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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 27 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.523


Conseleite indica leite projetado a R$ 2,0237 em novembro no RS

O Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do RS (Conseleite) divulgou projeção de R$ 2,0237 para o valor de referência do leite em novembro no Rio Grande do Sul, queda de 8,69% em relação ao projetado de outubro (R$ 2,2163). Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (27/11), em reunião na sede do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat/RS).O Conseleite também anunciou o valor consolidado em outubro de 2025 em R$ 2,2006 um, 5,29% abaixo do consolidado em setembro de 2025 (R$ 2,3235). O cálculo é elaborado mensalmente pela UPF com dados fornecidos pelas indústrias, considerando a movimentação dos primeiros 20 dias do mês, e leva em conta parâmetros atualizados pela Câmara Técnica do colegiado em 2023.Conforme o coordenador do Conseleite, Darlan Palharini, os números apresentados mostram um cenário que ainda exige muita atenção. “Esses resultados refletem a pressão que o setor lácteo brasileiro vem enfrentando. A entrada cres Conseleite indica leite projetado a R$ 2,0237 em novembro no RS cente de leite importado, especialmente em períodos de safra, afeta diretamente a formação de preços e reduz a competitividade da produção local. Por isso, reforçamos a necessidade de medidas de governo mais consistentes e duradouras.”Cenário de queda de valores do leite é mundialA manhã também contou com a participação do pesquisador sênior da Embrapa Gado de Leite, Glauco Carvalho, que abordou o cenário econômico e perspectivas para a cadeia produtiva do leite.Em participação on-line, o pesquisador apresentou o contexto do mercado internacional, ambiente econômico e crescimento, balança comercial da oferta de leite, custo, preços e margens. “Todos os mercados estão sentindo essa mudança no cenário de preços. A rentabilidade em vários países na produção de leite vem diminuindo. Esse panorama não é realidade apenas no Brasil”, explicou.

Apresentando dados, Glauco mostrou que em um ano, comparando setembro de 2024 com o mesmo mês em 2025, houve uma produção de um bilhão de litros a mais, o que aponta um excedente de leite. “Estamos com um volume de leite forte a nível global. Tivemos uma expansão de 4,4% na produção no período de um ano.”

(SINDILAT/RS)

CONSELEITE MINAS GERAIS CONSELHO PARITÁRIO DE PRODUTORES E INDÚSTRIAS DE LEITE DE MINAS GERAIS RESOLUÇÃO NOVEMBRO/2025 

A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 26 de Novembro de 2025, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga: 

a) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Setembro/2025 a ser pago em Outubro/2025 

b) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Outubro/2025 a ser pago em Novembro/2025 

c) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Novembro/2025 a ser pago em Dezembro/2025. 


Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural. CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br. 

CNA alerta para crise no setor leiteiro e defende medidas antidumping

Entidade participou de audiência pública na Câmara dos Deputados na quarta (26)

Brasília (27/11/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na quarta (26), de audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir a crise enfrentada pelo setor leiteiro e a prática de dumping nas importações de leite em pó da Argentina e do Uruguai.

O vice-presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Jônadan Ma, apresentou dados que comprovam a prática de dumping e detalhou a linha do tempo da atuação da Confederação junto ao Ministério da Indústria (MDIC), destacando a gravidade da situação enfrentada pelos produtores brasileiros. 

“Vivenciamos uma crise séria. Todas as medidas já tinham sido tomadas em 2023, restando apenas a entrada do processo antidumping, proposta pela CNA com recomendação do Ministério do Desenvolvimento Agrário”, disse.

Em sua fala, mostrou que o preço do leite em pó no mercado interno da Argentina girou em torno de US$ 7,75 por quilo em 2023, e do Uruguai, US$ 7,91/kg, enquanto o leite em pó é exportado por US$ 3,56 e US$ 3,71, respectivamente, o que representa a preços de exportação 54% e 53% menores que nos mercados internos.

“Os números estão comprovados no processo apresentado pela CNA ao MDIC. A decisão do Ministério, que alterou o entendimento técnico e passou a considerar que o leite in natura não é similar ao leite em pó, foi inaceitável e descabida. Essa medida retira do setor a única ferramenta de defesa comercial”, explicou.

Jônadan Ma afirmou que existe alta correlação entre a investigação do dumping e os volumes importados de leite em pó. Quando apresentada a petição para adoção de direitos provisórios, em março, as importações caíram 15%. Com a publicação do parecer preliminar desfavorável do MDIC, o reflexo foi um aumento mensal de 28% nas importações de agosto para setembro.

“O antidumping é o único antídoto que temos para reduzir os impactos da importação de leite. Desde 2023 enfrentamos volumes recordes de importações e a tendência é que 2025 termine com o terceiro maior resultado na série histórica”.

O vice-presidente reforçou que a CNA não é contra a importação de leite, desde que ocorra nos termos de livre-mercado e não vai aceitar concorrência predatória e desleal. “Lutamos pelo nosso mercado nacional e pela sobrevivência dos que trabalham na atividade”, concluiu.

Durante a audiência, o deputado federal Domingos Sávio (PL/MG), autor do requerimento da audiência, questionou a decisão preliminar do MDIC e defendeu coerência técnica no processo. “Há precedentes na própria história comercial internacional do Brasil sobre a análise de dumping. O leite in natura sempre foi considerado similar ao leite em pó, essa mudança de conceito vai impactar a vida de milhões de produtores, principalmente os pequenos”.

Segundo o parlamentar, “dizer que os produtos não são similares exige uma resposta concreta e baseada em conhecimento técnico. A natureza do leite em pó e do leite in natura é a mesma, e a OMC reconhece essa similaridade. Não podemos mudar as regras internacionais ao nosso favor, nem contra”, disse.

O MDIC salientou que o processo segue em aberto e a decisão ainda não está tomada. A pasta avalia tecnicamente o pedido de reconsideração da CNA, bem como as novas provas apresentadas, mas não foi sinalizado o prazo para a publicação da decisão.

Como encaminhamento, o Deputado solicitará uma audiência com o Ministro Geraldo Alckmin juntamente com as instituições presentes para buscar a reversão do entendimento e retomada da investigação, com vistas a:

1. A reversão do entendimento quanto ao produto similar doméstico, retomando o entendimento anterior e considerando o impacto das importações sobre o leite in natura.

2. A retomada célere do processo de investigação e a aplicação dos direitos antidumping, com base nos elementos técnicos já apurados pelas áreas competentes;

3. A adoção de medidas antidumping provisórias, que assegurem a defesa comercial do setor leiteiro enquanto a investigação segue seu curso normal. Assista a audiência na íntegra clicando aqui.  (CNA).


Jogo Rápido

Câmara aprova CEP rural: veja como a medida pode facilitar a vida do produtor
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) aprovou, neste mês, o Projeto de Lei 2.898/2021, que cria um código de georreferenciamento para propriedades rurais e agroindustriais. O texto, de autoria do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), altera a Lei dos Serviços Postais para permitir que cada imóvel rural receba um identificador próprio destinado a facilitar sua localização física. Na prática, o PL cria um “CEP rural”, um endereço georreferenciado para propriedades no campo. A proposta busca melhorar a precisão logística, permitir entregas, dar suporte a ações de fiscalização, assistência técnica e crédito, além de reforçar a organização territorial. O projeto já havia passado pela Comissão de Agricultura (CAPADR) e pela Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI). Na CCJC, o exame era apenas de admissibilidade, etapa que avalia constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa. Agora, segue para apreciação no Senado. Ao apresentar seu voto, o relator da proposta, deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), afirmou que o texto atende aos requisitos legais. “Trata-se de um projeto simples, claro e bem articulado. Não há qualquer ofensa a direitos ou garantias constitucionais, tampouco afronta à legislação vigente. Do ponto de vista jurídico e técnico, o PL é absolutamente adequado”, disse o relator. O autor da proposta disse que o georreferenciamento é ferramenta essencial para gestão territorial. “Indispensável. Ele fortalece a gestão das propriedades rurais, melhora o acesso a serviços e políticas públicas, e coloca o Brasil na rota da agricultura de precisão”, afirmou o deputado Evair Vieira de Melo. Segundo ele, o código geográfico poderá facilitar a entrega de produtos, a identificação de rotas, o acesso a crédito rural e ações de fiscalização. “Cada propriedade poderá ter um código definido, o que facilita desde entregas até ações de fiscalização, crédito e assistência técnica. É um avanço simples, mas de enorme impacto para o produtor rural”, completou. Se aprovado pelo Senado e sancionado, o código terá implementação gradativa, sob regulamentação federal, com uso potencial por serviços postais, órgãos de segurança, sistemas de crédito e plataformas digitais. As informações são do Estadão, adaptadas pela equipe MilkPoint.

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Porto Alegre, 26 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.522


11º Prêmio Sindilat de Jornalismo divulga finalistas

Reunida na manhã desta quarta-feira (26/11), a comissão julgadora do 11º Prêmio Sindilat de Jornalismo anunciou seus finalistas. Com participação de concorrentes de diferentes regiões do Rio Grande do Sul e de outros estados, a premiação está alinhada com a diversidade e conceito democrático da produção de leite, que ocorre em quase todos os municípios gaúchos. Presidente da Comissão e representante da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), o jornalista Antônio Goulart citou que foi um ano de difícil decisão. “Tivemos trabalhos de muita qualidade e profundidade este ano”, citou, lembrando que a mídia do agronegócio passa por uma especialização profunda.

Dividido em duas categorias (Texto e Audiovisual), o Prêmio Sindilat de Jornalismo também se adaptou aos novos tempos, valorizando o conteúdo independentemente da plataforma. “As mídias mudam, mas a qualidade do conteúdo jornalístico apresentado se mantém. O prêmio busca valorizar exatamente o trabalho de apuração e abordagens diferenciadas sobre o setor que visem seu desenvolvimento e propostas resolutivas para seus dilemas”, completou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini.  Entre as temáticas abordadas estão avanços tecnológicos, questões de mercado e histórias inspiradoras do campo.

A Comissão Julgadora do 11º Prêmio Sindilat de Jornalismo contou com a participação dos jornalistas Antônio Goulart (ARI), Jorge Leão (Sindjors), Gerson Raugust (Farsul), Camila dos Santos (Fetag) e da gerente de comunicação do Sindilat, Jéssica Aguirres. A entrega dos troféus e premiações ocorrerá no Jantar de Fim de Ano do Sindilat, no dia 17 de dezembro, em Porto Alegre (RS).

A diretoria do Sindilat também anunciou a entrega de menção honrosa à jornalista Tamires Hanke, da RBS TV, pela cobertura do MilkSummit 2025 Brazil, realizada no mês de outubro em Ijuí (RS).

