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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 21 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.088


GDT: alta mais sutil nos preços internacionais

O segundo leilão da plataforma GDT para o mês de fevereiro, realizado hoje (20/02) apresentou a manutenção do movimento de alta nos preços internacionais dos derivados lácteos. Com uma variação de 0,5% em relação ao evento anterior, o preço médio das negociações ficou em US$ 3.664/tonelada, atingindo o maior patamar desde novembro de 2022, como mostra o gráfico 1.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Sobre as categorias acompanhadas e negociadas no evento, diferentemente do evento anterior, foram observados alguns reajustes negativos. A categoria dos queijos apresentou uma variação na ordem de -7,6%, sendo negociada na média de US$ 4.143/tonelada.

O leite em pó integral foi negociado na média de US$ 3.388/tonelada, apresentando um recuo de 1,8% quando comparado ao valor negociado no evento anterior.

Em contrapartida, o leite em pó desnatado seguiu apresentando alta, chegando ao valor médio de US$ 2.788/tonelada, o maior patamar dos últimos 11 meses e 1,3% acima do evento anterior.

Confira na Tabela 1 o preço médio dos derivados após a finalização do evento e a variação em relação ao evento anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 20/02/2024.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Quanto ao volume negociado no evento, no quarto leilão de 2024 o movimento de queda se manteve, chegando a um total de 24.306 toneladas negociadas, uma queda de cerca de 9,9% em relação ao evento anterior, sendo este o menor patamar desde junho do ano passado para as negociações, como mostra o gráfico 2.

Gráfico 2. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Sobre o mercado futuro do leite em pó integral o cenário sofreu uma leve alteração, segundo os ajustes da Bolsa de Valores da Nova Zelândia, como pode ser observado no gráfico 3 abaixo.

Gráfico 3. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2024.

No cenário global de lácteos, este último leilão de fevereiro da Global Dairy Trade apresentou, majoritariamente, variações positivas nos preços, refletindo a menor oferta global de lácteos para o ano de 2024. Quando comparados os dois volumes negociados nesse mês, o valor chegou a cair aproximadamente 10%.  Esse cenário é o reflexo da baixa rentabilidade na produção de leite no ano passado. Além disso, somam-se os desafios de produção enfrentados pelos principais países exportadores de lácteos.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

Vale destacar que o Brasil importa produtos lácteos principalmente da Argentina e Uruguai, que atualmente praticam preços acima do GDT. Isso se dá pela Tarifa Externa Comum (TEC), que chega a quase 30% para importações de fora do Mercosul.

No entanto, diante do contexto de redução da oferta internacional de lácteos, o aumento dos preços do GDT pode influenciar na manutenção do movimento de altas para os preços do Mercosul. Assim, as importações tendem a sair mais caras para o Brasil. Porém, uma vez que as projeções do mercado apontam para alta nos preços brasileiros nos próximos meses, pode ser mantida a competitividade do produto internacional.

As informações são do Milkpoint


Você sabe a diferença entre creme de leite e manteiga?

O creme de leite é o produto obtido pelo processo de desnate do leite, podendo ser comercializado como produto lácteo ou ser utilizado como matéria prima para obtenção de outros derivados lácteos, como a manteiga, por exemplo.

De acordo com seu regulamento Técnico de Identidade e Qualidade, presente no Anexo IV, da Portaria 146 de 1996 do Ministério da Agricultura, o creme de leite é o produto lácteo relativamente rico em gordura retirada do leite por procedimento tecnologicamente adequado, que apresenta a forma de uma emulsão de gordura em água.

De acordo com sua RTIQ, a classificação dos diferentes tipos de creme de leite pode ser baseada no teor de gordura e no tratamento térmico (UHT ou pasteurização) ao qual o produto foi submetido. De acordo com o teor de gordura, o produto é classificado como: Creme de baixo teor de gordura ou creme leve (entre 10 a 19,9 g de gordura por 100 g de creme), como Creme (entre 20 e 49,9 g por 100 g de creme) e como Creme de alto teor de gordura (>50 g de gordura por 100 g de creme). Ainda de acordo com a RTIQ, em relação a sua denominação de venda, o creme de leite poderá ser chamado de duplo creme ou de creme para bater, quando tiver, respectivamente, 40 % m/m e 35 % m/m de gordura.

A produção do creme de leite compreende as seguintes etapas:

Separação - onde o creme é separado do leite por meio da centrifugação;
Padronização - onde o teor de gordura é reajustado afim de classificar o produto de acordo com seu teor de gordura;
Tratamento térmico - podendo ser aplicado os processos de pasteurização e ultra alta temperatura (UAT), visando inativar microrganismos e aumentar seu shelf life;
Homogeneização - processo que visa a redução do tamanho dos glóbulos de gordura, evitando assim, a separação de fases do produto, principalmente do creme de leite submetido pelo processo UAT.
Vale ressaltar, que para produção de chantili e de manteiga, deve-se utilizar o creme pasteurizado não homogeneizado, uma vez que a homogeneização reduz o tamanho dos glóbulos, dificultando a formação de espuma do chantilly e o rendimento da manteiga.

A manteiga constitui um dos derivados lácteos mais consumidos no país. De acordo com a Portaria 14 de 1996 do MAPA, a manteiga é o produto gorduroso obtido exclusivamente pela bateção e malaxagem, com ou sem modificação biológica do creme pasteurizado derivado exclusivamente do leite de vaca, por processos tecnologicamente adequados. A matéria gorda da manteiga deverá estar composta exclusivamente de gordura láctea.

Ainda de acordo com a Portaria, a manteiga pode ser classificada como:

Manteiga Extra: é a manteiga que corresponde à classe de qualidade I da classificação por avaliação sensorial, segundo Norma FIL. 99A 1987;
Manteiga de Primeira Qualidade: é a manteiga que corresponde à classe de qualidade I da classificação por avaliação sensorial segundo Norma FIL. 99A 1987. Além disso, o produto pode apresentar como denominação de venda: “Manteiga” ou “Manteiga sem sal”; “Manteiga salgada” ou “Manteiga com sal”; “Manteiga maturada” (adição de fermentos láticos).
Em relação ao teor de gordura da manteiga, a RTIQ estabelece teor mínimo de 82 % m/m de gordura, sendo que, para manteiga salgada a percentagem de matéria gorda não poderá ser inferior a 80 % m/m. Outro ponto relevante é que o regulamento permite no máximo 2g por 100g de sal para produção de manteiga salgada.

Em resumo, a produção de manteiga envolve diferentes etapas, como:

Maturação (opcional) - ocorre através da adição do fermento lácteo, permitindo assim a maturação da manteiga em condições controladas (em torno de 15°C por 15 horas);
Batedura - realizado em batedeiras ou mantegueiras, como objetivo de separar os grãos de manteiga e o leitelho;
Malaxagem - com objetivo de pulverizar a parte aquosa que ainda está presente nos grãos, evitando assim, a oxidação da manteiga.

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Agradecimentos a CAPES, CNPq, FINEP, FAPEG e IF Goiano pelo apoio a realização da pesquisa.

Autores
Leandro Pereira Cappato
Kamilla Rezende de Pinheiro Santos
Marco Antônio Pereira da Silva

Referências
BRASIL. Mistério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Portaria Nº 146. Aprovar os Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade dos Produtos Lácteos em anexo. Brasília, DF: 7 DE MARÇO DE 1996. Diário Oficial da União, Brasília, 1996

AR – Aumentou o número de vacas em 2023, embora o rebanho tenha caído 35% em relação ao recorde de 2006/07

Produção/AR – O rebanho leiteiro da Argentina cresceu levemente no ano passado, revertendo a tendência negativa dos últimos três anos.

O documento divulgado pela consultoria Mi Lechería relata a evolução do rebanho leiteiro dos últimos anos e a importância do manejo nas fazendas leiteiras na sustentação da atividade.

No ano passado foram contabilizadas, segundo o documento, 1.588.902 vacas nas fazendas da Argentina, o que representou incremento de 4% em relação a 2022. Este dado se opõe à versão alarmante, que em meio da crise de rentabilidade da produção de leite, dava conta de que houve a liquidação de muitos rebanhos leiteiros.

O recorde de animais em produção das últimas décadas ocorreu em 2006 e 2007, quando foram contabilizadas 2.150.000 cabeças, ou seja 35% a mais de vacas em ordenha do que existe atualmente.

Apesar da queda, o nível da produção nacional se mantém e até registrou um leve aumento em relação àqueles anos, graças à maior produtividade animal. De qualquer forma, esta produtividade tem limites biológicos, sendo, portanto, fundamental aumentar o número de animais em ordenha.

Segundo os engenheiros agrônomos Francisco Candioti e Javier Baudracco, integrante da Mi Lechería e docentes da Faculdade de Agronomia de Esperanza, “qualquer empresa de produção leiteira deve ter como um dos objetivos centrais, manter um crescimento genuíno e sustentável do rebanho no tempo (crescer todos os anos) e conseguir a cada ano a maior taxa de crescimento possível”.

Disseram que o crescimento do rebanho tem diferentes leituras. “Existe um crescimento vertical no qual as novilhas ficam na mesma propriedade com aumento da carga animal, permitindo a otimização de recursos e a diluição de alguns custos, até o limite que se considere conveniente. E existe outro horizontal, que vem depois de esgotado o crescimento vertical, e as novilhas excedentes são enviadas para outras fazendas que irão replicar o modelo de sucesso do primeiro”.  

Os especialistas recomendaram “vender novilhas excedentes quando, eventualmente, for alcançado o crescimento horizontal ótimo, agregando mais renda através da venda de carne procedente de fazendas leiteiras”.

O aumento da quantidade de vacas e novilhas nas fazendas deve ter estrita relação com o processo de concentração em unidades produtivas maiores e mais eficientes.

Esse mesmo processo de concentração e melhora da produtividade animal foi o que permitiu sustentar a quantidade de leite produzida na Argentina, em torno de 11 bilhões de litros anuais, conforme mantido nas últimas décadas.

“A produção anual de leite por vaca cresceu e compensou, em termos físicos, estes anos de queda no número de vacas”, explicou Candioti e Baudracco.

“O crescimento do rebanho leiteiro nacional é realizado em cada estabelecimento. É um desafio para toda a leiteria argentina”, consideraram. “Para que o rebanho leiteiro nacional aumente, o número de vacas deve crescer anualmente nas fazendas leiteiras, em percentual suficiente para compensar (ou ainda reverter) o desaparecimento paulatino das fazendas leiteiras, fenômeno que, assim como na Argentina, vem ocorrendo em outros países com sistemas de produção de leite mais desenvolvidos”, acrescentaram.   

Fonte: Bichos de Campo – Tradução livre: www.terraviva.com.br 


Jogo Rápido

Piracanjuba anuncia sua nova marca corporativa, o Grupo Piracanjuba
Com o propósito “Cuidado que alimenta a vida”, o Grupo Piracanjuba chega para consolidar a estratégia de governança da empresa, que em movimentações recentes tornou-se uma S.A., constituindo uma presidência e efetivando seu Conselho Consultivo, além de criar uma política de investimentos contínuos na formação de pessoas. O Grupo Piracanjuba, agora, reúne as marcas Piracanjuba, LeitBom e as licenciadas Almond Breeze, Ninho e Molico (leite longa vida), abrangendo as áreas de lácteos, bebidas vegetais, agricultura e formação técnica de produtores de leite. “Desde 1955, conquistamos o respeito de todos fazendo sempre o melhor para as pessoas, para os nossos parceiros e para o planeta, porque simplesmente somos apaixonados por fazer isso. Temos o privilégio de colocar na mesa de tantas famílias os melhores alimentos”, conta Luiz Cláudio Lorenzo, presidente do Grupo Piracanjuba. “Tudo isso levando em consideração que somos uma empresa genuinamente brasileira, que gera milhares de empregos e renda, e que prioriza entregar a máxima qualidade”, ressalta. A expectativa é que o Grupo Piracanjuba possa alcançar segmentos para além dos lácteos, ampliando a conexão com o consumidor e permitindo o desenvolvimento em outras categorias, marcas e negócios. “As mudanças foram devidamente planejadas, já que não abrimos mão da história e da conexão com os parceiros que construímos até aqui. Analisamos oportunidades do mercado, necessidades do consumidor e estamos abertos à novas aquisições e parcerias estratégicas que façam sentido para o Grupo Piracanjuba”, completa o presidente. O projeto de branding é assinado pela FutureBrand São Paulo, consultoria global de branding e experiência de marca. “Levamos o DNA familiar e o calor brasileiro, que fazem parte da essência da marca Piracanjuba, para o novo grupo. Com isso, fortalecemos as raízes ao passo em que miramos o amanhã, com oportunidades de crescimento e inovação”, analisa Ewerton Mokarzel, CEO e sócio da FutureBrand São Paulo. (As informações são do Grupo Piracanjuba)


 
 

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Porto Alegre, 20 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.087


GDT - Global Dairy Trade

Fonte: GDT adaptado pelo SINDILAT/RS


Liminar dá 2 meses para indústria adequar rótulos de alimentos

Anvisa havia prorrogado o prazo até outubro de 2024; Justiça Federal de SP determinou colocação de adesivos em rótulos embalagens antigas

São Paulo — Empresas fabricantes de alimentos têm 60 dias para incluir nos rótulos de embalagens de alimentos e bebidas o selo da lupa indicando altas quantidades de sódio, açúcar adicionado e gordura saturada. A decisão liminar é da Justiça Federal de São Paulo e atende a uma ação civil pública apresentada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Com a determinação judicial, a Anvisa não pode adotar novas medidas que, direta ou indiretamente, autorizem o descumprimento de prazos. A prorrogação havia sido determinada no último dia do prazo para adequação dos rótulos, em 9 de outubro de 2023,

Além disso, a decisão impede que as empresas fabricantes de alimentos processados e produtos ultraprocessados usem a autorização de esgotamento de embalagens e rótulos antigos e, assim, passem a utilizar adesivos para adequar os rótulos com o selo da lupa e a tabela nutricional.

