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Porto Alegre, 07 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.304

 

 Balança comercial de lácteos: em 6 meses, déficit na balança de lácteos supera 2015

A balança comercial de lácteos teve um déficit de 22 mil toneladas em junho, uma leve redução de 1% sobre o déficit apresentado no mês anterior. Em valores, o déficit da balança de lácteos foi de US$ 53,8 milhões.

Tabela 1. Exportações e importações por categoria de produto.
 
Fonte: MDIC

As exportações apresentaram queda de 4,3% em volume e de 12,7% em valor. Em junho, foram exportadas 3,6 mil toneladas de produtos lácteos, contra 3,7 mil toneladas em maio. Na comparação com junho de 2015, há uma queda de 25,4% das exportações. As importações também apresentaram queda (-1,5% em relação a maio). O leite em pó integral apresentou queda de 16% no volume importado, mas ainda assim com o expressivo volume de 15 mil toneladas importadas. Já o leite em pó desnatado teve uma alta relevante, de 38% sobre maio, chegando a 2,4 mil toneladas. Outros itens como soro de leite (+29%) e manteigas (+89%) e queijos (+ 10%) também apresentaram aumentos expressivos nos volumes internalizados. 

As importações de leite em pó (tanto integral quanto desnatado), vieram, em grande parte, do Uruguai, país que foi origem de 73% das compras do produto no mês de junho. Outras 3,3 mil toneladas vieram da Argentina (19,1% do total), mil toneladas do Chile (5,6% do total) e 382 toneladas dos EUA (2,2% do total importado). Analisando as quantidades em equivalente-leite (a quantidade de leite utilizada para a fabricação de cada produto), a quantidade importada foi de 190,5 milhões de litros em junho, queda de 5,4% em relação a maio. No entanto, os níveis continuam elevados: na comparação com junho de 2015, o aumento nas importações em equivalente-leite é de 97%. 

Já as exportações em equivalente-leite seguem sem grandes volumes, com 22 milhões de litros de leite exportados em junho (-8,9% em relação a maio). Devido a isso, o saldo da balança comercial de lácteos foi negativo em 170 milhões de litros. No ano, o déficit da balança comercial de lácteos é de 690,5 milhões de litros, volume maior que todo o déficit do ano de 2015 que havia sido de 563,4 milhões de litros. (MilkPoint, a partir de dados do MDIC)

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial de lácteos em equivalente-leite (milhões de litros/mês).

 
 
Leite segue em alta no país; lá fora, recuperação só em 2017

Enquanto os preços internacionais de lácteos seguem em níveis historicamente baixos, as cotações domésticas continuam a subir, e ainda não está claro quando a alta dará uma trégua. Levantamento da MilkPoint indicou aumento de 14,3% nos preços médios do leite no mercado spot (negociação entre laticínios) no Brasil, nas transações para entrega do produto na primeira quinzena de julho em comparação ao período anterior. A cotação do leite subiu R$ 0,27, para R$ 2,16 por litro. A valorização no spot reflete as altas do leite longa vida e do queijo mozzarela no atacado, observou Valter Galan, analista da MilkPoint. Em junho, segundo ele, o leite longa subiu R$ 0,66, para R$ 3,79 por litro no atacado de São Paulo. Já o queijo teve alta de R$ 4,39 por quilo no período, para R$ 21,79. 

Os preços no spot e ao produtor têm subido por conta da menor oferta de leite no país. A estimativa da MilkPoint é que tenha havido recuo entre 6% e 7% na produção no semestre em relação a igual período de 2015. Segundo o IBGE, no primeiro trimestre, a retração foi de 4,5%, para 5,86 bilhões de litros. A expectativa de Galan é que o ritmo de queda da produção diminua no semestre atual. "A relação de troca com os insumos para o produtor deve melhorar", disse. Desde a segunda metade de 2015, a alta do milho vinha desestimulando o investimento na alimentação do gado, o que afetou a produção de leite no país. Mas agora os preços do grão começaram a cair com a colheita da safrinha. Embora haja expectativa de que a oferta de leite comece a melhorar neste semestre, o que pode desacelerar a alta, ainda haveria espaço para repasses aos produtos finais no varejo, segundo Galan. 

Isso porque, apesar de terem registrado alta expressiva, subiram menos que no atacado. Entre janeiro e junho, os preços nominais do longa vida no atacado subiram 63,2%, considerando as médias mensais. No varejo, tiveram alta de 35,8%, conforme dados compilados pela MilkPoint. No mercado internacional, que tem registrado estabilidade recentemente, a expectativa é de que os preços dos lácteos comecem a subir no primeiro semestre de 2017, segundo o holandês Rabobank. Mas, em relatório divulgado ontem, o banco admite que os altos níveis de estoques e a demanda global ainda fraca por lácteos podem ameaçar a recuperação prevista. Outro fator que pode afetar a recuperação é a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia. O enfraquecimento do euro em relação ao dólar por conta do Brexit aumentaria a competitividade dos lácteos europeus na exportação. Isso reduziria o nível dos estoques na UE, mas colocaria pressão sobre as cotações internacionais, já que manteria os preços ao produtor de leite europeu em níveis favoráveis. 

Diante do atual cenário ¬ de oferta ainda crescente de lácteos na União Europeia, EUA e Nova Zelândia e de uma demanda que patina na Rússia e cresce pouco na China ¬, o Rabobank prevê um aperto na oferta no ano que vem. Isso, à medida que os pecuaristas ao redor do mundo ajustem a produção como reflexo dos preços baixos. "Produção menor e aumento estável da demanda nos EUA e Europa irão significar que os excedentes exportáveis na maior parte das regiões exportadoras serão dramaticamente reduzidos". Isso representaria, calcula o banco, uma redução de mais de 1,5 milhão de toneladas nos volumes disponíveis no segundo semestre para atender o mercado global. (Valor Econômico)

 
O faturamento das exportações uruguaias caiu 12% no primeiro semestre do ano
O faturamento do Uruguai foi de US$ 273 milhões, na metade de 2016. As exportações de lácteos no primeiro semestre do ano caíram 12% em valor em relação ao primeiro semestre de 2015. Totalizaram US$ 273 milhões, de acordo com dados da Alfândega, processados pelo Instituto Uruguai XXI, publicados no site lecheriauy.com.
A queda foi registrada "apesar do Brasil, o principal destino das exportações do setor, ter aumentado em 44% as compras quando comparadas com o primeiro semestre de 2015", detalha o boletim mensal de comércio exterior. O Brasil foi de longe, o principal destino dos lácteos locais em valor, totalizando US$ 158 milhões, no acumulado de janeiro a junho. Leite em pó, queijo e manteiga foram os principais produtos exportados. Em segundo lugar ficou a Argélia, com US$ 30 milhões, e em terceiro lugar esteve a Rússia, com US$ 20 milhões. O Brasil foi o principal mercado para os lácteos uruguaios no primeiro semestre do ano. Destinos como México, Argélia, e Venezuela tiveram o maior percentual de retração nas vendas do setor. As compras da Argélia e do México caíram pela metade em relação ao mesmo período do ano passado, e a Venezuela, praticamente não houve alteração. De acordo com o boletim, os preços explicam a retração nas vendas de lácteos, com uma queda inter anual de 16%, ainda que nos casos do leite em pó e queijos as reduções nos preços tenham sido maiores. "Vale lembrar que a perda do mercado venezuelano influenciou a mencionada queda de preços, já que as colocações nesse país eram realizadas a preços médios maiores do que os outros mercados", destacou o Uruguay XXI. (El Observador, Tradução Terra Viva)
 

Porto Alegre, 06 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.303

 

  Lactose no rótulo é informação obrigatória

Foto: DOU - Diário Oficial da União

Agora é lei: toda embalagem deve trazer no rótulo a informação sobre o produto conter, ou não, lactose em sua composição. O anúncio foi feito hoje através do Diário Oficial da União. De acordo com a ASBAI, Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, a intolerância à lactose é uma desordem metabólica onde a ausência da enzima lactase no intestino determina uma incapacidade na digestão de lactose (açúcar do leite) que pode resultar em sintomas intestinais como distensão abdominal e diarréia.

Apesar do número crescente de pessoas adeptas ao uso de alimentos sem esse açúcar do leite, a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição divulgou um posicionamento onde afirma que "pessoas com intolerância à lactose devem ser avaliadas individualmente, e que de acordo com a sintomatologia, o consumo de leite e derivados lácteos deve ser reduzido e não excluído, principalmente para adolescentes e adultos jovens." 

Existem três tipos de deficiência de lactase, a mais comum é a diminuição da capacidade de absorção na fase adulta, mas é possível encontrar também pessoas que já nascem com essa intolerância.

Redução da lactase do adulto: caracteriza-se por diminuição da quantidade de lactase produzida após o desmame. Essa condição é geneticamente determinada e permanente. As manifestações dessa deficiência costumam ser evidentes por volta dos 2 aos 15 anos de idade. Alguns dos sintomas são distensão abdominal, flatulência e cólica abdominal do tipo recorrente.

Intolerância Genética ou primária: é uma disfunção rara resultante de herança recessiva. Há poucos casos documentados no mundo, quase todos na Finlândia e nenhum no Brasil. Os bebês que apresentam essa condição nascem saudáveis e apresentam os sintomas nos primeiros dias de vida (distensão abdominal, vômitos, diarreia líquida volumosa e de odor ácido) quando amamentados ou alimentados com fórmulas lácteas.

Intolerância Secundária: é decorrente de condições patológicas que afetam a integridade da mucosa gastrointestinal, sejam elas permanentes (doença celíaca, galactosemia, doença de Crohn, retrocolite ulcerativa, fibrose cística, grandes ressecções intestinais) ou transitórias (parasitoses, gastroenterites, infecção por rotavírus, subnutrição proteico-calórica).

Hoje as marcas estão se adaptando a esse novo mercado; é possível encontrar com facilidade leites, cremes de leite, queijos, leite condensado, requeijão e até manteiga já sem lactose e que podem ser consumidos, inclusive, no preparo de bolos e pães, sem perder o sabor! (Blog Campo e Saúde/Canal Rural)
 
 
Encontro das Entidades Promotoras do 5º AVISULAT 2016 e Presidente da FIERGS

As entidades organizadoras da 5º Edição do AVISULAT - Congresso e Feira Brasil Sul de Avicultura, Suinocultura e Laticínios, realizaram nesta terça-feira (05) na Sede da ASGAV em Porto Alegre/RS, um Café da Manhã com o Presidente do Sistema FIERGS - Dr. Heitor José Müller.

