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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 03 de julho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.171


Nota de conjuntura do mercado lácteo

Mercado lácteo - No mercado mundial a oferta de leite segue com baixo crescimento. A fraca demanda mundial por lácteos, especialmente com a redução das importações chinesas, tem contribuído para manter os preços de leite em pó relativamente mais baixos.

Segundo o International Farm Comparison Network (IFCN), em 2023 o indicador global de preço ao produtor oscilou ao redor do seu valor histórico de US$ 0,40/kg. A média de 2023 foi 25% inferior ao ano de 2022. Dentre as consequências dos preços mais baixos, houve redução de volumes produzidos nas principais regiões tradicionais exportadoras a partir do mês de julho de 2023, comparativamente a 2022.

Para 2024, observa-se uma recuperação nos preços das comodities lácteas. No período de novembro/2023 e junho/2024, o preço da manteiga teve aumento de 46%. Já no caso do leite em pó integral, essa elevação foi de apenas 15%. A expectativa é de que os preços internacionais continuem no ritmo moderado de crescimento nos próximos meses. No âmbito macroeconômico global, o cenário ainda segue adverso, com baixos crescimentos de PIB, altas taxas de inflação e juros, além de conflitos regionais.

No Brasil, em 2023 houve aumento de 2,9% na captação de leite. Da mesma forma, o primeiro trimestre de 2024 também registrou elevação na comparação com o mesmo período do ano passado.

O preço líquido do leite ao produtor (em valores corrigidos pelo IPCA para abril/2024), teve grande variação em 2023, com seu pico em abril, de R$ 3,00/L e seu ponto mais baixo, de R$2,02/L, em outubro. Desde então, houve importante valorização das cotações, atingindo R$ 2,46/L em abril/2024.

Em relação aos fatores de produção, os preços de insumos pagos pelos produtores, também têm registrado queda. O indicador de preço real da mistura com 70% de milho e 30% de farelo de soja, foi cotado a R$ 1,35/kg em abril, valor 24% abaixo de abril do ano passado. Nos últimos 12 meses até maio, o ICPLeite/Embrapa registrou queda de 3,5%, mostrando menor pressão de custo na comparação anual. Mas é importante ficar atendo, pois tanto a desvalorização cambial como encarecimento do frete internacional podem provocar alguma elevação nos custos.

Do ponto de vista do consumidor, embora os derivados lácteos tenham registrado aumento de preços nos últimos meses, as cotações ficaram abaixo da inflação. Os preços de lácteos no acumulado em 12 meses até maio/2024, recuaram 4,2%, enquanto a inflação, medida pelo IPCA, no mesmo período aumentou 3,9% (Figura 1). Portanto, o leite contribuiu para conter a inflação.

Um ponto de atenção refere-se às importações. Em 2024, de janeiro a maio, a importação total foi de 897 milhões de litros de leite equivalente, com alta de 5,5% sobre o mesmo período de 2023. Caso haja manutenção do volume de compras nos próximos meses, mais o início da safra de leite, o cenário pode se complicar um pouco.

Em síntese, as indicações para 2024 são de uma perspectiva um pouco melhor do que a observada no ano passado. O volume de captação de leite registrou elevação de 2,3% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, ajustado por dia útil. O preço ao produtor vem com tendência de recuperação nos últimos meses, possibilitando melhoria na rentabilidade das fazendas. Os custos de produção seguem mais baixos na comparação com o ano passado. Da mesma forma, os preços ao consumidor tiveram valorização inferior a inflação na comparação de 12 meses, contribuindo para melhores vendas. (Embrapa CILeite)


Agricultura familiar terá R$ 76 bilhões para produção de alimentos

Agricultura familiar terá R$ 76 bilhões para produção de alimentos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta quarta-feira (3), o Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025, com R$ 76 bilhões destinados ao crédito rural no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O valor é 6,2% superior ao anunciado na safra passada e o maior da série histórica.

“O plano safra exuberante pode não ser tudo que a gente precisa, mas é o melhor que a gente pode fazer”, disse Lula em discurso durante o evento no Palácio do Planalto. O presidente garantiu que o governo vai cuidar para que os produtores não tenham prejuízo e disse que é preciso incentivar a produção para reduzir a inflação dos alimentos.

“[Os preços dos alimentos] aumentam em função de determinadas intempéries, quando tem seca, quando chove demais. Então, a gente tem que incentivar as pessoas a plantarem o máximo possível e garantir que, na hora da colheita, a gente não vai deixar eles terem prejuízo porque plantaram demais. O governo tem que garantir um pagamento correto pra que aquelas pessoas possam fazer os seus produtos chegaram no supermercado”, disse Lula.

“Se a gente fizer isso, se a gente comprar as máquinas, produzir mais leite, mais queijo, plantar mais tomate, mais pepino, mais chuchu, não vai ter inflação de alimento. A inflação de alimento ela se dá quando a gente produz menos do que a demanda, que começa a ter escassez no supermercado e aí cada pessoa pede o preço que quiser. Mas a gente tiver produção correta, não faltará produto no supermercado, ninguém precisa aumentar o preço porque a gente vai ter excesso de comida nesse país”, acrescentou.

Segundo o governo, somadas outras ações anunciadas para a agricultura familiar, como financiamento de máquinas agrícolas de pequeno porte, a ampliação do microcrédito rural e a criação de fundos que ampliam o acesso ao crédito, o volume investido chega a R$ 85,7 bilhões.

O governo federal dará ainda mais incentivos a quem produzir alimentos que vão à mesa dos brasileiros e da biodiversidade. Cerca de dez linhas de financiamento de crédito rural do Pronaf tiveram redução de taxas. Para a produção orgânica, agroecológica e de produtos da sociobiodiversidade a taxa será de 2% no custeio e 3% no investimento. Quem produzir arroz, por exemplo, também encontrará juros reduzidos para o custeio, de 3%, no caso do convencional, e 2% no orgânico.

Neste plano safra, o governo ainda vem com uma nova estratégia nacional para ampliação da produção de arroz da agricultura familiar. São sete eixos principais: crédito, acompanhamento técnico, sementes, beneficiamento, comercialização e contratos de opção com o estabelecimento de um preço mínimo do produto.

O presidente pediu ainda que os sindicatos e organizações orientem os produtores sobre a existência dos créditos e programas e alertou que é preciso fiscalização para garantir que o dinheiro chegue na ponta.

Programa Ecoforte
Outro destaque do evento foi o lançamento do edital do programa Ecoforte para apoiar projetos de 40 redes de agroecologia, extrativismo e produção orgânica, cerca de 30 mil agricultores familiares. Serão destinados R$ 100 milhões para o programa, em projetos com valores entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões. O recursos são fruto de acordo de cooperação da Secretaria-Geral da Presidência e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) com o BNDES e a Fundação Banco do Brasil.

Ainda, o governo lançou a iniciativa do Campo à Mesa, um edital de R$ 35 milhões para selecionar organizações da sociedade civil que fomentem sistemas de produção agroecológica. Outros dois editais lançados visam o fomento da organização produtiva e econômica de mulheres rurais: Quintais Produtivos, no valor de R$ 30 milhões, e Mulheres Rurais, de R$ 30,2 milhões.

Taxas reduzidas
Este Plano Safra da Agricultura Familiar tem taxas que variam de 0,5% a 6%, com redução para duas linhas de financiamento de custeio e oito de investimento.

As linhas de custeio do Pronaf reduzidas são para produtos da sociobiodiversidade como babaçu, jambu, castanha do Brasil e licuri, de 3% para 2%; e para produção de alimentos como feijão, arroz, mandioca, leite, frutas e verduras, de 4% para 3%.

Já as linhas de investimento que tiveram redução de 4% para 3% são: Pronaf Floresta, Pronaf Semiárido, Pronaf Jovem, Pronaf Agroecologia, Pronaf Bioeconomia, Pronaf Produtivo Orientado e Pronaf Mulher, para as agricultoras com renda familiar bruta anual de até R$ 100 mil.

O Pronaf Mais Alimentos ganhou uma sublinha de financiamento, com redução de 5% para 2,5% para compra de máquinas de pequeno porte. Também nessa linha, tiveram redução de 4% para 3% as atividades de aquisição e instalação de estruturas de cultivo protegido, inclusive equipamentos de automação, construção de silos, ampliação e construção de armazéns e câmaras frias destinados à guarda de grãos, frutas, tubérculos, bulbos, hortaliças e fibras, aquisição de tanques de resfriamento de leite e ordenhadeiras, aquicultura e pesca.

Mecanização
Outro destaque é a linha de crédito para aquisição de máquinas e implementos agrícolas de pequeno porte, específicos para a agricultura familiar, no âmbito do Programa Mais Alimentos. Os juros serão de 2,5%, metade da taxa de juros praticada no programa, para financiamento de máquinas de até R$ 50 mil, como microtratores, motocultivadores e roçadeiras. A linha é destinada à família com renda anual de até R$ 100 mil.

Ao todo, o Mais Alimentos deve destinar R$ 12 bilhões entre recursos equalizados e dos fundos constitucionais para compra de máquinas para a agricultura familiar nesta safra.

Para as máquinas de maior porte, incluindo tratores de até 70 cavalos de potência, o limite será de R$ 250 mil com 5% de juros e 7 anos para pagar.

Microcrédito
As famílias agricultoras de baixa renda, com renda até R$ 50 mil por ano, poderão acessar até R$ 35 mil pelo Pronaf B (Agroamigo ou microcrédito rural), a linha com taxa de juros de 0,5% e desconto de até 40% para quem paga em dia. A ampliação de limite de crédito para as famílias passou de R$ 10 mil para R$ 12 mil e, para as mulheres, de R$ 12 mil para R$ 15 mil.

Uma novidade é a criação de um limite independente para jovens rurais no Pronaf B, no valor de R$ 8 mil. “Dessa forma, a juventude poderá desenvolver projetos produtivos específicos, incentivando a autonomia e a permanência do jovem no campo”, argumentou o governo.

Garantia e cooperativismo
A agricultura familiar também será incluída em três fundos garantidores da União. O governo enviará projeto de lei para apreciação do Congresso para permitir a inclusão dos agricultores familiares e suas cooperativas no Fundo de Garantia de Operações (FGO) para a cobertura das operações contratadas no âmbito do Pronaf.

O FGO é um instrumento financeiro para reduzir riscos para as instituições financeiras e facilitar o acesso ao crédito, especialmente para pequenos produtores que enfrentam dificuldades em oferecer garantias reais. O texto do projeto autoriza o aumento de aporte no fundo por parte da União, bem como explicita os detalhes de como o aporte adicional será implementado nos próximos anos.

No caso das cooperativas da agricultura familiar, elas já poderão contar com a garantia do Fundo de Amparo às Micros e Pequenas Empresas do Sebrae e do Fundo Garantidor para Investimentos do BNDES.

Além da nova cobertura pelos fundos garantidores, as cooperativas também passarão a contar com um programa de fortalecimento, o Coopera Mais Brasil. Para 2024, está previsto o investimento de R$ 55 milhões para o apoio à gestão de 700 cooperativas.

O objetivo principal do governo é fomentar a organização coletiva dos agricultores familiares por meio do fortalecimento das cooperativas, associações e empreendimentos solidários. Entre as principais ações do programa estão o crédito facilitado, o acesso aos fundos garantidores e a assistência técnica para melhoria da gestão das cooperativas e acesso aos mercados.

“O programa irá estruturar e modernizar a gestão dos grupos organizados da produção familiar, estimular a agroindustrialização e impulsionar as práticas de comércio justo e solidário e as redes e arranjos produtivos locais”, explicou o governo.

