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Porto Alegre, 04 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.770

  Projeções indicam que Brasil deve seguir avançando no comércio global

As projeções da OCDE e da FAO por produtos ilustram como o Brasil continuará como ganhador no comércio agrícola global nos próximos anos. Para as carnes, por exemplo, a previsão do relatório é que em 2027, a produção mundial deverá ter aumentado 15% em relação aos últimos dez anos. Essa produção suplementar virá em 76% dos países em desenvolvimento, com alta significativa da produção de frango. Consumidores nos países em desenvolvimento deverão elevar e diversificar o consumo, podendo escolher em alguns casos carnes mais caras, como de bovinos e de ovinos.

Os principais exportadores, o Brasil e os EUA, deverão pesar ainda mais nesse segmento e representar 45% das vendas globais de carnes. A demanda continuará forte na Ásia, sobretudo nas Filipinas e no Vietnã. Os grandes importadores incluem a China, Coreia do Sul e Arábia Saudita. Até 2027, o preço de carnes deverá aumentar progressivamente em termos nominais, mas declinar em termos reais.

Para o açúcar, a projeção é de que a produção à base de cana e de beterraba deverá crescer menos rapidamente do que na última década. O Brasil deve se manter como o maior produtor, e Índia, China e Tailândia têm boas perspectivas. O consumo por habitante estagnará nos países desenvolvidos, mas poderá crescer na Ásia e na África. O Brasil continuará a assegurar 45% das exportações mundiais. O preço do açúcar deverá ter ligeira alta em valor nominal, mas também recuar em termos reais.

No caso das oleaginosas, a projeção é que produção mundial aumentará cerca de 1,5% ao ano, num ritmo menor que na última década. O Brasil e os EUA serão os principais produtores com volumes comparáveis. Os preços deverão igualmente declinar em valor real. Para os cereais, a previsão é que a produção mundial deverá crescer 13% entre hoje e o ano de 2027, graças a ganhos de produtividade. A Rússia vai estar mais presente no mercado internacional de trigo — o país já superou a União Europeia na exportação do cereal. A fatia de Brasil, Argentina e Rússia no mercado de milho deverá aumentar e a dos EUA diminuir. Tailândia, Índia e Vietnã seguirão como principais fornecedores de arroz no mercado internacional.

No caso dos lácteos, a projeção é de aumento de 22% na produção mundial entre 2018-2027, graças principalmente ao Paquistão e à Índia. Os dois vão representar 32% da produção mundial de leite em 2027. O essencial da produção suplementar será consumida internamente. A parte da União Europeia nas exportações de lácteos deverá passar de 27% a 29%. Com exceção de leite em pó, os preços do lácteos deverão baixar em termos reais.

Em relação aos pescados, as projeções da FAO/OCDEA indicam que a produção mundial continuará aumentando, mas num ritmo menor. Na China, deve haver uma desaceleração da produção. Os países asiáticos representarão 71% da alta do consumo de pescado. (As informações são do jornal Valor Econômico)
 
 

Chances de El Niño ameno no radar de meteorologistas

O fenômeno climático El Niño, que na safra 2015/16 prejudicou diversas culturas agrícolas no país, entre elas milho e soja, pode se formar no Oceano Pacífico novamente este ano. Mas, segundo meteorologistas, se o fenômeno se confirmar, não deverá ocorrer com a mesma intensidade que a vista há cerca de três anos. "A fase fria do Oceano Pacífico equatorial já acabou e, no lugar de águas frias, a gente já observa no Pacífico central áreas com águas aquecidas, com anomalia [de temperaturas] positivas", explica Paulo Etchichury, sócio-diretor da Somar Meteorologia, descrevendo uma das características do fenômeno climático. Segundo o boletim do escritório de meteorologia da Austrália, a probabilidade de o Oceano Pacífico equatorial apresentar aquecimento anormal durante a primavera e o verão é de 50% - o dobro do observado nesta época do ano em condições normais, segundo o próprio instituto. 

Nos EUA, o centro de previsões climáticas local (CPC, na sigla em inglês) aponta 50% de chances de formação de El Nino no outono do Hemisfério Norte (primavera no Hemisfério Sul), elevando para 65% durante o inverno (verão no Hemisfério Sul). "A presença do oceano aquecido e a indicação de El Niño é favorável para as lavouras [da região] Sul, porque diminui o risco de estiagem prolongada. Para o Centro Oeste e Sudeste, o principal impacto são chuvas de verão mais irregulares", afirma Etchichury. Os meteorologistas ouvidos pelo Valor, contudo, são unânimes em dizer que ainda é cedo para traçar previsões para a formação do El Niño, mas caso o fenômeno se confirme, não deve ser tão severo quanto o de 2015 - o mais forte em 18 anos. "Se ele aparecer, será mais para o fim do ano ou durante o verão de 2019, mas ainda é muito cedo para qualquer opinião, principalmente porque a grande dúvida seria seus efeitos em fevereiro", afirma Ludmila Camparotto, meteorologista da Rural Clima. No Brasil, os efeitos do aquecimento do Pacífico e de um possível El Niño serão sentidos com mais intensidade no Nordeste do país, sobretudo na região do Matopiba (confluência entre os Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). "Se pegarmos as últimas safras, fica clara a influência desses fenômenos na região", ressalta Etchichury. Com o La Niña no fim do ano passado e início de 2018, as áreas de produção do Matopiba apresentaram chuvas regulares na safra 2017/18 após a seca severa de 2015/16 seguida de leve melhora em 2016/17, ano de neutralidade. "Estatisticamente falando, nossas comparações levaram a um ano parecido com 2006/07, mas ainda estamos trabalhando com padrão neutro de viés positivo. 

Se houver El Nino, ainda será de fraca intensidade, e a tendência é de que, se ele aparecer, seja mais pro verão mesmo", aponta Ludmila. No curto prazo, o aquecimento do Pacífico deve exigir mais atenção dos produtores brasileiros com o plantio da safra 2018/19 diante do atraso na regularização das chuvas no Brasil. Paulo Etchichury, da Somar, afirma que, entre outubro e novembro, essas condições devem impedir o avanço de frentes frias sobre o Sul do Brasil. De acordo com o meteorologista, uma ou outra frente fria pode avançar durante a mudança de estação, "mas é preciso tomar cuidado porque, mesmo com chuvas significativas, podemos enfrentar de 10 a 15 dias de seca e temperaturas elevadas", prejudicando o plantio. "Não quer dizer que teremos um janeiro tão seco como naquele ano [2015], mas é um cenário de chuvas abaixo da média. O produtor tem que fazer uma estratégia pra mitigar os efeitos desse risco climático já que teremos uma condição para a próxima safra diferente da anterior", alerta. Na safra 2015/16, afetada pelo El Niño, a colheita de milho no país caiu para 66,5 milhões de toneladas, ante 84,6 milhões de toneladas na safra anterior. Já a produção de soja ficou em 95,4 milhões de toneladas, abaixo das 96,3 milhões do ciclo precedente. A produção de café conilon no Espírito Santo também sofreu com a seca e só agora começa a se recuperar. (Valor Econômico) 

Uruguai – Em dólares o preço do leite ao produtor caiu 5,3%

Preço/Uruguai – O maior preço ao produtor no ano de 10,25 pesos, [R$ 1,27/litro] e 0,34 dólares, significa aumento de 2,2% em pesos e queda de 5,3% em dólares. Em maio o preço médio ao produtor chegou a 10,25 pesos registrando um aumento de 2,2% comparado com abril. 

Mas, se a comparação for feita com os 34 centavos de dólares, houve queda de 5,3% em relação ao mês anterior. Estima-se que o teor de matéria gorda foi de 3,88% e de proteína 3,44%, o que leva a que o preço por cada 100 kg de sólidos seja de 140 pesos, valor 2% superior ao de abril. Em maio de 2018 o preço médio ao produtor ficou no mesmo nível em relação ao ano anterior em pesos. Entretanto, caiu 7,8% e dólares, estimou o Instituto Nacional de la Leche (Inale) (TodoElCampo – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Evolução dos valores em 2018.

 

BNDES oficializa linha de R$ 1,5 bi para empresas de proteína animal

Após reunião com o presidente Michel Temer, o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, anunciou uma nova linha de capital de giro de R$ 1,5 bilhão para empresas de proteína animal afetadas pela greve dos caminhoneiros. "Houve perdas muito importantes de animais e prejuízo na cadeia e essas empresas necessitam repor esses estoques", afirmou.

Segundo Dyogo, a linha de capital de giro terá o prazo de 60 meses para pagamento, sendo 24 meses de carência. As taxas serão compostas por TLP mais o spread de risco e o spread básico do banco, que varia conforme a empresa. "Isso deve fazer chegar ao tomador final algo em torno de 10% ou 11% ao ano, que é uma taxa bastante atrativa para capital de giro com prazo tão longo", avaliou. O presidente do BNDES disse que o presidente solicitou que ele tornasse pública a decisão do banco. Na semana passada, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) já havia comemorado a liberação da linha de crédito do banco estatal.

Dyogo disse que conversou com Temer também sobre a linha de crédito para colocar energia solar nas empresas e residências. "É uma linha com condições muito boas, com juros de até 4% ao ano com prazo de 12 anos e carência entre 3 a 24 meses. São condições que permitem que a parcelas sejam até inferior ao custo da energia pago pelo consumidor", disse.

Segundo ele, é possível com a linha reduzir o preço da conta de luz e o acesso à linha será feito pelos bancos repassadores do BNDES, inicialmente os bancos públicos. "Estamos preparando uma nova linha que seria distribuída pelos bancos privados". Dyogo disse ainda que o seu trabalho à frente do banco de fomento visa deixar para trás uma história que "era baseada em juros baixos e taxa subsidiadas" e que foram objetos de críticas. "O banco está se organizando de forma direta e disponibilizando recursos para pequenas e médias empresas e com isso estamos fazendo esse processo de transformação", afirmou, destacando que neste processo a digitalização "será a palavra- chave". (As informações são do jornal Valor Econômico)

 

Imunização chega a 98,9%
A primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa – que se estendeu de 1º de maio a 15 de junho – imunizou 98,99% das 13,2 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos do rebanho gaúcho. O resultado, divulgado ontem pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação, foi considerado “excelente” pela veterinária do Programa de Febre Aftosa da pasta, Grazziane Rigon, já que a comprovação da vacinação ultrapassou a meta de 90% do rebanho. Para Grazziane, o alto índice de registro deve-se ao maior prazo que os produtores tiveram para imunizar os animais, já que a campanha foi prorrogada em 15 dias em função da paralisação dos caminhoneiros, à conscientização dos proprietários em relação à prevenção da doença e à atualização do cadastro de animais e georreferenciamento de propriedades rurais, que resulta em um número mais preciso de bovinos e bubalinos no Estado. A segunda etapa da campanha vai imunizar animais com até dois anos de idade em novembro. A primeira vacinou animais de todas as idades. (Correio do Povo)
 

 

Porto Alegre, 03 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.769

GDT
 
Fonte(GDT)
 
 

Após forte alta em junho, mercado de leite começa a voltar ao normal

A paralisação dos caminhoneiros nos últimos 10 dias de maio fez os preços do leite pagos aos produtores do país dispararem no mês passado. De acordo com levantamento da Scot Consultoria, em junho, os produtores brasileiros receberam, em média, R$ 1,165 pelo litro do leite entregue no mês anterior, uma alta mensal de 4,3%. O percentual de valorização superou o visto nos meses anteriores. O movimento dos caminhoneiros interrompeu a captação de leite pelos laticínios e cerca de 600 milhões de litros de leite cru foram descartados no país por produtores em decorrência da falta de meios para transportar a matéria-prima das propriedades até as empresas. Segundo o Índice Scot de Captação de Leite, em maio o volume coletado pelos laticínios do país diminuiu 7,6%, na média nacional, em comparação com abril deste ano por causa paralisação. 

Dados parciais apontam para uma queda de 3,5% na captação em junho. Rafael Ribeiro, analista da Scot, afirma que o período de entressafra no Sudeste e Centro-Oeste do país também explica a queda na captação de leite pelas empresas. Ele observa que a paralisação levou a uma forte alta dos preços do leite no spot (negociação entre laticínios) em junho. Conforme a Scot, em São Paulo, a média no mês ficou em R$ 1,839 por litro, ante R$ 1,531 em maio. Como reflexo da paralisação, também houve alta expressiva nos preços do leite longa vida no atacado, sobretudo na primeira quinzena de junho, afirma Ribeiro. Na média mensal, o litro do leite saiu de R$ 2,38 em maio no atacado paulista para R$ 3,13 em junho, segundo a consultoria. 

De acordo com Ribeiro, o mercado já dá sinais de normalização, uma vez que a demanda por lácteos "não está aquecida". Além disso, a produção de leite já está subindo nos Estados do Sul do país com o início da safra na região. Mas pesquisa da Scot em 18 Estados do país com 158 agentes, como laticínios e cooperativas, ainda indica que 92% esperam alta nos preços ao produtor no próximo pagamento enquanto 8% acreditam em estabilidade. (Valor Econômico) 

O SIGNIFICADO DA ALTA DE 28% NO LEITE

À primeira vista, a alta de 28% verificada no preço do leite pago ao produtor no acumulado do primeiro semestre pode assustar o consumidor e ser motivo de alívio para o criador. Mas é preciso entender o que realmente significa esse aumento apontado por levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP. Primeiro, mostra cenário de recuperação de preços em 2018. Janeiro começou com valores inferiores a R$ 1 (veja abaixo). Ainda assim, o preço ainda está aquém do registrado em igual período do ano passado.