A decisão do juiz Marcelo Guerra Martins, da 13ª Vara Cível Federal de São Paulo, considera que “é preciso resistir ao lobby de agentes econômicos que tentam compensar a própria incapacidade por meio de um protecionismo estatal que prejudica a coletividade, seja em relação aos consumidores, seja em termos de retardar a prevalência, na economia, das empresas dotadas de maior agilidade, eficiência, produtividade e capacidade de adaptação.”

Para o advogado Leonardo Pillon, do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec, a decisão liminar é uma resposta positiva para evitar influência política em decisões regulatórias.

Pillon também afirmou que a decisão de publicar a lupa no rótulo dos alimentos permite aos consumidores sobre o direito de realizar escolhas mais bem informadas sobre possíveis efeitos nocivos à saúde decorrentes do consumo de produtos ultraprocessados.

A Anvisa informou ao Metrópoles que ainda não foi intimada sobre a decisão judicial. Por isso, não pode se manifestar sobre o processo sem conhecer o conteúdo

O Metrópoles procurou a assessoria de imprensa da Anvisa para comentar a declaração e a decisão judicial. O espaço segue aberto.

Lupa nos rótulos
Em 2020, aprovação de uma resolução da Anvisa determinou o prazo de 3 anos para a adequação da indústria alimentícia às novas regras de rotulagem, com a inclusão do selo de uma lupa e da nova tabela de informação nutricional.

A maioria dos alimentos e bebidas processados e ultraprocessados devem apresentar o selo da lupa na parte da frente, com o aviso “alto em” açúcar adicionado, gordura saturada e/ou sódio.

Os produtos devem apresentar também a nova tabela nutricional, incluindo a informação de nutrientes por 100 ml ou 100 gr, para que a comparação entre produtos seja mais fácil para o consumidor.

Prorrogação do prazo
A regra já estaria valendo para a maioria dos produtos alimentícios; apenas pequenos produtores e bebidas não alcoólicas em embalagens retornáveis teriam mais tempo.

Porém, no fim do prazo de adequação, em outubro do ano passado, a Anvisa emitiu uma nova resolução permitindo que as indústrias esgotassem o estoque de rótulos e embalagens ainda não atualizadas às novas regras, até outubro deste ano.

As informações são do Metrópoles.

 

Justiça impede tributação de benefício fiscal

Em Minas Gerais, o juiz federal Flavio Bittencourt de Souza entende que a nova legislação criou “severas condicionantes”

A Justiça Federal de Minas Gerais afastou a tributação de Imposto de Renda (IRPJ) e CSLL sobre benefícios fiscais de ICMS. A liminar, umas das primeiras concedidas no Estado, é do juiz federal Flavio Bittencourt de Souza, da 1ª Vara Federal com Juizado Especial Federal (JEF) Adjunto de Sete Lagoas, em favor de uma fabricante de tecidos.

A companhia, beneficiária de crédito presumido de ICMS, alega no pedido que o tributo estadual não deve compor a base de cálculo dos impostos federais por ofensa ao pacto federativo, direito resguardado pela Constituição Federal e o Código Tributário Nacional (CTN). O valor da causa é de R$ 2 milhões.

A tributação passou a ser obrigatória para todos os tipos de incentivos com a Medida Provisória (MP) nº 1.185/2023, editada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e convertida na Lei nº 14.789/2023. Ela revogou o artigo 30 da Lei nº 12.973/2014, que instituía requisitos para as empresas não terem os benefícios tributados, como constituir uma reserva de lucros.

Segundo tributaristas, no caso do crédito presumido, a jurisprudência no Superior Tribunal de Justiça (STJ) é pela não tributação. Em dois julgamentos (REsp 1.517.492 e Tema 1182), os ministros entenderam que as empresas que têm crédito presumido não precisam seguir os requisitos do artigo 30 da legislação anterior. Essa benesse, no entanto, não se aplica a outros tipos de benefícios fiscais - para estes, é preciso seguir os requisitos.

Desde janeiro, com revogação do dispositivo, o governo federal igualou os tipos de benefícios e passou a tributar todos eles. Advogados defendem, porém, que os julgados do STJ são forte precedente para afastar a tributação do crédito presumido, mesmo com a nova legislação. Várias liminares têm sido concedidas para empresas não terem os benefícios de ICMS tributados pela União.

Em Minas Gerais, o juiz federal Flavio Bittencourt de Souza entende que a nova legislação do Ministério da Fazenda criou “severas condicionantes para a apropriação limitada de crédito de IRPJ” e impacta “sobremaneira o equilíbrio financeiro da empresa e colocando em risco o próprio escopo do incentivo estadual”.

“Se o fundamento em baila nos coloca no campo da não incidência tributária, carece razão à Fazenda Nacional ao instituir crédito ou qualquer outra desoneração de IRPJ e CSLL sobre os créditos presumidos de ICMS, eis que não havendo competência tributária, limitada que foi pelo pacto federativo, não há tributo e sem tributo não há favor fiscal”, diz (processo nº 6000273-38.2024.4.06.3812).

A empresa entrou com a ação dias após a publicação da Lei 14.789/2023, afirma a advogada Maysa Pittondo Deligne, sócia do escritório CPMG Advocacia, que atua no caso. Segundo ela, a empresa seguia as orientações o artigo 30 da lei anterior, que foi revogado. “Comprovamos que a mitigação do benefício fiscal poderia prejudicar o equilíbrio financeiro da empresa, com mais de 50% do crédito sendo tributado pela União”, diz.

A tributarista, que foi conselheira do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), alega que a nova lei além de tributar, restringe o aproveitamento do crédito.

“Não tivemos mais a possibilidade de dedução da base de cálculo de IRPJ e CSLL e o valor do crédito ficou limitado, de acordo com a forma do cálculo da lei e do procedimento de habilitação prévia junto à Receita Federal.”

Ela ainda ingressou, para a mesma empresa, com outro mandado de segurança para discutir a suspensão do PIS e da Cofins, por “estratégia processual”, já que o tema será julgado em repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em nota, a Procuradoria-Geral Fazenda Nacional (PGFN) afirma que vai recorrer da decisão. Para o órgão, a nova regra “não padece de qualquer vício de inconstitucionalidade e decorre de uma reformulação da política fiscal federal para atender a preceitos constitucionais, financeiros e orçamentários, reforçando a transparência e responsabilidade fiscal na concessão de benefício fiscal, sem erodir a base fiscal e as receitas tributárias repartidas entre União, Estados e municípios”.

De acordo com o advogado Marcos Ortiz, sócio do Madrona Fialho Advogados, o crédito presumido é diferente dos outros tipos de benefícios porque consiste em uma “renúncia definitiva” do Estado em arrecadar o imposto. Nos outros tipos de benefício, como diferimento, redução de alíquota ou base de cálculo, a desoneração é compensada na etapa seguinte da cadeia. Por isso, tributar o crédito presumido seria ferir o pacto federativo. “A União toma para si uma parte da receita da qual o Estado abriu mão para impulsionar a economia e a geração de empregos”, diz.

Na visão da advogada Bruna Marrara, sócia do Machado Meyer, a essência dos julgados do STJ não é afetada pela nova lei. “Os argumentos que fundamentam a decisão do STJ, principalmente em relação ao crédito presumido, são de ordem constitucional que não foram alterados por essa nova legislação. Continuam válidos. Por isso os tribunais têm dado liminares contra a Lei nº 14.789", afirma. (Valor Econômico)


Jogo Rápido

La Niña em 2024: tudo o que sabemos sobre a chegada do fenômeno
Com o El Niño cada vez mais fraco, as condições climáticas indicam que o tempo caminha para uma situação de neutralidade no Pacífico, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), o principal órgão de monitoramento dos fenômenos, que é ligado ao governo dos Estados Unidos. A possibilidade de a transição de El Niño para neutralidade acontecer entre abril e junho de 2024 é de 79%, informa o boletim mais atualizado da NOAA. Em paralelo, há 55% de chance do La Niña se estabelecer entre junho e agosto deste ano. O fenômeno La Niña se caracteriza pela queda de mais de 0,5°C na temperatura da porção equatorial do Oceano Pacífico. Quando o fenômeno está ativo, o volume de chuvas costuma diminuir no Sul do Brasil - causando estiagem em muitos casos - e aumentar nas regiões Norte e Nordeste do país. No Sudeste e no Centro-Oeste, não há uma correlação tão clara, mas aumentam as chances de ocorrência de períodos frios e chuvosos. Caso o fenômeno se confirme, a primeira coisa que o La Niña pode causar é o atraso no início do período úmido na região central do Brasil, afirma Desirée Brandt, meteorologista da Nottus. Porém, diferentemente do El Niño, quando essa chuva chegar, ela deve cobrir uma área maior, e não apenas pontual, com chuvas fortes apenas em pontos específicos. As invernadas no centro do Brasil também ganham força. Isso significa dias consecutivos de chuva persistente, abrangente e volumosa, além de haver pouca incidência de luz solar, o que pode prejudicar as plantas que precisam de luminosidade. Esse quadro favorece o surgimento de doenças fúngicas e atrapalha os trabalhos de campo e a logística da safra nas estradas. A região Sul, especialmente o Rio Grande do Sul, pode sofrer com a volta das secas. No entanto, o momento não é para alarmismo, afirma Willians Bini, chefe de comunicação da Climatempo. Os especialistas destacam que os efeitos do La Niña nunca são percebidos com muita força no primeiro ano de ocorrência do fenômeno. “Mesmo que o La Niña seja de forte intensidade, os efeitos não são instantâneos. Isso porque a atmosfera tem um 'delay' a partir do momento em que o fenômeno se estabelece”, explica Brandt, da Nottus. O último La Niña ficou ativo entre 2020 e 2023. Em alguns meses de 2021, ele atingiu categoria de nível moderado e causou secas históricas em lavouras de milho e soja no Sul do país. Segundo especialistas, o quadro pode se repetir caso o fenômeno se mantenha até 2025. As perspectivas são melhores também na região Norte, que em 2023 enfrentou uma seca histórica e sem seu período de cheia. Segundo Desirée, o verão vai se encerrar com os níveis dos rios ainda baixos, mas a tendência é que a normalidade das chuvas volte à região com o fim do El Niño. As informações são do Globo Rural, adaptadas pela equipe MilkPoint.


 
 

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Porto Alegre, 19 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.086


Uruguai: exportações de lácteos caem em relação ao ano anterior

As exportações de produtos lácteos caíram 7% em janeiro, em comparação com o mesmo mês do ano passado, principalmente como resultado de uma queda nas vendas de leite em pó integral e desnatado, bem como de manteiga.

O Instituto Nacional do Leite (INALE) publicou o relatório sobre as exportações de lácteos para o mês de janeiro, que explica que a queda no volume de negócios está estritamente relacionada à queda nos preços.