Acesso à terra
Ainda, o governo disponibilizou recursos para regularização fundiária de imóveis rurais, incluindo todas as etapas do processo, como despesas com serviços de georreferenciamento, tributos, emolumentos e custas cartoriais. O limite de financiamento será de R$ 10 mil, com taxa de juros de 6% e 10 anos para pagamento, com 3 anos de carência.

Durante o evento, Lula também assinou o decreto que institui o Programa Nacional de Florestas Produtivas. O objetivo é recuperar áreas que foram alteradas ou degradadas para fins produtivos, com vistas à adequação e à regularização ambiental da agricultura familiar e à ampliação da capacidade de produção de alimentos saudáveis e de produtos da sociobiodiversidade.

Rio Grande do Sul
Outro decreto assinado altera os limites de aquisição de agricultores familiares e suas organizações no PAA Compra Direta em situações de calamidade, inicialmente para atender o Rio Grande do Sul, e ampliado para outros casos de calamidade. A medida facilita a aquisição para atender demandas emergenciais, como as Cozinhas Solidárias.

Entre as alterações do regulamento estão os limites das modalidades de Compra com Doação e Simultânea e Compra Direta de R$ 15 mil para R$ 30 mil por unidade familiar, por ano, desde que por tempo determinado e para atendimento de situações especiais ou emergenciais, devidamente reconhecidas. No caso de organizações fornecedoras, os limites passarão de R$ 1,5 milhão para R$ 6 milhões.

A medida também faz a suspensão excepcional, até 31 de dezembro de 2024, da aplicação dos limites para a modalidade Compra Direta, nas aquisições de alimentos destinadas ao atendimento das famílias afetadas pela calamidade pública no estado do Rio Grande do Sul.

Agronegócio
Complementando os valores para o setor rural, na tarde de hoje, Lula vai anunciar o Plano Safra 2024/2025 para o agronegócio, com R$ 400 bilhões para o financiamento da agricultura e da pecuária empresarial no país. (Agência Brasil)

 

La Niña deve chegar ao RS no fim do inverno e início da primavera

A tendência atual de esfriamento no Oceano Pacífico deve evoluir para um fenômeno La Niña nos próximos meses, especialmente a partir da segunda metade do inverno e decorrer da primavera. É o que prevê o Boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), coordenado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). As previsões apresentadas pelo boletim são baseadas no modelo estatístico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

A previsão trimestral indica chuvas ainda acima da média em julho e agosto no norte e parte do centro-leste do Estado, especialmente na faixa nordeste, área mais provável à ocorrência de chuvas volumosas. Demais áreas do sul e oeste com chuva irregulares, próximas da média, com probabilidade de ficar ligeiramente abaixo da média entre o sul oeste, especialmente em agosto.

Para setembro, as chuvas ficam próximas da média na maioria das regiões do Rio Grande do Sul, podendo ficar ligeiramente abaixo no sul do Estado. Pontualmente, devido à passagem de sistemas frontais, ainda há risco de chuva forte localizada.

No trimestre, as entradas de massas de ar de origem polar devem ser frequentes, intercaladas com períodos de aquecimento. Portanto, ondas de calor se alternado com ondas de frio são prováveis. Em média, as anomalias de temperatura devem ficar ligeiramente abaixo do normal no sul e oeste, enquanto as anomalias ligeiramente acima da média devem se concentrar mais no extremo norte-nordeste do estado.

Há chance maior de geadas no Estado em todo o trimestre, tanto em julho e agosto, quanto em setembro, com a possibilidade de ocorrência de geada tardia.

O boletim do Copaaergs é elaborado a cada três meses por especialistas em Agrometeorologia de 14 entidades estaduais e federais ligadas à agricultura ou ao clima. O documento também lista uma série de orientações técnicas para as culturas do período. (Seapi)


Jogo Rápido

Nigéria amplia comércio com o Brasil e favorece setor leiteiro
Após análise das questões sanitárias, a Nigéria autorizou a exportação de leite e derivados do Brasil. Uma outra boa notícia para a pecuária nacional é o embarque de bovinos e bubalinos vivos para reprodução por lá. Para analisar as oportunidades do setor com a abertura deste mercado internacional, ouvimos Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat-RS. Assista aqui. (AgroMais via youtube) 

 

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Porto Alegre, 02 de julho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.170


3º Prêmio Referência Leiteira recebeu 72 inscrições 

Com o fim do período de inscrições, o 3º Prêmio Referência Leiteira consolidou 72 inscrições. Na disputa de Propriedade Referência em Produção de Leite, foram 50 iniciativas inscritas. Já na categoria Cases de Sucesso, são 22 propriedades em seis categorias: Inovação (2), Sustentabilidade Ambiental (4), Bem-estar Animal (2), Protagonismo Feminino (5) , Sucessão Familiar (5) e Gestão da Atividade Leiteira (4).

Conforme o coordenador do Prêmio Referência Leiteira, Jaime Eduardo Ries, da Emater/RS, o próximo passo será a reunião que vai definir a Comissão Julgadora da etapa de Cases. “Entre os critérios que serão analisados, estão a abrangência e relevância da ação, o grau de consolidação da experiência e a replicabilidade, e a possibilidade de a solução ser adotada por outras propriedades”, indica. Já em Propriedade Referência em Produção de Leite (sistemas à base de pasto, semiconfinamento ou confinamento) foram avaliados ao longo do ano itens como: produtividade por hectare (litros/hectare/ano); produtividade por pessoa (litros/pessoa/ano); qualidade do leite, com bonificação para propriedades certificadas livres de tuberculose e brucelose. 

Apesar da tragédia climática e suas consequências no campo, a premiação foi mantida visando fortalecer a produção leiteira gaúcha. “O processo de recuperação do Rio Grande do Sul inclui a propagação de iniciativas que façam a diferença na produção, e esta é a missão do Referência Leiteira”, aponta o vice-coordenador da premiação, Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS. 

O resultado dos vencedores será divulgado durante a Expointer 2024.  A premiação é realizada pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), juntamente com a Emater/RS e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR). (Assessoria de imprensa SINDILAT/RS)


GDT - Global Dairy Trade

Fonte: GDT - adaptado pelo SINDILAT/RS

Entenda pontos da reforma tributária, que chega à reta final na Câmara

Reforma tributária – Após dois meses de deliberação em grupos de trabalho (GTs), a regulamentação da reforma tributária se aproxima da reta final na Câmara dos Deputados. A expectativa é de que os deputados dos GTs divulguem relatórios sobre as propostas na quarta-feira (3).

A votação em plenário deve ficar para a segunda semana de julho, antes do recesso parlamentar – que começa no dia 18. Essa é a vontade do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que considera os projetos como a maior prioridade para os próximos dias.

A Emenda Constitucional que estabeleceu a reforma tributária foi promulgada em dezembro do ano passado. O principal efeito da mudança é a unificação de cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e COFINS) em duas cobranças: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), a nível federal; e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a nível estadual. A administração do IBS será coordenada por um comitê gestor.

Agora, os deputados trabalham em dois grupos de trabalho sobre a reforma: um sobre a regulamentação e o outro sobre o comitê gestor.

No domingo (30) e na segunda (1º), os membros do GT sobre a regulamentação realizam uma reunião fechada para definir os últimos pontos do relatório. À CNN, o deputado Augusto Coutinho (Republicanos-PE) afirmou que o grupo deve fazer uma série de alterações no texto que foi enviado pelo governo federal.

“Certamente haverá muitas mudanças em relação ao texto que foi apresentado pelo Governo. No início da próxima semana, iremos finalizar o teor do relatório. A expectativa é apresentá-lo até a quarta-feira, 3 de julho, deixando o parecer apto para a votação em plenário”, afirmou Coutinho.

O GT sobre o comitê gestor deve realizar, na próxima terça-feira (2), a última audiência pública do colegiado antes da divulgação do relatório. Governadores e representantes de todos os estados foram convidados para a sessão.

Além disso, a audiência também deve contar com a presença dos presidentes da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP).

Após a divulgação dos relatórios, o presidente da Câmara deverá indicar relatores para as matérias. Depois, os textos serão votados em plenário. Se aprovadas, as matérias seguem para análise do Senado.

Veja os principais pontos da regulamentação da Reforma Tributária:

Imposto do Pecado
O imposto seletivo (IS), também chamado de Imposto do Pecado, será aplicado sobre a produção, extração, comercialização ou importação de produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

Segundo o texto enviado pelo governo, ficarão sujeitos ao imposto os seguintes produtos: veículos, embarcações e aeronaves, cigarros, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas e bens minerais extraídos.

Caberá à Receita Federal administrar e fiscalizar a aplicação do imposto. Ficam isentos da taxa os serviços de transporte público coletivo de passageiros, como ônibus e metrô.

Uma das discussões que podem render mudanças sobre o Imposto do Pecado é a inclusão de carros elétricos na lista de itens taxados, defendida pelo governo federal.

Outra sugestão do governo ao texto é a taxação de jogos de azar com o Imposto do Pecado. A ideia tem sido debatida entre membros da Fazenda e os deputados. Em junho, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a liberação de jogos como bingo, jogo do bicho e cassinos. Agora, o texto deve ser votado no plenário da Casa.

Cashback
O projeto enviado ao Congresso pelo governo também estabelece uma espécie de “cashback do povo” para quem recebe até meio salário-mínimo. A medida sugere a devolução de:

  • 50% da CBS e 20% da IBS para contas de água, luz, esgoto e gás encanado;
  • 100% da CBS e 20% da BS para botijão de gás;
  • 20% da CBS e da IBS nos demais produtos.

No caso das contas de energia, água, esgoto e gás natural, a devolução dos tributos será feita no momento da cobrança da operação.

Cesta básica
O projeto de lei complementar também cria a nova cesta básica nacional, com 15 produtos que serão isentos de impostos. Segundo a Fazenda, a lista conta com itens para privilegiar a alimentação saudável e ingredientes necessários para prepará-los.

Os produtos da cesta básica nacional serão:

  • arroz
  • leite e fórmulas infantis
  • manteiga
  • margarina
  • feijões
  • raízes e tubérculos
  • cocos
  • café
  • óleo de soja
  • farinha de mandioca
  • farinha e sêmolas de milho
  • farinha de trigo
  • açúcar
  • massas
  • pão
  • Apesar de não integrarem a cesta básica nacional, outros três produtos também serão isentos de impostos: ovos, frutas e produtos hortícolas.

Além disso, de acordo com o projeto, uma lista de alimentos terá alíquota reduzida em 60%, como carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves; peixes; crustáceos; e leite fermentado.