- Todo ano é consequência do anterior. Em 2017, houve grande amplitude de preços, com o primeiro semestre de valorização e o segundo de queda significativa. A receita do produtor ficou muito volátil - pondera Natália Grigol, pesquisadora do Cepea/Esalq.

O consumo em baixa - resultado da deterioração do poder aquisitivo da população - estava "mandando" na balança de formação de preços, compara Natália. O resultado foi o abandono da atividade por muitas famílias e um início de 2018 de preços reduzidos. Neste momento, a demanda ainda está fraca. Mas a restrição da oferta está pesando mais, impulsionando a valorização. O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados do Estado (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, acrescenta que o baixo crescimento da produção em junho e o vazio no mercado causado pela greve dos caminhoneiros ajudam a explicar o momento atual. Para julho, a estimativa da indústria é de manutenção dos preços, para produtores e consumidores. (Zero Hora)  

Mapa mantém padrão de contagem bacteriana e de células somáticas do leite

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta segunda-feira (2) a Instrução Normativa 31, que prorroga por mais um ano, os padrões de Contagem Bacteriana Total e Contagem de Células Somáticas presentes no leite cru refrigerado. Com isso, ficam mantidas as 500.000 cel/ml e 300.000 UFC/ml para Contagem de Células Somáticas e Contagem Bacteriana Total, respectivamente, para a produção leiteira das regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste.

No dia 10 de janeiro, foi instituído Grupo de Trabalho responsável por revisar e apresentar propostas de melhorias para os regulamentos técnicos que fixam a identidade e as características de qualidade que devem apresentar o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite tipo A. Também cabe ao grupo apresentar sugestões à proposta de nova Instrução Normativa estabelecendo critérios e procedimentos para a produção, acondicionamento, conservação, transporte, seleção e recepção do leite cru em estabelecimentos registrados no serviço de inspeção federal. O prazo de consulta pública encerrou em 25 de junho e os integrantes do GT estão avaliando as propostas encaminhadas. Assim que as novas normas forem publicadas, esta IN 31 e as demais referentes ao assunto serão revogadas. (MAPA)

Iniciada a venda antecipada de ingressos para evento gastronômico de Teutônia
Serão três dias de programação, de 17 a 19 de agosto. Uma verdadeira experiência gastronômica, com produtos especialmente preparados, valorizando a cadeia produtiva teutoniense e o turismo local. Essa é a expectativa para a 2ª Teutofrangofest, que ocorre nos dias 17, 18 e 19 de agosto, na Associação dos Funcionários da Languiru. A programação também conta com palestra técnica e atrações artístico-culturais. A 2ª Teutofrangofest é uma realização da CIC Teutônia, com patrocínio máster de Cooperativa Languiru e Sicredi Ouro Branco, e apoio da Prefeitura de Teutônia (Lei no. 13.019). Mais informações pelo fone (51) 3762-1233, na página do evento no Facebook - facebook.com/teutofrangofest - e nos sites www.teutofrangofest.com.br e www.cicteutonia.com.br. (CIC Teutônia)

 

 

 

Porto Alegre, 02 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.768

Brasil busca mercados em países da África para produtos lácteos

Pela primeira vez, uma missão comercial de prospecção brasileira está nas cidades de Johannesburgo (África do Sul), Gaborone (Botsuana) e Windohoek (Namíbia) com objetivo de promover produtos do agronegócio com foco, principalmente, em lácteos (leite em pó, queijos, iogurtes, requeijão) para ampliar as exportações.

Delegação, formada por representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e de cooperativas agropecuárias do Mercosul, participa de reuniões com órgãos do governo e de rodada de negócios com associações e empresas importadoras. A missão se encerra neste domingo (1º de julho).

De acordo com o secretário de Mobilidade Social, Produtor Rural e Coooperativismo do Mapa, José Doria, a missão visa ampliar exportações, aproveitando acordo de comércio entre os dois blocos, e traçar estratégias para ação conjunta na região. Acordo Mercosul - Sacu (União Aduaneira formada pela África do Sul, Namíbia, Botsuana, Lesoto e Suazilândia) assegura preferências tarifárias a produtos brasileiros, possibilitando acesso a um mercado de cerca de 65 milhões de consumidores.

A delegação brasileira participou na última segunda-feira (25) da Feira Africa's Big 7/ Saitex, em Joanesburgo. Com participação de 36 países, a feira comercial de alimentos e bebidas, reuniu fornecedores e compradores de vários segmentos de atividades de todo o continente africano. Os principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil para a região são soja, milho, sorgo, arroz, carnes de aves, fumo não faturado, açúcar, entre outros. (MAPA)

 
Pesquisa voltada para a sociedade há 25 anos

O desenvolvimento da agricultura na região Sul do país tem forte relação com a atuação da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas, que é uma das unidades descentralizadas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e completou 25 anos ontem. Para marcar o aniversário, nesta sexta-feira (6), haverá lançamento do livro técnico "Morangueiro", sobre o cultivo de morango, assinatura de convênios e homenagens. Em 25 anos, a Embrapa Clima Temperado construiu um legado em forma de pesquisas que geraram conhecimento e soluções tecnológicas para grandes e, principalmente, pequenos agricultores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. "Metade do PIB gaúcho tem origem na agricultura, e isso se deve à contribuição da pesquisa agropecuária, não só da Embrapa, mas do esforço conjunto com diversos parceiros", destaca o chefe-geral da unidade, Clenio Pillon.

 A Embrapa Clima Temperado foca seus trabalhos em diversas cadeias produtivas, como é o caso do arroz, leite, batata e frutas de clima temperado, e atua com temas considerados estratégicos, como a produção orgânica e agroecológica de alimentos, mudanças de clima, sistemas integrados de produção, desenvolvimento de novos insumos, agregação de valor aos alimentos e energias renováveis. Pillon diz que entre os direcionamentos da entidade estão as tendências apontadas pela sociedade, como a busca por melhor qualidade de vida por meio da produção de alimentos de qualidade, agregação de valor aos produtos e articulação para elaboração de políticas públicas.

No dia 6, a Embrapa assina, na sua sede, convênio de cooperação com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Embora já exista parceria entre as instituições, será formalizado o fortalecimento da atuação dos profissionais da Embrapa dentro do Programa de Pós-Graduação da Universidade, pelo prazo de cinco anos. Outra parceria técnica será firmada com o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), para desenvolver tecnologias para a sustentabilidade e competitividade da cadeia produtiva das oliveiras. A Embrapa também fará entrega de placas comemorativas a parceiros e, no dia 9, receberá homenagem conjunta das Câmaras Municipais de Pelotas e Capão do Leão. (Correio do Povo)

 Parceria entre Banrisul e Piá vai  oferecer juro zero ao produtor rural

A Piá formali

zou uma importante parceria com o Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. - Banrisul, na última quinta-feira, dia 28 de junho, em Pinhal Alto, Nova Petrópolis. Durante o encontro, que reuniu mais de 100 pessoas, entre elas o presidente e a diretoria da Cooperativa, diretores da instituição financeira, produtores e representantes locais, foi apresentado o projeto Banriagro Piá.  

Na ocasião, o Banrisul confirmou, ainda, a liberação de R$ 40 milhões para a Piá realizar investimentos no fomento da produção. O convênio vai oferecer aos associados de leites e de frutas da Cooperativa, neste primeiro momento, empréstimos com taxas de juros mais baixas que as do mercado para a compra de insumos que também terão preços mais competitivos. No caso de produtores com Declaração de Aptidão ao Pronaf - DAP ativa e válida, não serão aplicados juros em parcelamentos de até oito meses. "Uma das facilidades é que a parcela poderá ser descontada da conta do leite ou de frutas que o produtor recebe mensalmente. Tudo isso através do Banrisul e com apoio da Piá", destaca o presidente da empresa, Jeferson Smaniotto.

De acordo com Smaniotto, através do formato do Banriagro Piá, o agricultor conseguirá se planejar melhor, reduzir custos de produção e, ainda, pagar os insumos com a própria produção. "A partir desta importante iniciativa, a Cooperativa vai fortalecer seus associados, além de tornar a atuação no mercado agropecuário da região muito mais forte nos próximos períodos", finalizou com positivismo o presidente. 

Para participar do programa, o produtor deve ser associado e entregar sua produção a Piá, estar com cadastro atualizado no Banco e em dia com as operações na Cooperativa e na instituição financeira. (Assessoria de Imprensa Piá)

O leite em realidade virtual
Cooperativa Santa Clara, de Carlos Barbosa, leva uma experiência diferente aos supermercados neste mês. Os consumidores que visitarem os pontos de venda programados poderão conhecer o Caminho do Leite em 360°. A atividade passará por quatro lojas de Bento Gonçalves: Apolo L'América, Grepar, Caitá e Apolo Shopping Bento. E estará no Festiqueijo, de sua cidade-sede. O Caminho do Leite demonstra todo o processo desde o cuidado com os animais ainda na propriedade associada, coleta da matéria-prima e transporte à indústria, análises de qualidade e envase. Os óculos de realidade virtual permitem que a pessoa vivencie a experiência como se estivesse fisicamente nos locais observando todo o processo. (Jornal do Comércio)
 

 

 

Porto Alegre, 29 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.767

    Mercado em ebulição

 
A produção de leite, que vinha em desaceleração desde meados do ano passado (forte queda de preços e aumento dos preços dos concentrados), seguiu na mesma “toada” neste início de ano. Segundo o IBGE, o volume captado pelas empresas (leite formal) cresceu 2,4% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2017 (para se ter ideia da desaceleração dos volumes, em junho/2017 o crescimento foi de 11,6% em relação ao mesmo mês de 2016).
 
No final de maio, em função da greve dos caminhoneiros, houve significativa redução dos volumes disponíveis para as empresas: além da perda dos volumes já coletados (caminhões presos nas barreiras), não foi realizada a coleta do leite produzido em parte significativa das principais bacias leiteiras. Adicionalmente, empobreceu-se a dieta das vacas em produção (efeito que ainda impacta a retomada da produção em algumas bacias leiteiras).
 
Para se ter uma ideia da ruptura ocorrida, avaliando os volumes comercializados pelos produtores participantes do MilkPoint Radar, entre os meses de abril e maio do ano passado houve crescimento da ordem de 8%; neste ano, entre os dois meses, a queda nos volumes foi de 16,7% (avaliando somente os volumes dos produtores que inseriram suas informações nos dois períodos); o mercado estima que a perda de volumes de leite fresco com a greve foi de 350 a 450 milhões de litros em maio, algo entre 19% e 22% da produção do mês (considerando, em abril, crescimento de volume de 1,5% em relação a abril/2017).
 
Agrega-se, neste cenário, a queda do volume de importações lácteas – entre janeiro e maio deste ano, foram cerca de 220 milhões de litros de leite equivalente a menos de “oferta” externa no nosso mercado. Como resultado deste cenário de oferta, a disponibilidade per capita que vinha razoavelmente equilibrada até abril (-0,6% em relação a 2017), teve uma forte queda em maio – o gráfico 1 mostra os dados mensais.
 
Gráfico 1. Brasil - Disponibilidade per capita mensal de leite e variação 2018 vs 2017. Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com dados do IBGE e do MDIC.
Observações:
• Disponibilidade per capita = (Produção + Importações – Exportações)/População;
• Estimado crescimento da produção de leite de 1,5% em abril e maio (em relação a abril e maio de 2017);
• Perda estimada de leite em maio no mercado formal em função da greve: 400 milhões de litros.
Em função desta ruptura, no acumulado janeiro a maio, estima-se uma disponibilidade 4,4% menor que no mesmo período de 2017 e, em maio, quase 20% menor. Com uma demanda que, apesar da cambaleante situação econômica, vem em recuperação, este desequilíbrio bastou para “acender” o estopim e fazer “explodir” o mercado.
 
Assim, desde o final da greve e do retorno das negociações no mercado, o atacado do leite UHT subiu R$ 0,92/litro e a muçarela cerca de R$ 2,9/kg. Como consequência, o leite spot também foi às nuvens, acumulando alta de R$ 0,54/litro nas duas últimas quinzenas (média Brasil). E, em relação ao leite ao produtor, borbulham especulações, mensagens em redes sociais relatando promessas de preços recebidas e especulações de que a subida nos preços pagos deve ser grande pelo leite fornecido em junho.
 
Alguns fatores reforçam este cenário altista. O principal deles diz respeito à safra do sul do país, que já viria atrasada em função do atraso das chuvas e o plantio tardio das forrageiras de inverno. Como efeito da greve, o cenário mais provável é de que efetivamente atrasará e virá menor do que a projeção anterior. Outros fatores sugerem cautela no curto prazo. O principal deles vem da ponta consumidora, onde não se sabe exatamente qual será a reação do consumo e dos volumes comprados quando estes fortes aumentos chegarem às gôndolas dos supermercados.
 
Ao mesmo tempo e, apesar da desvalorização da taxa de câmbio, o aumento de preços internos “renova” a competitividade das importações lácteas – é melhor comprar um leite spot a R$ 2,25/litro ou um importado a, equivalente, R$ 1,40/litro?
(Fonte: Valter Galan, analista do MilkPoint Mercado e sócio do MilkPoint Inteligência)
 
 
FrieslandCampina
 
O preço garantido do leite cru pela FrieslandCampina para o mês de julho de 2018 é de € 35,75 por 100 quilos de leite, [R$ 1,63/litro]. Houve aumento de 1,50 €/100 kg em comparação com junho de 2018 (34,25 €/100 kg). Todas as companhias de referência estão com a expectativa de haverá aumento nas cotações das commodities lácteas.     
 
