativa estabelece que o leite deve ser coado antes de ser conduzido ao resfriador. Esse artigo alinha a IN 77 ao novo RIISPOA, o qual já abordava a filtração no leite na propriedade rural.
Os resfriadores de imersão poderão ser aposentados, uma vez que a IN 77 permitirá apenas dois tipos de sistemas: os resfriadores de expansão direta e/ou os resfriadores à placas. As condições de armazenamento serão as mesmas: temperatura máxima de 4oC por períodos que não devem ultrapassar 48h. Os sistemas de refrigeração devem ser dimensionados de modo a atingir 4oC em até 3h.
Os tanques comunitários continuam válidos, porém a IN 22 será revogada. Agora todas as condições serão regulamentadas na própria IN 77, a qual detalha todo o registro, instalação, responsabilidades e análises que devem ser feitas antes da mistura dos leites de diferentes produtores.
 
Transporte        
Para o transporte a granel as condições permanecerão, ainda sendo válido o acréscimo de 3o C até a recepção do laticínio, onde a temperatura máxima deverá ser de 7o C. Apenas para casos excepcionais, a temperatura no recebimento poderá ser de no máximo 9o C. Essa condição permite maior flexibilização em casos de desastres naturais, obstrução de estradas ou qualquer outra situação que fuja do cotidiano. Também continua permitida a entrega de leite sem refrigeração desde que seja feita em até 2h após a ordenha.
"Para o transporte a granel as condições permanecerão, ainda sendo válido o acréscimo de 3o C até a recepção do laticínio, onde a temperatura máxima deverá ser de 7o C"
A rastreabilidade também é contemplada na IN 77: antes do leite ser conduzido até o caminhão tanque, uma amostra deve ser coletada de cada produtor/resfriador, identificada e conservada até a recepção ao laticínio. Esse procedimento também já havia sido regulamentado pelo novo RIISPOA. 
 
Industrialização
Durante o beneficiamento, a maioria das normas estão descritas na IN 76. As análises diárias da recepção do leite cru refrigerado são:
• Temperatura (exceto para latões entregues sem refrigeração);
• Teste do álcool/alizarol na concentração mínima de 72% v;
• Acidez titulável;
• Índice crioscópico;
• Densidade relativa a 15 oC ;
• Teor de gordura, sólidos totais e não gordurosos;
• Pesquisas de neutralizantes de acidez;
• Pesquisas de reconstituintes de densidade ou do índice crioscópico;
• Pesquisas de substâncias conservadoras;
• Resíduos de ATB.
 
Vale observar que a palavra “mínima” referente à concentração alcoólica do alizarol foi mantida, o que deve garantir mais alguns anos de confusões e animosidades entre produtores e indústrias devido ao fenômeno do leite instável não ácido (LINA).
As análises de antibióticos ficarão mais específicas e detalhadas, com análises de no mínimo dois princípios ativos a cada recebimento. Ainda, em frequência determinada pela própria indústria, devem haver análises para todos os grupos de antimicrobianos para os quais existam métodos de triagem. Essa frequência deve ser definida após consenso entre estabelecimento e serviços de inspeção.
"As análises de antibióticos ficarão mais específicas e detalhadas, com análises de no mínimo dois princípios ativos a cada recebimento"
 
Além das análises diárias, a IN 77 define quais análises devem ser feitas pela Rede Brasileira de Laboratórios de Qualidade do Leite (RBQL). Agora, todas as análises serão mensais. Confiram quais são:
• Teor de gordura;
• Teor de proteína total;
• Teor de lactose anidra (novidade);
• Teor de sólidos não gordurosos;
• Teor de sólidos totais;
• Contagem de células somáticas;
• Contagem padrão em placas.
 
Limites físico-químicos, microbiológicos e CCS
Os parâmetros microbiológicos, responsáveis por esquentar as discussões entre ministério, indústria e produtores, sofreram alterações importantes. Para o leite cru refrigerado, a média geométrica trimestral da contagem bacteriana total não deverá ultrapassar 300 mil UFC/mL para análises individuais de cada resfriador/produtor, permanecendo o que já era praticado. Porém, com uma novidade: agora IN 77 define a média geométrica trimestral máxima de 900 mil UFC/mL para o leite antes do beneficiamento. Essa condição não estava regulamentada anteriormente e, mesmo que bastante permissiva, impõe novos limites microbiológicos antes da industrialização do leite cru refrigerado. Para a contagem de células somáticas (CCS) a média geométrica trimestral máxima ficou estabelecida em 500 mil céls/mL. A periodicidade de análises de CBT e CCS continuará mensal.
Para o leite cru refrigerado tipo A os parâmetros terão poucas mudanças, permanecendo a média geométrica trimestral máxima de 10 mil UFC/mL, mas com alterações na periodicidade das análises, as quais devem der quinzenais. Também houveram mudanças no parâmetro de CCS, o qual ficará mais permissivo e com médias geométricas trimestrais máximas de 400 mil céls/mL.
 
Tanto para leite cru refrigerado quanto para leite cru refrigerado tipo A, os parâmetros físico-químicos não terão alterações, salvo para a crioscopia, a qual estará alinhada ao novo RIISPOA e poderá variar entre -0,530oH e -0,555oH. Confira os outros parâmetros:
• 0,14 - 0,18 g ác. lático;
• 1,028 - 1,034 g/cm3;
• -0,530oH -0,555oH;
• Mín 3% gordura;
• Mín 8,4% sólidos não gordurosos;
• Mín 11,4% sólidos totais;
• Mín 2,9% Prot;
• Mín 4,3 Lactose.
 
As classificações dos leites pasteurizados segundo suas porcentagens de gordura continuarão as mesmas.  Porém, com uma importante atualização: sempre que houver padronização, a porcentagem de gordura deve ser indicada no painel principal do rótulo, próximo à denominação de venda e em destaque. Essa condição propiciará maior transparência ao consumidor, permitindo que ele saiba qual a exata porcentagem de gordura que o produto fornece.
"As classificações dos leites pasteurizados segundo suas porcentagens de gordura continuarão as mesmas.  Porém, com uma importante atualização: sempre que houver padronização, a porcentagem de gordura deve ser indicada no painel principal do rótulo, próximo à denominação de venda e em destaque".
 
Para finalizar, uma das alterações mais significativas foi a mudança dos parâmetros microbiológicos para os leites já beneficiados, os quais serão os mesmos tanto para o leite pasteurizado quanto para o leite pasteurizado tipo A.
A partir de maio, haverá apenas um único parâmetro: a contagem de enterobactérias, a qual nunca pode ser maior do que 5 UFC/mL. Essa condição é mais rigorosa quando comparada à antiga IN 62, alinhado a nossa legislação a alguns critérios praticados na Europa. Isso porque as enterobactérias representam um grupo microbiológico muito mais amplo quando comparado aos coliformes, incluindo enteropatógenos importantes como a salmonela.
 
Além de indicadoras de inocuidade e de qualidade higiênica, as enterobactérias também indicam o status de deterioração dos alimentos. Nas antigas instruções normativas, esse grupo microbiológico não era avaliado, com análises restritas aos coliformes. Ao avaliarmos enterobactérias, ampliamos o número de espécies que podem ser enumeradas, indo além dos os coliformes totais e termotolerantes, o que ajuda a garantir maior segurança alimentar com mais simplicidade e coerência às regulamentações internacionais.
 
Caso queira saber mais detalhes, acesse as INs na íntegra:
· Da produção até a recepção no laticínio: IN 77/2018
· Da entrada no laticínio até expedição: IN 76/2018
 
Como as indústrias podem se adaptar às mudanças?
O primeiro passo, é contar com um bom médico veterinário. De preferência, um profissional especializado no compliance agroindustrial de produtos de origem animal. Atuando como responsável técnico, suas funções são vitais para o atendimento às normas, e incluem a orientação à empresa em relação ao cumprimento das legislações, o treinamento periódico dos funcionários, a implantação e execução dos programas de autocontrole, a adoção de medidas corretivas, preventivas e a notificação de ocorrências às autoridades competentes, como sanidade animal, saúde pública, do trabalhador e meio ambiente.
"O primeiro passo, é contar com um bom médico veterinário. De preferência, um profissional especializado no compliance agroindustrial de produtos de origem animal".
 
Além disso, as regulamentações sofrem alterações a todo momento, requerendo sagacidade do profissional frente às atualizações e atenção à novas publicações em diários oficiais, revogações e vigências de normas complementares.
Mais do que conhecimento técnico, esse profissional precisa ter um perfil de liderança, que inspire toda a equipe a vencer esses desafios, sendo que o principal deles é garantir a harmonia entre a produtividade e a conformidade, conduzindo a empresa e seus funcionários à excelência dos resultados e atendimento às legislações. Finalizamos concluindo que as atualizações na área de lácteos foram consideráveis, estruturais e interessantes. (Rafael Fagnani/Milkpoint)
                 
 

Comissão Nacional da CNA debate medidas para o setor lácteo

Competitividade dos lácteos
A Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA reuniu na terça (12), na sede da Confederação, produtores rurais, integrantes do governo e entidades para discutir um plano de medidas que vai promover a competitividade dos produtos lácteos. O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, João Martins, esteve na reunião para reafirmar que uma das principais bandeiras de sua gestão é tornar o Brasil um grande exportador de produtos lácteos. “Nos últimos anos, o produtor rural mostrou que é muito eficiente e imbatível da porteira para dentro. Agora, temos que mostrar também que temos condições de gerir nosso negócio como empresários e que somos capazes de colocar o nosso produto lá fora”.

