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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 12 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.513


Governo do Estado abre inscrições para o Programa Bônus Mais Leite

Ação para financiamento de projetos incentiva o crescimento e a qualificação da produção leiteira Rio Grande do Sul

O governo do Estado abriu, nesta terça-feira (11/11), as inscrições para o Programa Bônus Mais Leite, que tem objetivo de fortalecer e qualificar a cadeia produtiva do leite na agricultura familiar. Por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), em parceria com o Badesul, a iniciativa representa um investimento total de R$ 30 milhões.

A ação oferece um bônus financeiro de até 25% sobre o valor contratado por produtores enquadrados no Pronaf, em operações de custeio e investimento voltados à atividade leiteira. Para realizar a inscrição, o produtor deve preencher o formulário on-line para Solicitação de Enquadramento.

O Bônus Mais Leite visa incentivar a melhoria da qualidade do leite, a redução de custos e o aprimoramento da gestão nas propriedades. A execução do programa será feita por meio do Fundo Estadual de Apoio aos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper), com gestão financeira do Badesul e participação de instituições como Banrisul, Sicredi, Cresol e Sicoob, que atuarão como agentes operadores do crédito.

Os projetos poderão ser elaborados pela Emater/RS-Ascar ou por outros escritórios de assistência técnica, e devem ser apresentados em nome do produtor, com vinculação direta à cadeia do leite. Os termos de parceria entre a SDR, o Badesul, o Banrisul e as cooperativas Sicredi, Cresol e Sicoob foram firmados nesta segunda-feira (10/11). O financiamento do programa foi realizado com recursos do Fundo de Reconstrução do Rio Grande do Sul (Funrigs).

Investimento e custeio

Entre as áreas contempladas estão armazenamento de água e irrigação, fertilidade do solo, implantação de pastagens perenes, construção de sala de ordenha, aquisição de equipamentos e tecnologias de gestão. No caso de investimento, o bônus será de até R$ 25 mil, com um limite global de R$ 20 milhões em subvenções, beneficiando cerca de 800 produtores. Já para as operações de custeio, o incentivo pode chegar a R$ 5 mil, com R$ 10 milhões em subsídios, alcançando 2 mil agricultores familiares.

Para o secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, o investimento reforça o compromisso do governo estadual em estimular o desenvolvimento da cadeia leiteira. “O Bônus Mais Leite chega para dar condições de crescimento, inovação e renda às famílias que sustentam a cadeia leiteira gaúcha”, destacou Covatti.

Ainda neste ano, os agricultores poderão acessar os recursos por meio do Banrisul e das cooperativas parceiras. “Estamos juntos com a SDR nesta força-tarefa de promover o fortalecimento e a qualificação da cadeia produtiva do leite na agricultura familiar gaúcha”, afirmou o presidente do Badesul, Claudio Gastal.

Contrato do financiamento

Após análise e aprovação pela SDR, os produtores receberão a Declaração de Enquadramento, documento que garante o direito ao bônus e deve ser apresentado à instituição financeira no momento da contratação do financiamento. O programa permanecerá aberto para adesões dos produtores durante a vigência do Plano Safra 2025/2026, ou até que seja utilizada a totalidade dos recursos disponíveis para subvenções.

O Manual Operativo, a apresentação e o decreto que institui o programa, além do formulário de solicitação de enquadramento estão disponíveis no site da SDR, na aba Políticas Públicas, no item Bônus Mais Leite.

Ampliação de recursos

A criação do Bônus Mais Leite representa um marco no fortalecimento da cadeia produtiva do leite no Rio Grande do Sul, com um salto expressivo nos investimentos estaduais destinados ao setor no âmbito do Projeto de Apoio ao Desenvolvimento do Leite e da Pecuária Familiar.

Entre 2023 e 2025, o Governo do Estado aplicou R$ 24,8 milhões, que somados aos R$ 30 milhões do novo programa, totalizam R$ 54,8 milhões em recursos, volume muito superior aos registrados em períodos anteriores: R$ 11,2 milhões entre 2012 e 2014, R$ 10,06 milhões entre 2015 e 2018 e R$ 23,2 milhões entre 2019 e 2022.

O Bônus Mais Leite consolida, portanto, um novo patamar de investimento público e reafirma o comprometimento do Estado com a valorização e a retomada da produção leiteira gaúcha. (SDR)


RS inicia projeto-piloto de rastreabilidade individual de bovinos e bubalinos

Projeto-piloto busca aprimorar o controle sanitário, aumentar a competitividade e preparar o setor para atender mercados mais exigentes.

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) iniciou a implantação do projeto-piloto de Rastreabilidade Individual de Bovinos e Bubalinos no Rio Grande do Sul. A iniciativa, inédita no Estado, tem como objetivo modernizar o controle sanitário e ampliar o acesso dos produtores gaúchos a mercados nacionais e internacionais mais exigentes.

Nesta terça-feira (11/11), foi finalizado e disponibilizado o formulário de adesão para os produtores rurais interessados em participar voluntariamente do projeto, disponível aqui. 

O programa busca testar e aperfeiçoar o sistema de identificação individual de animais, que servirá de base para a futura implantação do modelo em todo o território gaúcho.

Mais segurança e competitividade
A rastreabilidade é uma ferramenta essencial para o fortalecimento da credibilidade e transparência da cadeia pecuária. Por meio da identificação individual, é possível acompanhar todo o ciclo produtivo dos animais, desde o nascimento até o abate, garantindo controle sanitário rigoroso, qualidade dos produtos e rastro de origem confiável.

Essa prática também atende às exigências de mercados internacionais, cada vez mais atentos à sustentabilidade, bem-estar animal e segurança alimentar, além de contribuir para abrir novas oportunidades comerciais e valorizar a carne gaúcha.

A rastreabilidade individual amplia a segurança e a confiabilidade das informações sanitárias, melhora a capacidade de resposta em situações de emergência e fortalece a competitividade da pecuária gaúcha. Além disso, o sistema se torna uma ferramenta de gestão para os produtores, oferecendo dados estratégicos sobre o desempenho do rebanho, histórico sanitário e movimentações.

“Esta é uma iniciativa que qualifica a produção e eleva a qualidade dos nossos produtos, tanto para o consumo interno quanto para os mercados internacionais. É uma chancela de origem e confiabilidade que o produto gaúcho passa a oferecer ao aderir à rastreabilidade”, destaca a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA/Seapi), Rosane Collares.

Etapas do projeto

Durante o projeto-piloto, a Seapi fornecerá dispositivos oficiais de identificação individual (brincos e botons eletrônicos), além de orientação técnica e acompanhamento para a aplicação, registro e utilização dos dispositivos. Também será disponibilizado o acesso ao sistema informatizado de rastreabilidade, onde as informações serão registradas e gerenciadas.

A previsão é de que as atividades sejam concluídas até maio de 2026, com acompanhamento técnico permanente das equipes regionais da Seapi durante todas as etapas do processo. (Seapi) 

La Niña deve ter efeitos moderados no RS

Os efeitos do fenômeno La Niña devem ser moderados neste trimestre, variando em intensidade conforme a região e o município do Rio Grande do Sul. A projeção foi apresentada na manhã da última quinta-feira (6/11), durante coletiva de imprensa na sede da Superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA/RS), em Porto Alegre. 

"É um momento que exige cautela. Não há previsão de frustração, mas também não se visualiza a perspectiva de supersafra”, afirmou o superintendente do MAPA/RS, José Cleber de Souza.De acordo com o meteorologista Glauber Ferreira, coordenador de Monitoramento e Previsão Climática do INMET em Brasília, a tendência para os próximos três meses é de temperaturas de 0,5 °C a 1 °C acima da média e precipitações cerca de 50 mm abaixo do volume normal. 

“O cenário indica uma La Niña relativamente curta e de fraca a moderada intensidade. No Rio Grande do Sul, os efeitos serão sentidos mais no início do verão”, detalhou Ferreira. O agrometeorologista Gilberto Cunha, da Embrapa Trigo, reforçou que a atenção deve ser redobrada nas regiões Sul, Campanha, Fronteira Oeste e Missões — áreas historicamente mais vulneráveis aos impactos da estiagem sobre os cultivos de verão.

Segundo Cunha, a melhor forma de prevenir os impactos é fazer a rotação de culturas e a gestão efetiva do manejo dos cultivos, entre outras medidas que podem contribuir para a construção de uma melhor capacidade de enfrentamento a longo prazo. Contudo, o agrometeorologista da Embrapa Trigo destaca que algumas decisões podem ser tomadas na pré-safra para diluir os riscos.  Cunha recomenda duas estratégias: o uso de cultivares de ciclos diferentes e a ampliação do calendário de semeadura, observando o que é preconizado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático, em escala municipal, conforme o tipo de solo, evitando concentrar todo o plantio no mesmo período. 

O chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, alertou para os problemas de compactação e adensamento do solo, que comprometem a infiltração de água. “Nosso problema econômico é precedido de um problema agronômico. E a adaptação depende de boas práticas de manejo, já amplamente conhecidas pelos produtores”, destacou. Pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Giovani Theisen sugere que os produtores evitem fazer o preparo convencional do solo, recomendando que se faça uma gradagem leve integrada à subsolagem – técnica que consiste em romper camadas compactadas para melhorar a infiltração de água, permitindo que as raízes se aprofundem. 

Cunha ainda enfatizou que produtores que mantêm cultivos diversificados, solo com alta matéria orgânica e cobertura vegetal durante todo o ano tendem a apresentar melhores resultados em períodos de estiagem. Ele também reforçou a importância do seguro agrícola. “É um ano que exige cautela, mas ainda com boas expectativas de produtividade, especialmente no Rio Grande do Sul”, concluiu. (Milkpoint)


Jogo Rápido

Dairy Vision 2025: comunicação, inovação e propósito em um setor que se reinventa
A primeira tarde do Dairy Vision 2025 trouxe reflexões sobre como o setor lácteo pode dialogar com diferentes gerações e acompanhar as transformações do consumo, sem perder seus valores essenciais. No Painel 2, especialistas destacaram a importância de comunicar de forma autêntica e segmentada. Hayla Fernandes (Vaca Feliz) falou sobre a reconquista da Geração Z, que busca leveza e propósito nas marcas. Já Monica Pucci Simão (Syncronia Consultoria) ressaltou as oportunidades do mercado sênior, que exige mensagens adaptadas às suas diferentes faixas etárias. A inovação também teve destaque com Emerson Diniz (Novonesis), que apresentou as biossoluções como caminho para equilibrar tecnologia, consumo e meio ambiente. Ricardo de Carli (Bain & Company) trouxe a discussão sobre o impacto dos medicamentos GLP-1 e o crescimento da busca por produtos naturais e protéicos — como os lácteos. No Painel 3, o foco foi sustentabilidade e futuro. Martha Baker (Alltech) lembrou que sustentabilidade envolve meio ambiente, viabilidade econômica e responsabilidade social. Luis Arbona (Sidel) mostrou os avanços da embalagem PET asséptica, e Monica Cristina Jacon (Kerry) reforçou a versatilidade dos lácteos diante das novas demandas globais. O resumo do primeiro dia é claro: o futuro do leite está na inovação com propósito — comunicar melhor, produzir com responsabilidade e se conectar com um consumidor em constante mudança. (MilkPoint adaptado pelo Sindilat)

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Porto Alegre, 11 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.512


A importância de participar de feiras e eventos!

Envolver-se em feiras e congressos do leite amplia sua rede, fortalece seu conhecimento e impulsiona sua carreira no setor produtivo. Aproveite essas oportunidades.

Você que está ligado a atividade leiteira, produtor de leite ou profissional das mais diferentes áreas que habitam o ecossistema produtivo, apaixonado por vaca ou simplesmente passa a grande maioria dos seus dias envolvidos com vacas leiteiras em função de seu trabalho e ou estudo, é daqueles que tem participado de feiras ou eventos ligados ao setor Lácteo? Não? Então eu preciso te convidar a refletir sobre a possibilidade de você começar a incluir estas oportunidades em sua vida.

