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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 13 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.390


Empresa vai investir € 40 milhões em iogurtes

A principal aposta da Lactalis para dobrar seu faturamento até 2030 está na agregação de valor aos cerca de 2,7 bilhões de litros de leite captados por ano,reduzindo a participação de itens considerados commodities, como o leite UHT e o leite em pó. 

“Dentro do nosso portfólio existe uma parte de commodities muito grande,mas também possuímos produtos de valor agregado como iogurtes e queijos”, afirma o presidente da Lactalis nas Américas,Patrick Sauvageot. 

Segundo o executivo, hoje o consumo per capita de queijo e iogurte está entre cinco e seis quilos por habitante ao ano no Brasil, mas há potencial para dobrar essa demanda. De olho nisso,a empresa investirá €40 milhões para expandir sua produção de iogurtes em Araras (SP),operação adquirida da DPA Brasil. 

O valor está incluído nos R$2,7 bilhões aplicados desde que a empresa chegou ao país. O plano é aumentar em quase 50%a capacidade de produção da fábrica e triplicar a iogurtes naturais, compostos por apenas dois ingredientes: leite e fermento. Com isso,a ideia é atender a um nicho de mercado que também tem ganhado espaço no país: o clean label (ou “rótulo limpo”, na tradução em português, já que o produto não possui conservantes em sua formulação).“É uma categoria que tem crescido bastante, mas que exige um investimento pesado, pois o processo de produção precisa ser muito limpo”, observa o CEO da Lactalis no Brasil, Roosevelt Júnior. 

A Estratégia inclui ainda lançamento de sobremesas lácteas prontas,que se enquadram na categoria de iogurtes,mas com crescimento acima da média,de 14,3%. Por outro lado, a participação total desse segmento no mercado brasileiro é de 3% comparado a 20%na Europa, sinalizando potencial de aumento da demanda nos próximos anos, segundo o CEO da operação brasileira. De acordo com dados da Nielsen apresentados pela Lactalis ao Valor, o mercado brasileiro de iogurtes registrou seu primeiro crescimento em seis anos em 2024, com avanço de 8,6%em volume e de 16,3% em faturamento.

O resultado reflete o desempenho da própria companhia, que tem 40% desse mercado em volume e 46%em faturamento e registrou o dobro de crescimento no mesmo período. Já em relação às vendas de leite UHT e leite em pó,o'Brasil registrou queda de 0,7%e 14%em volume,respectivamente em 2024, mas com aumento do faturamento —o que pode ser lido como um efeito direto da inflação do período, segundo avaliação de Roosevelt Júnior. 

“O iogurte,pela inovação, pela novidade que conseguimos trazer em categorias relevantes, conseguimos fazer a categoria crescer. Mas para produtos básicos,onde está concentrado mais de 50% do consumo do leite,já começamos a ver a inflação portando e pressionando o tamanho da categoria”, conclui. (Valor Econômico) 


Importação de vacas selecionadas foi marco para implantação da queijaria

Outro marco importante na trajetória da RAR Agro & Indústria foi a largada do projeto para produção de queijos e laticínios. Em meados da década de 1990, Raul Randon, falecido em 2018, importou ventres americanos da raça holandesa e montou uma estrutura de ponta para produzir queijo tipo Grana, pela primeira vez fora da Itália.

De lá para cá, o salto foi grande. Nas quatro câmaras de maturação do complexo, repousam 44 mil formas de 40 quilos do queijo Gran Formaggio - uma joia da empresa -, equivalentes a cerca de R$ 100 milhões. São peças produzidas a partir do leite cru obtido das vacas que recebem uma dieta específica, para dar a coloração e o sabor certos ao produto, maturado por 12 e 18 meses.

"Nesse período, acomodadas em prateleiras de madeira para absorver a umidade das peças, as formas são viradas em intervalos rigorosamente controlados, a cada quatro, oito ou 12 dias, dependendo do tempo que já estão no processo. Ao final, pesando 35,5 quilos, em média, estão prontos para serem saboreados no mercado", finaliza o gerente de produção da Rar Gastronomia, Jiovani Foiatto. (Jornal do Comércio)

Bacias leiteiras brasileiras: fatos interessantes

Estudo da Embrapa mapeia as 15 bacias leiteiras do Brasil, responsáveis por 58,9% da produção de leite em 2023, destacando-se pelo crescimento e inovação. 

Estudo da Embrapa mapeou as regiões de maior concentração espacial de produção de leite do Brasil. Considerando municípios que produziram em 2023 mais que 50 litros de leite/ dia por quilômetro quadrado de área territorial e áreas municipais contíguas com produção de pelo menos 200 mil litros/ dia é possível identificar estas regiões que são nomeadas como as 15 bacias leiteiras do país (Figura 1).

Figura 1 - Bacias leiteiras brasileiras.

Fonte: Embrapa e IBGE (2025).

Esta metodologia desenvolvida pela Embrapa permite mapear com precisão as áreas de maior dinamismo da pecuária de leite brasileira. O total destas 15 bacias leiteiras produziu 57,1 milhões de litros/ dia ou 58,9% de produção brasileira em 2023 em uma área que ocupa apenas 5,1% do território nacional.

Além disso, são nestas áreas que a produção de leite cresceu no país nos últimos cinco anos (2018 a 2023), em um volume equivalente a 5,1 milhões de litros/ dia. Nas demais regiões, que representam 94,9% do território nacional, houve um declínio de 1,1 milhão de litros/ dia no mesmo período. Ainda que a produção de leite esteja de uma certa maneira presente em todo o território nacional, ela só cresce em uma fração diminuta do território, que são as 15 bacias leiteiras aqui identificadas.

Estas 15 bacias também são campeãs em produtividade no país: 3.574 litros/ vaca no ano de 2023 contra 2.259 litros/ vaca/ ano na média do Brasil como um todo.

A Bacia do Sul se destaca pela maior produção de leite no país em 2023. Foram 22,2 milhões de litros, seguida pela Bacia do Sudeste, 16,7 milhões de litros e pela Bacia do Nordeste, com 5,6 milhões de litros/ dia. A produção também é expressiva na Bacia de Goiás, 3,9 milhões de litros/ dia.

Figura 2 - Bacia Leiteira do Sul

Fonte: Embrapa e IBGE (2025).

No entanto, o maior acréscimo de produção observado entre 2018 e 2023 aconteceu na Bacia do Nordeste, com um aumento de 1,9 milhões de litros/ dia em apenas 5 anos.

Na segunda posição vem a Bacia do Sudeste, com aumento de 0,9 milhão de litros/ dia.

Figura 3 - Bacia do Nordeste

Fonte: Embrapa e IBGE (2025).

A maior produtividade por animal é observada na Bacia do Leste Paranaense. Nesta área, cada vaca produziu, em média, 6.285 litros/ ano em 2023. Na Bacia do Sudeste Paranaense esta produtividade alcançou 5.511 litros/ ano e na Bacia do Sul, 4.289 litros.

Figura 4 - Bacia do Leste Paranaense

Fonte: Embrapa e IBGE (2025).

Também na Bacia do Leste Paranaense foi observada a maior variação de produtividade em 5 anos: de 4.909 litros para 6.285. litros/ vaca/ ano entre 2018 e 2013, um incremento de 1.376 litros/vaca. A Bacia do Triângulo Mineiro também registrou expressivo aumento da produtividade neste período: 1.113 litros/ vaca/ ano, impulsionada por migração de inúmeras fazendas para sistemas confinados.

Esta análise espacial, que auxilia na compreensão da evolução recente e da realidade da produção leiteira do país, fornece um recorte interessante e original sobre a dinâmica do setor no Brasil. São explicitadas diferenças entre regiões que a abordagem tradicional, entre unidades da federação ou mesmo mesorregiões, não contempla
.
Além disso, esse estudo mostra um retrato desafiador da realidade leiteira nacional, cuja compreensão é crucial para se traçarem estratégias para o desenvolvimento setorial, investimentos produtivos e da indústria de laticínios. É possível também identificar as áreas mais dinâmicas e com maior adoção de tecnologia, que apresentam crescimento destacado se comparado com a média nacional.

Fonte: Milkpoint Publicado por: Samuel Jose de Magalhaes Oliveira e Glauco Rodrigues Carvalho


Jogo Rápido
MILHO/CEPEA: Com cenário favorável no campo, comprador se mantém afastado
A colheita de milho da safra de verão avança, enquanto o clima tem favorecido o desenvolvimento das lavouras da segunda temporada. De acordo com pesquisadores do Cepea, esse cenário tem pressionado as cotações do cereal, à medida que afasta compradores das aquisições de novos lotes – esses agentes têm expectativa de que o atual movimento de desvalorização do cereal persista. Pesquisadores do Cepea lembram que, até meados de março, às dificuldades logísticas, a retração de vendedores e as preocupações com estoques curtos vinham mantendo os valores em patamares mais elevados e também fizeram com que partes dos compradores – com receio de desabastecimento – aceitasse adquirir o milho a preços maiores. No entanto, desde abril, o cenário mais favorável no campo tem mantido compradores afastados do spot e os preços, em queda. Segundo pesquisadores do Cepea, neste começo de maio, as desvalorizações externa e do câmbio, que reduzem a paridade de exportação, reforçaram a pressão sobre os valores domésticos.  (Terra Viva)


 
 
 

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Porto Alegre, 12 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.389


Atualização do Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite apresenta dados regionalizados

A mais recente edição do Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite, elaborada pela Emater/RS-Ascar, traz uma importante inovação: a apresentação dos dados de forma regionalizada, permitindo um olhar mais preciso sobre a realidade da produção de leite no Rio Grande do Sul. 