Na reunião da Comissão da CNA foi apresentado um estudo inédito produzido pela Sorio Inteligência Agroindustrial que aponta as oportunidades de crescimento das exportações de lácteos, os desafios e gargalos no mercado doméstico e comércio exterior, além de demandas do setor para melhorar a produção, o processamento e o ambiente organizacional e institucional. Para o consultor André Sorio, que apresentou o estudo, “é preciso ampliar a capacitação dos produtores em gestão técnica e financeira, criar linhas de crédito e até aumentar a participação do leite nas compras públicas”.

O presidente da Comissão, Rodrigo Alvim, afirmou que o estudo apresentado servirá de subsídio ao governo para estabelecer políticas de apoio ao setor lácteo brasileiro. “Muitas coisas estão acontecendo, estamos entrando em uma nova era e o Ministério da Agricultura está empenhado em nos ajudar”. Outro assunto debatido na reunião foi um plano de melhoria da competitividade do leite, que foi apresentado pelo diretor do Departamento de Estudos e Prospecção da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Luis Rangel. O documento abrange temas como o fomento a assistência técnica e gerencial ao produtor rural, correção das distorções tributárias, redução de impostos para diminuir custos de produção e iniciativas para promover as exportações.

“Ainda é um plano inicial, que está sendo construído pelo setor produtivo no âmbito da Câmara Setorial de Leite e Derivados do Mapa e que algumas questões precisam ser aprimoradas e discutidas, como seguro rural e comércio exterior”, disse o vice-presidente da Comissão, José Renato Chiari, que também é presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). O assessor técnico da CNA, Thiago Rodrigues, explicou que a princípio o documento vai trazer suporte e alento ao setor produtivo com medidas que podem levar a redução de custo, principalmente para o produtor. “O objetivo principal é estipular um plano de promoção da competitividade do setor de lácteos no Brasil utilizando ferramentas de políticas públicas alinhadas às estratégias econômicas do Governo Federal”.

“A CNA e o Mapa estão comprometidos com a causa do produtor de leite brasileiro. Acredito que estamos vivendo um momento histórico, de oportunidades, e nós pecuaristas precisamos nos mobilizar”, destacou o produtor de leite de Palminópolis (GO), Edilberto Marra Carneiro. Participaram também da reunião os presidentes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), Humberto Miranda, e do Pernambuco (FAEPE), Pio Guerra e o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi. (Faeg)

Produção/NZ – O tempo quente está afetando as fazendas de leite da Ilha Sul Central. 
“O calor tem sido intenso e estressante, mas, pequenas medidas podem ajudar, dando abricó utilizando os piquetes com irrigação”, disse o diretor de laticínios da Federação de Fazendeiros South Canterbury, Hendriks. O crescimento das pastagens foi variado no último mês, disse ele. Alguns produtores reduziram o número de ordenhas. O setor enfrentou uma grande variedade de problemas, desde o surto de Mycoplasma bovis até o ajuste a um novo governo, manejo de recursos, requisitos de conformidade e proposta de imposto sobre ganhos de capital, disse Hendriks. “O resultado geral foi bom; houve muita resistência durante a mudança de governo”, disse ele.
O presidente da Federação dos Agricultores Federados Canterbury, Michael Salvesen, disse que seu distrito havia “secado rapidamente”. “Muitas fazendas de leite estão fazendo ordenhas a cada 16 horas, e outras só uma vez por dia, para tentar gerenciar a produção do rebanho até que as pastagens fiquem recuperadas. Outras estão utilizando os estoques de silagem como alimentação suplementar, até que os pastos possam ser utilizados”. (The Country – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Porto Alegre, 14 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.937

      Embrapa divulga Ideas For Milk na Expodireto Cotrijal

A Embrapa Gado de Leite está aproveitando a Expodireto Cotrijal para divulgar e ampliar o alcance do desafio tecnológico ideas for Milk entre os estudantes de zootecnia, veterinária, agronomia e das escolas agrícolas. Idealizado para aproximar as tecnologias do sistema 4.0 do campo, o concurso que já teve três edições terá a próxima no segundo semestre deste ano.
O analista do núcleo sul da Embrapa Gado de Leite, que recebeu um grupo de jovens alunos nesta quinta-feira (14/3) na feira, Rogério Dereti, explicou aos jovens o que é o desafio e sua importância para os produtores e para a cadeia leiteira como um todo. O grupo conheceu também cinco startups que trouxeram agritechs vencedoras das últimas edições do concurso, que, inclusive ele, já estão fechando negócios no evento. “As equipes participantes do Ideias for Milk têm um professor orientador, trazem ideias ou protótipos das tecnologias e propõem modelos de negócio para melhorar a rentabilidade do produtor de leite”, explica.

Agtechs vencedoras Ideas for Milk 2018 que estão na Expodireto
Primeiro lugar  2018 – O empreendedor e zootecnista Cristian Martins da OnFarm, de Pirassununga (SP), desenvolveu um kit de tecnologia para identificar as principais bactérias causadoras da mastite. A agtech apresentou as ferramentas que permitem a detecção da doença na própria fazenda e com diagnóstico em 24 horas: o SmartKit, com todos os materiais necessários para a aplicação dos testes; o SmartLab, uma espécie de cabine portátil; e o OnFarmApp, aplicativo de gestão que controla todas as etapas da análise. 

Segundo lugar 2018 - A gaúcha Cowmed (Santa Maria/RS) idealizou uma coleira com chip capaz de medir os principais parâmetros comportamentais dos animais (tempo de ruminação ou ócio, de forma individual e coletivamente). Os dados são enviados para um servidor virtual e capturados pelo sistema de Inteligência Artificial denominado VIC. A ferramenta analisa os animais e faz alertas aos produtores sobre períodos importantes, como cio, melhor momento para a inseminação, doenças e outras alterações no rebanho. 

Terceiro lugar 2018 - A Z2S Sistemas Automáticos, pré-incubada da Agência de Inovação Tecnológica da Universidade de Passo Fundo (UPF), apresentou um sistema automático de limpeza de ordenhadeiras canalizadas. A solução possui três sistemas que podem ser usados individualmente ou integrados. Com alguns toques, a limpeza é realizada de forma automática e inclui controle e monitoramento de temperatura e dosagem dos produtos químicos. A solução reduz consideravelmente a Contagem de Bacteriana Total do leite, algo que pode ser visualizado nas análises do leite cru antes e pós uso do sistema.

Terceiro Lugar 2017 – Proposta de uma ordenhadeira móvel que tem um conceito construtivo para a sala de ordenha e sala de leite, em módulo tipo container, que chega pronto na propriedade, dispensando outras obras. O projeto foi desenvolvido pelo engenheiro agrícola Andrew Jones, da AJAGRO.  (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
                 
 

Preço do leite ao produtor europeu em janeiro de 2019 – LTO Nederland

Preços LTO - O cálculo mensal de preços do leite em janeiro de 2019 teve a média de € 33,85/100 kg, [R$ 1,52/litro], para o leite padrão. Queda de € 0,43/100 kg em relação ao mês anterior. Quando comparado com janeiro de 2018, a média de preços foi € 1,68 ou 4,7% menor.

A maioria das indústrias reduziram o preço. Mas, as indústrias francesas (exceto a Lactalis) e a Finlandesa Valio subiram. A italiana Granarolo e as indústrias irlandesas mantiveram os preços. Se os valores irão subir, ou se permanecerão nos mesmos níveis é difícil prever. Os preços da Arla e da FrieslandCampina continuaram os mesmos em fevereiro e março, ou subiram ligeiramente, como a FrieslandCampina.

 

 

Nos Estados Unidos o leite Classe III subiu de US$ 13,77, [R$ 1,21/litro], em dezembro, para US$ 13,96/cwt, [R$ 1,23/litro], em janeiro. No mês de fevereiro o valor foi de US$ 13,89/cwt, [R$ 1,22/litro]. 

Na Nova Zelândia a Fonterra elevou a previsão do pagamento alterando a faixa de NZ$ 6-6,30/kgMS para NZ$ 6,30-6,60/kgMS, e reduziu a previsão de pagamento dos dividendos. O preço, incluindo os dividendos de NZ$ 0,15/0,25, pode totalizar NZ$ 6,65/100kgMS, [R$ 1,37/litro], na temporada. (LTO Nederland – Tradução livre: Terra Viva)

 
Produção/Uruguai 
A captação de leite pelas indústrias de laticínios caiu pelo terceiro mês consecutivo em janeiro. Com a queda interanual de 6%, totalizou 146,7 milhões de litros, contra 156,3 milhões de janeiro de 2018. 
Assim foi registrada a menor captação de leite desde 2011. “Os produtores, diante da falta de dinheiro e pastos de sobra (a esta altura de não muito boa qualidade), não estão alimentando bem as vacas e isto se reflete na produção”, explicou Justino Zavala, diretor da Associação dos Produtores de Canelones. A esperança é de que a produção de outono melhore, junto com novas parições e recuperação das pastagens. A menor captação se soma ao preço ao produtor que continua abaixo dos 30 centavos de dólar, e em janeiro de 2019, o valor foi 13% menor do que o pago um ano atrás. A média foi de US$ 0,28 por litro, contra US$ 0,33 em janeiro de 2018. Em pesos a queda foi somente de 1%, obtendo a média de 9,41 pesos por litro. Em janeiro de 2018 o valor foi de 9,46 pesos por litro.  
É fundamental que a indústria consiga capturar a melhoria dos preços do mercado internacional, transferido esses ganhos aos produtores, pontuou Zavala. (Blasina y Asociados – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 

Porto Alegre, 13 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.936

      Empresas associadas ao Sindilat são reconhecidas no Marcas de Quem Decide
 
O trabalho das indústrias de laticínios foi reconhecido pelos consumidores gaúchos na pesquisa Marcas de Quem Decide, promovida pelo Jornal do Comércio e realizada pela Qualidata. Os entrevistados indicaram nas categorias Produtos lácteos e queijos aquelas marcas mais lembradas e preferidas. Em ambas as categorias, as empresas associadas ao Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Cooperativa Santa Clara, Piá e Elegê ficaram entre as cinco primeiras. O resultado foi divulgado no dia 12/03 (terça-feira), no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre. 