Oportunidades sim, feiras e eventos são oportunidades acima de tudo de relacionamento interpessoal, pessoas convivendo com pessoas, em momentos globais onde as redes sociais e a IAs veem se apoderando dos holofotes dia após dia, nada como uma boa feira, congresso, seminário ou evento direcionado a atividade leiteira para te dar um oceano de oportunidades nos mais diferentes níveis de relacionamento e conhecimento, tipo assim, sabe aquela máxima do básico bem feito, ou como não nos cansamos de falar que: “É muito fácil fazer certo na primeira vez”, em um evento destes, certamente terás a oportunidade de sair diferente se comparado ao momento que você ali chegou, melhorando muito a base de conhecimento que você vem construindo ao longo de sua jornada.

Nos referimos apo fato de que quando chegamos a uma feira como a Agroleite na capital nacional do leite, Castro no Paraná, ou aos redores do Pavilhão do Gado Leiteiro na Expointer em Esteio no Rio Grande do Sul, direcionarmos nossa agenda, e visitarmos os lugares certos, que fazem sentido para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional, a qualidade do networking é simplesmente incomparável, sem contar com a possibilidade de aproveitarmos os eventos técnicos e palestras, apresentação de artigos, lançamentos e visitas técnicas que sempre fazem parte de cada edição realizada.

Eventos como Interleite, Milk Pro Summit ou Dairy Vision promovidos pelo MilkPoint, ou ate mesmo o recente Milk Summit Brazil ocorrido em Ijuí, RS nos dão a feliz oportunidade de encontrar pessoas, do nosso convívio atual, sobretudo muitas que a tempos não tínhamos a oportunidade de ver; Perceber que mesmo estando em empresas diferentes, ou cada vez mais consolidando a presença na mesma empresa a décadas, o objetivo de desenvolvimento pessoal e profissional salta aos olhos quando do silencio e concentração tomam conta do ambiente quando a informação e o conhecimento passam a ser compartilhado por profissionais cada vez mais desafiados a compartilhar as oportunidades que a atividade leiteira “teima” em nos brindar.

Oportunidade, a grande mensagem do evento, sobretudo com as mudanças que estão ocorrendo no setor produtivo de leite, tema abordado com excelência pelo Marcelo Carvalho CEO da MilkPoint Ventures, inovação para buscar a sustentabilidade tal qual brilhantemente discorreu o tema o nosso sempre mestre Paulo Martins da Esalq/Usp, ou ainda nos resultados de pesquisas científicas trazidos pelo Glauco Carvalho a Embrapa Leite e pelo Jaime Ries da Emater/RS que corroboram com as mudanças trazidas pelo Marcelo e as inovações compartilhadas na visão do Paulo, que realmente nos mostram que o produto nobre leite, está longe de deixar de nos trazer oportunidades.

Produtos, serviços, sistemas, pesquisa, assistência técnica, oportunidades comerciais, tudo girando ao redor do ecossistema produtivo leiteiro, que mesmo passando por um momento delicadíssimo de sua história, mantém um leque incomensurável de possibilidades de aprendizado, crescimento pessoal, profissional e de relacionamento com pessoas, e através daí ficamos sempre mais ligados a feliz “oportunidade” de colher o melhor do convívio entre as espécies homem e vacas.

Mas se você não tem participado de eventos semelhantes ao que trouxemos, seja uma pequena palestra na sua região, uma feira de pequeno ou grande porte, ou um evento de relevância mundial, você está perdendo a “oportunidade” de vivenciar isto e quem sabe, sua evolução pessoal e profissional lhe cobre satisfações em relação a isto logo ali na frente, daí a importância de participar de feiras e eventos ligados a atividade leiteira, sempre que possível, fica a dica. (Milkpoint)


Influência do agro no clima: como o agronegócio molda a COP30

A influência do agro brasileiro ganha peso na COP30, com estratégias voltadas a moldar políticas climáticas globais

A influência do agronegócio brasileiro desponta como um dos temas centrais da COP30, marcada para acontecer em Belém (PA) — Brasil, e reúne atores que buscam integrar produção de alimentos, desenvolvimento sustentável e políticas públicas globais. Segundo reportagem da Revista Fórum, o setor agropecuário do Brasil aparece como protagonista ao sugerir orientações para as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e outras agendas climáticas.

Fontes ligadas ao setor indicam que cooperativas, grandes empresas do agronegócio e organismos federais articulam em fóruns paralelos à COP30 para posicionar temas como agricultura tropical sustentável, florestas e financiamento climático. Segundo documento do governo brasileiro, o setor agropecuário “será parte essencial da solução climática global”.

Contexto estratégico
Para o Brasil, sediar a COP30 representa não só uma oportunidade diplomática, mas também econômica e de imagem internacional. O agronegócio brasileiro, ao ocupar esse espaço, busca articular dois vetores: reforçar sua voz na governança climática global e alinhar produção de alimentos com exigências de sustentabilidade. A reportagem destaca que essa influência se dá tanto por meio de debates técnicos quanto de lobby — inclusive com campanhas para moldar a opinião pública.

Dentro desse contexto, emerge o conceito de “agricultura tropical sustentável”, defendido por representantes do setor como norte estratégico para posicionar o Brasil como referência global.

Implicações para o setor leiteiro
Para a cadeia láctea — relevante em regiões como o Brasil central e sul —, a projeção de influência do agronegócio significa que temas regulatórios, créditos de carbono, investimentos em inovação e uso de terras podem ganhar novo contorno. A valorização de práticas de produção sustentável e de uso da terra está intrinsecamente ligada à forma como os grandes setores agroalimentares se posicionam no âmbito climático.

Se o agronegócio lidera o diálogo na COP30, as empresas de laticínios e fornecedores de insumos devem ficar atentas a movimentos que vão da restauração de pastagens e integração lavoura-pecuária-floresta até financiamento climático, rastreabilidade e exigências de certificação para acesso a mercados internacionais.

Desafios e tensões
Apesar da postura proativa, há tensões evidentes: movimentos ambientais apontam para risco de greenwashing e instrumentalização da narrativa climática pelo agronegócio brasileiro. Um relatório cita que “empresas de alimentos e do agronegócio vão se apresentar como solução para a crise climática na cúpula no Brasil — embora os alimentos sejam responsáveis por um terço do aquecimento global”.

Além disso, a influência reivindicada exige tradução em ações concretas: redução de desmatamento, restauração de terras degradadas, mudanças nos modelos de uso do solo, transparência e financiamento robusto. A reportagem indica que, apesar dos discursos, o avanço real no setor foi limitado.

O que está em jogo
Definir as NDCs: o agronegócio brasileiro busca participação na formulação das metas nacionais de clima, influenciando o posicionamento do país.

Financiamento climático: os recursos destinados à agricultura sustentável e à restauração de terras são parte da agenda da COP30, onde o Brasil busca protagonismo.

Uso da terra e emissões: a produção de alimentos, especialmente em grandes escalas, está dentro da agenda de mitigação, e o setor agro assume que sua influência passará por práticas sustentáveis mais visíveis.

Imagem internacional e relações comerciais: associar o agro à sustentabilidade pode abrir mercados e investimentos, mas também exige contrapartidas tangíveis.

Conclusão
Em síntese, a influência do agronegócio brasileiro na COP30 mostra que o setor alimentício vai além da produção e entra em diálogo direto com políticas climáticas globais. É importante observar que esse protagonismo implica efeitos práticos: desde exigências de rastreabilidade, sustentabilidade, financiamento até nova dinâmica de investimentos e competitividade internacional. O setor deve estar preparado para essa realidade em transformação.

Escrito para o eDairyNews, com informações de Revista Fórum.

IA na Fazenda Leiteira: como começar do zero e aumentar a eficiência

A IA ajuda o produtor a tomar decisões mais rápidas e precisas, usando dados coletados na própria fazenda. Ela identifica padrões e faz previsões que o olho humano não conseguiria perceber, permitindo agir antes que o problema aconteça. Confira o passo a passo de como começar a usar a IA.

Durante muito tempo, falar em Inteligência Artificial (IA) parecia coisa de laboratório ou de grandes empresas. Mas essa realidade mudou. Hoje, fazendas de todos os tamanhos já estão colhendo resultados concretos com o uso de tecnologias simples e acessíveis.

A IA ajuda o produtor a tomar decisões mais rápidas e precisas, usando dados coletados na própria fazenda como a produção de leite, a alimentação das vacas e o histórico de saúde do rebanho. Ela identifica padrões e faz previsões que o olho humano não conseguiria perceber, permitindo agir antes que o problema aconteça. Em vez de apagar incêndios, o produtor passa a gerir de forma proativa, prevenindo doenças, controlando custos e aumentando o lucro.

Por que o produtor de leite precisa olhar para a IA? 

O setor leiteiro vive sob forte pressão: os custos de insumos seguem em alta, as margens de lucro estão cada vez mais apertadas e a necessidade crescente de produtividade e sustentabilidade aumenta a cada dia. Nesse cenário, a gestão baseada em “achismo” já não tem espaço.

A IA funciona como um assistente digital que nunca dorme, monitorando o rebanho 24 horas por dia e alertando o produtor sempre que algo sai do normal. Se uma vaca começa a ruminar menos que o habitual, o sistema envia um alerta indicando possível mastite ou distúrbio digestivo. Se o comportamento de cio muda, ele mostra o melhor momento para inseminação. E quando a produção de uma vaca cai sem motivo aparente, a IA cruza dados de alimentação, temperatura e atividade para apontar o que está errado. 

O que a IA faz na prática dentro da fazenda

A IA não precisa de robôs caros nem de sistemas complicados! Ela se integra a equipamentos e softwares simples que transformam dados do dia a dia em informações úteis.

Monitoramento da saúde e bem-estar animal:  sensores instalados em coleiras, brincos ou pedômetros registram o comportamento das vacas — quantas vezes ruminam, quanto caminham e até variações de temperatura corporal. O sistema analisa tudo automaticamente e envia relatórios ou alertas direto para o celular do produtor ou do veterinário. Um simples aviso, como “A vaca 154 apresenta queda na ruminação há 8 horas”, permite agir antes que a doença comprometa a produção, economizando tempo, medicamentos e leite descartado.

Otimização da alimentação e da produção: a IA compara dados de produção de leite com o consumo de ração e o comportamento alimentar. Com isso, o produtor consegue ajustar a dieta de forma precisa, identificar quais animais têm melhor conversão alimentar e reduzir desperdícios. Se o sistema detecta que determinado lote está comendo mais, mas produzindo menos, ele indica automaticamente possíveis falhas na mistura da ração ou estresse térmico.

Previsão e planejamento do rebanho: a IA usa dados históricos para prever o melhor momento de inseminar, estimar a produção nas próximas semanas e identificar vacas com maior risco de doenças ou menor longevidade. Essas informações ajudam o produtor a tomar decisões mais assertivas sobre descarte, reposição e manejo reprodutivo.

Guia Prático: Como começar a usar IA na fazenda em 5 passos
Descubra onde estão seus maiores problemas:
Antes de investir em tecnologia, olhe para dentro da fazenda e defina onde estão as maiores perdas. Estabeleça metas simples, como reduzir casos de mastite em 15% ou aumentar a taxa de concepção em 10%. Comece pequeno e com foco.
 
Organize e digitalize seus dados
A IA só funciona bem quando tem boas informações para analisar. Reúna dados sobre produção diária, inseminações, histórico de doenças e consumo de ração. Se ainda usa papel, migre para planilhas ou softwares simples de gestão rural. Quanto mais estruturados forem os dados, mais eficiente será o sistema.
 
Escolha as ferramentas certas
Hoje existem soluções acessíveis para todos os perfis de fazenda, desde coleiras inteligentes e brincos com sensores até softwares de gestão com análise de IA. O ideal é começar testando em um lote pequeno e expandir conforme os resultados aparecem.
Dica: comece testando em um lote pequeno de vacas. Veja os resultados e amplie depois.
 