Confira a lista de Finalistas do 11º Prêmio Sindilat de Jornalismo:

CATEGORIA TEXTO

Jornalista: Andressa Silva Simão Pardini
Veículo: Notícias Agrícolas
Trabalho: Desistir Não é Opção: a história da pecuarista que superou desafios pessoais e crises no setor para se manter na pecuária leiteira no Rio Grande do Sul

Jornalista: Bruna Oliveira Scheifler
Veículo: Revista Valor Cooperado/ Cotrijal          
Trabalho: Legado para o futuro: cooperativismo e sucessão rural são chaves para o desenvolvimento sustentável

Jornalista: Raíza Goi Borba
Veículo: Revista Valor Cooperado/ Cotrijal
Trabalho:  Propriedade ganha reforço de robô na ordenha

CATEGORIA AUDIOVISUAL

Jornalista: Bruno Pinheiro Faustino
Veículo: Negócio Rural
Trabalho: Leite é tudo igual?

Jornalista: Eliza Maliszewski
Veículo: Canal Rural
Trabalho: Terceira ordenha: sistema aumenta produtividade nas fazendas leiteiras
Jornalista: Simone Feltes
Veículo: TVE/RS
Trabalho: Desafios da cadeia do leite no RS                                                                                                      

As informações são do Sindilat


Uruguai: Alerta para reajuste no preço do leite para produtores até 2026

A Conaprole alerta que a queda global dos preços forçará um ajuste no início de 2026, após nove declínios consecutivos.

Preço do leite ao produtor: especialistas alertam que um ajuste será necessário no início de 2026.
Os produtos lácteos continuam a apresentar um declínio sustentado no mercado internacional. Desde maio, os preços têm caído constantemente, e o leite em pó integral reflete claramente essa tendência: seu preço caiu de US$ 4.374 por tonelada no início de maio para US$ 3.452 no último leilão da Global Dairy Trade (GDT) em novembro. O declínio acumulado em seis meses chega a 27% .

O diretor da Conaprole , Juan Parra , reconheceu a preocupação do setor e previu que o início de 2026 forçará uma revisão dos sinais de preço para os embarcadores.

“Quase certamente haverá um ajuste de preços até o início de 2026. Esperamos que não seja muito drástico, mas a queda tem sido clara e constante. Não parece provável que se reverta no curto prazo”, observou Parra, acrescentando que o mercado internacional registrou nove quedas consecutivas .

O Brasil está comprando menos e pressionando os fluxos comerciais.
Parra também analisou a situação regional. A recuperação da produção no Brasil , um dos principais destinos dos produtos lácteos uruguaios, reduziu a demanda nos últimos meses.“Há vendas, mas não nos níveis que vimos em anos anteriores. Esses sinais são preocupantes”, afirmou. O executivo enfatizou que o volume de compras do Brasil caiu abaixo do normal , impactando um fluxo comercial historicamente forte para a cooperativa.

A Indonésia e o TPP abrem novas possibilidades.
Em um cenário complexo, a possível autorização do Uruguai para exportar produtos lácteos para a Indonésia é um desenvolvimento positivo. Parra destacou que a Indonésia é o terceiro maior importador mundial de produtos lácteos , tornando essa abertura uma oportunidade estratégica.

Por outro lado, a futura integração do Uruguai na Parceria Transpacífica (TPP) é vista como uma vantagem competitiva para a indústria de laticínios.

“Temos oito países com os quais podemos comercializar produtos lácteos sem tarifas. É uma oportunidade muito interessante para a cooperativa e para o setor”, afirmou.

A taxa de remissão está aumentando e este ano promete ser recorde.
Em novembro, as entregas à Conaprole aumentaram 16,6% em comparação com o mesmo período de 2024, com uma média diária de 5,4 milhões de litros . Se esse ritmo for mantido, 2025 fechará com uma produção de aproximadamente 1,67 bilhão de litros , marcando um novo recorde para a cooperativa.

Parra destacou o papel da primavera — “espetacular”, em suas palavras —, com chuvas semanais e uma produção que, nos últimos quatro ou cinco meses, foi 12% superior à do ano anterior.

Margens positivas para o produtor
A combinação de boa disponibilidade de forragem e uma relação favorável entre grãos e leite permitiu a manutenção de margens atrativas.

“O valor deve fechar positivo, mais próximo de US$ 3 ou US$ 4 por vaca por dia. Depois, é preciso deduzir os custos de infraestrutura e operação”, explicou Parra, que descartou uma deterioração no curto prazo: “Acreditamos que a margem de lucro com a alimentação permanecerá positiva e aceitável”.

Fonte: Blasina e Associados

Instalações da Piracanjuba iniciam produção de queijo em nova planta no PR

Cidade do Paraná com 9,5 mil habitantes recebe fábrica de R$ 612 milhões e, nesta semana, inicia a operação da produção de queijo muçarela.

A pequena São Jorge D’Oeste, município paranaense com 9.587 habitantes, entrou oficialmente no mapa dos grandes investimentos da indústria de alimentos do Brasil.

O Grupo Piracanjuba afirmou que iniciou nesta semana a produção de muçarela na nova fábrica instalada na cidade. O início das operações marca um avanço estratégico para a empresa e um impulso significativo para a economia regional.

A fábrica, que receberá um investimento total de R$ 612 milhões com apoio do programa Paraná Competitivo, será uma das maiores produtoras de queijos do país.

Nesta primeira fase, já em operação, a planta está produzindo muçarela em barra — o queijo mais consumido no Brasil — ampliando a capacidade produtiva da Piracanjuba e fortalecendo sua competitividade nos mercados do Sul e Sudeste. Segundo a empresa, a unidade permitirá reduzir custos logísticos, encurtar rotas e melhorar a eficiência.Além do impacto na cadeia produtiva, o complexo deve transformar o cenário econômico local: cerca de 250 empregos diretos serão gerados, com efeito multiplicador no comércio, serviços e setor agropecuário da região. Para o governo estadual, a instalação reforça o objetivo de atrair indústrias e agregar valor à produção rural. “Nós temos uma empresa que começou muito pequena, uma empresa familiar, e que se tornou uma empresa grande que emprega mais de 4 mil pessoas. E aqui no Paraná temos que incentivar para que mais empresas possam vir para nosso estado”, disse em recente visita técnica ao local,  secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes.
 

Uma queijaria de nova geração
Com 54 mil metros quadrados de área construída e capacidade para processar 1,37 milhão de litros de leite por dia, o empreendimento se destaca pelo modelo industrial integrado. No mesmo complexo onde serão produzidas 39,4 mil toneladas anuais de muçarela e 7,9 mil toneladas de manteiga, a empresa instalará duas plantas anexas para transformar o soro de leite — subproduto da produção de queijos — em produtos de alto valor agregado.

A partir do soro de leite, efluente da produção de queijos, a planta produzirá até 6 mil toneladas ao ano de whey protein e até 14,8 mil toneladas anuais de lactose em pó. Segundo a empresa, a construção das duas plantas em uma mesma unidade traz ganhos de escala, sendo a primeira queijaria de grande porte no Brasil que já nasce planejada e integrada em um mesmo parque industrial.

Trata-se de um movimento pioneiro no Brasil. O objetivo é diminuir a dependência de importação dos produtos, que têm aplicações que vão desde a nutrição até produtos farmacêuticos e cosméticos, e que hoje gira em torno de 85% e US$ 54 milhões na balança comercial brasileira. Os outros 15% são de produção nacional, com poucas indústrias produzindo whey protein em pó em suas várias concentrações. Os dados são dos ministérios da Agricultura e Pecuária e de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, de 2023.

As informações são do  GMC Online, adaptadas pela equipe MilkPoint.


Jogo Rápido

Rádio é a mídia que mais cresceu na audiência com os agricultores revela palestrante na Federasul
O  Doutor e Mestre em Educação, Jornalista e publicitário José Luiz Tejon, falou do papel do rádio para a comunicação do produtor rural em entrevista coletiva no Tá Na Mesa da Federasul. Ouça aqui. (Agert)

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Porto Alegre, 25 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.521


O setor do leite precisa de medidas urgentes, afirma Guerra

“Amanhã já será tarde. Não tem tempo”, alertou Alexandre Guerra, 1º vice-presidente do Sindilat-RS, ao defender ações imediatas para conter a crise no leite. Na audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo (Cappc), ele pediu mobilização para que outros estados comprem do mercado nacional, como fez o Rio Grande do Sul ao destinar R$ 86,5 milhões para adquirir leite em pó. “Também é esperado que a União faça esse anúncio, mas todos os estados poderiam tomar o mesmo caminho de forma emergencial”, afirmou.

Para aliviar a pressão sobre o mercado, em um momento que combina supersafra e aumento das importações, Guerra reforçou outra pauta do sindicato: frear as entradas. “Como qualquer país que protege sua economia faria, se fosse adotado o processo manual para liberar licenças, já se colocaria um entrave forte a curto prazo”, disse durante a atividade realizada na segunda-feira (24/11) organizada pelo deputado estadual Zé Nunes, ao acrescentar a importância de ações de longo prazo para a proteção do mercado interno.

As medidas se somam ao conjunto defendido pelos Conseleites. Segundo Darlan Palharini, coordenador do Conselho gaúcho, que participou do debate no Parlamento gaúcho, elas incluem ainda a aplicação de sobretaxa de 50%, por 36 meses, na entrada de leite em pó, manteiga, soro de leite e queijo muçarela oriundos da Argentina e do Uruguai, e a suspensão, por 6 meses, da compra de produtos lácteos do Mercosul, para reequilibrar o mercado interno. (Sindilat)


CONSELHO PARITÁRIO PRODUTORES/INDÚSTRIAS DE LEITE DO ESTADO DO PARANÁ – CONSELEITE–PARANÁ

RESOLUÇÃO Nº 11/2025

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 25 de novembro de 2025 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Outubro de 2025 e a projeção dos valores de referência para o mês de Novembro de 2025, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana.

Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Novembro de 2025 é de R$ 4,1683/litro.

Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: https://www.sistemafaep.org.br/conseleite-parana/ .

 

Tecnologia e sucessão familiar impulsionam a produção leiteira em Aratiba

Eliete Smaniotto cresceu no ambiente rural em Aratiba, no norte do Estado. Eram inúmeros animais a sua volta. Seus pais criavam aves, suínos e vacas de leite. Eliete acompanhava a rotina, ainda criança, se afeiçoando pelos bichos. Houve um tempo, no entanto, em que a família Smaniotto precisou escolher uma única atividade para dar sequência.

"Para a gente conseguir trabalhar com mais qualidade, porque tudo demanda muito tempo e mão de obra. Então, tivemos que optar por uma. E meus pais optaram pelas vacas de leite", conta.

