Pular para o conteúdo

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 06 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.452


GDT 385: estabilidade de preços no mercado internacional
 
Preços do leite em pó voltam a subir no GDT e sinalizam possível retomada da demanda global. Veja como isso pode influenciar as importações no Brasil.
 
No 385º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira, 5 de agosto, o preço médio dos produtos negociados foi de US$4.249 por tonelada, refletindo um mercado ainda estável, como visto no último evento. O Price Index registrou alta de 0,7%, impulsionado pelo expressivo aumento no volume negociado.
 
Gráfico 1. Preço médio leilão GDT

O leite em pó integral, principal item negociado e referência de preços no GDT, registrou sua segunda valorização consecutiva após quatro quedas seguidas, sinalizando uma possível recuperação da demanda internacional, que é reforçado pelo aumento no volume negociado. O produto teve alta de 2,1%, com preço médio de US$4.012 por tonelada. Já o leite em pó desnatado também apresentou avanço, embora mais moderado, de 0,4%, fechando a US$2.085 por tonelada.
 
Gráfico 2. Preço médio LPI

Além dos leites em pó, também foi registrada alta para Gordura Anidra de Leite (+1,2%), encerrando o evento com preço médio de US$ 7.081 por tonelada. A Lactose, por sua vez, não foi ofertada neste leilão.
 
Entre os produtos que apresentaram queda, a Manteiga recuou 3,8%, com o preço fechando em US$ 7.214 por tonelada. Apesar da retração, os preços ainda se mantêm elevados. O Leitelho em pó também teve queda, de 2%, encerrando o evento com preço médio de US$ 3.050 por tonelada.
 
Para o queijo cheddar, o movimento foi praticamente estável, com leve ajuste de -0,6%, resultando em US$ 4.575 por tonelada. A muçarela também mostrou estabilidade, com recuo de apenas 0,1%, encerrando o evento a US$ 4.690 por tonelada.
 
A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.
 
Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 05/08/2025.

Volume negociado mostra certo padrão
O volume negociado neste leilão totalizou 37 mil toneladas, representando um aumento de 52,5% em relação ao evento anterior. Embora o crescimento seja expressivo, esse tipo de variação é recorrente nessa época do ano, conforme observado em anos anteriores. Ainda assim, em comparação com o primeiro leilão de agosto de 2024, o volume atual é 3% superior.
 
Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.
 
Impacto nos contratos futuros
Os contratos futuros de leite em pó na NDX apresentaram valorização consistente até o final do ano, quando comparados aos fechamentos de julho. No entanto, o movimento de queda gradual entre os meses ainda se mantém, indicando um mercado com tendência de acomodação nos preços ao longo do tempo.
 
Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.
 
E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?
A estabilidade observada nos dois últimos leilões do GDT pode representar um sinal positivo para o mercado brasileiro. Como os preços praticados no Mercosul, principal origem das importações do Brasil, tendem a acompanhar as tendências desse indicador, a interrupção nas quedas nos preços pode limitar um eventual avanço das importações. Esse movimento tende a favorecer a competitividade do produto nacional no curto prazo, contribuindo para manter o cenário atual de preços.
 
Onde se atualizar sobre o mercado lácteo?
Quer entender melhor como essas dinâmicas globais influenciam o mercado interno e o que esperar dos próximos meses? Esses e outros temas centrais para a tomada de decisão na cadeia do leite estarão em debate no Fórum MilkPoint Mercado 2025, que acontece em 19 de agosto, em Goiânia e também no formato online. Com o tema “Transformações e Novas Oportunidades no Leite Brasileiro”, o evento reunirá os principais especialistas e agentes do setor para discutir cenários, tendências e estratégias diante das mudanças que impactam a competitividade e a rentabilidade da produção no Brasil. (Milkpoint)


Argentina lidera o crescimento global de laticínios

Segundo o USDA, a Argentina vai liderar o crescimento global na produção de leite em 2025, alcançando 11,4 bilhões de litros. Entenda!A Argentina está emergindo como líder indiscutível no crescimento da produção de laticínios entre as potências exportadoras para 2025, de acordo com projeções recentes do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). O país deve experimentar um aumento impressionante de produção de 4,5%, equivalente a um volume total de 11,4 bilhões de litros. Este aumento significativo, em linha com as estimativas do Observatorio de la Cadena Láctea (OCLA), marca uma sólida recuperação econômica para o setor. Comparativamente, os Estados Unidos e a Nova Zelândia também estão experimentando crescimento, embora em um ritmo mais moderado de 1,1% e 1%, respectivamente. Em contraste, a União Europeia enfrenta uma ligeira contração devido às regulamentações ambientais, e a Austrália é afetada por secas severas. Este contexto global oferece à Argentina oportunidades significativas, já que o consumo de laticínios deverá crescer 10% a médio prazo, segundo pesquisa da Federação Internacional de Laticínios , com queijo e manteiga como os produtos mais dinâmicos. Analistas enfatizam a necessidade de o setor se concentrar na sustentabilidade ambiental, no bem-estar animal e na promoção do valor nutricional para garantir a liderança a longo prazo.

As informações são do DairyNews.today, traduzidas pela equipe MilkPoint

Leite reforça a importância do agronegócio gaúcho durante lançamento da 48ª Expointer em São Paulo

Evento reuniu empresários e representantes do setor no escritório da Invest RS na capital paulista

O governador Eduardo Leite reforçou, nesta terça-feira (5/8), a importância e o potencial do agronegócio gaúcho durante o lançamento da 48ª Expointer em São Paulo (SP), no escritório da Invest RS. Em parceria com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), o evento foi realizado de forma inédita na capital paulista e reuniu cerca de 50 empresários e representantes do setor.

"Fazer o lançamento da Expointer aqui em São Paulo, no coração econômico do país, é uma oportunidade de mostrar para todo o Brasil a força do agronegócio gaúcho e de tudo o que o nosso Estado tem a oferecer. Mesmo depois de enfrentar o maior desastre climático da nossa história, estamos de pé, nos reconstruindo com resiliência e preparados para exibir ao país um Rio Grande do Sul que inspira confiança e oportunidades", afirmou Leite.

Maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina

Considerada a maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina, a Expointer ocorre de 30 de agosto a 7 de setembro no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Este ano tem como slogan “Nosso futuro tem raízes fortes”, trazendo o conceito de legado, algo de valor que é transmitido, uma missão que é confiada. A campanha traz um olhar para o futuro honrando a história dos gaúchos.

"Estamos prontos para receber todos os visitantes, em um parque ainda mais bonito e preparado para ser palco de grandes negócios, conexões e experiências culturais. A Expointer é muito mais do que uma feira, é a celebração da nossa capacidade de superar desafios e de projetar o Rio Grande do Sul para o futuro, unindo o campo e a cidade em um só ambiente", acrescentou o governador.

O titular da Seapi, Edivilson Brum, destacou que, mais do que uma feira agropecuária, a Expointer é um símbolo da inovação, da resiliência e da excelência do agronegócio gaúcho. “A Expointer é uma grande feira que reúne tecnologia, inovação, o melhor da genética animal, discussões de temas relevantes para o agro, possibilidades de grandes negócios. Mas, acima de tudo, reúne pessoas que convergem para o mesmo objetivo, que é o crescimento e o desenvolvimento do agro gaúcho. É onde a tradição se encontra com a tecnologia, o campo se conecta com a cidade e o passado se transforma em futuro”, disse Brum.

Escritório da Invest RS 

Além de realizar uma apresentação sobre a agência, o vice-presidente da Invest RS, Eduardo Lorea, reforçou o papel do escritório em São Paulo para ampliar a competitividade do Estado na disputa por investimentos. “Esse escritório tem a intenção justamente de ser essa ponta de lança, um posto avançado do Rio Grande do Sul, no centro econômico do país, nos lugares onde são tomadas as decisões. Não tem lugar melhor para que a gente possa fincar nossa bandeira e trazer negócios para o Estado, principalmente em setores mais basilares como a agricultura e a pecuária, que são parte da nossa história desde o começo da atividade econômica do estado”, afirmou Lorea.

Inaugurado no final de junho deste ano, o espaço funciona como um hub de conexão e pode ser utilizado por secretarias, parceiros e empresas que tenham interesse, em ações associadas ao propósito de atuação da agência, em promoção comercial e atração de investimentos, como no caso do lançamento da Expointer.

Durante o evento, Lorea também falou sobre a missão que a Invest RS participará no Nebraska, estado norte-americano que tem uma experiência positiva com tecnologias de irrigação, que podem colaborar com o agronegócio gaúcho. A iniciativa busca trazer condições para que esse setor econômico seja ainda mais estável e produtivo.

O lançamento em São Paulo se soma ao evento em Brasília (DF), também inédito, que ocorrerá na quarta-feira (6/8), na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A iniciativa marca a ampliação do alcance institucional da feira e reforça sua relevância como uma das principais vitrines do agronegócio brasileiro. 

Localização estratégica

A apenas 25 km de Porto Alegre, a Expointer acontece em Esteio, em uma região privilegiada, com acesso facilitado pelas rodovias BR-116 e BR-448 (Rodovia do Parque), além da proximidade com o Aeroporto Internacional Salgado Filho. 

Números da Expointer

2.500 expositores
120 expositores no setor de máquinas e implementos agrícolas
456 agroindústrias familiares (recorde de participantes)
5.000 animais em exposição
Mais de 500 atividades e eventos ao longo de nove dias de feira

As informações são da Secom


Jogo Rápido

SOJA/CEPEA: Dólar e firme demanda impulsionam preços
Levantamentos do Cepea mostram que os preços domésticos da soja subiram na última semana, refletindo, além da crescente disputa entre compradores brasileiros (sobretudo para processamento interno) e internacionais, também a valorização cambial (US$/R$). Em julho (até o dia 28), o Brasil escoou 10,44 milhões de toneladas de soja, com a média diária de embarques superando em 12,4% a de julho/24. Os dados, divulgados pela Secex e analisados pelo Cepea, evidenciam a demanda externa firme, diante da necessidade de tradings completarem cargas nos portos brasileiros. Segundo o Centro de Pesquisas, esse cenário elevou os prêmios de exportação para os maiores patamares em três anos. Além disso, o aumento das tarifas dos Estados Unidos para vários países pode impulsionar a procura estrangeira pelo complexo soja brasileiro. (CEPEA)


Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 05 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.451


GDT - Global Dairy Trade

​Fonte: GDT editado pelo Sindilat 


CEPEA: Média Brasil fecha junho a R$ 2,6474/litro
 
Leite fecha junho a R$ 2,6474/litro. Oferta maior que demanda pressiona cotações e derivados também recuam, mostram Cepea e pesquisa do MilkPoint Mercado
 
Levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que o preço do leite captado em junho fechou a R$ 2,6474/litro na “Média Brasil”.
 
Gráfico 1. Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de maio/2025)
 
 
No momento, a oferta de leite continua maior que a demanda, o que tem pressionado os preços pagos ao produtor. Em junho, a captação de leite subiu 3,31% em relação a maio, segundo o ICAP-L do Cepea, reflexo dos investimentos feitos pelos produtores nos últimos meses.
 
Mesmo com uma leve alta de 0,55% no custo de produção (COE) em junho, os gastos com nutrição do rebanho caíram 0,37%, ajudando a manter a atividade viável.
 