No total, em janeiro, foram exportados US$ 82,3 milhões FOB -free on board-, totalizando uma queda de 7%. Detalhando cada produto, as exportações de leite em pó integral foram de US$ 53 milhões, apesar da queda de 7%; as exportações de leite em pó desnatado caíram em 3%, para US$ 4,5 milhões; as exportações de manteiga foram de US$ 5,9 milhões após uma queda acentuada de até 34%; enquanto o queijo foi o único produto com um faturamento maior, cerca de US$ 12,5 milhões após um aumento de 18% em relação ao ano anterior.

Em relação ao ano anterior, o preço do leite em pó integral subiu 1%, para US$ 3.333 por tonelada; o leite em pó desnatado caiu 6%, para US$ 2.963 por tonelada; o queijo, 1%, para US$ 4.943 por tonelada; e a manteiga subiu 5%, para US$ 4.803 por tonelada.

Volumes exportados cresceram

Os embarques de leite em pó integral totalizaram 15.890 toneladas (aumento de 5%); os embarques de leite em pó desnatado aumentaram 23%, para 1.517 toneladas; os embarques de queijo aumentaram 21%, para 2.519 toneladas; enquanto os embarques de manteiga caíram 27%, para 1.228 toneladas.

Entre os principais destinos dos produtos lácteos uruguaios, o Brasil foi responsável por 50% dos embarques totais, seguido em segundo lugar pela Argélia, com 15%, e o México completa o pódio com 4%.

Mais uma vez, o principal comprador de leite em pó e queijo foi o Brasil, enquanto o principal importador de manteiga foi mais uma vez a Rússia.

As informações são do Ámbito, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.


RECONHECIMENTO | LATICINIOS BELA VISTA CONQUISTA SELO MAIS INTEGRIDADE AMARELO

Os Laticínios Bela Vista - Piracanjuba dão garantias das práticas de integridade, ética, responsabilidade social e sustentabilidade ambiental.

Práticas de integridade, ética, responsabilidade social e sustentabilidade ambiental… esses temas são mais do que assuntos ideológicos, são práticas diárias do Laticínios Bela Vista.

Como forma de reconhecimento a essas iniciativas, a empresa conquistou em 2022, pela primeira vez, o Selo Mais Integridade, cor verde, concedido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Um ano depois, com a validação das ações e reenvio dos documentos comprobatórios, a autenticidade do selo foi renovada e agora, temos nova classificação: empresa com Selo Mais Integridade, na cor amarela, que significa um nível avançado em relação ao verde.

Receber o Selo Mais Integridade Amarelo representa um reconhecimento de trabalho contínuo do Laticínios Bela Vista, que concentra esforços para adotar políticas de governança e gestão eficientes, sempre com você, colaborador, caminhando junto. “O Selo Mais Integridade faz a diferença para conquistarmos ainda mais confiança junto aos consumidores, entidades parceiras, instituições públicas e financeiras e mercados internacionais”, destaca o gerente de Auditoria Interna e Compliance, Adriano Ferrer Pinto.

Nos próximos anos, o Laticínios Bela Vista quer trabalhar em prol da manutenção do Selo Mais Integridade, já que, apenas as empresas que adotam práticas sérias e contínuas de governança permanecem com a concessão do Mapa.

As informações são da Piracanjuba via Edairy News

EUA – Demanda fraca e aumento da concorrência limitou as exportações de lácteos em 2023 

Exportações/EUA – Demanda em queda, junto com o aumento da concorrência da União Europeia (UE) e Nova Zelândia fizeram com que as exportações de produtos lácteos dos Estados Unidos da América (EUA) declinassem 7% em equivalentes sólidos de leite (MSE) em 2023. Os fatores  que complicaram o crescimento das exportações de lácteos estadunidenses foram consistentes durante a maior parte do ano: inflação elevada, crescimento econômico decepcionante em importantes mercados de exportação (particularmente a China), redução da demanda de soro de leite pela China diante do estrangulamento da suinocultura, aumento da produção de leite na UE e Nova Zelândia, e redução das compras de leite em pó integral (WMP) pela China, fazendo com que a Nova Zelândia alterasse o mix de produtos, redirecionando as exportações para os principais mercados dos EUA.

As exportações dos EUA terminaram o ano em US$ 8,11 bilhões, em valor, o segundo maior da série histórica, mas 16% abaixo do recorde de 2022. O recuo foi registrado tanto em volume como em valor.

Apenas duas grandes categorias tiveram crescimento em 2023: Proteína Concentrada (WPC80+) e Lactose. Em todo o ano, o volume de WPC80+ saltou 18% (+11.619 toneladas) em comparação com 2022, atingindo o recorde de 75.848 toneladas.

Impulsionada pelos ganhos no primeiro trimestre, os embarques de Lactose subiram 5% (+20.890 toneladas) para chegarem ao recorde de 471.918 toneladas no ano. Fonte: USDEC – Tradução livre: www.terraviva.com.br


Jogo Rápido

Mudanças climáticas: efeitos e soluções para a produção de leite
As mudanças climáticas têm impactos significativos na produção de leite. O setor leiteiro é sensível às variações climáticas devido à influência direta sobre os fatores que afetam a produção de alimentos para os animais, as condições de conforto térmico e a saúde dos rebanhos. Variações nas condições de pastagem, estresse térmico, disponibilidade de água, impacto na saúde animal e flutuações nos preços dos insumos são alguns dos pontos impactados pelo clima. Para lidar com esses desafios, os produtores de leite estão adotando práticas sustentáveis, investindo em infraestrutura para melhorar o conforto térmico dos animais, explorando alternativas de alimentação mais resilientes e implementando estratégias de gestão adaptativa.  Além dessas medidas, que são essenciais para garantir a resiliência do setor leiteiro diante das mudanças climáticas, estar atento ao que pode surgir para mitigar os efeitos do clima é essencial. Diante desse cenário desafiador, o Interleite Sul 2024 vai abordar, no segundo painel do evento, o tema “Mudanças climáticas no Sul do país: efeitos e soluções”, trazendo especialistas no assunto.  Não perca a oportunidade de participar e estar por dentro das últimas novidades e tendências do setor leiteiro que serão ferramenta para moldar o futuro da sua produção. Garanta sua vaga agora mesmo! Os associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) têm 10% de desconto garantido para compra de ingressos para o 16º Fórum MilkPoint Mercado, clicando aqui. (Milkpoint)


 
 

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Porto Alegre, 16 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.085


Chile – Foi inaugurado o primeiro Museu interativo do leite

Museu interativo do leite – No dia 7 de fevereiro o Parque Saval de Valdívia abriu suas portas para o primeiro Museu interativo do Leite no Chile, que mostrará por dentro a produção de leite no Chile e no mundo, desde sua origem até a atualidade.

O lugar terá acesso gratuito e em seu interior apresentará uma sala especialmente habilitada com monitores, esquemas didáticos e uma vitrine com objetos históricos.

A ideia surgiu dentro da Associação dos Produtores de Leite da Região de Los Ríos (Aproval), como parte do projeto apresentado ao Município de Valdivia em 2017, com o objetivo de construir dependências administrativas da associação no interior do Parque Saval.

“Esta proposta incluía a incorporação de um museu do leite aberto à comunidade, explica José Luis Delgado, gerente da Aproval. Mas essa ideia de um museu tradicional com artefatos antigos que coletamos entre nossos associados foi mudando até um espaço de exposição que oferecesse uma proposta mais interativa e com uma abordagem mais pedagógica para que o visitante pudesse conhecer como se produz o leite, como é processado e qual sua contribuição para uma nutrição sustentável”.

A mostra também incorpora dados estatísticos relevantes, como a importância setorial de Los Ríos que produz 1 de cada 3 litros de leite do Chile e a participação regional na produção nacional de queijo que chega a 59%.

Através de um sistema de painéis móveis é possível conhecer a presença do leite em diferentes culturas como na antiga Mesopotâmia, Egito e Roma, bem como é possível conhecer a origem da lenda da Via Láctea e o porquê de sua representação celeste.

Depois é realizado um zoom para a história da produção de leite nacional e regional, desde a chegada das primeiras vacas com os conquistadores espanhóis em 1560, até a criação do Consorcio Lechero, passando pela Lei de Pasteurização do Leite, a fundação de Colun ou a criação do “leite Purita”.

A presidenta da Aproval, Paulina Carrasco, enfatiza que o museu estará aberto ao público em geral, e espera desenvolver um trabalho especialmente focado para estudantes através de visitas guiadas. “Atrás deste projeto existe um interesse especial de difundir como se produz um dos alimentos mais importantes de nossa alimentação. Como produtores de leite temos a responsabilidade e nos interessa compartilhar este apaixonante mundo com a comunidade”.

O presidente do Consorcio Lechero, Sergio Niklitschek, parabenizou o associado Aproval pela iniciativa inovadora de criar o Museu do Leite em Valdívia, para ressaltar a importância cultural e econômica da indústria de laticínios. “O museu não somente preserva a história, mas também educa sobre os benefícios nutricionais do leite e leva um pedacinho do campo para a cidade, para mostrar aos visitantes locais e turistas, o processo de produção de leite e seu impacto na comunidade”.

O museu está localizado na Avenida Miguel Aguero S/N, Ilha Teja, no interior do Parque Saval. O horário será de segunda a sexta de 9 às 15:30 horas.

Fonte: DiarioLechero – Tradução livre: www.terraviva.com.br


O microbioma: a próxima grande fronteira no melhoramento do gado

A produção de carne bovina e leite fez enormes progressos, melhorando a saúde e a produtividade do gado através da genética, nutrição, práticas de manejo, imunizações e medicamentos. Agora, os investigadores estão se concentrando em outra área potencial de oportunidades: o microbioma, e como este pode ser influenciado mesmo antes do nascimento.

Qual é o microbioma? É uma coleção de pequenos organismos – como bactérias, fungos, vírus e seus genes – que vivem juntos num sistema corporal. Na produção de gado, tendemos a nos concentrar muito no microbioma ruminal, porque sabemos o quão importantes esses micróbios ruminais são para promover uma digestão eficiente e saudável que subsequentemente impacta o desempenho animal tanto no gado de corte quanto no de leite.

Mas pesquisadores da Universidade Estadual de Dakota do Norte (NDSA) estão explorando como os microbiomas de outros sistemas corporais também podem influenciar o desempenho do gado. Cada sistema do corpo físico possui um microbioma, e os pesquisadores da NDSU observam que a microbiota dos tratos respiratório, gastrointestinal e reprodutivo há muito é reconhecida como importante para a saúde e a produtividade do gado.

Mais recentemente, os investigadores notaram que a microbiota do fígado, dos cascos e dos olhos também tem uma influência significativa na saúde do gado. Coletivamente, os microbiomas afetam o metabolismo, a função imunológica, a fertilidade e a utilização de nutrientes no gado.

Os investigadores da NDSU observam que os microbiomas em bovinos adultos – particularmente nos sistemas respiratório e ruminal bovino – tendem a ser muito resistentes, o que significa que reverterão à sua composição original após o término de uma intervenção. Isto é uma vantagem quando a intervenção é negativa, mas não tanto quando a intervenção se destina a alterar o microbioma de uma forma benéfica. Se essa intervenção positiva for interrompida, os seus efeitos geralmente não duram a longo prazo.

Uma abordagem mais eficaz, então, poderia ser alterar os microbiomas do gado a um nível fundamental. A pesquisa mais recente indica que a colonização microbiana em bezerros ocorre muito mais cedo do que se pensava originalmente e começa no útero.

Com base nessa premissa, os investigadores da NDSU estão a explorar formas de influenciar os microbiomas fetais através da nutrição das mães. Num estudo recente, publicado na revista Frontiers in Microbiology , eles examinaram se um suplemento vitamínico e mineral (VTM) fornecido a mães grávidas influenciava os microbiomas dos cascos, fígado, pulmões, cavidades nasais, olhos, vaginas e rúmen de seus descendentes.     

Em comparação com os bezerros de mães controle que não receberam o suplemento de VTM, foram observadas diferenças perceptíveis na microbiota ruminal, vaginal e ocular dos bezerros de mães suplementadas.

A equipe da NDSU está nos estágios iniciais de um novo estudo que analisa a composição da ração das mães – especificamente, as proporções de concentrados versus forragem – para determinar se as variações entre os dois afetam os microbiomas de seus descendentes.