Eliete nunca saiu de casa para trabalhar, sempre viveu a lida na propriedade. Assim, nasceu o amor pela produção leiteira. "Elas não são só animais e produção, a gente acabou criando um carinho. Meus pais também são apaixonados pelo que fazem, também têm um carinho muito grande. Então eu acho que foi um amor que foi passado de geração e que foi se criando ao longo do tempo".

Hoje, o rebanho conta com 140 animais, dos quais 61 são vacas em ordenha. Diariamente, elas produzem em média 2.700 litros de leite — aproximadamente 45 litros por vaca ao dia. Para isso, a ordenha é completamente robotizada, desde fevereiro de 2025.

A tecnologia ainda é rara, mas cada vez mais presente na ordenha dos estabelecimentos leiteiros. Segundo a Emater/RS-Ascar, em 2019, a robotização fazia parte de apenas 0,06% dos estabelecimentos. Em 2021, já eram 0,18%. Em 2023, 0,35%.

Na propriedade da família Smaniotto, o robô foi uma solução para suprir a falta de mão de obra. "Nós somos uma propriedade familiar. Eu, meu irmão mais novo e meus pais que trabalhamos. Então a gente sentou para decidir entre robotizar ou contratar mão de obra, contratar funcionários".

Ponderando os pontos positivos e negativos, a família optou pela robotização da ordenha. Eliete já conhecia a tecnologia. Comentava com os pais, mas era um sonho ainda distante, por conta do alto valor. "Na hora que fechamos o pedido foi um sonho realizado", relata.

Para que todo o sistema fosse implantado, foi necessário um investimento de aproximadamente R$ 1,5 milhão. A partir de então, toda a rotina da ordenha foi alterada. Antes, era necessário passar cinco ou seis horas, todos os dias, só para a ordenha. Hoje, o robô faz o serviço 24h por dia.

"Ele para um pouco para fazer as lavagens, porque ele faz três lavagens durante o dia. A vaca escolhe o momento que ela quer ordenhar, e a gente tem todo um controle reprodutivo no sistema do robô, controle de qualidade do leite, de produtividade, controle de sanidade do animal", descreve.

A robotização tem suprido a necessidade de mão de obra na propriedade. O equipamento comporta cerca de 65 vacas. "Então a gente está no limite, né? E caso a gente queira aumentar o plantel, aí a gente coloca um segundo robô".

Além disso, a família também tem planejado melhorias estruturais, como forma de lidar com as altas temperaturas e garantir uma melhor produtividade — sem esquecer do conforto para os animais.

"A gente pensa ainda que alguns anos fechar o barracão, climatizar, para que se mantenha uma temperatura boa para as vacas, porque a gente acaba sofrendo muito no verão, por ser muito quente, e as vacas precisam de uma temperatura mais baixa para produzir mais, para conforto térmico, bem-estar, e para manter a cama delas", esclarece.

Nesse sentido, a família tem debatido a possibilidade de mudar o atual sistema de confinamento, compost barn para free-stall: "justamente por manter a cama melhor porque no inverno é muito úmido e acaba ficando muito úmida a cama e no verão é muito quente", explica.

Eliete está no oitavo semestre do curso de veterinária. Hoje, dá sequência à sucessão familiar, mas quase tomou um rumo longe da atividade. "Até comecei a fazer cursinho para vestibular pensando em uma área totalmente diferente. Nas primeiras, eu cheguei para os meus pais desesperada, comecei a chorar porque eu não queria sair de casa, eu não queria fazer outra coisa, eu não me via mais sem estar ali. Meus pais sempre me apoiaram muito e nessa hora ainda mais", lembra.

A jovem produtora percebe a instabilidade do setor como um empecilho recorrente entre os produtores. Para isso, aposta na organização financeira.

"Tem meses que o preço está muito bom, tem meses que o preço está muito baixo. Então para não acabar desistindo, não acabar quebrando, a gente tem que ter uma organização muito grande".

Mesmo assim, ela vê muito mais benefícios na escolha pela sucessão familiar, para além da paixão pelos animais e pelo trabalho. "Eu, particularmente, acho que é uma coisa muito boa. Eu estou dando continuidade num negócio que é da minha família, então eu posso fazer os meus horários, eu posso fazer as coisas do jeito que eu quero, não tem ninguém me mandando. A gente tem uma liberdade muito maior, eu tenho uma liberdade muito grande em ajustar a minha rotina, em trabalhar do jeito que eu quero, em crescer quando eu quiser crescer e inovar quando eu quiser inovar", finaliza.


Jogo Rápido

Agro+ 
Com o setor leiteiro em crise, o governo do rio grande do sul anunciou nesta semana a compra de cerca de 2,2 mil toneladas de leite em pó, em chamada pública publicada no Diário Oficial. Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a medida chega em um momento decisivo e dá fôlego aos produtores gaúchos.Confira a entrevista completa clicando aqui. (Agro+ via youtube)

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 24 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.520


Câmara Setorial do Leite discute produção do setor e ações para aumentar consumo do produto no Estado

A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados se reuniu nesta sexta-feira (21/11), de forma virtual, para discutir os assuntos de interesse do setor. Entre as pautas, a situação da produção de leite no Rio Grande do Sul, mas também em nível de país e de mundo, além da possibilidade de realização de uma campanha que estimule a produção de leite no Estado.

O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat-RS), Darlan Palharini, apresentou dados sobre a atual situação do setor leiteiro no Rio Grande do Sul, no país e no mundo. A captação brasileira de leite, até junho deste ano, responde por um aumento de 7% em comparação com 2024, o que representa 2,5 bilhões de litros a mais de produção. Já no Rio Grande do Sul, no mesmo período, houve uma produção 12% maior, com  aumento de aproximadamente de 500 milhões de litros. “O que se pode ver é que temos disponibilidade de leite per capita, porque temos aumentado a disponibilidade durante o ano. Segundo dados da Embrapa, são em torno de 1 milhão de litros no mercado brasileiro à disposição”, destacou Palharini.

Com relação à importação de leite em pó, Palharini destacou que entre janeiro a outubro de 2024 foram 149 mil toneladas. No mesmo período de 2025, dados dão conta que são 151 mil toneladas.

O coordenador da Câmara Setorial do Leite e vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Eugênio Zanetti, ressaltou a iniciativa do governo do Estado para a aquisição de leite em pó integral, produzido por cooperativas da agricultura familiar do Estado. O edital de chamada pública prevê a compra de aproximadamente 2 milhões de quilos de leite em pó, totalizando investimento estimado em R$ 90 milhões.

Um dos pontos levantados pelas entidades que integram a Câmara Setorial é a realização de uma campanha de incentivo ao consumo interno de leite, construída por todos os elos da cadeia produtiva, tendo em vista a disponibilidade do produto atualmente no mercado. (SEAPI)


Noroeste gaúcho investe para se consolidar como maior polo leiteiro do País

A Mesorregião Noroeste do Estado é, atualmente, o principal polo leiteiro do País. Segundo a Emater/RS-Ascar, cerca de 86% do leite produzido no Rio Grande do Sul se concentra em 273 municípios, numa área de apenas 26% do Estado. Apesar da produtividade constante, o setor leiteiro tem enfrentado uma tendência de concentração: em dez anos, o número de produtores diminuiu em quase dois terços.

Há anos, o estado gaúcho sustenta uma produção leiteira estável. Segundo os dados preliminares da 6ª edição do Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite no Rio Grande do Sul, organizado e apresentado pela Emater/RS-Ascar na 48ª Expointer, houve uma pequena queda no total de leite produzido no atual período. Em 2023, o Estado produziu um total de 4,12 bilhões de litros. Já em 2025, esse número é de 4,09. Apesar disso, observou-se um leve aumento na produção do leite destinado à industrialização: de 3,83 bilhões de litros em 2023, o número passou a 3,84 bilhões.

Como comparação, o Estado de Minas Gerais, líder nacional no setor, produziu 9,7 bilhões de litros de leite em 2024, segundo os dados da última Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do IBGE. Ou seja, mais de 27% de todo o leite brasileiro. O Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor, foi responsável por aproximadamente 11% da produção do País.

Segundo o documento da Emater/RS-Ascar, o Valor Bruto da Produção (VBP) estadual é de R$ 9,5 bilhões por ano. Trata-se do quinto produto com maior VBP no Estado, atrás somente da soja, arroz, frango e suíno.

O leite tem importância econômica, social e cultural de norte a sul do Estado. Em 2023, dos 497 municípios gaúchos, 493 contavam com a produção de leite. Nos dados prévios do 6º Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite no RS, a Emater/RS-Ascar estima que 451 municípios destinem leite para a industrialização. Apesar disso, a produção estadual é impulsionada, principalmente, pela metade norte e, em especial, pela mesorregião noroeste.

É histórica a importância dessa parcela do Estado para a cadeia produtiva do leite no território nacional. Conforme o Anuário Leite 2025, produzido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a relevância tornou-se ainda mais significativa num intervalo de duas décadas.

Em 2003, o noroeste era o segundo maior polo produtor de leite no País, com cerca de 1,3 bilhões de litros anuais. Vinte anos depois esse número mais que dobrou: segundo os dados do IBGE, a mesorregião produziu 2,72 bilhões de litros de leite em 2023, destacando-se como o maior centro produtor em todo o País. Trata-se de praticamente 70% do leite produzido no Estado, atualmente o terceiro maior produtor, atrás de Minas Gerais e Paraná.

Ou seja, sozinha, a Mesorregião Noroeste produziu 7,71% de todo o leite brasileiro em 2023, de acordo com a Embrapa. Segundo Jaime Ries, assistente técnico estadual da Bovinocultura Leiteira e coordenador das pesquisas sobre a cadeia produtiva do leite pela Emater/RS-Ascar, a importância da metade norte para a produção leiteira é inegável.

"Eu diria que, incluindo também o Vale do Taquari, nós temos quase 86% das propriedades que produzem leite e também do leite industrializado em todo o Estado. Se for ver, em 26% da área estadual, concentramos 86% da produção, para se ter uma ideia da concentração. Ela é muito grande nessas regiões. Já foi mais importante na região metropolitana e no litoral, mas hoje praticamente está sumindo daqui. Na metade sul, tem alguns polos importantes em São Lourenço, Bagé e Livramento, mas, no geral, a produção de leite é toda concentrada na metade norte", reforça.

Nessa ampla região produtora, a cidade de Santo Cristo se destaca há alguns anos como a maior produtora estadual. Os últimos dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do IBGE, divulgados em setembro, demonstram que o município da Fronteira Noroeste contabilizou 75,198 milhões litros de leite em 2024. Dos dez municípios que mais produziram leite no último ano, apenas São Lourenço do Sul não faz parte da Mesorregião Noroeste.