Audiências
Os dois GTs que discutem regulamentação da reforma tributária realizaram mais de 24 audiências públicas. De acordo com dados disponibilizados à CNN, os deputados ouviram mais de mil pessoas em mais de um mês de audiências públicas e reuniões internas.
As reuniões e audiências somam mais de 77 horas de debates. Foram ouvidos especialistas e entidades de diversos setores econômicos para ajudar na elaboração da proposta que deve ser apresentada pelos parlamentares. (CNN)


Jogo Rápido

Filó FestiQueijo e Feira Feito ocorrem em julho em Carlos Barbosa
O segundo Filó FestiQueijo e a terceira feira Feito em Barbosa voltam a ser realizados em Carlos Barbosa na Serra gaúcha. Nos dias 19 e 20 de julho, das 17h às 22h, a cidade recebe os eventos, na Rua Coberta e no pavilhão da Tramontina, que ficam lado a lado, próximo à igreja matriz. Com entrada franca, a realização visa estimular a retomada do comércio e do turismo regional, que ainda se recuperam dos impactos causados pelas chuvas no Estado. A 2ª edição do Filó FestiQueijo contará com 15 expositores participantes, dispostos na extensão da Rua Coberta, com uma ampla variedade de produtos da gastronomia típica da Serra gaúcha e de bebidas. Entre as opções estão polenta, grostoli, pão de queijo, pastéis, risoto, espetinho de frango com queijo, além de queijos, cervejas, vinhos e espumantes. Já a feira Feito em Barbosa, com produtos elaborados exclusivamente por empresas do município, também ocorre nos dias 19 e 20 de julho. Aberta ao público, a terceira edição da exposição será realizada no pavilhão da Tramontina, ao lado do Filó FestiQueijo. Nela, os visitantes encontrarão vestuário, acessórios, papelaria, utensílios, artesanato, agroindústrias, alimentação, entre outras variedades. O presidente do FestiQueijo, Francisco Guazzelli, salienta que, com o adiamento da 33ª edição do evento para 2025, a organização do festival buscou alternativas para ajudar no desenvolvimento econômico, movimentando o comércio local e o turismo regional. "Nos reunimos para encontrar ações que auxiliassem os empreendedores nesse momento de retomada. O Filó, que estava previsto para maio, e a feira Feito em Barbosa, que aconteceria concomitante com o 33º FestiQueijo, nos meses de junho e julho deste ano, precisaram ser adaptados e irão ocorrer em dois dias de programação. Queremos que eles movimentem a economia, aqueçam o comércio e estimulem os visitantes a conhecerem os atrativos turísticos", explica. (Jornal do Comércio)

 

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Porto Alegre, 1º de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.169


Uruguai – Notória queda na captação de leite reflete o ânimo do produtor

Produção/UR – A queda da produção de leite nas fazendas e da captação nas indústrias lácteas do Uruguai é resultado de “uma série de eventos acumulados”, explicou a El Observador Juan Daniel Vago, presidente do Instituto Nacional do Leite (Inale).

Vago disse que o ânimo no setor foi alterado porque não se pode aproveitar a baixa nos custos com mais faturamento, mas destacou que em um contexto mais amplo “as perspectivas são boas”.

Os dados divulgados no início desta semana mostram que a captação de leite caiu quase 12% no mês de maio, na comparação interanual.  

Vago lembrou que não estão longe e nem superados todos os impactos adversos da seca que começou na primavera de 2022 e se estendeu na maior parte de 2023.

Para minimizar os problemas da seca e sair dessa conjuntura da forma menos traumática possível foi necessário fazer investimentos o que gerou complicações que não são novas: endividamento e restrição financeira.

Além disso, com o ponto inicial em agosto do ano passado, houve queda de quase 40% nas cotações das commodities lácteas no mercado internacional, destino na maior parte de tudo o que é industrializado no Uruguai.    

Este ano, desde março, foram registrados episódios de chuvas muito frequentes e em alguns casos excessivas, com maior impacto negativo em algumas zonas do que em outras, “mas atingiu fortemente a bacia leiteira de Florida (onde continuou chovendo em junho). O gado leiteiro sofre muito mais quando há excesso de umidade do que quando falta água, desde que haja comida”, disse

Além da falta de conforto animal para produção, chuvas em excesso, criam barro, afetando os animais, atrasam os plantios para obtenção de comida e também existe mais incidência de enfermidades podais e aumenta o nível de células somáticas nos úberes.   

Apesar de tudo isso, “existem boas perspectivas para o setor”, afirmou Vago, “porque o preço das commodities lácteas no mercado internacional ficaram mais estáveis, houve queda significativa dos custos de herbicidas e fertilizantes, caiu o preço da ureia e sobretudo dos grãos, dos concentrados, então haverá margem, que pode não ser excelente, mas haverá”.

Lamento, mais uma vez, que a queda no volume de leite não tenha permitido aproveitar melhor a redução dos custos de produção, “porque menos leite produzido é menor faturamento”, existindo agora a expectativa de que na entrada da primavera a situação climática será normalizada e que não surjam novos contratempos.

Mas há uma realidade, que precisa ser levada em conta: ao produzir menos leite reduz a renda de muitos sistemas produtivos “e isso causa impacto no ânimo dos produtores”.

A captação de leite em maio de 2024 caiu 11,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, e alcançou 149,5 milhões de litros. Em maio de 2023 o volume foi de 170 milhões de litros.

Outro dado adverso divulgado pelo Inale foi de que houve queda de 2,3% no acumulado de 2024 (janeiro a maio) totalizando 718 milhões de litros, contra 734 milhões de litros nos cinco primeiros meses de 2023.

Em compensação, continua sendo positiva a evolução da captação nos últimos 12 meses (junho de 2023 a maio de 2024), com 2.097 milhões de litros, 0,9% a mais em relação ao ano móvel anterior.

Nos registros de 2024 a captação de janeiro (163 milhões de litros) foi a maior com base nas medições mensais, e o menor volume em fevereiro, 130 milhões de litros.

Na série histórica, a melhor captação mensal ocorreu em outubro de 2020 com 222 milhões de litros. (El Observador – Tradução livre: www.terraviva.com.br)


Conseleite MG

A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 28 de Junho de 2024, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização
dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:

a) O maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Abril/2024 a ser pago em Maio/2024.
b) O maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Maio/2024 a ser pago em Junho/2024.
c) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Junho/2024 a ser pago em Julho/2024.


Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.

CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA
O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima.

Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br.

 

Dinamarca será 1º país do mundo a cobrar imposto de CO2 sobre as emissões da pecuária

A Dinamarca anunciou nesta terça-feira (25) que vai introduzir um imposto sobre as emissões de dióxido de carbono provenientes de bovinos a partir de 2030, tornando-se o primeiro país do mundo a tomar uma medida do tipo.

O imposto, proposto pela primeira vez em Fevereiro por especialistas contratados pelo governo, deverá ajudar a Dinamarca a atingir a meta de redução das emissões de gases de efeito estufa em 70% até 2030 em relação aos níveis de 1990. Na noite de segunda-feira, o governo chegou a um compromisso com agricultores, indústria, sindicatos e grupos ambientalistas sobre políticas ligadas à agricultura, a maior fonte de emissões de CO² do país. Especialistas políticos esperam que o projeto de lei seja aprovado após amplo consenso, mas ele ainda está sujeito à aprovação do parlamento.

“Seremos o primeiro país do mundo a introduzir um verdadeiro imposto de CO² na agricultura. Outros países vão se inspirar nisso”, disse o ministro das Finanças dinamarquês, Jeppe Bruus.

O acordo propõe a taxação dos agricultores em 300 coroas dinamarquesas (cerca de R$ 234,00) por tonelada de CO² em 2030, aumentando para 750 coroas (R$ 585,00) até 2035. Os agricultores terão direito a uma dedução fiscal de Imposto de Renda de 60%, o que significa que o custo real por tonelada começará em 120 coroas (R$ 93,00) e aumentará para 300 coroas (R$ 234,00) até 2035, enquanto subsídios serão disponibilizados para apoiar ajustes nas operações agrícolas.

Segundo cálculos do jornal Financial Times, cada agricultor deverá pagar anualmente cerca de € 100 (R$ 582,00) pelas emissões de gases do efeito estufa de cada uma de suas vacas, por exemplo.

A Nova Zelândia cancelou neste mês os planos de introduzir um imposto semelhante após enfrentar críticas dos agricultores. Na Dinamarca, apesar de os agricultores expressarem preocupações de que as metas climáticas do país poderiam forçá-los a reduzir a produção e cortar empregos, a categoria disse que o acordo deve tornar possível manter seus negócios. As informações são de InfoMoney e Dairy Herd Management, adaptadas pela equipe MilkPoint.


Jogo Rápido

AR – Exportações de lácteos são impulsionadas sem as retenções
Retenções/AR – As exportações de lácteos cresceram 7% este ano, graças à suspensão das retenções, que foram prorrogadas até 30 de junho de 2025. A retirada dos Direitos de Exportação (Retenções) impediu que as exportações caíssem, devido aos problemas de competitividade que tem este setor, e outros segmentos da economia argentina. Assim, as exportações foram responsáveis por 30% do faturamento do setor lácteo, enquanto o restante foi destinado ao mercado interno. A defasagem entre desvalorização cambial e inflação torna mais cara a produção de qualquer bem, seja medido em pesos ou em dólares, reduz a competitividade argentina e limita o acesso aos mercados internacionais. “Se as retenções estivessem em vigor, com a defasagem cambial existente, as exportações seriam inviáveis. Hoje temos o mesmo dólar de setembro do ano passado. A inflação consumiu toda a desvalorização. Sem a eliminação das retenções não seria possível exportar” analisou Jorge Giraudo do Observatório Argentino da Cadeia Láctea (OCLA) Junte-se a isso, a volatilidade das cotações do mercado internacional. No caso do Brasil, para onde vai a maior parte de tudo que a Argentina exporta, o valor médio é de US$ 3.800 a tonelada. Por isso a geração de divisas, que foi de US$ 560 milhões, caiu 3% em comparação com as exportações realizadas entre janeiro e maio de 2023. A suspensão dos Direitos de Exportação é pedida pelo setor agropecuário há bastante tempo. A medida foi adotada pelo governo atual e acalmou os produtores, que recuperaram a confiança. De qualquer forma eles sabem que suas necessidades são mais prementes do que os projetos políticos. As medidas setoriais e macroeconômicas são necessárias e urgentes para não continuar perdendo competitividade e rentabilidade nas exportações, especialmente em negócios como laticínios e carne bovina.Bichos de campo Tradução livre: www.terraviva.com.br

 

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Porto Alegre, 28 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.168


ÚLTIMA CHANCE! Inscrições ao 3º Prêmio Referência Leiteira encerram neste final de semana

As propriedades leiteiras gaúchas têm até o domingo (30/06) para remeterem a documentação e garantirem participação no 3º Prêmio Referência Leiteira, categoria Cases. A iniciativa teve o prazo estendido após a tragédia climática e foi mantida com o objetivo de fortalecer a produção leiteira gaúcha. 

O regulamento e a ficha de inscrição podem ser retiradas nos escritórios municipais da Emater/RS ou acessadas pelo site do SINDILAT/RS . A premiação é realizada pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), juntamente com a Emater/RS e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR).

Cada propriedade pode se inscrever em apenas uma das seis categorias: Inovação, Sustentabilidade Ambiental, Bem-estar Animal, Protagonismo Feminino, Sucessão Familiar e Gestão da Atividade Leiteira. É preciso fazer o envio das informações, em remessa única, por correio eletrônico, à Emater/RS (jries@emater.tche.br) e ao Sindilat (sindilat@sindilat.com.br). 

Podem se inscrever as propriedades estabelecidas no Rio Grande do Sul, que comercializem leite cru in natura para indústria ou que processem o leite em agroindústria própria. “Vamos valorizar e fomentar quem produz, ajudando na divulgação das melhores práticas e na propagação de ações inspiradoras na produção, principalmente neste momento de recuperação em que precisamos estar unidos”, reforça o presidente da comissão do Prêmio Referência Leiteira, Jaime Eduardo Ries, da Emater/RS. 

Vice-coordenador da premiação, Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS, informa que o resultado será divulgado durante a Expointer 2024. “A feira está confirmada e vai acontecer de 24 de agosto a 1º de setembro”, destaca. (SINDILAT/RS)


Conseleite/SC

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 28 de Junho de 2024 atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Maio de 2024 e a projeção dos valores de referência para o mês de Junho de 2024. 