 
O preço garantido do leite orgânico para julho de 2018 é de € 46,75 por 100 quilos, [R$ 2.13/litro], aumentando € 1,25 em comparação com o preço de junho. O valor inclui correção de 1,31 €/100 toneladas para compensar estimativas menores dos preços em meses anteriores.  
 
 
O preço garantido é aplicado a 100 quilos de leite que contenha 3,47% de proteína, 4,41% de matéria gorda e 4,51% de lactose, sem o imposto de valor agregado (IVA). O preço é garantido a produtores que entreguem acima de 800.000 quilos de leite por ano, (nos anos anteriores o volume era de 600.000 quilos). O volume base do prêmio e o esquema da sazonalidade foi descontinuado, iniciando novos parâmetros em 2017. (FrieslandCampina – Tradução livre: Terra Viva)
 
 
Supremo mantém contribuição sindical voluntária
 
O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, por 6 votos a 3, o caráter voluntário da contribuição sindical, conforme instituído pela reforma trabalhista. Por maioria, o plenário julgou improcedentes as 19 ações diretas de inconstitucionalidade (Adins) propostas por entidades sindicais de diversos Estados. A decisão servirá de baliza para processos semelhantes que tramitam em instâncias inferiores da Justiça. O pagamento é referente a um dia de trabalho e, antes, era recolhido a cada mês de março. A reforma trabalhista (Lei nº 13.467), em vigor desde novembro, acabou com a obrigatoriedade da contribuição. 
 
Saiu vencedora a corrente aberta pelo ministro Luiz Fux, segundo o qual cabe à lei dispor sobre a contribuição sindical, não havendo qualquer comando na Constituição que determine a obrigatoriedade da cobrança. "Não se pode tomar capital para financiar sindicato sem o consentimento do empregado", disse. Acompanharam esse entendimento os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Cármen Lúcia. "Sindicatos, assim como os partidos, viraram um `business´ privado e isso não é um modelo que se queira. Milhares se beneficiam de um sistema que é bom para os sindicalistas e não para os trabalhadores", votou Barroso. Em sentido contrário, ficou vencido o relator, ministro Edson Fachin, acompanhado apenas por Rosa Weber e Dias Toffoli. Segundo eles, a Constituição ancora o sistema sindical brasileiro em um tripé: unidade sindical, representatividade obrigatória e contribuição sindical. Ao se excluir um deles - no caso, a contribuição -, esse sistema se desestabiliza. "Não podemos mexer em parte do sistema sob pena de uma desarmonia que atenta contra os comandos constitucionais", disse Rosa. 
 
Esta manhã, Cármen Lúcia, presidente da Corte, foi a última a votar. Ela acompanhou o entendimento do ministro Marco Aurélio e foi favorável à contribuição sindical ser facultativa, como estabelecido pela reforma trabalhista. "Não há nenhuma agressão ao que a Constituição Federal estabelece", disse em seu voto. O ministro Celso de Mello não votou porque está de licença médica. O ministro Ricardo Lewandowski estava ausente. (Valor Econômico)
 
 
CNA pede ao STF julgamento urgente do pedido liminar de ação contra o tabelamento do frete
 
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reiterou nesta quinta (28) a necessidade de urgência na apreciação da liminar para que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspenda o tabelamento dos preços mínimos do frete, na ação protocolada pela própria entidade na Suprema Corte há duas semanas. A medida foi tomada em razão da falta de acordo na audiência realizada com o ministro Luiz Fux, com a participação de caminhoneiros e do setor produtivo, para uma nova tentativa de buscar o consenso, o que não ocorreu. Desta forma, a CNA defende, o quanto antes, que a liminar seja analisada para suspender o tabelamento do governo. “É uma situação insustentável, que clama por imediata intervenção do Poder Judiciário”, diz a CNA na ação. “Não tivemos acordo e insistimos com o Ministro a necessidade de se avaliar a liminar de forma rápida porque já está tendo impacto gigante na cesta básica, ou seja, na mesa da população brasileira”, ressaltou o chefe da Assessoria Jurídica da CNA, Rudy Maia Ferraz. 
 
Com o tabelamento, a CNA projeta uma alta de 12,1% no preço dos produtos da cesta básica até julho, impactando produtos como arroz, carnes, feijão, leite, ovos, tubérculos, frutas e legumes. Esses produtos representam 90,4% da cesta básica de alimentos. Desta forma, as famílias brasileiras, principalmente as mais carentes, vão gastar mais de 50% da renda com os alimentos.  O Ministro Fux, relator das ações que questionam o tabelamento do frete no STF, vai realizar audiência pública no dia 27 de agosto para discutir o tema e só depois vai tomar uma decisão. Contudo, a CNA defende que a liminar seja concedida ainda nesta semana, uma vez que o Judiciário terá recesso no mês de julho. O tabelamento do frete começou a valer há um mês com a edição da Medida Provisória (MP) 832, que tramita no Legislativo. “É imperioso e urgente o deferimento da medida cautelar pelo relator para suspender a eficácia da Medida Provisória 832”, diz outro trecho do pedido de concessão da liminar apresentado pela CNA. (As informações são da CNA)
 

A ANVISA abriu Tomada Pública de Subsídios (TPS) para obter aporte técnico e científico sobre modelo de rotulagem a ser adotado no Brasil. A TPS está aberta até o dia 9 de julho de 2018 a representantes de empresas e entidades, pesquisadores, profissionais de saúde e à população em geral.  Para maiores informações acesse www.rederotulagem.com.br (CNI)
 
 

Porto Alegre, 28 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.766

    Nestlé prepara oferta de leite orgânico ao mercado em 2019

A gigante Nestlé prepara-se para lançar sua primeira linha de leites orgânicos produzidos no Brasil até junho de 2019. A inovação é resultado de projeto piloto inédito iniciado pelo Brasil com 35 produtores na região de Araraquara, interior de São Paulo. A ação foi detalhada pelo especialista de região leiteira da Nestlé Brasil, Agaciel Fiorentin, na oficina Produção Orgânica de Leite e Laticínios, realizada na tarde desta terça-feira (26/6), durante o 6º Fórum Itinerante do Leite, em Santa Rosa. Os tambos selecionados para o projeto operam, juntos, com 30 mil litros de leite/dia e recebem de 70% a 80% a mais pelo litro em relação ao produto convencional. O pagamento diferenciado é regido por contrato de 24 meses e ocorre desde o momento em que o produtor ingressa no programa de migração. A atual legislação prevê que o processo de conversão do solo da propriedade e do rebanho leve 18 meses, mas já há previsão de reduzir esse prazo para 12 meses.

Segundo Fiorentin, o leite orgânico foi um desafio lançado pela Nestlé a suas subsidiárias de forma a atender à crescente demanda por alimentos mais saudáveis e sustentáveis. Há pouco mais de um ano, o Brasil aceitou a provocação e vem desenvolvendo o projeto, que atende à rigorosa legislação que rege os produtos orgânicos no Brasil. Para ser considerado orgânico, o leite deve vir de animais alimentados com pastagens sem o uso de adubos químicos ou agrotóxicos. É permitida alimentação no cocho desde que seja composta por insumos orgânicos, com tolerância de até 15% de grãos convencionais desde que não transgênicos. Os animais devem ser tratados basicamente com homeopatia e produtos fitoterápicos, e não é permitida a criação em confinamento. “Não é fácil fazer orgânico. É claro que, com o apoio da indústria e da área técnica, vai ficando mais fácil”, disse. Segundo Fiorentin, um dos limitadores da expansão da produção orgânica de leite é a oferta de milho e farelo de soja orgânicos. Mediante o avanço do projeto, a empresa deve estudar sua ampliação a outras áreas onde atua no país.

Como não existe teste capaz de indicar se o leite é ou não orgânico, o importante é escolher bem os produtores que se integrarão ao sistema e serão auditados. “Quem só pensa em ganhar mais com o leite orgânico não se enquadra no perfil porque entendemos que esse criador vai desistir na primeira dificuldade. A escolha dos produtores é feita com base em seus projetos e consciência ambiental”, afirmou Fiorentin.

Atualmente, a Nestlé opera com produtos orgânicos no exterior. Até o lançamento em 2019, a produção do projeto paulista segue sendo adicionada às linhas convencionais de Molico e Ninho. “Que por meio desse projeto a gente possa desenvolver mais a cadeia láctea. O país e os consumidores só têm a ganhar, com produtos cada vez mais sustentáveis”, destacou Fiorentin.

Durante a oficina em Santa Rosa, também foi apresentado o case do produtor Eliseu Pelenz, que vem migrando sua produção para o sistema orgânico em Santo Cristo (RS). Na propriedade de 24 hectares, dez destinados ao tambo, ele tem 15 vacas que rendem 7 mil litros por mês. O conceito é o de cultivar o solo com responsabilidade, em vez de explorá-lo. “Não uso veneno há mais de 15 anos”, frisou o produtor, que entrega seu leite para o laticínio Doceoli. Para caminhar em direção ao tambo orgânico, Pelenz usa homeopatia para tratar alguns males do rebanho e até para afastar o carrapato, um trabalho que é acompanhado de perto pelo técnico Ademir Amaral. O criador só não atingiu a migração completa porque ainda utiliza alguns adubos químicos para fortalecer as pastagens, o que, segundo ele, pode ser facilmente substituído por adubo orgânico, mas ainda é caro.  

OFICINAS – A programação da tarde do 6º Fórum Itinerante do Leite incluiu outros três grupos de debates setorizados. Um dos mais concorridos foi “A atividade leiteira sob o olhar das mulheres”, no qual agricultoras apresentaram os dilemas de seu dia a dia. Outro debate que chamou atenção foi “O clima e o bem-estar das vacas leiteiras”. Por fim, a agenda ainda incluiu “Reunião Técnica sobre Tuberculose e Brucelose”, que alinhou procedimentos operacionais a serem realizados para o controle das enfermidades no rebanho bovino gaúcho. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

Na foto:  Agaciel Fiorentin em palestra no 6º Fórum Itinerante do Leite
Crédito: Divulgação/ Sindilat
 
 

Capital brasileira do leite cresce com clima temperado

O Paraná consolidou sua posição de segundo maior produtor de leite do país nos últimos dez anos, contribuindo em quase um quarto para o crescimento da produção brasileira e elevando sua participação de 10,65%, em 2006, para 14,07%, em 2016, dado mais recente aferido pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). Segundo Fábio Peixoto Mezzadri, veterinário e técnico de pecuária de corte e leite do Deral, a produção no Estado saltou de 2,704 bilhões para 4,730 bilhões de litros no período, crescendo 75%, diante de uma variação de 32,4% em todo o país. O Estado abriga ainda 242 laticínios, dos quais em torno de 70% são pequenos e médios.

O valor bruto da produção leiteira, calculado pelo departamento, aproximou-se de R$ 6 bilhões em 2016, variando 19,8% sobre 2015 em números atualizados pelo Índice Geral de Preços (IGP-DI), acumulando elevação real de 78% desde 2007. As regiões sudoeste e oeste do Estado concentram as maiores bacias leiteiras, com produção anual de 1,114 bilhão e 1,065 bilhão de litros, pela ordem, conforme Mezzadri, com destaque para Francisco Beltrão e Pato Branco, no primeiro caso, e Cascavel, Toledo e Marechal Cândido Rondon no segundo.

A terceira em importância, na região centro oriental paranaense, reúne Castro, Carambeí, Ponta Grossa, Arapoti e Palmeira, e registra os melhores indicadores de produtividade, entre outros fatores, pela maior aceitação de novas tecnologias entre os produtores, diz Eduardo Marqueze Ribas, gerente de negócios leite da Castrolanda Cooperativa Agroindustrial.

Na média paranaense, aponta Wilson Thiesen, presidente executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Paraná (Sindileite), a produção anual de leite por vaca cresceu mais de 45% em 10 anos, saindo de menos de 2 mil para 2.916 litros, cerca de 70% acima da média brasileira (pouco mais de 1,7 mil litros por animal ao ano). A produção tem crescido apesar de uma tendência persistente de queda no número de produtores, reduzidos de 118 mil há uma década para algo próximo a 60 mil atualmente, conforme Thiesen.

Em Carambeí, Arapoti e Castro, considerada a capital brasileira do leite, a produtividade por animal em lactação varia de 6.356 a 7.478 litros por vaca, afirma o presidente do Sindileite. A maior eficiência dos produtores naquelas áreas, na maioria de origem alemã e holandesa, a alta genética dos animais, predominantemente de raça holandesa, com alguns exemplares de linhagem Jersey, o clima temperado e as terras de boa qualidade, que permitem o cultivo de forragens de alto valor nutritivo, observa Mezzadri, explicam os melhores resultados da região, além do desembarque de novas tecnologias.

Coordenador de pecuária da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Alexandre Lobo Blanco registra uma intensificação das técnicas de confinamento nos últimos dois ou três anos, com novos produtores passando a investir nesta área. "O uso de extratores automáticos de teteiras, que controlam a ordenha por meio de sensores, evitando lesões nas tetas e acelerando o processo, também tem se disseminado", destaca. Blanco informa ainda que pelo menos seis plantas de ordenha robotizada estão em construção nas regiões de Castro, Carambeí e Arapoti.

Pioneiro no uso de robôs na ordenha no Brasil, Armando Rabbers, dono da Genética ARM, começou a formar seu plantel de gado leiteiro em 2010, quando construiu, em sua fazenda, na região de Castro, um galpão coberto, mais conhecido no meio como "free stall", com camas de serragem individuais para confinamento das vacas em lactação.

As duas linhas de ordenha robótica, importadas da Suécia, foram instaladas em outubro de 2012 e atualmente produzem 5,4 mil litros de leite por dia, ordenhando 140 animais, que alcançam produtividade média em torno de 38 litros diários por fêmea. No ano que vem, a depender da situação no país, Rabbers tem planos para investir em mais dois robôs. "A meta é ter seis conjuntos de ordenha robótica no futuro, o que vai permitir a produção de 15,0 mil a 16,0 mil litros por dia", projeta.