Assim como no ano passado, a Cooperativa Santa Clara liderou o segmento de produtos lácteos, com 27% dos votos, como a marca preferida dos gaúchos, o que representa um crescimento de 3,3 pontos percentuais em relação à pesquisa do ano passado, quando obteve 23,7% dos votos. A Piá ficou em segundo lugar, com 21,3% dos votos. A Elegê se manteve em terceiro lugar com 9,8% da preferência dos entrevistados, o que representa um crescimento de 3,0 pontos percentuais em comparação à pesquisa de 2018. A Santa Clara também foi a marca mais lembrada pelos gaúchos com 26,4% dos votos, seguida da Piá, com 19,0%, e da Elegê, com 10,3%.

Assim como no segmento de produtos lácteos, a Santa Clara dominou a categoria dos queijos tanto como marca mais lembrada quanto preferida dos gaúchos. Ao todo, 46,3% dos entrevistados apontaram a Cooperativa de Carlos Barbosa como a mais lembrada e 38,5% têm a marca como sua preferida. A RAR se manteve em segundo lugar em lembrança e preferência, totalizando 4,0% e 6,3% dos votos, respectivamente. A Elegê assumiu o terceiro lugar de marca mais lembrada, com 2,3% dos votos, e a Piá de marca preferia com 3,4% dos votos. No ano passado, a colocação havia sido dominada pela marca Santa Rosa. A Santa Clara também se destacou na categoria Cooperativa, obtendo o segundo lugar como marca mais lembrada com 6,3% dos votos e terceiro lugar como marca preferida com 5,7% dos votos. A 21° edição da pesquisa ouviu 348 gestores em 47 municípios gaúchos, entre novembro de 2018 e janeiro de 2019. (Assessoria de Imprensa Sindilat)                 

Fórum Estadual do Leite expõe os desafios do setor leiteiro no Brasil

15ª edição do evento aconteceu na manhã desta quarta-feira, na Expodireto Cotrijal
 
A 15ª edição do Fórum Estadual do Leite, realizado na manhã desta quarta-feira (13), na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, começou com clima de otimismo e esperança após o discurso do secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Covatti Filho. Os integrantes da cadeia produtiva leiteira, que lotaram o auditório central do Parque de Exposições, escutaram o compromisso e o engajamento do secretário, que saiu em defesa das demandas do setor com o Mercosul, da ampliação do uso de forrageiras pelos produtores e com relação ao fim do subsídio sobre a energia elétrica utilizada pelos produtores rurais. “Conversamos com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que nos sinalizou que o subsídio será mantido e prorrogado por um ano. Após esse prazo, serão feitas algumas adequações”, afirmou o representante do executivo gaúcho no evento.

As mudanças no cenário produtivo do leite dos últimos anos e a necessidade de implementação de tecnologias de produção para que os pequenos produtores não sejam engolidos pelos grandes, e para que consigam produzir para multinacionais, norteou a manhã de palestras no Fórum Estadual do Leite. O chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, foi o responsável por abordar esse novo tempo para o setor leiteiro, comparando a cadeia produtiva do passado com a que pode se transformar a partir do uso da Tecnologia da Informação (TI), dos jovens e suas ideias criativas e de grandes players que já perceberam a importância da cadeia produtiva do leite, a exemplo de Microsoft, Cisco, IBM, TOTVS, entre outras gigantes.
 
“É essencial que haja uma adequação às novas demandas dos clientes. Não podemos nos acomodar”, destacou Martins, ao apontar que o mundo atual é o do compartilhamento – de conhecimentos, de produtos e de serviços. “O novo mundo e a nova economia mudaram a lógica da produção”, frisou, chamando a atenção para a transformação que se avizinha também ao setor do leite. Citou o Ideas for Milk, desafio de startups que vem ao longo dos anos destacando grandes inovações voltadas exclusivamente ao setor leiteiro. “O mundo digital veio para resolver grande parte dos nossos problemas”, afirmou Martins.
 
O economista da Embrapa Gado de Leite, Glauco Carvalho, lembrou que o setor, em 2017, pagou fortemente pelo ‘preço’ da crise, quando em apenas um ano foram perdidas conquistas equivalentes a oito anos em termos de consumo. “Estamos, porém, na terceira posição na produção mundial e não figuramos entre os maiores importadores, nem exportadores”, afirmou o economista. No período 2000-2017, destacou Carvalho, o Brasil foi o país que apresentou o segundo maior crescimento em produção do mundo. “Crescemos 65% e só perdemos para a Nova Zelândia”, afirmou. Metade desse crescimento ocorreu nos estados da Região Sul (35,7%). De acordo com Carvalho, a área agricultável do Brasil equivale ao território de 33 países do continente europeu. Esse fato demonstra que a produção agrícola e pecuária do país ainda tem muito a crescer, mas é preciso ampliar a eficiência para melhorar a competitividade.

Uma das idealizadoras do movimento #bebamaisleite, Ana Paula Menegatti, falou sobre as ações realizadas pelo Brasil em prol da conscientização de crianças e adultos sobre os benefícios da ingestão de leite. Para isso, por meio de parcerias com indústrias, ela e a sócia Flávia Fontes utilizam diversas ferramentas que vão desde eventos próprios até promoção de palestras e debates com celebridades que também apreciam a bebida, além de médicos e especialistas na área.

Para o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, as palestras do Fórum Estadual do Leite evidenciaram a necessidade de adoção de atitudes rápidas e concretas por parte do setor para seja possível melhorar a competitividade da cadeia produtiva. “Isso é fundamental para que possamos continuar neste mercado competitivo e globalizado”, disse, chamando a atenção para a necessidade de que a produtividade por animal seja ampliada. Como consequência, pontua Guerra, os custos de logística e de operação reduzem, permitem uma readequação da indústria e possibilitam que o país deixe de ser importador para se tornar uma nação exportadora de lácteos.  “Temos muito trabalho a ser feito e esses desafios devem ser encarados como oportunidades”.

O Fórum Estadual do Leite é uma promoção da Cotrijal e da CCGL, com apoio do Sindilat, da Sementes Adriana e do Senar/RS. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Fotos: Thaise Teixeira

 
Cotações das commodities lácteas no mercado holandês – março de 2019
 
Mercado LTO – Na União Europeia (UE) a oferta de leite vem declinando desde setembro do ano passado. Além disso existem situações específicas como a do fosfato na Holanda, combinadas com a seca do verão. 
 
Em dezembro a oferta de leite caiu mais de 0,8%, registrando quedas acentuadas na França, Alemanha e Áustria. Na Irlanda ocorre o contrário, e no último mês cresceu 25%. 
 
A produção de leite em vários grandes produtores de leite da UE ficou estagnada em dezembro. Na Nova Zelândia houve um sólido crescimento de 2,3%. Nos Estados Unidos o crescimento ficou abaixo de 0,5% e na Austrália, a persistente seca fez cair em 2% a oferta de leite.
 
A taxa de crescimento agregado dos principais produtos lácteos no balanço final de 2018 foi de 1% (aproximadamente 3 milhões de toneladas a mais). 
 
O mercado de manteiga está atualmente em retração, o que reflete na queda dos preços. É resultado de uma oferta confortável, combinada com uma demanda fria. Junte-se a isso, a habitual atitude de espera dos compradores. A venda de leite em pó desnatado ficou estabilizada depois da recuperação nas últimas semanas de fevereiro, e ficou abaixo de € 200/100 kg, [US$ 2.200/tonelada]. O mercado espera novos impulsos. 
 
Embora os estoques de intervenção tenham se esgotado rapidamente, muito do produto continuou em estoque impactando no comércio. 
 
A cotação do leite em pó integral vem aumentando desde o início do ano. O produto europeu foi beneficiado com a menor oferta da Oceania e América do Sul. (LTO Nederland – Tradução livre: Terra Viva)
 
 
LEITE/CEPEA: LIQUIDEZ É BAIXA, MAS VALOR DO UHT SOBE; MUÇARELA SE DESVALORIZA
Leite UHT - O preço do leite UHT registrou nova alta, de 0,29%, na última semana, fechando o período com média de R$ 2,40/litro. Segundo colaboradores do Cepea, as negociações permaneceram enfraquecidas durante a semana do Carnaval, mas o valor do leite no campo continua em patamares elevados, o que impulsionou as cotações do derivado.
Já o valor do queijo muçarela recuou entre a última semana de fevereiro e a primeira de março, para a média de R$ 17,4848/kg, 0,24% menor do que na semana anterior. O mercado de queijo muçarela continua oscilando diariamente e, de acordo com colaboradores do Cepea, a desvalorização esteve atrelada ao período de Carnaval, que reduziu as negociações. Para as próximas semanas, a previsão é de alta nos preços para ambos os derivados. (Cepea)
 

 

Porto Alegre, 12 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.935

      Sindilat é destaque na 21° edição da pesquisa Marcas de Quem Decide  

No ano em que completa 50 anos de sua fundação, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) integra, pela primeira vez, a lista das cinco marcas mais lembradas e preferidas na categoria Sindicato Patronal, da pesquisa Marcas de Quem Decide. Promovida pelo Jornal do Comércio e realizada pela Qualidata, a pesquisa visa a premiação das empresas e entidades que são referências em seus setores. O resultado foi divulgado nessa terça-feira (12/03), no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre.   