“Embora os números estaduais já fossem conhecidos, com destaque para os mais de 4,1 bilhões de litros de leite produzidos anualmente pelos gaúchos, a nova abordagem regional facilita o entendimento das dinâmicas locais e revela as vocações de cada território, permitindo que se trabalhe estrategicamente no desenvolvimento de todo o setor”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS).

Entre as informações, os dados do Quadro 16 sobre produção conforme o destino, destacam a região de Ijuí, que se sobressai no fornecimento de leite cru para industrialização, com 741,9 milhões de litros/ano; seguida por Santa Rosa, com 611,2 milhões de litros/ano e Passo Fundo como com 577,5 milhões de litros/ano. 

Conforme Jaime Ries, extensionista rural e assistente técnico estadual da Emater/RS-Ascar, a nova apresentação dos dados traz transparência e precisão à análise setorial, oferecendo subsídios para políticas públicas, estratégias industriais e ações de desenvolvimento regional. “A expectativa é de que, com esse detalhamento, as decisões se tornem ainda mais eficazes e conectadas às realidades locais”, indica.

Os novos gráficos com dados regionalizados tanto para as informações coletadas pelos escritórios da Emater no Estado, quanto para as agrupadas dos Coredes sobre diferentes aspectos da produção leiteira gaúcha estão disponibilizados a partir da página 80 no relatório bianual que pode ser encontrado na biblioteca virtual da Emater/RS, clicando aqui. A sexta edição do estudo, apresentando os indicadores preliminares de 2025, será apresentada na Expointer deste ano.

As informações são da Assessoria de Imprensa do Sindilat/RS


Estudo revela benefícios do leite fermentado na imunidade de atletas

Participar de uma maratona não exige apenas preparo físico e resistência muscular, mas também impõe um grande desafio ao sistema imunológico. 

O exercício físico intenso e prolongado pode influenciar temporariamente a imunidade, deixando o organismo mais vulnerável a infecções, especialmente nas vias respiratórias.Atletas submetidos a esforços de alta intensidade apresentam maior incidência de infecções do trato respiratório superior.

Embora estudos anteriores tenham sugerido que as manifestações nas vias aéreas superiores estejam, em geral, relacionadas a infecções, também foram demonstradas associações com eventos inflamatórios e alérgicos. Corroborando essa ideia, alterações nas concentrações de IL-6 e IL-10 — marcadores inflamatórios — tanto no soro quanto na mucosa nasal, foram encontradas em maratonistas que apresentaram sintomas.
É justamente nesse contexto que os probióticos vêm ganhando destaque como possíveis aliados da saúde de atletas. 
Pensando nisso, um estudo brasileiro publicado na revista Nutrients investigou os efeitos do consumo diário de leite fermentado contendo o probiótico Lactobacillus casei Shirota (Lcs) sobre a imunidade de maratonistas. 
 
O estudo
Durante 30 dias antes da Maratona Internacional de São Paulo, 42 atletas amadores do sexo masculino foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um recebeu diariamente 80 mL de leite fermentado contendo 40 bilhões da cepa Lactobacillus casei Shirota, enquanto o outro recebeu uma bebida placebo sem microrganismos vivos, mas sensorialmente muito semelhante. 
Amostras de sangue e saliva foram coletadas antes do início da suplementação, 30 dias depois (sendo antes da maratona) e logo após a corrida, com o intuito de analisar marcadores inflamatórios e imunológicos. A ideia era observar se esse consumo contínuo do leite fermentado seria capaz de modular as respostas inflamatórias provocadas pelo estresse físico extremo da maratona.
 
Resultados promissores
Os participantes que consumiram o leite fermentado probiótico apresentaram melhor controle da resposta inflamatória sistêmica após a maratona. Em geral, após atividades físicas muito intensas, os níveis de IgA (imunoglobulina A secretora) tendem a cair, facilitando infecções. No grupo que consumiu o leite fermentado probiótico, os níveis de IgA salivar se mantiveram mais estáveis. 
 
Além disso, o grupo consumidor do leite fermentado probiótico apresentou aumento dos níveis nasais de IL-10 (uma citocina anti-inflamatória clássica); redução dos níveis nasais de citocinas pró-inflamatórias; e diminuição da infiltração de neutrófilos na mucosa nasal, demonstrando um efeito anti-inflamatório. 
Dessa forma, enquanto no grupo placebo, as citocinas pró-inflamatórias se elevaram de forma mais descontrolada após a prova, no grupo que ingeriu leite fermentado os indicadores inflamatórios permaneceram mais estáveis, indicando uma resposta de recuperação mais eficiente do organismo.
 
A pesquisa reforça o conceito de que alimentos funcionais, como o leite fermentado com probióticos, podem ir além da nutrição básica e oferecer benefícios aos atletas, especialmente em condições de estresse físico elevado. Contudo, vale ressaltar que outras variáveis também influenciam na resposta inflamatória do organismo, como sono e alimentação. 
 
A cepa Lactobacillus casei Shirota já é bastante estudada e reconhecida por sua ação no equilíbrio da microbiota intestinal. Este estudo acrescenta à literatura científica uma evidência aplicável da cepa, demonstrando o potencial do leite fermentado como produto de valor agregado e aliado da saúde, abrindo caminho para o desenvolvimento de novos produtos voltados a públicos específicos e/ou recomendações dietéticas associadas com nutrição esportiva.
 
FONTE:
- Vaisberg, M.; Paixão, V.; Almeida, E.B.; Santos, J.M.B.; Foster, R.; Rossi, M.; Pithon-Curi, T.C.; Gorjão, R.; Momesso, C.M.; Andrade, M.S.; et al. Daily Intake of Fermented Milk Containing Lactobacillus casei Shirota (Lcs) Modulates Systemic and Upper Airways Immune/Inflammatory Responses in Marathon Runners. Nutrients 2019, 11, 1678. https://doi.org/10.3390/nu11071678
 
 
 
Quais os benefícios do soro do leite?
 
O soro do leite é rico em proteínas e minerais que fortalecem a imunidade e desempenho físico. leia e entenda os benefícios.
 
Com crescimento significativo de aceitação no mercado consumidor, o soro de leite vêm sendo objeto de pesquisas e desenvolvimento de produtos nas indústrias.
 
O soro de leite sempre foi o maior subproduto da indústria de laticínios e há algum tempo representava um grande problema. Mas o “jogo virou” e agora ele é desejado por grande parte da população, principalmente no uso de suplementos esportivos e nutricionais, como o Whey Protein ou as bebidas proteicas, por exemplo.
 
NUTRIÇÃO E COMPOSIÇÃO: QUAIS OS BENEFÍCIOS DO SORO DO LEITE?
O soro contém: proteínas, lactose, minerais (cálcio, fósforo, magnésio, zinco), vitaminas, e traços de gordura. Lembrando que as proteínas do leite são compostas basicamente por 80% caseínas e 20% de proteínas do soro - sendo as frações:  beta-lactoglobulina (BLG), alfa-lactoalbumina (ALA), albumina do soro bovino (BSA), imunoglobulinas (Ig's) e glico-macropeptídeos (GMP). 
 
Destacando que as proteínas solúveis do soro do leite apresentam um excelente perfil de aminoácidos, caracterizando-as como proteínas de alto valor biológico. As principais proteínas do soro do leite são: Alfa-Lactoalbumina (ALA), Beta-Lactoglobulina (BLG) e Albumina do Soro Bovino (BSA). Estas representam cerca de 20% no total de proteínas do leite.
 
A beta-lactoglobulina merece destaque, pois além de representar 50% do volume, ela é o polipeptídeo com maior teor de aminoácidos essenciais, ou seja, aqueles que não conseguimos sintetizar e precisamos obtê-los via alimentação. 

 

A alfa-lactoalbumina é a segunda proteína em maior volume no soro e caracteriza-se por ser de fácil e rápida digestão. É rica em aminoácidos como: triptofano, lisina, leucina, cistina e treonina. Além disso, devido a sua estrutura, a ALA consegue se ligar a minerais fundamentais ao organismo, como cálcio e Zinco.

Já a Albumina do Soro Bovino (10%) é rica em cistina, precursor da cisteína. E devido a sua afinidade é responsável por auxiliar no transporte, via corrente sanguínea, de ácidos graxos/lípidos. 