O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (SINDILAT/RS) 

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1821 de 27 de junho de 2024

BOVINOCULTURA DE LEITE

A produção de leite está se recuperando nas propriedades que implantaram pastagens de inverno entre março e abril. As chuvas de baixa intensidade têm minimizado o pisoteio e a degradação das pastagens, favorecendo a adubação, apesar de surgirem problemas de formação de barro em acessos internos. Em algumas propriedades, foi observado aumento na produção devido ao número elevado de matrizes em ordenha e à curva ascendente inicial de produção após recentes parições. A redução das chuvas melhorou a saúde dos animais, diminuindo os casos de mastite.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em Alegrete, os preços do leite estão em alta. A melhoria nas condições do tempo impulsionou a produção, e houve aumento das pastagens cultivadas de inverno. 

Já na de Caxias do Sul, a produtividade do leite caiu mais do que a média de outros anos devido ao vazio forrageiro e às chuvas excessivas, que impediram o pastoreio das vacas. Os sistemas à base de pasto que estavam se normalizando foram prejudicados por mais uma semana de chuva e barro, dificultando o manejo dos animais. 

Na de Erechim, dias mais quentes e períodos prolongados de sol, no período, reduziram a umidade do solo, permitindo o pastoreio direto dos animais.  

Na de Frederico Westphalen, para manter a produção do rebanho, os produtores estão aumentando a oferta de alimento concentrado e de silagem da planta inteira e adquirindo silagem de pré-secado e feno, o que eleva os custos de produção. 

Na de Ijuí, os produtores de sistema de produção a pasto estão preocupados em relação à baixa produção de forragem das pastagens de inverno, obrigando-os a buscar alimentos fora da propriedade. O tempo úmido dificulta o manejo dos animais, afetando tanto a higienização das salas de ordenha quanto a remoção da umidade das camas nos sistemas de produção confinados.

Na de Lajeado, a atividade leiteira segue impactada pelas enchentes, que destruíram instalações e provocaram perdas significativas de animais, silagem, ração, fertilizantes e de outros insumos. Doações de feno, silagem e pré-secado de outras regiões e estados brasileiros têm sido a única fonte de alimentação animal em muitas propriedades locais. 
Na de Passo Fundo, a oferta de alimento a campo está abaixo das necessidades dos animais, reduzindo a produção de leite e mantendo o escore corporal baixo. 

Na de Pelotas, em várias localidades, há problemas de trafegabilidade de estradas, gerando custos adicionais para os transportadores, apesar de não impedir a coleta de leite. 

Em Rio Grande, mesmo com a redução das águas nas áreas alagadas, os animais ainda não retornaram às propriedades em função do pasto submerso, diminuindo a produtividade, que está abaixo do esperado para a época. Todas as propriedades dependem de forragem conservada adquirida de outros produtores. 

Na de Porto Alegre, a produção de leite continua em queda, e há infestação por carrapato em função dos curtos períodos de baixas temperaturas. 

Na de Santa Maria, as chuvas agravaram as condições de higiene, provocando acúmulo de barro nas instalações. 

Na de Santa Rosa, a qualidade do leite segue satisfatória na maioria das propriedades, apesar das recentes chuvas excessivas que têm afetado o manejo em decorrência do acúmulo de barro nas instalações. Na de Soledade, nos municípios severamente afetados pelas chuvas, o uso de pré-secado doado é significativo, sendo adquirido para alimentar o rebanho bovino leiteiro. As recentes chuvas causaram perda da adubação nas áreas de pastagens cultivadas por lixiviação e erosão. (EMATER/RS adaptado pelo SINDILAT/RS)


Jogo Rápido

Previsão Meteorológica para o RS: 28 de Junho a 3 de Julho de 2024
Na sexta-feira, 28 de junho há a probabilidade de chuva fraca nas regiões Norte, Serra Gaúcha, Planalto Central e Médio devido ao aporte de umidade da Amazônia, transportada pelo Jato de Baixo Nível. O anticiclone migratório começará a ingressar pelo Sul do Estado, trazendo ar frio de origem polar no início da tarde, reforçando a estabilidade e reduzindo as temperaturas gradativamente. Já no sábado, 29 de junho, queda nas temperaturas continuará em todo o RS, com a possibilidade de ocorrência de geada na maioria das regiões. O deslocamento do anticiclone migratório promoverá o aporte de umidade marítima do Rio da Prata, aumentando a nebulosidade, principalmente no Sul do Estado. Existe a possibilidade de precipitação invernal, como chuva congelada, grânulos de gelo ou neve em pontos altos e isolados da Serra do Sudeste, Região Sul e Serra Gaúcha entre a manhã e à tarde. No domingo, 30 de junho, a probabilidade de precipitação invernal continuará durante a madrugada na Serra Gaúcha devido ao mesmo mecanismo de transporte de umidade do dia anterior. Nas demais regiões, o risco maior será de ocorrência de geada, com tempo estável ao longo do dia. Para a Segunda-feira, 1 de julho, espera-se o anticiclone migratório, deslocado sobre o Oceano Atlântico, manterá o tempo estável e as temperaturas amenas. Já na terça-feira, 2 de julho, padrão atmosférico se repetirá com tempo estável. Quarta-feira, 3 de julho: O fluxo de umidade oceânica no setor oeste do anticiclone migratório, com núcleo sobre o Oceano Atlântico, criará condições para chuva nas regiões da Serra Gaúcha, Metropolitana e Norte. Para os próximos sete dias, os prognósticos indicam chuvas de pequeno volume, principalmente para as regiões da Serra, Campos de Cima da Serra e Alto Uruguai, com volumes chegando a 5 mm. (SEAPDI adaptado pelo SINDILAT/RS)

 

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Porto Alegre, 27 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.167


Como se comporta a produção de leite em anos de El Niño ou La Niña?

Logo que as preocupações em torno do El Niño encerraram neste início de 2024, outro fator surgiu trazendo dúvidas e apreensões para o agro brasileiro: a presença da La Niña neste mesmo ano.

E dentro da produção de leite não é diferente, afinal, os fenômenos climáticos impactam pelo menos na oferta de alimentos para os animais, isso sem considerar quando o fenômeno acontece em maior intensidade e gera até mesmo impactos ambientais e logísticos na cadeia.

No entanto, o quão grande é esse impacto? E o que podemos esperar para este segundo semestre de 2024 frente a presença quase certa da La Niña?

Para responder esses questionamentos, primeiro é preciso ter em mente quais os efeitos da La Niña nas diferentes regiões. Enquanto no Norte e Nordeste o efeito climático gera um aumento das precipitações, no Sul o efeito é o contrário, com uma diminuição das chuvas, com os efeitos no Sudeste e Centro-Oeste podendo ser variados, mas com tendência de um sutil aumento nas chuvas nas regiões.

Segundo a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA), a probabilidade de ocorrência da La Niña é acima de 70% a partir do mês de agosto, aumentando para 85% entre os meses de novembro e janeiro de 2025, ou seja, podemos dizer que está praticamente confirmada a presença da La Niña neste ano.

Diante disto, podemos dizer que a La Nina trará impactos para a produção de leite brasileira em 2024. Porém, esses fenômenos como La Niña e El Niño são determinantes para uma queda ou aumento da produção de leite?

A resposta é não.

Apesar dos impactos claros no fornecimento de alimentos e na logística da cadeia, esses efeitos climáticos influenciam, mas não são determinantes para uma tendência na produção de leite, tendo outros fatores como, custo de produção, rentabilidade do produtor, nutrição, genética e sanidade, sendo outros fatores mais importantes para ditar a produção de leite do que o efeito climático por si só. E o gráfico abaixo ilustra exatamente isso. É possível perceber que existem crescimentos, estabilidade ou até queda tanto em anos de El Niño, anos de La Niña ou anos neutros, sem a presença de um dos fenômenos.

Ou seja, é preciso estar atento para os efeitos que a La Niña deve causar na cadeia leiteira neste ano, especialmente em suas influências regionais, no entanto, não podemos dizer que a produção de leite será maior ou menor em decorrência deste fato. (Milkpoint)


PIB do Estado cresce 4,1% no primeiro trimestre de 2024 puxado pela agropecuária

Resultados são anteriores às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em abril e maio

Após as estiagens de 2022 e 2023 e o excesso de chuvas no ano passado, a agropecuária recuperou espaço na economia do Rio Grande do Sul no primeiro trimestre de 2024. O Produto Interno Bruto (PIB) do Estado nesse período – ou seja, antes das inundações que atingiram o território gaúcho – registrou alta de 4,1% na comparação com o quarto trimestre de 2023. 

O resultado foi puxado principalmente pelo avanço no segmento do campo, que apresentou expansão de 59,1%. Na mesma base de comparação, a indústria (+0,5%) e os serviços (+1,2%) também avançaram. No Brasil, a alta no PIB no primeiro trimestre foi de 0,8%, com crescimento de 11,3% na agropecuária e de 1,4% nos serviços, enquanto a indústria registrou queda de 0,1%.  

Os números foram divulgados nesta terça-feira (25/6) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). Elaborado pelo pesquisador Martinho Lazzari, o documento foi apresentado com a presença do secretário adjunto da SPGG, Bruno Silveira, da subsecretária de Planejamento, Carolina Scarparo, e do diretor do DEE, Pedro Zuanazzi.

Na indústria, as quatro atividades que compõem o segmento apresentaram alta – entre elas a indústria de transformação, a principal do setor, com expansão de 0,1%; a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (0,4%); a construção (0,2%); e a indústria extrativa (1,5%), a de menor representatividade industrial no RS.

Nos serviços, o destaque positivo ficou por conta do comércio, com crescimento de 3,5% no primeiro trimestre de 2024 em relação aos últimos três meses do ano passado. As atividades de transportes, armazenagem e correio (1,5%) e serviços da informação (1,3%) também avançaram, enquanto a atividade de intermediação financeira e seguros foi a única do segmento a apresentar queda (-1,7%).

Quando a comparação é o primeiro trimestre de 2023, a economia gaúcha apresentou crescimento de 6,4%. O Brasil, na mesma base, cresceu 2,5% no período.

"Os números do primeiro trimestre indicam que estávamos no caminho certo. Com a ocorrência dos fenômenos de maio, o governo está focado em todas as ações para reação da economia a partir de medidas estruturantes que possam nos guiar neste desafio", avalia Silveira.

Comparação anual
O crescimento nas lavouras de soja (71,2%) e de milho (26,4%), ambas afetadas pela estiagem em 2022 e 2023, puxaram a alta da agropecuária no primeiro trimestre de 2024 na comparação com o mesmo período do ano passado. Entre as principais culturas agrícolas do trimestre no Estado, o arroz também teve avanço na produção (4,3%), enquanto o fumo (-2,6%) e a uva (-22,2%) registraram queda.

Na indústria, a alta de 2,6% entre janeiro e março foi influenciada principalmente pela atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, com crescimento de 40,7%. “A estiagem registrada nos primeiros meses de 2023 restringiu a produção de energia hidroelétrica, o que impactou no resultado econômico da área. As chuvas dentro da normalidade no início deste ano reverteram o quadro”, explica Lazzari.

A indústria extrativa mineral teve alta de 2,1% no período em relação ao ano passado, enquanto a indústria de transformação, principal atividade industrial do Estado, registrou queda de 1%. Construção caiu 0,4% no período.  

Entre as 14 atividades monitoradas da indústria de transformação, a queda nos números é explicada, principalmente, pelo desempenho da fabricação de máquinas e equipamentos (-26,8%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-13,5%) e produtos alimentícios (-4,9%). Entre as altas mais expressivas, se destacaram as atividades de produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (+93,9%) e produtos do fumo (+19,4%). 

“No primeiro trimestre de 2023, a Refinaria Alberto Pasqualini esteve com a produção pausada para manutenção e realização de investimentos. Com a retomada neste ano, a produção voltou aos padrões habituais", conta Lazzari.