Treine sua equipe e mude a rotina aos poucos
Tecnologia não gera resultado sozinha. É essencial que todos saibam utilizá-la e confiem nos alertas do sistema. Mostre exemplos práticos — como um sensor que detectou uma vaca doente antes dos sintomas — para demonstrar os benefícios. Com o tempo, a equipe entenderá que a IA veio para facilitar, não substituir o trabalho humano.
 
Acompanhe os resultados e expanda
Após alguns meses, verifique se houve melhora nos indicadores de produção, reprodução e sanidade. Análise:
Os alertas estão ajudando?
As taxas de cio ou de produção melhoraram?
Houve redução de mastite ou de custos com ração?

Compare os resultados com seus objetivos iniciais. Se houver ganho comprovado, expanda o uso da IA para todo o rebanho.

Desafios reais — e como superá-los

O primeiro desafio costuma ser o investimento inicial. Mas é importante encará-lo como um custo com retorno mensurável: a IA reduz perdas com leite descartado, medicamentos e mão de obra. Além disso, muitos fornecedores oferecem modelos de assinatura mensal, sem necessidade de grandes gastos iniciais.

Outro ponto é a conectividade. Mesmo em áreas com pouca internet, já existem sistemas que funcionam offline e sincronizam os dados assim que o sinal é restabelecido. Alternativas como internet via satélite ou programas de conectividade rural de cooperativas e do MAPA também estão cada vez mais acessíveis.

Por fim, há a resistência da equipe. Mudanças geram receio, mas quando os colaboradores percebem que a IA facilita tarefas, como identificar cio ou doenças com antecedência, a tecnologia deixa de ser vista como ameaça e passa a ser uma aliada no dia a dia.

Conclusão

A Inteligência Artificial não substitui a experiência do produtor, mas, sim, amplia seu poder de decisão. Ela transforma dados em conhecimento e conhecimento em lucro. 

Comece pequeno. Escolha um problema, organize seus dados, teste uma ferramenta e acompanhe os resultados. Em pouco tempo, você vai perceber que a IA não é o futuro do campo, é o presente. Quem aprender a usá-la desde já, estará um passo à frente na pecuária do amanhã.

Referências bibliográficas
EMBRAPA Gado de Leite. Pecuária de precisão e inovação tecnológica na produção de leite. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2022.

BRASIL. Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Conectividade no Campo: Programa Nacional de Conectividade Rural. Brasília: MAPA, 2024.

STARLINK. Serviços de Internet via Satélite para Áreas Rurais. Hawthorne, CA: SpaceX, 2025.

EMBRAPA. Inteligência Artificial no Agronegócio: Aplicações e Desafios. Brasília: Embrapa, 2023.

NEDAP – Nedap Livestock, 2025.


Jogo Rápido

EE explica: leite vai ajudar o Pedro na calcificação do osso?
Você sabia que o leite pode ter um papel direto na saúde dos seus ossos? Descubra como essa bebida tão comum na nossa mesa pode colaborar na calcificação óssea do atleta Pedro. Uma reportagem instigante que une nutrição, esporte e ciência — imperdível! Assista a matéria completa no globoplay, clicando aqui. (Globoplay adaptado pelo Sindilat/RS)

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Porto Alegre, 10 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.510


Prêmio Sindilat de Jornalismo tem 33 trabalhos na disputa

Com o encerramento do prazo de inscrições, o 11º Prêmio Sindilat de Jornalismo contabiliza 33 trabalhos na disputa. São 18 publicações na categoria Texto e outras 15 na de Audiovisual.

A iniciativa é promovida pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS) e busca valorizar o papel da imprensa na divulgação de temas ligados à cadeia produtiva do leite no Estado. As inscrições foram encerradas em 7 de novembro de 2025.

Os materiais seguem agora para análise da comissão julgadora, formada por profissionais da área de comunicação e por representantes de entidades do setor. A expectativa é que os três trabalhos finalistas de cada categoria sejam conhecidos até 28 de novembro de 2025. Os vencedores serão anunciados em dezembro.


Quantos produtos lácteos diferentes existem no Brasil?

Do tradicional leite UHT aos queijos cremosos, descubra o que os números dizem sobre a diversidade e os desafios do setor lácteo brasileiro.

O leite é, sem dúvida, uma das matérias-primas mais versáteis e estratégicas para a indústria de alimentos. A partir dele, obtém-se uma ampla gama de derivados que compõem a base da alimentação cotidiana dos brasileiros. Esses produtos variam em sabores, texturas, estados, entre outras características.

Mas qual é, afinal, a dimensão dessa diversidade? Apresentamos um panorama inédito sobre a variedade de produtos lácteos disponíveis no mercado nacional, com base em dados extraídos da ferramenta Desrotulando. O Desrotulando é um aplicativo colaborativo que reúne informações sobre a composição nutricional de alimentos industrializados. Os usuários enviam fotos de rótulos, que são analisadas pela equipe do app. Com mais de 60 mil produtos avaliados, ele não abrange todo o mercado brasileiro, mas representa uma grande base de dados sobre alimentos disponíveis no país.

Nosso levantamento mapeou o número de rótulos cadastrados por categoria de derivado lácteo, revelando a amplitude das opções ao alcance do consumidor. Os resultados impressionam: são cerca de 3.700 produtos lácteos diferentes disponíveis nas prateleiras brasileiras. Essa diversidade, distribuída de forma desigual entre as categorias, ilustra a complexidade e a vitalidade do setor.

Detalhando os números

Como era de se esperar, a categoria com o maior número de rótulos cadastrados no aplicativo é a de queijos, respondendo sozinha por 23% dos produtos lácteos disponíveis nos supermercados brasileiros. No entanto, o requeijão foi considerado separadamente, dada a sua expressiva representatividade: 14% dos produtos do mercado nacional. Somadas, essas duas categorias correspondem a 37% de todos os laticínios avaliados, evidenciando o protagonismo dos queijos no consumo brasileiro.

O caso do requeijão merece destaque: ele se consolidou como um item cotidiano nas mesas do país e, em número de rótulos, superou até a tradicional muçarela. Os preços mais acessíveis (especialmente nas versões com adição de amido) e a praticidade de uso, já que pode ser facilmente espalhado, ao contrário dos queijos fatiados ou cortados, contribuíram para o sucesso do produto no mercado brasileiro.

Diante desse sucesso do requeijão no mercado brasileiro, observa-se também o crescimento de versões “cremosas” ou “spreadable” de queijos tradicionais, como ricota e cheddar. Esses produtos chegam ao mercado com preços mais competitivos e atraem consumidores em períodos de alta inflação, como o atual. Vale lembrar ainda que a maioria das marcas de requeijão é regularizada e fiscalizada, enquanto o segmento de queijos (especialmente os frescos, como a muçarela) ainda convive com significativa informalidade comercial.

Depois dos queijos, o produto com maior diversidade no nosso levantamento foi a manteiga. Após anos perdendo espaço para a margarina, a manteiga retomou seu protagonismo com o avanço de estudos científicos que evidenciaram seus benefícios quando consumida de forma equilibrada. Presente tanto no café da manhã, como acompanhamento no pão, quanto em preparações culinárias mais elaboradas, ela se tornou também a queridinha dos chefs de cozinha. A versão com sal continua sendo a mais comum e consumida, representando 78% do mercado brasileiro.

Números do leite fluido

Em terceiro lugar em número de produtos identificados, está o leite fluido, carro-chefe do setor lácteo brasileiro. O produto mais consumido do país também está entre os mais disponíveis. Embora não apresente grande variedade de tipos e sabores, como os queijos, o leite UHT aparece em 14 versões diferentes nas prateleiras, representando 14% dos laticínios do mercado nacional. Apenas na versão integral, foram encontradas 103 marcas diferentes. O leite pasteurizado aparece em 4 versões (integral, integral zero lactose, semidesnatado e semidesnatado zero lactose) e o leite em pó apenas na versão integral.

Essa grande pulverização de marcas reflete um mercado altamente competitivo, em que diversas empresas disputam espaço essencialmente por preço. Embora isso amplie as opções para o consumidor, tende a reduzir as margens de lucro da indústria, dificultando investimentos em inovação e diferenciação de produtos. Em segmentos maduros e de baixo valor agregado, como o leite UHT, essa guerra de preços pode comprometer a sustentabilidade econômica das empresas menores e reforçar a concentração de mercado em torno das grandes marcas, que conseguem operar com maior escala e eficiência logística.

A ampla diversidade de produtos lácteos disponíveis no mercado brasileiro reflete a força e a complexidade da cadeia do leite, mas também traz desafios importantes. De um lado, a variedade amplia o poder de escolha do consumidor e demonstra a capacidade de inovação e criatividade da indústria. De outro, a intensa competição por preço e a dificuldade de valorizar produtos premium no mercado brasileiro reduzem as margens de rentabilidade, especialmente em categorias de menor valor agregado. Embora existam nichos que valorizem qualidade e diferenciação, grande parte das decisões de compra dos brasileiros ainda é guiada por preço, indulgência e marca. Esse equilíbrio delicado entre diversidade, inovação e realidade de mercado exige estratégias que combinem diferenciação, qualidade e eficiência produtiva, que são elementos fundamentais para manter o setor lácteo competitivo e resiliente em um cenário de consumo em constante transformação.

Autores: Kennya Siqueira, Manuela Lana, Juliana Dutra

Newsletter do Observatório do Consumidor
Ano 4, nº 32 - Outubro/2025

MDA cria grupo de trabalho para propor políticas de fortalecimento do leite familiar

Grupo de Trabalho vai propor medidas de crédito, comercialização e fortalecimento das cooperativas familiares.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) instituiu, por meio da Portaria nº 55, de 22 de outubro de 2025, o Grupo de Trabalho da Cadeia Leiteira da Agricultura Familiar (GT-Leite). A iniciativa tem o objetivo de articular medidas emergenciais e estruturantes de apoio ao setor leiteiro, diante das oscilações de mercado, altos custos de produção e perda de competitividade enfrentadas pelos pequenos produtores — fatores que impactam diretamente a renda e a permanência das famílias no campo.

O grupo terá como missão elaborar diagnósticos e propor estratégias que ampliem a sustentabilidade econômica, ambiental e produtiva da cadeia leiteira, com foco em crédito, comercialização, industrialização local e fortalecimento das cooperativas familiares.

A proposta é garantir condições mais estáveis de produção e comercialização, valorizando o leite como um dos pilares da agricultura familiar no Brasil.

Inicialmente, o GT-Leite atuará por 30 dias, podendo ser prorrogado por igual período. Ao final dos trabalhos, o grupo apresentará um relatório com recomendações e propostas ao ministro Paulo Teixeira.

Composição e objetivos

O colegiado é formado por seis representantes do MDA, incluindo:

a Secretaria de Agricultura Familiar e Agroecologia (SAF) — responsável pela coordenação;
a Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar (SEAB);
a Secretaria Executiva;
a Assessoria Especial do Gabinete do Ministro;
e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Para o secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia, Vanderley Ziger, a criação do grupo reforça o papel do MDA na formulação de políticas públicas sensíveis às demandas do campo.

“A cadeia do leite é uma das mais importantes da agricultura familiar, presente em todos os estados e essencial para a segurança alimentar das comunidades rurais. Este grupo será um espaço de construção conjunta, ouvindo quem está na ponta da produção e transformando as demandas das famílias em ações concretas que garantam renda, estabilidade e valorização do produtor familiar de leite”, destacou Ziger.

Espaço de diálogo e construção coletiva

Além dos membros oficiais do MDA, o GT-Leite será um espaço aberto à colaboração de movimentos sociais, cooperativas, instituições de pesquisa, governos locais e entidades de capacitação profissional. A divulgação da lista de organizações participantes busca ampliar o diálogo e estimular novas adesões, fortalecendo a construção coletiva de políticas públicas para o setor leiteiro.