Considerando a alta qualidade das proteínas presentes no soro do leite, as pesquisas relatam bioatividade benéfica para os humanos, em especial associadas as proteínas, como:  

● Atividades antimicrobiana e antiviral
● Atividade de imunomodulação
● Atividade anticâncer
● Saúde cardiovascular

● Performance física

FONTES:
- U.S. Dairy Export Council. Reference Manual for U.S. Whey And Lactose Products. Arlington, VA: U.S. Dairy Export Council, 2003. 
- Zimecki, M., A. Wlaszczyk, R. Wojiechowski, et al. Arch. Immunol. Ther. Exp. 49: 325, 2001.
- Low, P.P., K.J. Rutherfurd, H.S. Gill, et al. Int. Immunopharmacol. 3: 393, 2003.
- Bounous, G., and J.H. Molson. Anticancer Res. 23(2B): 1411, 2003.
-  Walzem, R.L., C.J. Dillard, and J.B. German. Crit. Rev. Food Sci. & Nutr. 42: 353, 2002.
- Harper, W.J. Biological Properties of Whey Components. A Review. Chicago, IL: The American Dairy Products Institute, 2000 with updates 2001, 2003. 
- Whey protein: composition, nutritional properties, applications in sports and benefits for human health. Rev. Nutr. 19 (4). Ago 2006. https://doi.org/10.1590/S1415-52732006000400007
 

Jogo Rápido
Brasil vai exportar manteiga aos EUA
A Lactalis Brasil se prepara para exportar aos Estados Unidos a manteiga com a marca Président. Atualmente,o mercado americano é abastecido com manteiga Président produzida na operação da Lactalis na França, mas com a menor oferta de gordura e a limitação de capacidade de produção no país europeu, a multinacional decidiu atender os EUA a partir de sua unidade em Teutônia (RS). Segundo a empresa, a menor oferta na França está relacionada à dinâmica do mercado de leite em pó desnatado, já que a manteiga é um sub produto do processo de fabricação.“Quando o mercado de leite em pó desnatado não está tão forte, você não tem disponibilidade de manteiga”,diz Roosevelt Júnior, CEO da Lactalis Brasil. (Valor Econômico)


 
 
 

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Porto Alegre, 09 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.388


Líder, Lactalis se move para dobrar de tamanho em cinco anos no Brasil

Numa entrevista há 10 anos ao Valor, Patrick Sauvageot, então o principal executivo no país de uma ainda pouco conhecida Lactalis, disse que tinha o desafio de construir a operação brasileira a partir de várias aquisições, tal qual um lego. E a ambição do grupo controlador francês, dono da marca Président, não era pequena: a meta era criar a maior empresa de lácteos do Brasil. O lego ainda não está totalmente montado, afirma agora Sauvageot, que hoje é presidente da Lactalis Américas, mas o objetivo de ser a líder do segmento já foi alcançado.

Desde que chegou ao Brasil, comacomprada empresa familiar de queijos Balkis em 2013, a companhia francesa investiu R$ 7,7 bilhões no país, número que inclui aquisições de laticínios (R$ 5 bilhões) e aportes em ampliações de fábricas (R$2,68 bilhões).

Em sua estratégia agressiva de crescimento, a Lactalis adquiriu em 2014 uma empresa quebra da, a LBR,e uma em formação, a Elebat (da BRF). Em 2019, foi a vez da mineira Itambé, que pertencia à Cooperativa Central dos Produtores Rurais do Estado de Minas Gerais (CCPR). Foram movimentos complexos e que em alguns casos, como no da Itambé, ocorreram diante de disputa judicial (com a concorrente mexicana Lala). A aquisição mais recente — e relevante — foi a operação de iogurtes da DPA em 2023.  

Com esses movimentos — contados em um livro sobre a história da Lactalis no Brasil — , a empresa lidera hoje a captação de leite no país e atua em todas as categorias de lácteos. São 2,7 bilhões de litros recebidos por ano, destinados à produção de queijos, iogurtes, leite UHT, leite em pó, manteiga, requeijão, leite condensado e creme de leite, em 23 unidades pelo país. 

Embora já seja a maior do segmento, a companhia busca mais, pois avalia que há potencial para o avanço da demanda por lácteos no país. “Temos a ambição de duplicar a dimensão de Lactalis do Brasil, e estamos caminhando para isso. Uma parte vai vir de aquisições, uma parte de crescimento interno e de crescimento também do consumo”, estima Sauvageot em entrevista exclusiva ao Valor.

No ano passado, a empresa faturou R$ 17 bilhões no Brasil, 10% acima de 2023, e a meta é alcançar R$ 35 bilhões até 2030, diz o CEO da Lactalis Brasil, Roosevelt Júnior. Para alcançar esse montante, será necessário ampliar a captação de leite, as operações de processamento e investir em agregação de valor nos próximos anos. 

Os executivos admitem que crescer via aquisições depende das oportunidades. E no caso da Lactalis há outro fator a se considerar: a concorrência dentro do próprio grupo controlador, que mantém há anos uma estratégia de crescimento via aquisições que fez dele o maior do mundo em lácteos.“O problema é que estamos em concorrência dentro do grupo com outras oportunidades”, observa Sauvageot.

Recentemente, a empresa, que tem capital fechado e é controla da pela família Besnier, anunciou interesse em comprar a operação da Fonterra na Ásia e fez duas aquisições nos Estados Unidos: o negócio de queijo fresco da Kraft eaoperação de iogurtes da Yoplait. “São países com moedas fortes, com mercado super-rentáveis. Então, de certo modo, estamos em competição”, diz.

A captação de matéria-prima com produtores também terá de crescer “muito”, mas os executivos não arriscam um número.

O certo é que será preciso atrair mais fornecedores. Hoje, cerca de 60% do leite recebido pela Lactalis vêm de cooperativas com as quais a empresa fez acordos para fornecimento. A mineira CCPR é a principal entre elas. A Lactalis também recebe leite de mais cinco cooperativas, no Paraná e no Rio Grandedo Sul. No total, são cerca de 10 mil produtores ligados às entidades.

“Por isso que os acordos com as cooperativas são muito importantes. Se queremos duplicar a nossa posição, teremos de arrumar outros”, afirma o presidente da Lactalis Américas. 

Também será preciso aumentar o número de produtores que fornecem de forma independente à Lactalis, que hoje são 6 mil. E ainda a adesão a um programa considerado a menina dos olhos da empresa: o Lactaleite, quedá assistência técnica aos pecuaristas, visando melhoria de produtividade e qualidade e redução de custos. Segundo RooseveltJunior, no último ano, a produção do grupo de 1 mil produtores que partipa do programa cresceu 16%.

A empresa quer ampliar essas parcerias, que miram a fidelização no fornecimento, e tem o desenvolvimento da cadeia de lácteos no Brasil como uma de suas prioridades. “O fato de sermos o número 1 nos cria obrigações”, afirma Sauvageot. Para ele, o país não consegue atender toda a demanda e importa lácteos porque a cadeia leiteira não está bem estruturada e suficientemente competitiva. E isso faz com que o custo de produção seja alto e o leite seja caro.

Os varejistas também “não estão felizes com o leite”, diz ele, pois alegam margens pequenas em relação a outros produtos e falta de previsibilidade sobre os preços. “Há insatisfação em toda a cadeia, e achamos que o papel do líder é ajudar a construir uma cadeia mais rentável. (...) Ajudar o produtor a ganhar dinheiro, porque se ele ganhar dinheiro, vai investir para melhorar a produtividade e a qualidade do leite”, avalia.

A despeito das dificuldades na cadeia, a Lactalis cresceu muito nos últimos anos no Brasil. Mas a montagem do lego não terminou, segundo o executivo. As peças que faltam dizem respeito ao serviço ao cliente. “Temos que melhorar”, diz. E também ao número de produtores que participam do programa Lactaleite.“Por que não são 4.000?”, indaga. “Seria muito bom paraaempresa.Porquehojetemos potencial de venda bem acima de nossa capacidade de produção”, reconhece Sauvageot. (Valor Economico)


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1866 de 08 de maio de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

Em função do fim do ciclo das forrageiras de verão, os produtores estão suplementando a alimentação com silagem, feno e concentrados proteicos para manter a produção leiteira. A qualidade do leite continua estável, com teor de matéria seca e indicadores sanitários (células somáticas e contagem bacteriana) dentro dos parâmetros em grande parte das propriedades. Algumas áreas de cereais de inverno permitem o pastejo, embora o desenvolvimento geral ainda esteja irregular.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, permanece o quadro de declínio na produção de leite, reflexo da entressafra das forrageiras, especialmente nas propriedades mais dependentes de pastagens, devido ao volume limitado de chuvas em abril. 

Na de Caxias do Sul, a qualidade do leite manteve-se dentro dos limites exigidos pela legislação.

Na de Erechim, os rebanhos apresentam condições satisfatórias. As chuvas recentes contribuíram para a normalização dos recursos hídricos, e a redução das temperaturas favoreceu o conforto térmico dos animais. 

Na de Frederico Westphalen, houve leve queda na produção de leite em função da antecipação do vazio forrageiro e da influência das altas temperaturas. 

Na de Ijuí, observa-se escore corporal abaixo do ideal nos rebanhos manejados a pasto como resultado da baixa disponibilidade de alimentos nas propriedades.

Na de Passo Fundo, o manejo reprodutivo e sanitário segue conforme a rotina, sem anormalidades. Houve redução na incidência de moscas, contribuindo para o bem-estar dos animais. 