Nos serviços, a elevação de 3,2% foi influenciada especialmente pelo comércio (4,7%), outros serviços (5,1%) e serviços de informação (5,1%). Entre as atividades do comércio, os principais destaques foram os aumentos nas vendas nos hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (14,1%), no comércio de veículos (18,8%) e nos artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (10,2%). Entre as baixas, as mais significativas foram nas vendas de combustíveis e lubrificantes (-5,2%) e de material de construção (-2,5%).

Com o resultado de janeiro a março, no acumulado de quatro trimestres o PIB do RS apresenta crescimento de 3%. No país, a alta é de 2,5%. (SEAPI)

 

China – Importações de produtos lácteos de janeiro a maio de 2024

Importações/China – As importações de produtos lácteos da China vinham crescendo significativamente entre 2013-2021 (exceto na crise de 2015) a uma taxa anual acumulada de 10,6%, com queda de 16,5% em 2022 e de 10% em 2023, resultando em uma taxa negativa de 5,3% ao ano. De qualquer forma, a China continua sendo o grande motor da demanda mundial de lácteos.

 

As compras da China chegaram a 20 bilhões de litros equivalente leite no ano de 2021, muito perto de 25% do que foi comercializado no mercado internacional, excluindo as transações intra bloco da União Europeia (UE). Daí seu comportamento ser muito relevante para a determinação dos preços. Em 2022 houve uma queda de 17,1% das vendas mundiais para a China. Em 2023, as compras chinesas, em litros equivalente leite, caíram 20,5%. Com isso, sobraram entre 3 e 4% da oferta mundial que se deparou com um crescimento da produção mundial em torno de 1% e uma demanda doméstica retraída nos países exportadores. Tudo junto constituiu a principal causa da queda de preços observada durante quase todo o ano de 2023.

As baixas compras da China foram decorrentes, em princípio, de uma maior produção interna, e altos estoques gerados com as grandes compras de 2021. Outros problemas se seguiram, como as dificuldades logísticas que provocaram o isolamento de algumas cidades em decorrência de surtos do Covid-19, efeitos colaterais da Guerra na Ucrânia e o processo inflacionário que vem ocorrendo nas economias mundiais com impacto recessivo sobre a demanda. A expectativa é de que a demanda começaria a ser revigorada (ao revisar várias publicações de organismos especializados), mas até agora não existem indícios disso.

No mês de maio houve baixas generalizadas das importações, com aumento em produtos de baixa relevância sobre o total. O mesmo ocorreu no acumulado dos primeiros cinco meses do ano.

O total das importações em dólares de janeiro a maio de 2024 foi 23,5% inferior ao registrado no mesmo período de 2023, e o valor médio dos produtos caiu de US$ 4.552 a tonelada, para US$ 4.108 a tonelada, um recuo de 9,8%. A redução das compras foi uma combinação da queda dos preços, e dos volumes que diminuíram 15,2%.

O valor do litro equivalente leite das importações da China de janeiro a maio de 2024 foi de US$ 0,88 (caindo 11,7%). O valor por litro equivalente leite das exportações totais da Argentina para todos os destinos em igual período foi de US$ 0,54.

A China é o principal importador de leite em pó integral e seu principal fornecedor é a Nova Zelândia que ostentou 90,6% de participação desse produto no gigante asiático no ano de 2024, até aqui. A participação nos cinco primeiros meses de 2023 foi de 91,3%, muito perto do índice deste ano.    Fonte: OCLA Tradução livre: www.terraviva.com.br


Jogo Rápido

RS teve um outono de maior estresse térmico na produção de leite
A combinação de umidade, temperatura e amplitude térmica afetou o volume de forma mais prolongada do que o ano passado; efeitos se somaram aos da catástrofe climática. A combinação de temperatura, umidade e amplitude térmica trouxe um outono de maior estresse térmico para os animais em relação ao do ano passado, com impacto direto sobre a produção de leite do Estado. É o que mostram os dados do Departamento de  Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária, da Secretaria da Agricultura. E esse fator se soma aos efeitos trazidos à atividade pela catástrofe climática registrada em maio — como a dificuldade inicial de captação nas propriedades e a perda de rebanho. No quesito conforto térmico dos animais, o maior desafio veio em março: essa condição só esteve presente em 49,7% do período — quando o ideal seria acima de 80%. E incluíram situações consideradas perigosas durante 6,6% do mês. — Foi um outono mais complicado porque o estresse persistiu por um período maior do que no ano passado — observa a pesquisadora Adriana Kroef Tarouco, uma das responsáveis pelo Comunicado Agrometeorológico - Biometeorologia Aplicada à Bovinocultura de Leite no outono de 2024. Conduzido em 16 municípios, o estudo mostra ainda que quanto maior a produtividade da vaca, maior também foi a redução da produção em situações de estresse térmico. Adriana explica que as alterações sobre o volume aparecem após a condição do ambiente se tornar crônica — em torno de três dias: — Com umidade e temperatura altas, o animal não consegue perder calor. Isso acontece principalmente acima de 35ºC. A vaca para de comer, busca sombra, caminha menos. Isso lá na frente afeta a produção de leite dela. (Zero Hora)

 

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Porto Alegre, 26 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.166


ÚLTIMOS DIAS: Inscrições ao 3º Prêmio Referência Leiteira vão até 30/06

As propriedades leiteiras gaúchas têm até o domingo (30/06) para remeterem a documentação e garantirem participação no 3º Prêmio Referência Leiteira, categoria Cases. A iniciativa teve o prazo estendido após a tragédia climática e foi mantida com o objetivo de fortalecer a produção leiteira gaúcha. 

O regulamento e a ficha de inscrição podem ser retiradas nos escritórios municipais da Emater/RS ou acessadas pelo site do SINDILAT/RS . A premiação é realizada pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), juntamente com a Emater/RS e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR).

Cada propriedade pode se inscrever em apenas uma das seis categorias: Inovação, Sustentabilidade Ambiental, Bem-estar Animal, Protagonismo Feminino, Sucessão Familiar e Gestão da Atividade Leiteira. É preciso fazer o envio das informações, em remessa única, por correio eletrônico, à Emater/RS (jries@emater.tche.br) e ao Sindilat (sindilat@sindilat.com.br). 

Podem se inscrever as propriedades estabelecidas no Rio Grande do Sul, que comercializem leite cru in natura para indústria ou que processem o leite em agroindústria própria. “Vamos valorizar e fomentar quem produz, ajudando na divulgação das melhores práticas e na propagação de ações inspiradoras na produção, principalmente neste momento de recuperação em que precisamos estar unidos”, reforça o presidente da comissão do Prêmio Referência Leiteira, Jaime Eduardo Ries, da Emater/RS. 

Vice-coordenador da premiação, Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS, informa que o resultado será divulgado durante a Expointer 2024. “A feira está confirmada e vai acontecer de 24 de agosto a 1º de setembro”, destaca. (SINDILAT/RS)


CONSELEITE PR - RESOLUÇÃO Nº 06/2024

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 25 de Junho de 2024 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Maio de 2024 e a projeção dos valores de referência para o mês de Junho de 2024, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Junho de 2024 é de R$ 4,5596/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (CONSELEITE PR) 

AR – A produção de leite caíra de 4 a 6% este ano

Produção/AR – Nas fazendas leiteiras, o melhor cenário climático está revertendo os maus indicadores produtivos que deixaram a seca do ano passado e a onda de calor do verão. 

Em maio passado, foram produzidos 878 milhões de litros de leite, o que representou um significativo aumento de 10% em relação a abril. Com água e pasto, a produtividade das vacas estaria começando a melhorar.

De qualquer forma, o volume de leite obtido em maio foi 11% menor do que o registrado em maio de 2023. No acumulado do ano, a queda interanual dos cinco primeiros meses é de 14%.

O Observatório da Cadeia Láctea (OCLA) afirma: “Em algumas regiões vem melhorando com os dias mais frios, secos e ensolarados. A expectativa é de que a situação continue sendo revertida paulatinamente e passar para um quadro positivo entre agosto e setembro”.

A queda da produção de leite varia de acordo com a bacia leiteira e o impacto do clima. Em Santiago del Estero, a queda interanual foi de 25%, em Santa Fe e Córdoba baixa de 15%, em Entre Ríos caiu 10%, Pampa -7% e a região menos afetada, Buenos Aires, a perda foi de 6% nos primeiros meses desde ano, em relação ao mesmo período do ano passado.

Também existem cenários bem distintos quando se fala do tamanho da unidade produtora de leite. As fazendas que entregam menos de 2.000 litros dia produziram 17% menos em relação ao ano passado. O segmento, que vai até 6.000 litros por dia, a queda foi de 12% e as fazendas maiores, que produzem acima de 6.000 litros, a perda registrada foi de 5%.

Um dado a ser levado em conta é que este ano a redução da produção não somente terá relação com os impactos do clima, mas também com a redução na quantidade de vacas e de unidades produtivas.

“Em 2024 deverá ter 4,5% menos unidades produtivas, com 6,5% menos vacas em produção, e provavelmente essa menor quantidade de vacas e de produção seja em fazendas menores, resultando em um impacto negativo na produção geral de 3,3%”.

Os dados são significativos porque mostram como as políticas erráticas dos últimos anos e o clima aceleraram o encerramento das explorações leiteiras. Na Argentina, as taxas nunca superaram 2/3% ao ano.  

A produção de leite na Argentina, na contramão do mundo

O OCLA publicou recentemente, dados que devem nos levar à reflexão.

A produção de leite cresce em quase todos os principais países do mundo, com exceção da Nova Zelândia, onde houve retração de 0,7%. Aqui esse indicador, no primeiro trimestre de 2024, despencou em decorrência da grave crise econômica e a forte redução da demanda de lácteos pelos próprios argentinos em meio aos ajustes realizados pelo governo de Javier Milei.

O OCLA esclareceu que “os países selecionados, que representam em torno de 55% da produção mundial de leite de vaca, no conjunto aumentaram em 0,68% o volume de leite no 1º trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023”.

Na Argentina, a produção reflete diretamente a queda do consumo, pois as condições climáticas foram normalizadas depois da grande seca dos últimos três anos. As vendas de lácteos ao mercado interno acumularam, no 1º trimestre de 2024, um retrocesso de 17,2% em volume e de 13,7% em litros equivalente leite.

Estas cifras mostram a gravidade da crise de consumo de lácteos que foi desencadeada logo depois da desvalorização cambial de dezembro passado, que terminou por pulverizar o poder aquisitivo dos salários, embora esta tendência tenha começado a diminuir em abril passado. No total a provisão de lácteos para o mercado doméstico foi reduzida em mais de 100 mil toneladas no 1º trimestre.Fonte: Bichos de Campo – Tradução livre: www.terraviva.com.br


Jogo Rápido

RS teve um outono de maior estresse térmico na produção de leite
A combinação de umidade, temperatura e amplitude térmica afetou o volume de forma mais prolongada do que o ano passado; efeitos se somaram aos da catástrofe climática. A combinação de temperatura, umidade e amplitude térmica trouxe um outono de maior estresse térmico para os animais em relação ao do ano passado, com impacto direto sobre a produção de leite do Estado. É o que mostram os dados do Departamento de  Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária, da Secretaria da Agricultura. E esse fator se soma aos efeitos trazidos à atividade pela catástrofe climática registrada em maio — como a dificuldade inicial de captação nas propriedades e a perda de rebanho. No quesito conforto térmico dos animais, o maior desafio veio em março: essa condição só esteve presente em 49,7% do período — quando o ideal seria acima de 80%. E incluíram situações consideradas perigosas durante 6,6% do mês. — Foi um outono mais complicado porque o estresse persistiu por um período maior do que no ano passado — observa a pesquisadora Adriana Kroef Tarouco, uma das responsáveis pelo Comunicado Agrometeorológico - Biometeorologia Aplicada à Bovinocultura de Leite no outono de 2024. Conduzido em 16 municípios, o estudo mostra ainda que quanto maior a produtividade da vaca, maior também foi a redução da produção em situações de estresse térmico. Adriana explica que as alterações sobre o volume aparecem após a condição do ambiente se tornar crônica — em torno de três dias: — Com umidade e temperatura altas, o animal não consegue perder calor. Isso acontece principalmente acima de 35ºC. A vaca para de comer, busca sombra, caminha menos. Isso lá na frente afeta a produção de leite dela. (Zero Hora)

 

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Porto Alegre, 25 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.165


Em junho, valor de referência do leite é projetado em R$ 2,5670

Durante reunião virtual do Conseleite, realizada na manhã desta terça-feira (25/06), foi divulgado o valor de R$ 2,5670 como referência projetada para o leite em junho no Rio Grande do Sul. A estimativa é elaborada pela UPF tendo como base dados fornecidos pelas indústrias considerando a movimentação dos primeiros 20 dias do mês.