Apesar da estabilidade no volume produtivo anual, alguns desafios do setor têm afastado os pequenos produtores da atividade leiteira, principalmente nos últimos dez anos.

Menos estabelecimentos, mais concentração produtiva

Os dados da 6ª edição do Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite no RS revelam uma sequencial redução no número de produtores em todo o Estado nos últimos anos. Em 2015, o Rio Grande do Sul contava com 84.199 estabelecimentos produtores de leite. Em 2025, esse número caiu para praticamente um terço: apenas 28.946.

Para Jaime Ries, coordenador do relatório da Emater/RS-Ascar, um dos aspectos que devem ser levados em conta é a estagnação produtiva em todo o País nos últimos anos. "O Rio Grande do Sul mantém sua fatia em torno de 11% a 12% da produção brasileira. Então esse é o tamanho do nosso mercado de leite no Estado. Vamos arredondar para 4 bilhões de litros. Ou seja, na medida que uns crescem e outros saem, perdendo competitividade, mas o volume total fica estável. Com os volumes médios diários hoje, se mantivéssemos aqueles 84 mil produtores de 2015, teríamos de produzir como a Argentina. Estaríamos produzindo mais ou menos como Minas Gerais e Santa Catarina juntos", pondera.

Segundo Ries, o que ocorre atualmente é um processo de especialização. Propriedades maiores têm aumentado o número de confinamentos, para viabilizar a produção em escala.

No mesmo compasso, o número de vacas leiteiras também diminuiu nos últimos dez anos. Em 2015, eram mais de 1,17 milhões de animais. Hoje, são pouco mais de 742 mil. Entretanto, o número de animais por estabelecimento está aumentando — o esperado para um cenário de concentração. De menos de 14 vacas leiteiras em 2015, hoje a média é de mais de 25 por propriedade no Estado. As vacas também produzem mais: hoje, a produtividade média é de 17 litros diários por animal. Em 2015, eram 11,8 litros por vaca ao dia. Com as atuais tecnologias como a robotização, há estabelecimentos que chegam a uma produtividade na casa dos 45 litros diários por vaca.

Para Darlan Palharini, Secretário Executivo do Sindilat e Coordenador do Milk Summit Brazil 2025, a redução dos estabelecimentos é um movimento mundial na cadeia produtiva do leite. "O Rio Grande do Sul não passaria sem também ter esse ajuste de número de produtores, já que, se a gente pegar os Países vizinhos, a Argentina e o Uruguai também passaram por esse processo", relembra.

Palharini acredita que pontos cruciais limitam a continuidade das propriedades leiteiras. Segundo ele, hoje, é um desafio manter um estabelecimento com produção abaixo de 200 litros diários. Outro aspecto muito citado é a falta de mão de obra. Jaime Ries menciona, ainda, o envelhecimento da população rural. "A população rural vem diminuindo, a idade média aumentando. E o leite é uma atividade que, diferente da soja e milho, exige mão de obra todos os dias, o ano inteiro", reitera. Para ele, as principais dificuldades dos produtores estão relacionadas: pouca mão de obra, falta de sucessão familiar, renda da atividade e custo elevado. (Jornal do Comércio)

Produção de leite deve moderar em 2026, diz Rabobank

O forte crescimento da produção tem reduzido os preços globais dos lácteos, mas a moderada expansão prevista para 2026 tende a aliviar parte dessa pressão. A produção de leite nas principais regiões exportadoras segue crescendo de forma acelerada, superando as expectativas anteriores do RaboResearch. Nos Estados Unidos, a produção avançou 4,2% em julho, o maior crescimento desde 2021, e manteve ritmo elevado em agosto, com aumento anual de 3,2%. Na Nova Zelândia, o início da temporada também foi recorde, culminando em outubro, tradicionalmente o mês de maior oferta. A expectativa é de que esse avanço continue até 2026, ainda que em ritmo mais moderado.

Entre as sete principais regiões exportadoras, projeta-se que a oferta de leite cresça 1,8% na comparação anual no segundo semestre de 2025, desacelerando para 1,1% em 2026.

Os elevados preços pagos ao produtor nos EUA, na União Europeia e na Oceania durante o primeiro semestre de 2025 foram determinantes para o aumento da produção. A melhora nas margens das fazendas, a recuperação após os surtos de doenças registrados em 2024 e a ausência de eventos climáticos adversos continuam estimulando o crescimento da oferta. Além disso, espera-se que os preços dos concentrados permaneçam favoráveis até 2026, sustentados pela ampla disponibilidade de grãos.No campo da demanda, os mercados globais de lácteos seguem enfrentando dificuldades, especialmente entre consumidores de baixa e média renda. A fraqueza persistente da demanda é visível em diversos canais de alimentação, e a recuperação dependerá do aumento da confiança do consumidor. A China ainda enfrenta retração no consumo, e os sinais de retomada no Sudeste Asiático são inconsistentes. Nos Estados Unidos, incertezas sobre o mercado de trabalho e o impacto das tarifas continuam pressionando o sentimento do consumidor.

O crescente excedente exportável já pressiona os preços em algumas das principais regiões produtoras. Nos EUA, as fortes quedas nos preços do queijo e da manteiga no terceiro trimestre de 2025 devem resultar em recuos no preço do leite ao produtor no quarto trimestre de 2025 e no primeiro semestre de 2026. Na Europa, a fraqueza nos preços também se confirma, enquanto diversos produtos neozelandeses apresentaram reduções no Global Dairy Trade durante o terceiro trimestre de 2025. Ainda assim, mantém-se a expectativa de que os preços do leite na Nova Zelândia superem as dificuldades ao longo da temporada.

O cenário base do RaboResearch indica preços mais baixos até 2026, impulsionados pela maior disponibilidade de leite exportável.

De forma geral, a esperada desaceleração no crescimento da produção até 2026 deve contribuir para reduzir a pressão sobre os preços, conforme o mercado busca restabelecer o equilíbrio entre oferta e demanda. Entretanto, a continuidade de uma oferta abundante combinada com uma demanda mais fraca do que o previsto pode acentuar as quedas de preços, como ilustrado no cenário pessimista.

As informações são do Observatorio de la Cadena Láctea Argentina (OCLA), traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint. 


Jogo Rápido

Rio Grande do Sul produz o melhor leite do Brasil
A força do leite na região Norte contrasta com um trauma recente. Há uma década, a Operação Leite Compensado atingiu diretamente produtores e cooperativas da região do Alto Uruguai, culminando em crises no setor. Conforme Darlan Palharini, Secretário Executivo do Sindilat e Coordenador do Milk Summit Brazil 2025, a Operação Leite Compensado teve impactos negativos em todo o Estado, mas também serviu para que o setor reconhecesse "alguns pontos falhos e que precisava trabalhar no sentido de melhoria da qualidade e da transparência do processo". Palharini afirma que o Rio Grande do Sul tem, atualmente, a "melhor qualidade de leite produzido no Brasil. Tanto que hoje a gente continua vendendo mais de 60% da nossa produção para outros Estados, justamente por esse reconhecimento da qualidade do nosso produto". Hoje, para o Secretário Executivo do Sindilat, o grande desafio do setor diz respeito à competitividade com o mercado externo. "O produto lácteo na sua grande maioria é commodity, principalmente o leite em pó e o queijo muçarela. O nosso preço ele ainda é um pouco acima do que o mercado mundial está pagando, mas ele está evoluindo bastante nesse sentido de fazer frente produto importado". Durante os últimos dias 14 e 15 de outubro, Palharini coordenou o primeiro Milk Summit Brazil, em Ijuí. Foram 21 palestras para um público de cerca de 750 pessoas no noroeste do Estado. O evento foi uma realização do governo do Estado, através da Seapi e do Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite do RS (Fundoleite), em conjunto com o Sindilat/RS, Prefeitura de Ijuí, Emater/RS-Ascar, Suport D'Leite e Impulsa Ijuí. A segunda edição já foi confirmada para 2026, também no município do noroeste. "Temos visto uma profissionalização muito grande da atividade no noroeste, com a entrada de tecnologia, que acaba amenizando bastante a questão da mão de obra. Então eu diria que a região noroeste do Estado está no caminho certo, com aumento de produção e de competitividade", conclui. (Jornal do Comércio)

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Porto Alegre, 21 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.519


DECRETO Nº 58.450, DE 14 DE NOVEMBRO DE 2025. 
(DOE 17/11/25)

Modifica o Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações  de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (RICMS).

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 82, inciso V, da  Constituição do Estado,  Art. 1º  janeiro de 1989, e no inciso V do art. 1º da Lei nº 16.357  DECRETA:

Com fundamento nos itens XXXVIII, LXV, LXVI, LXX, CV e CVII da Seção I do Apêndice II da Lei nº 8.820, de 27 de, de 9 de outubro de 2025, fica introduzida a seguinte alteração no Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 37.699, de 26 de agosto de 1997:

ALTERAÇÃO Nº 6644 - No Apêndice II, Seção I, é dada nova redação ao item XXXVIII, mantida a redação de sua nota, ao número 2 da alínea "b" do item LXVI, às alíneas "a" e "b" do item LXVII, ao item CVIII e ficam acrescentados a alínea "c" ao  item LXXI e o item CIX, conforme segue:

Art. 2º 
...
 c) produtor de diesel verde (HVO), de combustível sustentável  de aviação (SAF) ou de químicos verdes (Bio-GLP, Bio-Nafta, óleo leve ou óleo pesado renovável).
 ...
 Saída de soro de leite, exceto em pó.
 Saída de gás natural quando destinado a  estabelecimento industrial fabricante de celulose que tenha  firmado Termo de Acordo com o Estado do Rio Grande do Sul,  objetivando a instalação, neste Estado, de nova unidade  industrial.

Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 14 de novembro de 2025.


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1894 de 19 de novembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

Os animais em lactação, secos, novilhas e terneiras apresentaram estado nutricional e escore corporal adequados como reflexo do manejo a pasto complementado com silagem, o que manteve a produção estável na maior parte das regiões. A qualidade do leite foi favorecida pelo tempo seco, que contribuiu para úberes mais limpos e para a manutenção da Contagem de Células Somáticas (CCS) e da Contagem Padrão em Placas (CPP) dentro dos padrões exigidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a elevação das temperaturas no final do período provocou estresse térmico nos animais, exigindo ajustes nos horários de pastejo para manter o consumo de forragem verde em níveis adequados.

Na de Erechim, a maior oferta e qualidade das forrageiras impulsionou a produção e contribuiu para a recuperação do estado nutricional dos animais. Na de Frederico Westphalen, houve relatos de infestações por mosca-dos-chifres e carrapatos, mas a sanidade do rebanho está apropriada. O aporte nutricional com concentrados foi necessário, assim como na de Porto Alegre.