Com rebanho de 3.008 cabeças, incluindo 1,5 mil vacas em lactação, Diogo Vriesman, sócio diretor da Melkstad Agropecuária Ltda, de Carambeí, investiu, desde 2015, em um sistema de ordenha rotatória, em sistema de carrossel. Sua produção da fazenda de 18 hectares gira em torno de 58,0 mil litros por dia, com produtividade diária próxima a 38 litros por vaca.

Os animais em lactação são mantidos em regime de confinamento, com uso também de free stall, mas com camas de areia para as vacas. "Com o mesmo pessoal e o mesmo custo fixo, produzo mais leite por hora, com a ordenha de 315 animais nesse intervalo", diz Vriesman. Numa conta rápida, são quase 12 mil litros por hora.

O produtor e zootecnista por formação investiu perto de R$ 12 milhões, incluindo equipamentos, todas as instalações e infraestrutura, com financiamento do programa Inovagro e recursos do Banco do Brasil. Apesar dos juros fixos e mais baixos, o prazo de 10 anos, afirma, "não é compatível com a atividade. São 12 a 15 anos para recuperar o investimento", acrescenta Vriesman. Ele espera estabilizar o rebanho por volta de 2020, quando deverá ocupar toda a capacidade do módulo já instalado, o que significa manter 2,3 mil vacas em confinamento. "Mais adiante, espero replicar esse módulo, mantendo o mesmo modelo de negócio", planeja Vriesman, que projeta elevar a produção para mais de 80 mil litros diários.

A Castrolanda espera manter a média de crescimento dos últimos anos, aumentando sua produção em 10% neste ano, de acordo com seu gerente comercial Egídio Maffei. Na ponta da captação, onde a cooperativa opera em conjunto com as cooperativas Frisia, Capal, Agrária, Bom Jesus, Coamig e Witmarsum, isso significaria elevar os volumes captados de quase 1,5 mil produtores de 1,75 milhão para 1,80 milhão a 1,90 milhão de litros por dia. Toda a produção é destinada às plantas industriais de Castro e Ponta Grossa, no Paraná, e Itapetininga, em São Paulo, operadas em conjunto, por sua vez, pela própria Castrolanda, Frisia e Capal. "Atuamos num mesmo raio geográfico e preferimos unir forças para disputar o mercado, ganhando escala, mas preservando a identidade e a operação de cada cooperativa", diz Maffei. (As informações são do jornal Valor Econômico)

O consumo de leite e a Copa do Mundo

Todo mundo associa Copa do Mundo com aumento de consumo de cervejas e televisores. Mas, outros produtos também têm sua demanda aumentada durante o período. No caso dos aparelhos de televisão, a indústria se preparou com antecedência para um aumento do consumo. Dados da produção industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a produção de bens de consumo duráveis cresceu 16% sobre fevereiro de 2016. O aumento da produção da chamada linha marrom do setor de eletrodomésticos, que inclui televisores, aparelhos de som e similares, foi ainda maior, de 41% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado, indicando um setor realmente otimista em relação ao impacto da Copa nas vendas.

Estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que 33% dos micro e pequenos empresários dos ramos do comércio e serviços estimam que as vendas aumentem no período dos jogos. No entanto, pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revela que apenas 24% das pessoas têm intenções de consumo relacionadas ao Mundial de Futebol 2018. Cerca de 23% dos entrevistados deve gastar até R$ 100,00; outros 22% até R$ 200,00; mas a maioria (41%) pretende gastar mais de R$ 300,00. Neste âmbito, os produtos mais procurados pelos consumidores são itens de vestuário masculino, feminino e infantil (9,4%), alimentos e bebidas (8,2%) e aparelhos televisores (7,4%). Além disso, quase 70% dos consumidores afirmaram que pretendem assistir aos jogos em casa, contra 17% que pretendem frequentar bares e restaurantes.

De acordo com a consultoria TNS, as categorias de alimentos que devem ter melhor desempenho de vendas durante os jogos da Copa do Mundo são: pipocas (expectativa de crescimento de consumo de 58%), salgadinhos (49%), pizzas (36%) e lanches do tipo snacks, como por exemplo, batatas fritas industrializadas e amendoim (33). Dentre as bebidas, os refrigerantes se destacam com 62% de intenção de consumo, seguido por sucos (52%), água (48%) e cervejas (44%).

O fato de nenhuma das pesquisas apresentadas anteriormente ter mencionado o leite e seus derivados pode ser explicado por estes não serem produtos diretamente relacionados ao Mundial. No entanto, dados históricos mostram que, pelo menos nas últimas cinco copas do mundo, o consumo de leite e derivados cresceu no País.

Figura 1. Consumo aparente total e sua taxa de crescimento de 1996 a 2017. Fonte: Cileite/Embrapa (2018).


 
Pela Figura 1, observa-se que o crescimento do consumo foi maior na Copa de 2002 (7,7%), ano em que o País foi campeão e foi menor (0,7%) em 2014, ano do maior fiasco do Brasil nas copas. Taxas de crescimento significativas também foram verificadas em 2010 (5,4%) e em 2006 (3,7%). Coincidência ou não, o fato é que a Copa do Mundo movimenta a economia brasileira, o que se reflete em setores que, como os lácteos, não estão diretamente ligados aos jogos. Isso pode ser explicado pelo modelo de Gains (1994), o qual mostra que o comportamento alimentar é determinado por três fatores: o alimento em si, o consumidor e o contexto ou situação em que o ato alimentar acontece (Figura 2).

Figura 2. Modelo de Gains. Fonte: Gains (1994). 

Em síntese, o modelo de Gains afirma que as características do contexto do consumo (momento, estação do ano, lugar, acompanhantes, etc.) influenciam diretamente no consumo de alimentos. Neste sentido, o fato das pessoas se reunirem para assistir jogos durante a Copa do Mundo ou mesmo por passarem mais tempo em casa assistindo os jogos pela televisão, tem impacto positivo sobre o consumo de alimentos, de um modo geral. Neste ano, como a intenção da maioria das pessoas é assistir aos jogos em casa, comidinhas caseiras que envolvem leite e derivados como ingredientes acabam por ser consumidas.

Produtos caracterizados como snacks, como os queijos, por exemplo, também devem ter seu consumo ampliado no período. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Queijos (Abiq), o consumo de queijos no País deve aumentar 2,5% este ano. Vale ressaltar que a Copa do Mundo aqui no Brasil coincide com o inverno e época de festividades juninas, fatores estes já relacionados com o incremento de consumo de queijos e derivados.

Por fim, é importante mencionar que os marqueteiros do setor estão perdendo uma ótima oportunidade de divulgar os benefícios do leite, assim como fez a Parmalat com a campanha Mamíferos na Copa de 1998. Estudos recentes mostram que o leite tem apresentado melhor desempenho como bebida esportiva recuperadora do que água e outras bebidas esportivas, por propiciar uma recuperação mais rápida e eficaz, além de um treino mais longo após o consumo de leite. Portanto, a Copa do Mundo seria uma ótima oportunidade de massificar essa informação para os consumidores, de forma a elevar o status do leite na cadeia alimentar e ampliar o consumo.

Então, quem disse que leite e Copa do Mundo não estão relacionados está um pouco enganado. Que tal um copo de leite nesta Copa? (POR KENNYA SIQUEIRA/Milkpoint)

 

Leite UHT
O leite UHT e o queijo muçarela continuam valorizados nesta segunda quinzena de junho, seguindo o mesmo movimento observado no início do mês, desencadeado pela greve dos caminhoneiros, de acordo com pesquisadores do Cepea. No entanto, depois de altas muito expressivas, as variações observadas nesta quinzena foram menores. De 17 a 23 de junho, o leite UHT negociado entre indústria e atacado do estado de São Paulo registrou média de R$ 2,235/litro, aumento de 3,08% em relação à semana anterior. O preço do queijo muçarela apresentou, no mesmo período, elevação de 2,15%, fechando a R$ 20,01/kg. Segundo colaboradores do Cepea, o aumento dos preços dos derivados está atrelado à menor oferta e ao consequente encarecimento do leite no campo. A menor disponibilidade de matéria-prima também limita a reposição dos estoques das indústrias e dos canais de distribuição, que se esvaziaram durante a greve dos caminhoneiros. (Cepea)
 

 

Porto Alegre, 27 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.765

  RS: Santa Clara destaca participação na 29º Festiqueijo, em Carlos Barbosa

A Cooperativa Santa Clara contará com novo estande no 29º Festiqueijo, que inicia na próxima sexta-feira, 29 de junho, em Carlos Barbosa. Durante o festival gastronômico, os visitantes poderão degustar a linha de produtos Santa Clara e novidades como a Raclette, preparação de origem suíça, onde o queijo é aquecido e, à medida que derrete, é raspado sobre um prato ou acompanhamento. Outras novidades desta edição são o Sorvete Zero Lactose de Doce de Leite e Nata e o Wrap com Temper Cheese.

Já o Churrasco contará com um espaço especial no estande, onde serão servidas linguiças, iscas de carne suína, Queijo Provolone no espeto e grill e Queijo de Coalho, demonstrando a versatilidade dos produtos Santa Clara.

No evento, estarão disponíveis em primeira mão o Queijo Emmental e o Queijo Coalho com orégano, pré-lançamentos da Cooperativa.

A Santa Clara também estará desenvolvendo uma ação com os óculos de realidade virtual, onde os visitantes poderão se sentir inseridos no Caminho do Leite, através de um vídeo 360°, passando pela propriedade até chegar na indústria, onde é feito o controle de qualidade e envase. O Festiqueijo será realizado de 29 de junho a 29 de julho, no Salão Paroquial. (Fonte: Cooperativa Santa Clara)
 
 

PIB do setor agropecuário deve crescer 3,71% em volume e cair 4,7% em receita

O Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário deve crescer 3,17% este ano em volume, projeta o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O porcentual foi calculado tendo como base o desempenho do setor no primeiro trimestre do ano, informou o Cepea, em nota. “Em 2018, o impulso ao setor vem dos elos industriais, diante da relativa estabilidade prevista para o PIB-volume do segmento primário”, acrescentou o centro de estudos. “A agroindústria brasileira vem demonstrando reação desde o segundo semestre de 2017, influenciada pelos sinais de recuperação da economia brasileira".  O PIB-volume crescerá, mas os preços relativos do agronegócio têm apresentado queda, mostrando desvalorização em relação à média da economia. “Assim como observado em 2017, a pressão baixista da média de preços reais de produtos do agronegócio acabou suprimindo a evolução significativa em volume de produção e, com isso, estima-se queda de 4,7% no PIB-renda anual do setor”, diz o Cepea. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo)

Elevação dos preços do leite no atacado sinaliza repasse mais expressivo ao produtor

Historicamente, a produção brasileira de leite apresenta seus menores volumes entre abril e junho, enquanto o preço do leite pago ao produtor atinge seu pico entre junho e agosto. Entretanto, a magnitude do aumento de preços é muito variável a cada ano. Em 2015, o aumento do preço nominal do leite pago ao produtor de janeiro até o pico foi de 17%. No ano seguinte, esse aumento atingiu expressivos 59%. Já no último ano, o preço do leite subiu apenas 7%. Em 2018, de janeiro a maio, o preço do leite valorizou 26%, sendo essa elevação mais expressiva nos dois últimos meses. Esses aumentos refletiram principalmente os repasses de preço do leite no atacado e no varejo. No atacado, após aumento de 26,5% entre janeiro e abril, o preço do leite UHT ficou praticamente estável em maio, na média nacional. Entretanto, o cenário mudou completamente na primeira quinzena de junho. A greve dos caminhoneiros afetou a produção primária, paralisou as atividades da indústria e consumiu os estoques dos laticínios e dos varejistas. Esses fatores, somado a menor oferta de leite típica do período de entressafra, resultou na valorização do preço do leite UHT no atacado em São Paulo de 29,4% em apenas 15 dias, saltando de R$2,43 no fechamento de maio para R$3,15 no dia 15 de junho, segundo levantamento do CEPEA.

A expectativa agora é saber a magnitude do aumento que será repassado ao produtor. Entretanto, tal repasse servirá apenas para amenizar a situação dos pecuaristas que vem convivendo com preços reais do leite em patamares historicamente baixos e custo de produção elevado desde o final de 2017, agravada com as perdas oriundas da greve. Nos últimos 12 meses, o custo de produção, medido pelo ICPLeite/Embrapa, aumentou 11% devido, principalmente, ao incremento dos preços dos concentrados em resposta à expressiva valorização do milho e do farelo de soja no período. No entanto, é importante observar que o comportamento dos preços desses insumos nos primeiros meses de 2018 está diferente do comportamento histórico para o período, com uma consistente valorização em plena safra de grãos. Essa situação é resultado de um conjunto de fatores: quebra da safra argentina de grãos, a redução da safra brasileira de milho e a forte valorização do dólar frente ao real, além de reflexos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Assim, mesmo que a relação de troca tenha melhorado para o produtor nos últimos dois meses, em função da maior valorização do preço do leite em relação aos preços do milho e do farelo de soja, esse indicador encontra-se desfavorável ao produtor de leite. A relação de troca em maio, de 41,4 litros de leite para aquisição de 60 kg de ração, comparada ao mesmo mês de anos anteriores, é melhor apenas que 2016, quando ocorreu uma explosão nos preços dos grãos em função da quebra da safra brasileira naquele ano.