Apesar disso, a demanda por derivados ainda não acompanha o aumento da produção. De acordo com pesquisas do MilkPoint Mercado, os preços de venda de alguns dos principais derivados lácteos pela indústria têm recuado nas últimas semanas, frente a um mercado que tem se mostrado menos comprador. (Milkpoint)

 
 
O agro precisa se comunicar melhor

Recentemente, tive a oportunidade de visitar a Nova Zelândia como parte do programa da Nuffield, do qual sou uma das bolsistas de 2025. A Nuffield International Farming Network nasceu em 1947, no Reino Unido, fruto de um ato filantrópico, para estimular produtores a buscar conhecimento e inovação fora de seus países de origem, em um momento extremamente crítico do pós-guerra. O fundador foi Mr. William Morris, empresário e filantropo, que começou a proporcionar viagens internacionais aos agricultores britânicos com o objetivo de identificar boas práticas agrícolas e abrir novos mercados para estimular a produção de alimentos e a economia.

Todos os integrantes selecionados entram com um tópico de pesquisa que, na essência, deve trazer soluções, inovações e transformações para o setor agrícola em um mundo em constante mudança. Minha pesquisa está relacionada à comunicação e visa à melhoria da imagem do agronegócio no Brasil. Como podemos romper a bolha, deixar de converter aqueles que já estão convertidos e acessar verdadeiramente o público urbano? As pessoas perderam a conexão entre o produto que consomem e sua respectiva origem, e eu acredito que é parte da responsabilidade do setor restabelecer essa ponte por meio do acesso à informação.

Durante meus dias por lá, fiz algumas visitas interessantes:

● conheci uma fazenda de leite com cerca de 600 vacas em lactação em Matamata;
 
● participei de uma experiência de agroturismo que recebe entre 400 e 1.000 pessoas diariamente na região de Rotorua;
 

● uma produção integrada e verticalizada de leite de ovelha, que se transforma em fórmula infantil com altíssimo valor agregado e é exportada para a Ásia.

Também fui mais ao sul da Ilha Norte para visitar produtores de abóbora que enxergaram uma imensa oportunidade de mercado ao desenvolver branding na categoria de frutas e vegetais (algo na mesma linha do que a Zespri fez), além de promoverem um estreitamento na relação com o varejo no Japão por meio de ações inovadoras. Na mesma região, tive ainda a chance de conhecer a única produção de frango orgânico do país e, enquanto via os animais ciscando entre macieiras e oliveiras, ouvia da responsável pelo marketing os desafios de posicionamento de marca.

Foram muitos aprendizados e insights sobre a imagem do setor, as dificuldades enfrentadas pelos diferentes segmentos e o papel da indústria no elo entre produtor e consumidor. Acontece que, no caminho entre Auckland e Rotorua, enquanto eu me concentrava para dirigir na mão inglesa e me distraía com as paisagens idílicas, fiquei impressionada com a quantidade de vacas. Logo ali, na beira da estrada. De uma ponta a outra.

A Nova Zelândia é rural. Transborda natureza. Campo e mata nativa andam juntos. Essa ilha pequena, com 5,3 milhões de habitantes, exporta entre 80% e 90% de sua produção agropecuária e, mesmo com apenas 15% da população vivendo na área rural, carrega o campo em sua essência. Ouvi de uma das pessoas com quem conversei que o agroturismo definitivamente não é uma das melhores ferramentas de marketing para aproximar o campo da cidade — justamente porque o neozelandês já está acostumado com essa realidade.

Acredito que um dos principais problemas da imagem deturpada do agronegócio no Brasil é o abismo que se formou entre o campo e a cidade. Crescer vendo vacas pastando à beira da estrada ajuda a materializar a realidade. Aproxima. Naturaliza. E, se já é difícil associar o leite à vaca, imaginem a soja à carne.

Vejo esse como um dos maiores obstáculos para o nosso país, tão cheio de vida, jovens, recursos, terras, energia e um potencial produtivo gigante: é essencial integrarmos a cadeia e contarmos a história do pasto ao prato, da soja à carne, do algodão à camiseta, do fertilizante ao queijo da pizza.

É verdade que a Nova Zelândia tem uma vantagem: é mais fácil falar, para leigos, de vaca feliz quando ela está no pasto, e não dentro do estábulo. Em tempos de transparência radical, especialmente quando se trata de sustentabilidade e bem-estar animal, o storytelling da produção de leite do país já nasce pronto e é extremamente valorizado na Ásia, seu principal mercado de exportação.

Por outro lado, existe também um enorme aprendizado em relação à educação da população. A maioria dos habitantes do país, justamente por estarem tão próximos da vivência das fazendas, entende a importância do setor para a sustentabilidade econômica, desde a geração de empregos e a produção de alimentos para o país inteiro até o papel fundamental na economia por meio das exportações.

Para mim, fica o enorme aprendizado de como é essencial termos um setor unido. Falar sobre vaca feliz no pasto é mais fácil, mas definitivamente não é a única solução, especialmente quando falamos de contextos diferentes da Nova Zelândia ou da Irlanda, por exemplo. Funciona para algumas realidades, mas não para outras. Simples assim.

É desafiador explicar a um consumidor habituado a imagens bucólicas que, na maioria das vezes, para não dizer sempre, existe mais conforto animal dentro de um compost barn do que em um pasto no maior país da América do Sul.
 
A importância da educação
É difícil explicar toda a diversidade e os 6 biomas que cabem dentro de um país cerca de 32 vezes maior que a Nova Zelândia, com diversos microclimas, sem estações bem definidas, quente e com chuvas “fora de época” para quem não vive essa realidade. O Brasil transborda diversidade e realidades bastante específicas que exigem muito esforço para que a mensagem chegue até o consumidor, rompendo com ideias que importamos de outros países. Precisamos ser nossa própria referência.
 

Por lá, ainda na escola, as crianças e jovens aprendem sobre agricultura e agroindústria. Existem diversos projetos, desde o Farmer Time for Schools, no qual turmas são conectadas a fazendeiros reais para conversar sobre a realidade da produção de alimentos, até iniciativas integradas nas disciplinas de ciências e estudos sociais, como o Garden to Table, Wool in Schools e Soil, Food and Society.

O acesso à informação dentro do ambiente escolar reforça a importância de a população compreender o impacto do agronegócio na economia de um país inteiro, contribuindo para uma imagem horizontal, com senso de comunidade, e não carregada de superioridade. Não vejo outra saída além do investimento em educação. Não existe comunicação sem educação. É urgente a criação de acessos.
 
Emissões de GEEs
A discussão sobre emissão de metano é a mais latente, no momento, dentro da pecuária na Nova Zelândia. As empresas de genética falam sobre isso, os líderes classistas falam sobre isso, o consumidor fala sobre isso. Todos, de alguma forma, estão transformando suas realidades para se adequar ao que o novo mundo pede. Afinal, sustentabilidade deixa de ser uma vantagem competitiva e passa a ser obrigatória para sobreviver no mercado.
 
O protagonismo da indústria

Dentro dessa realidade, não vejo melhor resolução senão a indústria assumindo o protagonismo no elo entre produtor e consumidor, possibilitando visão de futuro, bancabilidade, investimento alinhado à demanda e pagamento de prêmios por uma produção de alimentos diferenciada, que atenda ao novo consumidor.

É papel da indústria se encarregar de contar a melhor e mais verdadeira história, para que o consumidor esteja disposto a pagar por tudo isso e o produtor seja estimulado a se diferenciar e a fazer mais pelo meio ambiente. Não se trata mais apenas de práticas sustentáveis: trata-se do que devolvemos à terra e de como o agronegócio, especialmente a pecuária, seja de leite ou de corte, possui um enorme potencial e uma grande oportunidade de ser um dos únicos setores capazes de ir além, contribuindo para a redução das emissões do planeta.

O mundo está repleto de bons exemplos quando se trata de comunicação. Torço para que o Brasil seja um país que saiba se inspirar, sem jamais esquecer de ser protagonista e contar suas incríveis histórias, que nascem em um território único. Sem comparações. Nós somos o que somos. (Diana Jank/MilkPoint/Forbes)

Jogo Rápido

MILHO/CEPEA: Cotações voltam a recuar
Após um leve movimento de fato, as cotações domésticas do milho voltaram a cair na última semana, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão veio sobretudo da ausência de consumidores, que aguardam maiores desvalorizações com os avanços da colheita de segunda safra. Além disso, as exportações estão menores em relação ao ano passado e ainda muito distantes do estimado pela Conab. Apesar do atraso frente ao ano anterior na média nacional, algumas praças dos estados de Mato Grosso e Goiás têm apresentado bom ritmo de colheita e produtividades elevadas, aumentando de forma pontual a oferta disponível para negócios, ainda conforme explicam pesquisadores. Quanto às exportações, dados da Secex analisados pelo Cepea mostram que, de fevereiro até a quarta semana de julho, o volume embarcado limitou-se a 4,3 milhões de toneladas, ante os 7 milhões enviados no mesmo período de 2024 e ainda bem distante das 34 milhões projetadas pela Conab até janeiro/26. (CEPEA)


Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 04 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.450


A demanda global por carne e laticínios continuará a crescer até 2034

O documento, intitulado Perspectivas Agrícolas OCDE-FAO 2025-2034, publicado em julho, projeta que, até 2034, o consumo per capita global de produtos de origem animal crescerá em média 6%. O crescimento mais significativo é esperado em países de renda média-baixa, onde o consumo pode aumentar até 24%.

O Diretor-Geral da FAO, Qu Dongyu, descreveu isso como evidência da melhoria da alimentação nos países em desenvolvimento. No entanto, ele observou que essas mudanças positivas não estão alcançando a todos. Em países com altas taxas de pobreza, o consumo diário de produtos de origem animal permanecerá extremamente baixo — cerca de 143 kcal por dia, o que representa metade do nível recomendado. Isso evidencia as persistentes desigualdades no acesso a alimentos nutritivos e a necessidade de esforços contínuos para alcançar a segurança alimentar.
 
Crescimento da Produção e Riscos Ambientais
Para atender à crescente demanda, a produção agrícola e pesqueira global deve aumentar em 14% até 2034. O crescimento mais ativo é esperado no setor de carnes e laticínios: a produção de carne, leite e ovos deverá crescer em 17%, enquanto o número total de gado e aves deverá aumentar em 7%.

No entanto, esse aumento na produção acarretará custos ambientais. De acordo com a previsão, as emissões diretas de gases de efeito estufa da agricultura crescerão 6% — apesar da redução na intensidade das emissões devido ao aumento da produtividade. Isso significa que, mesmo com uma produção mais eficiente, o volume total de emissões continuará a aumentar, a menos que medidas adicionais sejam tomadas para reduzir a pegada de carbono do setor.
 
Um cenário alternativo
O relatório também descreve um cenário alternativo: com a implementação de tecnologias modernas e maior investimento no setor agrícola, a agricultura global poderia não apenas fornecer alimentos mais nutritivos até 2034, mas também reduzir as emissões em 7% em comparação aos níveis atuais.

Este cenário depende da adoção generalizada de práticas avançadas, como:

  • Agricultura de precisão,
  • Ração animal especializada que reduza as emissões em ruminantes,
  • Métodos aprimorados de gestão de nutrientes.
Exigiria decisões políticas coordenadas, inovação tecnológica e investimentos direcionados — especialmente em países onde a insegurança alimentar permanece elevada.

O Secretário-Geral da OCDE, Mathias Cormann, enfatizou que a comunidade global possui as ferramentas necessárias para erradicar a fome. No entanto, ressaltou a importância de manter os mercados agroalimentares abertos e garantir o desenvolvimento sustentável da agricultura.
 