Os pesquisadores veem o potencial na melhoria do microbioma pré-natal como um meio natural de influenciar positivamente a resistência a doenças, a reprodução, a eficiência alimentar e o impacto ambiental da produção de carne bovina e leiteira. Entre os resultados potenciais poderia estar o menor uso de antibióticos; fertilidade melhorada e eficiência reprodutiva; menores custos de alimentação; e redução das emissões de metano. (Dairy Herd)

Informativo Conjuntural - nº 1802 – 15 fev. 2024 

BOVINOCULTURA DE LEITE

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as altas temperaturas recentes afetaram o bem-estar e a produção dos animais. 

Em Dom Pedrito, os produtores com boa estrutura de potreiros e práticas de pastejo rotativo conseguem manter volumes significativos de leite, recebendo bonificações por qualidade. 

Em Candiota, o bom desenvolvimento de campos nativos e das pastagens de verão contribui para a nutrição das matrizes, apesar de quedas de luz causarem transtornos. 

Na de Caxias do Sul, a qualidade do leite produzido foi positivamente influenciada pelo tempo firme. Não houve acúmulo de barro em corredores ou áreas de espera, facilitando o processo de ordenha. As contagens de células somáticas e a contagem padrão em placas do leite produzido permaneceram dentro dos parâmetros exigidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). 

Na de Frederico Westphalen, a oferta de água para dessedentação dos animais e a limpeza dos equipamentos mostram indicadores satisfatórios tanto em quantidade quanto em qualidade. 

Na de Ijuí, em razão da menor oferta de forragem nas pastagens de verão, houve queda na produção de leite, especialmente nas propriedades de sistema a pasto. 

Na de Pelotas, as infestações de carrapato e mosca aumentaram por causa do calor, sendo necessários tratamentos preventivos. 

Na de Santa Maria, o rebanho de gado leiteiro está em boa condição nutricional em virtude da disponibilidade de pasto, e são previstas melhorias em razão das recentes chuvas. 

Na de Santa Rosa, começa a haver limitação da oferta de forragem nas pastagens de verão, agravada pela baixa precipitação pluviométrica persistente. Os produtores mantêm os tratamentos contra ectoparasitas em função da proliferação de mosca-dos-chifres, berne e carrapato nos rebanhos. 

Na de Soledade, o crescimento e rebrote de pastagens têm diminuído como consequência da restrição hídrica, aumentando a necessidade de suplementação com silagens ou fenos para manutenção do escore corporal. (As informações são da Emater/RS adaptadas pelo SINDILAT/RS)


Jogo Rápido

Previsão é de pouca chuva e temperaturas amenas para os próximos dias
Nos próximos dias, as temperaturas estarão mais amenas no Rio Grande do Sul. É o que aponta o Boletim Integrado Agrometeorológico 07/2024, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga. Na sexta (16/2) e sábado (17/2), o ingresso de ar mais quente úmido favorecerá o aumento da nebulosidade e da temperatura, o que deverá provocar pancadas de chuva, típicas de verão, na maior parte das áreas do Estado. No domingo (18/2), o tempo firme predominará na maioria das regiões; somente nos setores Norte e Nordeste deverão ocorrer chuvas isoladas. Entre segunda (19/2) e quarta-feira (21/2), o predomínio de uma massa de ar seco manterá o tempo firme e maior amplitude térmica, com valores mais baixos no período noturno e temperaturas próximas de 30°C durante o dia. Os volumes esperados deverão ser inferiores a 10 mm na Fronteira Oeste e na Campanha. No restante do Estado os totais previstos deverão oscilar entre 15 e 35 mm. O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia.


 
 

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Porto Alegre, 15 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.084


Sooro Renner anuncia novo CEO

Empresa líder nacional na produção de proteínas derivadas do soro de leite anunciou Eduardo Serra Ferreira como novo CEO.

A Sooro Renner, é reconhecida pela inovação em produtos como Soro em Pó, Whey Protein Concentrado, Isolado, Microparticulado e Permeado, anunciou recentemente a nomeação de Eduardo Serra Ferreira para a posição de CEO. Esta mudança de liderança marca o início de uma nova era, sucedendo ao Sr. William da Silva - acionista fundador e figura emblemática no crescimento e sucesso da organização.

Eduardo Serra Ferreira dará continuidade aos trabalhos

Engenheiro Químico com formação pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná e especialização em Engenharia de Alimentos, Eduardo Serra Ferreira traz consigo mais de duas décadas de experiência no setor. Antes de ser nomeado CEO, atuou como Diretor de Operações, sendo uma peça-chave no crescimento e na evolução da empresa. Com uma carreira destacada por desafios e inovações, Eduardo tem sido um protagonista na escalada da indústria no mercado de lácteos, especialmente na produção de Whey Protein e seus derivados.

O Sr. Wiliam da Silva deixa um legado de sucesso
Sob a liderança do Sr. William da Silva, a Sooro Renner expandiu significativamente sua capacidade produtiva e consolidou sua posição como líder no mercado brasileiro de soro de leite. A cultura empresarial forjada por ele, centrada no respeito às pessoas, na inovação e no compromisso com resultados de excelência, permanece como um legado valioso. Agora, dedicando-se ao Conselho Administrativo, ele continuará a influenciar a direção estratégica da organização.

Novas mudanças também foram anunciadas
Além da transição na liderança,  Sooro Renner anunciou outras mudanças significativas em sua estrutura de gestão. Claudio Hausen de Souza, anteriormente Diretor Comercial e de Marketing, assume o cargo de Vice-presidente Comercial e de Marketing. Arysson de Souza Pires, ex-Gerente de Planta, agora ocupa a posição de Diretor de Operações.

Nova fase marca os 23 anos da empresa
Em um momento em que a organização celebra 23 anos de existência, estas mudanças estratégicas são vistas como fundamentais para impulsionar ainda mais o crescimento e a inovação da marca. O novo CEO, Eduardo Serra Ferreira, enfatiza a importância de manter a cultura de inovação da organização, buscando aprimorar processos e explorar novas oportunidades no mercado.

Assim, com essas transformações, a organização se prepara para uma nova fase de conquistas e realizações, mantendo-se fiel aos seus valores e à missão de oferecer nutrição que gera resultados. Este momento de transição é também uma oportunidade para agradecer ao Sr. William da Silva por sua dedicação e liderança exemplar, desejando sucesso ao novo CEO e à equipe diretiva nessa nova jornada. (Sooro Renner)


'Sem clareza': marcas de bebidas à base de plantas da Índia se afastam dos termos convencionais de laticínios

As marcas de bebidas à base de plantas na Índia continuam a evitar a utilização de termos convencionais de produtos lácteos nos rótulos dos seus produtos até que os reguladores emitam maior clareza sobre o que é permitido.

Em 2020 e 2021, a Autoridade de Padrões e Segurança Alimentar da Índia (FSSAI) anunciou a proibição do uso de termos lácteos convencionais, como “leite” e “queijo” para produtos à base de plantas. Também instruiu os fabricantes de produtos vegetais a modificar os rótulos de todos esses produtos e as plataformas de comércio eletrônico para retirá-los também.

Esta ordem foi suspensa com sucesso pelo Tribunal Superior de Delhi no final de 2021, depois que cinco empresas entraram em ação. Apesar disso, a incerteza da indústria permanece até hoje.

“A proibição ainda é essencialmente uma moção em audiência no tribunal neste momento”, disse Rohit Jain, cofundador e CEO da Drums Food International, que foi uma das cinco empresas que contribuíram para a suspensão da proibição inicial, ao FoodNavigator . -Ásia . “No momento ainda não há total clareza sobre essas regulamentações por parte dos reguladores, e adotamos a postura de que respeitamos a decisão. “Portanto, até que haja clareza, permaneceremos em conformidade com o pedido inicial e pararemos de usar o termo ‘leite’ para nossos produtos de aveia e amêndoa – passamos a usar outros termos, como ‘bebida’. Na verdade, 'bebida' foi uma das sugestões feitas pela FSSAI quando a proibição foi emitida, destacando-a como uma nomenclatura que era 'indicativa da verdadeira natureza do análogo lácteo'. A Drums Food International não é a única empresa a fazer esta mudança – muitas empresas de bebida à base de plantas no país, incluindo empresas estabelecidas e novas start-ups.

A start-up Alt Co, que possui uma ampla gama de produtos à base de plantas, também optou por fazer algo semelhante. Ela usa o termo 'Mlk' ou 'Drink' nos rótulos dos produtos, mas ainda se refere a eles como Alt Milk, Soy Milk ou Almond Milk em seu site. Uma recente vitória da marca de leite vegetal Oatly, no Reino Unido, contra a entidade comercial Dairy UK, após quatro anos, permitindo-lhe continuar a usar a palavra “leite” nos rótulos e marketing dos seus produtos, tem sido uma rara centelha de esperança para a fábrica. indústria baseada.

O caso foi aberto pela Dairy UK contra o uso de 'leite' no slogan 'Post Milk Generation' da Oatly, que está impresso em suas embalagens - mas foi decidido que isso foi usado como parte de um slogan e não como uma real descrição dos produtos. Os produtos vegetais do Reino Unido também estão proibidos de usar termos lácteos convencionais em seus rótulos. (Dairy Herd)

Bezerro resistente ao BVDV criado por meio de edição genética

A aplicação da edição genética em bovinos abriu outra fronteira: a resistência à diarreia viral bovina (BVDV).

Pesquisas anteriores de edição genética produziram bezerros sem chifres que não necessitam de descorna, e bezerros com pelagem de cor mais clara que são mais tolerantes ao estresse térmico. Agora, pesquisadores do USDA, em cooperação com a Universidade de Nebraska, concluíram um extenso estudo que produziu um bezerro que provou ter suscetibilidade reduzida ao BVDV.

O vírus BVD continua sendo uma das doenças bovinas mais desafiadoras do mundo. Afeta a saúde animal de várias maneiras porque pode prejudicar o trato gastrointestinal, o sistema respiratório e as funções reprodutivas. Também pode ser um flagelo silencioso, porque os animais persistentemente infectados (PI) podem transmiti-lo silenciosamente aos companheiros de rebanho, ao mesmo tempo que parecem perfeitamente saudáveis.

O BVDV também é um vírus astuto. As vacinas contra ele estão disponíveis há décadas, mas a sua “extensa diversidade antigênica nas estirpes de BVDV circulantes no campo representa um desafio para tornar estas vacinas amplamente protectoras”, de acordo com investigadores do USDA.

Neste projeto, os pesquisadores usaram a tecnologia de edição genética CRISPR/Cas9 para substituir 6 aminoácidos no gene CD46. O gene CD46 bovino é a visão dentro da célula à qual o vírus BVD se clava e ganha entrada para infectar e replicar em um novo animal hospedeiro.

Embriões clonados de gado Gir foram utilizados no experimento. (Gir é uma raça Zebu e uma das raças de gado mais proeminentes na Índia). As células editadas foram transferidas para alguns dos embriões, enquanto a outra metade permaneceu sem edição e serviu como controle “do tipo selvagem”. Oito de cada tipo de embrião foram implantados em vacas receptoras.

Das gestações resultantes, um feto editado e um feto não editado foram colhidos aos 100 dias para avaliar a resistência ao BVDV de células de vários sistemas corporais. No final das contas, uma gravidez a termo resultou de um embrião editado, e o bezerro nasceu por cesariana aos 285 dias de gestação.

Como nenhum nascimento vivo resultou de embriões não editados, o bezerro editado foi associado logo após o nascimento com um bezerro Holandês recém-nascido de um rebanho leiteiro comercial. 

Ambos os bezerros foram avaliados quanto à suscetibilidade ao BVDV em nível celular através de amostras de tecido e sangue. O par de bezerros também foi exposto diretamente ao BVDV de um bezerro PI vivo que foi alojado no mesmo quarto que eles por 7 dias quando o par de estudo tinha 10 meses de idade.

Entre os resultados do estudo:

Células do rim, pulmão, intestino delgado, esôfago, fígado e células cardíacas do feto editado mostraram suscetibilidade significativamente menor ao BVDV em laboratório, em comparação com o feto não editado.

As amostras de tecido vivo mostraram que o bezerro editado teve uma redução significativa na suscetibilidade ao BVDV nos três tipos de células testados – fibroblastos da pele, linfócitos e monócitos – em comparação com o bezerro controle não editado.