O coordenador do Conseleite, Allan André Tormen, lembra que tradicionalmente, no início do inverno há uma oferta maior de leite. “Historicamente, ao contrário do Centro-Oeste e Sudeste do país, nossa safra é no inverno. Nesta época, teríamos que estar a pleno vapor com as forrageiras estabelecidas no campo, assim como as aveias e azevém, e que estão atrasadas por causa do clima”, indica, ao informar que o Conseleite está acompanhando o ciclo para, ao final, avaliar perdas na produção. A próxima reunião do está marcada para o dia 30/07, no formato online. (Assessoria de imprensa SINDILAT/RS)


Produção e consumo de lácteos na Argentina

Parte 02/02:  PREÇOS AO PRODUTOR E CUSTOS SÃO INFERIORES AOS PRATICADOS NO BRASIL

Apesar da diminuição do número de fazendas, em 2,3% ao ano, a produção de leite da Argentina teve crescimento médio líquido positivo de 1,5% ao ano. A produção por fazenda teve crescimento de 3,9% ao ano na média do período. Outra constatação da atividade leiteira no âmbito global é de uma lenta, mas consistente evolução, para rebanhos menores e vacas mais especializadas na produção de sólidos do leite. No caso da Argentina, verifica-se que o plantel evoluiu sua produtividade passando da média de 6.370 l/vaca/ano em 2020 para 7.470 l/vaca/ano, em 2023. A Figura 2 ilustra o crescimento da produção total de leite da Argentina, decomposto segundo dois efeitos: variação do número de vacas e variação da produção média por animal.

Na média do período 2019-2023, observa-se redução anual de 2,5% do plantel e, ao mesmo tempo, incremento da produtividade animal média em 4,2% ao ano. A combinação desses dois fatores perfaz uma taxa de crescimento da produção de leite na Argentina de 1,5% na média dos últimos cinco anos. O nível de preço do leite ao produtor argentino foi de US$ 0,33/l de leite, na média do período 2019 a 2023. Apesar de 28% menor em comparação com o  mesmo indicador do Brasil, cresceu 8% ao ano nesse período. Ao mesmo tempo, o custo de produção aumentou no período de 2019-2023 e parte significativa deste pode ser atribuído ao custo da mistura do alimento concentrado para as vacas, que cresceu 3,8% ao ano em média. Para efeito de simplificação, considerou-se mistura (70+30), que representa composição de 70% para os preços do milho e de 30% para os preços do farelo de soja. Na média do período 2019 a 2023, o valor calculado para a mistura ficou em US$ 0,22/kg, o que significa 27% menor em comparação ao mesmo indicador de custo na produção de leite do Brasil. Na avaliação da competitividade de sistemas de produção é praxe considerar o custo referente a um quilo de mistura para a produção de três litros de leite. Desse modo, descontando o valor equivalente ao custo dessa mistura na proporção de 3:1, a margem será aquela que cobrirá os demais custos da atividade e remunerará o capital e o produtor. Para a margem de preço sobre o custo da mistura 70+30, o valor calculado para o período 2019 a 2023 ficou em US$ 0,25/l, menor 29% em comparação com o mesmo indicador para o Brasil. No caso da Argentina, todos os indicadores (preço ao produtor, custos da mistura 70+30 e margem do preço sobre mistura), todos ficaram 28% inferiores em comparação com os mesmos indicadores do Brasil. A Figura 3 ilustra a evolução do crescimento do consumo de lácteos da Argentina ao longo do período 2019-2023, segundo a variação do consumo per capita e da variação anual da população. 

Observa-se que em 2019 houve crescimento de 3,4% no consumo per capita. Todavia, nos últimos quatro anos não houve crescimento significativo, em parte pelo enfrentamento de crises macroeconômicas que afetaram o poder aquisitivo da população. Entretanto, na média do final do período verificou-se crescimento do consumo per capita de 0,9% ao ano e dos lácteos como um todo, de 1,4% ao ano. (Anuário do Leite da Embrapa 2024 - Adaptado pelo SINDILAT/RS)

Cooperativa Santa Clara lança leite fortificado voltado ao público de mais de 50 anos

Acompanhando as exigências do mercado, a Cooperativa Santa Clara lançou o Leite Senior 50+ na versão UHT. O produto é voltado ao público acima de 50 anos que busca um envelhecimento saudável. O lançamento ocorreu na semana passada e o produto chega aos supermercados da região Sul e Sudeste nos próximos dias.   

Conforme a Associação Brasileira de Laticínios, nos últimos cinco anos, 45% dos consumidores brasileiros acima dos 50 anos aumentaram o consumo de produtos lácteos fortificados. Dados de 2021 indicam que 26,1% da população brasileira está nesta faixa etária. Nos EUA, os consumidores de lácteos também estão envelhecendo e é importante que as empresas acompanhem essa tendência.

O novo leite contém 50% a mais de cálcio do que o leite tradicional, é zero lactose e fortificado com vitaminas e minerais.

“Os consumidores acima de 50 anos têm buscado aumentar a ingestão de alimentos saudáveis e que contribuam para sua disposição, e a Santa Clara está sempre trabalhando para atender às novas demandas e tendências do consumidor, oferecendo produtos de qualidade, que promovam saúde e benefícios nutricionais. Além disso, lançamentos como este reforçam e agregam à nossa marca,” comenta o diretor administrativo e financeiro, Alexandre Guerra.    

Mesmo direcionado ao consumidor sênior, o leite não tem contraindicação. É um alimento utilizado para prevenir a deficiência de vitaminas e fibras, auxiliando no alcance das recomendações nutricionais. Um copo de 200ml contém 30% de cálcio, 15% de vitamina E, D e B12. Além disso, é uma fonte de fibras polidextrose. 


Leite Senior 50+  
Indicado também para pessoas intolerantes à lactose e que apresentam índices elevados de colesterol e triglicerídeos, este produto é zero lactose e semidesnatado, com apenas 1% de gordura. Contém polidextrose, uma fibra que reduz o impacto de refeições gordurosas, melhora a colonização de bactérias intestinais, fortalece a imunidade, combate a constipação e reduz a frequência da compulsão alimentar. É rico em cálcio, importante na formação e manutenção dos ossos, e Vitamina D, que contribui para a manutenção dos níveis de cálcio e o funcionamento muscular. Além disso, contém Vitamina E, um potente antioxidante e anti-inflamatório que reduz a inflamação da gordura visceral. A presença de Vitamina B12 ajuda no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, e na produção de células vermelhas. (As informações são da Cooperativa Santa Clara)

Jogo Rápido

Darlan Palharini, Secretário Executivo do Sindilat, relata sobre o cenário atual do leite, após enchentes e chuvas. Ouça clicando aqui. (Rádio Planetário FM 91.5)

 

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Porto Alegre, 24 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.164


Última semana de inscrições ao 3º Prêmio Referência Leiteira

As propriedades leiteiras gaúchas têm até o domingo (30/06) para remeterem a documentação e garantirem participação no 3º Prêmio Referência Leiteira, categoria Cases. A iniciativa teve o prazo estendido após a tragédia climática e foi mantida com o objetivo de fortalecer a produção leiteira gaúcha. 

O regulamento e a ficha de inscrição podem ser retiradas nos escritórios municipais da Emater/RS ou acessadas no site do SINDILAT/RS. A premiação é realizada pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), juntamente com a Emater/RS e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR).

Cada propriedade pode se inscrever em apenas uma das seis categorias: Inovação, Sustentabilidade Ambiental, Bem-estar Animal, Protagonismo Feminino, Sucessão Familiar e Gestão da Atividade Leiteira. É preciso fazer o envio das informações, em remessa única, por correio eletrônico, à Emater/RS (jries@emater.tche.br) e ao Sindilat (sindilat@sindilat.com.br). 

Podem se inscrever as propriedades estabelecidas no Rio Grande do Sul, que comercializem leite cru in natura para indústria ou que processem o leite em agroindústria própria. “Vamos valorizar e fomentar quem produz, ajudando na divulgação das melhores práticas e na propagação de ações inspiradoras na produção, principalmente neste momento de recuperação em que precisamos estar unidos”, reforça o presidente da comissão do Prêmio Referência Leiteira, Jaime Eduardo Ries, da Emater/RS. 

Vice-coordenador da premiação, Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS, informa que o resultado será divulgado durante a Expointer 2024. “A feira está confirmada e vai acontecer de 24 de agosto a 1º de setembro”, destaca. (Assessoria de imprensa SINDILAT/RS)


Produção e consumo de lácteos na Argentina

Parte 01/02:  EVOLUÇÃO RECENTE DA PRODUÇÃO DE LEITE E CONSUMO DE LÁCTEOS NA ARGENTINA

A Argentina é o segundo maior produtor de leite da América do Sul. Com uma produção anual de 11 milhões de toneladas, destaca-se pela competitividade na sua atividade leiteira, por um razoável índice de consumo per capita e como exportador de lácteos equivalente a 23% de sua produção. Em 2022, o Brasil foi o destino de praticamente metade (48%) de suas exportações de lácteos. Indicadores sobre a evolução mais recente da sua estrutura de produção do leite e do consumo de lácteos estão sumarizados na Tabela 1.

Numa perspectiva histórica sobre a produção de leite na Argentina, o maior incremento ocorreu no período 2003-2006, quando o país conseguiu passar de 8 para 10 milhões de toneladas/ano. Desde então, não conseguiu aumentar sua produção além do limite de 11 milhões de toneladas por ano.Apesar dos problemas macroeconômicos, o setor lácteo argentino tem se mantido historicamente competitivo e robusto. Similarmente ao vizinho Uruguai, a Argentina evoluiu e vem se consolidando com base numa estrutura de produção bastante eficiente: tamanho médio do plantel, com 150 vacas/fazenda; produção de 3 mil litros/dia por fazenda; vacas de alto padrão genético, com mais de 7 mil litros/ano; e custo de produção ao redor de 20% menor em comparação com o restante do mundo. A redução do número de fazendas de produção de leite é uma constatação mundial. Em regiões com atividade leiteira desenvolvida se observa redução do número de fazendas, mas também maiores em número de vacas por fazenda. A Argentina possui pouco mais de 10 mil fazendas, número que também vem caindo. O volume médio de produção por fazenda tem crescido. Mas, curiosamente, sem praticamente qualquer alteração na média de vacas por fazenda (tópico a ser discutido mais adiante). A Figura 1 ilustra o crescimento da produção total de leite da Argentina, decomposto segundo dois efeitos: variação do número de fazendas e da variação do volume de leite produzido por fazenda. (Anuário do Leite da Embrapa 2024 - Adaptado pelo SINDILAT/RS)

Piracanjuba apresenta campanha com mote “Isso é da Gente”

“Isso é da Gente” - A Piracanjuba iniciou a veiculação da nova campanha relacionada ao patrocínio da transmissão dos Jogos Olímpicos Paris 2024 na Globo .