Figura 1. Preços reais do leite ao produtor – média nacional de 2015 a 2018 – deflacionados pelo ICPLeite em R$/litro. Fonte: CEPEA / Embrapa Gado de Leite

Um fator adicional que pode contribuir para sustentar as cotações do leite pago ao produtor brasileiro é a desvalorização do real frente ao dólar associado a manutenção dos preços internacionais do leite em pó integral na faixa de US$ 3.200,00 por tonelada, reduzindo a competitividade do produto importado sobre o leite brasileiro. Assim, as importações de leite e derivados no acumulado de janeiro a maio foram 35% menores em relação ao mesmo período de 2017, em volume e valores.

Nesse cenário é esperado que haja um aumento mais consistente no preço do leite pago ao produtor em junho. Entretanto, a magnitude e a duração desse aumento dependerão da recuperação da oferta de leite ao fim da entressafra, dos impactos residuais da citada greve dos caminhoneiros na produção, da reação do consumo de lácteos e da capacidade de absorção desses aumentos de preços pelo consumidor. (Embrapa)

Leite/UE 

A captação de leite na União Europeia (UE) aumentaram 1,2% em abril de 2018 em comparação com abril de 2017, o que representa 167.000 toneladas de leite a mais. Na Espanha, a coleta de leite em abril também subiu em relação a um ano antes. Mas foi 1,4% (9.000 toneladas a mais).

A captação acumulada de janeiro a abril ne UE teve incremento de 2,1% em relação ao mesmo período de 2017. Na Espanha, o percentual foi +3%. Nos primeiros quatro meses de 2018 as entregas de leite aumentaram em 19 Estados Membros. Os maiores incrementos em volume foram registrados na Alemanha (+94.000 toneladas), Itália (+64.000 toneladas) e Polônia (+36.000 toneladas). Os maiores percentuais ocorreram na Romênia, Bulgária e Áustria. 

As maiores quedas no volume de leite captado foram registradas na Irlanda (-52.000 toneladas), na Holanda (-21.000 toneladas) e França (-19.000 toneladas). As maiores quedas percentuais ocorreram na Suécia, Letônia e Croácia. Quanto aos preços, a média registra em abril na UE subiu para 32,6 €/100 kg, o que representou baixa de 2,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior. (Agrodigital – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 

AGO G100
O G100 realizou ontem, 25 de junho de 2018, a sua 15ª AG0 (Assembleia Geral Ordinária). Os associados do G100 elegeram os seus 28 membros do Conselho Deliberativo para um mandato de 3 anos. Em seguida, realizou-se a reunião do Conselho Deliberativo para eleger a sua Diretoria. A Diretoria, com mandato de um ano, ficou assim composta: Presidente - Vasco Praça Filho (Cemil-MG); 1° Vice-Presidente - Izis Madruga (Belo Vale-PB); 2° Vice-Presidente - João Marcos Machado (Selita-ES); 3° Vice-Presidente - Ananias Justino Jayme (Citale-GO). (Assessoria de imprensa G100)
 
 

 

Porto Alegre, 26 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.764

  Sucessão exige gestão profissional

Manter as novas gerações no campo e garantir a sucessão nos tambos gaúchos passa por uma gestão profissional, com definição de atribuições, metas e, inclusive, de pró-labore para os integrantes da família. A posição foi defendida pelo presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, durante o 6º Fórum Itinerante do Leite, que reuniu cerca de 800 pessoas nesta terça-feira (26/6), em Santa Rosa (RS). Segundo Guerra, não há mais espaço para amadorismo na atividade. "Os produtores hoje são gestores de seu próprio negócio." Otimista, Guerra disse que há amplo potencial para crescimento do setor lácteo a ser desenvolvido pelos jovens no mercado interno e externo.

A importância de maior estabilidade na remuneração da atividade foi pontuada pelo representante da Fetag e presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, como essencial para tornar a atividade mais atrativa às novas gerações. "A oscilação na cultura do leite é muito grande. Isso traz desestímulo para o jovem seguir na atividade. Temos que ter em mente que o leite muito barato hoje ao consumidor pode significar um preço muito caro amanhã", salientou. Em coro, o diretor da Farsul Jorge Rodrigues citou a relevância de mão de obra qualificada e estudo para melhoria contínua da produção. "Os jovens têm que saber que esse é um trabalho dignificante."

Mais que isso, pontuou o assistente técnico em Criações da Emater Ivar Kreutz, é preciso diálogo e visão. "Sucessão não se faz quando os jovens já foram. Eles não vão voltar. É quando são pequenos que é fundamental se pensar em sucessão".

A importância de integração de gerações para o sucesso dos tambos leiteiros gaúchos foi exemplificada na apresentação realizada pela jovem Mariane Moz, sócia da Agropecuária Moz, de Tuparendi (RS). Ao lado dos pais, do namorado e de quatro funcionários, ela administra a propriedade com olhos no futuro e na qualidade. Segundo ela, diferentemente do que comumente se diz, sucessão rural na Agropecuária Moz não significa "substituir o velho pelo novo". "Na Moz é diferente. Usamos a experiência dos meus pais aliada ao meu conhecimento técnico e à orientação de gestão e administração de custos de meu namorado", pontuou.

O tambo, que começou de forma tímida a integrar a renda da família em 1994, hoje é a principal atividade da propriedade, que produz 4,3 mil litros por dia com 115 animais em lactação de um rebanho de 280 animais. O amor de Mariane pela produção começou ainda criança. Com 12 anos já ordenhava os animais e ajudava a família. Alguns anos depois, é ela que pilota os projetos de qualidade do leite e transferência de embriões, além do sistema de Compost Barn que garante bem-estar animal e bons lucros aos Moz.

Terceirização da recria
Um grupo de 20 produtores da região de Tuparendi (RS) vem obtendo excelentes resultados com a terceirização de alguns processos produtivos que permitam aos tambos focar sua atuação exclusivamente na obtenção do leite. A sócia da Fazenda Bom Sucesso, Marjorie Ghellar, relatou o processo de terceirização da recria de terneiras realizado pela Cooperativa de Produtores de Leite Fronteira Noroeste (Cooperlat). "Isso nos permite foca apenas na produção de leite e abrir espaço na propriedade."

Pelo sistema, as terneiras são remetidas a Uruguaiana (RS) para recria e só retornam com sete meses de prenhez prontas para a produção. Além disso, informa ela, a cooperativa vem ajudando muito com prestação de serviços de maquinário a seus associados. Criada em 2006, a Cooperlat tem um total de 1,8 mil animais e produz 26 mil litros/dia. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Foto: Carolina Jardine
 
 
 

Planejar a produção é segredo para férias no tambo

O descanso é visto como essencial para garantir motivação ao produtor e um trabalho bem feito. Consciente da necessidade de aliviar o peso do dia a dia dos tambos - atividade reconhecida por trabalho ininterrupto ao longo do ano -, o médico veterinário da macrorregião Norte da Emater Paraná, Paulo Hiroki, garante que pensar a produção e planejar o ciclo reprodutivo dos animais pode ser feito de forma a viabilizar férias até para quem trabalha com o leite. "Se eu posso planejar eu posso ter descanso", citou ele durante painel na manhã desta terça-feira (26/6), durante o 6º Fórum Itinerante do Leite.

Com um calendário definido e rebanho estabilizado, ele sugeriu a criadores do Paraná diminuir a estação de partos para que o produtor pudesse planejar seu descanso para meses de dezembro ou janeiro, quando se tem muito leite no mercado e baixo consumo. O sistema, garante ele, dá certo: "Leva três anos para preparar suas férias." Também é importante prever corte de despesas em determinados períodos para compensar a interrupção de lactação durante as férias.

O painel ainda apresentou o case do produtor Ezequiel Nólio, proprietário do Tambo Nólio, de Paraí (RS). Enfrentando falta de mão de obra qualificada para exercer a atividade, adotou a robótica para manejar o rebanho. "Agora, os donos podem sair para passear, podem estar aqui dando palestras", relatou o produtor.

De acordo com ele, o uso de robô na ordenha exigiu poucos ajustes de estrutura do pavilhão do gado, o que, ao lado do custo da máquina, somou R$ 900 mil. Essa mecanização, cita ele, é alternativa para viabilizar a sucessão no campo porque alivia o trabalho e pode eliminar a contratação de funcionários. Em dois anos, ele conta que a produtividade média do Tambo Nólio passou de 28 litros vaca/dia para 35 litros por vaca/dia. O manejo, antes feito por um empregado e duas pessoas da família, hoje é realizado apenas por uma pessoa e pelo robô. O número de vacas em lactação caiu de 75 para 63, mas a captação se manteve em 2,2 mil litros/dia, garantindo otimização do uso de concentrado e melhor rentabilidade. Ao mudar a ordenha para o sistema mecanizado, Nólio teve redução imediata de 130 quilos de consumo de concentrado/dia. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Foto: Carolina Jardine

Grande Santa Rosa perde produtores mas eleva captação e produtividade

A região da Grande Santa Rosa perdeu 3,6 mil produtores de leite entre 2015 e 2017 (37%), movimento registrado em todos os 20 municípios que integram a área de atuação do APL Leite Fronteira Noroeste. O abandono da atividade ocorreu tanto em tambos pequenos, com captação diária de 50 litros, quanto naqueles maiores, na faixa de 1 mil/dia. Segundo levantamento do APL Leite realizado com base em dados da Emater e divulgado na noite desta segunda-feira (25/06), durante programação preliminar do 6º Fórum Itinerante do Leite, em Santa Rosa (RS), no mesmo período, os que ficaram na atividade conseguiram se tornar ainda mais competitivos, elevando a produção da região de 415,2 milhões de litros ano para 431,6 milhões de litros.

O faturamento das propriedades também cresceu: de 50 para 84 salários mínimos ao ano. "Quem ficou está recebendo mais, mas também está produzindo mais", garantiu o gestor do APL Leite, Diorgenes Albring. A realidade da produção gaúcha e os desafios para torná-la mais lucrativa são temas do 6º Fórum Itinerante do Leite nesta terça-feira (26/06) que pretende reunir mais de 500 pessoas no Instituto Federal Farroupilha em Santa Rosa.

O desafio agora é refinar os números sobre os custos de produção, que hoje oscilam entre R$ 0,80 e 0,90 para criação a pasto e R$ 1,10 a R$ 1,20 para confinamento na região. "Está sobrando tanto dinheiro como sobrava antes, mas esse dinheiro tem menos poder de aquisição do que antes. Aí se cria uma sensação de fracasso na atividade. O produtor não faz a conta do que é custo de produção e o que é custo da família". Durante apresentação na noite desta segunda, Albring frisou que há muito a pleitear junto aos administradores municipais no intuito de conseguir incentivos para qualificar a produção e fomentar avanços na criação de gado leiteiro. E lamentou que boa parte da captação de leite realizada na Grande de Santa Rosa não seja processada na região, minimizando a possibilidade de geração de renda e emprego local.

Coordenando o projeto, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, citou que o setor ainda precisa enfrentar a baixa produtividade por vaca, que, muitas vezes, está abaixo de 20 litros/dia. Contudo, frente às dificuldades do mercado, resta ao produtor controlar seus custos de produção de forma a manter-se competitivo. "O produtor de leite é uma mini-indústria em cada município, um empreendedor que gera ICMS como qualquer outro empresário da cidade", salientou.

Anfitriã do evento, a diretora geral do Instituto Federal Farroupilha - Campus de Santa Rosa, Renata Rotta, reforçou a relevância de receber um evento do porte do Fórum Itinerante no município. "É muito importante essa aproximação da cadeia produtiva com as atividades que realizamos na instituição", disse. Relevância que também foi pontuada pelo assistente técnico da Emater na área de criações Ivar José Kreutz: "É um momento de parar e repensar a fora de realizarmos atividades junto a esses produtores". Autoridades oficializaram a abertura dos trabalhos para o evento com brinde de leite em uma noite que contou com a presença de prefeitos, secretários municipais e dirigentes. Representando o Conseleite, seu presidente Pedrinho Signori enalteceu a força do setor leiteiro para a economia da região de Santa Rosa.

O 6º Fórum Itinerante do Leite é uma realização do Sindilat, do Canal Rural, do Fundesa, do Sistema Farsul e da Fetag. O evento tem apoio técnico do Instituto Federal Farroupilha - Campus de Santa Rosa, da Emater-RS e da Embrapa. O apoio institucional reúne AGL, AMGSR, APL, Apil, Gadolando, Jersey-RS, Coopermil, Cotrimaio, Fahor, Famurs, Fecoagro, Fema, Instituto Senai, Ministério da Agricultura, Ocergs- Sescoop, Prefeitura de Santa Rosa, Secretarias Estaduais da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) e Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Setrem, Sicredi e Unijuí. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
   
Foto: Carolina Jardine

Produção mundial 

Nos quatro primeiros meses do ano a produção mundial de leite de vaca cresceu 2% em relação a igual período de 2017. Por outro lado o Instituto Nacional do Leite (Inale) publicou que é projetado para 2030 um aumento da produção mundial de leite de 35%, ano em que a população crescerá 16% e o consumo per capita também crescerá 16%. 

Na tabela elaborada pelo site especializado em lácteos Clal.it aparece que a produção mundial de leite nos primeiros 4 meses do ano cresceu 2% em comparação com igual período de 2017. O dado surge ao analisar a produção dos principais países produtores e importadores que representam aproximadamente 60% da produção mundial de leite de vaca. 
 

