Porto Alegre, 10 de outubro de 2024 Ano 18 - N° 4.240
USDA destina fundos para fomentar inovação em fazendas e laticínios
O financiamento do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) destinado às Iniciativas de Inovação em Negócios de Lácteos está apoiando pequenas e médias empresas do setor e fornecendo um caminho para a expansão e diversificação de mercados, à medida que a indústria adota tecnologias inovadoras na produção de leite.
Até o momento, a DBI (Dairy Business Innovation) investiu mais de US$ 64 milhões em mais de 600 projetos de laticínios para apoiar a resiliência da cadeia de suprimentos, estabelecer novos mercados e expandir o crescimento econômico em economias rurais, disse Tom Vilsack, secretário do USDA, em um comunicado divulgado na semana passada.
"O USDA está comprometido em ajudar a indústria de lácteos dos Estados Unidos a permanecer competitiva, enquanto trabalha arduamente para fornecer produtos lácteos necessários e nutritivos para comunidades em todo o país. Através da DBI, nosso objetivo é ajudar a indústria a acessar novos e melhores mercados, impulsionar a inovação e criar crescimento econômico", afirmou Vilsack.
A alocação deste ano será concedida de forma não competitiva para as quatro iniciativas atuais da DBI: na California State University, Fresno, na University of Tennessee, na Vermont Agency of Agriculture, Food & Markets, e na University of Wisconsin.
As iniciativas usarão o financiamento para oferecer assistência técnica e subsídios para produtores e empresas de laticínios em suas regiões. Esse suporte ajudará no desenvolvimento de planos de negócios, esforços de marketing e branding, além de expandir o acesso a novas técnicas de produção e processamento para avançar no desenvolvimento de produtos com valor agregado.
Ao longo da Califórnia, Oregon e Washington, a Pacific Coast Coalition usará US$ 690 mil em novos financiamentos para apoiar os produtores na exploração de usos de maior valor para o leite (por exemplo, queijos artesanais e produtos lácteos orgânicos). Para se manterem competitivos, a Coalizão também fornecerá treinamento empresarial para que os produtores possam expandir e diversificar sua renda e mercados.
Os US$ 3,45 milhões alocados para a University of Tennessee apoiarão produtores em 12 estados para adotarem práticas que melhorem os resultados financeiros e diversifiquem a cadeia de suprimentos de lácteos. As principais áreas de foco incluem segurança do produto, sustentabilidade agrícola e desenvolvimento de mão de obra – visando melhorar a produtividade e a competitividade no setor de laticínios do sudeste dos EUA.
No Nordeste, o Vermont Dairy Business Innovation Center alavancará US$ 3,45 milhões para expandir seu impacto na região. Desde agosto de 2024, a iniciativa forneceu US$ 31 milhões para 333 projetos, desde a modernização de fazendas até melhorias em eficiência energética, tudo projetado para fortalecer a resiliência e a eficiência operacional na indústria de lácteos da região. Os fundos também fortalecerão os esforços de sustentabilidade e produção da região.
No Centro-Oeste, a Wisconsin Dairy Business Innovation Alliance usará seus US$ 3,45 milhões para fornecer subsídios e assistência técnica a produtores e processadores de laticínios para expandir sua presença no mercado e fortalecer o desenvolvimento de produtos com valor agregado.
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.
Brasil está pronto para assinar o acordo Mercosul-União Europeia, afirma ministro
Em evento com representantes de governo e lideranças empresariais, Rui Costa destacou que o país aguarda apenas a confirmação da Europa
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quarta-feira (9) que o Brasil está preparado para assinar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
Durante sua participação no Fórum Empresarial Itália-Brasil, em São Paulo, com representantes de governo e lideranças empresariais, o ministro destacou que o país aguarda apenas a confirmação da Europa para formalizar o acordo.
Sinergia entre Brasil e Itália
Rui Costa ressaltou a importância das relações entre o Brasil, a Itália e a Europa, apontando que as sinergias entre os países são amplas. “Estamos prontos. O presidente Lula já manifestou isso de forma enfática. Entendemos que todos os pontos mais relevantes foram superados”, declarou o ministro.
A abertura do fórum contou com a presença de importantes autoridades, como o vice primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores e de Cooperação Internacional da Itália, Antonio Tajani, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, e o vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth.
Investimentos e descarbonização
Durante o evento, Rui Costa apresentou as oportunidades de investimentos no Brasil, destacando projetos de descarbonização e eletrificação da frota de ônibus, com apoio do Novo PAC.
Ele mencionou o desafio global da transição energética e a necessidade de investimentos. “Enquanto não temos escala de produção, os custos ainda são mais altos, como é o caso dos ônibus elétricos em comparação com os a combustão”, explicou o ministro.
Fundo Amazônia
O ministro também lembrou que o Brasil conta com o Fundo Amazônia e o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, que contribuem para o avanço de projetos sustentáveis no país, alinhados com as metas globais de combate às mudanças climáticas.
Rui Costa destacou as medidas institucionais implementadas pelo Governo Federal para modernizar o marco regulatório, especialmente na área de energia. Ele afirmou que as empresas italianas já reconhecem a segurança jurídica e econômica proporcionada por essas atualizações, o que oferece previsibilidade para os investidores.
Novas leis para PPPs
Além disso, o governo trabalha para aprovar no Congresso Nacional uma nova lei de parcerias público-privadas (PPPs) e um novo processo de licenciamento no país.
O ministro também mencionou os projetos na área de infraestrutura, como a Nova Indústria Brasil, que visa fortalecer a indústria nacional até 2033, e iniciativas no modal ferroviário para melhorar a integração do Brasil com os países do Mercosul.