Presente no evento, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra considera que o reconhecimento está diretamente ligado ao trabalho inovador, ético e diferenciado realizado por cada associado. Se hoje, o Sindicato está em evidência os associados têm um papel fundamental nesse processo. Além disso, Guerra destaca as atividades promovidas pelo Sindilat. "As ações desenvolvidas pelo sindicato como assessor dos interesses do setor junto aos governos federal e estadual, os eventos para promover o setor, como os fóruns estaduais, contribuem para esse reconhecimento". 

Entre as ações, o presidente do Sindilat cita a Leiteria/Pub do Queijo, projeto realizado pelo Sindilat durante a Expointer também foi destaque entre as realizações da Entidade. Destaca ainda o posicionamento do Sindicato na greve dos caminheiros em 2018. "Fomos pioneiros no pedido de desbloqueio das estradas", recorda. 

Projetando 2019, Guerra considera que o Sindicato será ainda mais atuante, uma vez que mudança de governo gera alterações de legislação. "Ainda está em aberta a retirada da taxa de antidumping para o leite em pó da União Europeia e a Nova Zelândia; as instruções normativas (INs) 76 e 77 entrarão em vigor em maio; e a obrigatoriedade das embalagens de produtos lácteos destacarem o teor de sal e açúcar contidos estão entre os temas que serão acompanhados de perto pelo Sindicato", alerta. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Foto: Camila Silva

Foto: Camila Silva
                 

Começa a 20ª edição da Expodireto Cotrijal

A vigésima edição de uma das mais tradicionais feiras do agronegócio brasileiro e gaúcho, a Expodireto Cotrijal, abriu os portões nesta segunda-feira (11/3), em Não-Me-Toque. Com a presença do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, do governador do Estado, Eduardo Leite, do secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Covatti Filho, e do presidente da Cotrijal, Nei Mânica, dentre outras autoridades, a cerimônia foi marcada pelo orgulho do trabalho gaúcho no campo. “Nossa política de governo está alicerçada em três pontos: redução da burocracia, dos custos logísticos e da carga tributária”, afirmou Leite. O Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) esteve representado por Darci Hartmann.

Embora os representantes do governo federal não tenham anunciado a tão esperada suplementação de crédito para o Moderfrota, os representantes do presidente Jair Bolsonaro não afastaram essa possibilidade. “Nosso governo tem o compromisso com as senhoras e os senhores responsáveis por parte significativa do PIB do país e, particularmente, 40% do nosso Estado”, destacou Mourão, que também é gaúcho. Tereza Cristina afirmou que há grandes desafios a serem superados. “Venceremos todos. A agricultura brasileira é moderna, está na frente, e não tem páreo para nós no mundo”, disse.

Após a abertura da Expodireto Cotrijal e acompanhados da ministra da Agricultura Tereza Cristina, Leite e Covatti Filho inauguraram o pavilhão da Agricultura Familiar na feira. O espaço abriga 186 empreendimentos, oferecendo aos visitantes a diversidade de produção das agroindústrias gaúchas, além de artesanato, plantas e flores. “Assim como na Expointer, o Pavilhão da Agricultura Familiar na Expodireto é uma vitrine incrível da agroindústria, que cada vez mais amplia suas linhas de produtos, sempre com qualidade e um sabor incomparável”, disse o secretário Covatti Filho.

A Expodireto Cotrijal estende-se até a próxima sexta-feira (15/3). A expectativa é receber 250 mil visitantes de mais de 70 países na área que conta com 534 expositores. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini
 
 

Argentina – Estimam melhoras para o setor lácteo em 2019

Produção/AR – O Observatório da Cadeia Láctea da Argentina (OCLA) divulgou um relatório no qual sustenta que, para 2019, existe “uma percepção de melhora integral em relação ao ano anterior, mas, muito dependente das questões macro”.

Para a elaboração do relatório o OCLA levou em consideração a opinião das indústrias de laticínios. O resultado foi o seguinte: “Os entrevistados quantificaram as perspectivas do negócio para os próximos seis meses entre 6 e 9 pontos, em uma escalada de um a dez. Todos têm a percepção de melhorias no segmento”. Um dado que permite sustentar tal hipótese é que, depois de quase um ano completo no vermelho, em dezembro e janeiro últimos as fazendas passaram a ter rentabilidade. De qualquer modo, para o OCLA é necessário um aumento de preços para que a atividade volte definitiva a ser estabilizada.

Produção
No primeiro bimestre, a produção de leite caiu entre 8 e 10%. “Habitualmente a produção alcança seu pico de mínima no mês de abril, por isso a queda continuará”, destaca o OCLA. De qualquer modo, a partir do final de fevereiro e princípio de março começam as parições, situação que impactará positivamente nas vacas em ordenha. Assim, a curva seria revertida e passaria a ser positiva a partir de abril. “A partir de junho a previsão é de taxas positivas, em geral, e crescentes até o final do ano. Ocorrendo essas expectativas, o primeiro semestre encerraria com baixa de 4% em relação ao mesmo período de 2018, queda que seria compensada na segunda metade do ano, podendo acumular 1% de aumento em relação ao ano anterior”, projeta o OCLA.

A queda de produção no início de ano, junto com o baixo estoque das indústrias, e um forte impulso exportador – queda da oferta mundial e o preço do leite em pó integral acima de US$ 3.000/tonelada – é o que aumenta a possibilidade de que o preço ao produtor continue aumento, e melhore as perspectivas do setor.

“É factível que a disponibilidade de leite seja inferior à do ano anterior (entre 6 e 8% no primeiro trimestre), o que somado a um melhor cenário internacional (câmbio e preços), resulte em uma forte concorrência pela matéria prima”, destaca o OCLA.

Bom clima
Um dado relevante nesse contexto é que o clima não somente está ajudando a obter grandes colheitas de grãos, mas, que também tem dado condições para um desenvolvimento de pastagens e estoques de forrageiras, o que se contrapõe com o início de 2018, que foi marcado por uma severa seca.

“Existiu boa oferta de pastagens (aproveitamento e estoque de feno) e o rendimento dos cultivos destinados à silagem superaram amplamente as médias históricas. Os cultivos secundários também se encontram em bom estado de desenvolvimento. Este ano se inicia com uma boa disponibilidade e qualidade dos estoques”, destaca o relatório. (Agrovoz – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
Leite: preço pago ao produtor sobe 4% em fevereiro. Esta é a maior elevação desde julho de 2018. Na comparação com igual período do ano passado, o pecuarista está recebendo 15,3% mais. O preço pago ao produtor de leite em fevereiro, referente ao produto entregue em janeiro, alcançou R$ 1,205 por litro. Segundo o Scot Consultoria, o resultado representa alta de 4,1% ante a média de R$ 1,158 por litro obtida no mês anterior. O levantamento considera a média nacional com 18 estados pesquisados pela empresa. O movimento se deve à redução gradativa na oferta, que vem acontecendo desde dezembro de 2018. “A queda na produção aumentou a concorrência entre os laticínios pela matéria-prima (leite cru)”, diz a análise. A alta de preços em fevereiro foi a maior desde julho do ano passado. Na comparação com igual período de 2018, o produtor está recebendo 15,3% a mais neste ano em valores reais ou um avanço de 8,7% descontada a inflação nos últimos 12 meses (IGP-DI). Quanto à produção, o volume captado caiu 2,8% em janeiro, na variação mensal, e dados parciais apontam baixa de 2,6% para fevereiro. A maioria dos laticínios localizados nas regiões Sul, Sudeste e Norte acredita que os pagamentos de março terão nova alta para o produtor, mas a dificuldade na evolução dos valores dos lácteos no atacado pode limitar este movimento. A analista da Scot Juliana Pila ressalta que o indicador de custos de produção na pecuária leiteira subiu 0,8% em fevereiro ante janeiro. No comparativo anual, o avanço é de 9,4%. “As altas dos preços dos alimentos energéticos, com destaque para o milho, dos suplementos minerais, dos produtos para sanidade e dos combustíveis/lubrificantes elevaram as despesas”, explica. (Canal Rural)

 

Porto Alegre, 11 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.934

      Produção de leite 4.0 é tema de Fórum na Expodireto

Os produtores de leite brasileiros precisam entrar na era da produção de leite 4.0. O modelo é composto por novos sistemas de produção de leite, baseados na adoção de tecnologia de ponta para aumento de produtividade, redução de custos e bem-estar animal. O assunto será tema da 15ª edição do Fórum Estadual do Leite, tradicional palco de debates do setor leiteiro na Expodireto Cotrijal. O encontro ocorrerá na próxima quarta-feira (13/3), a partir das 9h, no Auditório Central da feira que acontece em Não-Me-Toque (RS). Em sua palestra, o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG), Paulo do Carmo Martins, abordará as perspectivas com relação à tecnologia do campo e seus impactos na produção leiteira.

Durante a programação, o economista da Embrapa Gado de Leite, doutor Glauco Carvalho, falará sobre as lições que ainda precisam ser aprendidas para que o pecuarista brasileiro se torne mais competitivo. “As indústrias lácteas gaúchas precisam trabalhar por mais competitividade, enxugando custos e adotando processos produtivos cada vez mais eficientes”, completou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. Apoiador do evento, o Sindilat atua em políticas voltadas ao desenvolvimento do setor em âmbito local e nacional.