Na de Pelotas, além dos desafios climáticos, os produtores enfrentam quedas de energia elétrica, exigindo investimentos em infraestrutura. 

Na de Santa Maria, os produtores seguem monitorando a incidência de moscas e carrapatos, utilizando estratégias de controle. (Emater adaptado pelo Sindilat)

Lácteos ganham o mundo com sabores criativos e apelo saudável

Empresas inovam com sabores nostálgicos, proteínas funcionais e experiências multissensoriais que cativam o consumidor.

Os produtos lácteos estão apresentando crescimento em receita e vendas em todo o mundo, segundo a empresa de pesquisa de mercado Innova Market Insights. Um dos principais impulsionadores desse crescimento são os lançamentos de novos produtos, que aumentaram 2,6% nos últimos cinco anos. A Europa Ocidental responde pela maior parte desses lançamentos, com 36%, seguida pela Ásia e pela América Latina. 

Saúde como tendência global
Iogurte e queijo, em todas as suas variedades, estão entre as categorias mais populares. Uma das principais razões para o sucesso dessa categoria é, sem dúvida, o fato de ela atender a megatendências contínuas como saúde, prazer e conveniência, ao mesmo tempo em que se apresenta repetidamente de maneiras novas e atrativas — como mostra a fornecedora de ingredientes Hydrosol, com base no exemplo das últimas Top Ten Trends da Innova.

Segundo a Innova, “Ingredientes e além” é uma das tendências centrais para 2025. A qualidade dos ingredientes é um dos principais critérios de compra. Os consumidores querem ingredientes com valor agregado, como benefícios para a saúde, vantagens nutricionais, frescor, vida útil ou naturalidade. 

Um exemplo dessa tendência é o enriquecimento com proteínas. A prioridade principal já não é apenas o teor de proteína, mas sim a qualidade da proteína, sua biodisponibilidade e sua absorção no corpo, segundo a empresa de pesquisa. Por sua vez, a Hydrosol desenvolveu um sistema estabilizante para a produção de bebidas substitutas de refeições à base de leite. Além do alto teor de proteína, o sistema também contém fibras para proporcionar efeito de saciedade. Para complementar esse sistema, a empresa irmã SternVitamin desenvolveu um premix de micronutrientes que fornece vitaminas e minerais essenciais, cobrindo 30% da ingestão diária de referência, segundo as empresas.

Sabores nostálgicos 
Reviver ou reinterpretar memórias culinárias da infância: De acordo com a Innova, a tendência “Tradição Reinventada” pode representar diferenciação cultural por país, região ou microrregião, ou ainda uma mistura de diferentes influências. Produtos, ingredientes, receitas, temperos e formatos de embalagem podem expressar tradições de forma clássica ou inovadora. Por exemplo, estão sendo formuladas novas ideias para preparações de queijo processado para passar no pão. 

Inovações no sabor
Empresas estão apostando alto na ousadia para conquistar o paladar dos consumidores: doces recheados com sorvete, massas de biscoito de torta de limão ou shakes de proteína com croutons crocantes. A palavra de ordem é inovação extrema. Na tendência chamada “selvagemente inventiva” (wildly inventive), o foco está em oferecer experiências de sabor totalmente inesperadas — misturas de doce e picante, como os produtos “swicy” (sweet + spicy), fusões entre lanches e pratos principais, ou formatos inéditos como sorvete mochi com sabor de torta. Bebidas lácteas também entram nessa onda, com sabores ousados como chocolate com pimenta, pipoca caramelada, cheesecake com limão ou café com mel picante. 

Produtos para a melhor idade
Os conceitos para a geração 55+, , são voltados para pessoas que priorizam boa forma, um estilo de vida ativo e, acima de tudo, boa nutrição. Um exemplo é a são modificações de produtos clássicos, como um molho tipo maionese que contém 20% de iogurte com redução de gordura. Seu enriquecimento com cálcio contribui para uma digestão normal e bom funcionamento intestinal. Também possui teor reduzido de gordura (18%) e é rica em fibras.

As informações são do Dairy Industries International, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint


Jogo Rápido

BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO Nº 19/2025 – SEAPI 
Nos últimos oito dias, o Rio Grande do Sul foi caracterizado por baixos volumes de precipitação, com diversas áreas enfrentando mais uma semana de tempo seco e ausência total de chuvas. Na bovinocultura de leite, os produtores estão suplementando a alimentação com silagem, feno e concentrados proteicos para manter a produção leiteira. A qualidade do leite permanece estável, com teor de matéria seca e indicadores sanitários (células somáticas e contagem bacteriana) dentro dos parâmetros em grande parte das propriedades. Algumas áreas de cereais de inverno permitem o pastejo, embora o desenvolvimento geral ainda esteja irregular. Para os próximos dias são esperadas tempestades generalizadas com acumulados em alto volume para todo o Rio Grande do Sul. Na sexta-feira (09/05) as instabilidades deverão se amplificar sobre o estado, com acumulados podendo atingir volumes expressivos em todas as regiões. No sábado (10/05) às instabilidades poderão estar deslocadas para o nordeste do estado, restringindo as chuvas apenas em áreas do Litoral Norte, Serra e Região Metropolitana, em volumes inferiores aos dias anteriores. Para as demais áreas espera-se tempo estável de sol entre nuvens e temperaturas amenas em relação aos dias anteriores à passagem do sistema de instabilidade. No domingo (11/05), o tempo firme e seco deve predominar em todas as regiões. A tendência para o período entre os dias 12 e 14 de maio indica predomínio de tempo seco em praticamente todo o Rio Grande do Sul. Na segunda-feira (12/05), a atuação de um anticiclone migratório sobre o oceano Atlântico, nas proximidades do estado, manterá as condições estáveis, com céu aberto e temperaturas amenas. Entre terça-feira (13/05) e quarta-feira (14/05), o avanço da alta pressão poderá favorecer a formação de nuvens sobre o litoral gaúcho, não se descartando a ocorrência de chuvas isoladas e de baixo volume nesses setores. Nas demais regiões, o tempo seco deverá prevalecer, com elevação gradual das temperaturas ao longo dos dias. O prognóstico para os próximos sete dias indica a ocorrência de chuvas volumosas, especialmente concentradas na metade sul do Rio Grande do Sul. Os acumulados podem ultrapassar os 150 mm em áreas das regiões Sul, Campanha e Fronteira Oeste. Nas demais localidades da metade sul, os volumes devem variar entre 50 mm e 150 mm ao longo do período. Já na metade norte do estado, a previsão aponta para precipitações menos expressivas, com acumulados entre 10 mm e 50 mm. (Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária - SEAPI)


 
 
 

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Porto Alegre, 08 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.386


Balança comercial de lácteos: importações seguem em queda

Abril registra avanço na balança láctea, com recuo nas importações de leite e derivados.

O saldo da balança comercial de lácteos apresentou um avanço novamente no mês de abril. Com um total de -154 milhões de litros em equivalente-leite, abril apresentou um avanço de 17,3 milhões de litros em relação ao mês anterior, saldo menor do que em março, já que as importações repetiram a tendência de queda de março. Por outro lado, as exportações também recuaram, o que freou um pouco o avanço.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.


Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Em abril, as exportações de lácteos somaram 4,55 milhões de litros em equivalente-leite, sendo esse um recuo significativo -40,3% em relação a março, no comparativo com abril do ano anterior o saldo ainda está cerca de -13,1% menor. Esse resultado contribui para ampliar a diferença acumulada de 47,7 milhões de litros (em equivalente-leite) nas exportações de 2025 em relação a 2024, conforme mostra o gráfico abaixo.

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

As importações totalizaram 158,5 milhões de litros em equivalente-leite em abril, mantendo a tendência de queda observada desde março de 2025, com recuo mensal de 11,4%. Em relação a abril de 2024, a redução foi de 16,8%, enquanto o acumulado do ano apresenta uma queda de 1,86% na comparação com o mesmo período do ano anterior, como ilustra o Gráfico 3.

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Em abril, as exportações de lácteos apresentaram um cenário diversificado entre os principais produtos. O leite condensado registrou queda de 27%, enquanto o doce de leite sofreu uma expressiva redução de 55% no volume exportado. Em contraste, o soro de leite se destacou com crescimento de 11% ante o mês anterior. A maioria dos demais produtos também apresentou resultados negativos: iogurtes recuaram 24%, queijos caíram 17%, com exceção do creme de leite, que se manteve estável. 

Em relação às principais categorias de lácteos importados apresentaram movimentações predominantemente negativas. O leite em pó integral registrou a queda mais expressiva, com redução de 20% nas importações em relação ao mês anterior, tornando-se o principal responsável pela diminuição do volume total de equivalente-leite importado. Por outro lado, algumas exceções pontuais foram observadas: os queijos tiveram um discreto aumento de 3% nas importações, enquanto a manteiga apresentou crescimento mais significativo de 12%. No entanto, esses incrementos isolados não foram suficientes para reverter a tendência geral de queda, resultando num saldo final inferior ao registrado no mês passado em relação às importações. 

As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de março e fevereiro de 2025.