Canal Rural
Primeiras ações já geram resultados na Rede Elite a Pasto
A adoção de novas tecnologias no manejo de pastagens e forragens começa a gerar novas oportunidades a produtores de leite em Júlio de Castilhos. Na quinta-feira (03/10), a propriedade de Gilson Mazarro, localizada no Rincão dos Pinheiros, foi o ponto de encontro para a realização de visita técnica, como parte de uma série de ações da Rede Elite a Pasto. Sob o tema "Novidades em Pastagens, Silagens, Bioinsumos e Manejo no Inverno", produtores e técnicos puderam avaliar, in loco, os primeiros resultados de práticas capazes de trazer novas perspectivas para a produção e utilização de forragem.
PRODUÇÃO DE FORRAGEM EM FOCO
O encontro, conduzido pelo engenheiro agrônomo Leandro Ebert, extensionista da Emater/RS-Ascar, teve como principal objetivo verificar o impacto das tecnologias implementadas e avaliadas na propriedade. Ele explica que as tecnologias aplicadas na propriedade visam atender a uma demanda levantada pelos produtores participantes do projeto, que sentem haver limitação de área para produzir forragem e alimento para os rebanhos. "Com isso, estamos trazendo técnicas que permitem aumentar a quantidade de forragem produzida por área, haja vista que existe limitação do aumento de área de produção de forragem e vacas não comem área, mas sim a forragem produzida", ressalta Ebert.
A primeira técnica avaliada foi o arranjo de sobressemeadura de inverno. Foram validadas duas gramíneas de inverno posicionadas para essa finalidade, a cevada BRS Korbel e o trigo X-Front, ambos consorciados a uma leguminosa e uma brássica: trevo vermelho e chicória forrageira. Para isso, foram firmadas parcerias com a Biotrigo Nutrição Animal, PGG W. Seeds e Embrapa Trigo. Esses consórcios foram comparados com um azevém tetraploide de última geração, amplamente utilizado na região. O corte e a estimativa de massa verde indicaram uma produção 80% maior de forragem em relação às gramíneas solteiras, dado que evidencia o potencial dessa tecnologia.
BIOINSUMOS E MANEJO EFICIENTE
Outro ponto de destaque da visita foi o uso de bioinsumos para melhorar a saúde do solo e a produtividade das forrageiras. Em parceria com a Inocular Soluções Agrícolas, foram aplicados os microorganismos Azospirillum brasiliense e Rizóbio, já consolidados por aumentar a atividade biológica do solo e promover o crescimento vegetal. Contando com a presença de Lucas Leal, representante da Inocular, os participantes discutiram os benefícios, o aumento da atividade biológica do solo, enraizamento e promoção de crescimento vegetal, como também a fixação biológica de nitrogênio, trazendo uma solução limpa, eficiente e de baixo custo para os produtores, com resultados em aumento da produção e da renda.
Também dentre as técnicas de manejo, o Pastoreio Rotatínuo passou a ser adotado em toda a área de pastagem de inverno na propriedade neste ano. O produtor Gilson Mazarro destacou que, com a área maior disponibilizada para pastejo por dia e a velocidade mais alta da rotação, em 2024 teve maior disponibilidade de pasto em comparação com invernos anteriores, permitindo trabalhar com menos fornecimento de silagem no cocho, mesmo considerando as adversidades climáticas deste outono/inverno.
SILAGENS DE INVERNO MAIS PRODUTIVAS
Além das pastagens, o projeto também trouxe inovações na produção de silagens. Foram testadas as variedades de triticale BRS Zênite e IPR Goitacá, além do novo trigo silageiro Energix 204. Essas novas opções demonstraram um aumento de até 23% em matéria seca por hectare, superando a aveia branca tradicionalmente utilizada. "Os ganhos não estão apenas na quantidade, essas novas opções de cereais de inverno alcançam uma forragem diferenciada em qualidade, tanto pela maior sanidade dos cultivos quanto pela maior presença de folhas e grãos, que resultam em silagens de maior valor nutricional e conversão em leite", afirmou Ebert.
PRÓXIMOS PASSOS
A visita técnica faz parte da programação da I Jornada Técnica de Primavera da Rede Elite a Pasto, que ainda terá atividades nos dias 10 e 17 de outubro. "Essas ações apresentam novas tecnologias e práticas para os produtores, sempre com foco na aplicação de conhecimentos científicos e no aumento da eficiência das propriedades leiteiras", finaliza Ebert.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
Jogo Rápido
Balde Branco 60 anos
“Falando da Balde Branco, a gente a confunde com a evolução da produção de leite no Brasil, já que nesses 60 anos saímos de um país importador de lácteos para, em alguns momentos, sermos exportadores de alguns produtos lácteos, passando pelas instruções normativas, a questão da coleta granelizada do leite, que foi um grande avanço. Atualmente a revista continua trazendo os indicadores do nosso setor, opiniões de especialistas, reportagens especiais, que nos trazem essas inovações que estão acontecendo na atividade leiteira. A revista Balde Branco faz parte do nosso dia-a-dia com informações e opiniões do que está acontecendo no setor e esperamos que tenha vida longa e nos traga sempre boas informações e boas reportagens, como tem sido nesses últimos 60 anos.” A fala é de Darlan Palharini, Secretário Executivo do Sindicato das Indústria de Lácteos do RS (SINDILAT/RS), em comemoração aos 60 anos da revista. Confira o depoimento em vídeo clicando aqui. (Balde Branco)