Na ocasião, foram abordados alguns temas de sua atual gestão e perspectivas para  indústria e o Agronegócio do RS nos próximos anos.

Estiveram presentes Nestor Freiberger - Presidente da ASGAV / SIPARGS, José Eduardo dos Santos - Diretor Executivo da ASGAV/ SIPARGS, Alexandre Guerra - Presidente do SINDILAT, Darlan Palharini - Secretário Executivo do  SINDILAT, José Roberto Fraga Goulart - Presidente do SIPS, Rogério Kerber - Diretor Executivo do SIPS, Rejane Kieling - Gerente Financeira do SIPS, Zilmar Moussalle - Diretor Executivo do SICADERGS, Renato Kreimeier - Vice Presidente da Cooperativa Languirú, Jorge Serpa - Coordenador de Articulação Empresarial CAEMP - Sistema FIERGS/CIERGS  e o Dr.  Heitor José Müller - Presidente do Sistema FIERGS. 

O 5º AVISULAT 2016 já está com sua programação preliminar disponível no site www.avisulat.com.br. "Iniciamos uma etapa de mobilização das entidades, seus dirigentes e  associados para chegarmos em novembro preparados para evidenciar os pleitos e desafios  dos setores e  voltarmos a ser mais competitivos." comenta Eduardo - Coordenador Geral do AVISULAT.

A feira do AVISULAT de equipamentos, serviços e tecnologia têm registrado boas adesões, inclusive com a presença confirmada de empresas, chinesas, francesas e outras multinacionais. O evento será realizado de 22 a 24 de novembro de 2016 no Centro de Eventos FIERGS em Porto Alegre/RS. (Fonte: C.I. Avisulat 2016 )

 

 
 
Cresce número de vacas leiteiras enviadas ao abate no Uruguai

No mês passado, foram abatidas 10.563 vacas leiteiras no Uruguai, número que representa 20% a mais que em maio de 2015, segundo dados do Instituto Nacional do Leite (Inale). No acumulado do ano (janeiro-maio), foram abatidas 46.037 vacas, 17% a mais, ou 6.744 vacas a mais, com relação ao ano anterior. Tomando os últimos 12 meses (junho de 2015 a maio de 2016) como referência, foram abatidas 119.947 vacas leiteiras no Uruguai, 23% a mais (22.294 vacas a mais) comparado com o mesmo período anterior.

Em 2015, as exportações de lácteos do Uruguai sofreram uma queda de 22%, alcançando um faturamento de US$ 631 milhões, dado principalmente por uma queda muito importante nos preços recebidos pelos produtos comercializados, que superou o aumento registrado nos volumes exportados (8%).

A crise do setor leiteiro continua e o endividamento dos produtores de leite segue crescendo, com preços pelo leite enviado baixos e com os custos altos. Como consequência, as fazendas leiteiras reduzem a quantidade de vacas em ordenha e apostam em animais que produzem ou que têm maior vida útil dentro da fazenda. O resto, vai direto ao abate ou, no caso das vacas de maior produção entre as descartadas, vão para as mãos de fazendas menores.

Por sua vez, as empresas se apoiam na base pastoril e reduzem o volume de concentrado e de reservas que vem dado às vacas com o intuito de adequar os custos aos preços do leite.

Futuramente, é muito provável que o número de vacas enviadas ao abate continue crescendo nos próximos meses e que o endividamento do setor leiteiro siga aumentando, sem sinais claros de saída. (As informações são do El País Digital)

BNDES: estimular concessões de infraestrutura agropecuária é prioridade

O superintendente da área agropecuária do BNDES, Marcelo Porteiro Cardoso, disse que um dos focos do banco é estimular concessões no setor de infraestrutura para o agronegócio. "Essa é uma agenda bem prioritária para o banco hoje e pode gerar muitos benefícios para o agronegócio, que tem a infraestrutura ainda hoje como uma agenda carente de avanços", disse o executivo no Global Agribusiness Forum 2016 (GAF 16), em São Paulo. 

Para ele, a infraestrutura é um tema central, já que o custo de transporte hoje no País é ainda muito elevado. "Temos uma concentração do escoamento da safra nas regiões Sul e Sudeste e temos oportunidades de ampliar o escoamento via Norte e Nordeste, ganhando eficiência e reduzindo custos", afirmou.

Segundo Cardoso, o BNDES é hoje uma fonte importante de financiamento do setor, representando 50% dos aportes do segmento no País. "O banco tem forte parceria com as cooperativas de crédito e outros", afirmou. Dentro do Finame, o agronegócio representa 25% da demanda, com destaque especial ao programa Moderfrota. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo)

Promoção é importante, mas nem tanto
Essa é uma das conclusões de pesquisa recente realizada pelo banco de investimento UBS Equity Research Latam, com 500 consumidores de São Paulo, Porto Alegre e Salvador, das classes sociais B, C e D/E. Para a maioria dos entrevistados (mais de 60%), preço baixo é o fator determinante para iniciar compras em algumas lojas, enquanto promoção é o segundo principal fator, citado por cerca de 40% dos consumidores. Na outra ponta, a maioria (mais de 50%), decide parar de comprar em alguma loja quando sua localização se torna inconveniente - distante do trabalho ou da residência -, e perto de 45% interrompe as compras quando os preços são altos. Só 5% das pessoas desistem de comprar em um supermercado quando as promoções são insuficientes. O motivo que leva o público a comprar com maior frequência em algumas lojas também passa, principalmente, pelo preço (no caso, mais acessível). Essa foi a resposta de cerca de 45% dos clientes. Mais promoções geram aumento de frequência para aproximadamente 35% das pessoas. Já o que diminui a frequência a alguma loja são os preços menos acessíveis, isso para quase 50% dos pesquisados. Em segundo lugar, aparece menos dinheiro do consumidor para gastar com alimentos; em terceiro, menos conveniência para comprar ali; em quarto, preferência por outras lojas; e, em quinto e último lugar, menos promoções (cerca de 10% dos clientes). (Fonte: Supermercado Moderno) 

 

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) vem a público manifestar-se sobre a 11ª etapa da Operação Leite Compensado e 4º fase da Operação Queijo Compensado deflagradas nesta terça-feira (05/7):

1) O Sindilat reitera seu apoio às operações promovidas pelo Ministério Público do RS no intuito de assegurar a qualidade dos produtos lácteos produzidos em todos os municípios do Estado do Rio Grande do Sul.

2) O Sindilat entende que a prática de adulteração de produtos alimentícios é um crime contra a vida e deve ser punida com o rigor da lei.

3) A adulteração também é entendida pelo Sindilat como um instrumento de concorrência desleal, uma vez que tais produtos disputam mercado com itens íntegros resultantes de um processamento comprometido com a saúde humana e dentro dos mais rigorosos padrões de qualidade.

4) O Sindilat apoia o sistema de inspeção sanitária em vigor e, desta forma, é contrário a qualquer infração que resulte em comercialização fora de área de ação. Por isso, o sindicato trabalha incansavelmente na interlocução entre os sistemas de inspeção municipal, estadual e federal para garantir equivalência entre eles através do SISBI.

5) O Sindilat atua constantemente na orientação das empresas com inspeção federal e estadual, as quais compõem o escopo de seus associados. Frente aos recentes casos de inconformidades em estabelecimentos de inspeção municipal, nossa atuação tem se intensificado nesse segmento. Diante deste fato, o sindicato tem mantido contato com a Famurs, Ministério Público e Secretaria da Agricultura no sentido de aumentar a fiscalização neste sistema, bem como intensificar o treinamento para as empresas e fiscais. O assunto será, inclusive, tema de encontro em Santa Maria no mês de outubro. Em novembro, durante a AVISULAT, em Porto Alegre (RS), o Sindilat promoverá evento para debater com os prefeitos eleitos as suas responsabilidades e a importância de um controle ainda mais eficaz sobre um setor tão importante para a economia gaúcha.

Sem mais no momento,

Alexandre Guerra
Presidente do Sindilat/RS

Porto Alegre, 05 de julho de 2016

Porto Alegre, 05 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.302

 

  Leilão GDT: mercado internacional segue sem grandes variações

O resultado do leilão GDT desta terça-feira (05/07) apresentou leve queda de 0,4% sobre o leilão anterior, com preços médios de lácteos em US$ 2.345/tonelada. O leite em pó integral registrou queda pelo terceiro evento seguido, fechando a US$2.062/tonelada (-1,6%). Na comparação com o mesmo período de 2015, o leite em pó integral não apresenta grande variação, com preços 0,4% acima do apresentado no ano passado.

O leite em pó desnatado, por outro lado, teve a terceira alta seguida, fechando a US$1.938/ton (+2,6). O queijo cheddar apresentou pequena queda de -0,5%, sendo cotado a US$2.902/ton. Foram vendidas 32.500 toneladas de produtos lácteos neste leilão, 2,1% abaixo do volume comercializado no mesmo período do ano passado.

Os contratos futuros de leite em pó integral apresentaram uma expressiva reação para agosto, apontando para alta de 15,4% a um preço de US$2.427/ton. No entanto, para o restante do ano, a previsão é que mercado recue novamente para o patamar de US$2.000 a US$2.100/ton. (A matéria é da Equipe MilkPoint, com informações do Global Dairy Trade)

 
 
 
Brasil é destaque em projeções de longo prazo de FAO e OCDE

Em amplo estudo com projeções de longo prazo divulgado ontem, a Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) confirmaram um cenário de desaceleração da demanda e da oferta globais por produtos agropecuários na próxima década, projetaram uma relativa estabilização das cotações internacionais das commodities agrícolas no período e voltaram a estimar que, nesse contexto, o Brasil tende a ganhar ainda mais participação em alguns de seus principais mercados.