Com o mote “Isso é da Gente”, uma série de vídeos comerciais, de 60, 30 e 10 segundos, reforça o jeito de ser da marca, entrelaçada com o modo de agir de esportistas e da própria família brasileira. Idealizada pela agência GoodBrands, a campanha sobre o tema será exibida até o fim da maior competição multiesportiva do mundo, em 11 de agosto. As inserções serão realizadas em diferentes horários da grade de programação das emissoras. Primeiro, na TV Globo e, posteriormente, nas demais TVs aberta. Além disso, haverá comunicação integrada nas redes sociais e nos pontos de venda da marca.

“Até o segundo semestre, os brasileiros serão impactados com mensagens que reforçam os valores do esporte. A ideia é ressaltar características que se conectam com os da marca e determinam aquilo que somos e acreditamos”, destaca a diretora de Marketing do Grupo Piracanjuba, Lisiane Campos.

O primeiro vídeo da série, de 60 segundos, foi divulgado nos intervalos dos programas Esporte Espetacular e Fantástico, no domingo (9/6). A peça traz imagens que relacionam características da marca, como “fazer mais e melhor”, “respeito”, “desafiar” e “gostar de fazer bem”, com modalidades esportivas, a exemplo do vôlei, skate, box, atletismo e ginástica olímpica.

A campanha é a segunda relacionada ao patrocínio da marca à transmissão dos Jogos Olímpicos Paris 2024 na Globo. Na primeira oportunidade, a “Vamô Brasil! – Campanha Promocional, que ficou no ar, em todas as emissoras de TVs aberta, redes sociais e pontos de venda, entre início de abril até fim de maio, divulgando sorteios de prêmios em dinheiro, mediante a compra de produtos Piracanjuba.

Além das ações de reforço da marca em clima esportivo, a Piracanjuba também é patrocinadora da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e dos atletas da modalidade Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Diogo Soares e Maria Eduarda Alexandre. (PIRACANJUBA)


Jogo Rápido

Comissão acerta detalhes para regulamento da 47ª Expointer
A Comissão Executiva da 47ª Expointer, que ocorrerá de 24 de agosto a 1 de setembro, reuniu-se nesta sexta-feira (21/6) no Parque Estadual Assis Brasil, em Esteio. Na pauta: aprovação do Regulamento Geral, a ser publicado em breve, entre outros assuntos. O secretário-adjunto da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Marcio Madalena, e a subsecretária do Parque, Elizabeth Cirne-Lima, conduziram o encontro. Segundo Madalena, após reunião que decidiu concretizar a Expointer 2024, muitas iniciativas já foram tomadas em relação a processos licitatórios de reconstrução e realização do evento. “Agora, começamos a discutir de fato como vamos colocar a Expointer em pé”. Elizabeth destacou que essa foi a primeira reunião de trabalho depois da decisão de realizar a Expointer 2024. “Como a gente conta com parceiros tradicionais – a maioria das pessoas já fez cerca de 20 feiras juntas -, é muito tranquilo evoluir nas decisões, porque todos já têm vivências de diferentes modelos. Sabem o que deu certo e o que não deu, por exemplo. O que pode ser mudado e o que não pode”, definiu. “Então, é importante a gente crescer a partir das experiências de cada copromotor para melhorarmos as próximas edições, com modificações e melhorias. Hoje são poucas as alterações que podemos fazer, a não ser as relacionadas à infraestrutura, como novos portões de acesso”, explicou a subsecretária. “A ideia é reduzir engarrafamentos históricos, ampliando a capacidade dos estacionamentos em cinco mil vagas. “Hoje temos 20 mil”, disse Elizabeth. Os representantes da Seapi e das entidades copromotoras estão estudando a possibilidade de realizar ações solidárias durante a feira, em benefício dos atingidos pelas enchentes de maio no Rio Grande do Sul. “Para isso, vamos marcar uma conversa específica em um próximo encontro”, disse Malalena. A Expointer é realizada pelo governo do Estado, por meio da Seapi, com o apoio das seguintes entidades copromotoras: prefeitura de Esteio, Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs) e Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raças (Febrac). (SEAPI)

 

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Porto Alegre, 21 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.163


Produção e consumo de lácteos no Uruguai

Parte 02/02: CONSUMO INTERNO DE LEITE NO URUGUAI: 275 L/HABITANTE/ANO 

Além da concentração da produção primária por meio da redução do número de fazendas, as indústrias e cooperativas também trilham o mesmo caminho. Hoje, os laticínios Conaprole, Estancias Del Lago, Alimentos Frei Bentos, Indulacsa-Lactalis e Granja Pocha dominam o beneficiamento de leite no país. O fato de a cadeia produtiva ser concentrada faz com que os custos da logística de coleta e de distribuição sejam também baixos, explicando, em parte, o porquê da elevada competitividade do leite uruguaio. O consumo interno em 2022 rondou a casa de 1 bilhão de equivalente litros de leite, um dos maio res índices per capita do mundo, chegando a 275 l/habitante/ano. Segundo o International Dairy Farm (IDF), quando comparado ao ano 2020, o consumo de leite fluido por pessoa em 2022 foi de 63,4 kg, com crescimento de 6%; 1,6 kg de manteiga, com crescimento de 6,9%; e 9,2 kg de queijo, com crescimento de 5,3%. A renda per capita elevada e a baixa concentração de renda observadas no Uruguai formam um mercado dinâmico para a cadeia produtiva de leite e derivados, que é altamente sensível ao poder de compra da população. A indústria láctea do Uruguai, além de abastecer o mercado interno, é amplamente voltada para exportações. A Tabela 2 mostra o comércio exterior do Uruguai, do qual o Brasil é um grande cliente. 

Os esforços do Uruguai junto ao mercado internacional têm se dado com a oferta de leite em pó integral, que teve crescimento de vendas de 21% em 2023 na comparação com o ano anterior. O Uruguai fornece lácteos para 80 países. A Figura 2 apresenta os principais clientes uruguaios, com destaque para o Brasil, que cresceu sua participação e se tornou o primeiro destino desses produtos, superando a Argélia. 

indústria láctea uruguaia está prosperando e fornecendo produtos de alta qualidade para o mundo. Com rígidos padrões de qualidade, profissionalismo, estreita e estratégica colaboração entre os principais elos da cadeia produtiva, o setor contribui sensivelmente com a economia do país. Essa fórmula de sucesso pode ser exemplo para outros países, na direção de maior competitividade e sustentabilidade da cadeia de lácteos. (Anuário do Leite da Embrapa 2024 - Adaptado pelo SINDILAT/RS)


Câmara aprova projeto que perdoa ou adia parcelas de empréstimos rurais no RS

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que perdoa ou adia o vencimento de parcelas de financiamentos rurais tomados por empreendimentos localizados nos municípios do Rio Grande do Sul com estado de calamidade pública ou situação de emergência reconhecida pelo executivo federal em áreas atingidas pelos eventos climáticos extremos. O texto segue para o Senado.

As medidas constam do Projeto de Lei 1536/24, dos deputados Luciano Zucco (PL-RS) e Rodolfo Nogueira (PL-MS). O projeto foi aprovado na forma de um substitutivo do relator, deputado Afonso Motta (PDT-RS).

Segundo o texto, o perdão será para as parcelas vencidas ou a vencer em 2024 relativas a operações de custeio agropecuário, independentemente da fonte de recursos e da instituição financeira.

Esse perdão não implicará devolução de valores a mutuários e não abrange dívidas liquidadas ou amortizadas antes da publicação do projeto como lei. Também estão de fora os valores já indenizados por meio do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) ou por apólices de seguro rural.

Destruição
Afonso Motta afirmou que as lavouras no Rio Grande do Sul foram condenadas a prejuízos irrecuperáveis. "Em várias localidades, as águas avançaram sobre a produção armazenada, carregaram máquinas e equipamentos, destruíram a infraestrutura produtiva e liquidaram o sistema viário. O cenário é desolador."

Já o deputado Zucco ressaltou que mais de 200 mil propriedades rurais foram afetadas no Estado, um terço do total registrado no último censo agropecuário.

Segundo o parlamentar, a medida é um passo necessário para os agricultores recomeçarem suas vidas. As perdas na agropecuária estão acima de R$ 3 bilhões, de acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

Durante a votação em plenário, o deputado Bohn Gass (PT-RS) elogiou o fato de o projeto favorecer apenas os agricultores que tiveram perdas com as enchentes, e não ser uma anistia irrestrita. Ele lembrou que o governo federal já prorrogou todas as dívidas até 15 de agosto e disponibilizou novos créditos para agricultores gaúchos.

Laudo técnico
Para contar com o benefício, o interessado deverá apresentar laudo técnico no qual se faz o levantamento das perdas materiais. O documento deve ser assinado por profissional ou entidade habilitada.

As áreas contempladas serão determinadas com base em delimitação georreferenciada definida em regulamento, levando-se em conta as propriedades efetivamente atingidas.

Pagamento adiado
Quanto às parcelas vencidas e a vencer em 2024 e relativas a operações de investimento e de comercialização vinculadas ao crédito rural nessas cidades, o projeto adia o pagamento para dois anos após a publicação da futura lei. O adiamento também não dependerá da fonte de recursos e da instituição financeira.

Sobre esses valores com pagamento adiado incidirão os mesmos encargos financeiros vigentes, mas sem multa, mora ou quaisquer outros encargos por inadimplemento ou honorários advocatícios.

O texto especifica que esse adiamento não impedirá o devedor de contratar novas operações de crédito rural e não será motivo para o registro do produtor rural em cadastros restritivos.

De igual forma ao caso de perdão das dívidas, a postergação dos pagamentos não abrange dívidas do Proagro ou cobertas por seguro rural. Poderão ser beneficiados os produtores rurais efetivamente atingidos conforme delimitação georreferenciada pelo regulamento.

O prazo para efetivar o adiamento dos pagamentos será de seis meses após a publicação da futura lei, podendo ser ampliado por decisão do Poder Executivo.

Durante o período da suspensão dos pagamentos, serão congeladas ainda as execuções judiciais e fiscais e os respectivos prazos processuais referentes a essas parcelas.

Custo das medidas
O projeto autoriza a União a assumir o custo das medidas, devendo definir a metodologia e as demais condições para ressarcir às instituições financeiras os custos com o perdão e a suspensão dos pagamentos.

Deverá ainda regulamentar a aplicação das regras a operações de crédito rural contratadas por cooperativas, associações ou condomínios de produtores rurais, assim como as efetuadas na modalidade grupal ou coletiva. (Correio do Povo)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1820, p. 27, 20 jun. 2024

BOVINOCULTURA DE LEITE

As condições do tempo foram favoráveis em algumas áreas, melhorando a disponibilidade de forragem e aumentando a produtividade dos animais. No entanto, outras regiões enfrentam desafios, como estradas de difícil acesso devido a alagamentos, prejudicando o manejo e a produção de leite. A gestão e controle de doenças, como mastite, e de carrapato continua sendo uma preocupação significativa em diversas propriedades.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o tempo seco facilitou o manejo dos animais e o pastejo, que haviam sido prejudicados pela umidade e pelo pisoteio. Há pastagens degradadas e baixa produção em função da umidade. 

Na de Caxias do Sul, a produção de leite nos sistemas à base de pasto melhorou, reduzindo o impacto do vazio forrageiro. 

Na de Erechim, foi retomado o pastejo em áreas onde as variedades de inverno foram implantadas; foram realizadas a aplicação de tratos culturais, adubação de cobertura e melhorias no manejo. 