Instituições e organizações parceiras:

Embrapa Gado de Leite – Glauco Carvalho, Pesquisador
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) – Guilherme Souza Dias, Assessor Técnico
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) – Fernando Pinheiro, Analista Técnico e Econômico
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) – Sandra Bonetti, Secretária de Meio Ambiente
Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (CONTRAF) – Elizandro Paulo Krajczy, Coordenador Estadual – Paraná
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) – Adelar José Pretto, Dirigente
União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES Paraná) – Adair Alves, Vice-Presidente
Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) – Bruno Meireles Leite, Coordenador-Geral de Produção Animal
Câmara dos Deputados / Núcleo Agrário – Jelton Francisco Fernandes, Assessor Técnico
Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ/USP) – Rodrigo Maule, Pesquisador, e Valter Bianchini, Consultor
Representantes dos produtores rurais: Edvaldo Vasconcellos, Fábio Henrique de Barros Pimentel, Fábio Luis Cabral do Nascimento Pinto e Mateus Ferrari Ananias.

As informações são do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.


Jogo Rápido

Amanhã começa o Dairy Vision 2025, ainda da tempo de participar!
A espera está chegando ao fim! Amanhã, tem início o Dairy Vision 2025, evento que se consolidou como o principal fórum de debates sobre o futuro do setor lácteo na América Latina. Durante dois dias de programação intensa, profissionais de toda a cadeia, da indústria à produção, passando por pesquisa, inovação, marketing e varejo, estarão reunidos para compartilhar experiências, discutir desafios e identificar novas oportunidades de crescimento. O Dairy Vision 2025 trará uma grade de conteúdo cuidadosamente elaborada, com palestras de líderes nacionais e internacionais, painéis sobre as tendências mais atuais e momentos de interação estratégica que estimulam o networking e a formação de novas parcerias. Além da programação técnica, o evento é também uma oportunidade de vivenciar o ambiente de transformação e colaboração que marca o setor lácteo contemporâneo. Cada edição reforça o propósito de inspirar ações concretas e promover conexões que aceleram o avanço da cadeia do leite. Com expectativa de público recorde e presença de grandes empresas e instituições, o Dairy Vision 2025 reafirma seu papel como o evento de referência para quem quer entender — e construir — o futuro do leite. Prepare-se para dois dias de muito conteúdo, troca e inspiração. Ainda da tempo de participar, saiba mais sobre o evento aqui! (Milkpoint)

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Porto Alegre, 07 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.510


Balança comercial de lácteos: Em outubro importações avançam e se aproximam dos níveis vistos no segundo semestre de 2024

As exportações recuaram, enquanto as importações aumentaram em outubro em relação ao mês anterior, resultando em um saldo negativo. Confira!

O saldo da balança comercial de lácteos voltou a piorar neste mês. As exportações recuaram, enquanto as importações aumentaram em outubro em relação ao mês anterior, resultando em um saldo negativo de 203,7 milhões de litros em equivalente leite.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.

Em outubro, as exportações de lácteos totalizaram 4,4 milhões de litros em equivalente-leite, representando uma retração de 23% em relação ao mês anterior, porém seguiram em um patamar similar ao total exportado em outubro do ano passado. No entanto, no acumulado de janeiro a outubro de 2025, as exportações ainda registram queda de 26,2% em comparação com o mesmo período de 2024.

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

As importações avançaram em outubro cerca de 8,2%, totalizando 208,1 milhões de litros no período. Em comparação com outubro do ano passado, o incremento foi menor, próximo de 2,3%. Já no acumulado de janeiro a outubro de 2025, as importações registraram queda de 4,1% frente ao mesmo intervalo de 2024.

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT. 

Em setembro, as exportações apresentaram movimentos distintos entre os produtos:

O leite UHT, que havia registrado forte avanço no mês anterior, retraiu cerca de 67%, mas ainda se mantém em patamares normais para o período.

O soro de leite, que representa uma parcela importante do total exportado, também reduziu seu volume em aproximadamente 7% em relação a setembro deste ano.

Embora o volume ainda seja pequeno, o doce de leite se destacou pelo salto de 96% nas exportações, alcançando 40 toneladas — apesar de modesto, o resultado representa o dobro do registrado no mês anterior.

O grupo das manteigas apresentou uma leve alta de 2% nas exportações, mantendo o ritmo observado no mês passado.

Por fim, o leite condensado registrou recuo de 5%, enquanto o segmento de queijos apresentou uma queda mais expressiva, em torno de 34% frente a setembro de 2025.

Nas importações,

O leite em pó integral registrou alta de 14% em relação a setembro, enquanto o leite em pó desnatado avançou 20%, em linha com o cenário observado no mês anterior.

O soro de leite seguiu a mesma tendência, com aumento de 15%.

Assim como no mês passado, as importações de queijos recuaram 15% no volume total.

O grupo das manteigas também apresentou quedas, com retração de cerca de 59% nas importações em relação ao mês anterior.

As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de setembro e outubro de 2025.

Tabela 1. Balança comercial de lácteos em Outubro de 2025

Tabela 2. Balança comercial de lácteos em Setembro de 2025

O que podemos esperar para os próximos meses?
O descompasso entre oferta e demanda continua pressionando os preços internacionais. O último leilão do GDT registrou novas quedas, reduzindo também os preços no Mercosul, o que ajuda na competitividade da Argentina e do Uruguai. Esse cenário voltou a impulsionar as importações, repetindo o movimento do mês anterior.

De janeiro a outubro, o volume importado ainda está 4,1% abaixo do ano passado, mas a pressão de oferta no Mercosul mantém as compras externas em níveis semelhantes aos do segundo semestre de 2024. Assim, mesmo com um acumulado menor, as importações voltam a ganhar peso na reta final de 2025.

No mercado interno, a expectativa de maior produção e os preços mais baixos dos lácteos tendem a reduzir o apetite por importações. Porém, por outro lado, a forte oferta da Argentina e do Uruguai ajuda a manter o fluxo exportador desses países para o Brasil. Além disso, a volatilidade do dólar continua sendo um fator decisivo para o setor. (Milkpoint)


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1892 de 06 de novembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

A produção foi satisfatória na maioria das regiões, e as vacas em lactação apresentam condição corporal adequada. As melhores pastagens foram destinadas aos animais em produção, com complementação alimentar por meio de silagem e de ração. Houve infestações por bernes e aumento da população de moscas, o que demandou intensificação dos tratamentos. Foram relatados ataques de mutucas e de borrachudos, levando os produtores a adotar horários alternativos de pastejo para reduzir o estresse e evitar a queda no consumo.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produção está em queda em função da transição entre as pastagens de inverno e de verão. Os parâmetros de qualidade do leite estão apropriados, mas as restrições na dieta resultaram em leve diminuição nos teores de proteína e de gordura.

Na de Santa Maria, em função do vazio forrageiro da época, os produtores intensificaram o uso de silagem e de outros volumosos conservados para manter a produtividade dos rebanhos, que apresentaram, de modo geral, condição sanitária satisfatória.

Na de Caxias do Sul e na de Ijuí, a sanidade do rebanho está adequada, e a produção estabilizada, com bom volume.

Na de Santa Rosa, a atividade atravessa um período de reestruturação, apesar das dificuldades, os rebanhos apresentam estado sanitário apropriado. (Emater)

Final de semana com instabilidade e variação de temperatura a partir de segunda (10) no Estado

O Rio Grande do Sul vai voltar a enfrentar condições instáveis neste final de semana. O avanço de um sistema de baixa pressão pela fronteira Oeste favorece condições de chuva e ganha força com a formação de um ciclone extratropical.

As informações constam no Boletim Integrado Agrometeorológico 45/2025, produzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).

Sexta-feira (7/11): o deslocamento do sistema de baixa pressão provoca chuva forte em todo o Estado. Na metade Norte, há condições favoráveis a tempestades, acompanhadas de vento forte e granizo durante todo o dia. À noite, esse sistema ganha força e se transforma em um ciclone extratropical, acompanhado de chuva, aumentando a intensidade dos ventos especialmente na região Nordeste e no litoral Norte.

Sábado (8/11): pela manhã, a chuva e o vento se concentram na metade Leste, no litoral e Sul do Rio Grande do Sul. Ao longo do dia, o tempo se estabiliza, a partir do Oeste, devido à atuação de um sistema de alta pressão.

Domingo (9/11): a alta pressão mantém tempo bom em todo o território gaúcho.

Segunda-feira (10/11): segue o tempo estável no Estado, com sol entre nuvens e temperatura amena.

Terça (11/11): o céu apresenta variação de nebulosidade e a temperatura sobe.

Quarta-feira (12/11): a atuação de uma frente fria traz chuva para todo o Rio Grande do Sul.

O boletim agrometeorológico atualiza semanalmente a situação de diversas culturas e criações de animais no RS. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (Seapi)


Jogo Rápido

ATÉ A MEIA NOITE DE HOJE: Último dia para inscrições no Prêmio Sindilat de Jornalismo é nesta sexta-feira 
Encerra nesta sexta-feira, 07/11 o prazo de inscrições para a 11ª edição do Prêmio Sindilat de Jornalismo. A premiação reconhece o papel fundamental da imprensa na divulgação de temas ligados à cadeia produtiva do leite no Estado. As inscrições devem ser feitas pelo link (https://www.sindilat.com.br/site/2025/09/01/inscricoes-abertas-para-o-11o-premio-sindilat-de-jornalismo/) e os documentos exigidos enviados para o e-mail imprensasindilat@gmail.com O prêmio contempla duas categorias: Texto e Audiovisual. Podem participar jornalistas registrados, de forma individual ou em equipe, com número ilimitado de trabalhos. Os materiais inscritos devem ter sido veiculados entre 2/11 de 2024 e 1º/11 de 2025. Os finalistas serão anunciados até 28 de novembro, e os vencedores serão revelados em dezembro, após avaliação de uma Comissão Julgadora formada por profissionais de comunicação e representantes de entidades do setor. As informações são do Sindilat/RS

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Porto Alegre, 06 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.509


Último dia para inscrições no Prêmio Sindilat de Jornalismo é nesta sexta-feira 

Encerra nesta sexta-feira, 07/11 o prazo de inscrições para a 11ª edição do Prêmio Sindilat de Jornalismo. A premiação reconhece o papel fundamental da imprensa na divulgação de temas ligados à cadeia produtiva do leite no Estado. As inscrições devem ser feitas pelo link (https://www.sindilat.com.br/site/2025/09/01/inscricoes-abertas-para-o-11o-premio-sindilat-de-jornalismo/) e os documentos exigidos enviados para o e-mail imprensasindilat@gmail.com

O prêmio contempla duas categorias: Texto e Audiovisual. Podem participar jornalistas registrados, de forma individual ou em equipe, com número ilimitado de trabalhos. Os materiais inscritos devem ter sido veiculados entre 2/11 de 2024 e 1º/11 de 2025.

Os finalistas serão anunciados até 28 de novembro, e os vencedores serão revelados em dezembro, após avaliação de uma Comissão Julgadora formada por profissionais de comunicação e representantes de entidades do setor.

As informações são do Sindilat/RS


BC mantém juros básicos em 15% ao ano pela terceira vez seguida

Taxa Selic está no maior nível em quase 20 anos

O recuo da inflação e a desaceleração da economia fizeram o Banco Central (BC) não mexer nos juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Taxa Selic, juros básicos da economia, em 15% ao ano. A decisão era esperada pelo mercado financeiro.

Em nota, o BC informou que o ambiente externo se mantém incerto por causa da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais.

No Brasil, destacou o comunicado, a inflação continua acima da meta, apesar da desaceleração da atividade econômica, o que indica que os juros continuarão alto por bastante tempo.

“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O comitê avalia que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, destacou o BC.

O Copom não descartou a possibilidade de voltar a elevar os juros “caso julgue apropriado”.