 

No caso da soja, que lidera a produção brasileira de grãos e é um dos itens mais importantes na pauta de exportação do país, FAO e OCDE preveem que a produção nacional deverá alcançar 135,5 milhões de toneladas em 2025, ante um cálculo para 2016 que indica a colheita de 100,2 milhões - esse volume não foi de fato alcançado, por conta de  adversidades climáticas, e está previsto pela Conab em 95,6 milhões. No caso do milho, FAO e OCDE partem de uma base de 83,1 milhões de toneladas neste ano (serão 76,2 milhões, conforme a Conab) e projetam 101,2 milhões de toneladas em 2025.

Entre os produtos de origem animal, os destaques são os previstos aumentos das produções brasileiras de carne bovina (de 9,6 milhões, em 2016, para 11 milhões em 2025); carne de frango (de 13,8 milhões para 16,8 milhões de toneladas) e também deleite (de 31,9 milhões para 39,1 milhões de toneladas). (As informações são do jornal Valor Econômico)

 
 
Blairo Maggi: nenhum país tem legislação ambiental tão dura quanto o Brasil

O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) participou nesta segunda-feira (4) do Global Agrobusiness Forum (GAF 2016), em São Paulo. Ele apresentou aos participantes dados elaborados pela Embrapa apontando que mais de 61,3% do território nacional é ocupado por áreas de preservação ambiental. Isso, na avaliação do ministro, é um passaporte para vender ao mundo a informação de que o Brasil tem a legislação mais dura sobre o assunto. De acordo com a Embrapa, dos 38,7% restantes do território apenas 8% são ocupados por lavoura e florestas plantadas. Outros 19% são destinados à pastagem e 11% de vegetação nativa preservadas em propriedades rurais. Para o ministro, esses dados rebatem as críticas de que a agropecuária brasileira esteja devastando as florestas.

O ministro disse que nenhum país tem uma legislação tão dura quanto a brasileira em relação à preservação ambiental. Com o Cadastro Ambiental Rural (CAR), o percentual preservado nas propriedades privadas poderá aumentar em até 70% em função da regularização das áreas desmatadas. Maggi destacou ainda que as terras indígenas ocupam cerca de 13% do território brasileiro, bem mais do que as áreas destinadas à agricultura. 

Os dados apresentados pelo ministro surpreenderam os produtores rurais e os representantes estrangeiros presentes ao evento. Blairo Maggi ressaltou que é importante que esses números sejam divulgados, especialmente no exterior. "Isso é um patrimônio internacional." Outro ponto destacado pelo ministro é que a agropecuária brasileira vende o produto, mas não o conceito associado a ele. Como exemplo, Maggi citou a sustentabilidade da agricultura nacional. "A Bélgica, por exemplo, vende chocolate, mas não planta cacau. Apenas associa o conceito ao produto".

O presidente Michel Temer fez a abertura do evento e destacou a importância do setor para a economia brasileira. "A agropecuária tem o potencial de tirar o país da crise mais rapidamente do que os demais setores", afirmou Temer. O ministro disse também que o Brasil tem produzido mais utilizando menos espaço. A produção de grãos no país aumentou 220% nos últimos 38 anos, praticamente usando a mesma área, graças ao avanço tecnológico. Maggi afirmou ainda que pretende, nos próximos cinco anos, aumentar a participação do Brasil no mercado internacional dos produtos agropecuários de 7% para 10%. (As informações são do Mapa)

 
 
Preços/AR 
 
Algumas empresas já recebem mais de US$ 2.500/tonelada. A média do mês passado ficou em US$ 2.350/tonelada. Boa notícia: começou a recuperação dos preços de exportação do leite em pó integral argentino a partir de vendas realizadas ao Brasil e Chile.
As exportações argentinas de leite em pó integral a granel declaradas em junho passado foram de 4.975 toneladas ao preço médio ponderado de US$ 2.351/tonelada, contra 4.793 toneladas (sem considerar as remessas para a Venezuela) a US$ 2.113/toneladas em maio deste ano. O importante é que 1.310 toneladas registradas no mês passado (26% do total) foram declaradas com cotações acima de US$ 2.500/tonelada. Os maiores preços em junho corresponderam à venda de 10 toneladas da Lácteos Monte Cristo para o Uruguai por US$ 3.000/toneladas; 100 toneladas da Sobrero y Cagnolo (Cremac) para o Brasil pelo valor de US$ 2.800/toneladas; 15 toneladas da Corlasa para o Brasil a US$ 2.700/toneladas; e 500 toneladas da Nestlé para o Brasil pela cotação de US$ 2.626/tonelada. 
 
Também houve registro de vendas realizadas pela filial local da Nestlé de 273 toneladas para o Chile ao preço de US$ 2.576/tonelada; e de 400 toneladas da Sobrero y Cagnolo ao Brasil pelo valor US$ 2.575/tonelada. Os menores valores FOB declarados no mês passado corresponderam às operações da SanCor para a Argélia foram: 176 toneladas a US$ 1.800/toneladas; 92 toneladas a US$ 1.850/tonelada; e 29 toneladas a US$ 1.900/tonelada (nessa região é extremamente difícil competir com as indústrias européias, que ocupam a maior parte do mercado argelino). Em junho a SanCor não declarou o que foi exportado para a Venezuela (em 2016 já foram enviadas 13.608 toneladas para o mercado bolivariano). E junho de 2016 a empresa declarou vendas de 1.105 toneladas ao preço médio FOB de US$ 2.696/tonelada (sem considerar a Venezuela). (Valorsoja - Tradução livre: Terra Viva)
 
Levantamento mostra 14,6% de desistência 
Dados preliminares da declaração anual de rebanho, da Secretaria de Agricultura (Seapi), indicam redução de 14,6% no número de propriedades que trabalham com bovinos de leite no Estado. Segundo o levantamento, os produtores que declararam ter animais e estar na atividade caí- ram de 54.546 em 2015 para 46.578 em 2016 -- 7.968 produtores a menos. O rebanho leiteiro também teve diminuição de 8,2% no período, recuando de 1,2 milhão para 1,1 milhão de cabeças. A veterinária Daniela Azevedo, fiscal agropecuária do setor de Epidemiologia e Estatística da Seapi, destaca que, até o momento, foram tabuladas 92% das informações recebidas. A Seapi tem até o final do mês para lan- çar todos os dados no sistema. O levantamento consolidado será divulgado no início de agosto. A projeção confirma a percep- ção da Fetag, que vem demonstrando preocupação com o abandono da produção de leite. "Os números mostram que a atividade não está dando o retorno que o produtor espera", avalia o assessor de Política agrícola da Fetag, Marcio Langer, referindo-se à diminuição da rentabilidade. Assistente técnico estadual da Emater, Jaime Ries considera que o número que indica a desistência de quase 8 mil produtores é coerente, mas entende que o universo a ser considerado é maior que o do levantamento da Seapi. Pelos números de 2015 da Emater, levantados por metodologia diferente, o Estado tem 84 mil produtores de leite vinculados à indústria e outros 12 mil informais. (Correio do Povo)
 

 

Porto Alegre, 04 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.301

 

  Alergênicos nos rótulos: resolução já está valendo

Embalagens de comidas e bebidas devem trazer informações sobre a presença de substâncias que comumente causam alergias. A resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovada em junho de 2015, começou a valer ontem. A iniciativa foi aprovada após intensa mobilização de pais e mães que enfrentam dificuldades em identificar quais alimentos seus filhos podem consumir.

As famílias criaram, em 2014, a campanha Põe no Rótulo. A advogada Cecília Cury, uma das coordenadoras, conta que, por muitas vezes, ligava para o Serviço de Atendimento ao Consumidor e o máximo que ouvia era "senhora, leia o rótulo" ou "senhora, não temos a obrigação de dar esse tipo de informação".

- Quando o meu filho teve o diagnóstico de alergia à soja e ao leite, o mais difícil era saber se tinha a possibilidade de o produto conter uma das substâncias às quais ele era alérgico. Agora, o consumidor vai ter a informação disponível o tempo todo no rótulo - comemora Cecília.

Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA) diz que reconhece como legítimas as demandas do consumidor. Apesar de algumas empresas terem antecipado a mudança nas embalagens, um grupo ligado à indústria alimentícia chegou a pedir o adiamento do prazo para início da vigência da nova norma. A Anvisa negou o pedido. 

CONFIRA NAS PRATELEIRAS:
-Os rótulos deverão informar a existência de 17 substâncias: trigo (centeio, cevada, aveia e suas estirpes hibridizadas), crustáceos, ovos, peixes, amendoim, soja, leite (de todos os mamíferos), amêndoa, avelã, castanha de caju, castanha do Pará, macadâmia, nozes, pecã, pistaches, pinoli, castanhas, além de látex natural.

-Produtos com esses ingredientes devem trazer uma das seguintes informações: "Alérgicos: Contém (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares)", "Alérgicos: Contém derivados de (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares)" ou "Alérgicos: Contém (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares) e derivados".

-Nos casos em que não for possível garantir a ausência de alérgeno alimentar não adicionado intencionalmente, o rótulo deve trazer a declaração "Alérgicos: Pode conter (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares)". (Zero Hora)
 
 
Francesa Lactalis pretende ampliar quatro unidades de lácteos no RS
Desde que chegou ao Brasil, há três anos, a francesa Lactalis deixou claro que tinha ambições para crescer no mercado brasileiro de lácteos. Captadora hoje de 22% de todo o leite produzido no Rio Grande do Sul, a empresa pretende investir mais de R$ 120 milhões na ampliação de quatro unidades gaúchas: Teutônia, Santa Rosa, Ijuí e Três de Maio. A concretização ainda depende de incentivos tributários, negociados com o governo estadual. - Esperamos ter uma definição até o fim de julho, para começar as obras ainda neste ano - adianta Guilherme Portella, diretor de relações institucionais e assuntos regulatórios da Lactalis do Brasil.