Quando expostos ao vírus BVD através do bezerro PI vivo, ambos os bezerros do estudo tiveram febre, mas o bezerro editado não apresentou os sintomas adicionais apresentados pelo bezerro de controle, que incluíam tosse, rinite, vermelhidão e irritação ao redor das narinas. A viremia do BVDV foi detectada no sangue de ambos os animais, mas durou 28 dias no bezerro controle e apenas 3 dias no bezerro editado, que também apresentou um nível significativamente menor de carga total de infecção.

Aos 20 meses de idade, o bezerro editado estava saudável e próspero, e não apresentava edições genéticas “fora do alvo” (não intencionais) como resultado da edição no alvo.

No geral, o estudo mostrou que a medida de edição genética não tornou o bezerro totalmente imune ao BVDV, mas melhorou significativamente a capacidade do bezerro de resistir ao desafio viral. A aplicação comercial de tal tecnologia ainda não evoluiu, pois este é o primeiro estudo de “prova de conceito” que avalia a prática da edição genética para desenvolver resistência ao BVDV.  

Mas os investigadores salientaram que a capacidade de ajudar o gado a resistir ao BVDV tem implicações potencialmente de longo alcance. A saúde e o bem-estar dos animais poderiam ser melhorados e as perdas de produção minimizadas. Além disso, o procedimento poderia reduzir o uso de antibióticos na produção animal porque o BVDV muitas vezes leva a infecções secundárias que requerem terapia antibiótica.

O estudo também é o primeiro a comprovar a capacidade da edição genética de reduzir o impacto de uma doença viral em geral. À medida que mais trabalho for realizado, o procedimento poderá ser potencialmente replicado para minimizar também outras doenças virais.  (Dairy Herd)


Jogo Rápido

Produtores americanos visitam a CCGL
A Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) recebeu a visita de 37 produtores americanos, todos formados na Kansas State University. Sob a mediação da empresa Agro Connection, os produtores foram recepcionados pela direção e gerência da cooperativa. Durante a visita, os participantes foram conduzidos por uma apresentação institucional, seguida de uma visita à indústria de lácteos e ao campo experimental da Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL), onde puderam conhecer todas as áreas de pesquisa e acompanharam uma apresentação prática, ministrada pelos pesquisadores. A visita, intermediada por Carlos Bonini Pires, pós-doutor na Kansas State University, e o engenheiro agrônomo Alexandre Tonon Rosa, que atua na Bayer em Nebraska, foi composta por um grupo de pessoas dedicadas à agricultura. Bonini explicou que este grupo é constituído principalmente por produtores e pecuaristas do Kansas, com alguns representantes produtores de amêndoas da Califórnia.Um dos visitantes, Kent Ott, produtor do Kansas, expressou sua admiração pela estrutura da CCGL, destacando a modernidade da indústria de lácteos. "Fiquei muito impressionado com o cuidado, com a higiene e a automação na indústria de lácteos. No campo, a oportunidade de visualizar os estudos de forma prática, especialmente com uma trincheira para uma visão detalhada do solo, foi extremamente atrativa", comentou Ott. A visita faz parte de uma viagem que inclui outros roteiros e começou no último dia 5. Os visitantes estão imersos em uma série de experiências, desde a observação das culturas de café, laranja e flores até visitas a fazendas e empresas em várias regiões do Brasil. No RS, a CCGL esteve entre os locais escolhidos para a visita do grupo. No total, serão 14 dias de itinerário. (Jornal da manhã)


 
 

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Porto Alegre, 14 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.083


Importações de lácteos crescem em janeiro

A importação de lácteos do Mercosul começou em alta em 2024, mas o setor leiteiro está esperançoso de que um decreto federal em vigor desde 1º de fevereiro consiga mudar o panorama. 

Em janeiro, as compras de leite, creme de leite e laticínios totalizaram 72,63 milhões de dólares, 14,8% acima do apurado no mesmo mês de 2023. Em volumes, foram 21,7 mil toneladas, incremento de 27,8%, enquanto o preço por quilo diminuiu 10,2% (3,33 dólares/kg). A boa notícia é que os Estados da Região Sul reduziram as compras externas, tendo o Paraná à frente, com queda de 75,3%, seguido pelo Rio Grande do Sul (-21,2%) e Santa Catarina (0,1%). Na ponta compradora, Minas Gerais atingiu variação mensal de 101,8%. Os dados são da plataforma Comex Stat, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

A expectativa do segmento recai sobre o decreto 11.732, publicado em outubro passado e valendo desde o dia 1º, com benefícios tributários para agroindústrias, laticínios e cooperativas que adquirem produto nacional. A medida permite a utilização de até 50% dos créditos presumidos de PIS/Pasep e Cofins para a compra do leite in natura por empresas habilitadas no Programa Mais Leite Saudável, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). 

Conforme o decreto, os laticínios que beneficiam produtos a partir de leite in natura ou de derivados lácteos terão direito à totalidade do desconto. Já as pessoas jurídicas ou cooperativas não habilitadas no programa e/ou importadoras da matéria-prima terão 20% de concessão, conforme já prevê o regime fiscal vigente. O saldo poderá ser utilizado para compensação tributária ou ser ressarcido em dinheiro.

“O mês de fevereiro vai nos indicar se realmente o decreto vai surtir efeito ou efetivamente não vai trazer nenhum benefício a mais e somente uma penalização para indústrias de laticínios, lembrando que mais de 80% das importações são feitas por tradings, destinadas para a indústria de alimentação, e não para laticínios”, disse o secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini.

Ao analisar a performance do segmento em janeiro, Palharini destacou que janeiro teve redução de 16% na importação de leite em pó integral, em relação a dezembro. “Já no leite em pó desnatado aconteceu o contrário: aumentamos as importações em quase 35% em janeiro”, afirmou. O dirigente do Sindilat pontuou que também chamou a atenção o incremento de cerca de 40% na importação de soro de leite na variação mensal de janeiro com dezembro e janeiro de 2023. Palharini cogita que o crescimento nessas importações possa ser uma antecipação de compras externas antes da entrada em vigor do decreto federal.

O vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Eugênio Zanetti, contou que a alta de janeiro já era esperada. “Já era de nosso conhecimento que iria bater todos os recordes, a exemplo do que foi dezembro”, disse. Zanetti recebeu relato de uma cooperativa de que as compras de leite em pó estão aquecidas, indicando uma mudança de rumo para o setor. Em 2023, a Fetag/RS promoveu atos em municípios fronteiriços com Uruguai e Argentina e pressionou politicamente o governo a adotar medidas com cotas de importação e aumento das alíquotas, para socorrer os produtores. 

“Então, é bem possível que, a partir de fevereiro, dê uma baixa nas importações e finalmente o preço comece a reagir devido à melhora na procura”, avaliou o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS), Eugênio Zanetti.

O secretário do Sindilat disse que a cotação do leite em pó está reagindo no mercado internacional, o que torna o produto brasileiro mais competitivo, mas há preocupação com a importação de queijos. “O parmesão da Argentina e do Uruguai chega hoje ao Brasil ao mesmo custo do nosso custo de produção”, comparou.

As informações são do Jornal da Manhã.


Preço de referência do leite na mão do produtor

Conseleite/RS e entidades estruturam calculadora virtual para que pecuaristas estimem o preço de referência da própria produção de acordo com os padrões de qualidade entregues por seu rebanho

Os produtores de leite do Rio Grande do Sul deverão ganhar, ainda ao longo do ano de 2024, uma ferramenta para projetar o preço que receberão da indústria pela matéria-prima que entregam. Amplamente utilizada por pecuaristas leiteiros dos estados do Paraná e de Santa Catarina, a calculadora virtual, como está sendo chamada pelo Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Rio Grande do Sul (Conseleite/RS), voltou à pauta de entidades, produtores e laticínios gaúchos.

“A planilha foi criada pela Universidade de Passo Fundo em 2012 e 2013. Era um projeto-piloto. Mas, na época, o conselho entendeu que o setor não estava maduro para utilizá-la”, recorda o novo coordenador do Conseleite/RS, Allan André Tormen. O produtor, que também é presidente do Sindicato Rural de Erechim e integra a Comissão do Leite e Derivados da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), retomou o assunto ao recentemente assumir a gestão do grupo para o biênio 2024/2025.

A ideia é que o instrumento seja disponibilizado nos sites do Conseleite/RS e das entidades representativas de produtores e de indústrias. O objetivo é permitir que o produtor entenda os parâmetros de remuneração de acordo com avaliação da qualidade do leite regida pelas instruções normativas 76 e 77 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “O produtor vai digitar, na planilha, os índices de gorduras, proteínas, a contagem de células somáticas (CCS), a contagem bacteriana total (CBT) e o volume comercializado por dia. A partir disso, terá um valor de referência para o leite produzido na sua propriedade”, explica Allan Tormen.

A calculadora virtual também deve revelar ao criador a representatividade de cada um dos itens de qualidade avaliados na formação do seu preço de referência. “O preço que a calculadora vai dar é para 100% do leite, mas será possível saber quanto por cento do ágio ou do deságio compete à gordura, à proteína, aos sólidos, à CCS e à CBT”, esclarece Tormen. De acordo com a legislação vigente, o leite padrão deve conter 3,5% de gordura, 3,1% de proteína, entre 400 mil e 500 mil células somáticas e menos de 300 mil CBT.

O secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), Darlan Palharini, informa que o tema está, agora, na Câmara Técnica e Econômica (Camatec) do Conseleite. “Estamos discutindo a calibração dos padrões de qualidade que serão adotados. O valor referencia será diferente para o produtor que vende, por exemplo, até 200 litros de leite por dia e para o que vende 500 litros por dia”, pontua. A estimativa é que o formulário esteja disponível ao campo até o final do primeiro semestre. Por enquanto, o trabalho se concentra na atualização de indicadores essenciais à inteligência da ferramenta.

De acordo com o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Eugênio Zanetti, a iniciativa valorizará o leite produzido no RS. “Estamos enxergando como uma boa ferramenta para dar suporte ao produtor, até para melhorar a questão da negociação com as indústrias”, avalia.

As informações são do Correio do Povo.

Prévia IBGE: captação de leite em sutil recuperação

De acordo com os dados preliminares da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, divulgados nesta sexta-feira (09/02), no 4º trimestre de 2023 a captação formal de leite no Brasil enfrentou uma recuperação em relação ao mesmo trimestre de 2022. Com uma estimativa de 6,43 bilhões de litros captados no último trimestre do ano, a recuperação anual foi de 1,8%, como mostra o gráfico 1, com uma diferença de mais de 112 milhões de litros de leite em relação ao ano anterior.

Gráfico 1. Captação formal: Variação em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do IBGE. 

É importante destacar que os dados para o 4º trimestre, que são prévios, poderão ser reajustados para a publicação dos dados oficiais (que devem ser publicados no dia 15/03).

Essa variação positiva de 1,8% se dá principalmente em relação à menor base comparativa do mesmo período de 2022, que tinha apresentado uma queda de 2,8%. Entretanto, quando comparamos o resultado do quarto trimestre de 2023 com os anos anteriores, o resultado obtido ainda ficou abaixo do observado no mesmo período entre 2017 e 2021, como pode ser observado no gráfico 2.

Gráfico 2. Volume da captação formal de leite no Brasil

Fonte: IBGE – elaborado pelo MilkPoint Mercado

Desta forma, com os resultados prévios do 4º trimestre, o ano de 2023 encerra com uma captação de leite 1,9% maior do que o resultado de 2022, com mais de 24,36 bilhões de litros de leite captados no ano. No entanto, assim como citado para o 4º trimestre, apesar da variação anual positiva, 2023 encerra com o 2º menor resultado anual desde 2018, ficando atrás somente de 2022. Evidenciando que, apesar da variação positiva, o resultado não mostra um avanço expressivo na captação formal de leite no Brasil frente ao histórico dos anos anteriores.

Em relação aos resultados mensais do 4º trimestre de 2023, outubro registrou a maior variação mensal, de 2,5%, obtendo um resultado muito semelhante com o mês de dezembro em relação ao volume captado.

Os resultados de cada mês podem ser observados na tabela a seguir:

Tabela 1. Captação mensal de leite no Brasil (Prévia)

Fonte: IBGE - elaborado pelo MilkPoint Mercado

Para 2024, ainda devem ser sentidos alguns reflexos da diminuição da principal fonte de renda (preço recebido pelo leite) dos produtores no 2ª semestre de 2023, sendo esperada uma aceleração do crescimento da produção de leite somente mais para o final deste ano, após um período que deve ser de melhora no rendimento dos produtores de leite.