O comércio como pilar do sistema alimentar
A previsão dá atenção especial ao comércio internacional. Especialistas estimam que, até 2034, cerca de 22% de todos os produtos agrícolas cruzarão as fronteiras nacionais antes de chegar aos consumidores finais. Um sistema de comércio multilateral baseado em regras claras continua sendo uma ferramenta crucial para redistribuir excedentes e escassez, estabilizar preços e fortalecer a resiliência alimentar global.

O relatório ressalta que, sem comércio ativo, o setor agroalimentar global não será capaz de lidar com os desafios enfrentados pelo sistema alimentar. (As informações são do Dairy News Today, traduzidas pela equipe MilkPoint)


Interior do Brasil: o novo campo de batalha para o consumo de lácteos

O mercado consumidor brasileiro passa por uma mudança silenciosa, mas profunda. De acordo com dados do IPC Maps 2025, o interior do Brasil já concentra 55% do consumo nacional, enquanto as capitais e regiões metropolitanas, antes protagonistas, perdem espaço.

Para o setor lácteo, que tradicionalmente tem sua base produtiva nessas regiões, essa tendência traz uma mensagem clara: o futuro do crescimento está fora dos grandes centros urbanos.

Interior: de berço produtor a potência consumidora
Enquanto as grandes marcas disputam prateleiras e atenção em São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte, um consumidor cada vez mais exigente cresce nas cidades médias do interior. São municípios entre 50 mil e 150 mil habitantes, com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), economia ativa e forte presença do agronegócio e da indústria – exatamente o perfil onde a cadeia láctea está enraizada. Esse consumidor, segundo a análise do CEO da TXC, Rubens Inácio, não quer apenas produtos, quer relacionamento e reconhecimento.

O varejo local já percebeu isso, oferecendo experiências diferenciadas que aumentam a fidelização. Para as marcas de lácteos, especialmente as que disputam espaço nas gôndolas, esse comportamento é uma oportunidade de ouro para reposicionar estratégias.

Oportunidade para lácteos: do básico ao premium
A demanda no interior não se limita a produtos de primeira necessidade como leite UHT. Há espaço para linhas premium, artesanais, funcionais e de origem controlada, categorias que crescem quando o consumidor se sente valorizado e quando há conexão com a cultura local. Além disso, a menor saturação de marcas em relação às capitais permite construir presença com menor custo competitivo e maior margem.

Cooperativas e pequenas indústrias regionais podem explorar melhor seu vínculo com a comunidade, enquanto multinacionais e grandes processadoras precisam adaptar seu marketing para não perder terreno.

Distribuição e relacionamento: as chaves para conquistar esse mercado
A pesquisa mostra que no interior, as lojas físicas são mais que pontos de venda; são pontos de encontro. Isso muda o jogo para a indústria láctea, que pode investir em ações de degustação, storytelling de marca e parcerias com varejistas locais para criar experiências de consumo.

Além disso, o fortalecimento de canais digitais – e-commerce, marketplaces e entregas diretas – deve acompanhar essa expansão, garantindo que o consumidor do interior também tenha acesso facilitado a produtos diferenciados.

Reflexão final
O varejo brasileiro já virou a chave. Quem continuar concentrando esforços apenas nas capitais corre o risco de ficar para trás. Para o setor lácteo, essa tendência é ainda mais estratégica: o interior não é apenas o celeiro da produção, agora também dita o ritmo do consumo. Ignorar esse movimento não é uma opção; é perder o jogo antes de começar. (Adaptado para eDairyNews, com informações de Minuto Rural)

 
Associados do Sindilat/RS têm 10% de desconto no Fórum MilkPoint Mercado e no Interleite Brasil 2025

Os associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) têm 10% de desconto garantido para aquisição de ingressos nos dois principais eventos da cadeia leiteira brasileira: o Fórum MilkPoint Mercado e o Interleite Brasil 2025, que acontecem em Goiânia (GO) nos dias 19, 20 e 21 de agosto.

O Fórum MilkPoint Mercado, com o tema “Transformações e Novas Oportunidades no Leite Brasileiro”, será realizado no dia 19 de agosto, em formato híbrido (presencial e on-line). O evento reunirá os principais agentes do setor para debater as mudanças no ambiente de negócios e as perspectivas para o mercado lácteo nacional, diante de um cenário marcado pela acirrada concorrência entre indústrias e pressão sobre as margens de comercialização. Serão 17 palestrantes ao longo do dia, com certificado emitido pela MilkPoint e material disponível para download.

Já o Interleite Brasil 2025, que ocorre nos dias 20 e 21 de agosto, será exclusivamente presencial. Com o tema “Como fazer mais produtores participarem do futuro do leite no Brasil?”, o evento tem como objetivo discutir formas de integrar tecnologia, gestão eficiente e produtividade na atividade leiteira. A programação trará reflexões sobre como otimizar o uso do tempo, implementar ferramentas digitais e tornar a produção mais rentável.

Conforme o secretário-executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, a participação contribui para a qualificação dos profissionais e para o fortalecimento da cadeia produtiva. “Esses eventos possibilitam a discussão de questões estratégicas para o desenvolvimento e a modernização da cadeia leiteira, aproximando os diversos segmentos do setor na busca por alternativas e caminhos em comum”, destacou.

Os ingressos estão disponíveis em lotes limitados e podem ser adquiridos com desconto exclusivo de 10% para associados do Sindilat/RS, CLICANDO AQUI.

 


Jogo Rápido

Fundesa orienta sobre contribuição para reprodutores
O Fundesa-RS divulgou essa semana novo material de orientação para produtores de todas as cadeias que trabalham com material genético. Os reprodutores, diferentemente dos animais de produção, precisam contribuir uma vez ao ano, geralmente junto à declaração anual de rebanho. Esses animais podem ter, em caso de emergência sanitária, indenizações diferenciadas conforme a categoria, se registrados em suas associações de raça. O material está disponível em vídeo, PDF e também nas redes sociais. Para baixar e compartilhar clique nos links. Vídeo: CLIQUE AQUI. PDF: CLIQUE AQUI. (Fonte: Fundesa)


Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 01 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.449


Por que o leite produzido no Brasil tem pouca gordura?

Atualmente vemos um interesse crescente pela produção de leite com maior teor de sólidos no Brasil. Historicamente, nosso país nunca valorizou devidamente a produção de leite com mais gordura e proteína; durante décadas fomos um mercado de leite fluído, onde o volume de leite é o grande direcionador do preço pago ao produtor, além das óbvias questões sanitárias.

Porém, há movimentos recentes de alguns laticínios em estabelecer programas de pagamento que valorizam, de fato, a produção de gordura e proteína do leite, o que certamente é muito benéfico para a cadeia produtiva, pois estimula a busca e adoção de práticas que promovam a melhora na composição do leite. As melhores fazendas já apresentam teores de gordura e proteína do leite comparáveis aos dos EUA ou Europa, mas quando olhamos para o cenário geral do país, ainda estamos longe.

As figuras abaixo mostram a variação mensal nos teores de gordura e proteína verdadeira do leite produzido nos EUA, segundo o levantamento Dairy Market Update de Fevereiro de 2025 do Serviço Nacional de Estatística do Departamento de Agricultura dos EUA (NASS-USDA), e a evolução de 2020 a 2024.

O foco deste artigo é a questão da gordura do leite, e quando vemos os números médios do rebanho norte americano, fica nítido quanto temos a evoluir. Por aqui pouquíssimas fazendas conseguem manter o teor de gordura do leite acima de 4,0 o ano todo, especialmente em rebanhos de alta produção. Sim, a genética pode ter um peso nisso, mas com as ferramentas que temos por aqui (genómica, etc.), a genética dos bons rebanhos brasileiros é muito parecida com a dos rebanhos americanos. Onde está a diferença?

É disso que vamos tratar a partir de agora. Muitos são os fatores que afetam o teor de gordura do leite. Vamos nos ater às questões nutricionais e de manejo que, em nosso entendimento, são as mais relevantes. Na verdade, há uma interação bem ampla entre a nutrição (qualidade dos alimentos e formulação da dieta) e as práticas de manejo nas fazendas, tanto o manejo alimentar em si, quanto questões do conforto das vacas. 
 
Fatores que influenciam a gordura no leite
Fisiologicamente, o principal responsável pela limitação a síntese de gordura no leite é a presença de um ácido graxo (AG) específico, o t10,c12 CLA, um dos isômeros do ácido linoléico, um ácido graxo polinsaturado de cadeia longa (C18:2), comumente presente nas dieta vacas leiteiras. Esse t10,c12 CLA reduz a atividade de enzimas lipogênicas indispensáveis, como a acetil-CoA carboxilase e a ácido graxo sintase, que são responsáveis pela síntese de ácidos graxos de cadeia curta e média na glândula mamária (GM).

Sempre que houver quantidades significativas de t10,c12 CLA chegando na GM, o teor de gordura do leite será limitado, ou reduzido. Além disso, o t10,c12 CLA também afeta a captação de ácidos graxos preformados (aqueles derivados da dieta ou das reservas corporais da vaca) da corrente sanguínea para a GM, essenciais para a concentração de AG de cadeia longa no leite (C16 e acima). E que condições contribuem para o aumento na quantidade de t10,c12 CLA que chega na GM? Duas coisas principais, o pH do rúmen e a concentração de ácidos graxos polinsaturadas na dieta (AGPI), principalmente do C18:2.

É de conhecimento geral que a acidose ruminal prolongada está diretamente relacionada à redução no teor de gordura do leite. O efeito não é do pH em si, mas do fato de que baixo pH ruminal leva ao aumento na presença do t10,c12 CLA no rúmen. Nessa condição, esse composto chega em maior quantidade na GM, causando redução no teor de gordura do leite. Isso não acontece apenas em vacas que apresentam acidose ruminal clínica, mesmo em animais com acidose subclínica, que não apresentam sintomas visíveis do problema, a concentração do t10,c12 CLA aumenta, afetando a gordura do leite.

Baixo pH ruminal é causado por muitos fatores, mas alguns merecem destaque:

  • Dieta mal formulada, contendo excesso de amido degradável (ADR) no rúmen e ou falta de fibra fisicamente efetiva (FDNfe). Manter relação FDNfe:ADR entre 1,2 e 1,4, mantendo o teor total de ADR abaixo de 20% da MS total da dieta é um bom parâmetro para manter o pH ruminal em valores adequados, sem limitar a eficiência fermentativa. A qualidade e/ou disponibilidade dos volumosos tem impacto decisivo nesse ponto.
  • Qualidade da mistura da dieta total. Misturas mal feitas facilitam a seleção de alimentos pelas vacas, favorecendo maior ingestão de concentrados, que por sua vez contribui decisivamente para o abaixamento do pH ruminal.
  • Tamanho de partículas dos alimentos volumosos. Partículas muito grandes são facilmente selecionadas pelas vacas, e se isso acontecer a ingestão de concentrados será maior e o pH do rúmen será mais baixo.
  • Estresse por calor. Uma das consequências diretas dessa condição é a ocorrência de acidose ruminal, seja por maior seleção no cocho, seja por menor ruminação. Sempre que estão sofrendo com o calor as vacas usam estratégias para produzir menos calor interno, e uma delas é reduzir a ingestão de fibra, pois a fermentação de alimentos fibrosos produz grande quantidade de calor. Ao ingerir menos fibra, naturalmente vão ruminar menos, com menor produção de saliva, de forma que haverá menos tamponamento do líquido ruminal, e o pH será mantido em valores mais baixos, por mais tempo.
  • Falta de espaço no cocho, levando as vacas a fazerem menor número de refeições, de maior tamanho. Quando isso acontece, após cada refeição o pH do rúmen sofre quedas mais intensas, de forma que os animais passar mais tempo com o pH ruminal baixo.
  • Falta de espaço para descanso (superlotação). Isso também altera o comportamento das vacas, que por passarem mais tempo em pé vão ruminar por menos tempo, o que leva a menor produção de saliva, como destacado anteriormente. 
  • Falhas no manejo dos tratos, fazendo com que os cochos fiquem vazios. Isso também resultará em menor número de refeições, de maior tamanho, com consequências semelhantes à falta de espaço no cocho.
A outra condição que leva ao aumento na presença do t10,c12 CLA no rúmen é a concentração excessiva de ácidos graxos polinsaturados na dieta. Esses compostos são comuns na dieta de ruminantes, principalmente por serem os principais constituintes da fração gordurosa das forragens e grãos de oleaginosas, como milho, soja e algodão. Também é bem conhecido o fato de que é preciso atenção com o teor de gordura nas dietas de vacas leiteiras, sendo altamente recomendável que este não passe de 6% da MS total ingerida. A principal razão para isso é justamente a presença desses AGPI, que se estiverem em quantidades excessivas prejudicam o crescimento de bactérias fibrolíticas. Além disso, quanto maior a concentração de C18:2, maior a presença do t10,cis12 CLA. 