A intenção é ampliar as unidades gaúchas para aumentar a fabricação de requeijão, queijo prato e mussarela e também a marca global President - queijo artesanal que deu origem à empresa francesa ainda na década de 1930. Hoje, a multinacional é dona das marcas Elegê, Batavo, Parmalat, Santa Rosa e Galbani. A francesa entrou no mercado gaúcho em 2013, quando comprou ativos de lácteos da BRF e fábricas da LBR. No Rio Grande do Sul, tem cinco unidades industriais e um centro de distribuição, em Fazenda Vilanova. Em todo o país, possui 17 unidades industriais de leite e derivados. (Zero Hora)

LEITE/CEPEA: preços de leite ao produtor seguem em alta e sobem 5,1% em junho

O preço do leite UHT atingiu, em junho, o maior patamar real da série do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, iniciada em 2010 (os valores foram deflacionados pelo IPCA de maio/16). O derivado negociado no mercado atacadista do estado de São Paulo teve média de R$ 3,6476/litro, 24,1% superior à de maio/16. Neste ano, a valorização acumulada é de expressivos 58,5%. Outros lácteos acompanhados pelo Cepea também seguem essa tendência. O queijo muçarela teve média de R$ 18,31/kg em junho, com alta de 14,08% em relação ao mês anterior e de 29,8% no ano.

O impulso vem da baixa oferta de leite no campo, que mantém acirrada a disputa entre laticínios pela matéria-prima. A menor disponibilidade se deve, especialmente, ao período de entressafra e aos elevados custos de produção, que desestimularam muitos produtores. Em junho, o preço do leite pago ao produtor subiu em todos os estados acompanhados pelo Cepea.

Na "média Brasil" (que pondera o valor pelo volume captado nos estados de BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), o preço médio do leite ao produtor foi de R$ 1,2165/litro (sem frete e impostos) em junho, alta de 5,14% em relação ao mês anterior e 18% maior que o de junho/15, em temos reais. O preço bruto médio (com frete em impostos) foi de R$ 1,3276/litro, aumento real de 18% frente ao mesmo período do ano passado. O aumento na média nacional em junho foi influenciado, principalmente, pelas elevações de 6% no preço de Santa Catarina e de 5,77% em Minas Gerais. As médias líquidas foram de R$ 1,2474/litro no estado catarinense e de R$ 1,2636/litro no mineiro.

O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) teve queda de 1,63% em maio, considerando-se os sete estados que compõem a "média Brasil". A Bahia registrou a maior queda na captação, de 6,87%, seguida por Goiás (-3,37%), Minas Gerais (-2,62%), São Paulo (-2,09%), Santa Catarina (-0,8%) e Paraná (-0,3%). Rio Grande do Sul foi o único estado que registrou ligeira melhora na captação em maio, de 0,73%. Para os próximos meses, a captação deve começar a se recuperar no Sul, devido às forragens de inverno e ao período de safra que começa um pouco antes nessa região.

Nesse cenário, a concorrência para captação por parte das indústrias de derivados lácteos deve seguir acirrada, mantendo os preços do leite em alta. Dos agentes entrevistados pelo Cepea, 97,8% (que representam 99,5% do volume amostrado) acreditam em nova alta nos preços do leite em julho, enquanto o restante (2,2%, que representam 0,5% do volume) acredita em estabilidade nas cotações - frente ao mês passado, houve diminuição no número de colaboradores que estima estabilidade nos valores. 

Nenhum dos colaboradores consultados estima queda de preços em julho. O levantamento de preços pago ao produtor do Cepea é mensal e conta com apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). (As informações são do Cepea/Esalq)

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em JUNHO/16 referentes ao leite entregue em MAIO/16.
 

Tabela 2. Preços em estados que não estão incluídos na "média Brasil" - RJ, MS, ES e CE. 
 

Exportações/AR

O Brasil receberá mais de 9.000 toneladas de leite em pó em julho da Argentina. A cota de exportação saiu de 3.600 tonelada para 4.3000 toneladas mensais até junho de 2017. Esta semana foi chave para grande parte do setor lácteo da Argentina, principalmente para os exportadores que vinham segurando seus estoques de leite em pó de 2016 e parte de 2015.

O motivo foi o acordo firmado com o Brasil aumentado o teto de exportação de leite em pó de 3.600 toneladas para 4.300 toneladas por mês, de junho de 2016 até junho de 2017, perfazendo um total de 51.600 toneladas no ano. Além disso, foi assinado um compromisso de aprovar todas as licenças de exportação do mês de maio que estavam aguardando o acordo, já que o mesmo tinha sido finalizado em abril. A Apymel participou da negociação e assinou o documento. Pela primeira vez as Pymes tiveram voz e voto em semelhante negociação com o principal destino dos lácteos argentinos. Há anos as discussões eram realizadas entre o setor privado brasileiro e argentino, ainda que do lado brasileiro sempre houvesse gente do governo, para decidir que licenças seriam ou não aprovadas. Desta vez o Governo Argentino através do Ministério da Agroindústria esteve presente, negociando em paralelo com o governo do país vizinho. Finalmente, depois de muitas idas e vindas, esta semana foram aprovadas todas as licenças de maio que chegaram a mais de 5.000 toneladas e as de junho, que são 4.300 toneladas. O baixo regime de exportação de leite em pó para o Brasil de maio e junho fez com o preço finalmente aumentasse, como sucede com todo produto escasso, até chegar a US$ 2.800/tonelada. 

Em julho haverá aumento exponencial do volume exportado, pois, serão incluídas as licenças de maio e junho, num total de 9.300 toneladas. A pergunta lógica seria: se existe pouco produto aumenta o preço, mas, se houver grande oferta? O preço cai em julho? É uma possibilidade. No entanto, é bom lembrar que o Brasil está com grande falta de leite no mercado local. O que a Argentina não exportou nos meses passados, foi feito pelo Uruguai que não tem limites, e aproveitou as circunstâncias. Duplicou o volume de vendas e também aumentou os preços. É preciso levar em consideração. o preço internacional de leite em pó e os custos locais de produção. O preço do leite ao produtor entre 4 e 4,3 pesos não poderia permitir a exportação do leite em pó por menos de US$ 3.100/US$ 3.200 a tonelada. No entanto, ainda que o mercado brasileiro consiga absorver estes preços, precisa ser levado em conta que o mesmo produto pode ser adquirido a US$ 2.118 a tonelada na Nova Zelândia, ou a US$ 2.200 a tonelada, nos Estados Unidos. Adicionando as tarifas alfandegárias do Mercosul de 28%, sairia ao preço médio de US$ 2.800 a tonelada. O frete de qualquer um dos dois países é igual ou mais barato do que mandar um caminhão de Córdoba ou Santa Fe. Definitivamente, o teto do preço do leite para o Brasil estará condicionado ao preço internacional mais o imposto extra do bloco. (Infortambo - Tradução livre: Terra Viva)
 

Rural Show realiza apresentações nativistas no próximo final de semana
Durante a 8ª edição do Rural Show - evento voltado para a agricultura familiar -, a comunidade de Nova Petrópolis poderá prestigiar dois grandes shows nativistas. Na sexta-feira, 8 de julho, acontece a apresentação da dupla César Oliveira e Rogério Melo, e no sábado, 9, quem se apresenta é o cantor Joca Martins. Os shows, acontecem às 20h30min, na Praça das Flores. A entrada é gratuita. O Rural Show 2016 inicia na próxima quinta-feira, 7, às 9h, no Centro de Eventos de Nova Petrópolis. Nesta edição, serão abordadas e apresentadas inovações acessíveis ao agricultor, especialmente aquele que atua nas áreas de horticultura, fruticultura e gado de leite. Também serão realizadas diversas atividades, como: exposições, palestras, debates sobre temas ligados ao campo, reuniões entre as entidades do setor, concurso de novilhas das raças Jersey e Holandesa e apresentações de Border Collie no pastoreio das ovelhas. Além disso, será criado um espaço exclusivo no local para apresentação e comercialização dos produtos e serviços das pequenas agroindústrias familiares e do artesanato rural do Estado. O evento, que encerra no domingo, dia 10, é promovido pela Cooperativa Piá, em parceria com a Prefeitura Municipal de Nova Petrópolis e Emater-RS/Ascar. (Assessoria de Imprensa Piá)

 

Porto Alegre, 01 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.300

 

 Zenith: inovações impulsionam aumento no consumo de leite ao redor do mundo

O mercado global para leite fluido continuou crescendo em 2015, aumentando em 2,4%, para 251 bilhões de litros, de acordo com um relatório recente da firma de consultoria, Zenith International. O leite puro continua, de longe, o tipo mais comumente consumido, capturando 93% do volume total, com o leite com sabor representando os 7% restantes. Ambos os segmentos deverão se fortalecer nos próximos anos até 2020, com um crescimento anual de 2% a 7%, respectivamente.

A maioria do consumo ocorre na região da Ásia Pacífico, com um volume de mais de 130 bilhões de litros, representando 52% do mercado global. Essa região é seguida por Europa Ocidental, América do Norte e América Latina, com uma participação combinada de 35%. As vendas em todas as regiões, com exceção da América do Norte, aumentaram em 2015.

A diretora de inteligência de mercado do Zenith International, Esther Renfrew, disse que o leite está indo relativamente bem. "Sabemos que em alguns mercados, ele não está indo particularmente bem (em mercados maduros) mas está crescendo na Ásia predominantemente". Renfrew frisou que, embora ela estude as tendências dos lácteos, é importante saber como a categoria se comporta com relação a outras bebidas. "Eu tenho que olhar para a categoria de forma mais ampla, porque precisamos entender como o leite se encaixa junto com as bebidas de frutas e carbonatadas, chás e água engarrafada. É uma forma útil de entender em um contexto mais amplo", completou.

"Como categoria, o leite tem na verdade perdido um pouco de participação e isso principalmente devido à água engarrafada. O leite tinha cerca de 13% de participação em 2010 e caiu para 12%. A água passou de 14% para 17% e isso mostra que as pessoas passaram a buscar água para se hidratarem ao invés do leite", pontuou ela.  


Renfrew destacou que as indústrias de leite e água têm similaridades. "Elas estão buscando fornecer aos consumidores algo um pouco mais excitante, e também cobrir as tendências de que os consumidores estão abandonando as bebidas açucaradas em busca de uma hidratação mais saudável. É por isso que estamos vendo ambas as indústrias fazendo muita coisa referente à comunicação e ao posicionamento de suas marcas", comentou. "Analise o leite nos Estados Unidos: há muito trabalho com associações de atletas e  recuperação muscular. As campanhas destacam que é melhor consumir leite após a prática de exercícios físicos ao invés de outras bebidas oferecidas no mercado". O leite FairLife é um exemplo clássico nos Estados Unidos, já que revigora a categoria ao agregar valor ao seu leite e os consumidores parecem entender isso. 