Essa é a terceira reunião seguida em que o Copom mantém os juros básicos. A taxa está no maior nível desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano.

Após chegar a 10,5% ao ano em de maio do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro de 2024. A Selic chegou a 15% ao ano na reunião de julho, sendo mantida nesse nível desde então.

Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em setembro, o IPCA acelerou para 0,48%, influenciada pela conta de energia. Com o resultado, o indicador acumula alta de 5,17% em 12 meses, acima do teto da meta contínua de inflação.

No entanto, o IPCA-15 de outubro, que funciona como uma prévia da inflação oficial, veio abaixo das expectativas. O indicador desacelerou por causa dos preços dos alimentos, que caíram pelo quinto mês seguido.

Pelo novo sistema de meta contínua, em vigor desde janeiro, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%.

No modelo de meta contínua, a meta passa ser apurada mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12 meses. Em novembro de 2025, a inflação desde dezembro de 2024 é comparada com a meta e o intervalo de tolerância. Em dezembro, o procedimento se repete, com apuração a partir de janeiro de 2025. Dessa forma, a verificação se desloca ao longo do tempo, não ficando mais restrita ao índice fechado de dezembro de cada ano.

No último Relatório de Política Monetária, divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária diminuiu para 4,8% a previsão do IPCA para 2025, mas a estimativa pode ser revista, dependendo do comportamento do dólar e da inflação. A próxima edição do documento, que substituiu o antigo Relatório de Inflação, será divulgada no fim de dezembro.

As previsões do mercado estão mais otimistas. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 4,55%, levemente acima acima do teto da meta. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 4,8%.

Crédito mais caro
O aumento da taxa Selic ajuda a conter a inflação. Isso porque juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas maiores dificultam o crescimento econômico. No último Relatório de Política Monetária, o Banco Central diminuiu de 2,1% para 2% a projeção de crescimento para a economia em 2025.

O mercado projeta crescimento um pouco melhor. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 2,16% do PIB em 2025.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir. (Correio do Povo)

Tetra Pak apresenta no Dairy Vision 2025 a importância da gestão da inovação para o futuro do setor lácteo

Diretor de Marketing da Tetra Pak Brasil, Danilo Zorzan, participará do principal evento de tendências e estratégia do setor

São Paulo, 6 de novembro de 2025 – A Tetra Pak Brasil, líder mundial em soluções de envase e processamento de alimentos e bebidas, participará da próxima edição do Dairy Vision 2025, que acontece nos dias 11 e 12 de novembro, na Expo Dom Pedro, em Campinas (SP). O evento, promovido pelo MilkPoint Ventures, é considerado um dos mais importantes fóruns de estratégia e tendências da cadeia láctea na América Latina.

Durante o encontro, Danilo Zorzan, Diretor de Marketing da Tetra Pak Brasil, apresentará a palestra “Gestão da Inovação no Mercado de Lácteos”, que abordará como a inovação contínua tem sido essencial para sustentar a competitividade do setor diante das rápidas transformações de consumo e tecnologia.

“Nosso ambiente de negócios está cada vez mais imprevisível e complexo. As empresas que vão se perpetuar são aquelas capazes de se reinventar continuamente e em ciclos cada vez mais curtos”, antecipa Zorzan.

A Tetra Pak, que atua como uma parceira de ponta a ponta para a indústria, vem adotando uma abordagem baseada em ambidestria organizacional, combinando a otimização de negócios consolidados com a exploração de novas oportunidades. Essa visão se reflete na criação da área de Novos Negócios, dedicada a acelerar startups e desenvolver novas categorias, e na estruturação de um Centro de Inovação e uma Planta Piloto, ambos em São Paulo, voltados a testes, formulações e cocriação com clientes.

Entre os segmentos em expansão estão as bebidas com alto teor de proteína (High Protein Beverages), que combinam saudabilidade, conveniência e diferenciação, o que hoje representam uma das apostas mais promissoras do mercado.

“Inovar é antecipar movimentos e entender o consumidor antes da curva. O público busca produtos que unam bem-estar, sabor e propósito. Nosso papel é apoiar a indústria nessa jornada”, completa Zorzan.

Sobre a Tetra Pak  
Estamos aqui para tornar os alimentos seguros e disponíveis. É por isso que fornecemos sistemas avançados de produção de alimentos. Em colaboração com nossos clientes e fornecedores, impulsionados por mais de 24 mil colaboradores dedicados em todo o mundo, todos os dias protegemos os alimentos de forma sustentável para centenas de milhões de pessoas em mais de 160 países. Estamos aqui para cumprir um propósito:    Nos comprometemos a tornar os alimentos seguros e disponíveis, em todos os lugares, e prometemos proteger o que é bom: os alimentos, as pessoas e o planeta.   

Informações para a imprensa :  Néctar Comunicação Corporativa – tetrapak@nectarc.com.br 


Jogo Rápido

LACTALIS CONTINUA SEU DESENVOLVIMENTO NA OCEANIA, SUDESTE ASIÁTICO E ORIENTE MÉDIO COM AQUISIÇÃO DAS ATIVIDADES DE GRANDE CONSUMO DA FONTERRA
A Lactalis anunciou, hoje (22/08), a assinatura de um acordo para compra das operações de grande consumo, negócios integrados de Foodservice e Ingredientes da Fonterra na Oceania, Sudeste Asiático e Oriente Médio.  O negócio representa mais de 5,6 bilhões de dólares neozelandeses em vendas líquidas (mais de R$ 17,5 bilhões), inclui 16 unidades de fabricação na Austrália, Nova Zelândia, Sri Lanka,  Malásia, Indonésia e Arábia Saudita e a incorporação de 4.300 funcionários. Ficam excluídas as operações na Grande China. A aquisição abrange marcas conhecidas como Mainland, Anchor, Perfect Italiano, Western Star, Ratthi, Cheesdale, Fernleaf, Anlene, Anmum. A transação está sujeita às validações regulatórias necessárias, incluindo a aprovação dos acionistas agricultores. (Jardine Comunicação)

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Porto Alegre, 05 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.508


Deputados da FPA cobram do governo medidas urgentes para conter crise no setor leiteiro

Bancada defende suspensão das importações, medidas antidumping e criação de contrato futuro para garantir previsibilidade de preços 

Com importações recordes, queda nos preços e produtores deixando a atividade, o setor lácteo brasileiro enfrenta uma das crises mais severas das últimas décadas. A entrada de leite subsidiado da Argentina e do Uruguai tem comprometido a rentabilidade e ameaçado a sobrevivência de milhares de famílias rurais.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (Republicanos-PR), afirmou que a defesa do produtor de leite é pauta prioritária da bancada. “Nosso papel é pressionar o governo, defender o produtor e garantir igualdade de condições. A bancada do agro está mobilizada e unida para fortalecer a cadeia do leite, do pequeno ao grande produtor”, declarou.

Diante do agravamento da crise, o deputado Valdir Cobalchini (MDB-SC) solicitou a realização de uma audiência pública na Comissão de Agricultura, Abastecimento e Pecuária da Câmara dos Deputados, realizada nesta terça-feira (4). O debate tratou de soluções emergenciais e de longo prazo, como a aplicação de medidas antidumping, a revisão das regras de importação e a criação de um contrato futuro de leite para dar previsibilidade e estabilidade ao produtor.
Cobalchini destacou que a situação ameaça a segurança alimentar e a economia rural. “Hoje, em Santa Catarina, o produtor recebe menos de R$ 2 por litro, enquanto o custo médio de produção chega a R$ 2,40. Isso é inviável”, afirmou. O parlamentar defendeu ações imediatas, como a suspensão temporária das importações do Mercosul, auditorias sanitárias, compras públicas via Conab e ampliação do crédito subsidiado.

Defesa do antidumping e proteção ao produtor nacional
A deputada Ana Paula Leão (PP-MG), presidente da Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite, cobrou do governo a revisão da decisão que negou medidas antidumping ao leite do Mercosul. Segundo ela, o país importou 1,6 bilhão de litros até setembro, alta de 28% em apenas um mês. “Enquanto o leite de fora chega barato, o nacional é desvalorizado. Quando o produtor brasileiro quebrar, o importado vai chegar caro e quem vai sentir será o consumidor”, alertou.

Para o deputado General Girão (PL-RN), o leite tem papel essencial na alimentação humana e exige políticas de capacitação e acesso à tecnologia, especialmente para os produtores do semiárido. “O que pudermos fazer para melhorar a capacidade de produção e informação, especialmente nas regiões de clima adverso, precisa ser feito”, afirmou.

Por sua vez, o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), presidente da Comissão de Agricultura da Casa, lembrou que a pecuária leiteira está presente em todos os municípios brasileiros e defendeu políticas públicas que fortaleçam a cadeia produtiva. “É papel dessa comissão trabalhar para valorizar o produtor e contrapor as falhas das políticas do governo federal”, ressaltou.

Já o deputado Jorge Goetten (PL-SC) chamou a atenção para a responsabilidade das indústrias e cooperativas na crise. “As mesmas empresas que recebem o leite o ano todo são, muitas vezes, as que mais sacrificam o produtor. É preciso empatia e corresponsabilidade nesse momento de dificuldade”, concluiu. (FPA)


GDT 391: pressão baixista continua a pressionar o leilão, atingindo o sexto recuo consecutivo

O 391º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT) foi realizado nesta terça-feira (04/11) e apresentou movimentos variados entre as categorias de produtos. Confira!

No 391º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado em 04 de novembro, o preço médio dos produtos negociados foi de USD 3.768 por tonelada, registrando uma queda de 2,4% no price index — o sexto recuo consecutivo nos preços. Com isso, o valor acumula redução de 12,2% ao total das seis quedas.

 
Gráfico 1. Preço médio leilão GDT

O leite em pó integral (LPI), principal referência do mercado, registrou a quinta queda consecutiva, com o preço médio recuando 2,7%, e chegando a USD 3.503 por tonelada.

Já o leite em pó desnatado (LPD) interrompeu a sequência de cinco recuos consecutivos e manteve estabilidade em USD 2.559 por tonelada.

Gráfico 2. Preço médio LPI

A manteiga registrou o nono leilão consecutivo de queda, com recuo de -4,3%, e preço médio de USD 6.371 por tonelada. Já a gordura anidra do leite também apresentou nova redução, de -1,9%, com cotação média em USD 6.887 por tonelada.

A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 04/11/2025.

Com alta de 1,6%, a muçarela, que vinha em trajetória de queda por nove leilões consecutivos, registrou valorização neste evento, levando o preço médio para USD 3.306 por tonelada.

O leitelho em pó também apresentou avanço, com aumento de 1%, alcançando USD 2.808 por tonelada.

Por outro lado, o cheddar manteve o movimento de retração pelo segundo leilão seguido, com a maior queda percentual do evento, de -6,6%, levando o preço médio a USD 4.449 por tonelada, o menor patamar desde setembro de 2024.

Volume negociado apresenta retração, mas aumento em comparação com o mesmo período do ano passado

O volume negociado neste leilão somou aproximadamente 30,5  mil toneladas, nova redução de -2,7% em relação ao último evento. Em relação ao evento equivalente de novembro de 2024, o aumento é de 8%. 

Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Impacto nos contratos futuros

Os contratos futuros de leite em pó na NZX voltaram a registrar quedas nos preços projetados para os próximos meses, embora em ritmo menos intenso que o observado no último leilão. A tendência ainda é de retração nos últimos meses do ano, mas com expectativa de recuperação gradual ao longo dos primeiros meses de 2026.

Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures)

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

O cenário de oferta crescente entre a maioria dos players globais continua exercendo pressão sobre os preços. O volume de vendas segue existindo, mas não cresce o suficiente para equilibrar o aumento da oferta, o que é evidenciado pela forte presença de compradores nos eventos de negociação do GDT. Ainda assim, mesmo com o consumo mantido, a conjuntura de excesso de oferta segue pressionando o mercado, e as quedas recentes refletem a continuidade desse movimento.