Para minimizar o risco nutricional de redução no teor de gordura do leite recomendamos observar com atenção a carga total de AGPI na dieta (RUFAL), que deve ser mantida abaixo de 3% da MS total. Mas também é importante monitorar especificamente o C18:2, pois o t10,cis12 CLA é um dos seus isômeros. Importante destacar, que mesmo dietas em que não haja adição de alimentos com teor significativo de gordura, como caroço de algodão, soja tostada, DDG de alto óleo, dentre outros, a carga de RUFAL vinda apenas de silagem de milho e milho moído e/ou reidratado pode passar de 1,5% da MS total!

Além disso, atualmente temos diversas “ferramentas” nutricionais adicionais para ajudar a melhorar o teor de gordura do leite, que são economicamente viáveis. Diversos aditivos alimentares se mostram efetivos em ajudar nesse sentido, como as culturas de levedura, o HMTBa (análogo de metionina) e os biopeptídeos. Logicamente que o básico, o arroz com feijão, deve estar muito bem feito antes de pensar em utilizar outras ferramentas, mas essas podem ser auxiliares importantes para quem faz corretamente o trabalho de base.

Agora vamos tentar responder a pergunta no título do artigo. Por que em nosso país o teor médio de gordura do leite é tão mais baixo do que nos EUA, mesmo nas fazendas em que o sistema de produção é semelhante ao de lá? Nossa experiência de trabalho, aqui no Brasil e nos EUA, mostra que de maneira geral por aqui ainda falta a motivação para investir nas práticas necessárias para que o risco de queda na gordura do leite seja mínimo, isso é claro.

Os mercados são bastante diferentes. No entanto, também é preciso entender que as mesmas práticas que levam a produzir leite com mais gordura, também levam a maior produção total e maior eficiência produtiva. Já se foi o tempo em que se acreditava que buscar mais gordura no leite significava reduzir o volume total de leite. E à medida que vemos iniciativas de laticínios valorizando efetivamente a produção de sólidos, faz mais sentido caminhar nessa direção. (Alexandre M. Pedroso e Ricardo O. Rodrigue/Milkpoint)


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1878 de 31 de julho de 2025
BOVINOCULTURA DE LEITE  

A produção de leite apresentou estabilidade na maior parte das regiões. Em algumas áreas beneficiadas pela oferta de forragens de qualidade e pelas melhores condições climáticas, houve incremento. Nas criações a pasto, foi oferecida suplementação com concentrados energéticos, como silagem e feno. O estado corporal e sanitário dos rebanhos está satisfatório. As condições climáticas favoreceram o conforto térmico e o bem-estar dos animais, reduzindo problemas de casco e facilitando a ordenha.   

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produção apresentou leve aumento, e o estado corporal dos animais está apropriado.  

Na de Caxias do Sul, a produção de leite foi beneficiada pela luminosidade e pela umidade do solo adequadas, que possibilitaram o pastejo das vacas em lactação e garantiram boa produtividade. Nos sistemas intensivos, como free stall e compost barn, a base forrageira foi a silagem de milho, complementada com concentrados proteicos. As temperaturas mais amenas proporcionaram conforto térmico e bem-estar e facilitaram o pastejo. Já a ausência de barro em corredores e áreas de ordenha diminuiu os problemas de casco e as contaminações nos úberes. Os índices de qualidade do leite, como Contagem de Células Somáticas (CCS) e Contagem Padrão em Placas (CPP), ficaram dentro dos padrões exigidos. 

Na de Erechim, a oferta de forragem de qualidade impulsionou a produção. As condições de pastejo melhoraram bastante, permitindo a redução gradual do uso de silagens de inverno e de verão, pré-secados e feno. As condições sanitárias e nutricionais dos rebanhos foram satisfatórias. 

Na de Frederico Westphalen, a produção de leite continuou estável, beneficiada pela melhora das pastagens. 

Na de Ijuí, a produção de leite ficou estável, e os padrões de qualidade foram considerados excelentes. Nos sistemas de produção a pasto, devido à oferta e ao valor nutricional das forragens, foi possível diminuir a suplementação com volumosos conservados.

Na de Passo Fundo, o estado geral do rebanho ficou regular, e a produção e o escore corporal das vacas em lactação estáveis. Houve aumento na CCS do leite, demandando maior atenção aos manejos sanitários.  

Na de Porto Alegre, os produtores relataram aumento dos custos de produção devido ao maior uso de suplementação compensatória na dieta dos rebanhos. 

Na de Soledade, os lotes de animais que não tiveram acesso à quantidade suficiente de forragem receberam suplementação com volumosos conservados, como silagem, pré-secado e feno.

Na de Pelotas, a condição sanitária dos rebanhos está satisfatória. Os dias ensolarados e as temperaturas mais altas contribuíram com o bem-estar animal. 

Na de Santa Rosa, o número de animais reduziu cerca de 4,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a produção aumentou 8,24%. As condições sanitárias dos rebanhos ficaram ideais. (Fonte: Emater/RS)

Leite é seguro e nutritivo para a maioria da população, aponta especialista

Mesmo com as dúvidas que ainda cercam o consumo de leite, o alimento segue amplamente reconhecido como seguro, nutritivo e recomendado para a maioria da população. Rico em proteínas de alto valor biológico, cálcio, vitaminas B2, B12 e D, o leite desempenha um papel fundamental na formação e manutenção da saúde óssea, muscular e metabólica, sendo parte importante da alimentação equilibrada ao longo da vida.

De acordo com um consenso técnico elaborado pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e pela Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), o produto lácteo continua sendo um dos alimentos mais relevantes do ponto de vista nutricional. O documento visa esclarecer equívocos que levam à retirada do leite da dieta sem necessidade clínica comprovada, o que pode resultar em deficiências nutricionais evitáveis.

A seguir, a nutricionista Dra. Aline David, mestre e doutora em Ciências pela USP, destaca os principais pontos que ajudam a desfazer mitos e orientar o consumo consciente:

1. O leite é seguro para a maioria das pessoas
Não há evidências científicas que justifiquem a exclusão do alimento de pessoas saudáveis. Casos como alergia à proteína do produto lácteo ou intolerância à lactose são específicos e requerem avaliação clínica profissional. Segundo a especialista, a exclusão baseada apenas em autodiagnóstico pode comprometer a ingestão adequada de nutrientes essenciais. “Muitos excluem o leite por autopercepção de intolerância, sem confirmação médica, o que prejudica a nutrição”, alerta a Dra. Aline.

2. APLV e intolerância à lactose são condições diferentes
A APLV é uma resposta imunológica às proteínas do produto lácteo e exige retirada completa do alimento e de seus derivados. Já a intolerância à lactose é uma condição fisiológica comum, causada pela redução da enzima lactase, podendo provocar desconforto digestivo. No entanto, muitas pessoas diagnosticadas conseguem tolerar pequenas quantidades ou utilizar alternativas como o leite sem lactose, conforme orientação profissional.

3. APLV é rara e geralmente desaparece na infância
Estudos indicam que cerca de 5,4% das crianças até 2 anos são afetadas pela APLV. No entanto, 87% superam a condição até os 3 anos, e 97% até os 15 anos. A Dra. Aline reforça a importância do acompanhamento médico: “O diagnóstico e a reintrodução do leite devem ser conduzidos por profissionais capacitados, evitando restrições prolongadas desnecessárias.”

4. Intolerância à lactose não exige exclusão total do produto lácteo
Pessoas diagnosticadas com intolerância geralmente toleram até 12g de lactose por dia, o equivalente a um copo do alimento (200 ml), que contém cerca de 8 a 10g. “É possível manter o produto lácteo na alimentação com estratégias como fracionamento das porções, consumo de derivados com menor teor de lactose ou uso de enzimas”, explica a especialista.

5. A retirada do leite deve ser sempre orientada por profissionais
A exclusão do leite sem critério técnico pode levar a deficiências de proteínas, cálcio, vitamina D e vitaminas do complexo B, sobretudo em fases como infância, gestação e envelhecimento. O leite e seus derivados representam fontes acessíveis e eficazes desses nutrientes.

O papel do leite na alimentação ao longo da vida
Com variedade crescente de versões disponíveis — integral, desnatado, sem lactose, tipo A2, entre outros —, o leite pode ser facilmente adaptado às necessidades de cada fase da vida. “O produto lácteo é um alimento versátil, acessível e altamente nutritivo. Seu consumo deve ser mantido sempre que não houver contraindicações. Ele cumpre papel essencial na alimentação infantil, adulta e da população idosa”, destaca a Dra. Aline.

Além disso, a especialista ressalta que o leite materno deve ser exclusivo até os seis meses de vida e complementar até os dois anos ou mais, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O leite segue como um dos pilares da segurança alimentar no Brasil, sendo importante reforçar seu papel na saúde pública com base em evidências científicas e orientação profissional. A divulgação de informações corretas, como as do consenso ABRAN/SBAN, é fundamental para combater mitos e garantir escolhas alimentares mais seguras e eficazes para a população.

O leite é essencial na dieta equilibrada e deve ser considerado em todas as fases da vida. (Fonte: Revista Balde Branco)


Jogo Rápido

BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO No 31/2025 – SEAPI
Os próximos dias alternarão períodos de temperatura alta, chuva e frio no RS. No sábado (02) e domingo (03), a passagem de uma frente fria provocará chuva em todo Estado, com possibilidade de temporais isolados. Na segunda (04) e terça-feira (05), ainda ocorrerão pancadas isoladas de chuva nos setores Leste e Norte, enquanto no restante do Estado o ingresso de uma nova massa de ar seco e frio manterá a diminuição da nebulosidade e o declínio das temperaturas, com mínimas inferiores a 5°C em diversas regiões. Na quarta-feira (06), o a presença do ar seco garantirá o tempo firme em todo RS.  Os totais esperados deverão oscilar entre 20 e 50 mm na maioria das regiões. Em parte das Missões e no Planalto os volumes acumulados deverão variar entre 50 e 70 mm e poderão superar 80 mm em algumas localidades. (Fonte: Seapi)


Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 31 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.448


Sem medidas mágicas

Terceiro maior produtor mundial de leite, com estimativa de captação de 37 bilhões de litros neste ano, o Brasil reúne condições para se tornar um grande exportador, segundo especialistas. Essa perspectiva tem mobilizado alguns dos maiores players desse mercado nos últimos anos, em um movimento que envolve principalmente qualificação dos produtores e melhoria da qualidade e da produtividade média dos rebanhos, hoje de 2.280 litros por vaca/ano, baixa em relação à média global, de 2.660 litros, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Por enquanto, o país está longe da meta de vender ao exterior e ainda importa leite. No ano passado, foram 6,348 milhões de litros/dia, de acordo com o Centro de Inteligência do Leite (CILeite), da Embrapa, vindos principalmente da Argentina e do Uruguai, que têm produção mais eficiente, preços mais baixos e ainda são isentos de tarifa por integrarem o Mercosul. As exportações foram de apenas 179 mil litros/dia, dada a falta de competitividade do país no mercado externo. Após forte alta dos preços, o litro pago ao produtor chegou, em média, a R$ 3,19 em julho de 2022, recuando para R$ 2,77 em julho de 2023 com aumento das importações, conforme dados do CILeite. Neste ano, a média tem oscilado em torno de R$ 2,70.