"Nós trabalhamos para tentar entender o lado do consumidor. Desviamos da produção, da captação de leite e das cotas. Avaliamos o que o consumidor está interessado em comprar e quais são as tendências. O desafio no mercado de leite fresco é a sua distribuição e a manutenção do seu resfriamento", completou. Para ela, o desafio é tornar o leite uma bebida excitante. "Há algumas marcas que fazem isso. Elas estão tentando ganhar as pessoas para levá-las a um consumo contínuo de leite. Alguns países estão tendo sucesso fazendo isso e um exemplo são os países escandinavos". 

Esther disse que, na Ásia, o crescimento no consumo é devido ao entendimento da população com relação às propriedades do leite.  "Notamos vários programas de incentivo ao consumo de leite nas escolas da  Indonésia, Filipinas e China. Esses mercados estão crescendo muito rápido porque eles já compreenderam os benefícios funcionais do produto". 

 
Questionada sobre um possível perigo no desaceleramento do consumo da Ásia - como ocorreu com os mercados tradicionais e maduros - ela acredita que isso não venha a ocorrer e acredita que ainda há muitas oportunidades nos mercados maduros. "Sem dúvidas, o que estamos vendo é que algumas inovações estão ajudando, seja inovação em produtos voltados para crianças, produtos enriquecidos com proteínas ou com sabores mais excitantes e incomuns. Esses tipos de inovação estão contribuindo para que a categoria de lácteos cresça".

Na indústria de queijos, produtos como queijos ricos em proteína, queijos com sabor, queijos especificamente para lanches ou queijos em forma de coração estão entre as tendências recentes. Renfrrew disse que, na China, o mercado de queijos está crescendo no setor de food service e que o varejo está crescendo relativamente rápido. "A categoria láctea permite inovações e por isso, você vai encontrar uma variedade de diferentes consumos domésticos em todo o mundo". Ela acrescentou que a indústria de lácteos é nova em alguns mercados da Ásia, o que significa que o futuro pode ser influenciado pelas companhias que estão operando por lá.

A inovação está disseminada na indústria, com os processadores tentando capturar participação de mercado por meio de ofertas de produtos com valor agregado aos consumidores. Tendências de inovação surgiram nos últimos anos, incluindo leites enriquecidos com vitaminas, sabores inspirados em produtos de confeitaria e posicionamento premium para produtos voltados à perda de peso ou focados em algum gênero.

Usando dados de 72 países, o leite está em terceiro lugar na lista de bebidas de crescimento global de 2010-2015, com 19 bilhões de litros, atrás somente do chá (55 bilhões) e água engarrafada (97 bilhões). Em 2010, o leite tinha 13% de participação nos mercados de bebidas, com 216 bilhões de litros, e embora essa participação de mercado em 2015 tenha diminuído para 12%, a quantidade real aumentou para 233 bilhões de litros. Outros desenvolvimentos recentes no setor de lácteos incluem iogurte rico em proteína e iogurtes em embalagens adaptadas para crianças. 

Fique atento:
Em resposta ao sucesso absoluto do Latin America Dairy Congress (LADC), realizado em Novembro de 2015, a AgriPoint, em parceria com a Zenith International, realizará o LADC 2016 - Dairy Vision. A partir deste ano, o evento incorpora em seu nome a visão e a estratégia que norteiam seu conceito.

Mantendo o foco principal, de ser "um evento de líderes para líderes", com a participação dos maiores executivos do segmento lácteo, o Dairy Vision está sendo preparado para repetir e reforçar o sucesso obtido em sua edição inaugural. Sua temática permanecerá voltada a discussões sobre mercado, marketing, inovação, empreendedorismo, consumo, entre outros conceitos fundamentais para o desenvolvimento sustentável da cadeia láctea. Aguarde as próximas novidades!

Para mais informações, acesse: http://www.ladc.com.br/. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

 
Francesa Lactalis pretende ampliar quatro unidades de lácteos no RS

Desde que chegou ao Brasil, há três anos, a francesa Lactalis deixou claro que tinha ambições para crescer no mercado brasileiro de lácteos. Captadora hoje de 22% de todo o leite produzido no Rio Grande do Sul, a empresa pretende investir mais de R$ 120 milhões na ampliação de quatro unidades gaúchas: Teutônia, Santa Rosa, Ijuí e Três de Maio. A concretização ainda depende de incentivos tributários, negociados com o governo estadual.

- Esperamos ter uma definição até o fim de julho, para começar as obras ainda neste ano - adianta Guilherme Portella, diretor de relações institucionais e assuntos regulatórios da Lactalis do Brasil.

A intenção é ampliar as unidades gaúchas para aumentar a fabricação de requeijão, queijo prato e mussarela e também a marca global President - queijo artesanal que deu origem à empresa francesa ainda na década de 1930. Hoje, a multinacional é dona das marcas Elegê, Batavo, Parmalat, Santa Rosa e Galbani.

A francesa entrou no mercado gaúcho em 2013, quando comprou ativos de lácteos da BRF e fábricas da LBR. No Rio Grande do Sul, tem cinco unidades industriais e um centro de distribuição, em Fazenda Vilanova. Em todo o país, possui 17 unidades industriais de leite e derivados. (Zero Hora)
 
Europa aumenta teto de intervenção de leite em pó desnatado

As novas regras aumentando o teto de intervenção pública para leite em pó desnatado - de 218.000 toneladas para 350.000 toneladas - entraram formalmente em vigor na quinta-feira, dia 30 de junho. Essa medida ocorreu em reposta à atual crise de mercado e segue normas excepcionais anunciadas pela Comissão Europeia no Conselho de Agricultura do mês de março.

O aumento no teto de intervenção ocorre em um momento no qual os volumes de leite em pó desnatado comprados até agora nesse ano alcançaram 296.525 toneladas, das quais 218.000 toneladas ocorreram via intervenção com preço fixo e 78.525 toneladas via propostas de intervenção, disse a Comissão.

Foi anunciado que os últimos dados incluem ofertas por 15.127 toneladas de leite em pó desnatado de 12 estados membros que foram aceitas pela Comissão na semana passada sob o sistema de oferta a um preço máximo de €169,8 (US$ 188,18) por 100 quilos (preço de intervenção) - conforme apoiada pelo Comitê da Organização dos Mercados Comuns (CMO) na última quinta-feira. Com o maior teto, as compras de intervenção do leite em pó desnatado agora se reverteram a um sistema de preços fixos.

Em sua fala sobre a situação do mercado no Conselho de Ministros da Agricultura em Luxemburgo, na segunda-feira, o comissário, Phil Hogan, confirmou que a Comissão está trabalhando em um pacote de suporte para o setor de lácteos - com recursos financeiros se necessário. 

"Na concepção de um pacote de suporte como esse, estamos avaliando todas as opções disponíveis que nos ajudarão a trazer equilíbrio ao mercado de lácteos". "Considerando que existem limitações sobre o que pode ser feito para encorajar a demanda, precisamos inevitavelmente focar no lado da oferta da equação. Embora nossas análises ainda estejam sendo feitas, temos que olhar todos os instrumentos disponíveis para nós e considerar se estão ou não disponíveis, além dos termos de acesso à eles".

"Estou consciente de que a crise no setor de lácteos da Europa está ocorrendo em todos os estados membros, mesmo se sentida de forma mais aguda em uns do que em outros. Dessa forma, qualquer novo pacote irá, além de resolver a estabilização e a redução da produção, ser equitativa em seu tratamento dos produtores de leite na União". 

Em 30/06/16 - 1 Euro = US$ 1,10825
0,90232 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com). (As informações são do AgriLand, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
O Mercosul amortece a baixa de preços do setor lácteo uruguaio
Em junho, quase 80% das exportações leite em pó foram para o Brasil, 7 mil toneladas, ao preço médio de uS$ 2.600/tonelada. Em seguida aprecem: Argélia (9%), e Rússia (4,5%), mas ao preço médio de US$ 2.100/tonelada, ou seja, US$ 500 a menos do que foi pago pelo grande sócio do Mercosul. No caso dos queijos, até ontem, tinham sido embarcadas 3.000 toneladas, das quais 47% foram para o Brasil, 16% para a Rússia e 14% para o México. No último Encontro do Inale o subsecretário de Pecuária, Enzo Bench, chamou a atenção da indústria porque considerava que estava havendo uma concentração perigosa das vendas para o Brasil. Estes questionamentos surpreenderam os produtores, industriais, e inclusive autoridades do próprio INALE. Uma fonte do Inale comentou que graças ao mercado e facilidade de acesso em questões alfandegárias, proporcionados ao Uruguai, pelo Mercosul, quando comparado com outros concorrentes é o que vem permitindo as indústrias pagarem aos produtores, neste momento, o preço que estão sendo pagos. Sem esse mercado, seguramente, a conjuntura para a indústria Uruguaia seria ainda mais preocupante. (Tardaguila - Tradução livre: Terra Viva)

Nesta quarta-Feira, dia 29, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) realizou atividades do Projeto Leite na Escola, no Instituto Estadual Rio Branco, situado no bairro Santa Cecília, em Porto Alegre. Representantes da Câmera Setorial do Leite, Joana Voges e Pedro Nery, fizeram uma apresentação didática sobre a importância de beber leite diariamente, ensinando desde a origem do leite até como ele chega às nossas mesas. Além disso, a atividade contou com a distribuição da revista em quadrinhos ‘Pedrinho e Lis em: A origem do Leite’ e de derivados lácteos para 250 alunos de turmas do 1º ao 6º ano.

 

Porto Alegre, 30 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.299

 

 Setor lácteo opina sobre o Brexit

O Reino Unido (UK) aprovou a saída da União Europeia (UE), mas, com profundas divisões regionais, Gibraltar, Escócia, e Irlanda do Norte votaram pela permanência na UE. O presidente do Parlamento Europeu (PE), Martin Schulz, na Conferência extraordinária logo após a decisão, disse que o PE se reunirá até terça-feira "para avaliar os resultados do referendo e elaborar os passos necessários das instituições europeias, especialmente o próprio PE. Com base no artigo 50 do tratado, o Parlamento estará completamente envolvido nas próximas etapas". "A linha do PE é bastante clara - estamos muito tristes com a decisão dos eleitores do Reino Unido, mas, foi a expressão da soberania da vontade dos britânicos de deixar a UE. Isto é um momento difícil para ambos os lados", acrescentou.