No mercado interno, o aumento da captação tem elevado os estoques das indústrias, resultando na atual sequência de reduções nos preços dos derivados. Paralelamente, o Mercosul também enfrenta um contexto de oferta crescente e consumo estável, sem sinais de expansão. A queda observada no GDT influencia diretamente nossos principais parceiros comerciais, Uruguai e Argentina, levando-os a ajustar os preços para baixo, o que pode aumentar a competitividade desses países e abre espaço para uma maior pressão das exportações em direção ao Brasil.

Além disso, o câmbio segue como ponto de atenção: com o dólar abaixo de R$ 5,40, os produtos importados permanecem mais competitivos em relação aos nacionais. (Milkpoint)

 

Com assistência técnica da CCGL, tambo de leite em Aceguá cresce 439%

Em meio a uma das piores secas dos últimos anos no Rio Grande do Sul, o casal Marciéle Lopes e Theo Cezar Mota, de Colônia Nova, em Aceguá/RS, viu na atividade leiteira uma nova oportunidade de futuro. O que começou como uma alternativa em um momento difícil se transformou em um case de sucesso, impulsionado pela parceria com a assistência técnica da CCGL.

Em 2022, o casal decidiu construir a casa da família e arrendar os campos da propriedade dos pais de Marciéle, onde até então criavam ovelhas e terneiros. No ano seguinte, a estiagem severa mudou completamente o cenário.

“Os gastos com a produção aumentaram e o valor da venda dos nossos animais caiu. Foi então que dei a ideia de iniciarmos na atividade leiteira, que sempre fez parte da história da minha família e pela qual tenho um grande carinho”, relembra Marciéle.

Theo admite que, no início, teve receio de investir em uma nova atividade. “Fui bastante resistente, com medo dos gastos e de não dar certo. Mas, pela necessidade de reverter nossa situação, aceitamos o desafio e começamos nossa obra”, conta.

Com poucos recursos, o casal literalmente colocou a mão na massa: “Saímos em alguns tambos para ver como poderíamos montar uma sala de ordenha rápida, funcional e barata. Nós mesmos construímos tudo: éramos pedreiros e carpinteiros. Levamos três meses para terminar e começamos com seis vacas em lactação.”

“A técnica da CCGL, Maiara, chegou para somar, disposta a nos ajudar quando tínhamos apenas 100 litros por dia. Desde então, passou a fazer parte de todo o nosso crescimento. Temos 100% de confiança e admiração pelo trabalho dela”, destacam.

O acompanhamento técnico da CCGL começou oficialmente em abril de 2024, marcando o início de uma virada na propriedade.

Com o apoio da técnica da CCGL, Marciéle e Theo implementaram ajustes importantes, especialmente na nutrição dos animais, no planejamento de pastagens e silagem e na organização do manejo, pontos que, segundo eles, fizeram toda a diferença. “A parte da nutrição foi nossa maior dificuldade. Foi ali que vimos o quanto é necessária a assistência técnica”, explica Theo.

Os resultados apareceram com o tempo. Quando iniciou o acompanhamento técnico, em abril de 2024, a produção mensal era de 3.431 litros. Um ano e meio depois, em outubro de 2025, o volume chegou a 18.500 litros, com meta de alcançar 22 mil litros até dezembro de 2025 — um crescimento de aproximadamente 439%.

Além do aumento de produtividade, o casal destaca que a renda familiar também se transformou. “Mesmo o Theo exercendo outra profissão, hoje a leitaria é nossa principal fonte de remuneração. Conseguimos adquirir várias coisas com o dinheiro do leite”, comemora Marciéle.

Mais do que resultados econômicos, o casal afirma que a parceria com a CCGL trouxe motivação e propósito para o negócio. “Quando começamos a vender para a CCGL e tivemos todo o amparo técnico, percebemos que a empresa acreditava em nosso potencial. Isso nos deu um gás enorme. Queremos seguir crescendo, melhorando a genética, a estrutura e, principalmente, incentivando nossos filhos a permanecer na atividade”, afirmam.

Para eles, o modelo cooperativo é essencial para o desenvolvimento do setor leiteiro gaúcho. “A CCGL traz um novo ciclo de produtores que crescem junto com a empresa. Isso movimenta a economia local e beneficia toda a comunidade.”

Os próximos passos da família incluem o melhoramento genético do rebanho, benfeitorias na estrutura e investimentos no bem-estar animal, visando aumentar a produtividade por vaca e facilitar o manejo da propriedade.

E, para outros produtores que ainda não participam do programa de assistência técnica da CCGL, o casal deixa um conselho: “Dificuldades existem em todos os setores, mas é essencial escolher uma empresa que caminhe ao seu lado e permita crescer. A CCGL fez isso por nós.” (CCGL)


Jogo Rápido

ÚLTIMA CHANCE: Inscrições para Prêmio Sindilat de Jornalismo são prorrogadas até sexta-feira
Foram prorrogadas até esta sexta-feira (07/11) as inscrições para a 11ª Edição do Prêmio Sindilat de Jornalismo. As inscrições devem ser realizadas a partir do link enquanto os documentos exigidos no regulamento devem ser enviados para o e-mail imprensasindilat@gmail.com. Promovida pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), a premiação visa reconhecer o papel da profissão na divulgação de temas relacionados à cadeia produtiva do leite no Estado. A premiação envolve duas categorias: Texto e Audiovisual. Os trabalhos que serão enviados para o concurso precisam ter sido publicados ou veiculados dentro do período de 2 de novembro de 2024 e 1º de novembro de 2025. Podem participar jornalistas registrados, de forma individual ou em equipe, com número ilimitado de trabalhos por concorrente. Os finalistas serão divulgados no dia 28 de novembro e os ganhadores serão conhecidos em dezembro. Os trabalhos serão avaliados por uma Comissão Julgadora, composta por profissionais da área de comunicação e representantes de entidades ligadas ao setor.

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Porto Alegre, 04 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.508


China: mesmo com instabilidade econômica, país segue comprando lácteos

A China continua importando volumes significativos de manteiga e queijo apesar das preocupações econômicas persistentes e do crescimento da produção doméstica de leite. Saiba mais!

A China continua importando volumes significativos de manteiga e queijo apesar das preocupações econômicas persistentes e do crescimento da produção doméstica de leite, mas as importações ainda não estão tão fortes quanto há alguns anos, de acordo com Betty Berning, analista do Daily Dairy Report.

“A China vem trabalhando para alcançar autossuficiência em laticínios, investindo em fazendas leiteiras, o que tem reduzido os valores das importações. Além disso, os consumidores chineses também podem estar mudando suas preferências para outros produtos, o que pode estar reduzindo as importações de alguns derivados lácteos”, afirma Berning.

Como evidência para a teoria da mudança no perfil de consumo, Berning destaca que as importações de manteiga e queijo pela China em 2025, até setembro, estavam no caminho para atingir recordes anuais. Segundo dados do Trade Data Monitor, as importações chinesas de queijo subiram 13,5% em relação a setembro de 2024, chegando a 14,3 milhões de quilos, e nos primeiros nove meses do ano ficaram 8,7% acima do mesmo período de 2024. As importações de manteiga também ultrapassaram 10,7 milhões de quilos no ano, alta de 8,8% em comparação aos primeiros nove meses de 2024.

As importações de leite em pó integral (WMP) pela China, majoritariamente originárias da Nova Zelândia, cresceram 41% em setembro, para 14,65 milhões de quilos, em relação a uma base fraca no mesmo mês de 2024. No acumulado até setembro, a China importou 328,49 milhões de quilos de WMP, o nono maior volume desde 2016, ficando atrás apenas de 2024 dentro da série. Já as importações de leite em pó desnatado, de 8,44 milhões de quilos, caíram 3% em relação a setembro de 2024 e foram o menor volume para o mês desde 2011. Enquanto isso, as importações de soro de leite caíram levemente, 3,1% frente a setembro de 2024, totalizando 53,25 milhões de quilos.

“Surpreendentemente, as importações chinesas de produtos de soro dos Estados Unidos caíram apenas 0,5%, apesar das tensões comerciais contínuas entre os dois países”, diz Berning. “No início deste ano, a China anunciou planos de reduzir seu plantel de suínos reprodutores em 1 milhão de matrizes. Como resultado, as importações de soro, incluindo as de origem norte-americana, com ou sem tarifas, podem continuar encolhendo nos próximos meses.”

A incerteza em torno da economia chinesa também continua a gerar dúvidas nas projeções para importações de lácteos.

“Embora o crescimento do PIB chinês no terceiro trimestre, de 4,8%, tenha atendido às expectativas dos analistas, foi o menor avanço em um ano”, afirma Berning. “Chamou atenção a queda acumulada de 0,5% nos investimentos em ativos fixos, que incluem o setor imobiliário. Os economistas esperavam um crescimento, mesmo que modesto, e a queda reforça os problemas persistentes no mercado imobiliário chinês.”

Essa incerteza econômica contínua tem deixado os consumidores chineses mais cautelosos. Embora as vendas no varejo tenham aumentado 3% em setembro na comparação anual, houve retração em relação a agosto.

Berning conclui: “Diante da economia incerta e da disputa comercial em andamento, grandes volumes de vendas de lácteos dos EUA para a China parecem improváveis até que a economia chinesa mostre sinais duradouros de força.”

As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.


GDT - Global Dairy Trade

Fonte: GDT adaptado pelo Sindilat  

MILHO/CEPEA: Com recuo vendedor e paridade de exportação elevada, preços têm novas altas

Milho segue avançando, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o suporte vem da retração de vendedores, que estão focados nas atividades de campo e no desenvolvimento das lavouras, além da paridade de exportação elevada. 

Os preços internos do milho seguem avançando, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o suporte vem da retração de vendedores, que estão focados nas atividades de campo e no desenvolvimento das lavouras, além da paridade de exportação elevada. Pesquisadores explicam que muitos produtores, atentos à maior presença de compradores no mercado na última semana, se afastaram das negociações, à espera de novas valorizações do cereal. 

De modo geral, os vendedores ofertam novos lotes apenas quando há necessidade de fazer caixa no curto prazo e/ou de liberar parte dos armazéns. Conforme o Centro de Pesquisas, as altas de preços só não foram mais intensas porque parte dos consumidores utiliza estoques em detrimento de realizar novas aquisições. (CEPEA VIA TERRA VIVA)


Jogo Rápido

SOJA/CEPEA: China sinaliza importação dos EUA, e prêmio de exportação cai no BR
Soja da China nos Estados Unidos pressionou os prêmios de exportação no Brasil, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, os contratos para embarque em 2026 retornaram a patamares negativos, movimento que não era observado desde julho deste ano. A sinalização de retomada parcial das compras de soja da China nos Estados Unidos pressionou os prêmios de exportação no Brasil, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, os contratos para embarque em 2026 retornaram a patamares negativos, movimento que não era observado desde julho deste ano. Mesmo assim, as cotações da oleaginosa no mercado físico se mantiveram firmes ao longo da última semana. Vendedores brasileiros mostraram preferência por negociar novos lotes com entrega imediata (spot) e pagamento longo, no intuito de garantir os atuais patamares de preço, conforme explicam pesquisadores do Cepea. Quanto à safra 2025/26, a Conab projeta recorde de 177,6 milhões de toneladas. Nesta estimativa, a Companhia já prevê menor produtividade no Centro-Oeste do País, devido aos possíveis impactos do fenômeno La Niña. Ao mesmo tempo, bons volumes de chuva nos últimos dias trouxeram alívio e otimismo ao setor. (CEPEA VIA TERRA VIVA)

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Porto Alegre, 03 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.507


Inscrições para Prêmio Sindilat de Jornalismo são prorrogadas até sexta-feira

Foram prorrogadas até esta sexta-feira (07/11) as inscrições para a 11ª Edição do Prêmio Sindilat de Jornalismo. As inscrições devem ser realizadas a partir do link : https://forms.gle/wpumktj4g51Hd69UA, enquanto os documentos exigidos no regulamento devem ser enviados para o e-mail imprensasindilat@gmail.com. Promovida pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), a premiação visa reconhecer o papel da profissão na divulgação de temas relacionados à cadeia produtiva do leite no Estado.