Tabela 1. Balança comercial de lácteos em abril de 2025

Tabela 2. Balança comercial de lácteos em março de 2025

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT. 

O que podemos esperar para os próximos meses?

A competitividade de preços do produto importado segue mais limitada do que vimos no passado recente. Atualmente, a muçarela importada já não tem mostrado atratividade de preços frente ao produto nacional. Enquanto os leites em pó ainda seguem atrativos, mas com um diferencial menor do que o visto anteriormente.

Além disso, os preços dos leite em pó no mercado internacional seguem em patamares elevados, o que tende a limitar nossas importações. Por outro lado, a frequente oscilação na taxa de câmbio deve ser acompanhada de perto, podendo afetar a dinâmica de competitividade do produto importado. (Milkpoint)


CONSELEITE MINAS GERAIS 

A diretoria do Conseleite Minas Gerais no dia 07 de Maio de 2025, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:

a) os valores de referência do leite base, maior, médio e menor valor de referência para o 
produto entregue em Abril/2025 a ser pago em Maio/2025.


Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.

CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA
O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br. (Conseleite MG)

Terceira Jornada Técnica da RTC debaterá o futuro do agronegócio

Evento será realizado em Gramado, de 28 a 30 de maio, e vai reunir palestrantes nacionais e internacionais

O futuro do agro já chegou. Vamos juntos? Esse será o tema da 3ª Jornada Técnica da Rede Técnica Cooperativa (RTC), que acontecerá de 28 e 30 de maio, no hotel Wish Serrano, em Gramado (RS). O evento reunirá especialistas do agronegócio nacional e internacional: será uma grande imersão com mais de 15 palestrantes que irão abordar temas de áreas como cenário econômico, inovação, gestão, produtividade, mudanças climáticas, sustentabilidade e cooperativismo. O evento reunirá 800 participantes que, de acordo com a organização, terão uma experiência transformadora com a oportunidade de conhecer tudo aquilo que está na fronteira do conhecimento. 

O ex-ministro da agricultura, Roberto Rodrigues, embaixador especial da Food and Agriculture Organization (FAO) e ex-presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), é um dos painelistas da jornada técnica. Entre os convidados também estão o médico-veterinário, Luís Gustavo Ribeiro, professor da Universidade de Copenhagen e pesquisador nas áreas de nutrição animal, pecuária de precisão e sistemas regenerativos, o zootecnista Christiano Nascif, diretor na empresa Labor Rural e coordenador de Negócios e Empreendedorismo no Instituto CNA. O Prêmio Nobel da Paz (2007), e prêmio Nobel em Alimentação (2020), Rattan Lal, também está entre os palestrantes. O cientista político Fernando Schüler, professor do Insper (SP), está entre os painelistas e fará a palestra de abertura do evento. A grade completa dos palestrantes pode ser acessada no site do jornada.rtc.coop.br. 

As inscrições podem ser feitas acessando o link jornada.rtc.coop.br/app/jornada-rtc-2024/inscricao

A 3ª Jornada Técnica é uma realização da RTC e CCGL e conta com o patrocínio do terminal portuário Termasa. O evento é apoiado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (Fecoagro/RS), pelo Sistema Ocergs-Sescoop/RS e pela plataforma SmartCoop.

Sobre a RTC

A Rede Técnica Cooperativa (RTC) é uma iniciativa que reúne as áreas técnicas de 30 cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul. O objetivo é difundir a pesquisa e conhecimento de forma integrada, além de promover a adoção de práticas agrícolas sustentáveis e economicamente viáveis às cooperativas e aos seus produtores. (RTC)


Jogo Rápido

Banco Central eleva taxa Selic para 14,75%, maior patamar desde 2006
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, atingindo 14,75% ao ano, em reunião nesta quarta-feira (7). É o maior patamar desde julho de 2006. A elevação foi unânime entre os membros do comitê. Na ata da reunião, eles indicam que "a decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante". O texto indica um ambiente externo "adverso e particularmente incerto" devido à política econômica dos Estados Unidos. No cenário doméstico, há menção para as expectativas de inflação acima da meta.  "Os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, estão mais elevados do que o usual". O comitê não sinalizou o que deve ocorrer na próxima reunião, prevista para agosto: "Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação". Esta é a sexta elevação consecutiva da taxa. Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto de 2024, começou a ser elevada em setembro, com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto em novembro, e três de um ponto percentual, em dezembro, janeiro e março. A nova taxa básica de juro vai ao encontro da expectativa do mercado, de uma alta mais branda do que a dos três últimos encontros, em dezembro, janeiro e março, de um ponto percentual. Na ata da reunião de março, o Copom também já havia sinalizado uma elevação de "menor magnitude". O valor atual da taxa Selic iguala o patamar alcançado em julho de 2006, quando também atingiu 14,75% ao ano. Na ocasião, contudo, a Selic vinha em um contexto de queda, após bater 19,75% um ano antes. No cenário atual, o BC visa conter a inflação, freando a intenção de consumo das famílias e os investimentos das empresas com um juro mais alto.A perspectiva para o índice da Selic até o fim do ano, no entanto, diminuiu. No boletim Focus, divulgado na segunda (5), os economistas consultados pelo BC reduziram a previsão da Selic em 2025 pela primeira vez no ano. Depois de 16 semanas com projeções de 15%, o mercado crê que o juro vai terminar 2025 em 14,75%. (Zero Hora)


 
 
 

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Porto Alegre, 06 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.385


GDT 379: Preço do leite em pó dispara no mercado internacional

O leite em pó integral (LPI) teve a maior valorização percentual desde agosto de 2024. Com aumento de 6,2% em relação ao evento anterior

O 379º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira (6), registrou alta nos preços da maioria dos produtos lácteos negociados. O GDT Price Index — indicador que reflete a média ponderada dos itens comercializados — alcançou US$ 4.516 por tonelada, representando um avanço de 4,6% em relação ao leilão anterior, conforme mostra o Gráfico 1.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT.


O leite em pó integral (LPI) teve a maior valorização percentual desde agosto de 2024.

om aumento de 6,2% em relação ao evento anterior, o preço médio do leite em pó integral  fechou em USD 4.374/tonelada - o maior valor desde fevereiro de 2022.

Gráfico 2. Preço médio LPI.

Apesar de o leite em pó integral ter sido o principal destaque do leilão, a maior alta percentual ficou com a lactose, que avançou 16,8% no último evento, alcançando USD 1.611/ton. A categoria tem sido diretamente impactada pela guerra tarifária entre EUA e China. Com a China sendo um dos principais compradores de lactose norte-americana, o país tende a buscar fornecedores alternativos, o que tem impulsionado os preços no curto prazo.

Outro destaque do leilão foi o queijo Cheddar, que apresentou uma expressiva alta de 12%, sendo negociado a USD 5.519 por tonelada. Por outro lado, a única queda registrada foi na categoria muçarela, que apresentou pequeno recuo de 0,3%, com preço médio de USD 4.752 por tonelada.

A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 06/05/2025.


Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.
Redução no volume negociado permanece

O volume negociado no leilão seguiu a tendência de queda, embora de forma menos acentuada do que no mês passado. No total, foram comercializadas 16.714 toneladas, o que representa uma redução de 0,02% em relação ao evento anterior. Mesmo assim, esse é o menor volume registrado desde maio de 2020.

Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Impacto nos contratos futuros
Os contratos futuros de leite em pó integral na Bolsa da Nova Zelândia (NZX Futures) mostraram ajustes positivos para os próximos meses em comparação com as previsões de abril. No entanto, a perspectiva para o restante do ano ainda aponta para uma tendência de queda nos preços futuros.

Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?
Em um cenário de demanda aquecida e volumes de negociação reduzidos, sete das oito principais commodities lácteas registraram alta de preços no último leilão. Na Oceania, a Fonterra — maior cooperativa leiteira da região — alerta que a oferta enxuta e os baixos volumes de negociação devem persistir até dezembro de 2025 por conta de restrições sazonais.

Nos mercados futuros, a Europa mostrou leve fraqueza, ao passo que a Oceania surpreendeu com altas expressivas. Já no mercado físico europeu, os preços alcançaram patamares historicamente elevados devido às dificuldades de fornecimento.  Na China, por sua vez, os valores pagos ao produtor caíram, enquanto o apetite por lácteos importados se mantém firme, pressionando ainda mais o mercado interno.

A valorização dos preços internacionais pode manter elevadas as cotações de exportação da Argentina e do Uruguai — principais fornecedores do Brasil. Porém, a recente queda do câmbio real/dólar tende a reduzir o custo de importação para os compradores brasileiros, sustentando o volume importado pelo Brasil no curto prazo. (Milkpoint)


Composto Lácteo: relevância histórica, legislação e inovação

Saúde e funcionalidade impulsionam inovação em compostos lácteos. Produtos com fibras ganham espaço.

A ideia de misturar leite com outros ingredientes para criar produtos alimentícios mais acessíveis do ponto de vista econômico e com maior vida de prateleira ganhou força a partir do século XX. Com o avanço da tecnologia, a partir das décadas de 1950 e 1960, a indústria começou a adicionar óleos vegetais ao leite para reduzir custos e criar alternativas ao leite integral, especialmente em regiões com limitações no acesso ao leite fresco, o que se denominou de forma genérica composto lácteo. 