Observação: os dados acima mencionados são em relação à prévia divulgada pelo IBGE, que pode ser acessada clicando aqui. A publicação definitiva, que será divulgada no próximo mês, poderá sofrer alterações. 

As informações são do Milkpoint


Jogo Rápido

Super Bowl dá grande impulso ao queijo americano
Quando chega o domingo do Super Bowl todo mês de fevereiro, Wisconsin Cheese sabe que os olhos estão voltados tanto para a TV quanto para o que está na mesa. Se você fizer as contas do queijo, Wisconsin produz 600 tipos, estilos e variedades de queijo, o que significa que há 600 opções de queijo. Com 126 milhões de lares nos EUA, os spreads de dois dias de jogo não precisam ser iguais. “Com amigos reunidos em torno da TV e papilas gustativas desejando algo extraordinário, Wisconsin Cheese está aqui para elevar a experiência do dia de jogo com queijos artesanais para uma vasta gama de combinações de tábuas de queijos”, disse Suzanne Fanning, CMO da Wisconsin Cheese. "Wisconsin fabrica 50% dos queijos especiais do país, o que significa que o The State of Cheese tem os queijos premiados para fazer com que cada spread marque pontos para os torcedores de qualquer time." (The Dairy site)


 
 

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Porto Alegre, 09 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.082


Checkoff apresenta novo programa de leite com chocolate quente para escolas

Nada se compara a uma xícara fumegante de chocolate quente para ajudar a se livrar do frio do inverno. É por isso que uma parceria da Dairy Checkoff está colocando leite com chocolate quente nas mãos dos alunos durante um piloto com uma empresa líder em serviços de alimentação escolar.

O National Dairy Council (NDC) e o Chartwells K12, que serve mais de 2 milhões de refeições diariamente em 700 distritos escolares dos EUA, lançaram o programa Leite com Chocolate Quente em 58 escolas. O piloto, que vai até o final do ano letivo, traz leite achocolatado – com coberturas como canela e hortelã – servido quente no café da manhã e no almoço.

A NDC começou a trabalhar com Chartwells K12 no ano passado, depois de desenvolver um programa de smoothies à base de laticínios. De acordo com o NDC, o programa piloto de smoothies foi um enorme sucesso e agora se tornou um recurso permanente para todas as escolas de Chartwells.

Lisa Hatch, vice-presidente de desenvolvimento de negócios do canal escolar da NDC, disse que o sucesso do programa de smoothies levou a uma pergunta “qual será a próxima grande novidade?” discussão entre os parceiros. Eles se concentraram no chocolate quente, que tinha um mercado global avaliado em US$ 3,8 bilhões em 2022 e deverá crescer para US$ 5,77 bilhões até 2030. Além disso, o chocolate é o segundo sabor de bebida mais popular no TikTok, com mais de 10,1 milhões de visualizações relacionadas a # Bebida de chocolate.

Hatch disse que algumas equipes de verificação estaduais e regionais já possuem estratégias bem-sucedidas de chocolate quente. Ela disse que esses programas tiveram, em média, aumentos de 14% nas vendas de leite e um salto de 11% na participação no café da manhã.

“Estamos sempre investigando oportunidades para melhorar a experiência do leite escolar, e foi daí que veio o piloto do smoothie”, disse Hatch. “Isso nos levou a observar as tendências e o chocolate quente surgiu da mesma forma que os smoothies. E olhando para os programas estaduais e regionais de chocolate quente, os resultados foram muito impressionantes.”

Chartwells K12 diz estar otimista de que o programa piloto de leite com chocolate quente será popular entre os estudantes e ajudará a aumentar a participação geral nas refeições nas escolas.

“A popularidade das bebidas especiais está aumentando e estamos trazendo uma opção saudável para atender a essa demanda nos refeitórios escolares”, disse Lindsey Palmer, nutricionista registrada que atua como vice-presidente de nutrição e relações industriais da Chartwells K12. “Com nosso novo conceito de leite com chocolate quente, os alunos podem desfrutar de uma bebida quente e divertida, repleta de nutrientes essenciais, tornando-a um deleite delicioso e saudável para ajudar as crianças a se fortalecerem durante o dia.”

Katie Bambacht, vice-presidente de assuntos de nutrição da NDC, disse que a pesquisa mostra que o leite com chocolate é a escolha de leite mais popular nas escolas e leva a um maior consumo total de leite e a uma melhor qualidade geral da dieta. O leite aromatizado oferece os mesmos 13 nutrientes essenciais que o leite branco e ela sente que esta parceria proporcionará um impulso muito necessário às escolas, que lutam para que os alunos tomem o pequeno-almoço.

“Os programas de alimentação escolar enfrentam inúmeras prioridades e a inovação em laticínios nem sempre está em primeiro lugar”, disse Bambacht. “Se não fizermos isso, acho que ninguém o faria. Desempenhamos um papel fundamental ao trazer estas melhores práticas e estudos de caso para ajudar a garantir que o leite atraia os alunos como parte dos cardápios escolares.

“As escolas alcançam apenas metade das crianças no café da manhã e no almoço, portanto há uma grande lacuna na participação e foi demonstrado que esses programas estimulam a participação. Qualquer coisa que possamos fazer para oferecer opções simples, como aquecer leite com chocolate, pode ajudar a aumentar a participação e o consumo de leite.”

As escolas participantes do programa piloto receberam um kit de leite com chocolate quente fornecido pela NDC por meio da Hubert, fabricante de equipamentos para serviços de alimentação. O kit inclui carrinho de transporte com painéis da marca, dispensador de bebidas isolado, termômetro digital e muito mais. (Dairy Herd)


Espera-se que a China seja o motor de crescimento do comércio global de queijos

A China é esperada para ser o motor de crescimento do comércio global de queijos. A demanda global por queijos está em ascensão. Na verdade, o consumo global de queijo é projetado para alcançar um novo recorde de 21,6 milhões de toneladas métricas, ou 47,7 bilhões de libras, até o final deste ano. E de acordo com um relatório recente do Rabobank, a China pode ser um motor de crescimento para o comércio global de queijos contínuo.

Atualmente, o consumo per capita anual de queijo na China está em 0,2 kg, ou menos de meio quilo. No entanto, espera-se que esse número mostre um crescimento gradual nos próximos anos, com o mercado chinês de queijos apresentando um pipeline saudável de atividade de investimento.

"Baixo consumo per capita, expansão de restaurantes de serviço rápido, padarias e casas de chá, e inovação de produtos fornecem uma plataforma para um aumento gradual na demanda chinesa por queijos", diz Michelle Huang, Analista de Laticínios do Rabobank.

Em seu relatório, o Rabobank prevê que a demanda por queijos crescerá a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 9,1% de 2023 a 2030, com a demanda total por queijos alcançando 495.000 toneladas métricas em 2030. De acordo com Huang, os impulsionadores desse crescimento incluem o aumento da renda disponível entre os consumidores da classe média, o crescente apetite por cadeias de restaurantes de serviço rápido no estilo ocidental e usos inovadores de cream cheese e muçarela, o que levou à crescente popularidade do queijo no canal de serviços de alimentação.

De 2012 a 2022, o relatório observa que as vendas de queijo no setor de serviços de alimentação representaram de 60% a 75% do consumo total de queijo, com as vendas de 2022 alcançando 154.000 toneladas métricas.

"Estimamos que o crescimento das vendas de queijo no canal de serviços de alimentação seja em média de 10,3% ao ano entre 2023 e 2030, com a demanda alcançando 375.000 toneladas métricas até 2030", diz Huang.

Além disso, a produção doméstica de queijos provavelmente representará de 35% a 45% do consumo total de queijos, deixando uma participação de 55% a 65% das importações.

"Estimamos que as importações anuais de queijo da China alcancem de 270.000 a 320.000 toneladas métricas até 2030. Embora as oportunidades comerciais permaneçam favoráveis, o potencial para um aumento na produção doméstica de queijos pode impactar nossa previsão de crescimento das importações", acrescenta Huang.

Apesar do aumento do consumo de queijos, a oferta doméstica da China provavelmente não será capaz de satisfazer suas necessidades, apresentando aos comerciantes globais de queijos a oportunidade de capturar parte dessa demanda crescente. No entanto, o crescimento previsto também depende do enfraquecimento da economia chinesa.

"As condições econômicas mais fracas representam riscos de baixa para o crescimento da demanda", observa Huang. "Embora o consumo de queijos tenha um longo caminho a percorrer, ele será sensível a preços e ao poder de compra do consumidor." (Dairy Herd)

Governo federal descarta alterar alíquota sobre leite importado do Mercosul

Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller, diz, no Show Rural Coopavel, que problema do setor é estrutural

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (Mapa), Neri Geller, disse, durante o Show Rural Coopavel, que o Brasil não pode entrar com alíquota na importação de leite. “Temos uma parceria com o Mercosul. Não podemos fazer uma intervenção irresponsável para salvar produtores de leite”, frisou.

Segundo ele, o governo adotou medidas que beneficiam os produtores e a indústria de leite. Além dos benefícios fiscais para os laticínios que adquirirem matéria-prima nacional, Geller citou a linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) específica, de mais de R$ 2 bilhões, anunciada para cooperativas.

O secretário ainda salientou que outras medidas foram tomadas pelo Executivo, como as aquisições de leite para fomentar o mercado interno, por meio dos programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

“Essas ações vão amenizar (a situação do setor), mas o problema nosso é estrutural. Vamos discutir com cooperativas programas de correção de solo para aumentar produtividade, fazer melhorias em genética para sermos competitivos no mercado internacional. O leite ainda, infelizmente, é uma atividade que está aquém da produção internacional. Vamos estar atentos, sem fazer loucura”, destacou. (Correio do Povo)


Jogo Rápido

Onda de calor e possibilidade de chuvas intensas
A semana promete altas temperaturas e mudanças climáticas no Rio Grande do Sul. Entre quinta-feira (08) e sábado (10), uma massa de ar quente mantém o tempo firme e os termômetros elevados, com temperaturas próximas a 40°C em várias regiões. No domingo (11), apesar do calor persistir, a presença de um sistema de baixa pressão pode provocar chuvas intensas e temporais isolados, especialmente no Sul, Campanha e Fronteira Oeste. A partir de segunda-feira (12) até quarta-feira (14), uma frente fria avança sobre o Estado, trazendo chuvas generalizadas. Os acumulados podem variar entre 20 e 35 mm na maioria das áreas, com valores mais altos, entre 35 e 50 mm, no Oeste e Sul. Regiões como Planalto, Serra do Nordeste, Campos de Cima da Serra e Litoral Norte podem registrar volumes superiores a 60 mm. Esteja preparado para as condições climáticas e acompanhe as atualizações meteorológicas para garantir a segurança e o bem-estar. (SEAPI)


 
 

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Porto Alegre, 08 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.082


Balança comercial de lácteos: 2024 inicia com importações em patamar ainda alto

O primeiro mês de 2024 encerrou e a balança comercial de lácteos seguiu demonstrando um alto patamar para as importações, mantendo assim o saldo da balança em nível bastante negativo. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo registrado no mês de janeiro chegou a -199 milhões de litros em equivalente-leite. Apesar da recuperação mensal de 15 milhões em relação a dezembro de 2023, o saldo ainda se manteve próximo aos -200 milhões de litros, conforme pode ser observado no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Sobre as exportações, o volume total exportado continuou avançando, encerrando o mês de janeiro com uma alta de 39,5% em relação ao mês anterior. No total, foram exportados 7,84 milhões de litros em equivalente-leite, ficando 47% acima do resultado obtido em janeiro de 2023, como mostra o gráfico 2.

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

As importações passaram por um recuo mensal em janeiro, de aproximadamente 6%. No entanto, o volume total importado se manteve em um patamar bastante alto, com 206,5 milhões de litros em equivalente-leite importados em janeiro, representando uma alta de 36% em relação ao resultado obtido em janeiro de 2023, como pode ser observado no gráfico 3.

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Dentre as categorias importadas, novamente o soro de leite enfrentou um aumento percentual em seu volume importado, de cerca de 68% em relação ao mês anterior. No entanto, o seu volume permaneceu abaixo das importações da categoria observadas em janeiro de 2023.