Na de Frederico Westphalen, o acúmulo de barro nas imediações das salas de ordenha e nos locais onde as vacas dormem tem causado o aumento dos casos de mastite. 

Na de Ijuí, um grande volume de precipitação causou dificuldades no escoamento da produção e resultou em falta de energia elétrica. 

Na de Pelotas, as estradas com baixa trafegabilidade têm elevado os custos de transporte, embora não tenham impedido a coleta de leite. 

Em Rio Grande, os alagamentos persistem em várias propriedades, dificultando o manejo e a ordenha dos animais, além de causar escassez de alimentação e queda na produção de leite. 

Na de Porto Alegre, os produtores estão desmamando os terneiros antes da comercialização em razão do baixo estado das matrizes. A infestação por carrapato persiste, e são realizadas entregas de medicamentos e orientações. 
Na de Santa Maria, as chuvas recentes prejudicaram a higiene nas instalações devido ao barro acumulado. 

Já na de Santa Rosa, os períodos secos facilitaram o manejo dos animais, reduzindo os problemas de saúde associados ao barro. 

Na de Soledade, durante o período prolongado de vazio forrageiro, os volumosos conservados têm sido essenciais na dieta do rebanho. (Emater adaptado pelo SINDILAT/RS)


Jogo Rápido

Previsão do tempo no RS para a semana de 20 a 26 de junho de 2024
A previsão meteorológica para o Rio Grande do Sul na semana de 20 a 26 de junho de 2024 indica mudanças significativas no tempo, com a volta das chuvas e queda nas temperaturas. Sexta-feira (21/06): A chuva retorna ao Estado, especialmente nas regiões da Serra Gaúcha e Planalto, devido ao fluxo de ar quente e úmido da Amazônia, transportado pelo Jato de Baixos Níveis (JBN). Durante o dia, haverá um leve aumento nas temperaturas. Sábado (22/06): Um ciclone extratropical se formará entre o Paraguai e o Uruguai, movendo-se em direção ao Oceano Atlântico. A instabilidade trará precipitação leve em pontos isolados da Região Sul e Fronteira Oeste, com um aumento gradativo nas temperaturas. Domingo (23/06): O JBN volta a atuar, causando chuvas leves na maior parte do Estado, com volumes mais expressivos na Região da Campanha. Uma frente fria vinda da Argentina passará entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira. Segunda-feira (24/06): A entrada de um anticiclone migratório trará estabilidade e queda gradual nas temperaturas. Terça-feira (25/06): O padrão de queda nas temperaturas se intensifica, com possibilidade de geada nas regiões Sul, Fronteira Oeste, Campanha e Serra. Quarta-feira (26/06): O tempo permanecerá estável e as temperaturas mais amenas devido ao deslocamento do anticiclone em direção ao Oceano Atlântico. Para a semana, são esperados acumulados de chuva acima de 30 mm na maior parte do Estado, com volumes de até 100 mm no Centro do Estado e nos Campos de Cima da Serra. Na Fronteira Oeste, Campanha, Extremo Norte e Extremo Sul, os volumes serão menos expressivos, variando entre 10 e 30 mm. Na Serra do Sudeste e sul da Laguna dos Patos, os acumulados podem chegar a 50 mm. (Seapi adaptado pelo SINDILAT/RS)

 

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Porto Alegre, 20 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.162


Clair Kuhn será o novo secretário estadual da Agricultura

O governador Eduardo Leite anunciou, na tarde desta quarta-feira (19/6), que o ex-deputado estadual Clair Kuhn será o novo secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). Kuhn ocupará o posto exercido interinamente por Márcio Madalena, que seguirá como secretário-adjunto da pasta. O anúncio foi feito por Leite ao lado do vice-governador Gabriel Souza, no Palácio Piratini.

"Darei sequência ao trabalho que vinha sendo desempenhado pelo ex-secretário Giovani Feltes. Neste momento, teremos um foco especial no apoio aos produtores rurais para a recuperação econômica e produtiva após as enchentes. Há uma série de medidas em andamento e que podem ser aprofundadas para auxiliar o setor", disse o novo secretário. "Vamos trabalhar nessa direção e também daremos muita atenção à realização da edição deste ano da Expointer."

Kuhn é cidadão ibirubense e filho de produtores rurais. Possui MBA em Gestão Pública, já foi prefeito, vice-prefeito e vereador em Quinze de Novembro, presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e deputado estadual. Também integrou a equipe do Ministério da Cidadania e, recentemente, ocupava a função de diretor-geral adjunto na secretaria da Agricultura. (SEAPI)


Produção e consumo de lácteos no Uruguai

Parte 01/02: ALTA PRODUTIVIDADE E QUALIDADE, COM MENOS PRODUTORES E REBANHOS

O Uruguai possui área de pouco mais de 176 mil km² e população de 3,4 milhões de habitantes. É considerado um país com economia de alta renda e orientada para a exportação, principalmente leite, carne bovina, arroz e lã. Conta com expressiva proporção da população pertencente à classe média, com baixa desigualdade socioeconômica. A taxa de urbanização é de 96%, com água potável para 100% da população rural e urbana e tratamento sanitário para mais de 99% da população. O Produto Interno Bruto (PIB), em 2017, foi composto de 24% da indústria, 70% de serviços* e 6% da agricultura, para a qual a produção de lácteos é relevante. A indústria láctea uruguaia é altamente desenvolvida e eficiente. Mesmo com consumo per capita de mais de 275 kg de equivalente leite/ano, o país obteve excedente de 73% de sua produção total em 2022, o que equivale a algo em torno de 2,1 milhões de toneladas, exportando para 80 países. Parte da eficiência obtida vem de uma estrutura concentrada de produção, com pouco mais de 3 mil propriedades. São fazendas grandes e muito produtivas, com média acima de 125 vacas, produzindo acima de 5,6 mil l/vaca/ano, e volume superior a 1.900 l/fazenda/dia. As mudanças na estrutura de produção continuam em curso, com redução do número de propriedades, aumento de rebanhos nas propriedades e aumento de produtividade e de qualidade da matéria-prima. Nos últimos cinco anos houve diminuição do número de fazendas à taxa de 3,9% ao ano e, ao mesmo tempo, aumento da produção por fazenda em 4,3% ao ano, mantendo praticamente estável a produção do país. A estrutura da cadeia produtiva e do consumo podem ser verificados na Tabela 1. 

Em que pese a maior seca dos últimos 40 anos em 2022, a produção de leite no Uruguai apresentou apenas uma discreta redução. Comparativamente ao ano de 2015, registrou aumento de 1%. Essa estabilidade da produção de leite diante das condições climáticas adversas e redução substantiva do número de vacas, da ordem de -13%, é explicada pelo aumento significativo da produtividade animal que cresceu +16% no período. 

Sintetizando, o processo em curso no Uruguai  mostra profissionalização da produção de leite pela redução do número de produtores e de rebanho e aumento substantivo da produtividade animal e da qualidade. Essa concentração da produção com aumento da oferta por fazendas implica logística de coleta de leite e incremento da taxa de coleta pelas indústrias do leite produzido em 6,4%, chegando ao total de 95%. O restante do leite produzido (5%) é destinado ao consumo nas propriedades (animais e família) e para a elaboração de produtos artesanais e de origem locais. A competitividade da cadeia produtiva do leite começa nos preços da matéria-prima. A Figura 1 mostra os preços recebidos pelos produtores naquele país. 

Considerando que o ano de 2022 foi atípico por conta das condições severas de seca com grande impacto nos custos da alimentação animal, os preços recebidos pelos produtores s estão abaixo de € 0,32 em dezembro de 2023, o que corresponde a R$ 1,71, com o euro a R$ 5,34 (20/02/2024). 

Comparativamente, o preço do leite pago ao produtor em dezembro de 2023 foi de R$ 2,03 no Brasil (Cepea), R$ 2,23 no Chile (Boletim IDF) e R$ 1,54 na Argentina (Boletim IDF). Para sobreviver com preços menores, o Uruguai se caracteriza como um dos mais baixos custos de produção de leite no mundo, utilizando insumos modernos, alimentos concentrados e animais de alta produção. A base da produção de leite está alicerçada em sistemas a pasto suplementados com alimentos à base de grãos. Mas nem sempre foi assim. De sistema extensivo de produção pastoril baseado em pastagens naturais, o país evoluiu para um sistema agrícola intensivo com pastagens cultivadas e utilização de alimentos concentrados. Esses avanços tecnológicos têm desempenhado papel fundamental no aumento da produtividade do setor lácteo no Uruguai ao tempo em que possibilita produção com baixo custo e elevada competitividade global. (Anuário do Leite da Embrapa 2024 - Adaptado pelo SINDILAT/RS)

Inverno tem diminuição da chuva e temperaturas inferiores à média no RS

O inverno 2024, que inicia nesta quinta-feira (20/6), às 17h51, deverá apresentar precipitações e temperaturas abaixo da média no Rio Grande do Sul. “Ou seja, diminuição da chuva e dias mais frios”, explica o meteorologista da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Flávio Varone. 

Segundo ele, nos meses de julho, agosto e setembro, haverá o fim do evento El Niño e ocorrerá um curto período de neutralidade na primeira metade da estação, o que será determinante para a ocorrência de chuvas regulares e próximas da normalidade no mês de julho. 

“As projeções dos modelos de clima indicam o retorno do fenômeno La Niña entre os meses de agosto e setembro, o que deverá colaborar para a redução da precipitação na parte final do inverno, com volumes inferiores à média em praticamente todo o Estado nos meses de agosto e setembro”, esclarece Varone. “O prognóstico das temperaturas médias destaca que o trimestre deverá apresentar valores inferiores à média durante todo trimestre, e essa condição proporcionará ondas de frio mais intensas e poderá ocasionar eventos de geadas mais frequentes”, completa o meteorologista.  Veja aqui o Boletim trimestral julho/agosto/setembro 2024. (SEAPI)


Jogo Rápido

Prorrogado para o dia 30 de junho o prazo de inscrições para o 3º Prêmio Referência Leiteira
Com o objetivo de fortalecer a produção leiteira gaúcha frente às tragédias provocadas pelas chuvas, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), juntamente com a Emater/RS e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) estabeleceram a prorrogação para o dia 30 de junho do prazo de inscrições para o 3º Prêmio Referência Leiteira, categoria Cases. Diante de tantas adversidades enfrentadas em diversos setores, o leite gaúcho estará mobilizado através da premiação para valorizar e fomentar quem produz, ajudando tanto na divulgação das melhores práticas quanto na propagação de ações inspiradoras na produção”, assinala o presidente da comissão do Prêmio Referência Leiteira, Jaime Eduardo Ries, da Emater/RS. O regulamento e a Ficha de Inscrição estão disponíveis nos escritórios municipais da Emater/RS e também podem ser acessadas no site do SINDILAT/RS. Vice-coordenador da premiação, Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS, explica que podem participar as propriedades que estejam estabelecidas no Rio Grande do Sul, que comercializem leite cru in natura para indústria ou que processem o leite em agroindústria própria. “Na categoria de Cases, as melhores práticas da produção leiteira serão destacadas em seis categorias: Inovação, Sustentabilidade Ambiental, Bem-estar Animal, Protagonismo Feminino, Sucessão Familiar e Gestão da Atividade Leiteira”, explica. Conforme o regulamento, cada propriedade pode se inscrever em apenas uma das categorias através do envio das informações solicitadas no regulamento, em remessa única, por correio eletrônico, à Emater/RS (jries@emater.tche.br) e ao Sindilat (sindilat@sindilat.com.br). O resultado será divulgado durante a Expointer 2024. (Assessoria de imprensa do SINDILAT/RS)