Embora esteja em queda, o preço ao produtor no Brasil é, segundo Guilherme Portella, diretor de ESG da Lactalis, o quinto mais alto do mundo. “É preciso melhorar a produtividade, de modo que o preço baixe e, ainda assim, remunere bem o produtor”, diz Portella. Uma das companhias que primeiro enxergaram o potencial leiteiro do Brasil, a francesa Lactalis projeta transformar o país em um hub de exportação de lácteos. A empresa consolidou sua presença no Brasil há cerca de dez anos, ao comprar os ativos de laticínios da BRF, que incluíram as marcas Batavo e Elegê e, em seguida, a fábrica e a marca Itambé, da mineira Cooperativa Central de Produtores Rurais (CCPR), a maior cooperativa de captação de leite do Brasil. Hoje, a Lactalis é líder em captação, com 2,7 bilhões de litros em 2024, quando faturou R$ 17 bilhões. 

A companhia adquiriu nos últimos anos várias outras marcas, algumas da suíça Nestlé, e 21 plantas fabris, instaladas em oito Estados, que produzem de compostos lácteos, leite UHT e requeijão a queijos especiais, que já exporta para vários países da América Latina e Estados Unidos. A meta agora é dobrar as vendas em cinco anos, apostando que o setor leiteiro passará por movimento semelhante ao que consolidou o Brasil como grande exportador de aves e suínos nas últimas décadas. Um dos pilares daquele movimento foi a organização de pequenos e médios produtores em cooperativas, que também vem caracterizando a cadeia produtiva do leite. Entre os maiores fornecedores da Lactalis, a CCPR vende exclusivamente para a companhia os cerca de 90 milhões de litros/mês que consegue captar, segundo a empresa.

Após a venda da Itambé, há oito anos, a CCPR concentrou-se em captação, além de nutrição animal, em suas cinco fábricas em Minas Gerais, que produzem cerca de 300 mil toneladas por ano. Neste ano, a companhia desenvolve um projeto de originação de grãos para integração lavoura-pecuária, com apoio da Embrapa e do governo do Estado de Minas Gerais.

O projeto deve ser iniciado ainda neste ano e se consolidar em cerca de dez anos, na expectativa de Marcelo Candiotto, presidente da CCPR. Ao verticalizar a produção, a tendência, ele diz, é garantir empregabilidade, recuperar terras degradadas, ser mais sustentável e reduzir custos. Já a Cooperativa Central Aurora Alimentos, a Aurora Coop, terceiro maior grupo agroindustrial de proteína animal do Brasil, começou a operar com lácteos em 2004, por meio de cooperativas que produziam leite já nos anos 1980. Neste ano, adquiriu a Gran Mestri, ingressando no segmento de queijos especiais. Do faturamento da Aurora Coop, de R$ 24,9 bilhões em 2024 (36,4% no mercado externo), 12% referem-se a lácteos.

A Aurora Coop compra a maior parte do leite (80%) de produtores do oeste de Santa Catarina, onde estão localizadas 70% das três mil cooperativas associadas ao sistema, com captação de aproximadamente 450 milhões de litros de leite/ano, segundo Selvino Giesel, gerente de captação da companhia. Ele conta que aqueles produtores vendiam no mercado spot pelo preço mais baixo de todo o país até serem integrados à Aurora Coop, que passou a comprar toda a produção das cooperativas singulares e dos demais associados. O resultado, relata, foi a melhoria da qualidade do leite e dos preços pagos ao produtor. Como diz Geraldo Borges, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), não há medidas mágicas e isoladas para melhorar a competitividade da cadeia do leite: “É um processo lento, inclusive pela heterogeneidade dos produtores e dos laticínios/cooperativas. Mas estamos avançando, com melhores tecnologias, eficiência, escala de produção e qualidade”. (Valor Econômico)


SC fortalece leite local com nova política fiscal

Para assegurar a competitividade da cadeia produtiva do leite em Santa Catarina, o governador Jorginho Mello decidiu prorrogar por mais 12 meses a suspensão dos incentivos fiscais voltados à importação de leite e derivados. A medida entrou em vigor em julho do ano passado, junto de outras ações do Programa Leite Bom, e foi renovada por decreto nesta quarta-feira, 30.

Com a prorrogação até 31 de julho de 2026, as importações desses produtos continuarão sujeitas ao pagamento integral do ICMS, com alíquotas que variam de 7% a 17%, dependendo da mercadoria. Antes da suspensão, o benefício fiscal fazia com que a carga tributária média sobre essas operações fosse de apenas 1,4%, o que favorecia a entrada de produtos estrangeiros a preços mais baixos.

"Quem trabalha no campo merece respeito e apoio do governo. A gente sabe o quanto é difícil acordar cedo, enfrentar sol, chuva e ainda competir com o produto que vem de fora. Essa medida é pra proteger o nosso leite e garantir que o esforço dos nossos produtores tenha valor e mercado justo aqui em Santa Catarina", destacou o governador Jorginho Mello.

A decisão adotada pelo Governo de Santa Catarina corrigiu um desequilíbrio de mercado que vinha prejudicando os produtores catarinenses, especialmente diante da concorrência de países como Argentina e Uruguai, onde a produção é fortemente subsidiada. Um dos casos mais críticos era o leite em pó integral: a importação em Santa Catarina cresceu 249% nos dois anos que antecederam o decreto estadual.
 
Reflexos positivos na indústria catarinense
A suspensão dos incentivos voltados à importação de leite e derivados teve reflexos positivos para a indústria catarinense. Indicadores monitorados pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEF/SC) mostram que o volume de importações de leite e derivados caiu quase 75% no primeiro semestre deste ano comparado ao mesmo período do ano passado: baixou de R$ 512,5 milhões para R$ 135,2 milhões. 

Já a produção catarinense teve um salto de 26% no mesmo período, subindo de R$ 5,4 bilhões no primeiro semestre de 2024 para R$ 6,8 bilhões nos primeiros seis meses deste ano. 

"Os números confirmam que a suspensão dos incentivos fiscais para a importação surtiu efeito: reduzimos expressivamente a entrada de leite importado e, ao mesmo tempo, impulsionamos a produção local. Essa é uma resposta concreta a um pleito antigo dos produtores de leite catarinenses, que vinham enfrentando dificuldades para competir com o excesso de subsídios governamentais concedidos pelos países exportadores", analisa o secretário Cleverson Siewert (Fazenda).
 
Incentivo ao produtor local 
Além de frear a entrada de produtos lácteos importados, que geravam um cenário de concorrência desleal com a produção catarinense, o Governo do Estado também garantiu uma série de incentivos fiscais à agroindústria leiteira de Santa Catarina por meio do Programa Leite Bom.

A partir de um projeto aprovado na Assembleia Legislativa (Alesc) em agosto do ano passado, a indústria catarinense passou a contar com benefícios similares aos praticados no Paraná e no Rio Grande do Sul, aumentando o equilíbrio competitivo entre os Estados.

A garantia de crédito presumido para leite UHT, queijos e derivados do leite tem impacto financeiro escalonado de R$ 150 milhões em três anos: R$ 75 milhões (ano 1); R$ 50 milhões (ano 2) e R$ 25 milhões (ano 3). São mais de 100 empresas beneficiadas, que empregam cerca de 7,3 mil funcionários.

A indústria do leite é a 3º maior cadeia produtiva de SC, tem cerca de 80 mil produtores e faz do Estado o 4º maior produtor de leite do Brasil (atrás apenas de MG, PR e RS), com 3,2 bilhões de litros/ano.

“O Programa Leite Bom SC está fortalecendo toda a cadeia produtiva do leite. É mais uma demonstração concreta do compromisso do nosso Estado com a bovinocultura leiteira. Somos o quarto maior produtor de leite do país, e com esses investimentos criamos condições para que o produtor possa investir na propriedade, aumentar sua renda e continuar no campo. Ao mesmo tempo, estimulamos o crescimento e a competitividade da indústria leiteira”, destaca o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini. (As informações são da Secretaria de Estado da Fazenda)

Rabobank alerta: preço do leite deve cair com consumo fraco

O preço do leite no Brasil deve sofrer nova retração no terceiro trimestre de 2025, segundo análise do Rabobank, que projeta um cenário de pressão para o setor diante da combinação de alta na oferta e consumo interno estagnado.

A perspectiva é de um mercado mais competitivo e menos rentável para o produtor, mesmo com margens operacionais ainda positivas.

A captação industrial de leite subiu 4,5% no primeiro trimestre do ano, resultado direto de boas margens no campo.

Em maio, o indicador “receita menos custo de alimentação por vaca” chegou a R$ 37, valor acima dos R$ 34 registrados em maio de 2024.

Essa melhora é atribuída à queda nos custos de ração — impulsionada pela ampla oferta de grãos — e aos preços ainda elevados pagos ao produtor na primeira metade do ano.

No entanto, a demanda interna segue desaquecida. Embora o desemprego esteja em baixa, a renda real desacelerou em 2025, limitando o crescimento do consumo de lácteos no varejo. Com isso, o banco projeta uma leve queda nos preços pagos ao produtor, revertendo a tendência de alta observada nos trimestres anteriores.

Oferta global em expansão e importações pressionam ainda mais
No mercado internacional, a produção de leite cresce nos principais polos exportadores — Europa, Estados Unidos e América do Sul — com expectativa de avanço de 1,4% no volume produzido neste trimestre. Trata-se da maior expansão desde 2021.

Paralelamente, o consumo global permanece enfraquecido diante de juros altos e instabilidades econômicas e geopolíticas, o que limita o fôlego das commodities lácteas.
Outro fator de pressão vem do câmbio. A valorização do real frente ao dólar tem facilitado as importações.

Entre janeiro e maio de 2025, o Brasil aumentou as compras externas de lácteos em 1% em volume e 9% em valor, tendência que deve se intensificar com a queda dos preços internacionais, prejudicando a competitividade do produto nacional — especialmente no caso das exportações.

Gestão de custos será crucial
Com margens mais apertadas no horizonte, o Rabobank recomenda que os produtores redobrem a atenção com a gestão dos custos.

A eficiência no uso dos insumos, a qualidade da alimentação e o controle de produtividade do rebanho serão cruciais para manter a viabilidade do negócio.
Embora o setor tenha se beneficiado recentemente de uma combinação favorável entre preços e custos, o cenário aponta para um ajuste de mercado que exigirá estratégias mais rigorosas por parte dos produtores e da indústria. (Adaptado para eDairyNews, com informações de Feed&Food)


Jogo Rápido

Webinar apresenta projeto de monitoramento de microrganismos resistentes e resíduos de antimicrobianos em alimentos
Na próxima segunda-feira (4/8), às 15h, a Anvisa irá realizar um webinar para apresentar o projeto-piloto do Programa Nacional de Monitoramento de Microrganismos Resistentes e Resíduos de Antimicrobianos em Alimentos. O encontro virtual tem como objetivo promover alinhamento técnico-operacional entre os participantes e fortalecer a articulação entre a Anvisa, os Laboratórios Oficiais de Saúde Pública e as Vigilâncias Sanitárias estaduais e municipais.  Para participar do webinar, basta CLICAR AQUI, no dia e horário agendados. Não é preciso fazer cadastro prévio. (Fonte: Anvisa)


Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 30 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.447


Conseleite/PR - RESOLUÇÃO Nº 07/2025 

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 29 de julho de 2025 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Junho de 2025 e a projeção dos valores de referência para o mês de Julho de 2025, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes. 