Nação de comerciantes
Em termos de negócios, Christian Verschuere, Diretor geral do EuroCommerce disse, "Este é um dia triste, mas também um alerta para a Europa e para a futura linha de atuação da UE. Devemos respeitar a vontade do povo britânico, mas, perderemos um país liberal e com visão de futuro, que tem sido uma força motriz no mercado interno, possui os melhores regulamentos e tem um comércio global aberto. "A Grã-Bretanha é uma nação de comerciantes, e o dinamismo do varejo é uma liderança em inovação tanto nas ruas como online". No trabalho "Exportando Lácteos para o Mundo" Lácteos britânicos, publicado em janeiro de 2016, foi observado que as exportações do Reino Unido para fora do bloco comunitário cresceram 91% em volume em relação aos últimos cinco anos, até o final de 2014. Durante esse mesmo período, o volume de exportações dentro do bloco aumentou 28%. Em 2014 o valor das exportações de lácteos totalizaram £ 1,3 bilhão.

Comentário da indústria
Dr. Judith Bryans, Diretor Executivo da Dairy UK disse: "A indústria láctea do Reino Unido é adaptável, resiliente e determinada, com habilidades de inovação para muitos desafios encontrados. A indústria de laticínios do Reino Unido não tomou partido nesse debate porque sabemos, que independente do resultado, precisamos continuar operando no mercado global de lácteos e demonstrar nosso compromisso inabalável não apenas de vender, mas, levar o melhor do setor lácteo britânico". Bryans disse que o Setor Lácteo do Reino Unido continuará a cooperar com o Governo do país, administrações regionais e organizações relevantes para promover os interesses do setor lácteo do Reino Unido e ajudar a indústria agro alimentícia seguir na direção certa. Temos uma indústria de alto padrão que entrega produtos de qualidade internacional e nosso pessoal tem a ambição e a determinação de obter sucesso.

Arla comprometida com o Reino Unido
A Arla Foods, com sede na Dinamarca, mas com operações no Reino Unido, disse que o resultado será crucial para a Arla, já que o Reino Unido é o maior mercado da companhia. Peter GiØrtz-Carlsen, chefe da Rala Foods na Europa, disse: "Estamos desapontados com o resultado do referendo. No entanto, respeitamos a decisão daqueles do Reino Unido, que, em última análise, escolheram sair. Temos, continuamente, apoiado o bom funcionamento e o fortalecimento da UE, que se concentra em garantir a continuação da livre circulação de mercadorias, serviços, pessoas e finanças. "No entanto, vamos trabalhar com o governo do Reino Unido e outras partes envolvidas para apoiar, na medida do possível, o ambiente pós-Brexit". A Arla disse que focará em minimizar algum potencial impacto negativo em seus negócios como resultado do Brexit e preservar o livre comércio entre o Reino Unido e a UE, tão importante para os negócios da companhia. "As consequências do Brexit dependerão das negociações subsequentes entre a UE e o Reino Unido que levarão dois anos para se completarem. Para a Arla, é importante que o tratado seja estabelecido sem cotas de importações e exportações ou tarifas que irão limitar a livre circulação. Acompanharemos essas negociações de perto e a Arla terá planos para mitigar os efeitos, mas é muito cedo para comentar diferentes cenários que poderão surgir", disse GiØrtz-Carlsen.

Efeitos de curto e longo prazo
A indústria de laticínios possui 12.700 associados em sete Estados Membros da UE, sendo 2.700 britânicos. Aproximadamente 80% das vendas totais da Arla são geradas na UE e mais de 25% desse valor é gerado no Reino Unido. "Muitos de nossos negócios no Reino Unido são baseados na produção local. No entanto, para colocar os 13 bilhões de quilos de leite satisfatoriamente, é indispensável que nossos produtos possam circular livremente através dos mercados nos quais operamos", acrescentou GiØrtz-Carlsen. A Arla disse que apesar dos novos desafios para a Arla e outras companhias depois do Brexit, os resultados do referendo não reduzem a importância do mercado do Reino Unido para a Arla. "O Reino Unido pode decidir deixar a UE, mas permanece um mercado importante para a Arla", conclui GiØrtz-Carlsen.

Reação do governo dinamarquês
Martin Bille Hermann, o Secretário de Estado da Dinamarca disse: "Estou triste com a decisão dos britânicos de saírem. Agora em vez de falarmos sobre questões como criação de empregos e controle eficiente da migração, falaremos sobre a saída do Reino Unido. O recado britânico é claro - os políticos do Reino Unido obtiveram o resultado que queriam - agora viverão de acordo com ele. "A Dinamarca é membro da União Europeia e continuará a ser. Pesquisas mostram que a Dinamarca quer isso. Juntos somos mais fortes, do que separadamente".

Reino Unido mercado importante para a Danone
A francesa Danone, que opera no Reino Unido, também comentou: 'O Reino Unido é um mercado importante para a Danone - um dos top 10 - e temos uma indústria com cerca de 1.200 empregados trabalhando lá. Estamos comprometidos com nossos negócios no Reino Unido. Nosso objetivo é mitigar os efeitos sobre nossa política e continuaremos monitorando o impacto. É muito cedo para quantificar, em termos de comércio, custos e preços, mas, podemos dizer que nosso objetivo é utilizar instrumentos necessários para continuarmos competitivos".

Sem discussão
O Grupo Müller, que tem operações no Reino Unido e também no continente europeu, disse: "O resultado da votação não é um problema que gostaríamos de tomar uma posição pública. Nosso foco é elaborar e disponibilizar produtos de qualidade para nossos clientes e consumidores".

Posição da Nestlé é similar
"Observamos o resultado do referendo do Reino Unido e a decisão do eleitorado britânico de deixar a União Europeia. As consequências práticas da decisão ficarão mais claras nos próximos meses. A Nestlé continuará operando normalmente e irá acompanhar de perto a evolução", disse um porta-voz.

NFU vê incertezas
A Cargill disse ao FoodNavigator que embora acredite que tenham distintas vantagens para que o Reino Unido e países membros se mantenham juntos na União Europeia, "a prioridade agora é monitorar de perto a situação e assegurar que nossos interesses comerciais sejam protegidos nos próximos meses, enquanto a situação se desenrola". O presidente da NFU, Meurig Raymond disse: "O voto para deixar a União Europeia levará, inevitavelmente, a um período de incertezas em inúmeros áreas que são de vital importância para os agricultores britânicos. A NFU se envolverá plenamente e de forma construtiva com o governo britânico para construir novos arranjos, e isto precisa ocorrer o mais rapidamente possível. Nossos membros, com razão, querem conhecer o impacto em seus negócios com urgência. Entendo que as negociações tomarão muito tempo para serem concluídas, mas, é vital que se estabeleça desde o início um compromisso de que a agricultura britânica não será prejudicada. É de suma importância que a agricultura britânica continue rentável e competitiva, e sendo o alicerce para indústria de alimentos, o maior setor da indústria da Grã-Bretanha". Em 2014, de acordo com o NFU, os principais destinos dos alimentos do Reino Unido, exportações de bebidas e ração animal foram Irlanda (£ 3.4 bilhões), França (£ 2,1 bilhões), Estados Unidos (£ 1,9 bilhões), Holanda (£ 1,3 bilhões) e Alemanha (£ 1,2 bilhões. No mesmo período as importações de alimentos, bebidas, e alimentação animal vieram, principalmente, da Holanda (£ 4,9 bilhões), França (£ 4,2 bilhões), Irlanda (£ 3,8 bilhões) e Alemanha (£ 3,7 bilhões).

Copa & Cogeca
Copa & Cogeca disseram que o Brexit marca um dia triste para os agricultores da União Europeia e do Reino Unido. "Trabalhamos para assegurar que a comunidade agrícola não pague o preço da política internacional", diz um comunicado. O secretário geral da Copa & Cogeca, Pekka Pesonen disse que o ponto chave será o de evitar quaisquer outras perturbações no mercado agrícola europeu, dada a importância dos laços nas relações econômicas e da atual crise do mercado agrícola". Mais da metade das exportações de alimentos e bebidas do Reino Unido, atualmente, vão para a União Europeia, e o Reino Unido é também um grande mercado para exportação de alimentos e bebidas de outros Estados Membros, disponibilizando aos consumidores europeus boas escolhas, diversificação e produtos de qualidade. Vamos trabalhar arduamente para garantir que as comunidades agrícolas da União Europeia ou do Reino Unido não sejam os únicos a pagar o preço dos impactos da política internacional e minimizar prejuízos sobre o comércio", disse Pesonen.

Nenhuma mudança para o Red Tractor - por enquanto
O Presidente-Executivo, David Clarke, da Assured Food Standards [Padrões de Segurança Alimentar], disse que o Brexit, por enquanto, significa negócios dentro dos padrões Red Tractor Assurance. "O Reino Unido permanece membro da União Europeia no futuro imediato e é preciso aguardar com atenção os termos dos tratados que o Governo do Reino Unido será capaz de negociar com os parceiros comerciais da Europa para mais adiante.

Baby Milk Action
Patti Rundall, da Baby Milk Action, disse que a rede Internacional Baby Food Action, IBFAN (da qual a Baby Milk Action é membro), tem muita razão de reclamar da UE e gastar mais de 30 anos tentando melhorar os padrões. No entanto, ela disse que de acordo com sua perspectiva, era "muito mais importante ficar no bloco e continuar para aperfeiçoar, do que sair". Ela disse que as leis da UE para o comércio de fórmulas e alimentos infantis e as regras de transparência que regem a EFSA, que o IBFAN ajudou a elaborar, "embora não sejam tão severas como deveriam ser, são melhores que nada - e melhoraram a segurança de alimentos para bebês e controlam um pouco o marketing prejudicial".

Incertezas dos analistas
As incertezas ecoaram entre os analistas do Euromonitor International. Sarah Boumphrey, líder global de economia e consumidores do Euromonitor disse: "Uma palavra-chave continuará pairando sobre a economia britânica: incerteza. A incerteza também irá em direção da própria União Europeia - O Reino Unido tem um papel significativo na UE, tanto econômica, como demograficamente. Os economistas eram quase que esmagadoramente unânimes em suas opiniões sobre o Brexit - isso iria prejudicar a economia do Reino Unido". Ela acrescenta que a extensão dos danos tem sido mais difícil de avaliar. "Apesar do elevado receio da recessão de imediato, nosso modelo macro mostra queda de 2% no crescimento do PIB ao longo dos cinco anos pós Brexit, com um enorme impacto em 2017".