Esses produtos evoluíram rapidamente, com a adição de emulsificantes e estabilizantes que melhoraram suas propriedades sensoriais e sua aplicabilidade e desta forma na última década, a inovação em compostos lácteos foi impulsionada por novas demandas dos consumidores, como a busca por produtos que ofereçam benefícios à saúde e que sejam sustentáveis  (Tamine, 2009) 

Nesse sentido, composto lácteo têm um aspecto significativo na alimentação humana, com seu desenvolvimento sendo impulsionado pela necessidade de conservar e transportar o leite e seus derivados de forma mais prática e duradoura e como menores custos de produção (McSweeney et al, 2020).

Regulamento técnico de identidade e qualidade (RTIQ) de composto lácteo

Recentemente foi publicado o regulamento técnico de identidade e qualidade (RTIQ) de composto lácteo destinado ao consumo humano, definindo-o como produto obtido de leite ou de derivados de leite, ou de ambos, com adição ou não de ingredientes não lácteos (Brasil, 2024).
Baseado nesta legislação, os compostos lácteos podem ser classificados como:

Composto lácteo sem adição, quando os ingredientes lácteos forem os únicos constituintes do produto 

Composto lácteo com adição, quando ingredientes não lácteos fizerem parte da composição. E neste último caso, os ingredientes lácteos devem representar obrigatoriamente mais que 50% do produto.

Dentre os ingredientes não lácteos permitidos na composição dos compostos lácteos, podemos citar as fibras e fibras alimentares (Brasil, 2024).  A inclusão de fibras em compostos lácteos pode oferecer uma maneira prática e saborosa de melhorar a saúde intestinal, apoiar a função imunológica e ajudar na gestão do peso e da glicose. À medida que a pesquisa continua a evoluir, novos compostos e fórmulas poderão surgir, oferecendo ainda mais benefícios e opções para os consumidores (Zhang et al., 2023).

Dessa forma, composto lácteo apresenta versatilidade no aspecto de inovação e a adição de fibras pode contribuir para o aumento do potencial funcional do produto. Porém, são necessários avaliação dos parâmetros intrínsecos de qualidade do produto como dissolução em água, bem como testes sensoriais para otimizar a quantidade de fibras que devem constar de forma clara no rótulo do produto.

Fontes:

Brasil.(2024). Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria  n º 1.170, de 26/08/2024. Aprova o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de composto lácteo, destinado ao consumo humano. Disponível em: https://www.agricultura.gov.br. Acesso em 11/09/2024.

Mc Sweeney, D.J. et al. (2020). The Influence of Composition and Manufacturing Approach on the Physical and Rehydration Properties of Milk Protein Concentrate Powders. Foods, 9, 236.

Tamine, A.Y. (2009). Dairy Powders and Concentrated Products. Wiley: United Kindow
Zhang, L., et al. (2023). Advances in understanding the health benefits of prebiotic dairy compounds. Journal of Dairy Science, 106, 4456-4472.

Projeto do Executivo, programa de recuperação para a agricultura familiar é aprovado na Assembleia

A Assembleia Legislativa aprovou, nesta terça-feira (06/05), o Projeto de Lei 109/2025, que cria o Programa de Recuperação Socioprodutiva, Ambiental e de Resiliência Climática da Agricultura Familiar Gaúcha. Os 47 deputados presentes em plenário votaram favoravelmente. É o maior programa de recuperação de solos já proposto pelo Estado, com ações difusionistas de práticas sustentáveis de produção, posicionando a agricultura familiar como eixo estratégico na reconstrução do RS.

Com investimento previsto de R$ 903 milhões, a iniciativa vai beneficiar diretamente 15 mil famílias e alcançar até 150 mil unidades produtivas em 495 municípios. A proposta é liderada pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, que articulou o projeto junto ao governo e coordenará a execução. As ações práticas e de acompanhamento serão realizadas por meio da Emater/RS-Ascar.

"Esse projeto é um marco, pois não há precedentes para um programa essencialmente baseado em técnicas de manejo e conservação do solo na história do Rio Grande do Sul. Acreditamos que inaugura um novo ciclo para o produtor familiar, com base na técnica, sustentabilidade e preparação diante das adversidades climáticas", afirmou o secretário de Desenvolvimento Rural. "A partir de agora, damos início a "Operação Terra Forte'", concluiu Covatti.

O Programa de Recuperação Socioprodutiva, Ambiental e de Resiliência Climática da Agricultura Familiar Gaúcha visa implementar planos individualizados de recuperação socioprodutiva e ambiental das propriedades rurais, prestar assistência técnica na implementação dos planos de recuperação; realizar a difusão tecnológica das práticas implantadas nas propriedades rurais e estruturar patrulhas agrícolas mecanizadas.

O financiamento será realizado por meio do Fundo de Reconstrução do Rio Grande do Sul (Funrigs), com aplicação monitorada para garantir impacto social, ambiental e produtivo. São beneficiários passíveis de participação no programa os agricultores familiares de acordo com a Lei da Agricultura Familiar (Lei Federal 11.326/2006) e pecuaristas familiares de acordo com a Lei da Pecuária Familiar (Lei Estadual 13.515/2010).

O programa segue os protocolos do Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, com vistas ao Desenvolvimento Sustentável - ABC+, que tem como objetivo geral promover a adaptação à mudança do clima e o controle das emissões de gases de efeito estufa na agropecuária gaúcha.
QUATRO EIXOS PARA TRANSFORMAR O CAMPO

Estrutura do programa garante abrangência, eficiência e inovação na execução:

Eixo 1 - Transferência Direta de Recursos

Repasses de até R$ 30 mil por propriedade, via Cartão Cidadão Banrisul, para a implementação de ações produtivas, sociais e ambientais, com acompanhamento técnico especializado.

Eixo 2 - Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters)

Diagnósticos individualizados e orientação contínua com foco em práticas sustentáveis, como plantio direto, rotação de culturas e uso de adubação verde. A execução será realizada pela Emater/RS-Ascar.

Eixo 3 - Patrulhas Agrícolas Mecanizadas

Aquisição e doação de tratores e equipamentos a municípios e associações de produtores, priorizando ações de conservação do solo e recuperação produtiva.
Eixo 4 - Governança e Parcerias Institucionais

Gestão integrada com participação de diversas secretarias, universidades, centros de pesquisa, entidades do terceiro setor e o sistema Emater/RS-Ascar, assegurando articulação, inovação e transparência.

INSCRIÇÕES:

A partir da aprovação do projeto e da sanção pelo governador Eduardo Leite, será divulgado o período de abertura de inscrições, que serão realizadas nos escritórios municipais da Emater-RS/Ascar.

SELEÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS:

Encerradas as inscrições, os escritórios municipais da Emater/RS-Ascar, junto aos Conselhos Municipais de Agricultura ou equivalentes, promoverão a seleção dos beneficiários observando os critérios de enquadramento e de priorização.

Uma emenda, de autoria do deputado Frederico Antunes, líder do governo na Assembleia, foi aprovada pelo plenário. Entre outras proposições, determina que a relação dos beneficiários, dos valores repassados e dos bens doados deverão ser informados em sítio eletrônico da Secretaria responsável pela política de desenvolvimento rural e no sítio eletrônico do Funrigs, quando se tratar de recursos oriundos deste fundo.

Texto: Guilherme Granez/Ascom SDR e Marcelo Flach/Casa Civil


Jogo Rápido

Queijo cottage pode ser aliado em dietas e desempenho esportivo
O queijo cottage vem ganhando destaque na alimentação de quem busca uma dieta equilibrada e rica em proteínas, especialmente entre praticantes de musculação e atividades físicas de resistência. Com alto teor proteico, baixo teor calórico e pouca gordura, ele se apresenta como uma excelente alternativa aos queijos mais tradicionais, contribuindo para o ganho de massa muscular sem comprometer a saúde. Camila Lima, professora de Nutrição do Ceub, ressalta que sua composição oferece proteínas do soro do leite e caseína, que proporcionam uma combinação de absorção rápida e liberação sustentada de aminoácidos. Essa característica torna o cottage especialmente eficiente no pós-treino, auxiliando na recuperação muscular e no crescimento de forma natural e prática, além de sua versatilidade na alimentação diária, podendo ser consumido de diversas formas, do puro a receitas mais elaboradas. Apesar de seus benefícios, especialistas alertam para a importância de uma alimentação variada e equilibrada, na qual o cottage não seja a única fonte de proteína. Pessoas com intolerância à lactose ou alergia à caseína devem evitar seu consumo ou optar por versões sem lactose. Camila Lima destaca que o consumo excessivo de um único alimento pode gerar desequilíbrios nutricionais, reforçando a necessidade de combinar diferentes grupos alimentares, como fibras, carboidratos complexos, gorduras boas e vitaminas, para garantir uma nutrição completa. Assim, o cottage se consolida como um aliado importante na dieta de quem busca saúde, desempenho físico e bem-estar, desde que utilizado com moderação e de forma integrada a uma alimentação variada e balanceada. As informações são da Tribuna de Petrópolis, adaptadas pela equipe MilkPoint. 