Alinhado com esse objetivo, explica Palharini, ao fim do evento, as demandas do setor lácteo serão reunidas em um documento a ser remetido às empresas, entidades representativas e órgãos públicos em âmbito estadual e federal. “Precisamos levar nossas demandas ao Poder Público e à iniciativa privada, pois, sem união, não conseguiremos avançar”, frisou Palharini.

Estímulo ao Consumo
O aumento no consumo de lácteos também estará em pauta no Fórum, visto o potencial produtivo e exportador da cadeia leiteira brasileira. O assunto será tratado pela coordenadora do programa “Beba Mais Leite”, Flávia Fontes.

Painel traz agtechs vencedoras do Ideas for Milk
A programação do 15º Fórum Estadual do Leite continua no estande da CCGL, uma das realizadoras do evento, às 15h, com a realização de painel com as agtechs vencedoras do Ideas for Milk, competição tecnológica que revelou soluções para o setor lácteo ao final de 2018. Segundo o gerente de Suprimento de Leite da CCGL, Jair Mello, o encontro encerra a programação traçando formas de aproximar as tecnologias vencedoras do campo. “São ideias possíveis de serem aplicadas, porém, requerem infraestrutura para funcionamento. Muitos produtores de leite estão localizados em áreas carentes de energia elétrica, telefonia e internet”, lembra Mello.

Agtechs vencedoras Ideas for Milk 2018
Primeiro lugar – O empreendedor e zootecnista Cristian Martins da OnFarm, de Pirassununga (SP), desenvolveu um kit de tecnologia para identificar as principais bactérias causadoras da mastite. A agtech apresentou as ferramentas que permitem a detecção da doença na própria fazenda e com diagnóstico em 24 horas: o SmartKit, com todos os materiais necessários para a aplicação dos testes; o SmartLab, uma espécie de cabine portátil; e o OnFarmApp, aplicativo de gestão que controla todas as etapas da análise.

Segundo lugar - A gaúcha Cowmed (Santa Maria/RS) idealizou uma coleira com chip capaz de medir os principais parâmetros comportamentais dos animais (tempo de ruminação ou ócio, de forma individual e coletivamente). Os dados são enviados para um servidor virtual e capturados pelo sistema de Inteligência Artificial denominado VIC. A ferramenta analisa os animais e faz alertas aos produtores sobre períodos importantes, como cio, melhor momento para a inseminação, doenças e outras alterações no rebanho.

Terceiro lugar - A Z2S Sistemas Automáticos, pré-incubada da Agência de Inovação Tecnológica da Universidade de Passo Fundo (UPF), apresentou um sistema automático de limpeza de ordenhadeiras canalizadas. A solução possui três sistemas que podem ser usados individualmente ou integrados. Com alguns toques, a limpeza é realizada de forma automática e inclui controle e monitoramento de temperatura e dosagem dos produtos químicos. A solução reduz consideravelmente a Contagem de Bacteriana Total do leite, algo que pode ser visualizado nas análises do leite cru antes e pós uso do sistema.

Mobimilk – O projeto conquistou o terceiro lugar na edição de 2017 no Ideas for Milk. A iniciativa é uma ordenhadeira móvel, que tem um conceito construtivo para a sala de de ordenha e sala de leite, me módulo tipo container, que chega pronto na propriedade, dispensando outras obras. O projeto foi desenvolvido pelo engenheiro agrícola Andrew Jones, da AJAGRO.  (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
                 
 

Fonterra aumenta previsão do preço do leite para 2018/19

A Fonterra Co-operative Group Limited aumentou sua previsão do preço do leite pago aos produtores para 2018/19 para NZ$ 6,30 (US$ 4,28) a NZ$ 6,60 (US$ 4,48) por quilo de sólidos do leite, o que equivale a NZ$ 0,52 (US$ 0,35) a NZ$ 0,55 (US$ 0,37) por quilo de leite, mais que a previsão anterior, de NZ$ 6,00 (US$ 4,07) a NZ$ 6,30 (US$ 4,28) por quilo de sólidos do leite, o que equivale a NZ$ 0,50 (US$ 0,33) a NZ$ 0,52 (US$ 0,35) por quilo de leite, e revisou seus ganhos previstos para 15-25 centavos (10,1 a 17 centavos de dólar) por ação.

O presidente, John Monaghan, disse que essa nova previsão reflete os aumentos nos preços globais do leite no último trimestre. “Desde a nossa última atualização do preço do leite em dezembro, a demanda global se fortaleceu. Isto é impulsionado predominantemente pela demanda mais forte da Ásia, incluindo a China. Os estoques da intervenção da União Europeia (UE) de leite em pó desnatado (LPD)também já foram reduzidos para a época e, como resultado, esperamos que a demanda pelo mesmo seja forte. A oferta global permanece acima dos níveis da última estação, mas o crescimento desacelerou devido às condições climáticas desafiadoras em algumas das maiores regiões produtoras de leite do mundo - em particular, a produção de leite da Austrália deve cair de 5 a 7% na última temporada e o crescimento da UE diminuiu e agora está previsto para ser menos de 1% acima do ano passado”.

Monaghan continuou contando que na Nova Zelândia, devido ao clima quente e seco, eles revisam as previsões de coleta de leite da cooperativa de 1,550 bilhão de quilos de sólidos do leite (equivalente a 18,44 bilhões de quilos de leite) para 1,530 bilhão de quilos de sólidos do leite (18,2 bilhões de quilos de leite). “Isso representa um aumento de 2% no ano passado. Vimos o impacto positivo desse quadro de oferta e demanda em algumas frentes - o número de licitantes e, mais importante, os preços dos produtos de referência que compõem o preço do leite aumentaram nos últimos seis eventos do GDT. Esperamos que a demanda permaneça mais forte em relação à oferta pelo resto da temporada”.

O preço do leite do Ato de Reestruturação da Indústria de Lácteos (DIRA) e a taxa de adiantamento paga aos produtores foram compensados com um preço do leite de NZ$ 6,45 (US$ 4,38) por quilo de sólidos do leite [equivalente a NZ$ 0,54 (US$ 0,36) por quilo de leite.

A Fonterra também está aconselhando seus produtores e detentores de unidades que sua faixa de receita prevista será reduzida para 15-25 centavos (10,1 a 17 centavos de dólar) por ação e que não pagará dividendos intermediários. A decisão sobre qualquer dividendo anual só pode ser feita no final do ano financeiro e dependerá dos resultados anuais e do balanço patrimonial da cooperativa.

O presidente disse que, embora o preço do leite esteja forte, o desempenho dos ganhos da cooperativa não está satisfatório e eles precisam fornecer aos produtores e detentores de unidades um retorno respeitável do seu investimento. O Conselho está analisando por completo sua estratégia, que inclui uma revisão da política de dividendos. “Estamos investigando de perto nossos negócios com nossa análise de portfólio. Precisamos de uma mudança fundamental de direção, se quisermos entregar todo o nosso potencial. Forneceremos uma atualização sobre a estratégia e o progresso que foi feito na revisão do portfólio em nossos resultados provisórios em 20 de março”.

O CEO, Miles Hurrell disse que o desempenho subjacente da empresa não é onde ela precisa estar. "Os principais pontos de pressão sobre nossos ganhos são os três que destacamos em nossa atualização de negócios no primeiro trimestre - esses são os desafios em nossas empresas Australian Ingredients e Foodservice na Ásia em geral. Estamos fazendo incursões para resolvê-los, mas eles não serão resolvidos da noite para o dia. Desde a nossa atualização de negócios no primeiro trimestre, também sentimos o impacto das difíceis condições de negociação na América Latina, principalmente devido a situações geopolíticas em alguns países. Além disso, o aumento no preço do leite, que é a principal entrada de custos em nossos produtos não relacionados ao preço do leite, pressionou as margens desses produtos e contribuiu significativamente para nossos ganhos. Continuamos comprometidos com a disciplina financeira. Estamos fazendo um bom progresso em nossa revisão de portfólio e desinvestimentos de ativos, a fim de reduzir nossa dívida em NZ$ 800 milhões (US$ 543,63 milhões) neste ano financeiro. Também estamos no caminho certo para atingir nossas metas de despesas de capital e despesas operacionais”, disse Hurrell. (As informações são da Fonterra, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

 

Argentina – 12 pesos por litro?

Preços/AR – O relatório do Observatório da Cadeia Láctea (OCLA) destaca que hoje existe uma capacidade provável de que o preço médio do leite ao produtor com destino à exportação de leite em pó integral chegue a 10,45/litro.

O valor hipotético de 11,95 pesos por litro seria para todo o leite, não somente ao destinado à exportação de leite em pó integral, se os dados esses dados concretos forem analisados pela famosa “Teoria James”, do qual o TodoAgro relatou em notas sucessivas.

Há 20 anos, o ex-presidente do Centro de Indústrias de Laticínios (CIL), Ricardo James, um especialista do comércio internacional de lácteos, esboçou uma teoria que dizia que quando a exportação de lácteos excedesse 13% do total produzido no país, o preço do produtor seria “internacionalizado”.

Os produtores olharam com desconfiança para a teoria, uma vez que consideraram um argumento pessimista, uma vez que mais de 85% do preço é formado por um “mix” do mercado doméstico, mas, a “Teoria de James” foi usada pela indústria, nos momentos em que o leite em pó era cotado entre US$ 1.200 e US$ 2.000/tonelada; e colocado no coquetel de elementos que compõem o preço da época, foi, claramente, um elemento de baixa.