Outras categorias também enfrentaram aumento nas importações do último mês, como o leite em pó desnatado e os leites modificados. Apesar da baixa relevância dos leites modificados dentro das importações totais, janeiro encerrou com um expressivo aumento na categoria. Enquanto o leite em pó desnatado, que representa a segunda maior categoria dentro das importações, passou por um aumento de 35% nas importações do último mês, atingindo o maior patamar em volume desde janeiro de 2023.

Por outro lado, a categoria mais relevante dentro das importações, o leite em pó integral, passou por um recuo em seu volume importado no último mês, de 16%.

Enquanto para as exportações, diversas categorias apresentaram avanços em janeiro. As duas categorias de maior relevância, leite condensado e creme de leite, registraram aumento nas exportações do último mês, de 77% e 72%, respectivamente, com o creme de leite atingindo o maior patamar no volume exportado desde outubro de 2020.

Outras categorias como leite UHT, leites em pó integral, desnatado e semi-desnatado, iogurtes, manteigas e doce de leite também enfrentaram aumentos em seus volumes exportados no último mês.

As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de janeiro de 2024 e dezembro de 2023.

Tabela 1. Balança comercial de lácteos em janeiro de 2024

Tabela 2. Balança comercial de lácteos em dezembro de 2023

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.

O que podemos esperar para os próximos meses?

Nos últimos três meses observamos as importações brasileiras permanecerem em patamares bastante altos, e esta alta está alinhada principalmente com uma antecipação de compras, devido tanto as alterações tributárias relacionadas a produtos importados, que entrou em vigor neste mês de fevereiro, como com uma tendência de alta nos preços internacionais, que tornou mais vantajoso realizar as negociações antecipadamente.

Desta forma, apesar dos preços dos principais produtos importados seguirem competitivos em relação aos preços dos produtos locais, a tendência para os próximos meses é que as importações apresentem recuos mensais, por conta da antecipação das compras e da entrada do novo decreto, que penaliza indústrias lácteas que compram leite de produtores brasileiros e importam derivados lácteos.

Apesar do recuo esperado nos próximos meses, as importações de 2024 devem se manter em um patamar elevado quando comparado com os anos anteriores, como 2021 e 2022, devido a competitividade de preços, que impede, de certa forma, que as importações recuem de forma muito intensa. (Milkpoint)


Embrapa cria plataforma com métricas de carbono adaptadas às condições tropicais

Mais de 50 especialistas de várias Unidades da Embrapa vão reunir suas expertises para a criação de uma plataforma com dados, funcionalidades e métricas sobre balanço de carbono adaptados aos sistemas agrícolas brasileiros.

A iniciativa, conduzida pelo portfólio Mudança Climática, está sendo impulsionada por um aporte financeiro de R$ 20,3 milhões, oriundo de uma emenda parlamentar. O desafio dos cientistas é grandioso: definir, pela primeira vez, parâmetros padronizados de mensuração de emissão e absorção de carbono adaptados às condições de clima tropical.

Esses indicadores têm que ser compatíveis com os princípios de Transparência, Precisão, Completude, Comparabilidade, Consistência (TACCC) adotados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e pelas Nações Unidas para o desenvolvimento de Inventários Nacionais de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Inventário Nacional).

Segundo o presidente do Portfólio, o pesquisador Giampaolo Pellegrino, da Embrapa Agricultura Digital, o desenvolvimento de métricas de balanço de carbono e adaptação da agropecuária brasileira atende a uma forte demanda internacional por rastreabilidade nas emissões, ao mesmo tempo em que garante a sustentabilidade da agricultura brasileira, que precisa oferecer respostas embasadas em métricas padronizadas e reconhecidas globalmente. “O projeto prevê o investimento em qualificação de infraestrutura e a formação de uma rede de cooperação em PD&I, que nos possibilite elaborar métodos de medição adequados às condições e ao modelo de produção nacional, a exemplo do que já acontece nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos”, observa Pellegrino.

A expectativa é que os resultados alcançados contribuam para fortalecer a imagem do País, aumentando a competitividade do setor agrícola e seu impacto comercial nos mercados nacional e internacional. De acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, a agropecuária, mesmo que sob bases sustentáveis, é responsável por cerca de 25% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil.

Portanto, é premente que o País invista na construção de um modelo tropical robusto e preciso para mensurar a emissão de GEEs, como explica o pesquisador da Assessoria de Relações Internacionais (Arin) Gustavo Mozzer, que também faz parte do portfólio Mudança Climática. Ele explica que essa necessidade se tornou ainda mais urgente após o Acordo de Paris. No documento, resultante da 21ª Conferência das Partes (COP21), os 195 países estabeleceram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês). O Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 48.4%% até 2025, e em 53.1% até 2030, além de estabelecer um objetivo de longo prazo de neutralidade climática até 2050.

O Acordo de Paris exige ainda que o País passe a reportar a forma de implementação da sua estratégia doméstica no Inventário Nacional, de responsabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). “Os dados que serão produzidos pelo esforço de tropicalização de métricas de carbono serão estratégicos para a evolução dos métodos utilizados atualmente para estimativa das emissões, na direção da implantação de métodos tropicais”, complementa Mozzer. 

Para a presidente Silvia Massruhá, que participou ativamente da aprovação dessa emenda, o projeto é um passo determinante para garantir o cumprimento das metas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris. Além da NDC, contribuirá também para o relato e verificação do Relatório Bienal de Transparência (BTR) e para o Inventário Nacional. “Trata-se de um processo com necessidade contínua de aperfeiçoamento a partir da integração dos muitos esforços e conhecimentos que a Embrapa possui no tema e o recurso é um passo fundamental nessa agenda, que é absolutamente prioritária em nossa gestão na Empresa”, observa Massruhá, lembrando que a Diretoria-Executiva da Embrapa continuará a buscar recursos para garantir a continuidade das ações de PD&I.

O diretor de Pesquisa e Inovação, Clenio Pillon, destaca que essa iniciativa em rede, que reúne diferentes expertises para o alcance de resultados dentro de um grande tema de atuação vai ao encontro dos objetivos da atual gestão de PD&I da Embrapa, que preconiza a integração e o compartilhamento de conhecimentos entre as UDs. “É uma ação estruturante, que vai muito além da Empresa, e prevê a formação de uma rede de cooperação institucional voltada ao desenvolvimento de um plano de monitoramento e gestão de informação sobre balanço de carbono, sustentabilidade e competitividade da agricultura nacional, diante do cenário global, abrangendo todas as regiões brasileiras”, acrescenta.

Governança corporativa a longo prazo visa alcançar o Tier 3

Pellegrino explica que para o êxito das ações de dinâmica do carbono e adaptação na agricultura brasileira, é fundamental contar com uma rede de especialistas, integrando conhecimentos não apenas na área de PD&I, mas também de comunicação e capacitação.

Segundo ele, trata-se de um projeto de governança corporativa de longo prazo que pretende mudar a forma de mensuração das emissões de carbono no País. Hoje, assim como a maior parte das nações em desenvolvimento, o Brasil utiliza um repertório de métodos baseados no Tier 1 e Tier 2, que são modelos-padrão e modelos gerais baseados em dados de atividade e fatores de emissões nacionais, seguindo as normas para elaboração dos Inventários do IPCC.

“Nosso objetivo é caminhar para o Tier 3, no qual o País utiliza modelos matemáticos desenvolvidos nacionalmente de forma a representar mais adequadamente as emissões de GEE dos nossos sistemas de produção. Mas, para isso, é necessário o desenvolvimento de arcabouços para aquisição continua de dados nacionais que caracterizem os sistemas de produção típicos das diversas regiões do Pais. Trata-se de um processo de construção e articulações domésticas de estratégias que subsidiarão debates com a comunidade científica e a academia para assegurar o reconhecimento e aceitação do método brasileiro e sua compatibilidade com as normas internacionalmente aceitas para o Inventário Nacional”, pontua.

Pellegrino e Mozzer lembram que a Embrapa tem mais de 15 anos de experiência em pesquisas para medir emissões de carbono. Esse aporte financeiro inicial, associado às novas diretrizes e prioridades estabelecidas pela Diretoria-Executiva, representa um avanço para a iniciativa. Somam-se a isso o amadurecimento no papel das redes de pesquisa no ambiente corporativo e a integração dos dados, conhecimentos e informações por elas gerados.

Eles citam três grandes projetos do passado, cujos resultados contribuem para a iniciativa atual: o Saltus (florestas), a Rede Pecus (pecuária) e o Fluxus  Socioeconomia (grãos).

As informações são da Embrapa

Previsão de produção global de leite: espera-se um crescimento modesto em 2024

De acordo com as estimativas mais recentes, a produção global de leite nas principais regiões produtoras deve crescer modestamente 0,25% em 2024, um pouco mais do que o aumento de 0,05% registrado em 2023. Embora seja provável que a produção aumente, espera-se que haja variabilidade nas principais regiões.

De modo geral, os mercados de lácteos em 2023 se suavizaram devido aos fundamentos mais fracos do mercado subjacente. De acordo com o Rabobank, o crescimento da oferta de leite em 2023 foi abaixo do esperado. A decepcionante demanda de importação chinesa contribuiu para a falta de movimento geral do lado da demanda e para os preços mais baixos do que no ano anterior.   

No entanto, com a recente recuperação dos preços, mesmo em níveis bastante baixos, espera-se que a produção de leite tenha algum crescimento em algumas das principais regiões exportadoras, com exceção do Reino Unido, Argentina e Nova Zelândia. Os EUA (1,0%), a UE (0,3%) e a Austrália (0,6%) estão prevendo algum crescimento.

O declínio no tamanho do rebanho nos EUA, observado entre março e outubro de 2023, está se estabilizando lentamente e espera-se que o número de vacas aumente em 2024 em resposta à recuperação dos preços do leite nos EUA. O aumento nos volumes de leite na UE será apoiado por um aumento na demanda doméstica e de serviços de alimentação, já que a redução da inflação e o aumento dos salários aumentam a renda disponível.

É provável que a Austrália reverta algumas das perdas de produção em 2023, entrando no novo ano. Os preços mais firmes do leite, aliados à boa demanda de exportação, devem impulsionar a produção.

Por outro lado, espera-se que as condições climáticas voláteis, aliadas ao enfraquecimento da demanda dos consumidores, reduzam a produção na Argentina. Na Nova Zelândia, o novo orçamento do governo conservador significará uma abordagem cautelosa para a agricultura, o que afetará os fluxos de leite durante a estação. No Reino Unido, estima-se que a produção para 2024 seja 0,9% menor, devido à redução das margens e à demanda morna dos consumidores. 

De acordo com o Rabobank, é provável que os preços se firmem em direção às médias de longo prazo no primeiro semestre de 2024. Considerando o modesto crescimento da produção, o retorno da demanda será necessário para impulsionar o mercado. Além disso, as condições persistentes (que podem causar alguns desafios climáticos para os produtores do Hemisfério Sul), a recuperação econômica da China e a instabilidade geopolítica no Oriente Médio também são outros fatores importantes a serem observados neste ano. 

 
As informações são do Agriculture and Horticulture Development Board, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.


Jogo Rápido

Onda de calor afeta seriamente o fornecimento de pastagens em fazendas leiteira na Argentina
A onda de calor tem afetado a produção de pastagens em regiões produtoras de leite da Argentina. De acordo com Ignacio Kovarsky, produtor e presidente da Sociedade Rural Trenque Lauquen, "nossa área no oeste de Buenos Aires é o epicentro da seca deste ano: os produtores de gado estão totalmente desesperados". "Nas últimas semanas, não tivemos pastagens e nem gramíneas de verão e o mesmo aconteceu com a alfafa. Portanto, tudo o que é ração de reserva para vacas leiteiras ou para o confinamento vai ser complicado", disse ele. Ele também explicou que "nos grãos, tudo o que é de segundo crescimento está em plena estação de crescimento e precisa de água. No verão seco de 2023, choveu 180 milímetros e, neste ano, estamos longe dessa marca". "Este ano está tudo ruim. Por causa disso, as reservas para o inverno nas fazendas leiteiras da região serão muito ruins. Já estamos lutando para alimentar as vacas leiteiras e, se não houver colheita, não haverá nada para alimentá-las", disse ele. As informações são do Infortambo, traduzidas pela Equipe MilkPoint.