Nos Estados Unidos (EUA) e na União Europeia (UE) a produção continua crescendo 1,3% e 2%, respectivamente mas, a menores taxas, enquanto que a Nova Zelândia apresenta queda de 1,8%, mas está se recuperando. O comportamento da produção ponderada de ambos hemisférios é praticamente idêntico em termos relativos, mas, existe uma preeminência em termos absolutos do Hemisfério Norte (EUA, UE, Ucrânia, Bielorrússia e Turquia) em relação ao Hemisfério Sul (Nova Zelândia, Austrália, Argentina, Chile, Uruguai e Brasil). Na América Latina a produção é liderada pela Argentina (9,4%).

Estimativa da produção mundial em 2030: 35% a mais que em 2017
O Inale publicou uma estimativa da produção mundial em 2030 em relação a 2017. A expectativa é de que o crescimento da produção mundial de 304 milhões de toneladas de leite (que representa elevação de 35%) é equivalente a três vezes a produção atual dos EUA.

Em 2030 a população mundial será de 8,7 bilhões de pessoas (16% a mais que hoje). Portanto, haverá 1,2 bilhões de potenciais consumidores de lácteos; além disso, o consumo per capita deverá crescer também 16%.

O crescimento estimado da produção, por região entre 2017 e 2030 é a seguinte:
Ásia do Sul: 400 milhões de toneladas de leite (crescimento de 64%).
Europa Ocidental: 200 milhões de toneladas de leite (14%).
América do Norte: 150 milhões de toneladas de leite (26%).
Europa Oriental e Países da Comunidade Independente: 150 milhões de toneladas de leite (22%).
América Latina: 120 milhões de toneladas de leite (33%).
Oriente Médio e Próximo: 100 milhões de toneladas de leite (27%)
África: 60 milhões de toneladas de leite (36%).
Oceania: 50 milhões de toneladas de leite (22%). (TodoElCampo - Tradução livre: www.terraviva.com.br) 

Preços/NZ 
O preço dos lácteos caíram de leve outra vez na semana passada, no GDT, mas os resultados foram mistos, disse Emma Higgins, analista do Rabobank. Antes do leilão a expectativa era de queda nos preços. A média do índice caiu 1,2% (US$ 3.481/tonelada) acompanhando a tendência do evento anterior. O índice do leite em pó integral (WMP) perdeu 1% de seu valor e fechou em US$ 3.189/tonelada, enquanto que o índice da manteiga subiu 0,8%, fechando com a cotação de US$ 5.611/tonelada. "A Fonterra elevou o volume ofertado de leite em pó desnatado (SMP) com uma oferta extra de 200 toneladas, e os volumes aumentaram nos próximos 12 meses em 6.000 toneladas. "Dimuíram ligeiramente os preços do SMP e WMP. Os preços da manteiga mantiveram-se estáveis, mas, estão sendo negociados na Oceania com valores inferiores aos europeus, enquanto oos preços do cheddar registraram as maiores quedas, 3,6%."Este é um período de fraca produção de leite na Nova Zelândia, que fica esperando agosto, então outros discretos eventos nesta época do ano não são incomuns". Os números da produção de leite da Nova Zelândia em maio de 2018 foram divulgados na semana passada. Os dados confirmaram um forte final de temporada, com crescimento de 6,2% no volume em relação ao mesmo mês do ano anterior (aumento de 5,7% nos sólidos do leite na mesma comparação). "Isso deixou a temporada 2017/2018 no mesmo nível em relação a 2016/2017, havendo alta de 0,1% em volume de leite, e queda de 0,6% nas toneladas de sólidos do leite", diz Higgins. O economista agrícola do banco ASB, Nathan Penny, disse que a queda dos preços deve ter sido resultado da recuperação da produção no final da temporada e a desvalorização do dólar kiwi. A moeda norte-americana subiu 1% desde o último leilão, tornando os lácteos mais caros na moeda local. O ASB está mantendo a previsão de que a próxima safra 2018/2019 será iniciada com o preço ao produtor de NZ$ 6,50/kgMS, [R$ 1,30/litro]. (Dairy News - Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 

 

Porto Alegre, 25 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.763

  Leite/Oceania 

As expectativas para a próxima temporada dos lácteos na Austrália são positivas. A forte demanda, particularmente da China, por leite em pó é tida como a impulsionadora do setor. 

O Japão se apresenta como um grande comprador de queijos e manteiga. Mesmo assim as condições climáticas atuais são preocupantes, e devem provocar aumento no custo de produção. O outono, atipicamente quente e seco, afetou a produção de feno e grãos, elevando o preço dos insumos. A seca é uma preocupação constante, especialmente em New South Wales. Se não houver forma de remediar o atraso no plantio de feno, a disponibilidade de feno será reduzida nesta próxima safra.

Na Nova Zelândia são divulgados os dados de maio, mostrando que 2017/18 produziu praticamente o mesmo volume de leite e de sólidos em relação a 2016/2017. De junho de 2017 a maio de 2018, a produção de sólidos de leite caiu 0,64% em relação à temporada anterior, enquanto o volume de leite subiu 0,15%. A produção de leite em maio de 2018 na Nova Zelândia foi de 6,2% superior à de maio de 2017, enquanto os sólidos do leite subiram 5,7%, de acordo com a DCANZ.

Observadores da Nova Zelândia percebem o mercado de lácteos em crise, com pouca possiblidade de alteração nas expectativas nas próximas semanas. A produção está em seu menor volume sazonal e isso mantém em baixa a atividade das fábricas em relação aos outros meses do ano. A temporada encerrada em 31 de maio foi muito irregular em termos de desafios para os produtores de leite. No início da estação, fora de qualquer expectativa as condições úmidas da primavera prejudicaram o crescimento das pastagens. Em seguida veio muita seca. No finalzinho da temporada as condições climáticas foram mais propícias, havendo recuperação na produção de leite nos meses de abril e maio. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)
 
 
 

Blairo Maggi determina processo de troca no comando da Embrapa

Após determinação do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o Conselho de Administração da Embrapa decidiu ontem abrir o processo de troca na Presidência da estatal, que é comandada desde 2012 pelo pesquisador de carreira da empresa, Maurício Lopes. O mandato de Lopes se encerra em outubro, porém ele ainda tinha direito de ser reconduzido à frente do cargo. Para Maggi, "cada um tem seu tempo" e a mudança no posto se encontra dentro da normalidade, já que Lopes já havia sido reconduzido à Presidência uma vez nos últimos anos.

O atual presidente da Embrapa vem acumulando recentes desgastes como a demissão no início deste ano do pesquisador Zander Navarro - que foi revertida pela Justiça - e críticas de servidores por um grande processo de reestruturação em curso desde o fim de 2017 que pretende enxugar gastos e remodelar unidades e centros de pesquisa da empresa.

O ministro foge de qualquer possível polêmica e diz que pediu pessoalmente a Lopes que tocasse o processo de reestruturação para que a empresa seja mais eficiente e enfrente a falta de recursos orçamentários.

"Esses dias o convidei para conversar junto com a diretoria da Embrapa e pedi para iniciar o processo de escolha do novo presidente, dentro da Lei das Estatais e do estatuto da empresa que prevê uma seleção bastante grande", disse o ministro ao Valor por telefone da África do Sul, onde participa de um encontro dos Brics. "Vencendo o mandato dele, é seguir o jogo, não tem nada de anormal, pelo contrário, gosto muito do Maurício. Mas, assim como o meu tempo chegará ao final, o dele está chegando".

Conforme o estatuto da Embrapa, podem se inscrever para o cargo de presidente tanto servidores da estatal quanto profissionais de fora da empresa. No entanto, o processo de seleção impõe regras rígidas de currículo e histórico profissional, que geralmente impedem "forasteiros" no comando. Funcionários da empresa pública dão conta de apenas um caso de presidente com indicação política que não tinha trajetória na área científica, mas que durou meses no posto, no fim da década de 1980.

O Valor apurou que os candidatos naturais para substituir Maurício Lopes são os diretores da estatal, Cléber Soares, da área de Inovação e Tecnologia, e Celso Luiz Moretti, de Pesquisa e Desenvolvimento. (As informações são do jornal Valor Econômico)

FrieslandCampina: leite a pasto é produzido por 80% das fazendas fornecedoras

A FrieslandCampina disse que a proporção de suas fazendas que estão utilizando pastagens ao ar livre cresceu pelo quarto ano consecutivo, ultrapassando a marca de 80%. O percentual de fazendas com pastos ao ar livre subiu para 81%, acima dos 77,9% em 2015. A cooperativa holandesa de lácteos pretende restaurar esse número para 81,2% - o mesmo nível de 2012 - o que significa que está no caminho certo para alcançar seus objetivos de gado criado em pastagem.

A popularidade dos produtos lácteos orgânicos e produzidos ao ar livre está crescendo, com os consumidores cada vez mais interessados no lado ético dos alimentos e bebidas que consomem.

Frans Keurentjes, presidente do conselho da cooperativa FrieslandCampina, disse: "é uma notícia extremamente positiva que mais produtores de leite queiram fazer um esforço para manter as vacas nos campos. Com este esforço, o setor lácteo permanece visível para as pessoas e as características da paisagem holandesa".

O marco significa que a proporção de fazendas da FrieslandCampina utilizando pastagens ao ar livre cresceu continuamente nos últimos quatro anos: o número foi de 77,9% em 2015, aumentando para 78,2% em 2016, 79,4% no ano passado e agora 81% em 2018.

A FrieslandCampina se aproximou de membros que não usam pastagens ao ar livre para suas vacas durante os últimos meses. Centenas deles receberam conselhos feitos sob medida ou participaram de uma reunião especial sobre pastagem, que resultou em 303 fazendas-membro extras que escolheram ter suas vacas pastando esse ano. O efeito preciso do aumento dos números será conhecido até o final do ano, disse a FrieslandCampina.

Seus produtores receberão um prêmio referente à pastagem de € 1,50 (US$ 1,73) por 100 kg de leite produzido quando suas vacas leiteiras pastam nos campos pelo menos 120 dias por ano por um mínimo de seis horas por dia. Os produtores que possuem apenas algumas de suas vacas em pastagem durante esse tempo receberão um prêmio parcial de € 0,46 (US$ 0,53) por 100 kg de leite, portanto, enquanto o progresso é recompensado em uma escala móvel, há um claro incentivo para os produtores colocarem mais vacas no pasto.

Atualmente, cerca de 8,6% das fazendas recebem o prêmio parcial de pastagem ao ar livre, disse a FrieslandCampina.

Em 21/06/18 - 1 Euro = US$ 1,15862
0,86310 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
(As informações são do FoodBev.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

IFCN projeta crescimento mundial de 35% na produção de leite até 2030 com ajuda da tecnologia

A rede de pesquisa de lácteos, IFCN, disse que, entre agora e 2030, a demanda mundial por leite e produtos lácteos será três vezes maior do que a atual produção de leite dos EUA. Essa foi uma das principais descobertas da mais recente publicação da IFCN discutida na 19ª Conferência de Lácteos da IFCN, que foi realizada recentemente na Teagasc em Cork, Irlanda.
Hoje, cerca de 876 milhões de toneladas de leite são produzidas em todo o mundo, e o Dr. Torsten Hemme, diretor da IFCN, disse que o aumento da demanda não se deve apenas a mais pessoas vivendo no mundo, mas também porque o consumo per capita aumentará devido à prosperidade crescente e investimentos mundiais no desenvolvimento de produtos lácteos.

Aumento da demanda
O fundador da IFCN acrescentou que o aumento da demanda será coberto pela maior oferta global de leite. A dinâmica das mudanças estruturais das fazendas leiteiras a nível internacional continuará e as fazendas intensificarão seus sistemas agrícolas. Hemme disse que, até 2030, a IFCN prevê um aumento na produção e demanda de leite no total de 35%.

Trevor Donnellan, chefe do departamento de economia agrícola e pesquisas agrícolas da Teagasc, disse que a conferência permitiu que pesquisadores internacionais entendessem melhor como a recente expansão da produção irlandesa de leite foi alcançada. "Os visitantes ficaram particularmente impressionados com a maneira pela qual a expansão dos lácteos foi alcançada a um custo relativamente modesto", disse Donnellan. Os participantes da conferência incluíram pesquisadores e representantes de empresas de lácteos. Um tópico chave para discussão foi o futuro papel das novas tecnologias na produção de leite.

 

Novas tecnologias
Os desenvolvimentos mais significativos esperados no futuro são em biotecnologia e big data. Robert Walker, da Alltech Company, disse: "novas tecnologias virão da capacidade de coletar mais dados. Pense em drones, blockchains, análise de imagens. Uma melhor tecnologia também ajudará a interpretar os dados para tornar a produção mais eficiente e ajudar a proteger os recursos".

Georg Kaufman, da DSM, acrescentou que novas tecnologias também serão importantes na redução das emissões de gases de efeito estufa do setor de lácteos.

A perspectiva de curto prazo do IFCN aponta para um aumento contínuo da oferta de leite em todo o mundo. Em 2017, a produção mundial de leite cresceu quase 4%, significativamente superior ao nível de crescimento em 2016. No entanto, o crescimento começou a desacelerar significativamente em 2018. Fatores-chave no crescimento mais lento em 2018 são anomalias climáticas na Nova Zelândia, UE e Argentina e uma situação econômica desafiadora para os produtores de leite nos EUA.