Na de Santa Rosa, as temperaturas amenas favoreceram as condições de produção e o pastejo. A ração apresentou valores reduzidos no período. Foram registrados casos isolados de tristeza parasitária e baixa ocorrência de outras enfermidades. Os produtores concentraram esforços no manejo reprodutivo para alcançar índices consistentes de prenhez ainda na primavera. No dia 14/11 (sexta-feira), em Santa Rosa, na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), ocorreu o Seminário do Leite, em que se debateu sobre diversos temas relacionados a essa cadeia produtiva. O evento foi promovido pela Associação dos Municípios da Fronteira Noroeste (AMUFRON) e pela Emater/RS-Ascar. (Emater/RS)

Fim de semana deve ser marcado por chuva no Estado

A aproximação de uma frente fria pode provocar chuva em todo o território gaúcho neste próximo fim de semana. Já para a próxima semana, tudo indica o predomínio de tempo firme no Rio Grande do Sul. As informações constam no Boletim Integrado Agrometeorológico 47/2025, produzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).

Sexta-feira (21/11) - aproximação de uma frente fria deixará a atmosfera instável sobre o Estado. Ocorrerá chuva em todas as regiões, com maior intensidade no Oeste e na Metade Sul.

Sábado (22/11) - o deslocamento da frente fria para o oceano, durante a madrugada, promoverá chuva em todo o território gaúcho, e o dia será marcado pela diminuição da nebulosidade, com predomínio de sol e temperaturas amenas sob a influência dos ventos de Sul.

Domingo (23/11) - uma massa de ar seco e frio manterá as temperaturas baixas ao amanhecer, e as máximas não deverão passar dos 28°C no Rio Grande do Sul.

A tendência para a próxima semana no Estado indica predomínio de tempo firme, temperaturas em elevação e aumento gradual da nebulosidade na metade da semana — um padrão que favorece o avanço das atividades de campo e pode acelerar o desenvolvimento das culturas de verão.

Segunda-feira (24/11) - a alta pressão manterá o tempo estável e ensolarado.

Terça-feira (25/11) - haverá condições de tempo firme, com sol e pouca nebulosidade em todas as regiões. As temperaturas máximas ficarão entre 28°C e 33°C.

Quarta-feira (26/11) - as temperaturas se elevarão, podendo chegar a 36°C na maior parte do Estado, exceto nas áreas mais elevadas, e ao longo do dia, a nebulosidade aumentará gradualmente, favorecida pelo transporte de umidade proveniente do Centro do país.

O boletim agrometeorológico atualiza semanalmente a situação de diversas culturas e criações de animais no RS. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia.


Jogo Rápido

Importações prejudicam cadeia produtiva do leite
O secretário executivo do Sindilat-RS, Darlan Palharini, detalhou a reunião a Aliança Láctea, que reuniu produtores de leite do RS, SC, PR e Mato Grosso do Sul para debater a crise do setor com os preços muito baixos devido ao aumento das importações principalmente da Argentina e Uruguai. Ouça aqui. (Agert) 

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Porto Alegre, 19 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.518


RS anuncia compra de 2,2 mil toneladas de leite e setor espera por equilíbrio

Anunciada nesta quarta-feira (19/11), a compra pelo governo gaúcho de 2,2 mil toneladas de leite em pó foi recebida pelo setor produtivo como o primeiro passo para aliviar a crise de excesso de oferta estabelecida. “É um movimento importante e esperado desde o final de 2024. Esta aquisição foi prometida ainda para amenizar os efeitos da enchente, mas chega em boa hora. Que essa seja a primeira iniciativa de outras tantas que são necessárias. Esperamos que os outros estados replicem este modelo e ajudem a escoar a produção”, destaca o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. A expectativa é de que, na próxima semana, novas medidas sejam anunciadas pelo Governo Federal para amenizar a importação descontrolada de leite dos países do Prata. O setor produtivo reivindica a suspensão das licenças automáticas de importação, pede compras da União e uma política de incentivo às indústrias alimentícias que comprem leite em pó e queijo muçarela de empresas brasileiras.

A aquisição do governo gaúcho foi oficializada via chamada pública de número 0004/2025 publicada no DOE. No documento, o Executivo informa a reserva de R$ 86.5 milhões para a compra, oriundos do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs). O aporte limita-se à compra de produto de cooperativas produzido em solo gaúcho. Instituições interessadas devem encaminhar documentação até o dia 10 de dezembro. A compra será distribuída para famílias em situação de vulnerabilidade social e nutricional, entre dezembro de 2025 e maio de 2026. “Entendemos que há uma diferenciação entre cooperativas e indústrias nessa decisão, mas, de certa forma, ela beneficia a todos na medida em que escoa parte do produto excedente do mercado, hoje atingido pelas cargas vindas do Uruguai e Argentina”, completou Palharini.

Diretamente da Europa, onde cumpre agenda na COP11, o secretário de Desenvolvimento Rural (SDR), Vilson Luiz Covatti, acredita que a medida mostra a sensibilidade do governo com a situação do setor. “Estamos tomando essa atitude, juntamente com o governador Eduardo Leite, para fazermos a nossa parte frente à crise”, enfatizou. (As informações são do Sindilat)


Deputado Zé Nunes promove Audiência na Assembleia para debater leite gaúcho

A fim de discutir caminhos para superar a crise na cadeia do leite gaúcho que se instaurou a partir da combinação entre uma superoferta do produto e o aumento na entrada dos importados, uma audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo (CAPPC), pretende mobilizar todos os elos do setor para buscar alternativas. “Esperamos que a gente consiga superar este momento de dificuldade, retomando uma condição positiva com remuneração adequada aos produtores e estabelecer um plano a longo prazo. Mas, primeiro, é preciso superar este momento de dificuldades”, projeta o deputado estadual Zé Nunes.

Autor da iniciativa que vai acontecer no dia 24 de novembro, às 16h, o parlamentar entende que há caminhos para vencer a situação atual. “Algumas medidas incluem um esforço para destinar o leite em excesso, que vem puxando o preço para baixo, buscando junto ao Governo Federal a aquisição de leite em pó, e que a União possa, a partir de uma cobertura de valor mínimo, incentivar o consumo. Este é um caminho”, indica. A medida está em consonância com o que vem sendo trabalhado pelas entidades do setor, como o Sindilat/RS, que pleiteia a compra de 100 mil toneladas de leite em pó para destinar aos programas nacionais de educação e assistência social.

Além de medidas para frear a entrada de importados por meio de uma fiscalização rigorosa do Ministério da Agricultura contra práticas irregulares de mercado, o deputado diz que são necessárias ações federais também de apoio aos produtores, com crédito e melhores condições para a quitação dos parcelamentos em curso. Além disso, uma articulação estadual a longo prazo que promova programas como o Instituto Gaúcho do Leite, Prodeleite e Fundoleite também está no cenário do deputado. “Vamos abrir espaço para avaliar os modelos e custos de produção para produzir com competitividade”, indica Zé Nunes, ao reforçar a crença de que o RS tem condições de retomar o posto de maior estado produtor de leite.

A audiência será em formato híbrido na Sala José Antônio Lutzenberger, 4º andar do Palácio Farroupilha, e por meio do link, clicando aqui. (As informações são do Sindilat)

Produção leiteira cresce 18,8% em Três Passos no 2º quadrimestre

A produção leiteira cresceu 18,8% em Três Passos, impulsionada por clima favorável, silagem de qualidade e políticas públicas locais

A produção leiteira no município de Três Passos registrou um avanço expressivo no segundo quadrimestre de 2025, alcançando crescimento de 18,8% em relação aos quatro primeiros meses do ano. Os números divulgados pela Secretaria Municipal de Agricultura evidenciam a força da cadeia leiteira local e o impacto direto de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar.
Entre janeiro e abril, o Programa Bônus Leite beneficiou 273 produtores, que juntos entregaram 9.795.758,07 litros. Já entre maio e agosto, o número de produtores atendidos passou a 275, com produção total de 11.635.558,04 litros, ampliando de forma significativa o volume recebido pelo município.

Esse avanço, segundo a Secretaria de Agricultura, está diretamente ligado ao empenho dos produtores e às condições climáticas favoráveis durante o segundo quadrimestre, que favoreceram o desenvolvimento das pastagens. Outro fator determinante foi a produção de silagem de alta qualidade, fundamental para garantir alimento volumoso de forma estável ao longo do ano.

Além de boas condições naturais, a política municipal de incentivo também desempenha papel essencial no fortalecimento da cadeia leiteira. O município mantém o Programa Pró-Leite, criado para apoiar e qualificar agricultores familiares que dependem do leite como principal fonte de renda. O programa oferece pagamento de R$ 0,01 por litro produzido, além de uma série de ações complementares voltadas ao desenvolvimento das propriedades.

Incentivos que impulsionam resultados
O Pró-Leite reúne diferentes frentes de apoio ao produtor, abrangendo custeio, manejo, genética e infraestrutura. Entre as principais ações estão

Incentivo à produção de silagem: repasse financeiro de 60 URMs por hectare, limitado a dois hectares por propriedade por ano — o que representa R$ 393,60 por hectare e até R$ 787,20 anuais por produtor;

Inseminação artificial: incentivo de 8 URMs por dose, equivalente a R$ 52,48 por inseminação, ampliando a capacidade de melhoramento genético;

Horas-máquina: disponibilização de serviços conforme a produção registrada no ano anterior, contribuindo para manejo do solo e preparo de áreas;

Incentivo ao confinamento: disponibilização de 1 hora-máquina por animal alojado, auxiliando produtores que investem em sistemas intensivos.

Essas ações vêm permitindo que pequenos e médios produtores ampliem produtividade, reduzam custos e garantam melhor organização da propriedade, reforçando a competitividade da produção leiteira no município.

Compromisso com a agricultura familiar
O prefeito em exercício, Rodrigo Ipê, destacou que os resultados confirmam a dedicação das famílias produtoras e a importância das políticas públicas municipais. “Os resultados mostram a força e o comprometimento dos nossos produtores, mesmo diante dos desafios que o setor enfrenta, como as variações climáticas e o alto custo de produção. O Programa Pró-Leite segue sendo uma das principais políticas de apoio à agricultura familiar em Três Passos, fortalecendo o setor, impulsionando o desenvolvimento rural e garantindo a permanência das famílias no campo”, afirmou.

Para a Administração Municipal, o avanço registrado no segundo quadrimestre reforça que o investimento contínuo na qualificação do produtor e na infraestrutura rural é indispensável para garantir sustentabilidade econômica, social e ambiental. A Secretaria de Agricultura avalia que o cenário positivo deve se manter caso as condições climáticas continuem favoráveis e o manejo alimentar seja mantido com a mesma qualidade.