No final da década de noventa a Argentina se preparava para quebrar um recorde de produção e o Brasil comprava tudo. Se hoje, que as coisas mudaram (em especial os preços do leite em pó que se move entre US$ 2.000 e US$ 3.500/tonelada), diríamos que sob a luz da “Teoria James” a Argentina teria seu preço totalmente internacionalizado, já que exporta mais de 20% de sua produção. E se a esses argumentos adicionarmos a hipótese do relatório da OCLA, ou seja, que o preço ao produtor, sem retenções, a conclusão é que o preço ao produtor argentino seria da ordem de US$ 0,29/litro.    

O que indicam os dados do OCLA
O relatório elaborado pelo OCLA, que usa dados de diversas fontes, destaca o seguinte:
A simulação da capacidade de pagamento do leite ao produtor em função do destino do mesmo para a exportação do produto 04.02.21.10 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).
As exportações representam atualmente 21% do leite produzido e aproximadamente 43% delas, tanto em volume como em valor são de leite em pó integral. O quadro mostra de um lado os custos de elaboração e comercialização, o câmbio, o direito de exportação, a reintegração de impostos, a margem industrial e a conversão de litros de leite em quilos do produto. Do outro lado o valor que se pode conseguir para o leite em pó integral em pacotes de 25 quilos, em dólares por tonelada.   
- Custo de elaboração e comercialização: os valores indicam que o mesmo fica entre US$ 500 e US$ 800/tonelada.
- Câmbio: utiliza a cotação do dia para o dólar no Banco da Nação Argentina (BNA) para liquidar as exportações;
- Direitos de exportação: é deduzido no câmbio 3,00 pesos por dólar (Decreto 793/2018).
- Reintegração de impostos: adiciona-se ao preço recebido, 0,75% que corresponde à devolução de impostos para esse tipo de produto (Decreto 767/2018);
- Margem Bruta da Indústria: considerar um percentual de margem sobre o valor FOB (4%).
- Rendimento: efetua a média de litros necessários para elaborar uma tonelada de leite em pó integral (8.500). Os valores indicados oscilam entre os extremos de 8.290 litros/tonelada e 8.900 litros/tonelada. Nesse caso, se incorpora uma alternativa de 8.200 litros/tonelada.
- Preços de exportação: os valores informados oscilam entre US$ 3.000 e US$ 3.200/tonelada, em função da quantidade e destino da exportação. Cabe lembrar que a última cotação no GDT (05/03/2019) o valor foi de US$ 3.186/tonelada para o leite em pó integral.

O preço médio de todas as alternativas indica uma capacidade provável de pagamento do leite ao produtor com destino à exportação de 10,45 pesos/litro (para o rendimento de 8.200 litros). Os valores são muito similares ao que se está pagando hoje pela matéria-prima. Cabe lembrar que não existe direitos de exportação (ultimamente reintroduzidos), e se a devolução for no seu valor normal de 3%, o valor médio chegaria a 11,95 pesos por litro (+14,3%), ou US$ 0,29/litro.

Por outro lado, e não de menor importância, cabe lembrar que mencionamos há muito tempo que, são estão reduzidos os níveis de estoques, fundamentalmente de leite em pó integral, produto com fortes vendas em 2018 e reduzida produção nos primeiros meses de 2019 (entre 5 e 7% menos em relação ao ano anterior).

“Este esquema é apenas uma orientação para os atores setoriais e foi baseado em consultas a quem tem ingerência direta no negócio e/ou experiência profissional sobre o tema”, esclarece o relatório do OCLA. (ON24 – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Queijos/Holanda
A produção de queijo holandês registra crescimento excepcional desde 2012, superando o crescimento limitado do consumo no noroeste da Europa, de acordo com um relatório do Rabobank. A ascensão do queijo holandês teria reduzido as margens e enfraquecido a posição dos produtores de queijo na cadeia de valor. No entanto, o Rabobank prevê que a produção de queijo na Holanda deverá aumentar para quase 930.000 toneladas até 2022, com base no aumento das importações de leite fluido e investimentos na capacidade adicional de processamento. “As preferências dos consumidores mudam em direção à nutrição personalizada e conveniência, incluindo vendas online, produtos locais e especialidades” diz o analista do Rabobank, Richard Scheper. Focar no valor agregado ao longo da cadeia, e nessas novas preferências, melhoram as oportunidades para os produtores de queijo e asseguram margens mais elevadas”, acrescenta. Os mercados em desenvolvimento oferecem melhores oportunidades para o crescimento em volume, enquanto o segmento de queijos Premium e especializados se desenvolve em regiões mais desenvolvidas, oferecendo oportunidades de crescimento do valor agregado. No entanto, as oportunidades dos mercados e canais de distribuição no exterior não são ilimitados e, muitas vezes, exigem abordagem de marketing personalizada. Nos países desenvolvidos, as oportunidades de crescimento de volume são mais restritas uma vez que a base de consumo de queijos é muito elevada e ter baixo crescimento populacional. Para alguns países como os Estados Unidos, a produção doméstica competitiva em preço tem que ser levada em conta para certas variedades de queijos e canais de distribuição. No entanto, a demanda por queijos Premium via especialização em mercados desenvolvidos ainda oferece oportunidades de crescimento do valor. (Dairy Industries – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 

Porto Alegre, 08 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.933

      Balança comercial: e as importações mantém o fôlego!

Muito discutidas recentemente, em função de alterações propostas pelo Ministério da Fazenda em relação às tarifas antidumping dos lácteos europeus e da Nova Zelândia, as importações seguem com fôlego. Os recentes dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) apontam um aumento de 15% na quantidade internalizada em equivalente leite no mês de fevereiro em relação a janeiro (total de 129 milhões de litros em equivalente leite). Ao compararmos com fev/18, importamos 58% a mais (ainda que, em relação a fev/17, a quantidade importada tenha sido 3% menor). Confira a evolução no saldo da balança comercial láctea no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo da balança comercial de lácteos no Brasil; elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.

 
Uma das principais influências no aumento da quantidade importada foi o aumento dos preços internos, notadamente para o leite em pó integral. Em fevereiro, foram importadas 8,8 mil toneladas, um aumento de 41% em relação ao mês de janeiro, e de 155% em relação a fevereiro de 2018. A correlação entre os aumentos de preços para o leite em pó integral e a quantidade importada entre dezembro de 2018 até fevereiro de 2019 é de 98,2%. Confira no gráfico 2.

Gráfico 2. Quantidade importada pelo Brasil de leite em pó integral industrial versus preço do leite em pó integral industrial no Brasil; elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex e com dados próprios.
 
Todavia, a quantidade importada diminuiu para outros derivados lácteos. A redução foi de 7% para o leite em pó desnatado, 11% nos queijos e 13% na manteiga, com a quantidade importada em fevereiro sendo de 2,7 mil toneladas, 2,3 mil toneladas e 0,7 mil toneladas respectivamente para cada um dos derivados citados acima. Já para o soro em pó, a maior demanda interna impulsionou as importações do produto, sendo internalizadas 1,5 mil toneladas, um aumento de 120% em relação a janeiro. Veja os valores na tabela 1. (Milkpoint)

Tabela 1. Balança comercial láctea em novembro de 2018; elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 
                 

 
Consumo antecipa reação do preço

O setor de lácteos vive um momento de recuperação de preços em 2019. Comemorando este novo cenário, após meses consecutivos de queda nos valores do litro de leite pagos aos produtores no ano passado, o presidente da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL), Caio Vianna, acredita que a reação antecipada - geralmente o preço começa a subir somente em março - deve-se ao aumento do consumo interno de lácteos. "A economia brasileira e o poder de compra das famílias vêm se recuperando e favorecem o maior consumo. Também há uma reação de preços no mercado internacional", constata. 

O valor de referência do litro de leite fechou o ano de 2018 em R$ 1,0559, segundo o Conseleite. Em fevereiro, foi projetado em R$ 1,1142. Estes cenários e outros painéis que abordarão as condições competitivas para produção de lácteos estarão em debate no 15° Fórum Estadual do Leite, promovido pela Cotrijal e CCGL, na próxima quarta-feira, dentro da 20ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. Mas antes disso, na terça-feira, Vianna irá moderar uma das palestras do 30° Fórum Nacional da Soja. 

O dirigente diz que a soja enfrenta um movimento contrário ao do leite, porque o ano de 2019 é "de muitos questionamentos" e há "um baixo interesse dos compradores estrangeiros" pela soja gaúcha neste momento. Como controladora dos terminais graneleiros Termasa e Tergrasa em Rio Grande, a CCGL percebeu que o número de agendamentos de navios para embarque da soja no porto gaúcho é inferior aos de ciclos anteriores nesta época do ano. O volume menor de negócios, segundo Vianna, é reflexo das negociações comerciais que envolvem China e Estados Unidos. 

Dependendo das tratativas entre estes países, Vianna comenta que os preços no Brasil podem ser favorecidos ou não, sobretudo no que se refere aos prêmios pagos nos portos. Para o gerente comercial de grãos da Cotrijal, Luís Claudio Gomes, 2019 deverá ser marcado por um ano de comercialização mais lenta da soja. Ele lembra que parte expressiva da safra, que recém começou a ser colhida, já foi comprometida em vendas antecipadas. Argumenta ainda que os preços atuais não estão atrativos e que os produtores, principalmente os mais capitalizados e os que travaram os custos antecipadamente, tendem a vender o produto somente em momentos mais oportunos. (Correio do Povo)

RS tem desafio de avançar no controle da brucelose

Foi definida nesta quinta-feira (7) a nova presidência do Conselho Técnico da Pecuária Leiteira do Fundesa RS. Foi eleito o representante do Ministério da Agricultura, auditor fiscal federal agropecuário Rodrigo Teixeira Pereira. Na vice-presidência, o representante da Fetag, Kaliton Prestes foi o escolhido.  Para o novo presidente do CTOPL o maior desafio é avançar no controle e erradicação da brucelose e tuberculose. "Isso só será possível com o aumento do número de testes diagnósticos para as enfermidades e com mais certificações de propriedades livres", afirma Pereira. Ele aproveitou o momento para reiterar a obrigatoriedade de vacinar contra a brucelose todas as terneiras de 3 a 8 meses de idade.