 
 
 

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Porto Alegre, 06 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.385


Global Dairy Trade - GDT

Fonte: GDT adaptado pelo SINDILAT/RS


Inale | Produção de leite no Uruguai cresceu em março e teve melhor marca em 3 anos

Em março, a remessa de leite para as indústrias aumentou quase 3% em relação ao mesmo mês do ano passado e fechou em 140,5 milhões de litros.

No terceiro mês de 2025, a produção e consequente remessa de leite para as plantas das indústrias no Uruguai (de produtores fornecedores e leite próprio) aumentou 2,9% em relação a março do ano passado, informou o Instituto Nacional do Leite (Inale).

Em março de 2025, a remessa alcançou 140,5 milhões de litros e esse número foi o melhor dos últimos três anos.

Considerando o primeiro trimestre de 2025, ou seja, o acumulado anual, a remessa cresceu 2,3%, totalizando 437 milhões de litros em comparação com janeiro-março de 2024.

No entanto, houve uma queda na remessa acumulada dos últimos 12 meses em relação ao mesmo período anterior, de 3,8%, totalizando 2.048,5 milhões de litros.

Se a medição em vez de litros for feita em quilos de sólidos, comparando março de 2025 com março de 2024, houve um crescimento de 3,3%, alcançando 11,2 milhões de quilos de gordura + proteína.

Com base em dados desde o exercício de 2002, o melhor registro mensal ocorreu em outubro de 2020 com 222 milhões de litros, e o mais baixo ocorreu em maio de 2003 com 68,7 milhões de litros.

Sólidos no leite das fazendas leiteiras

Teor de gordura
Março 2025: 3,64%
Março 2024: 3,62%
Todo 2024: 3,53% (1% a mais que em 2023)

Inale: últimas 10 campanhas anuais

Em 2024 foram remetidos 2.045 milhões de litros – 3,3% sobre 2023
Em 2023 foram remetidos 2.114 milhões de litros + 1,2% sobre 2022
Em 2022 foram remetidos 2.089 milhões de litros – 1,4% sobre 2021
Em 2021 foram remetidos 2.118 milhões de litros + 1,9% sobre 2020
Em 2020 foram remetidos 2.078 milhões de litros + 5,5% sobre 2019
Em 2019 foram remetidos 1.970 milhões de litros – 4,5% sobre 2018
Em 2018 foram remetidos 2.063 milhões de litros + 7,2% sobre 2017
Em 2017 foram remetidos 1.924 milhões de litros + 8,4% sobre 2016
Em 2016 foram remetidos 1.775 milhões de litros – 10,1% sobre 2015
Em 2015 foram remetidos 1.974 milhões de litros – 2% sobre 2014

O melhor registro anual neste século foi o de 2021 e o mais baixo foi detectado em 2002 (1.109 milhões de litros). (Traduzido e adaptado por eDairyNews)

Mercados Internacionais | Alerta na Argentina: exportações de lácteos caem por falta de fôlego

Nem o fim das retenções foi suficiente: setor lácteo argentino perde espaço no mercado externo e acende sinal vermelho pela baixa competitividade.

De acordo com os dados divulgados pelo OCLA, em março as exportações de lácteos da Argentina caíram 16,5% em volume e 17,1% em faturamento, aprofundando a retração registrada no primeiro trimestre do ano, que já apresentava uma queda de 8,5% na quantidade embarcada e de 7,6% em dólares.

A queda de março ocorre apesar de que “o preço médio de exportação obtido em março de 2025, medido em pesos, foi 25,7% superior ao preço médio registrado em março de 2024.

Como referência, no mesmo período, o IPC Lácteos cresceu 43,3%, o IPIM Lácteos 49,5%, e o preço SIGLeA 36,6%, mostrando claramente que o setor exportador foi o que teve menor variação, devido à forte queda, em moeda constante, do tipo de câmbio”, segundo análise do Observatório.

Em 2024, o setor lácteo argentino foi beneficiado por um valor do dólar que permitia competir no mercado global e obter lucro com as exportações. No entanto, essa vantagem foi se perdendo a partir da metade do ano.

Desde o final do governo de Alberto Fernández, o setor lácteo não paga mais impostos de exportação para colocar seus produtos no mercado internacional.Com a desvalorização do peso no início da gestão de Javier Milei, as exportações atingiram níveis elevados, chegando a representar, em fevereiro, 34% da oferta total de leite.

Com o passar dos meses, a inflação — sempre superior à desvalorização — foi corroendo essa competitividade. Assim como ocorreu em outros setores do agro, como a carne bovina, os produtos lácteos perderam espaço no mercado externo.

A isso se soma a dificuldade para vender no mercado interno. Na Argentina, apesar das declarações do governo sobre redução da carga tributária, a inflação continua alta e os salários seguem perdendo poder de compra.

“O setor precisa destinar entre 70% e 80% da produção ao mercado interno, onde o poder aquisitivo está bastante deteriorado pelo processo inflacionário, o que gerou uma queda de mais de 19% no consumo doméstico total nos três primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período de 2024”, alertou o OCLA.

*Traduzido e adaptado por eDairyNews 


Jogo Rápido

Nova redução de 4,6 no preço do diesel começa hoje
A Petrobras anunciou que reduzirá, a partir desta terça-feira, seus preços de venda de diesel A para as distribuidoras. O novo valor passará a ser, em média, de R$ 3,27 por litro, uma redução de R$ 0,16 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para composição do diesel B vendido nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará a ser de R$ 2,81 / litro, uma redução de R$ 0,14 a cada litro de diesel B. Com o reajuste anunciado, a Petrobras reduziu, desde dezembro de 2022, os preços de diesel para as distribuidoras em R$ 1,22 / litro, uma redução de 27,2%. Considerando a inflação do período, esta redução é de R$ 1,75/ litro ou 34,9%. (Correio do Povo)


 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 05 de maio de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.384


Associados do Sindilat têm condição especial para participar do MilkPro Summit 2025

Os associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) terão acesso a condições exclusivas para participar do MilkPro Summit 2025, um dos principais eventos do setor lácteo, que acontece nos dias 15 e 16 de maio, em Atibaia (SP).

Em parceria com a organização do evento, o Sindilat disponibiliza uma oferta especial que inclui ingresso e hospedagem no Bourbon Resort, local onde o summit será realizado, pelo valor de R$ 3.000,00 — valor válido para a noite de 15 para 16 de maio. O benefício é fruto de uma ação promovida entre o Sindilat e parceiros institucionais e é limitado a um número restrito de unidades.

Para acessar a vantagem, os associados devem acessar o link: 

https://www.sindilat.com.br/site/2025/04/28/associados-do-sindilat-tem-condicao-especial-para-participar-do-milkpro-summit-2025/

O MilkPro Summit 2025 reunirá produtores, especialistas e investidores para discutir as tendências e inovações que estão moldando o futuro da produção leiteira no Brasil e no mundo. A programação será dividida em seis painéis temáticos que abordarão temas como:

  • Tendências globais de produção e consumo de leite
  • Inovação, digitalização e inteligência artificial na pecuária leiteira
  • Estratégias de negócios e liderança
  • Comunicação com o consumidor
  • Visão de mercado de produtores globais

Além dos debates, o evento prevê espaços para networking e troca de experiências entre os participantes. 

As informações são do Sindilat e do Milkpoint


Impacto climático | El Niño 2024-2025: clima extremo e seu impacto na produção láctea global

Os impactos de El Niño já são visíveis em países-chave da cadeia leiteira, com consequências diretas na produção, nos custos, nas decisões de investimento e nos mercados internacionais.

O fenômeno El Niño, declarado oficialmente pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) em julho de 2023, está mostrando seus efeitos plenos durante o primeiro semestre de 2025, alterando o equilíbrio entre oferta e demanda no setor lácteo global.

Os impactos já são visíveis em países-chave da cadeia leiteira, com consequências diretas na produção, nos custos, nas decisões de investimento e nos mercados internacionais.

O atual evento de El Niño é um dos mais fortes desde 2015-2016, com um aumento médio de +1,5 °C na temperatura da superfície do Pacífico central. Esse aquecimento gerou um padrão de clima extremo: chuvas intensas na América do Sul, calor e secas na Oceania e irregularidades severas na monção asiática.

Segundo o International Research Institute for Climate and Society (IRI, Universidade Columbia), há 70% de probabilidade de que o El Niño persista até junho de 2025, com uma transição gradual para condições neutras no terceiro trimestre. As consequências, no entanto, podem durar muito mais tempo.

Nova Zelândia: produção em queda e pressão sobre as margens

O Ministry for Primary Industries (MPI) da Nova Zelândia projetou em março uma queda de 2,7% na produção total de leite para o ano fiscal de 2024/25, atribuída às condições climáticas adversas e à menor qualidade das pastagens.

Argentina e Brasil: entre o barro e a incerteza

Na Argentina, as chuvas excessivas nas bacias leiteiras de Santa Fe e Córdoba dificultaram a coleta de leite e deterioraram a infraestrutura rural. Em março de 2025, o volume mensal de leite cru caiu 4,8% em relação ao ano anterior, segundo dados do OCLA.