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana.  

Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Julho de 2025 é de R$ 4,3167/litro. 

Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível www.conseleitepr.com.br.  (Conseleite/PR)


Rotulagem de alimentos: Anvisa realiza série de diálogos virtuais sobre revisão de normas

A Anvisa irá realizar, ao longo dos meses de agosto e setembro, uma série de Diálogos Setoriais Virtuais para discutir com a sociedade as propostas de atualização das normas sobre rotulagem geral, nutricional e de alimentos alergênicos. Os encontros serão conduzidos pela Gerência-Geral de Alimentos (GGALI) e têm como objetivo apresentar o andamento dos processos regulatórios em curso, esclarecer dúvidas e qualificar a participação social nas futuras consultas públicas.

A participação nos eventos é aberta a todos os setores da sociedade e não requer inscrição prévia. As reuniões serão realizadas pela plataforma Microsoft Teams, a partir dos links de acesso divulgados abaixo.

Durante os diálogos, serão abordadas as principais alterações propostas nos regulamentos, incluindo temas em discussão no âmbito do Mercosul e recomendações do Codex Alimentarius. Além disso, a GGALI disponibilizará documentos técnicos de apoio aos participantes antes de cada encontro, a fim de subsidiar as discussões.

Confira a programação:
1) Diálogo setorial virtual sobre revisão dos regulamentos de rotulagem geral, nutricional e de alergênicos
6/8/2025 - 9h30 às 12h
Objetivo: Apresentar o histórico das tratativas, o andamento dos processos de revisão, uma visão geral das alterações propostas, a publicação dos termos de abertura dos processos regulatórios e a previsão das etapas seguintes, incluindo os demais diálogos temáticos e as consultas públicas.
Acesse o diálogo: Diálogo setorial virtual sobre revisão dos regulamentos de rotulagem geral, nutricional e de alergênicos  

2) Diálogo setorial virtual sobre revisão do regulamento de rotulagem geral de alimentos
4/9/2025 - 9h30 às 12h
Objetivo: Apresentar as principais alterações acordadas no Mercosul para a revisão do regulamento de rotulagem geral de alimentos embalados e esclarecer dúvidas para estimular e qualificar a participação social na consulta pública.
Acesse o diálogo: Diálogo setorial virtual sobre revisão do regulamento de rotulagem geral de alimentos

3) Diálogo setorial virtual sobre revisão do regulamento de rotulagem de alimentos alergênicos
11/9/2025 - 9h30 às 12h
Objetivo: Apresentar as alterações propostas para a rotulagem de alimentos alergênicos, com foco na convergência com as recomendações do Codex Alimentarius, e esclarecer dúvidas para qualificar a participação social na consulta pública.
Acesse o diálogo: Diálogo setorial virtual sobre revisão do regulamento de rotulagem de alimentos alergênicos

4) Diálogo setorial virtual sobre revisão do regulamento de rotulagem nutricional
18/9/2025 - 9h30 às 12h
Objetivo: Apresentar as alterações acordadas no Mercosul para a revisão do regulamento de rotulagem nutricional de alimentos embalados e esclarecer dúvidas sobre o tema, para qualificar a contribuição social na consulta pública.
Acesse o diálogo: Diálogo setorial virtual sobre revisão do regulamento de rotulagem nutricional
(Fonte: Anvisa)

China aumentará importações de leite em pó

O mercado internacional de laticínios está prestes a receber um impulso significativo. De acordo com projeções recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a China deverá aumentar substancialmente suas importações de leite em pó integral (LPI) em 2025. Esse crescimento na demanda do gigante do Leste Asiático representa uma notícia extremamente positiva para os países produtores e exportadores de laticínios, visto que a China é um dos maiores compradores globais dessa commodity.

Os fatores que impulsionam a demanda chinesa por leite em pó integral estão historicamente ligados ao crescimento populacional urbano, ao aumento do poder aquisitivo e às mudanças na dieta, que levam a um maior consumo de proteínas e laticínios. Esse cenário sugere uma confiança renovada no consumo e uma recuperação econômica no país, o que se traduz diretamente em um maior apetite por leite em pó integral.

Um aumento nas importações de leite em pó integral da China tem o potencial de gerar um impacto positivo nos preços internacionais do leite. A magnitude do mercado chinês significa que um aumento em suas compras pode influenciar as cotações globais, beneficiando os produtores de leite e a indústria de laticínios como um todo.

Para investidores e analistas de mercado, essas projeções do USDA são cruciais para a tomada de decisões estratégicas na cadeia de valor do leite. Para os principais países exportadores de laticínios, como Nova Zelândia , Estados Unidos, União Europeia, Austrália e Argentina , essa previsão abre oportunidades significativas. Um aumento na demanda chinesa indica um volume adicional de vendas e a possibilidade de melhores margens de exportação.

O leite em pó integral é uma commodity estratégica na agroindústria global devido à sua versatilidade e longa vida útil, o que facilita o transporte e o armazenamento para abastecer mercados distantes. O aumento das importações chinesas não apenas impulsiona o comércio deste produto, como também reforça a importância da produção global de laticínios. A indústria internacional de laticínios deve acompanhar de perto essa dinâmica para se adaptar e capitalizar as oportunidades apresentadas por um mercado em constante evolução. (As informações são do Dairy News Today, traduzidas pela equipe MilkPoint)


Jogo Rápido

Comissão aprova repactuação de dívidas
A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou projeto que prevê repactuação de dívidas rurais não pagas entre janeiro e dezembro de 2023 por conta de atividades prejudicadas por eventos climáticos ou preço baixo de produtos. A medida é válida para dívidas contratadas no Pronaf e no Pronamp. A proposta será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça. (Correio do Povo)


Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 29 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.446


Trabalhadores rurais têm alta de 5,5% na renda no 1º tri de 2025

O rendimento médio mensal dos trabalhadores e trabalhadoras da agropecuária brasileira teve um avanço expressivo de 5,5% no primeiro trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Os dados fazem parte do Anuário Estatístico da Agricultura Familiar, divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag).Segundo o levantamento, realizado em parceria com o Dieese, o salário médio no setor agropecuário passou de R$ 2.022 para R$ 2.133, considerando trabalhadores ocupados nas atividades de agricultura, pecuária, pesca, aquicultura e produção florestal. 
O crescimento representa uma recuperação em comparação à variação de apenas 0,2% registrada em 2024, no mesmo recorte. “O aumento do rendimento reforça que estamos no caminho certo na luta pela dignidade no meio rural, que passa necessariamente pela geração de renda e por um desenvolvimento rural sustentável”, afirma Vânia Marques Pinto, presidenta da Contag.
 
Crescimento por região
A recuperação da renda foi impulsionada principalmente por duas regiões: o Norte, que avançou 21%, e o Sul, com alta de 9,7%. O Nordeste aparece na sequência, com 7,5%, seguido pelo Sudeste, com 1,7%.Já o Centro-Oeste foi a única região que registrou queda, com recuo de 7,9% na média salarial. Ainda assim, a região permanece no topo da renda nacional, com R$ 3.492 mensais — o maior valor entre todas as regiões. O Nordeste, por outro lado, segue com o menor rendimento médio, de R$ 1.081. As informações são do Estadão)


Leite no Brasil: escala não garante lucro, mostra estudo da Labor Rural

A rentabilidade da pecuária leiteira no Brasil não depende apenas da escala de produção. Essa é a principal conclusão de uma ampla análise conduzida pela consultoria Labor Rural, com dados de 2023 em Minas Gerais.

Mesmo entre produtores com menos de 500 litros diários, a eficiência técnica e a gestão criteriosa provaram ser mais determinantes para o sucesso financeiro do que o volume de leite produzido.

Segundo o Anuário do Leite 2025, publicado pela Embrapa Gado de Leite, o setor vive um momento de reestruturação acelerada: menos produtores, maior produtividade por vaca e concentração em médias e grandes propriedades. Mas a pergunta persiste — é possível ser lucrativo mesmo em pequena escala?

A resposta, com base nos dados da Labor Rural, é sim — desde que se adote uma gestão eficiente. No grupo dos pequenos produtores, os 25% mais rentáveis obtiveram uma remuneração do capital de 7,16% ao ano, que salta para 16,59% quando se exclui o valor da terra. A margem líquida mensal média foi de R$ 6.267, já incluindo o valor do trabalho familiar.

O segredo? Custos de produção 25,4% menores do que os colegas menos eficientes, mesmo vendendo o leite por apenas 2,8% a mais. Por outro lado, os menos rentáveis amargaram um prejuízo médio mensal de R$ 4.609.

Entre os produtores com mais de 4.000 litros por dia, a lógica se manteve. A diferença no preço do leite entre os mais e menos rentáveis foi de apenas 2,6%.

No entanto, os mais eficientes conseguiram cortar 22,3% dos custos, o que se traduziu em uma remuneração do capital de 19,9% ao ano — ou expressivos 30,82% sem considerar a terra.

A margem líquida por hectare chegou perto dos R$ 13 mil, valor considerado alto frente a outras atividades agropecuárias. Já os menos rentáveis dessa faixa mal ultrapassaram 1% de retorno sobre o capital investido.

A produtividade se destaca como fator decisivo. Em ambos os perfis — pequeno ou grande — os produtores mais lucrativos apresentaram melhores indicadores em produtividade animal, uso da terra, estrutura de rebanho e eficiência da mão de obra.

Ou seja, vender mais leite ou conseguir um preço melhor não basta: a chave está no uso inteligente dos recursos disponíveis.

O Anuário da Embrapa reforça essa visão ao apontar para uma profissionalização crescente do setor. Fazendas que investem em gestão, tecnologia e controle de custos vêm colhendo bons frutos — e isso independe do tamanho da operação.

Ainda que a escala traga vantagens como bônus por volume e diluição de custos fixos, os resultados demonstram que a rentabilidade nasce da porteira para dentro.

Produtores tecnicamente preparados, mesmo com volume modesto, têm plena capacidade de competir no mercado e alcançar resultados expressivos.

No cenário atual da pecuária leiteira brasileira, volume e preço continuam relevantes — mas não são determinantes isolados.

A sustentabilidade da atividade está diretamente ligada à soma de boa gestão, controle de custos e eficiência produtiva. Em um mercado cada vez mais exigente, é essa tríade que define quem prospera e quem fica para trás. (Adaptado para eDairyNews, com informações de O Presente Rural)

Forte previsão para o setor lácteo da Nova Zelândia na temporada 2025/2026 

Economistas do banco ANZ afirmam que a produção de sólidos do leite, no mês de junho, aumentou acentuadamente, o que leva à previsão de uma excelente primavera.  Junho, historicamente, é um mês fraco para a produção de leite em decorrência do inverno. No entanto, os números do mês passado são promissores para toda a temporada 2025/26.  “O início está compatível com uma forte primavera – de agosto a outubro – liderado pelo sinal do mercado de que o mundo precisa de mais leite”, disseram.