 
 

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Porto Alegre, 07 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.081


GDT: preços internacionais mantêm sequência de altas

O primeiro leilão da plataforma GDT para o mês de fevereiro, realizado hoje (06/02) apresentou continuidade no movimento de avanço dos preços internacionais dos derivados lácteos, mas agora, mais acelerado. Com uma variação de 4,2% em relação ao evento anterior, o preço médio das negociações ficou em US$ 3.571/tonelada, atingindo o maior patamar desde dezembro de 2022.

Sobre as categorias acompanhadas e negociadas no evento, todas apresentaram reajustes positivos. A manteiga segue em destaque apresentando a maior variação, na ordem de 10,3%, sendo negociada na média de US$ 6.516/tonelada, o maior patamar desde maio de 2022. Os queijos tiveram um reajuste de 6,3%, sendo negociados a US$ 4.469/tonelada.

O leite em pó desnatado teve sua maior alta desde junho de 2023, chegando ao valor médio de US$ 2.758/tonelada, 4,6% acima do evento anterior.

O leite em pó integral foi negociado na média de US$ 3.463/tonelada, o maior valor observado desde novembro de 2022, apresentando uma diferença de 3,4% quando comparado ao valor negociado no evento anterior.

Quanto ao volume negociado no evento, no terceiro leilão de 2024 o movimento de queda se manteve, chegando a um total de 24.836 toneladas negociadas, uma queda de cerca de 0,3% em relação ao evento anterior, sendo este o menor patamar desde julho do ano passado para as negociações.

Sobre o mercado futuro do leite em pó integral o cenário sofreu uma leve alteração, segundo os ajustes da Bolsa de Valores da Nova Zelândia.

No cenário global de lácteos, o primeiro leilão de fevereiro da Global Dairy Trade apresentou variações positivas nos preços, refletindo a menor oferta global de lácteos para o ano de 2024. Essa perspectiva está associada às menores rentabilidades na produção de leite ao longo de 2023, com desafios significativos enfrentados pena produção dos principais países exportadores de lácteos. Além do cenário adverso nos principais exportadores, a produção da China (principal comprador de lácteos do mundo) também enfrenta desafios, o que pode incentivar a demanda do país pelo leite importado.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

É importante destacar que, embora o GDT seja o principal indicador de preços de produtos lácteos em todo o mundo, nos últimos meses, nossos principais fornecedores de produtos lácteos para importação, como a Argentina e o Uruguai, continuam praticando preços superiores aos do GDT, devido à Tarifa Externa Comum (TEC) de 28% para importações de fora do Mercosul.

Nesse cenário atual, o aumento dos preços do GDT também deve influenciar na continuidade de altas para os preços do Mercosul, o que tende a tornar as importações mais caras para o Brasil. Todavia, os preços no mercado brasileiro dão sinais de uma sequência de altas nos próximos meses, o que deve manter o preço do produto importado ainda competitivo frente ao nacional.

Via Milkpoint


 

Uruguai: produtores de leite dizem que o negócio não é lucrativo

Os produtores de leite do Uruguai estão passando por uma crise muito longa que começou com a seca e que hoje torna o negócio não lucrativo por causa do preço que recebem. Grãos, concentrados, insumos em geral, fertilizantes e produtos químicos caíram e o negócio não é lucrativo. É por isso que a Sociedade de Produtores de Leite da Flórida (SPLF) convocou os produtores de leite para uma reunião aberta nesta terça-feira, dia 30.

Em entrevista ao Rurales El País, Fabián Hernández, membro da SPLF, disse que a situação "é insustentável e muito preocupante" e informou que há muitos saldos devidos à Conaprole. Além disso, nesses meses de menos leite, os saldos devedores são ainda piores porque não há ferramentas para alimentar o gado adequadamente, especialmente considerando que é o período pré-parto nas fazendas leiteiras, um momento fundamental para uma boa lactação ao longo do ano.

"Portanto, há muitas preocupações porque o negócio não é lucrativo. Não temos margem e estamos trabalhando com custos. Não há possibilidade de investir e já estamos exaustos devido à queda de preços em agosto", disse Hernández.

O preço precisa atingir os valores de antes da queda de preços de julho/agosto. Hoje o preço é de 0,36 centavos de dólar, quando são necessários 3 pesos (US$ 0,077) a mais para recuperar o que foi perdido. "A verdade é que a situação é muito angustiante porque os produtores não têm dinheiro", disse ele.

Novembro é um mês de alta rotatividade e é quando os produtores de leite fazem uma reserva econômica para enfrentar os próximos meses. No entanto, havia 255 registros no vermelho na Conaprole, incluindo parte das rações de outono e da reserva de forragem. Ou seja, quase 48% das inscrições foram pagas com menos de 100.000 pesos (US$ 2582,94).

"Um estabelecimento que cobra 100.000 pesos não é nada, porque você paga a eletricidade e paga alguns salários e não sobra dinheiro nem para comer. Em dezembro, parte da cota foi retirada dos segundos turnos e ainda havia 210 inscrições no vermelho. Não é mais apenas uma questão de efeito da seca, é uma questão de lucratividade, de que o preço não é suficiente", disse ele.

A assembleia de terça-feira está concentrada em pedir um preço e ouvir os produtores. Os produtores de leite acreditam que a Conaprole tem espaço para aumentar o preço, porque quando ele foi reduzido, o leite em pó integral estava abaixo de US$ 3.000 por tonelada, entre US$ 2.600 e US$ 2.800.

"Hoje, o preço do leite em pó integral está em US$ 3.200, e não capitalizamos isso. O leite subiu apenas 0,60 centavos de dólar em novembro, o que é totalmente insuficiente. Achamos que o setor tem espaço para manobras. Não queremos quebrar uma ferramenta como a Conaprole, mas também não queremos que os proprietários da cooperativa e aqueles que a apoiam caiam. Porque uma fábrica sem leite é um monte de ferro. Precisamos não perder o que está caindo mais rápido, que são os pequenos produtores. Temos que tentar impedir isso, que é de 50 a 60 produtores por ano. O negócio não é lucrativo nem atraente. Temos que tentar equilibrar a balança para que o negócio seja lucrativo para todos", concluiu.

As informações são do El País Digital, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.

Conaprole se posicionou como líder em exportação em 2023

Em um ano desafiador, a Conaprole se destaca como líder em exportações, superando com astúcia as adversidades climáticas e econômicas. Com base na qualidade, inovação e sustentabilidade, a empresa conseguiu diversificar os produtos, alcançando 700 milhões de dólares e 170.000 toneladas de produtos lácteos em 2023. 

Em uma conversa exclusiva com o InfoNegocios, Gabriel Váldes, gerente geral da Conaprole, compartilha como a empresa conquistou o cenário internacional no ano passado e antecipa planos de expansão nas exportações até 2024. No longo prazo, a empresa está comprometida em fortalecer seu foco na sustentabilidade, buscando aumentar a conscientização entre os uruguaios.

Como a Conaprole conseguiu se posicionar como uma das empresas com as maiores exportações em 2023?

Em um ano particularmente difícil para o setor, devido à seca enfrentada por nossos produtores e a um cenário mundial com demanda fraca, as vantagens competitivas construídas nos últimos anos permitiram a colocação de volumes significativos de produtos a preços competitivos.                 

Como vem ocorrendo há muito tempo, os três pilares diferenciais têm sido qualidade, inovação e sustentabilidade. Por meio desses três pilares, estamos trabalhando ao longo de 2023, com o objetivo de continuar representando o espírito inovador e empreendedor do Uruguai em mercados de diferentes culturas.

Nossa estratégia de flexibilidade industrial tem um portfólio de produtos que nos permite diversificar nossos mercados e clientes e responder aos padrões de qualidade, segurança alimentar e sustentabilidade, que sustentam uma demanda constante das principais indústrias de alimentos em mais de 60 países.

Quais foram as exportações específicas e quanto elas representam em termos de volume e valor?

A Conaprole exportou quase 700 milhões de dólares e mais de 170.000 toneladas de produtos lácteos para mais de 60 países. Conseguimos consolidar mercados tradicionais e crescer desenvolvendo clientes no Oriente Médio, no Sudeste Asiático, na América Latina e também na África. 

Somos uma empresa que se projeta para o mundo com produtos lácteos processados em nossas fábricas. Nascemos em 1936 e, desde 1980, temos conquistado mercado após mercado com produtos lácteos de alta qualidade que geram um impacto positivo sustentável em todo o mundo.

Como a Conaprole adaptou sua estratégia de vendas para capitalizar a demanda sazonal durante os meses mais quentes?

O mercado uruguaio é o principal destino de nossos produtos, e a satisfação dos consumidores nacionais é sempre uma prioridade para a Conaprole, como cooperativa de todos os uruguaios.

Em outubro passado, iniciamos campanhas abrangentes de comunicação e promoção dos produtos de nosso portfólio que impulsionam os negócios no verão, como sorvetes, iogurtes, leite com chocolate, entre outros.    

Nosso objetivo é sempre oferecer uma proposta adaptada a cada consumidor, em cada época do ano e em cada ato de compra. 

Vocês implementam promoções especiais ou campanhas específicas para a temporada de verão?

Sem dúvida, ativamos nossas marcas diretamente para os consumidores em todo o litoral, com jogos e prêmios, lançamos promoções/descontos no mercado, bônus no cartão de crédito, brindes por meio de nossas mídias digitais.      

Atualmente, por exemplo, estamos convidando os consumidores todas as semanas com ingressos de carnaval para o Teatro de Verão.      

Quais são os produtos mais populares ou procurados durante a estação quente?

O sabor do sorvete no Uruguai é o Conaprole, um clássico do verão por excelência. Também devemos destacar iogurtes, leite com chocolate, sucos e nossa linha de sobremesas congeladas: com salsicha, alfajores maicena, chocolate e sobremesas de paixão. 

Quais são as perspectivas e metas de vendas para 2024?

Esperamos um ano de 2024 com um bom resultado em participação de mercado e vendas, associado a boas perspectivas econômicas e surpresas que estamos sempre pensando para oferecer o melhor aos nossos consumidores uruguaios e reconhecer sua fidelidade à marca.

Por outro lado, desde o início, tem sido uma empresa comprometida com as comunidades e com a sociedade. Essa responsabilidade vai além de ações específicas de RSC e sustentabilidade. Ela tem a ver com uma filosofia de desenvolvimento, que sempre priorizamos por meio de nossas ações e que queremos continuar a promover no futuro. 

Estabelecemos nossas Metas 2030 relacionadas à sustentabilidade, que queremos conscientizar e divulgar a todos os uruguaios e torná-los parte de nosso compromisso. 

Somos a cooperativa de todos os uruguaios e temos orgulho disso. Queremos continuar oferecendo melhores opções para todos os nossos consumidores e, ao mesmo tempo, continuar representando o Uruguai no mundo, conquistando novos destinos e expandindo os que já temos.

Vocês planejam incorporar novas tecnologias no futuro para melhorar processos ou produtos?

A Conaprole é a principal exportadora do Uruguai e estamos sempre trabalhando para nos colocar na fronteira do conhecimento com a mais recente tecnologia em produção, embalagem e propostas de produtos. Inovação e qualidade são áreas de investimento permanente, a fim de desenvolver nosso posicionamento e liderança em cada categoria em que competimos.

As informações são do Infonegócios, traduzidas pela Equipe MilkPoint


Jogo Rápido

UE recua em meta para redução de emissões após protestos de fazendeiros
A União Europeia (UE) desistiu de propor uma meta de cortes agressivos de gases de efeito estufa após protestos de fazendeiros em diversos países da Europa contra os projetos de transição energética proposta pelo bloco, segundo o “Financial Times” (FT). A Comissão Europeia deve apresentar nesta terça-feira (6/2) um projeto que visa o estabelecimento de metas para a redução da emissão de gases de efeito estufa, porém os objetivos do documento devem ser reduzidos ante a resistência de fazendeiros europeus a aceitar as medidas para uma economia mais verde. ,O texto prevê um plano para reduzir em 90% as emissões na UE até 2040, porém a proposta não incluirá mais a meta de redução de 30% das emissões de metano, nitrogênio e outros gases ligados à agricultura, segundo o “FT”.A mudança acontece após grandes protestos de agricultores na França, Alemanha, Bélgica e Itália, em alguns casos com bloqueios de vias importantes dos países exigindo intervenção policial. As metas para 2040 da UE visa garantir que o bloco tenha um caminho para reduzir fortemente as emissões nos próximos anos para que em 2050 os países-membros se tornem neutros na emissão de gases de efeito estufa. As informações são do Globo Rural, adaptadas pela equipe MilkPoint.