Para o segundo semestre de 2018, a IFCN espera que o crescimento da oferta e da demanda esteja mais alinhado, com um nível mundial de preço do leite esperado de US$ 35-37 por 100 kg. (As informações são do Dairy Reporter e da IFCN, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

6º Fórum Itinerante do Leite
Especialistas, produtores, autoridades e líderes de entidades do setor discutem a importância da mão de obra e os desafios da cadeia leiteira em uma série de painéis e oficinas em Santa Rosa. O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Alexandre Guerra, diz que é preciso união para qualificar a mão de obra disponível no campo e elevar o treinamento das equipes aos novos padrões de qualidade exigidos do produtor e da indústria com o uso da tecnologia. "O Fórum é uma oportunidade de integrar representantes da indústria, do setor de produção e da área acadêmica para trabalharem em busca de novas oportunidades para o setor", afirma. (Correio do Povo)
 

 

Porto Alegre, 22 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.762

  Impacto da greve eleva preço do leite no Rio Grande do Sul 

Como resultado da redução de captação durante a greve dos caminheiros no final de maio, o preço do leite registrou alta de 6,76% no Rio Grande do Sul. Segundo dados dos primeiros 10 dias de junho, divulgados pelo Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite (Conseleite) nesta quinta-feira, o valor de referência projetado para o mês é de R$ 1,1781, acima do consolidado de maio (R$ 1,1035). 

O aumento foi puxado diretamente pelo leite UHT, produto de maior expressão no mix gaúcho, que teve valorização de 14,71%. O movimento foi acompanhado por diversos outros itens: requeijão (10,54%), queijo muçarela (8,74%), leite condensado (8,33%) e queijo prato (6,78%). A tendência é que os valores se mantenham nesse novo patamar motivados pelo aumento de consumo típico dos meses de inverno e pela alta do dólar que impacta diretamente nos custos e ajuda a travar a importação de lácteos. Além disso, explica o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios (Sindilat), Alexandre Guerra, muitas vacas que estavam em fase de lactação foram “secas” propositadamente no período da greve, impactando no volume desta temporada. 

Levantamento do Conseleite indica que as indústrias gaúchas comercializaram um volume equivalente a 108 milhões de litros em maio de 2018, 16,7% menos do que os 126 milhões de litros de leite de abril. O presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, acrescentou que a greve agravou a crise no campo. “Foi uma pá de cal em muitos produtores que já estavam com dificuldades por inúmeros outros fatores como estradas precárias, falta de energia e incentivo.” 

Apesar da alta no valor do leite em junho, Guerra destacou que os valores acumulados no Rio Grande do Sul ainda estão abaixo dos de 2017. Segundo levantamento semestral apresentado pelo Conseleite nesta quinta-feira, de janeiro a junho de 2018, 10 dos 13 produtos avaliados estão com valores abaixo do praticado no mesmo período do ano anterior: leite UHT (-5,48%), leite pasteurizado (-5,87%), leite em pó (-7,73%), leite condensa¬do (-12%), bebida láctea (-3,19%), queijo muçarela (-11,49%), queijo prato (5,03%), requeijão (-4,49%), nata (-2,36%) e outros queijos (-16,51%). Apenas iogurte (6,19%), doce de leite (0,94%) e queijo minas (1%) estão acima dos indexadores de 2017. (Jornal do Comércio)
 
 

Perspectivas do mercado lácteo – América do Sul 

Na América do Sul, especialmente no Cone Sul, as chuvas estão melhorando a umidade para o plantio de trigo e outras culturas em áreas de plantação. No entanto, em termos de produção de leite, o clima úmido tem um impacto mínimo nas principais bacias leiteiras, exceto no Paraguai e Uruguai. Nesses dois países, muitos produtores relataram que a umidade e a lama, dificultam o manejo do rebanho, e impacta negativamente na produtividade.

Na Argentina, as temperaturas mais baixas do inverno que se aproxima melhoram o conforto animal, e aumenta a produtividade. A expectativa é de que a produção de leite continue a crescer na maior parte do inverno. No momento, o fornecimento de leite e creme é suficiente para atender as necessidades das fábricas do país. No Uruguai, a produção de leite vem sendo instável, diante das dificuldades de manejo que muitos produtores encontram pela quantidade de lama e umidade. Os produtores que não enfrentam as adversidades climáticas relatam melhora no rendimento. No entanto, de um modo geral, a produção de leite deve melhorar durante o inverno. A fabricação de queijo e manteiga continua, relativamente, forte, e as exportações para o Brasil, Argélia e Rússia continuam ativas.

O governo uruguaio procura novas oportunidades de negócios através do Instituto Nacional do Leite (INALE) que avalia a elaboração de um Tratado de Livre Comércio (TLC) com a China, especialmente para o envio de lácteos.

Com o fim da greve de 10 dias dos caminhoneiros no Brasil, devido ao alto custo do diesel, o transporte de leite começa a retornar ao normal. A entrega de leite cru para as indústrias se normaliza aos poucos. O varejo vai novamente ocupando as suas prateleiras, principalmente com produtos de alto consumo, como o leite UHT/leite fluido e queijo. A expectativa é de que as indústrias de laticínios no Brasil voltem ao normal nas próximas semanas. As importações de lácteos pelo Brasil continuam aumentando, mas, em nível menor do que o verificado no ano anterior. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

  

Perspectivas do mercado lácteo – Europa

O calor no início de junho na Alemanha e em outras partes da Europa Ocidental resultou em queda significativa da produção de leite. A estimativa é de que a produção da Alemanha tenha ficado 1% abaixo da de um ano antes. 

Os componentes do leite também foram prejudicados. Na última semana de maio a coleta de leite foi 1,6% menor do que a realizada na semana anterior, de acordo com a Central de leite GmbH. De um modo mais amplo, os analistas projetaram aumento de 1,5% na produção de leite europeia até o final do ano em relação a 2017. Entretanto, conforme informação do site CLAL, de janeiro a abril a produção de leite europeia acumulada ficou 0,6% abaixo do período anterior.

Os estoques de queijos na Europa Ocidental, especialmente na Alemanha e na França, são frágeis. É forte a demanda de varejistas, grandes consumidores, consumidores individuais e exportações. As indústrias estão com as entregas atrasadas. Os queijos para cura também estão com estoques abaixo do nível aceitável. Não existe expectativa de que a oferta fique mais equilibrada no curto prazo. A mozarela já está em falta. As exportações de queijos pela União Europeia (UE) de janeiro a abril é apenas 0,1% maior do que a verificada no mesmo período do último ano. As maiores remessas foram para os Estados Unidos, o Japão e a Suíça, de acordo com a CLAL.

Organismos Geneticamente Modificados (OGM) tomaram um outro rumo na semana passada, na UE. O regulamento atual da UE não exige a informação no rótulo de que o produto lácteo provém de leite produzido por vacas que não comem OGM. No entanto, a França estaria elaborando uma proposta a ser apreciada por toda a UE, exigindo a identificação no rótulo dos animais que são alimentados com OGM. Atualmente, a legislação francesa permite informar no rótulo os alimentos elaborados sem componentes OGM. A nova proposta deverá ser analisada pelo Senado francês no dia 26 de junho.   

EUROPA ORIENTAL
A Rússia parece ter reduzido a importação de lácteos este ano. De janeiro a abril, declinaram as compras de queijo, manteiga, leite em pó, tanto desnatado como integral, de acordo com a Eucolait. A Bielorrússia é um fornecedor importante de produtos lácteos para a Rússia. No entanto, no início de junho, a agência russa de controle da qualidade de alimentos, o Rosselkhoznadzor, introduziu restrições temporárias à importação de certos lácteos da Bielorrússia. A questão resultou em uma resolução submetida à Comissão Econômica da Eurásia (EEC), buscando resolver a situação. A análise do assunto foi retirada da pauta da EEC no dia 19 de junho, para que sejam reconsiderados os termos da resolução. A Eucolait informou que a produção de leite da Rússia aumentou 3% em 2017, o que pode ser um fator determinante para a redução das importações de lácteos. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

Remuneração no agro cresce mais que a da média brasileira

Entre 2012 e 2018, o salário médio pago ao trabalhador do agronegócio cresceu mais que o recebido pela média da economia brasileira como um todo, segundo cálculos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, com base em informações da PNAD Contínua.

Considerando-se as pessoas empregadas, para o agronegócio, o crescimento da remuneração foi de 10% de 2012 para 2018, enquanto que, para o Brasil, de 6,36%. Pesquisadores do Cepea destacam que, diante dessa dinâmica, a diferença entre os salários do setor (tipicamente menores) e os da média brasileira tem diminuído a cada ano. Esse aumento na média salarial do agronegócio, por sua vez, pode estar atrelado aos aumentos de rendimentos para indivíduos isoladamente e também a mudanças no perfil do indivíduo que trabalha nesse setor.

Segundo pesquisadores do Cepea, entre 2012 e 2018, caiu em 4,6 p.p. o peso do segmento primário, que tipicamente paga menores salários, no total de ocupados no agronegócio. Já para o segmento de agrosserviços, a participação nesse mesmo período aumentou em 3,8 p.p. Em relação ao nível de instrução, de 2012 para 2018, houve diminuição de 10,3 p.p. na participação da mão de obra com escolaridade inferior ao ensino médio no total de ocupados no agronegócio, enquanto que a participação dos indivíduos com ensino superior (completo ou incompleto) aumentou em 4,2 p.p. (As informações são do Cepea)

 
 

Mais de sete mil famílias do Rio Grande do Sul recebem leite em pó adquirido por meio do PAA
Um total de 88 toneladas de leite em pó foram doadas na última semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional no Rio Grande do Sul. O produto foi adquirido de 31 cooperativas por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade de Compra Direta da Agricultura Familiar. Este lote de produtos foi destinado à Mitra Diocesana de Porto Alegre, sendo o estoque distribuído entre 77 paróquias que atendem a 7.400 famílias dos municípios de Porto Alegre, Gravataí, Viamão, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, Guaíba, Eldorado do Sul, Charqueadas, Alvorada, Nova Santa Rita e Butiá. Executado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o PAA oferece a agricultores familiares, por meio de suas cooperativas ou associações, a garantia de compra de sua produção por preços remuneradores, gerando renda e inclusão social no meio rural. Somente em 2018, a Conab já doou no Rio Grande do Sul aproximadamente 900 toneladas de leite em pó. Outras doações estão previstas para ocorrer até o final desse ano. (As informações são da Assessoria de Imprensa Conab)
 

Porto Alegre, 21 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.761

Impacto da greve eleva preço do leite no RS
 
Como resultado da redução de captação durante a greve dos caminheiros no final de maio, o preço do leite registrou alta de 6,76% no Rio Grande do Sul. Segundo dados dos primeiros dez dias de junho, divulgados pelo Conseleite nesta quinta-feira (21/06), na sede da Farsul, em Porto Alegre (RS), o valor de referência projetado para o mês é de R$ 1,1781, acima do consolidado de maio, que ficou em R$ 1,1035. O aumento foi puxado diretamente pelo leite UHT, produto de maior expressão no mix gaúcho, que teve valorização de 14,71%. O movimento foi acompanhado por diversos outros itens: requeijão (10,54%), queijo mussarela (8,74%), leite condensado (8,33%) e queijo prato (6,78%). A tendência é que os valores se mantenham nesse novo patamar motivados pelo aumento de consumo típico dos meses de inverno e pela alta do dólar que impacta diretamente nos custos e ajuda a travar a importação de lácteos. Além disso, explica o vice-presidente do Conseleite e presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, muitas vacas que estavam em fase de lactação foram "secas" propositadamente no período da greve, impactando no volume desta temporada de outono.
 
O professor da UPF Eduardo Finamore explica que houve queda expressiva na quantidade produzida pelas indústrias em função da greve, algo que não há como ser recuperado. Levantamento do Conseleite indica que as indústrias gaúchas comercializaram um volume equivalente a 108 milhões de litros em maio de 2018, 16,7% menos do que os 126 milhões de litros de leite de abril. "Não se pode considerar que a valorização dos produtos foi boa porque, ao mesmo tempo, houve redução de produção com a greve. O prejuízo foi diferente de empresa para empresa, mas a queda de quantidade trouxe impacto direto no lucro das indústrias", pontuou Finamore. O presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, acrescentou que a greve agravou a crise no campo. "Foi uma pá de cal em muitos produtores que já estavam com dificuldades por inúmeros outros fatores como estradas precárias, falta de energia e incentivo".
 
Apesar da alta no valor do leite em junho, Guerra destacou que os valores acumulados no Rio Grande do Sul ainda estão abaixo dos de 2017. Segundo levantamento semestral apresentado pelo Conseleite nesta quinta-feira, de janeiro a junho de 2018, dez dos 13 produtos avaliados estão com valores abaixo do praticado no mesmo período do ano anterior: leite UHT (-5,48%), leite pasteurizado (-5,87%), leite em pó (-7,73%), leite condensado (-12%), bebida láctea (-3,19%), queijo mussarela (-11,49%), queijo prato (5,03%), requeijão (-4,49%), nata (-2,36%) e outros queijos (-16,51%). Apenas iogurte (6,19%), doce de leite (0,94%) e queijo minas (1%) estão acima dos indexadores de 2017.  
IN 62 - Durante a reunião, representantes dos produtores e indústria ainda debateram o texto que está em consulta pública e propõe mudanças na IN 62, que regula os padrões de qualidade e produção no setor lácteo. O prazo para sugestões termina na segunda-feira (25/6), mas as lideranças do segmento entendem que há muito a ser debatido e ajustado. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, apresentou, ponto a ponto, as principais dificuldades que o setor terá para adaptar-se ao que está sendo proposto e as alterações que estão sendo sugeridas pelo Sindilat, como ajustes na temperatura de leite na plataforma e no monitoramento de unidades formadoras de colônia. "O novo texto limpa inúmeras legislações que hoje regem o setor e concentra em apenas duas INs o regramento. A proposta desburocratiza o setor, mas precisa de ajustes", salientou Palharini. 
 