Isso ajudou a elevar os preços globais dos lácteos, o que incentiva os produtores a aumentar a produção em decorrência do preço de abertura da Fonterra que foi de NZ$ 10,00 por quilo de sólidos (kgMS), [R$ 2,56/litro], acima dos preços do ano passado, e bem distante dos NZ$ 6,69 de 2017 e 2018.  Os economistas do banco ANZ também ressaltam o forte crescimento das pastagens, o que foi possível pela recuperação das condições secas que atingiram Waikato e Taranaki de janeiro a março.  

Eles acrescentam que mais vacas estão prenhas dentro do prazo desejado de seis semanas, poucos animais foram descartados, ou serão enviados para corte no decorrer da temporada, e mais animais estão sendo retidos para a produção de leite, o que contribui para aumento da produção nas fazendas.  Um outro indicador para o aumento da produção é o crescimento de 34% nas importações do extrato de palma (PKE), uma torta resultante da trituração dos resíduos da extração do óleo de palma. Esse produto é exportado do Sudeste Asiático para a Nova Zelândia, que servirá de suplemento alimentar para as vacas leiteiras.  

Os analistas do banco ANZ disseram que a produção de leite da temporada 2024/2025 subiu 3% em relação ao ano anterior, e foi o maior percentual anual de aumento desde 2014/15. “É difícil obter grandes ganhos por dois anos consecutivos, mas ‘havendo alinhamento dos astros’, é muito provável que a temporada 2025/2026 cresça de 1 a 3%, principalmente se o tempo colaborar”, disseram os economistas. As perspectivas otimistas do setor lácteo se estendem à carne bovina. 

No entanto, o gado de corte está diante de potenciais problemas com o aumento das tarifas estadunidenses, um desafio que tem um impacto, relativamente pequeno na indústria de laticínios. “As exportações de lácteos da Nova Zelândia para os Estados Unidos da América (EUA) são de alto valor agregado, mas de baixo volume”, disse o economista Matt Dilly.  “Então, é um comércio resiliente a potenciais aumentos de tarifas, a menos que sejam exageradamente elevadas”.  Dilly acrescenta que outros fatores favorecem a indústria de laticínios da Nova Zelândia. A produção de outras regiões é insuficiente, criando uma escassez global.  

“Os preços dos lácteos estão elevados há pouco mais de um ano e os preços dos grãos, baixos. Isso é pouco relevante para a Nova Zelândia, mas de suma importância para sistemas de produção de leite em confinamento. Então, os preços baixos dos grãos indicam lucros que poderão levar todos a produzirem mais leite. 

No entanto, isso não ocorreu no último ano, em decorrência de outros fatores. E essas questões estão se acumulando, e as dificuldades enfrentadas por produtores de outros países acabam beneficiando a Nova Zelândia.  Na América do Sul, o clima tem sido bastante adverso. No ano passado, a gripe aviária afetou fazendas na América do Norte. E, na Europa, o surto do vírus da língua azul impactou fortemente a produção de leite.  Portanto, as fazendas leiteiras no exterior, encontram-se diante de grandes desafios para expandir a produção de leite, deixando a Nova Zelândia em uma boa situação, e com retornos acima do custo de produção”.  (Fonte: interest.co.nz – Tradução livre: www.terraviva.com.br)


Jogo Rápido

FestiQueijo encerra com público total de 34 mil pessoas
O 33º FestiQueijo encerrou no domingo (27) com números que comprovam o sucesso de mais uma edição histórica. Em cinco finais de semana, o festival gastronômico reuniu mais de 34 mil pessoas, desde a abertura oficial, passando pelo FestiQueijo dedicado exclusivamente aos idosos, até o fechamento, no Centro Cultural Mãe de Deus, em Carlos Barbosa, que desfrutaram de sabores inigualáveis e de 72 atrações culturais. Outros destaques da edição deste ano foram os eventos paralelos ao festival, como a Feira Feito em Barbosa, com 32 expositores locais, e a Estação das Etnias, uma homenagem aos povos que colonizaram o município.  O presidente do 33º FestiQueijo, Francisco Guazzelli, enfatiza que o festival deste ano marcou uma retomada após um ano sem poder ser realizado em função das fortes chuvas ocorridas em maio de 2024. O presidente valorizou o espírito comunitário que se fortaleceu ainda mais nesta edição, contribuindo para que o festival seja um dos principais atrativos da Serra Gaúcha durante o inverno. (Jornal do Comércio)


Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 28 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.445


Conseleite/MG - Resolução Julho/2025

A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 25 de Julho de 2025, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:  

a) O maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Maio/2025 a ser pago em Junho/2025.

b) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Junho/2025 a ser pago em Julho/2025. 

c) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Julho/2025 a ser pago em Agosto/2025. 

 
Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.
CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA 
O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br. (Conseleite/MG)

Dia de Campo foca no uso dos cereais de inverno em Boa Vista do Cadeado

Com o objetivo de fortalecer a produção agropecuária familiar por meio do uso eficiente de forragens e tecnologias voltadas à conservação do solo, o Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Boa Vista do Cadeado, em parceria com a Secretaria Municipal da Agricultura, a Embrapa Trigo e a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) promoveu no dia 23 de julho o Dia de Campo de Cereais de Inverno e Produção de Pré-Secado.

Durante a manhã, as atividades iniciaram com uma palestra que destacou os benefícios do Programa de Sementes e Mudas Forrageiras, vinculado ao Programa Leite Gaúcho e Pecuária Familiar, apresentada por Jonas Wesz, chefe da Divisão de Sistemas Produtivos da SDR. A iniciativa tem contribuído anualmente com mais de dez mil agricultores familiares, incentivando o cultivo de espécies forrageiras como aveia, capim sudão, azevém e trigo duplo propósito, fundamentais na formação de pastagens e alimentação dos rebanhos.

Na sequência, a Operação 365 foi destaque, com um programa voltado à melhoria da qualidade química, física e biológica dos solos agrícolas. A proposta promove o uso de boas práticas agrícolas, como rotação de culturas e plantio direto, aliadas ao uso de plataformas digitais para o monitoramento e gestão das lavouras, com foco na sustentabilidade e rentabilidade. O painel foi conduzido pelo chefe-geral da Embrapa Trigo de Passo Fundo, engenheiro agrônomo Jorge Lemainski.

Representando a Emater/RS-Ascar, o médico veterinário e assessor técnico regional Oldemar Heck Weiller compartilhou resultados de trabalhos realizados com duas famílias de bovinocultores de leite da região de Ijuí e Quinze de Novembro, que adotaram cereais de inverno na dieta dos animais. Segundo ele, a parceria entre produtores, empresas e técnicos tem sido essencial para difundir práticas que garantem melhor desempenho produtivo e nutricional.

O extensionista Tiago Rafael Diello, do escritório da Emater/RS-Ascar em Boa Vista do Cadeado, detalhou o processo de implantação e manejo das culturas utilizadas na área demonstrativa do evento, abordando os desafios enfrentados durante o ciclo, como déficit hídrico, chuvas intensas, geadas e dificuldades logísticas. As cultivares avaliadas incluíram trigo, aveia preta, cevada e triticale.

Também participaram o técnico agrícola Paulo Cesar Keitel e o secretário municipal Sidinei Fracaro, que destacaram as ações da administração municipal em apoio aos produtores, como a aquisição recente de uma enfardadeira de alta tecnologia para a produção de pré-secado. O equipamento tem proporcionado agilidade e qualidade na prestação de serviços ao setor agropecuário local.

No turno da tarde, os participantes percorreram as estações técnicas conduzidas por profissionais da Embrapa Trigo, que abordaram temas como manejo do solo, produção forrageira e uso de cereais de inverno. A programação também contou com apresentação de cultivares pela Cotripal, demonstração de drones da empresa AgroDrones/RS e orientações sobre produção de sementes com representantes da iniciativa privada.

O evento reuniu técnicos, produtores e representantes de diversos municípios da região, como Ijuí, Quinze de Novembro, Pejuçara, Cruz Alta, Panambi, entre outros, consolidando-se como um espaço de troca de conhecimento, difusão de tecnologias e fortalecimento da agricultura familiar no Noroeste gaúcho. (Emater/RS)

Associados do Sindilat/RS têm 10% de desconto no Fórum MilkPoint Mercado e no Interleite Brasil 2025

Os associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) têm 10% de desconto garantido para aquisição de ingressos nos dois principais eventos da cadeia leiteira brasileira: o Fórum MilkPoint Mercado e o Interleite Brasil 2025, que acontecem em Goiânia (GO) nos dias 19, 20 e 21 de agosto.

O Fórum MilkPoint Mercado, com o tema “Transformações e Novas Oportunidades no Leite Brasileiro”, será realizado no dia 19 de agosto, em formato híbrido (presencial e on-line). O evento reunirá os principais agentes do setor para debater as mudanças no ambiente de negócios e as perspectivas para o mercado lácteo nacional, diante de um cenário marcado pela acirrada concorrência entre indústrias e pressão sobre as margens de comercialização. Serão 17 palestrantes ao longo do dia, com certificado emitido pela MilkPoint e material disponível para download.

Já o Interleite Brasil 2025, que ocorre nos dias 20 e 21 de agosto, será exclusivamente presencial. Com o tema “Como fazer mais produtores participarem do futuro do leite no Brasil?”, o evento tem como objetivo discutir formas de integrar tecnologia, gestão eficiente e produtividade na atividade leiteira. A programação trará reflexões sobre como otimizar o uso do tempo, implementar ferramentas digitais e tornar a produção mais rentável.

Conforme o secretário-executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, a participação contribui para a qualificação dos profissionais e para o fortalecimento da cadeia produtiva. “Esses eventos possibilitam a discussão de questões estratégicas para o desenvolvimento e a modernização da cadeia leiteira, aproximando os diversos segmentos do setor na busca por alternativas e caminhos em comum”, destacou.

Os ingressos estão disponíveis em lotes limitados e podem ser adquiridos com desconto exclusivo de 10% para associados do Sindilat/RS, CLICANDO AQUI.


Jogo Rápido

Lei para sucessão entra em vigor
Entrou em vigor a Lei 15.178, que institui a Política Nacional de Juventude e Sucessão Rural. O objetivo da legislação é reduzir a migração de jovens para os centros urbanos e garantir a sua permanência, com qualidade de vida, nas comunidades rurais. A nova norma, de acordo com a Agência Senado, traz iniciativas ligadas à sucessão na propriedade da agricultura familiar. A lei foi sancionada pela Presidência da República com o veto de um artigo considerado inconstitucional. O público-alvo são jovens de 15 a 29 anos da agricultura familiar. A política atua em setores como acesso à terra, crédito rural e parcerias com instituições de ensino e pesquisa. Com a publicação da lei no Diário Oficial da União, na quinta-feira, 24, fica autorizada a criação de linhas de crédito específicas, com condições diferenciadas para reduzir riscos de empréstimos. (Correio do Povo)


Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 25 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.444


Junto com o Estado, setor leiteiro busca tecnologias e políticas de inovação

Alinhado com o Governo gaúcho na busca por inovação e competitividade, o setor leiteiro do Rio Grande do Sul participou do início das discussões para a implementação de um plano de ações, por meio do Centro de Inteligência do Agronegócio, voltado à modelagem competitiva do agronegócio no Estado. O objetivo é que o setor se torne referência em inteligência e tecnologia até 2035.

Representando o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), o secretário-executivo Darlan Palharini lembrou que a tecnologia já não é mais uma opção, mas uma condição para a permanência do produtor na atividade. “Quem quer seguir na atividade leiteira precisa apostar em inovação. Esses encontros e políticas construídas em parceria com o Estado são fundamentais para o crescimento das startups, a exemplo das que já atuam diretamente com soluções para o setor leiteiro”, afirmou.