Efeito multiplicador na economia local
A cadeia do leite é uma das mais importantes para Três Passos, movimentando comércio, serviços e agroindústrias. O crescimento de quase 19% não representa apenas maior captação pelos laticínios, mas também mais renda circulando no município, principalmente entre famílias da agricultura familiar.

A soma de fatores — apoio institucional, clima favorável, genética, silagem de qualidade e gestão eficiente — reforça a tendência de ampliação da produção leiteira em 2025. Com políticas de incentivo e adesão crescente dos produtores, Três Passos consolida sua posição como um dos polos leiteiros relevantes do Noroeste gaúcho. (EdairyNews)


Jogo Rápido

CEPEA: O Boletim do Leite de novembro já está disponível!
Levantamento do Cepea, da Esalq/USP, mostra que, em setembro, o preço do leite cru recuou 4,2% frente ao de agosto, fazendo com que a “Média Brasil” chegasse a R$ 2,4410/litro – queda real de 19% em relação a setembro/24 (deflacionamento pelo IPCA de setembro/25). Trata-se da sexta baixa consecutiva nas cotações no campo, e o setor projeta que esse movimento de desvalorização se persista até o final do ano, tendo em vista que o mercado doméstico está bastante abastecido. Os preços dos derivados lácteos encerraram outubro em queda e atingiram os menores patamares do ano, conforme aponta levantamento realizado pelo Cepea, com apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). As importações de lácteos cresceram 8,4% de setembro para outubro, totalizando 214,73 milhões de litros em equivalente leite (Eql). As exportações, por sua vez, recuaram 23,2%, somando 4,55 milhões de litros Eql. Com isso, o déficit da balança comercial do setor se ampliou em 9,4%, atingindo 210,18 milhões de litros Eql. Em valor monetário, esse desequilíbrio representou acréscimo de 5,3%, chegando a US$ 90,72 milhões. Após três meses de queda consecutiva, o Custo Operacional Efetivo (COE) voltou a subir (0,52%) entre setembro e outubro, na “média Brasil”, influenciado principalmente pela valorização de defensivos agrícolas. Porém, vale reforçar que, dentre as praças monitoradas pelo Cepea, o comportamento dos custos foi distinto, com elevações observadas em Minas Gerais, Paraná e São Paulo, mas recuos na Bahia, em Goiás, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Confira a edição completa clicando aqui. As informações são do CEPEA

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Porto Alegre, 18 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.517


Setor leiteiro do Sul do Brasil pede apoio diante de superoferta e avanço das importações 

Reunidos na manhã desta terça-feira (18/11) durante reunião da Aliança Láctea, integrantes do setor da Região Sul do Brasil reforçaram o pedido de apoio em torno do preocupante volume de importações em 2025, o que, na concorrência direta com a produção nacional, agrava a crise no setor leiteiro no Brasil. 

“Temos que unificar o discurso e pedir para o governo adotar uma política de apoio ao segmento leiteiro. Seguimos lutando por isso. Temos uma superoferta de leite. Só no RS, temos um aumento de 12% neste ano. Precisamos de apoio para manter o setor produtivo e sustentável”, afirmou o secretário Executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, ao acrescentar que Santa Catarina e Paraná também cresceram, em média, 7% a produção de leite no campo.

Entre as medidas pleiteadas está a compra pelo governo federal de 100 mil toneladas de leite em pó para programas sociais e escolas, e também a revisão das licenças de importação, tanto de leite em pó quanto de queijo, deixando de ser no sistema automático para buscar limitar a entrada dos importados. O debate aconteceu em Florianópolis (SC) reunindo também representantes de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. (SINDILAT/RS)


GDT - Global Dairy Trade

Fonte: GDT editado pelo Sindilat/RS

Scala 62 anos: tradição que impulsiona o Futuro da indústria láctea

A Scala reforça seu Futuro com crescimento no Sul, legado familiar e uma narrativa que une história, propósito e inovação

O Futuro da Scala ganha novos contornos em seu 62º aniversário, marcado pelo lançamento da minissérie “Scala – Histórias Além do Queijo” e pelo avanço consistente de sua estratégia de expansão industrial, que reposiciona a empresa como uma das forças mais relevantes do setor lácteo brasileiro.
A narrativa comemorativa chega em um momento emblemático: o fortalecimento das operações em Minas Gerais e a ampliação da presença no Rio Grande do Sul, dois polos que sustentam a capacidade produtiva crescente da marca.

Com quatro fábricas — três em Sacramento (MG) e uma em Salitre de Minas — e agora as duas unidades oriundas da aquisição da Deale, a Scala chega a uma estrutura capaz de processar mais de 700 mil litros de leite por dia.

Esse movimento corporativo reforça não apenas sua relevância no mercado de queijos, mas seu planejamento de longo prazo para garantir competitividade, qualidade e sustentabilidade em toda a cadeia.

A minissérie, composta por cinco vídeos, revela os bastidores desse processo sob a perspectiva de quem constrói a marca diariamente.

Colaboradores da indústria, equipes administrativas, lideranças e membros da família contam, em primeira pessoa, como os pilares Origem, Tradição, Qualidade e Futuro/Meio Ambiente definem o posicionamento da Scala.

A campanha funciona como um documento vivo do espírito da empresa: uma combinação de herança familiar, visão estratégica e compromisso com a excelência.

Segundo relata a diretora administrativa Maria Eugênia Cerchi, o propósito que guiou o fundador, Sr. Nino — “fazer o certo dá certo” — permanece a bússola das decisões atuais.

Ele identificou no Triângulo Mineiro um território fértil para produzir queijos de alta qualidade, e esse olhar visionário continua refletido em cada etapa do processo produtivo, desde a seleção da matéria-prima até a entrega ao consumidor final.

A narrativa da minissérie reforça essa conexão entre quem faz e quem consome. Ao mostrar o cotidiano dentro das fábricas, os cuidados com cada detalhe e a responsabilidade na produção, a série consolida uma imagem que vai além do produto: apresenta uma cultura empresarial que combina tradição e inovação para sustentar o crescimento.

A expansão para o Rio Grande do Sul representa um capítulo essencial desse novo ciclo. As unidades de Almirante Tamandaré do Sul e Aratiba, somadas ao posto de resfriamento de leite em Catuípe, ampliam a capilaridade da Scala e fortalecem sua presença em um dos polos lácteos mais importantes do país.

Com essa integração, a companhia ganha acesso a novas bacias leiteiras, otimiza sua logística e aprofunda seu portfólio em categorias estratégicas como muçarela, parmesão, queijos maturados e especialidades.

O compromisso com o Futuro também se materializa nas ações ambientais apresentadas no último episódio da minissérie.

A nova Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), que além de tratar os resíduos gerados pela produção produz biometano, simboliza a transição da Scala para modelos industriais mais limpos e energeticamente eficientes. A iniciativa reforça a agenda ESG da empresa e a posiciona entre os exemplos mais consistentes de sustentabilidade no setor lácteo nacional.

Essas entregas — expansão geográfica, consolidação produtiva e responsabilidade ambiental — compõem o cenário perfeito para a campanha institucional. Ao colocar pessoas reais como narradoras, a Scala reafirma que sua identidade é feita de histórias que atravessam gerações, mas que apontam para um Futuro em constante evolução.

A marca demonstra consciência de seu peso histórico e, ao mesmo tempo, deixa claro que o caminho adiante combina tecnologia, gestão e legado.

Com a minissérie “Histórias Além do Queijo”, a Scala celebra mais que uma data: celebra a maturidade de um negócio que evolui sem perder suas raízes, que cresce sem abrir mão da qualidade e que amplia sua força industrial com responsabilidade. Uma empresa que sabe de onde veio — e também sabe exatamente para onde quer ir. (EdairyNews)


Jogo Rápido

Associadas do Sindilat, estão novamente entre as vencedoras do Carrinho AGAS
As associadas do Sindilat/RS, Cooperativa Santa Clara e Lactalis, estão novamente entre as vencedoras do tradicional troféu Carrinho AGAS de 2025, premiação que reconhece as empresas que mais se destacaram ao longo do ano. Nesta 42ª edição, a Santa Clara foi premiada nas categorias queijos e leite, enquanto a Lactalis manteve a liderança na categoria iogurtes. Promovida pela Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), a cerimônia ocorreu em 17 de novembro, em Porto Alegre (RS). Ao todo, 39 categorias foram premiadas, com vencedores escolhidos por 147 empresários representantes do setor varejista que responderam ao questionário. (Sindilat com informações de agas.com.br)

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 17 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.516


Ebook consolida legado do Milk Summit Brazil 2025  

Um mês após reunir mais de 2,1 mil participantes em Ijuí (RS), o Milk Summit Brazil 2025 lança seu ebook oficial, disponível gratuitamente no site do Sindilat em www.sindilat.com.br, ou clicando aqui. Com 46 páginas, o material consolida os principais debates, dados e tendências apresentados no evento, considerado um marco para o setor leiteiro por retomar um espaço de diálogo e construção.

Realizado em Ijuí, no coração do Noroeste gaúcho, região que produz 741,9 milhões de litros de leite por ano, o encontro promoveu uma agenda estratégica com foco em competitividade, inovação, sustentabilidade e políticas públicas, reunindo produtores, indústrias, cooperativas, pesquisadores, universidades e lideranças governamentais.

O ebook reúne os destaques das 21 palestras e mesas de debate. “Com conteúdo técnico, análises e relatos reais, o ebook se torna uma ferramenta de referência para orientar decisões e fortalecer a cadeia láctea brasileira. Também reforça a visão do Milk Summit como um movimento permanente do setor, que já tem como meta uma segunda edição em 2026 ampliada para o Mercosul”, destaca Darlan Palharini, coordenador do evento e Secretário Executivo do Sindilat/RS.

O Milk Summit Brazil 2025 é uma realização da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Estado do Rio Grande do Sul, via Fundoleite, Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat/RS), Prefeitura Municipal de Ijuí, Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural Emater/RS e Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural - ASCAR, Suport D Leite e Impulsa Ijuí. (Sindilat)


CRISE, DE NOVO?

Paulo do Carmo Martins*

Feliz por palestrar na estreia do Milk Summit Brazil, evento ocorrido recentemente no noroeste do RS e que já nasceu grande! Mas...estando ali, fui tomado por sentimentos que me deixaram entre alegria e tristeza intensas, envoltas em imagens do passado e do agora.

Em 2001, no município de Ijuí, pela primeira vez entrei num tambo – como o gaúcho chama uma fazenda leiteira. Fui coletar dados para a minha Tese de Doutorado, que comparou a competitividade das cadeias produtivas do leite em pó do RS, PR, SP, MG e GO com o mercado internacional. Eu voltei de lá com muito mais do que dados. Voltei com aprendizagem de vida!