O presidente do Fundesa, Rogério Kerber, destacou que o Rio Grande do Sul é o único estado que indeniza produtores em casos de constatação de brucelose. Por isso, segundo ele, "há mais tranquilidade para realizar os testes e sanear o rebanho". Conforme o último levantamento realizado, a prevalência de brucelose no estado é inferior a 1%. "Embora com incidência baixa, é preciso manter os cuidados e realizar a vacinação para chegar à erradicação da doença e ao status de área livre", afirma Kerber. 

Os Conselhos Técnicos Operacionais do Fundesa têm o objetivo de sugerir ações para desenvolvimento de políticas de sanidade e produtividade para os setores. Também é atividade dos integrantes do CTO avaliar os pedidos de indenização de produtores, conforme o regulamento do fundo e a legislação sanitária vigente. 

Na próxima semana o CTOPL volta a se reunir com o objetivo de avaliar e atualizar os critérios para a tabela de indenizações para tuberculose e brucelose. (Assessoria de Imprensa Fundesa)

 
Leite/Uruguai 
O índice global de preços dos produtos lácteos subiu pela sétima vez seguida, desta vez 3,3%, fechando com a média de US$ 3.300/tonelada. O aumento ocorreu nesta terça-feira, 05 de março, no GlobalDairyTrade, referência chave para o mercado mundial. Um dos destaques foi o leite em pó integral (WMP), o principal produto exportado pelo Uruguai, que subiu 6%, cotado a US$ 3.186/tonelada. O aumento geral, e em particular desse produto, é um fator que eleva os ânimos dos produtores de leite. Isso, ocorre em um cenário que continua sendo complicado, avalia os agricultores, em consequência dos elevados custos e queda no faturamento, o que não permite que os produtores de leite sejam remunerados adequadamente pelo seu trabalho. (El Observador - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Porto Alegre, 07 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.932

      Maior demanda e oferta em desaceleração fazem subir o GDT

Na última terça-feira (05/03), foi realizado o leilão GDT 231 que emplacou sua sétima valorização seguida. Após um sinal de desaceleração na subida do GDT price index percebido no penúltimo leilão (19/02), o evento dessa terça foi marcado pela variação positiva de 3,3% no indicador; por outro lado, o volume negociado sofreu uma redução de 5,5%.

Com a demanda aquecida, o mercado chinês “puxou” a alta desse último GDT, refletida na maior procura por matéria gorda (AMF +3,9% e manteiga +3,7%), queijos (+6%) e o leite em pó integral (+6%). O leite em pó desnatado (LPD), no entanto, “amargou” sua primeira desvalorização nos últimos sete eventos (-4,6%). Dessa maneira, aumenta o descolamento entre LPI e LPD que estava em US$442/t e foi para US$724/t no leilão desta terça-feira, com o integral mais valorizado.

Apesar da aceleração da produção na Nova Zelândia (crescimento de 7,7% na produção de sólidos lácteos em jan/19 vs. jan/18), a desaceleração do crescimento da produção na União Europeia e nos Estados Unidos e o aumento das compras chinesas fizeram acelerar os preços de mercado. (Milkpoint/GDT)
 
                 

 
15º Fórum Estadual do Leite em destaque na programação da Expodireto Cotrijal

Ocorre na próxima quarta-feira (13/3) o 15º Fórum Estadual do Leite, tradicional evento realizado na Expodireto Cotrijal, em Não Me Toque (RS). Essa edição destacará o uso de soluções tecnológicas na produção de leite, a ampliação do consumo de produtos lácteos no Brasil e lições para torná-lo mais competitivo. O ciclo de palestras será realizado no turno da manhã, no Auditório Central da Feira. 

Para o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, os temas escolhidos para a composição das palestras permitem o engajamento de diversos elos da cadeia produtiva. Além disso, Palharini considera fundamental o espaço para pensar ações que ampliem o consumo de lácteos no mercado interno. Segundo ele, é indispensável engajar os consumidores por meio de campanhas e, para isso, é essencial a participação do setor público.

A expectativa é que cerca de 280 pessoas, entre pesquisadores, técnicos e produtores, participem do evento. O Fórum Estadual do Leite é uma promoção da Cotrijal e da CCGL, com apoio do Sindilat, da Sementes Adriana e do Senar/RS.

Programação:
8h30: Abertura
9h: Palestra - Consumo de Lácteos no Brasil: como avançar, com a médica veterinária Flávia Fontes – coordenadora do Programa Bebamaisleite
10h: Palestra - Agro 4.0 e sua contribuição para o futuro do leite, com o doutor Paulo do Carmo Martins – chefe-geral da Embrapa Gado, de Leite de Juiz de Fora (MG)
11h20: Palestra - Quais lições deveremos aplicar para obter competitividade no leite brasileiro?, com o doutor Glauco Carvalho – economista da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG)
12h10: Debate
12h30: Encerramento
(Assessoria de Imprensa Sindilat)

Entidades esperam que benefício seja mantido

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende que o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) prorrogue mais uma vez o Convênio ICMS 100/1997, que autoriza Estados a reduzir a base de cálculo do imposto ou isentar operações internas e concede descontos de 30% a 60% na base de cálculo para operações interestaduais que envolvam insumos e produtos agropecuários. O convênio vigora até 30 de abril deste ano e beneficia desde subprodutos do milho e da soja utilizados na fabricação de rações até inseticidas, fungicidas, formicidas, herbicidas e vacinas. 

Segundo a CNA, caso o benefício caia, o impacto sobre o preço dos insumos pode chegar até a 7,6%, dependendo do Estado. “A não prorrogação afetará a rentabilidade dos produtores e, por consequência, o crescimento sustentável da economia estadual”, diz o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon. O

O economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, explica que o convênio quer evitar a tributação em cascata que incide sobre todos os insumos do agronegócio e vem sendo renovado sem problemas a cada três anos. Revela também que o assunto já foi tratado pela Farsul com o secretário estadual da Fazenda, Marco Aurélio Santos Cardoso, que prometeu estudá-lo até a próxima reunião do Confaz, no início de abril. (Correio do Povo)

 
 
Agricultura familiar com identidade única

Dentro da lógica de que há males que vêm para bem, acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) pode finalmente tirar do papel desejo antigo dos produtores familiares de ter identificação única para ações do governo federal. Hoje, segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), são pelo menos 12 diferentes cadastros, entre estaduais e federais, que precisam ser preenchidos da Previdência à Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP).

Pela determinação do TCU, feita no ano passado, durante a gestão de Michel Temer, 660 mil DAPs deveriam ser suspensas em 6 de fevereiro de 2019 por suspeita de irregularidades. O documento é necessário para o produtor ter acesso a financiamentos.

Diante da iminência do cancelamento de 23% do total de DAPs hoje ativas no país, o Ministério da Agricultura, dentro do qual está a secretaria voltada a esse segmento da produção, negociou prazo de 30 dias para montar plano de trabalho. A partir dali, mais 120 dias para implementar o cadastro nacional da agricultura familiar - ou seja, até julho deste ano.

- O cadastro permitirá o cruzamento com dados de outros órgãos. Será uma coisa muito importante - pontua Fernando Schwanke, secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do ministério.

Nesse período de transição, também será feito um pente-fino nas declarações de aptidão que estão em vigor, a fim de checar eventuais suspeitas existentes.

A Fetag comemora a iniciativa, principalmente porque tem sido informada de que as entidades representativas serão chamadas para participar do modelo de cadastro a ser implementado.

- Seria a identidade do agricultor, que alimentaria o sistema com informações sobre a atividade. Substitui esse monte de coisas que tem de fazer hoje - observa Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS. (Zero Hora)
 
 
Ciclo de preços 

Estão em vigor condições para um novo ciclo de preços do leite, diz o economista rural do ASB, Nathan Penny. Uma oferta global aperta e demanda firme, é o cenário para novos aumentos. 

Os comentários foram feitos quando a Fonterra reviu o pagamento do leite para a temporada 2018/19. Penny disse que a revisão atingiu o topo das expectativas do banco. “Nossa própria previsão no início do mês teve um valor 25 centavos mais modesto”.

Penny observa que a revisão reflete o aperto no mercado de lácteos nos últimos três meses. As cotações no leilão da Fonterra aumentaram 17,3% desde o início de dezembro.

O crescimento da oferta é modesto na União Europeia (UE) e nos Estados Unidos (EUA), enquanto cai na Austrália. Enquanto isso, é provável que o recente clima quente signifique na Nova Zelândia, um crescimento da oferta restrito ao período de pico, acrescenta Penny.

“Os estoques globais estão bem menores que em anos anteriores. Os estoques de intervenção da UE eram um amortecedor contra qualquer aperto da oferta, no entanto, depois das vendas, entretanto, estão em níveis baixos, tornando a oferta de leite vulnerável.

Nossa visão é de que as condições atuais são propícias para o início de um novo ciclo de preços de produtos lácteos. Com isso em mente, já colocamos nossa previsão de NZ$ 6,25/kgMS sob revisão. É importante ressaltar que o ciclo está sendo preparado para a próxima temporada, conforme ficou evidenciada na projeção de NZ$ 7,00/kgMS para 2019/20”.