A premiação envolve duas categorias: Texto e Audiovisual. Os trabalhos que serão enviados para o concurso precisam ter sido publicados ou veiculados dentro do período de 2 de novembro de 2024 e 1º de novembro de 2025. Podem participar jornalistas registrados, de forma individual ou em equipe, com número ilimitado de trabalhos por concorrente.

Os finalistas serão divulgados no dia 28 de novembro e os ganhadores serão conhecidos em dezembro. Os trabalhos serão avaliados por uma Comissão Julgadora, composta por profissionais da área de comunicação e representantes de entidades ligadas ao setor. (Sindilat)


Mercado global de lácteos deve entrar em 2026 sob pressão de oferta

Excesso de produção em grandes exportadores deve manter os preços do leite em baixa no início de 2026, impactando também o mercado brasileiro.

O mercado global de lácteos deve iniciar 2026 sob um cenário de baixa, com produção elevada e demanda contida, também afetando o mercado brasileiro. A avaliação é da consultoria StoneX, que aponta o excesso de oferta em grandes exportadores, como Estados Unidos, União Europeia e Argentina, como principal fator de pressão sobre os preços internacionais.

No Brasil, embora as importações representem apenas cerca de 13% do consumo nacional, elas ainda exercem influência na formação dos preços internos. Segundo Marianne Tufani, consultora de Gestão de Riscos em Laticínios da StoneX, as importações funcionam como um “fator marginal” no mercado.

“Quando os preços internacionais sobem, importar fica caro e os preços internos tendem a subir. Quando caem, aumenta a compra de importados, reduzindo a demanda pelo produto nacional e pressionando os preços.”, explica. Tufani destaca que esse efeito é ampliado pela baixa elasticidade do mercado lácteo, onde pequenas variações na demanda interna podem gerar grandes oscilações nos preços.

Do lado da produção, o cenário é de menor atratividade para os pecuaristas. A relação de troca entre o litro de leite e a arroba da vaca gorda está desfavorável, principalmente em São Paulo e Goiás, o que pode levar alguns produtores a migrar para outras atividades.

A expectativa, porém, é de uma recuperação parcial das margens no início de 2026, impulsionada mais pela redução de custos, especialmente com o milho, do que por uma valorização do leite.

No Brasil, a colheita recorde de milho e a comercialização mais lenta ajudam a conter os custos de nutrição animal, contribuindo para margens mais equilibradas. Ainda assim, o risco climático permanece no radar. “Caso o fenômeno La Niña se intensifique, poderemos ter estiagens no Sul, o que mudaria completamente o quadro”, diz Tufani.

No consumo doméstico, a inflação de alimentos acumula quatro meses de recuo, favorecendo o consumo, mas o alto nível de endividamento das famílias, que chega a 60% em algumas regiões, limita o avanço da demanda, especialmente por produtos de maior valor agregado, pontua o levantamento.

“Há um impulso natural no fim do ano, com o 13º salário e as festividades, mas a sustentabilidade desse consumo ainda depende da confiança do consumidor e do cenário macroeconômico”, avalia a consultora.
As informações são do Globo Rural.

Declaração da WDS 2025 sobre alimentos seguros e sustentabilidade

A IDF World Dairy Summit Santiago 2025 (WDS 2025), o primeiro evento global do setor lácteo realizado na América do Sul, concluiu com um compromisso conjunto dos países participantes para promover a segurança alimentar e a produção sustentável do leite. 

Organizada pela Federação Internacional do Leite (FIL/IDF) e apoiada pelo Consorcio Lechero, Fedeleche e o Ministério da Agricultura do Chile, a cúpula reuniu mais de 1.090 delegados de 48 países, representando 60% do mercado mundial de laticínios. 

A cúpula contou com 90 conferências técnicas sobre desafios chaves do setor, incluindo mudanças climáticas, bem-estar animal, transformação tecnológica, e produção eficiente. As sessões também focaram em questões de gênero, inclusão, saúde pública e promoções estratégicas, reforçando a abordagem abrangente para inovação e sustentabilidade. 

Os participantes, incluindo grandes produtores como China, Índia, União Europeia, Nova Zelândia e Estados Unidos, ratificaram a Declaração de Paris sobre Sustentabilidade do Setor Lácteo (PDDS), uma rede para medir o progresso ambiental, social e dimensões econômicas da produção de leite. O PDDS foi 
elaborado com base na Declaração do Setor Lácteo de Roterdã, em 2016, ampliando seu escopo para incluir compromissos verificáveis alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU e apoiados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). 

De acordo com o relatório IDF-FAO 2025, a iniciativa reuniu mais de 1.000 compromissos de 154 organizações em 42 países, sinalizando o crescimento da colaboração global. A declaração promove uma transição para sistemas sustentáveis de produção que garantam alimentos seguros, nutrição adequada e responsabilidade no manejo dos recursos. 

Gilles Froment, presidente da FIL/IDF, enfatizou o papel das declarações dos fóruns globais como a Conferência Global da FAO sobre a Transformação Sustentável da Pecuária 2025 e a próxima COP30, observando que a mudança de Roterdã para Paris mostra maior ambição e ação. 

Thanawat Tiensin, diretor geral adjunto da FAO, afirma, “A Declaração de Paris sobre Sustentabilidade, desenvolvida em conjunto pela FAO e a FIL/IDF, visa garantir melhor produção, nutrição, meio ambiente e vida”. Ele enfatizou a importância da colaboração internacional para alcançar resultados tangíveis. 

A FIL/IDF criou uma plataforma dinâmica para registrar compromissos voluntários de empresas e organizações, com indicadores mensuráveis e prazos definidos, promovendo transparência e prestação de contas. Essa iniciativa está no âmbito da continuidade dos esforços despendidos pelo setor ao longo do tempo, desde o Programa de Ação Mundial para o Setor Lácteo de 2009, até a Declaração de Roterdã, para melhorar a produção alimentar, reduzir o impacto ambiental e sustentar os meios de subsistência de comunidades. 

Durante a cúpula, várias associações e empresas privadas assinaram ou reafirmaram seus compromissos como Grupo Gloria, FrieslandCampina, Dairy Farmers of Canada, China Dairy Industry Association, Fair Cape Dairies, Valio, Yili Group, Conaprole e Nestlé, entre outros. Tiensin acrescentou: “com os conhecimentos, tecnologias e inovações de hoje, podemos continuar produzindo alimentos sustentáveis”. A FAO afirmou que sustentabilidade na produção de leite é possível, reduzindo o impacto ambiental ao mesmo tempo em que assegura alimentos saudáveis e nutritivos. 

O setor lácteo chileno demonstrou alinhamento com os padrões globais de sustentabilidade, apoiado em iniciativas tais como Chile Origem Consciente, um programa do Ministério da Agricultura que promove práticas responsáveis em toda a cadeia de valor do setor lácteo. 

Octavio Oltra, gerente do consórcio lácteo, afirmou que “A cúpula confirmou que a indústria de laticínios do Chile está comprometida com a qualidade, inovação tecnológica e ações climáticas”. O Chile produz anualmente 2,4 milhões de litros de leite, com um consumo per capita superior à média global, graças a um modelo de colaboração público-privado que certifica produtos sustentáveis, da fazenda à indústria. 

O setor lácteo global está adotando abordagens sustentáveis holísticas, cobrindo desde o manejo dos recursos naturais, proteção à biodiversidade e transição para uma economia circular, ao mesmo tempo em que garante produtos lácteos saudáveis e nutritivos, apoiados por comunidades resilientes. Acesse aqui a matéria na íntegra. (Fonte: Dairy Industries – Tradução livre: www.terraviva.com.br)


Jogo Rápido

Qualificação da CCGL melhora produção leiteira
O programa Gestores do Futuro, promovido pela Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL), encerrou a edição 2025 comprovando que conhecimento técnico pode transformar as propriedades leiteiras. Conforme a cooperativa, 162 participantes do curso, que se qualificaram em temas como gestão, nutrição, qualidade do leite e fertilidade do solo, alcançaram um aumento médio de 19% na produção em apenas seis meses. (Correio do Povo)

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Porto Alegre, 31 de outubro de 2025                                                     Ano 19 - N° 4.506


Três pedidos para conter crise do leite

A combinação de fatores externo e interno fez soar o alerta de preocupação no setor de lácteos do Rio Grande do Sul. O Conseleite, conselho paritário que reúne representantes de produtores e indústria, costurou uma proposta de um pacote de ações emergenciais.

Os pontos listados constam em documento encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao vice-presidente, Geraldo Alckmin, a ministros e ao presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto.

— Precisamos do apoio do governo neste momento crítico para que o setor avance em produtividade e competitividade e, em um futuro breve, consigamos enfrentar o mercado globalizado de forma autônoma — afirma Darlan Palharini, coordenador do Conseleite.

O aumento da produção gaúcha em um momento do ano em que já deveria ser de baixa, a proximidade do período de entrada de safra de Minas Gerais (maior produtor nacional) e a entrada de lácteos importados do Mercosul, que chegam a preços mais competitivos, são os fatores que embasam a preocupação do setor.

Alta na importação preocupa

Há um ingrediente adicional: a queda nos preços pagos ao produtor. Conforme dados do Conseleite, o valor de referência do litro vem caindo desde julho. O projetado para outubro é de R$ 2,2163. A alta na importação de leite em pó também é o motivo do alerta: a quantidade, em milhões de litros, subiu 19,87%. No acumulado entre janeiro e setembro, há redução de 4,9%.

Foram feitos três pedidos. Um é para que haja um benefício fiscal, uma espécie de bônus, às empresas de achocolatados, panificadoras, entre outras, que comprarem leite em pó produzido no Brasil. Seria uma forma de incentivo à preferência pelo produto nacional.

Outra solicitação é a da realização de compra governamental, de cem mil toneladas de leite em pó, para programas sociais e escolas. Por fim, há a requisição para uma sobretaxa emergencial de 50% para leite em pó e queijo muçarela importados da Argentina e do Uruguai por 36 meses. (Zero Hora)


Emater/RS: Informativo Conjuntural 1891 de 30 de outubro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

A produção se manteve estável nas diferentes regiões, sofrendo apenas leves variações, típicas do período de transição entre as pastagens de inverno e de verão. A maioria dos rebanhos apresentou escore corporal e sanitário adequado. As condições meteorológicas, como temperaturas amenas e chuvas bem distribuídas, favoreceram o conforto térmico dos animais. Em algumas propriedades, a oferta de forragem ainda está limitada, exigindo suplementação com silagem e feno para garantir a produtividade e a estabilidade alimentar dos rebanhos.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em Hulha Negra, a produção está satisfatória nas criações mantidas em potreiros com trevo. Na Fronteira Oeste, em São Gabriel, os produtores com menor nível de investimento direcionaram os rebanhos para os campos nativos, aproveitando as condições de pastejo adequadas.

Na de Caxias do Sul, houve relatos de aparecimento de moscas e de borrachudos, além da ocorrência de mastite clínica. O estado corpóreo das vacas foi considerado adequado, e a qualidade do leite produzido foi favorecida pelo tempo seco, que manteve os úberes limpos e os resultados dentro dos padrões exigidos. 

Na de Frederico Westphalen e na de Santa Maria, em algumas propriedades, foi necessário ofertar suplementação alimentar devido ao período de transição das pastagens.