O produtor gaúcho me aguardava fora da casa. Convidado, entrei, seguido do técnico da CCGL, que descalçou o seu tênis. Por fim, entrou o produtor, que também ficou de meia. Esta foi minha primeira lição. Em casa de produtor gaúcho, não se entra com sapato sujo de rua. Desde então, há 24 anos e não somente durante a pandemia, não adentro minha casa calçado com sapato ou tênis.

A segunda lição que aprendi é que a mulher cuidava dos animais e o homem cuidava de produzir os alimentos dos animais, e de outras culturas. No RS, nunca ouvi a expressão “fazenda de viúva”. Mas, ao contrário, conheci fazendas que cresceram exatamente quando a mulher se enviuvou! Essa imagem gaúcha de mulher protagonista do negócio leite não é a regra, subindo pelo Brasil.

A região de Ijuí é berço de Xuxa Meneghel e de Gisele Bundchen, originárias de municípios leiteiros de Santa Rosa e Horizontina. Dali, migraram muitos gaúchos, que fizeram a agricultura brasileira ser dinâmica. É por isso que tem mais de 800 CTGs (Centro de Tradições Gaúchas), fora do RS, em todos os estados do Brasil! CTG é tipo um clube, onde a gauchada se reúne para cultivar sua cultura. Pois, eu estava em Goiás, no município de Jataí, quando o então governador Marconi Perillo levou seu governo itinerante para lá. Ele escolheu o melhor local para ser a sua sede temporária: O CTG, com G de gaúcho e não G de goiano!

Liderado pelo Darlan Palharini - Sindilat RS,o evento Milk Summit Brazil, resultante de parceria público-privada, foi feito no interior para levar conhecimento genuíno aos produtores. Aquela região gaúcha, somada ao oeste catarinense e ao sudoeste do Paraná, formam uma nação leiteira de produção familiar, altamente eficiente e competitiva. Foi o que mostrei na minha Tese de Doutorado, comparando com os estados que citei anteriormente. Mas, saindo alegre e de alma leve de Ijuí, uma tristeza imensa e pesada me envolveu. Estamos em mais uma crise do setor lácteo. De novo???

Quando o Mercosul foi idealizado, nos anos 80, o Brasil era importador de alimentos, enquanto a Argentina tinha uma agricultura pujante. Então, nada melhor que o casamento BR-AR! Parecia que o comércio entre os dois países ia melhorar a vida de todos, barateando produtos e gerando empregos. Eis que, passadas quatro décadas, mudou o cenário: hoje somos concorrentes na exportação de alimentos. Mas, no leite, continuamos importadores.

O Brasil formou vigorosas cadeias produtivas no agro, a partir dos anos oitenta. Todavia, no leite, não. Motivo? O tabelamento de preços pelo Governo. Explicando: o leite pesava muito no cálculo da inflação. Então, o Governo tradicionalmente dava reajustes de preços ao leite menores que a inflação, o que desestimulava a modernização. Na prática, havia transferência de renda do produtor pobre para o consumidor pobre, via preço de leite. Isso inibiu que chegasse no leite a onda de inovação que tomou conta dos setores de grãos e carnes e que gerou as atuais cadeias produtivas muito competitivas.

Somente em 1987 o Brasil teve critério claro para reajustes de preços de leite tabelado ao produtor, resultante de estudo feito pelo Prof. Sebastião Teixeira Gomes e por mim, com a participação decisiva de Jacques Gontijo, pela CNA e OCB. Fizemos este trabalho sob demanda dos ministros Dilson Funaro e Antônio Cabrera. Este último, transformou nosso estudo em Decreto-Lei.

Na virada do Milênio, a Argentina triangular produtos subsidiados da Europa para o Brasil e inundava o nosso mercado, desorganizando nosso setor produtivo e impedindo que crescemos. O Governo brasileiro da época (FHC) estancou a sangria com salvaguardas comerciais específicas para o leite. Um baluarte desta conquista foi o saudoso Paulo Bernardes, um líder do cooperativismo brasileiro de leite. 

Todavia, em 2019, o ministro Paulo Guedes decidiu não renovar essas salvaguardas, que impunham restrições à importação de leite, interrompendo uma política de 19 anos. A justificativa? O mercado deveria se ajustar via competitividade e produtividade, não por proteção tarifária. As salvaguardas somente para o leite seriam uma “distorção de mercado”, incompatível com a política liberal do novo governo que se iniciava. Ali, perdemos nosso seguro e que agora tanto nos faz falta. Hoje, não temos mais as salvaguardas, construídas pelo Governo, com o aporte de OCB, CNA e Embrapa, que tive oportunidade de participar. 

Atualmente, o consumidor argentino paga mais que o brasileiro para ter diariamente o leite na sua mesa. Mas, o produto chega aqui mais barato que o brasileiro. Uai!!! Tecnicamente, isso não é Dumping comercial? Ademais, o produtor argentino paga menos que o brasileiro pelos insumos. E, ainda, com a moeda argentina desvalorizada, as exportações estão muito baratas. Dumping cambial? Não sei. Mas, era isso que diziam da China, na virada do milênio.

Os importadores brasileiros de Leite em Pó são de dois tipos: são empresas detentoras de marcas famosas de alimentos ultraprocessados e são os sem-fábricas, ou seja, os embaladores, os fracionadores que não produzem. Na prática, o Brasil está punindo quem produz proteína legítima do leite e protegendo quem produz alimento fake, não recomendado pelos organismos de saúde! Está punindo produtor e laticínio brasileiros de uma só vez, acirrando o conflito entre eles, agindo contra a organização de uma cadeia produtiva que precisa evoluir. Produtor e laticínios estão sendo punidos por aumentar a produção e produtividade, aumentando a oferta brasileira.

Alguém aí tem um Plano Ijuí para as famílias leiteiras do Brasil? Não é difícil planejar um plano estrutural para o leite. Mas, precisa vontade política. O momento é agora! Leite é assunto de Estado, em todo o mundo. No Brasil, não? Este setor fatura R$ 170 bilhões e é o PRINCIPAL vetor de emprego e renda no interior do Brasil.

A urgência é clara: estancar as importações, antes do pico de verão. Há propostas colocadas pelo setor produtivo, unindo produtor e laticínio. Há conhecimento de técnicos, aprendido em outras crises já vividas. Freio de arrumação imediato! Do contrário, teremos o Natal mais trágico do leite brasileiro neste milênio. 

*Paulo do Carmo Martins Economista, mestre e doutor em Economia Aplicada (UFV e Esalq/USP). Pesquisador da Embrapa e Professor da UFJF/Facc

Mês de outubro registra chuvas abaixo da média

O mês de outubro, segundo o Comunicado Agrometeorológico nº 93, se caracterizou pelas chuvas abaixo da média no estado. O Comunicado é uma publicação mensal da equipe do Laboratório de Agrometeorologia e Climatologia Agrícola (LACA) do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

O total de chuva variou entre 50 e 150 mm, especialmente na região central do estado. No extremo sul, no entanto, os valores foram inferiores e variaram entre 30 e 50mm. Por sua vez, na porção norte, os totais mensais variaram entre 150 e 300 mm. Os menores valores foram registrados na região da Campanha e Fronteira Oeste, enquanto os maiores totais mensais ocorreram em áreas da divisa com Santa Catarina, no Litoral Norte e também na região Metropolitana de Porto Alegre e no Alto Uruguai.

De acordo com o Comunicado, “na comparação com a normal climatológica padrão (1991-2020), a precipitação pluvial de outubro ficou abaixo da média em praticamente todo estado, com desvios negativos entre -25 e -100 mm, com áreas pontuais com desvios até -150 mm”.

No mês de outubro, as temperaturas médias do ar ficaram entre 14°C e 20°C na maior parte do RS, configurando um padrão próximo da normalidade. Os valores mais elevados concentraram-se na porção noroeste e oeste, onde ocorreram áreas com médias próximas de 18°C a 22°C enquanto as menores médias ocorreram na região da Campanha, Serra e Campos de Cima da Serra, com valores variando entre 14°C e 16°C. Não houve registro de geadas durante o mês de outubro.

Na bovinocultura de leite, a produção se manteve estável nas diferentes regiões, sofrendo apenas leves variações, típicas do período de transição entre as pastagens de inverno e de verão. A maioria dos rebanhos apresentou escore corporal e sanitário adequado, favorecidos pelas condições meteorológicas, como temperaturas do ar amenas e chuvas bem distribuídas, que também favoreceram o conforto térmico dos animais. Em algumas propriedades, a oferta de forragem ainda esteve limitada, exigindo suplementação com silagem e feno para garantir a produtividade e a estabilidade alimentar dos rebanhos. 

Prognóstico climático

O Comunicado indica também que as chuvas devem variar de normal a ligeiramente abaixo da média na maioria das regiões do Rio Grande do Sul nos meses de novembro e dezembro de 2025. O mês com maiores desvios negativos de precipitação pluvial deverá ser dezembro, especialmente na metade sul e no oeste do Estado. As temperaturas do ar sobem gradativamente, devendo ter anomalias mais positivas em dezembro. Os dados dos prognósticos são do Boletim Copaaergs.

"O prognóstico de La Niña para essa safra, mesmo fraco e de curta duração, deve ser considerado como um sinal de atenção pelos produtores, pois deficiências hídricas podem ocorrer, mas não como uma tragédia anunciada. Condições de estiagens, recorrentes no Rio Grande do Sul, devem ser enfrentadas com planejamento e cuidados contínuos, especialmente com a adoção de estratégias de redução do risco climático como zoneamentos agrícolas, escalonamento de épocas de semeadura e seguro agrícola”, afirma a engenheira agrônoma e pesquisadora do DDPA, Amanda Heemann Junges, uma das autoras do Comunicado.

Junges destaca ainda que é preciso observar os cuidados relativos ao uso e armazenamento de água, seja por meio de sistemas de irrigação e açudes, seja pela conservação e melhoria das propriedades dos solos, grandes armazenadores de água para os cultivos. Os outros autores da publicação são o meteorologista Flávio Varone, e as engenheiras agrônomos Loana Silveira Cardoso e Ivonete Fátima Tazzo, todos do DDPA/Seapi.