A situação levou o governo a ativar linhas de crédito subsidiado com taxa zero de AR$ 10 bilhões para cooperativas e produtores afetados, juntamente com a suspensão temporária das retenções sobre exportações de produtos com maior valor agregado.

No Brasil, o padrão foi misto: chuvas intensas no sul (especialmente no Rio Grande do Sul) e seca no nordeste. O Conselho Nacional da Pecuária de Leite (CNPL) relatou uma queda de 3% na produção no primeiro trimestre, com aumentos significativos nos custos de energia e refrigeração devido às temperaturas extremas.

Índia: estresse térmico e desafios de abastecimento

A Índia, maior produtora de leite do mundo, enfrenta um desafio estrutural agravado pelo El Niño. As altas temperaturas e a menor disponibilidade de água em regiões-chave como Uttar Pradesh, Maharashtra e Andhra

Pradesh estão provocando uma queda na produtividade por animal. O National Dairy Development Board (NDDB) indicou que a produção per capita caiu 5% em relação a 2024, e aumentou o risco sanitário devido a doenças relacionadas ao calor.

Além disso, o governo indiano anunciou um plano de investimento de INR 15.000 crore (cerca de USD 1,8 bilhão) para refrigeração rural, campanhas de vacinação e distribuição de água, com o objetivo de proteger o fornecimento interno e conter a alta de preços.

Mercados internacionais: realocação de fluxos e volatilidade

O El Niño está gerando uma reconfiguração dos fluxos comerciais globais. A China, tradicionalmente dependente da Oceania, aumentou a compra de leite em pó da União Europeia e dos EUA, buscando diversificação diante da queda neozelandesa.

Enquanto isso, os preços internacionais apresentam oscilações: segundo o último leilão do Global Dairy Trade (GDT), o preço médio do leite em pó integral foi de USD 3.290/tonelada, 6,3% acima da média de dezembro de 2024.

Os traders antecipam um segundo semestre volátil, com coberturas ativas nos mercados futuros da NZX e CME. Fundos hedge e indústrias processadoras estão aumentando posições especulativas diante da possibilidade de uma recuperação sustentada dos preços caso a oferta continue a se deteriorar.

Decisões políticas e estratégicas

Diante desse cenário, governos e empresas estão ajustando suas estratégias. Na Nova Zelândia, o MPI lançou um plano de resiliência climática para o setor agropecuário com foco em tecnologias de eficiência hídrica, genética animal adaptada ao calor e seguros climáticos mais flexíveis.

Na União Europeia, avalia-se a liberalização temporária de cotas de produção orgânica, diante do risco de desabastecimento em segmentos premium. Nos EUA, o USDA ativou linhas de apoio direto de USD 500 milhões para pecuaristas em regiões afetadas pela seca.

Conclusão: previsão, agilidade e cooperação

O El Niño 2024-2025 não apenas expõe a fragilidade climática do setor lácteo global, como também marca uma nova era de incerteza estrutural para toda a cadeia de valor.

As decisões de investimento, os acordos comerciais e as estratégias de cobertura devem estar mais do que nunca respaldadas por análises climáticas, dados de mercado em tempo real e uma visão integrada entre governos, produtores e indústrias.

Nesse cenário em constante mudança, os países produtores e exportadores enfrentam o desafio comum de inovar, diversificar e se adaptar, desenvolvendo sistemas produtivos mais resilientes, eficientes e sustentáveis.

A cooperação internacional, a transferência de tecnologia e o acesso a financiamento inteligente serão fundamentais para sustentar a segurança alimentar e a competitividade do setor nos próximos anos. (EdairyNews)

Arcor Argentina avança para comprar 100% da La Serenísima

A Arco deu o passo que vinha amadurecendo há anos e anunciou na semana passada que assumirá o controle total da Mastellone Hermanos S.A. (MHSA), empresa que produz a emblemática marca La Serenísima.

A Arcor, um dos principais nomes da agroindústria da Argentina e no Brasil desde 1981, deu o passo que vinha amadurecendo há anos e anunciou na semana passada que assumirá o controle total da Mastellone Hermanos S.A. (MHSA), empresa que produz a emblemática marca La Serenísima em centenas de produtos, como leite, iogurtes, manteigas, queijos e outros derivados do leite.

Trata-se de um movimento previsto há bastante tempo, que agora foi formalizado em um fato relevante comunicado à Comissão Nacional de Valores (CNV) e aos mercados, assinado pelo vice-presidente Mario Enrique Pagani, que atualmente vive no Brasil.

Segundo detalha o comunicado da empresa à CNV, o Conselho de Administração da Arcor decidiu “submeter a notificação de exercício da Opção de Compra, em conjunto com os demais Compradores, pela totalidade das ações da MHSA sujeitas à Opção de Compra (equivalentes a aproximadamente 51% do capital social da MHSA), nos termos acordados no contrato de Opção de Compra”.

Isso significa que o conselho da Arcor informou que fará uso da opção de compra da empresa de laticínios, conforme um processo iniciado em 2015. Segundo comunicado da Arcor, “o Conselho de Administração da Arcor aprovou que Arcor SAIC, Bagley Latinoamérica e sua subsidiária Bagley Argentina SA procedam com o exercício do direito de opção de compra para a aquisição de aproximadamente 51% do capital social da MHSA, com base no direito estabelecido no contrato assinado com os acionistas da MHSA em 3 de dezembro de 2015.”
 
A resposta da Mastellone à Arcor

Após receber a notificação de compra, os representantes da família Mastellone informaram à sociedade “que contestarão o preço por ação indicado na notificação, por considerarem que não está de acordo com as diretrizes estabelecidas no contrato”. Caso não haja acordo, a operação não será realizada.

Esse passo gigante que a Arcor pretende dar é apenas o primeiro. Agora começará a avaliação da empresa, as negociações e os ajustes finais dos números do acordo de compra. Ainda resta saber qual será o papel da Danone, empresa de laticínios parceira da Arcor.

Segundo apurou a Forbes Argentina, por ora a gestão da Mastellone Hermanos S.A. não sofrerá mudanças e a estrutura não será alterada até que a compra seja formalizada. O processo não será simples. A La Serenísima (MHSA) comunicará já amanhã à CNV que impugnará o preço por ação indicado, por considerá-lo em desacordo com as diretrizes contratuais.

A operação anunciada encerra um processo iniciado em 2015, quando a Arcor, junto com sua controlada Bagley, adquiriu 25% das ações da Mastellone por cerca de US$ 60 milhões (R$ 340 milhões). Nos anos seguintes, foi ampliando sua participação: em 2017 chegou a 40%, em 2019 a 43% e, em 2020, já detinha cerca de 49%.

Vale acrescentar que o acordo original previa que até 2025 a Arcor poderia exercer uma opção de compra para ficar com a totalidade da empresa, algo que agora se concretiza.

Fundada em 1929 e conhecida por sua histórica marca La Serenísima, a Mastellone continuará operando como uma empresa de referência no setor de laticínios, embora agora sob o comando total do gigante alimentício de Arroyito.

As informações são da Forbes, adaptada pela equipe MilkPoint. 


Jogo Rápido

Suplementação com caroço de algodão aumenta gordura do leite
Apesar da queda no consumo de leite fluido nos Estados Unidos, o apetite por derivados como queijo e manteiga segue em alta, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Essa mudança de hábitos tem incentivado a indústria leiteira a valorizar a produção de gordura e proteína no leite — componentes essenciais desses alimentos. Em resposta a essa demanda, pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia descobriram que a inclusão de 15% de caroço de algodão integral na dieta de vacas leiteiras aumenta significativamente a concentração e a produção de gordura no leite. O estudo, publicado no Journal of Dairy Science, foi conduzido com 16 vacas multíparas alimentadas com e sem o suplemento por períodos de 21 dias. As vacas que receberam caroço de algodão integral produziram leite com 0,2% a mais de gordura e um aumento diário de 5% na produção total de gordura, sem apresentar redução na ingestão de ração nem alterações na proteína do leite. O caroço de algodão é um subproduto rico em ácidos graxos insaturados e proteínas essenciais, liberando gordura lentamente no rúmen — o que evita efeitos negativos à digestão microbiana e reduz o risco de depressão da gordura do leite. A análise também considerou a presença de gossipol, um composto potencialmente tóxico presente na semente de algodão, mas os níveis detectados no sangue das vacas ficaram bem abaixo dos limites prejudiciais. Além disso, a quantidade de sementes não digeridas foi mínima — menos de 3%, o que indica boa eficiência digestiva do suplemento. Apesar do aumento na produção de gordura, a pesquisa não observou mudanças significativas na produção ou emissão de metano pelas vacas. Estudos anteriores já sugeriram que ácidos graxos insaturados podem reduzir metanógenos no rúmen, mas esse efeito não foi verificado nesta experiência. Ainda assim, os resultados são promissores e reforçam a importância do caroço de algodão integral como alternativa viável e segura para atender às exigências de um mercado que valoriza cada vez mais os sólidos do leite. (Agrolink)