Na de Erechim, em áreas com menor disponibilidade de forragem, foi necessária a suplementação com silagens de verão e de inverno para equilibrar o déficit energético causado pelo alto teor de proteína das forrageiras. Para o manejo das bezerras, foi ofertado colostro equivalente a 10% do peso corporal e realizada desinfecção do umbigo, além da permanência em baias individuais até dobrarem o peso vivo. Essa rotina de cuidados foi facilitada pelas chuvas regulares e pela presença de dias ensolarados, que melhoraram as condições das pastagens e dos arredores das instalações. Devido ao aumento gradual das temperaturas, os sistemas intensivos, como free stall e compost barn, retomaram o uso de aspersão e ventilação.

Na de Ijuí, a produção apresentou leve declínio em relação ao período anterior, acompanhando a curva de sazonalidade. Porém, a redução está menos acentuada do que a do ano passado. Na de Passo Fundo, houve diminuição na oferta de volumosos, e o escore corporal dos animais está adequado. Na de Santa Rosa, a produtividade foi afetada pela senescência das pastagens anuais de inverno e pela baixa oferta das forrageiras de verão, o que exigiu adaptação dos animais à nova dieta.

Na de Pelotas, em Capão do Leão, foi realizado um dia de campo com o tema Terra Forte, Leite Seguro, promovido pela Emater/RS-Ascar, pela Embrapa e pela cooperativa local. 

O evento reuniu cerca de 600 participantes, entre agricultores e estudantes de escolas técnicas da região, abordando temas, como manejo do solo, irrigação de pastagens perenes, bem-estar animal, controle de mastite e melhoria das condições de trabalho e conforto das famílias. Também foram discutidos aspectos da cadeia produtiva do leite, incluindo produção, insumos e industrialização, reforçando a integração entre as etapas produtivas e o foco na qualidade e sustentabilidade da atividade leiteira. Na de Porto Alegre, a produção aumentou como reflexo da melhoria nas condições das pastagens. (As informações são da Emater/RS)

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS 

A semana foi marcada por instabilidades e variação de temperatura. Na próxima semana, o tempo no Rio Grande do Sul será marcado por variação de nebulosidade e instabilidades. 

Em 31/10 (sexta-feira), a nebulosidade permanece variável. 

Em 01/11 (sábado), um sistema de baixa pressão se intensificará, trazendo umidade do centro do país e favorecendo pancadas de chuva em todas as regiões, com maior intensidade na Metade Norte. 

Em 02/11 (domingo), a persistência desse sistema aumenta a instabilidade atmosférica, criando condições favoráveis à ocorrência de tempestades em todo o Estado.

A partir de 03/11 (segunda-feira), uma frente fria manterá o tempo instável. 

Em 04/11 (terça-feira), a entrada de um sistema de alta pressão deixará as temperaturas amenas e o tempo firme. 

Já em 05/11 (quarta-feira), a nebulosidade volta a se espalhar, com possibilidade de chuva no Sul do Estado.


Jogo Rápido

O 3º Congresso Sindical da Indústria da FIERGS reúne lideranças e executivos sindicais de todo o Rio Grande do Sul, em Bento Gonçalves. Um encontro que promove integração, troca de experiências e estratégias para o fortalecimento do movimento sindical da indústria. Na abertura, o presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier, destacou a força e a união do setor industrial, reforçando o papel decisivo dos sindicatos e os avanços alcançados em áreas como educação, inovação e interiorização. Com palestras, dinâmicas e trocas de boas práticas, o primeiro dia do Congresso reforçou a importância estratégica dos sindicatos na construção de uma indústria cada vez mais forte e conectada aos novos tempos. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, e o 1º Vice-Presidente, Alexandre Guerra, participam do evento. (Fiergs, adaptado pelo Sindilat)

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Porto Alegre, 30  de outubro de 2025                                                     Ano 19 - N° 4.505


Setor lácteo abre frente em defesa do leite brasileiro e pede pacote de socorro emergencial

Produtores de leite, indústrias, e lideranças do setor lácteo deram início, nesta quinta-feira (30/10), a um movimento coletivo de defesa do leite brasileiro. A ação, capitaneada pelo Conseleite/RS, busca frear o ingresso desmedido de leite importado no Brasil, fato que vem desequilibrando o mercado nacional, penalizando o setor produtivo e ameaçando a geração de renda e empregos no campo e nas cidades. Em documento enviado ao presidente, Luiz Inácio Lula da Silva; ao vice-presidente, Geraldo Alckmin; ao ministro da Agricultura, Carlos Fávero; ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Luiz Teixeira, à ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e ao diretor da Conab, João Edegar Pretto, o colegiado pede três ações emergenciais de socorro ao setor produtivo. 

O primeiro pedido é pela adoção de uma política de benefício fiscal às indústrias transformadoras que compram leite em pó nacional, o que tornaria a aquisição do produto brasileiro mais atrativo do que a do importado. Atualmente, supermercados e indústrias alimentícias (que fabricam pães e chocolates) são as principais importadoras de leite em pó.

O segundo pedido é pela compra governamental de, no mínimo, 100 mil toneladas de leite em pó produzido no Brasil a serem destinadas a programas sociais e escolas. 

A terceira demanda é pela adoção de uma sobretaxa emergencial de 50% sobre aquisição de leite em pó e queijo muçarela importados da Argentina e do Uruguai por 36 meses. 

Segundo o coordenador do Conseleite, Darlan Palharini, a união do setor busca sensibilização do governo brasileiro quanto às dificuldades enfrentadas por produtores e indústrias. “O problema não é novo. Mas chegamos em um ponto limite. Não há como competir com a avalanche de leite e queijos do Prata que está entrando no Brasil. Precisamos de apoio ou o setor lácteo nacional não resistirá por muito tempo”. No campo, explica Palharini, tem sobrado leite, fato agravado pelo início da safra, período em que, tradicionalmente, há aumento da oferta por conta do clima. A rentabilidade da indústria também está comprometida, alerta o dirigente, uma vez que as empresas nacionais têm dificuldade de fazer frente ao leite em pó importado. Com margens reduzidas e mercado nacional abastecido pelos importados, as indústrias estão vendo suas plantas inviabilizadas. “Precisamos do apoio do governo neste momento crítico para que o setor avance em produtividade e competitividade e que, em um futuro breve, consigamos enfrentar o mercado globalizado de forma autônoma”.

SINDILAT/RS

Quem produz o leite brasileiro?

Você sabia que 57% dos produtores de leite no Brasil produzem até 200 litros por dia, mas respondem por apenas 10% do volume total? 🥛
 
Esses pequenos produtores têm um papel fundamental na manutenção da atividade em diferentes regiões do país, garantindo renda, ocupação no campo e diversidade produtiva — elementos essenciais para a sustentabilidade da cadeia. Esses dados fazem parte do Quem Produz o Leite Brasileiro 2025, uma pesquisa que revela como a base produtiva do setor vem mudando — e o que isso significa para o futuro do leite no Brasil. Baixe o relatório completo e descubra ainda mais transformações no setor. ➡️ Acesse: https://bit.ly/4374qM1

Milkpoint

 

LEITE/CEPEA

Cepea, 29/10/2025 – Levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que, em setembro, o preço do leite cru recuou 4,2% frente ao de agosto, fazendo com que a “Média Brasil” chegasse a R$ 2,4410/litro – queda real de 19% em relação a setembro/24 (deflacionamento pelo IPCA de setembro/25). Trata-se da sexta baixa consecutiva nas cotações no campo, e o setor projeta que esse movimento de desvalorização se persista até o final do ano, tendo em vista que o mercado doméstico está bastante abastecido.

De um lado, observa-se crescimento consistente da produção ao longo de 2025, sustentado por investimentos realizados após margens mais favoráveis em 2024. A sazonalidade da primavera e do verão, com melhora das pastagens, também impulsiona a oferta. O ICAP-L (Índice de Captação de Leite) subiu 5,8% de agosto para setembro e acumula alta de 12,2% no ano, indicando forte ampliação da produção.

Além do avanço interno, a disponibilidade total de leite foi reforçada pelo aumento de 20% nas importações de lácteos em setembro, totalizando 198,1 milhões de litros em equivalente leite, dos quais quase 80% correspondem a leite em pó. Mesmo com crescimento de 11% nas exportações no mês, o mercado interno permanece amplamente abastecido. No acumulado de janeiro a setembro, as importações recuaram 4,8% frente às de 2024, mas ainda somaram 1,65 bilhão de litros equivalentes, volume considerado alto pelos agentes do setor. Já as exportações diminuíram 36,7% no mesmo período, somando 52,9 milhões de litros. 

Essa abundância de oferta tem mantido o mercado saturado. A produção segue em alta e sem sinais de desaceleração no curto prazo, enquanto o consumo permanece incapaz de crescer no mesmo ritmo, resultando em estoques elevados e em margens industriais comprimidas, sobretudo nos segmentos de UHT e muçarela. Pesquisa do Cepea realizada com o apoio da OCB mostra que, em setembro, o leite UHT, queijo muçarela e o leite em pó registraram respectivas desvalorizações de 2,87%, 2,08% 1,66%, no atacado paulista.

Nas indústrias, a combinação de custos fixos elevados e de baixa rentabilidade tem levado à redução dos preços pagos ao produtor, agravando as tensões nas negociações. Muitos produtores relatam dificuldades para cobrir o custo de produção.

Segundo pesquisas do Cepea, em setembro, o Custo Operacional Efetivo (COE) recuou 0,9% na Média Brasil. Contudo, essa redução é pequena diante da queda das cotações, resultando em estreitamento das margens dos pecuaristas. O aumento dos preços dos grãos também deteriorou o poder de compra do produtor: em setembro, foram necessários 26,5 litros de leite para adquirir um saco de 60 kg de milho, alta de 5,4% frente a agosto. Embora levemente abaixo da média dos últimos 12 meses (27,5 litros), a tendência indica perda de rentabilidade e cautela crescente nos investimentos.

No curto prazo, o cenário aponta para continuidade da pressão de baixa. As sucessivas quedas podem provocar desaceleração gradual da produção, mas parte desse efeito tende a ser compensada pelo aumento sazonal típico da safra das águas, sobretudo no Sudeste e no Centro-Oeste. Assim, o volume deve continuar crescendo, mas em ritmo menor que o habitual, sugerindo início de ajuste na oferta.

Esse movimento pode abrir espaço para estabilização dos preços em dezembro, quando as indústrias passam a planejar o abastecimento do início de 2026. Contudo, uma recuperação mais consistente das cotações não é esperada no curto prazo: pode ocorrer apenas a partir do segundo bimestre de 2026, quando a oferta tende a recuar no Sul e o mercado pode reencontrar um novo ponto de equilíbrio.

Gráfico 1. Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de setembro/2025)


Cepea


Jogo Rápido

Conecta Leite
O Conecta Leite, chega a Pinhalzinho (SC) nos dias 4 e 5 de novembro de 2025 com uma missão clara: Integrar a cadeia produtiva do leite e impulsionar a inovação no setor. A iniciativa, organizada pela 2W Eventos em parceria com o Sindileite-SC, nasce para aproximar produtores, indústrias, pesquisadores e fornecedores em um mesmo espaço de diálogo e oportunidades. Realizado no Parque de Exposições da Efacip, o evento traz uma proposta inédita para o estado: fortalecer a indústria do leite catarinense por meio da difusão de práticas sustentáveis, da troca de experiências e da valorização da tecnologia. O Conecta Leite aposta na união entre tradição e modernidade para preparar o setor para os desafios e demandas do mercado atual.Entre os temas em destaque, estão as novas tecnologias de processamento, o controle de qualidade, as análises laboratoriais e os avanços em conservação do leite. Essas inovações visam não apenas maior eficiência e segurança, mas também alinhar a produção às exigências do consumidor moderno, que valoriza cada vez mais a qualidade, a origem e a sustentabilidade dos produtos que consome. Segundo os organizadores, o evento se consolida como um ponto de encontro estratégico para quem busca atualização técnica, networking e soluções inovadoras para o futuro da indústria láctea. (Escrito para o eDairyNews, com informações de CDiário do Iguaçu e adaptado pelo Sindilat/RS)