O dirigente lembrou ainda que o Centro Agro vem sendo articulado desde 2023 para impulsionar o uso de tecnologias de ponta no campo. “Ele está formatando um ambiente de desenvolvimento para criar políticas públicas de incentivo, e o leite está incluído nesse processo, seja pelas tecnologias já apresentadas, seja pela necessidade permanente de tecnificação”, pontuou.

O encontro aconteceu em Esteio (RS), na quinta-feira, e foi articulado pelas secretarias de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e de Desenvolvimento Rural (SDR). (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Conseleite/SC - RESOLUÇÃO Nº 07/2025

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 25 de Julho de 2025 atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Junho de 2025 e a projeção dos valores de referência para o mês de Julho de 2025.

O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (Conseleite/SC)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1877 de 24 de julho de 2025
BOVINOCULTURA DE LEITE

A produção de leite se manteve estável na maioria das regiões em virtude da melhora nas pastagens e da suplementação e do manejo adequados, consequentemente reduzindo perdas de peso e problemas sanitários. O fornecimento de volumosos e concentrados se manteve, especialmente onde houve menor oferta de forragem. As condições sanitárias dos rebanhos estão, em geral, satisfatórias; houve apenas registros pontuais de aumento na Contagem de Células Somáticas (CCS), de tristeza parasitária e brucelose.  

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produção de leite se manteve estável, e o estado corporal dos rebanhos está adequado. Alimentos complementares continuaram a ser ofertados. Na de Caxias do Sul, a suplementação alimentar com silagem de milho e com concentrados tem sido utilizada, mas o retorno dos rebanhos para as forrageiras cultivadas possibilitou a manutenção do volume de produção. As condições de sanidade do rebanho e de bem-estar animal estão satisfatórias, bem como os parâmetros de qualidade, como a CCS e a Contagem Padrão em Placas (CPP). 

Na de Erechim, o estado corporal e sanitário dos animais está adequado. A produção leiteira segue estável ou em recuperação, especialmente em sistemas a pasto bem manejados. Nas propriedades com menor disponibilidade de volumosos, foram registrados casos pontuais de perda de peso. Seguem os nascimentos nas propriedades, exigindo atenção redobrada nos cuidados com bezerras, especialmente em relação à umidade e ao frio.  Na de Frederico Westphalen, a produção de leite apresentou um leve incremento em razão da melhora na qualidade das pastagens e do tempo disponível para pastejo. 

Na de Ijuí, a produção continua satisfatória, impulsionada pela disponibilidade de volumoso aos animais. A qualidade do leite está dentro dos parâmetros exigidos.  Na de Passo Fundo, o estado geral do rebanho está regular. A produção e o escore corporal das vacas em lactação ficaram estáveis. No entanto, foi observado aumento na CSS do leite, reflexo do último período chuvoso, o que exigiu maior atenção aos manejos sanitários. 

Na de Porto Alegre, para manter a qualidade da dieta do rebanho, foram utilizadas reservas de alimentos volumosos e intensificada a oferta dos concentrados. Mesmo assim, houve redução no volume de produção. Na de Soledade, ainda houve necessidade de suplementação com alimentos conservados.  

Na de Pelotas, em Pedras Altas, a produção segue aumentando em razão do bem-estar animal e da suplementação com silagem de milho. Em São Lourenço do Sul, a condição corporal dos animais melhorou em função dos manejos de lotação apropriados nos piquetes. Já em Jaguarão, em Morro Redondo e em Rio Grande, a produção se reduziu e/ou está abaixo do esperado. Em Pelotas, apesar da diminuição da infestação por carrapatos, ainda foram registrados casos de tristeza parasitária. 

Na de Santa Maria, o acúmulo de barro nas áreas de espera e nos corredores diminuiu, contribuindo para os manejos e para a diminuição de riscos de mastites. Em Júlio de Castilhos, houve registros de casos de brucelose. Na de Santa Rosa, as condições sanitárias dos rebanhos permaneceram satisfatórias, e a produção aumentou, resultado dos pastos de qualidade. 

Em Porto Mauá, através de um programa municipal de incentivo à atividade, 11 propriedades foram beneficiadas com concreto usinado para a implantação de pisos nos corredores e nas salas de espera.  (Fonte: Emater/RS)


Jogo Rápido

BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO Nº 30/2025 – SEAPI  
A próxima semana terá o retorno de chuva forte ao RS. Na sexta-feira (25), a nebulosidade seguirá predominando, com chuvas fracas e isoladas nos setores Leste e Norte. Entre o sábado (26) e domingo (27), a passagem de uma frente fria provocará chuva em todo Estado, com possibilidade de temporais isolados e altos volumes acumulados. Na segunda-feira (28), ainda ocorrerá grande variação da nebulosidade, com pancadas de chuva na Metade Leste e na faixa Norte. Entre terça (29) e quarta-feira (30), o ingresso de uma massa de ar seco e frio afastará as instabilidades e manterá o tempo firme, com declínio das temperaturas em todo Estado.  Os volumes previstos deverão oscilar entre 30 e 50 mm na maioria das áreas. Nos setores Norte e Leste os totais esperados deverão variar entre 60 e 80 mm e poderão alcançar 100 mm em alguns municípios. (Fonte: Seapi)


Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 24 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.443


Mercado do Leite: atualização de preços quinzenal 24/07

Com intuito de atualizar nossos leitores sobre o cenário do mercado do leite, o MilkPoint, em parceria com o MilkPoint Mercado, trará um panorama geral sobre os acontecimentos mais relevantes da quinzena no setor lácteo.
 
Confira abaixo a última atualização:

Leite Spot - Segundo dados do MilkPoint Mercado, na segunda quinzena de julho o preço do leite spot subiu R$0,01 em relação à quinzena anterior, alcançando R$2,78 por litro.

Preços Internacionais - No 384º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira, 15 de julho, o mercado apresentou certa estabilidade nos produtos comercializados, após quatro leilões indicando quedas nos preços. O preço médio dos produtos negociados ficou em US$4.380 por tonelada, refletindo uma melhora de 1,1% no GDT Price Index, em comparação com o evento anterior. 

Leite UHT - O preço médio do leite UHT em São Paulo ficou em R$4,44 por litro nesta semana, com apenas ajustes pontuais em relação ao período anterior. Segundo empresas consultadas, o mercado mostrou menor apetite de compra, o que limitou tanto os avanços nas cotações quanto o fechamento de volumes maiores de vendas.

Muçarela - O mercado de queijos manteve ritmo fraco nesta semana, com a muçarela sendo negociada a uma média de R$30,4 por quilo. De acordo com as empresas consultadas, houve muita especulação e dificuldades para fechar novos negócios. Algumas marcas precisaram reduzir os preços para conseguir maior giro e movimentar os volumes no mercado.

Leite em Pó - O mercado de leite em pó segue pressionado pela baixa no interesse comercial, refletindo também o cenário internacional. O leite em pó integral (LPI, 25 kg) teve média de R$27,70 por quilo, enquanto o desnatado (LPD, 25 kg) recuou mais fortemente, com média de R$24,60 por quilo. Já o leite em pó fracionado (LPF, 400 g) manteve preços estáveis, com média de R$32,80 por quilo, sustentado por uma demanda de varejo menos volátil.

Milho – O milho registrou nova queda nos preços, com a média parcial do mês girando em torno de R$ 63,6 por saca, cerca de R$4,50 a menos em relação à média final do mês anterior. Essa retração é atribuída, principalmente, à entrada da segunda safra no mercado, que elevou a oferta e intensificou a pressão sobre as cotações.

Soja – Já a soja registrou um acréscimo de aproximadamente R$2,2 por saca em relação ao mês anterior, com a média parcial alcançando cerca de R$136,6 por saca. Esse avanço é reflexo, principalmente, do encerramento da colheita e das movimentações nas cotações internacionais e na taxa de câmbio, fatores que impactam diretamente os preços da soja brasileira.

Oferta – No cenário de oferta, observa-se um aumento na produção de leite, tanto no Brasil quanto nos principais parceiros comerciais. Com o fim do período de entressafra, a sazonalidade passará a exercer menor pressão, o que favorece a recuperação gradual dos índices produtivos e, consequentemente, o avanço da oferta no mercado.

Demanda – Apesar de alguns indicadores econômicos, como a queda no desemprego e o avanço da massa salarial, sinalizarem uma possível melhora no consumo, outros fatores, como a taxa Selic elevada e o comportamento do IPCA, apontam para um cenário mais desafiador. Na prática, o mercado ainda relata movimento contido, com os produtos lácteos enfrentando uma demanda enfraquecida. (MilkPoint)


Entidades ligadas ao Fundesa manifestam preocupação com número de fiscais

Em reunião com o secretário da Agricultura Edivilson Brum nesta terça-feira (22), a diretoria do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do RS apresentou documento relatando preocupação com a redução do número de Fiscais Estaduais Agropecuários nos últimos anos.

"Sabemos do reconhecimento que o Serviço Veterinário Oficial do estado tem no Brasil e no mundo. Isso não quer dizer que não tenhamos que nos preocupar com os próximos anos", disse o presidente do Fundesa, Rogério Kerber. O presidente pontuou que a formação de técnicos leva tempo e que a realização de um concurso para reposição é imprescindível. "Sentimos essa preocupação. Precisamos ter uma estrutura mínima e pelo que está posto já compromete o mínimo." Desde 2022 mais de 70 médicos veterinários do Serviço Veterinário Oficial se aposentaram ou exoneraram. Outros aprovados no Concurso do Ministério da Agricultura deverão sair nos próximos dias.

O secretário Edivilson Brum informou que tem conhecimento da demanda e que o assunto já está na pauta com a Secretaria de Planejamento para tratar sobre o tema. Conforme Brum, a realização de concurso para reposição não impactaria o regime de recuperação fiscal.

Homenagem
Ao final da reunião, o secretário Edivilson Brum entregou uma placa em homenagem ao Fundesa alusiva aos 90 anos da Secretaria da Agricultura, comemorados em junho. (Fundesa)

Anvisa promove diálogo setorial virtual sobre RDC 843/2024

A Anvisa convida os interessados a participar do diálogo setorial virtual sobre a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 843/2024. O evento será na quinta-feira (24/7), das 15h às 16h. A Resolução dispõe sobre a regularização de alimentos e embalagens sob competência do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), destinados à oferta no território nacional. 

O encontro tem como objetivo apresentar e fornecer esclarecimentos sobre a minuta de RDC que estará em pauta na reunião da Diretoria Colegiada (Dicol) da próxima segunda-feira, dia 28 de julho.

Como participar 
O evento é aberto ao público e não é necessário fazer inscrição. Os interessados só precisam acessar este link. Sua participação é muito importante!

Diálogo setorial virtual sobre a RDC 843/2024
Data: 24 de julho, quinta-feira.
Horário: 15h às 16h.
(Fonte: Anvisa)


Jogo Rápido

NO RADAR
Produtores interessad­os em participar da 2ª etapa do programa Irriga Mais têm até a próxima terça-feira para se inscrever. Conduzido pela Secretaria da Agricultura do Estado, concede um subsídio de 20%, com limite de R$ 100 mil por beneficiá­rio, para projetos de irrigação. Já foram re­cebidos, até agora, 1.121 propostas que somam juntas mais de 17 mil hectares. Mais detalhes podem ser acessados no site da Secretaria da Agricultura. O pra­zo para execução das propostas é de 12 meses após a aprovação. (Zero Hora)