O produtor e diretor da Farsul Jorge Rodrigues questionou o alto rigor das medidas propostas, o que, segundo ele, é inviável de ser cumprido neste momento. "Essas regras foram feitas dentro de um gabinete, sem avaliar a realidade do campo. Há muitas coisas aqui que não poderão ser cumpridas e precisarão ser revistas daqui a dois anos", criticou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)  

Foto: Carolina Jardine
 

Fórum Itinerante do Leite debate desafios da mão de obra em Santa Rosa

O 6º Fórum Itinerante do Leite, que será realizado na terça-feira (26/6), reunirá especialistas, produtores, autoridades e líderes de entidades do setor para debater a importância da mão de obra e os desafios da cadeia leiteira. Através de painéis, os palestrantes convidados mostrarão que uma produção em boas mãos pode gerar ótimos resultados. O evento, que também contará com oficinas, terá transmissão ao vivo pelo Canal Rural, das 9h às 12h, diretamente do Ginásio do Instituto Federal Farroupilha (UFFar) - Campus de Santa Rosa. O Fórum será apresentado pela jornalista Kellen Severo, do Canal Rural.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat/RS), Alexandre Guerra, é preciso união para qualificar a mão de obra disponível no campo e elevar o treinamento das equipes aos novos padrões de qualidade exigidos do produtor e da indústria, como o uso de tecnologia. "O fórum é uma oportunidade de integrar representantes da indústria, do setor de produção e da área acadêmica para trabalharem em busca de novas oportunidades para o setor", afirma. Guerra ressalta que, neste momento, é importante que as pessoas mantenham a atividade produtiva, porque o agronegócio é o futuro da economia brasileira. 

Na ocasião, serão realizados dois painéis técnicos. O primeiro enfocará a sucessão familiar, cooperação e terceirização de mão de obra. Já o segundo painel analisará gerenciamento, inovação e automação da ordenha. Os debates terão a participação do secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Pedrinho Signori; do coordenador da Comissão de Leite da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Jorge Rodrigues, e do presidente do Sindilat. À tarde, ocorrerão oficinas técnicas sobre gestão da atividade leiteira, produção orgânica e bem-estar das vacas. Também está agendada uma reunião técnica sobre tuberculose e brucelose. Cada participante poderá optar por uma das quatro oficinas.

O Fórum é uma realização do Sindilat/RS, do Canal Rural, do Fundesa, do Sistema Farsul e da Fetag-RS. O evento tem apoio técnico do Instituto Federal Farroupilha - Campus de Santa Rosa, da Emater-RS e da Embrapa. O apoio institucional reúne AGL, AMGSR, APL, Apil, Gadolando, Jersey-RS, Coopermil, Cotrimaio, Fahor, Famurs, Fecoagro, Fema, Instituto Senai, Ministério da Agricultura, Ocergs- Sescoop, Prefeitura de Santa Rosa, Secretarias Estaduais da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) e Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Setrem, Sicredi e Unijuí. 

As inscrições podem ser realizadas gratuitamente no site do Canal Rural. Durante o Fórum, os palestrantes irão responder ao público presente no evento e aos que o assistem, através do WhatsApp (11) 98524-0073 e/ou do Facebook do Canal Rural.

AGENDA DO EVENTO

8h - Credenciamento e welcome milk
8h30min - Saudações - Participação de representantes da prefeitura de Santa Rosa, da Famurs, da Embrapa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Emater-RS e da Secretaria do Desenvolvimento Rural-RS.
9h - Abertura do 6ª Fórum Itinerante do Leite: Desafios da mão de obra - Quando a produção está em boas mãos, os resultados aparecem (transmissão ao vivo pelo Canal Rural) 
Renata Rotta, diretora-geral do Campus Santa Rosa do Instituto Federal Farroupilha (IFFar)  
Rogério Kerber, presidente do Fundesa -  Ações desenvolvidas pelo Fundesa
9h20min - Painel: Sucessão familiar, cooperação e terceirização
Ivar José Kreutz, assistente técnico regional em Criações da Emater-RS - Importância da mão de obra e desafios a serem enfrentados na atividade leiteira
Mariane Moz, médica veterinária e produtora de leite em Tuparendi, RS - Investindo na atividade leiteira para garantir a sucessão familiar 
Marjori Ghellar, gestora financeira e produtora de leite em Tuparendi, RS - Terceirização de atividades e cooperação entre produtores para viabilizar a produção de leite
Participação de debatedores: representantes da Fetag-RS, da Farsul e do Sindilat-RS
10h15min - Perguntas 
10h45min - Painel: gerenciamento, inovação e automação
Paulo Tadatoshi Hiroki, médico veterinário e coordenador da Macrorregião Norte da Emater-PR - Planejando o parto das vacas para garantir férias para os produtores de leite 
Ezequiel Nólio, administrador do Tambo Nólio, Paraí, RS - Porque investimos em robotização da ordenha (primeiro robô de ordenha do RS)
Participação de debatedores: representantes da Fetag-RS, da Farsul e do Sindilat-RS
11h30min - Perguntas 
12h - Encerramento do fórum ao vivo
12h15min - Almoço no local
12h35min - Programa Mercado & Cia ao vivo pelo Canal Rural
14h - Oficinas:

Oficina 1 - A atividade leiteira sob o olhar das mulheres
Local: Ginásio do IFFar Santa Rosa
Vanessa Matraszek Gnoatto, da Emater-RS, moderadora 
Adriana Deak, produtora de leite em Santa Rosa, RS
Sandra Dal Pai Gnatta, produtora de leite em Porto Mauá, RS
Maria Sivert, produtora de leite em Senador Salgado Filho, RS
Aline Traesel Angst, produtora de leite em Santo Cristo, RS

Oficina 2 - Produção orgânica de leite e laticínios
Local: Auditório do IFFar Santa Rosa
Edna Nunes Gonçalves, do Instituto Federal Farroupilha, moderadora
Michele de Castro Iza, Ministério da Agricultura - RS  
Eliseu Pelenz, produtor de leite em fase de transição para a produção orgânica em Santo Cristo,RS
Cleber Jonas Weschenfelder e Eliezer Augusto Werner, produtores de leite orgânico e diretores da Cooperflor, Guarujá do Sul, SC
Agaciel Fiorentin, especialista de região leiteira Nestlé, São Paulo e Paraná

Oficina 3 - O clima e o bem-estar das vacas leiteiras
Local: Sala 212 do IFFar Santa Rosa
Joney Cristian Braun, da Emater-RS, moderador
Vanderley Porfírio da Silva - Embrapa Florestas, Colombo, PR
Carlos Bondan, UPF, Passo Fundo, RS
Jandir Konzen, produtor de leite em Campina das Missões, RS
Adolar Kessler, produtor de leite em São Paulo das Missões, RS

Oficina 4 - Reunião técnica sobre tuberculose e brucelose
Local: Sala 213 do IFFar Santa Rosa
Gustavo Groff, prefeitura municipal de Senador Salgado Filho, RS, moderador
Ana Cláudia Groff, Seapi-RS
Rodrigo Pereira, Ministério da Agricultura
Roberto Lucena, Ministério da Agricultura
Rogério Kerber, Fundesa
Jair da Silva Mello, CCGL
16h - Encerramento da programação (Assessoria de Imprensa Sindilat) 

CONSELEITE - SANTA CATARINA

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 19 de Junho de 2018 na cidade de Joaçaba, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Maio de 2018 e a projeção dos preços de referência para o mês de Junho de 2018. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina.

Nesta reunião o Conselho aprovou os resultados dos estudos da Câmara Técnica relativos aos custos de produção de produtores e indústrias que resultam em novos valores de referência para os derivados lácteos considerados no modelo. Foram alterados os parâmetros de qualidade do Leite Padrão de acordo com a legislação e as estatísticas relativas ao leite recebido pelas empresas participantes do Conseleite-Santa Catarina. Foram alteradas também as escalas de ágios e deságios para os parâmetros de qualidade e volume. (Faesc)

Fazendas brasileiras se preparam para produzir leite orgânico

Leite orgânico - Propriedades rurais de várias regiões do país estão se estruturando para produzir leite orgânico e algumas procuraram a Embrapa em busca de conhecimento técnico. O curso de Pecuária Leiteira Orgânica, que teve seu primeiro módulo realizado nos dias 15 e 16 de junho em Serra Negra (SP), recebeu produtores e técnicos do Rio de Janeiro, Mato Grosso, São Paulo, Rio Grande do Sul, Alagoas e Ceará. O grupo volta a se encontrar para o segundo módulo nos dias 27 e 28 de julho, na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos.

Tecnologias serão detalhadas durante os cinco módulos, que vão até outubro. Mas a intenção é que os inscritos terminem a capacitação sabendo fazer a gestão das tecnologias mais adequadas para cada propriedade a partir de uma visão sistêmica. "Algumas técnicas estão sendo recomendadas a produtores de leite sem necessidade", disse o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste e líder do projeto Balde Cheio em Rede, André Novo.Segundo ele, é difícil analisar números frios da pecuária leiteira. "Um produtor que tirava 200 litros de leite e seis anos depois continua tirando 200 litros é um exemplo de fracasso? Nem sempre. Ele diversificou a propriedade? Produzia em 50 hectares e agora produz em 5 ha? Protegeu áreas de preservação permanente?", questionou. Ou seja, as condições de produção precisam ser conhecidas. Para isso, a anotação de dados zootécnicos e econômicos é fundamental.

André disse que há três pilares para se mudar uma propriedade que produz leite e que concentram a maioria dos problemas: alimentação (quantidade e qualidade), manejo (sombra, água, ordenha, período seco) e sanidade (verminose, esquema de vacinação). Além dessas dimensões fundamentais, o produtor de leite precisa estar muito atento à administração (controle e planejamento), estrutura do rebanho e melhoramento (reprodução e persistência).
 
DECISÃO
Na fazenda que recebeu o grupo, a Nata da Serra, o proprietário Ricardo Schiavinato contou sua história com os orgânicos. Ele aderiu ao modelo de produção por necessidade, e não por ideologia. "Foi meu último suspiro. Se não desse certo, teria que mudar de vida", afirmou. A propriedade vinha enfrentando dificuldades quando o pai de Ricardo, que é dentista, percebeu que o filho não permitia que a família consumisse a própria produção. "Tem alguma coisa muito errada. Você não come o que produz?", quis saber.
Ricardo começou a conversão para orgânicos em 1997, com hortaliças. O sucesso com os vegetais foi visível - "produzia com altíssima qualidade e produtividade" - mas a produção de leite permanecia no modelo convencional. No entanto, Ricardo havia percebido que o mercado demandava um leite diferenciado. Foi quando ele procurou a Embrapa em busca de conhecimento técnico. Isso aconteceu em 2007. Na primeira visita à fazenda Nata da Serra, André Novo ficou impressionado com a qualidade do morango e do tomate que Ricardo produzia. "Mas o leite realmente era ruim", lembra André. Como o centro de pesquisa de São Carlos não tinha experiência com pecuária leiteira orgânica, eles começaram naquela época a desenvolver uma experiência de aprendizado conjunto. Tecnologias foram testadas na propriedade e agora todo o conhecimento acumulado nesses 11 anos está sendo compartilhado no curso.

Nesse primeiro módulo, foram abordados temas conceituais da pecuária leiteira orgânica. Além de André e Ricardo, também fizeram palestras Carlos Armênio Khatounian, da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), e Sérgio Homma, da Fundação Mokiti Okada. Armênio fez um relato da agricultura desde a pré-história até a atualidade e Homma falou, entre outros assuntos, das diretrizes da natureza para criar e manter a fertilidade do sistema. Em seguida, o anfitrião levou os convidados para um breve passeio pela propriedade. Todos puderam ver a recuperação de mata ciliar, piquetes com diferentes tipos de forrageiras, diversificação de culturas, animais com qualidade genética, sistema de irrigação, silagem de capim, bebedouros e cochos, entre outras estruturas.

As 40 vagas foram esgotadas e já existe fila de espera para uma próxima capacitação. O curso foi articulado pela Secretaria de Inovação e Negócios, da Embrapa, e está sendo realizado pela Embrapa Pecuária Sudeste e Fazenda Nata da Serra. As empresas Nestlé e Socil, do Grupo Neovia, são patrocinadoras. Esalq, Fundação Mokiti Okada, Gold Seeds Agronegócio e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apoiam o evento. As fotos do primeiro módulo podem ser conferidas aqui. (Embrapa)

 
 

Produção, consumo e importações de lácteos cresceram na China
Leite/China - A produção de leite chinesa subiu perto de 2% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, de acordo com o último relatório do Rabobank, com a expectativa de que suba 2,5% no segundo semestre de 2018. O principal impulsionador foi o aumento da rentabilidade animal, uma vez que o número de vacas se mantém relativamente, estável entre 2017/2018. Além disso, grandes investimentos na cadeia de frio e melhoria na capacidade de armazenamento no verão incentivaram o crescimento da produção. O consumo permanece com crescimento forte acompanhando 2017, com a confiança do consumidor atingindo o maior nível dos últimos dez anos, no primeiro trimestre de 2018. Algumas processadoras nacionais registraram crescimento de 14% no lucro anual. Assim sendo, a demanda doméstica por leite fluido, queijo, manteiga e leite em pó desnatado deverá continuar aumentando. Com a demanda doméstica aumentando continuamente acima do crescimento da produção, o volume das importações líquidas também subiram 11% no primeiro trimestre de 2018 e a expectativa é de que atinjam níveis recordes similares aos observados em 2017. Enquanto as perspectivas de curto prazo para o mercado de lácteos chinês continuam melhorando, as tensões comerciais elevam o grau de incertezas para as previsões. A disputa comercial latente com os Estados Unidos poderá ter impactos negativos sobre o crescimento econômico, as taxas de câmbio e a demanda doméstica. (AHDB - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)