Para o Comunicado na íntegra, acesse:  Comunicado Agrometeorológico 93 Outubro 2025 final (SEAPI)


Jogo Rápido

Automação eleva produção diária de leite em 7,4%, aponta estudo
Levantamento encomendado por uma empresa do setor analisou dados de quase 14 mil fazendas. Um estudo global realizado pela Lely, empresa holandesa especializada em automação para produção leiteira, apontou que fazendas que adotam automação tanto na ordenha quanto na alimentação registram, em média, 7,4% mais produção de leite por vaca em comparação às propriedades que automatizam apenas a ordenha. O levantamento, encomendado pela própria empresa, analisou dados de 13.816 fazendas entre janeiro de 2023 e maio de 2024. Segundo a análise, propriedades que utilizam a combinação de tecnologias nas duas etapas obtêm não só maior volume diário, mas também melhorias nos padrões de comportamento animal. O alimento mantido constantemente acessível favorece a ingestão regular, aumenta o número de visitas voluntárias à ordenha e reduz ocorrências de recusas e visitas irregulares. Os dados mostram que as fazendas com automação completa apresentaram mediana de 33,99 kg de leite por vaca ao dia, ante 31,64 kg nas que usam apenas a tecnologia de ordenha. Também houve aumento na frequência de visitas diárias e redução de recusas no processo. De acordo com a equipe técnica da empresa, a regularidade das tarefas automatizadas melhora a previsibilidade do manejo e contribui para maior eficiência produtiva. No Brasil, resultados semelhantes foram observados em propriedades que adotaram o sistema combinado, com relatos de ganho expressivo em volume e redução de necessidade de mão de obra. A empresa ressalta que os números refletem médias globais baseadas em dados reais de produtores e que os resultados podem variar conforme o manejo, a manutenção e a frequência de uso das tecnologias. (Globo Rural)

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Porto Alegre, 14 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.515


Vídeo Oficial: Milk Summit Brazil completa um mês e celebra impacto histórico no setor lácteo

Um mês após sua realização, o Milk Summit Brazil 2025 segue reverberando no setor lácteo brasileiro. Considerado um marco para a cadeia do leite, o evento reuniu 2.178 participantes presenciais e online, entre produtores, indústrias, cooperativas, técnicos, pesquisadores e lideranças, em uma agenda focada em desenvolvimento, inovação e sustentabilidade.

O encontro ocorreu no Noroeste do Rio Grande do Sul, uma das regiões mais produtivas do país, responsável por 741,9 milhões de litros de leite por ano, provenientes de um rebanho de 157 mil vacas leiteiras. O território, que já é referência em produtividade, ganhou ainda mais evidência ao sediar debates estratégicos sobre o presente e o futuro da atividade leiteira no Brasil.

Durante dois dias de programação, o Milk Summit promoveu 21 palestras e 14 horas de conteúdo técnico e institucional, além de ações sociais que resultaram na doação de 1.500 litros de leite e 750 quilos de alimentos não perecíveis. O impacto comunicacional também foi expressivo: reportagens em televisão, jornais e canais digitais levaram o nome do evento a mais de 11 milhões de pessoas.

Com resultados acima das expectativas, o Milk Summit anuncia sua evolução: para 2026, o encontro amplia seu escopo e confirma a segunda edição com foco no Mercosul, reunindo Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai nos dias 14 e 15 de outubro, novamente no Noroeste gaúcho.

Para marcar o primeiro mês desse evento histórico, foi lançado o vídeo oficial do Milk Summit Brazil 2025. O conteúdo já está disponível no Instagram do evento. Assista em @milksummit. (As informações são do Sindilat)


Nota de Conjuntura: Mercado de Leite e Derivados - Novembro de 2025

Conjuntura econômica do agronegócio do leite, analisada por especialistas da Embrapa.

A oferta de lácteos em nível mundial tem sido pressionada pelos expressivos aumentos de produção observados nas mais importantes regiões produtoras do planeta. Este fato somado à demanda menos persistente tem levado à acomodação das cotações no mercado internacional. Foi observada mais uma queda, de 2,4%, no valor médio dos lácteos no leilão do GDT realizado na primeira semana de novembro/25. Esta quinta queda consecutiva registrada trouxe o valor médio dos lácteos para USD 3.768/ t.

O cenário macroeconômico brasileiro segue estável, com expectativa de estabilização da inflação, embora ainda acima do teto da meta estabelecida pela equipe econômica. O enfraquecimento observado no dólar nos mercados externos e o diferencial de juros no Brasil tem favorecido a apreciação do Real. Esse cenário colaborou para trazer a inflação anual medida pelo IPCA para abaixo de 5% no acumulado dos últimos doze meses encerrados em outubro/ 25. A perspectiva de crescimento econômico para o ano de 2025 segue no campo positivo, na percepção dos agentes econômicos. A massa total de rendimentos da população e total de população ocupada seguem em expansão, ainda que a taxas mais modestas que as observadas no ano passado. 

As altas taxas de juros e o cenário fiscal desafiador, os desafios institucionais brasileiros e o alto endividamento das famílias podem gerar alguma turbulência no cenário macroeconômico, impactando o consumo em geral e de lácteos.

A disponibilidade doméstica de leite e derivados aumentou nos últimos meses com o crescimento da produção e das importações. As importações continuaram acima dos seis milhões de litros equivalentes diários em média nos últimos 12 meses encerrados em outubro de 2025, com preocupante retomada nos últimos meses, por conta de maior produção na Argentina e queda nos preços internacionais. A captação pelos estabelecimentos formalizados atingiu 73 milhões de litros/dia nos últimos doze meses encerrados em setembro/25 e a disponibilidade doméstica, 79 milhões de litros/dia. Estes são os maiores valores observados da série histórica para ambos os indicadores, com crescimento acumulado em doze meses de cerca de 7% nestes dois indicadores. Vale notar que a própria captação registrada no mês de agosto/25 foi recorde para toda a série histórica, para todos os meses, o que ilustra a gravidade da situação. Apesar de o cenário econômico ainda se apresentar favorável, a demanda por lácteos tem se arrefecido nos últimos meses. 

O aumento acelerado da oferta e a resposta mais lenta da demanda têm causado queda no preço dos lácteos no varejo, no atacado e no preço pago ao produtor. O varejo já registra deflação do custo de lácteos de cerca de 1% nos últimos doze meses finalizados em outubro/25. 

Diversos Conseleites projetam nova queda nos valores estaduais para outubro, antecipando uma possível nova queda de preço ao produtor. A dependência do mercado de lácteos, quase que exclusivamente do mercado doméstico, reduz as chances de maior crescimento do setor, a não ser pelo aumento do consumo em nosso país. Iniciativas importantes têm sido cogitadas pelos representantes da cadeia de lácteos visando mitigar os efeitos da queda dos preços pagos ao produtor. Voltaram `a discussão medidas antidumping, para frear as importações e também o estabelecimento de um mercado futuro para lácteos. Mas estas são medidas difíceis de serem implementadas imediatamente. A queda dos preços, iniciada no produtor e no atacado começou a chegar ao varejo. Esta queda começa a reaquecer o mercado consumidor e pode ser a solução, a curto prazo, para a retração de preços observada no setor.

Resumo das informações discutidas na reunião de conjuntura da equipe do Centro de Inteligência do Leite, realizada em 11/11/2025

Autores: Samuel José de Magalhães Oliveira, Alziro Vasconcelos Carneiro, Denis Teixeira da Rocha, Fábio Homero Diniz, Kennya Beatriz Siqueira, Lorildo Aldo Stock, Luiz Antonio Aguiar de Oliveira, Manuela Sampaio Lana, Marcos Cicarini Hott, Ricardo Guimarães Andrade, Walter Coelho Pereira de Magalhães Júnior*

*Pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1893 de 13 de novembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

Os rebanhos leiteiros estão estáveis, com bom escore corporal e produção regular. A sanidade segue satisfatória, apesar dos casos crescentes de infestação por moscas, especialmente mosca-dos-chifres. Os produtores intensificaram as ações de controle de ectoparasitas, adotando manejos preventivos e tratamentos específicos para conter as infestações e preservar o bem-estar dos animais.

Na região administrativa da Emater/Rs-Ascar de Bagé, a produção continua em declínio em razão do período de transição entre as pastagens cultivadas de inverno e as de verão. As vacas em lactação têm sido mantidas em áreas com azevém de ciclo longo, trevo e forrageiras nativas, além de receberem suplementação volumosa baseada principalmente em feno e pré-secado dessas espécies, uma vez que as silagens de milho estão esgotadas, e as de cereais de inverno ainda se encontram em processo de fermentação. Apesar da redução na produção, os parâmetros de qualidade do leite estão satisfatórios.

Na de Ijuí, a produção apresenta volume e qualidade adequados. As temperaturas do período favoreceram o bem-estar dos animais, que se encontram com condições sanitárias e  corporais apropriadas. A ensilagem do trigo está próxima da conclusão. 

Na de Santa Rosa, as temperaturas amenas favorecem o pastejo, permitindo que as vacas permaneçam mais horas nos piquetes ao longo do dia. Devido à ocorrência de chuvas no decorrer do período, os criadores precisaram redobrar os cuidados com o manejo e a higiene da ordenha a fim de manter a qualidade do leite dentro dos parâmetros exigidos, especialmente em relação à Contagem de Células Somáticas (CCS) e à Contagem Padrão em Placas (CPP). Os produtores forneceram maior quantidade de alimentos conservados, principalmente silagem de milho, elevando o teor de proteína das rações com o objetivo de preservar o volume de produção e o escore corporal dos animais.

Na de Santa Maria e na de Porto Alegre, foi necessário incrementar a alimentação dos rebanhos com o uso de concentrados para suprir os déficits nutricionais causados pelo fim do ciclo das pastagens de inverno. (Emater/RS)


Jogo Rápido

Previsão é de tempo bom ao longo da semana no Estado
A previsão é de tempo bom para o Rio Grande do Sul ao longo da semana devido a um sistema de alta pressão, elevando as temperaturas.  Somente há previsão de chuva no domingo (13/11).    As informações constam no Boletim Integrado Agrometeorológico 46/2025, produzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).  Sexta-feira (14/11): na metade Sul o sol e a nebulosidade esparsa devem prevalecer. Já na metade Norte, pode ocorrer pancada de chuva fraca a moderada. Sábado (15/11): o tempo deve mudar com ventos vindos do Norte que deixam o ar mais úmido e quente, aumentando a nebulosidade. Durante a tarde e a noite, devem ocorrer chuvas e tempestades isoladas no Oeste, Centro e Norte. Domingo (16/11): o avanço de uma frente fria deve formar áreas de instabilidade e espalhar chuva por todo o Estado, gerando potencial para tempestades em todas as regiões. Segunda-feira (17/11): o avanço de um sistema de alta pressão deve estabelecer a atmosfera a partir da Fronteira Oeste, garantindo sol, nuvens esparsas e temperaturas amenas. Terça-feira (18/11): a alta pressão deve manter o tempo firme, com predomínio de sol e condições estáveis em todo o Estado. Quarta-feira (19/11): as temperaturas se elevam em todas as regiões e, com maior conteúdo de umidade no ar, a nebulosidade pode se intensificar durante o dia. O boletim agrometeorológico atualiza semanalmente a situação de diversas culturas e criações de animais no RS. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (Seapi)