Preocupações da União Europeia
No entanto, de acordo com o Euromonitor, a incerteza acompanhará também a própria União Europeia. O Euromonitor diz que o Reino Unido tem um papel significativo na União Europeia, tanto econômico, como demograficamente. Ele diz que em 2015 o Reino Unido foi o a segunda maior economia da União Europeia - atrás da Alemanha. Também é uma das grandes economias da UE, contribuindo com 35% do crescimento econômico do bloco entre 2010 e 2015. O Reino Unido é o maior mercado consumidor do bloco e é responsável por um de cada cinco dólares gasto na UE. E também é responsável pelo rápido crescimento de 56% das despesas de consumo desde 2010.

Modelo Euromonitor
De acordo com o Modelo de Previsão da Indústria do Euromonitor, olhando a previsão do crescimento do volume, em um cenário Brexit, os setores de alimentos embalados do Reino Unido mais prejudicados serão: confeitaria, pratos prontos e snacks. Os lácteos terão melhor desempenho do que outros setores. Boumphrey disse que a incerteza que irá se abater sobre o Reino Unido, pelo menos nos próximos dois anos, é um dos maiores desafios das empresas. "Isso afetará indubitavelmente o sentimento dos negócios, pressionando para baixo os investimentos e afetando a confiança do consumidor. Haverá um impacto direto sobre a libra, e isso pode elevar a inflação. Então dependendo da base de custos dos negócios isso pode ter um efeito negativo - embora para os exportadores britânicos a moeda fraca possa ser uma benção. Decisões estratégica e operacional serão necessárias para decidir onde estabelecer as operações da empresa. É pouco provável que as operações atacadistas sejam removidas, mas, relocação (geográfica) dos investimentos é desejável".

Nenhum impacto sobre os gastos
Boumphrey disse que o Modelo de Previsão da Indústria do Euromonitor não aponta grande impacto nos gastos dos consumidores. "As categorias mais afetadas serão itens discricionários - como por exemplo, confeitaria. Staples não são guiados por mudança de renda. Por isso não é esperado um impacto cataclísmico no gasto do consumidor". No caso das empresas exportadoras do Reino Unido, Boumphrey diz que elas deveriam "evitar reações automáticas e ficarem calmas, tomando medidas inadiáveis. O Reino Unido não deixará a União Europeia da noite para o dia. Repassar o peso do aumento de preços diretamente para os consumidores finais não é uma escolha fácil". Ela observa que a economia do Reino Unido poderá se manter incerta pelos próximos dois anos enquanto ocorrem as negociações de saída. "O "Desconhecimento" será o maior desafio, tornando difícil as empresas se protegerem. Penso que uma abordagem cautelosa para investimentos será prudente até que a poeira abaixe e exista um rumo nas negociações". (Dairy Reporter - Tradução livre: Terra Viva)

 
FrieslandCampina 

O preço garantido da FrieslandCampina para o leite cru, em julho de 2016 é de £ 25,00/kg. É o mesmo preço que foi garantido em maio de junho deste ano. A demanda por leite continua estável. Nas últimas semanas a produção de leite na União Europeia (UE) caiu, logo depois do pico sazonal em maio. Resultado, desde então, as cotações mostram ligeira tendência ascendente.
 
  

Os preços de 100 kg de proteína, matéria gorda e lactose, £ 408,10, £ 204,05, e £ 40,81, respectivamente, são os mesmos dos dois meses anteriores. (FrieslandCampina - Tradução livre: Terra Viva)


 

Plano Safra Gaúcho dispõe de R$ 3 bilhões

Com recursos de R$ 3 bilhões do sistema financeiro estadual - Banrisul, Badesul e BRDE -, foi lançado ontem no Palácio Piratini, o Plano Safra Gaúcho 2016/2017. São R$ 2,1 bilhões do Banrisul, R$ 550 milhões do BRDE e R$ 350 milhões do Badesul. O montante total destinado pelo governo estadual é recorde. Em 2015, o Plano Safra Gaúcho disponibilizou R$ 2,8 bilhões, volume superior ao do ano anterior: R$ 2,74 bilhões. Dos R$ 2,1 bilhões que podem ser aportados via Banrisul, R$ 1 bilhão é destinado para custeio, R$ 600 milhões para comercialização e R$ 500 milhões para investimento. Estão previstos financiamentos para agricultores familiares (Pronaf), médios produtores (Pronamp) e agricultores empresariais, cooperativas, agroindústrias, beneficiadores, cerealistas e demais empresas do setor. 

A maior parte das operações envolvendo os R$ 500 milhões disponibilizados pelo BRDE são relacionadas a projetos de irrigação e de armazenagem; aquisição de máquinas e equipamentos; pesquisas e tecnologia; obras civis; e projetos sanitários e ambientais. Recursos para compra de máquinas, equipamentos e implementos também podem ser financiados dentro dos R$ 350 milhões viabilizados pelo Badesul, que ainda oferece linhas de crédito para projetos de açudes, correção de solo e armazenagem. "Este Plano Safra recorde é fruto de um esforço do governo. Apesar do momento de dificuldades, demonstra a crença no setor que contribui para o desenvolvimento da economia do Rio Grande do Sul. 

Estes recursos estarão à disposição no sistema financeiro estadual a partir de 1 de julho para que os agricultores já comecem a pensar na safra de verão", anunciou o governador José Ivo Sartori. O governador elogiou o trabalho integrado das secretarias da Agricultura, Pecuária e Irrigação e do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo. "A união, a construção coletiva e a articulação em favor do crescimento são premissas do nosso governo. Assim reafirmamos nosso compromisso com os produtores rurais e com o desenvolvimento no campo", afirmou. 

O secretário da Agricultura, Ernani Polo, afirmou que viabilizar recursos aos produtores, por meio das instituições financeiras, "é investir no retorno imediato na economia do estado". 
O secretário do Desenvolvimento Rural, Tarcísio Minetto, disse que o Plano Safra permite aos produtores planejar seus investimentos e até ampliá-los. "Para os pequenos produtores, representa investimento em tecnologia para aumentar a produção. " Representando os produtores rurais, Vinícios Ivan Andreazza, 19 anos, contou como financiamentos obtidos nas linhas do Plano Safra mudaram a realidade da propriedade da família. "Com o foco na qualidade, fiz cursos e adquirimos tecnologia. Aumentamos a produção e hoje temos sete funcionários. "

O presidente da Cooperativa Mista São Luiz (Coopermill) de Santa Rosa, Joel Antônio Capeletti, destacou a importância destes recursos para o sistema cooperativo. O superintendente do Banco do Brasil (BB) no Rio Grande do Sul, Edson Bündchen, adiantou que, até o final do ano, o BB deve liberar R$ 10 bilhões para o agronegócio gaúcho. Do total de recursos disponibilizados pelo governo federal, 62% são financiados pelo Banco do Brasil e o RS fica com 20% do montante total desembolsado pelo BB. (Jornal do Comercio)
 

Laboratório credenciado
O Ministério da Agricultura publicou ontem portaria que suspende o cancelamento do credenciamento do laboratório Unianálises, da Univates, de Lajeado. Desde novembro do ano passado, estavam suspensos os ensaios das áreas de Microbiologia em Alimentos e Físico-Química de Produtos de Origem Animal. Com a medida, o laboratório está novamente credenciado para análise de amostras oficiais. O promotor de Justiça do Ministério Público Estadual, Mauro Rockenbach, disse que a medida reabre as condições de monitorar com mais precisão a qualidade do leite gaúcho. (Correio do Povo)
 
 

 

Porto Alegre, 29 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.298

 

 Novo CEO da Nestlé reforça ambição do grupo em saúde 

Nestlé, o maior fabricante de produtos alimentícios do mundo, terá um novo presidente executivo a partir de janeiro de 2017: Ulf Mark Schneider, que dirigia até agora a Frenesius Group, especializada em técnicas médicas. Schneider vai suceder Paul Bulcke que, por sua vez, deverá ser nomeado presidente do conselho de administração a partir de 6 de abril de 2017, se confirmado pelos acionistas. A escolha do novo executivo, de fora da companhia, surpreendeu em parte. De um lado, havia boas opções internas, como o vice-presidente para as Américas, o francês Laurent Freixe. De outro, porém, Schneider, que vem de uma das empresas globais líderes na área de saúde, sinaliza a ambição do grupo suíço nesse segmento. 

Ao anunciar o novo CEO, o conselho de administração reafirmou a orientação de longo prazo de tornar Nestlé uma empresa mundial do primeiro plano em nutrição, saúde e bem-estar. Com Bulcke, experimentado na área de produtos de grande consumo, e agora com Schneider, vindo da indústria ligada à saúde, Nestlé poderá acelerar essa estratégia. Cidadão alemão e americano, de 50 anos de idade, Ulf Mark Schneider sai da Frenesius, companhia com faturamento de € 28 bilhões, para comandar um grupo cuja receita é três vezes maior, em torno de 89 bilhões de francos suíços em 2015. Ele começará a trabalhar na Nestlé em setembro, para um período de introdução no grupo. Até ele assumir, em janeiro de 2017, haverá uma integração com Nestlé Health Science e Nestlé Skin Health. Estas duas áreas devem passar a se reportar diretamente ao futuro CEO. Peter Brabeck, após 50 anos na Nestlé, vai atingir a idade limite de partida em abril de 2017 e se aposentará, deixando a presidência do conselho de administração para Bulcke. 