Penny observou que, embora o preço do leite esteja em alta, o desempenho da Fonterra continua a decepcionar.

A Fonterra revisou para baixo o lucro previsto de 2018/19, que foi reduzido para NZ$ 0,15-0,25/por ação. A cooperativa também anunciou que não pagará o adiantamento de dividendos este ano. (Dairy News – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 
 
Preços/NZ
Os preços do leite nas fazendas da Nova Zelândia vêm subindo, com produtos lácteos se valorizando mais rapidamente do que o esperado, informou o banco ANZ. A instituição acredita que a tendência deve continuar e, por isso, elevou a previsão do preço do leite para 6,30 dólares neozelandeses o quilo, o equivalente a US$ 4,34/kg, ou 3,3% mais. Na próxima temporada, também puxou para cima suas projeções, a 7,30 dólares neozelandeses o quilo (US$ 5,03), ou 5,8% mais. O banco adverte, entretanto, que a próxima safra deve ser vista com cautela, já que o crescimento econômico global está se desacelerando, o que pode reduzir a demanda por lácteos. (Estadão)

Porto Alegre, 01 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.931

      Custos/AR

Quando o preço começa a exceder o custo de produção, o Capital passa a ter remuneração positiva, e, portanto, Rentabilidade. A decisão de avaliar outra alternativa como destino do capital, surge da comparação da taxa de rentabilidade da produção de leite e da taxa de investimento alternativo.
 

Se assumirmos uma taxa de retorno sobre o capital de 5%, deve-se gerar uma renda líquida de AR$ 12.804/hectare/ano, que dividido por 7.576 litros de produtividade média de leite, deve gerar uma renda líquida unitário de AR$ 1,70/litro de leite. Assim, o preço de equilíbrio seria de AR$ 11,30/litro de leite (AR$ 9,60 do custo total + AR$ 1,70 de remuneração do capital), o que corresponde a US$ 0,30/litro.

 

(1) Receita = Faturamento com venda de leite e carne – (Custos operacionais + Manutenção de instalações + Amortizações + Folha de pagamento)
(2) Capital = Investimentos (terra, animais, máquinas, ativo imobilizado e circulante)

Quando são analisadas as regiões e destacar cada estrato, existem regiões inteiras com resultados negativos (Centro Santa Fe) e outras com rentabilidade e às vezes acima de 5% em média (Oeste de Buenos Aires). Aqui surgem as questões sobre o nível de produtividade e eficiência. Ainda que o tamanho não seja sinônimo de eficiência, as grandes fazendas apresentam custos menores, melhores preços e portanto, maior rentabilidade.

O cálculo do Preço de Equilíbrio e Custo Médio Ponderado de todos os modelos, são elaborados exclusivamente pelo Observatório do setor lácteo (OCLA) com os 30 modelos regionais estabelecidos pelo INTA (o instituto de pesquisas de tecnologias agropecuárias da Argentina), ponderando as 10 regiões e seus estratos. O preço do litro de leite é calculado incluindo as bonificações por qualidade e quantidade dos cerca de 30 modelos de fazenda de cada região. A média ponderada para janeiro foi de AR$ 9,65/litro, [aproximadamente R$ 0,94/litro].

Nota: Para simplificar a análise foi calculada a média ponderada de todas as regiões (10) e de todos os estratos produtivos (3 por região) de uma propriedade média (sistema produtivo predominante). Valores atualizados a janeiro de 2019 levando em conta os custos regionais de produção apurados pelo Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA). (Portalechero – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
                 
 
Argentina: queda no consumo de lácteos no mercado interno se intensifica

As vendas de produtos lácteos no mercado interno da Argentina caíram em 2018 e, comparadas com as do ano anterior, a queda foi de, em média, 2,3% em toneladas; e 1,9% se a medição for em litros de leite equivalente. O leite em pó foi o produto mais afetado, com queda de 11,4% em toneladas e em equivalente em litros de leite.

Os dados são provenientes do Painel de Indústrias de Laticínios, estabelecido a partir da pesquisa conjuntural da Resolução 230/16 e informações históricas da Resolução 7/14, ambos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca do país.

Os valores são expressos em toneladas e milhares de litros, dependendo do tipo de produto. A conversão para litros de equivalentes de leite é feita conforme Disposição 1/2018 DNL-MPyT: Coeficientes de Conversão Produto-Leite Equivalente e Composição do Leite Cru para sua Elaboração, conforme explicado pelo Observatório da Cadeia Láctea, que foi o responsável pela divulgação dos dados.

Para tornar os números compreensíveis, esclarece-se que os litros equivalentes de leite representam a transformação em leite cru, como tal, de cada quilo ou litro de produto acabado. Exemplo: 1 kg de queijo duro é feito com 13,4 litros de leite em média (entre 11 e 14 litros, dependendo da composição do leite).
De acordo com esses dados estatísticos e considerando os doze meses de 2018, o consumo de leites fluidos diminuiu 1,7% tanto em toneladas quanto em litros equivalentes. Nos queijos, a queda foi de 1,9% em toneladas e 1,7% em litros; enquanto em outros produtos - como iogurtes, gorduras e cremes – a queda foi de 4,6% em toneladas e 1,9% em litros.

Em relação ao nível de vendas, comparando dezembro de 2018 com dezembro de 2017, a queda no ano passado foi de 5% em toneladas. Em contrapartida, o colapso das vendas foi muito mais brutal no caso do leite em pó: 38,8% em toneladas e 11,9% equivalente em litros, em relação a dezembro de 2018 com o mesmo mês do ano anterior. Nos queijos, a queda foi de 6,2% e 8%, respectivamente, enquanto em outros produtos, foi de 13,5% e 11,9% em toneladas e litros, respectivamente.

Pode-se observar que as vendas acumuladas da amostra em 2018 tiveram uma queda de 1,9% em litros equivalentes de leite. O processo de queda de vendas no mercado interno (contrabalançado pelo aumento dos volumes exportados) acelerou com o avanço do ano, já que se compararmos dezembro de 2018 com o mesmo mês do ano anterior, a queda é de 13,9% em litros de leite equivalentes. (As informações são do Portal Lechero, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)


PIB per capita recua para o nível de 2010

Crescendo 1,1%, como apontam as previsões, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2018 permanecerá no mesmo patamar de sete anos antes, ainda inferior ao desempenho obtido em 2012. Se levada em consideração a geração de riqueza por habitante, o PIB per capita mostra um cenário ainda pior, com desempenho inferior ao de 2010, segundo dados desagregados do Monitor do PIB apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

O PIB per capita deve encerrar 2018 em R$ 32.443, a valores de 2018, ante os R$ 33.923 registrados oito anos antes. O mau desempenho explica-se pelo fato de a atividade econômica não ter acompanhado o crescimento populacional no período. "O PIB diminuiu, e a população ainda cresceu. Então somando os dois a situação fica ainda pior", explicou Juliana Cunha, analista do Núcleo de Contas Nacionais do Ibre/FGV.

Os dados mostram que a atividade econômica está muito distante de recuperar o que foi perdido durante a crise, ressaltou Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB. Se confirmado o crescimento de 1,1% em 2018, o PIB ainda precisará avançar 5% para retornar ao pico alcançado em 2014.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) previa uma alta de 1,3% no PIB de 2018, mas admite que o resultado deve ficar aquém do estimado, entre 1,1% ou 1,2%. O resultado oficial será divulgado amanhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As estimativas para o desempenho econômico do ano passado foram prejudicadas pela greve de caminhoneiros e pelo cenário de incertezas elevadas por causa do ambiente eleitoral e, consequentemente, sobre os rumos da política fiscal, argumentou José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea. "O cenário agora vai depender do calendário da reforma da Previdência. Boa parte dos investimentos está esperando ainda essa parte da política fiscal", frisou Souza Júnior.

Dificuldades
O Ipea projeta para este ano um avanço de 2,7%, mas acredita que o PIB volte ao pico apenas no ano seguinte, em 2020. "A economia está enfrentando mais dificuldade para voltar ao patamar anterior ao da recessão. Nas recessões anteriores, essa saída foi mais rápida. Desta vez, já se passaram 18 trimestres e (a economia) ainda não chegou lá", lembrou Claudio Considera.

O economista lembra que, na recessão de 1981, a economia recuperou a capacidade produtiva que detinha no primeiro trimestre da recessão após 13 trimestres. Na recessão de 1989, a atividade econômica recuperou o nível do PIB que tinha antes da crise em 16 trimestres. A última recessão teve início no segundo trimestre de 2014, segundo o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da FGV.

"Chama a atenção a lentidão dessa recuperação. Passamos por crises longas, mas a maior novidade é o quanto não temos conseguido recuperar essas perdas tão rápido quando em 81 e 89", corroborou Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria Integrada. (As informações são do portal Terra)
 
Preços/Uruguai
Segundo dados apresentados a El Observador pelo Instituto Nacional de la Leche (Inale), em 2018 a indústria recebeu, em dólares, 8% menos pelo leite vendido, devido à queda nos preços de exportação, enquanto que os preços no mercado interno se mantiveram, quando comparados com os de um ano atrás. Já o produtor perdeu, em dólares, 5%. Comparando os preços de dezembro de 2018 com os de dezembro de 2017 será observado, que em dólares, a indústria recebeu 17% menos pelo leite exportado (medidos por litro de leite equivalente), e no mercado interno a queda foi de 6%. O preço ao produtor, em dólares, no mês de dezembro de 2018, foi 10% menor do que o correspondente ao mesmo mês de 2017. (El Observador – Tradução livre: www.terraviva.com.br)