Para Brabeck, Nestlé terá uma equipe de direção bem preparada para fazer face a "um ambiente externo mais e mais difícil e realizar desempenhos tanto de longo quanto de curto prazo". O futuro CEO, por sua vez, declarou-se "impaciente" para começar a trabalhar numa empresa cujos clientes "se interessam mais e mais por sua saúde e seu bem-estar". Ao escolher Schneider, Nestlé rejeitou, além de Freixe, outros dois candidatos internos, segundo a Bloomberg: Chris Johnson (dirige o programa de eficiência de custos) e Wan Ling Martello (no comanda das regiões de Ásia, Oceania e África). A última vez que a Nestlé escolheu um CEO de fora do grupo foi em 1922. (Valor Econômico)


 Ulf Mark Schneider, novo CEO, desembarca na Nestlé em setembro
 
RS: Programa Mais Leite de Qualidade é tema de reunião na Seapi

Nesta terça-feira (28) a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do estado do Rio Grande do Sul, através da Câmara Setorial do Leite realizou reunião com a finalidade de rediscutir as diretrizes do programa Mais Leite de Qualidade. mDanilo Gomes e Joana Voges, da Câmara Setorial do Leite, juntamente com representantes de instituições financeiras, SDR, Simers, Mapa, Emater, Fetag e Famurs reuniram-se para debater pontos importantes do Programa Mais Leite de Qualidade, que foi criado pelo Decreto 50.123 de 2013.

O Programa tem como objetivo fomentar a aquisição de equipamentos para que os produtores se adequem as normatizações de sanidade e qualidade do leite, o público alvo são os produtores que não tem estrutura de resfriamento adequada, tanto na substituição dos resfriadores de imersão, como na aquisição de novos equipamentos. Como encaminhamento, ficou definido que as entidades presentes irão encaminhar sugestões e propostas de reformulação do programa até o dia 15 de Julho e um grupo de trabalho formado por técnicos irá avaliar e alinhar as propostas. Estima-se que hoje no Estado, cerca de 28.000 produtores não possuem refrigerador de expansão direta. (Fonte: Seapi/RS)

 
Transparência nos incentivos

Diante da cobrança da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) para que haja mais transparência nas desonerações fiscais, a Secretaria da Fazenda apresenta um estudo de 2014 que aponta uma renúncia de R$ 15 bilhões, 11,97% a mais do que no ano anterior. De tudo o que o Estado abriu mão em 2014, R$ 6 bilhões (42,5%) foram por força constitucional, especialmente as isenções de ICMS sobre exportações. Só da Lei Kandir, as perdas chegam a R$ 3,3 bilhões por conta da vocação exportadora do Estado. 

 
Os outros 57,5% (R$ 8,1 bilhões) são por força de diferentes leis, entre as quais as que reduzem impostos para pequenas e microempresas, leite, carne e cesta básica, e as que concedem incentivos para investimentos em cultura, esporte e assistência social. Quando cobrado, o secretário Giovani Feltes desafia os sindicalistas a indicarem setores que devem ter incentivos cortados. (Zero Hora)

China: indústria de lácteos tem rápido desenvolvimento e futuro promissor

A indústria de lácteos da China está se desenvolvendo rápido e isso inclui desenvolvimentos em agricultura moderna, processamento de alimentos e tecnologia no setor de lácteos. Entretanto, a contínua importação de leite e produtos lácteos está sendo apontada como causadora de desafios e dificuldades para a indústria doméstica de lácteos chinesa. 

As principais características da indústria de lácteos da China reportadas pelo China Economic Net incluem:

- A produção de leite na China em 2015 foi de quase 40 milhões de toneladas;

- O processamento de produtos lácteos englobou mais de 27 milhões de toneladas;

- Mais de 50 milhões de toneladas de lácteos foram importadas;

- A ordenha mecanizada é responsável por mais de 90% da produção total do país;

- A pastagem está melhorando rapidamente;

- O consumo per capita anual de leite e produtos lácteos foi reportado como tendo expandido de 7 quilos em 2000 para os atuais níveis de quase 34 quilos;

- Independentemente disso, a China ainda está bem abaixo da média da Ásia, que está em 75 quilos - a média mundial é de 110 quilos;

- Uma questão importante em termos da indústria de lácteos da China é que ela é vista em posição de crescimento em um mercado lento;

Para desenvolver a indústria de lácteos da China, é necessário:

- Reduzir os custos associados com a produção de leite;

- Melhorar o desempenho de criação;

- Desenvolver um mix de produtos que esteja mais de acordo com os requerimentos de mercado;

- Desenvolver relações mais fortes entre a produção de leite e os setores de processamento;

- Garantir segurança dos produtos lácteos locais;

- Produzir leite seguro e saudável para o consumidor chinês.

O potencial de crescimento de consumo na China é promissor, baseado em vários fatores, incluindo:

- Crescimento econômico e desenvolvimento da China;

- Melhora no padrão de vida e aumento da renda disponível das famílias;

- Rápida urbanização;

- Mudança nos padrões de consumo em termos de mix de produtos e preferências da dieta;

- Um objetivo - baseado no Ministério da Agricultura - é aumentar a produção de leite da China para 40,8 milhões de toneladas/ano. Isso representa um aumento anual de 400 mil toneladas. (As informações são do Dairy Diary - Chinese Edition, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
Produção/EUA
Entre 2010 e 2015 a produção de leite dos Estados Unidos aumentou 7 bilhões de litros, com o Centro-Oeste sendo responsável por quase metade desse crescimento. Consequentemente, existe o medo de que não haja capacidade de processamento para lidar com esse aumento de matéria-prima. Efetivamente, houve relatos de que alguns produtores foram forçados a jogar fora parte da produção durante o pico sazonal. Até agora, neste ano, a produção no Centro-Oeste de janeiro a maio subiu 4,6% em relação ao ano passado. No mesmo período, a produção total de leite nos EUA, aumentou 1,7%. Para resolver o problema, três cooperativas, incluindo a Dairy Farmers of America (DFA) estão formando uma joint venture para construir uma fábrica de queijo em Michigan com capacidade para processar 2,6 milhões de litros de leite por dia. (DairyCo - Tradução livre: Terra Viva)
 

 

Porto Alegre, 28 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.297

 

 Trabalho pela qualidade do leite

O setor lácteo gaúcho vive um momento ímpar em seu desenvolvimento. Com a aprovação da Lei do Leite, agricultores e indústrias são desafiados a profissionalizar ainda mais seus processos e a rastreabilidade de forma a oferecer, cada vez mais, um produto de alta qualidade ao consumidor. A proposta, construída com a ajuda de toda a cadeia produtiva e sob a batuta da Secretaria da Agricultura, é resultado da união de esforços de centenas de pessoas e empresas que trabalham com seriedade para oferecer o que de melhor o campo tem a dar. Preocupado com esse novo movimento, o Sindilat resolveu unir o setor produtivo ao meio acadêmico para debater os rumos da produção leiteira gaúcha. Importante que se siga: a mais fiscalizada do país. Nesta sexta-feira, quando que se comemora o Dia Internacional do Leite, pesquisadores, empresários, produtores e universitários participam de evento em Ijuí, o primeiro de uma série que se dispõe a discutir novos caminhos para a produção. Será o momento de debater questões que impactam o dia a dia dos agricultores e dos laticínios, como o uso de tecnologia, as questões de relação de trabalho e o aprimoramento da nutrição animal. Assuntos que buscam fomentar a atividade em um momento delicado. Com margens extremamente ajustadas e enfrentando dificuldades decorrentes do clima, o setor atravessa uma das entressafras mais severas e longas de todos os tempos. O frio das últimas semanas elevou a demanda por leite, o que acabou por amplificar o impacto no pre- ço no varejo. A reposição, apesar de elevar o gasto das famílias, é vista como uma questão essencial para que indústria e produtores recuperem a lucratividade de suas operações, atingida por uma violenta elevação de custos. Para superar essas dificuldades, é hora de deixar de lado rusgas e embates históricos e trabalharmos juntos por uma produção mais forte. O leite hoje é fonte de renda para mais de cem mil famílias e reverte arrecadação de ICMS para 467 dos 497 municípios gaúchos. Com isso, movimenta o equivalente a 2,8% do PIB do RS. Números que podem representar pouco para quem não vive as dificuldades da produção, mas que são muito para aqueles envolvidos com um trabalho sério e zeloso, como o de muitos laticínios e tambos. Porque produzir leite é, acima de tudo, um compromisso: com o campo, com a família e com a vida. (Alexandre Guerra, Presidente do Sindilat/Correio do Povo)
Piá amplia linha de produtos Zero Lactose
 
Com o objetivo de atender a demanda crescente por alimentos diferenciados, a Piá está ampliando sua linha zero lactose com os produtos: achocolatado Chocolateria, requeijão, queijo mozarela, queijo prato, além de queijos cremosos como Cottage e creme de ricota.De acordo com o conceituado instituto de pesquisa Kantar, atualmente, a Cooperativa é líder na comercialização de leite zero lactose, versão 1 litro, no Rio Grande do Sul. "É um mercado que está crescendo muito, aproximadamente, 30% ao ano", afirma o gerente de marketing, Tiago Haugg, que completa: "Nosso objetivo é ampliar cada vez mais nosso mix, integrando a ele produtos que atendam aos mais diversos públicos. A ampliação abrange isso". 

Para Haugg, um dos motivos para o aumento expressivo no consumo de produtos zero lactose é porque eles não são consumidos apenas por quem é intolerante. "A linha tem sido procurada por pessoas que buscam uma digestão mais leve, o que torna o mercado ainda mais promissor", finaliza. As novidades da Cooperativa Piá serão apresentadas em breve, durante a Expoagas 2016, que acontecerá em agosto, na Fiergs, no Rio Grande do Sul. 

Mais informações:
Fundada em 29 de outubro de 1967, Cooperativa Piá nasceu movida pelo espírito de união de seus integrantes. Presidida pelo médico veterinário Gilberto Kny, junto com os colegas da diretoria, Nilson José Olbermann e Jeferson Adonias Smaniotto, e os nove conselheiros administrativos e fiscal, tem obtido a cada ano números expressivos. Atualmente, possui 1,4 mil colaboradores e 20 mil associados, sendo 2,5 mil produtores de leite e mais de mil produtores de frutas, que fornecem matéria-prima de forma quase diária. 
 
Gera, cerca de, 10 mil empregos indiretos. Com equipamentos modernos, processa 550 mil litros de leite por dia e produz quatro mil toneladas de polpas de frutas. Além da indústria de laticínios e da indústria de processamento de frutas, conta ainda com duas fábricas de rações e uma rede de supermercados e agropecuárias com 18 lojas. Na ponta final, são quatro milhões de consumidores em quatro estados brasileiros que compram os mais de 265 produtos da empresa de Nova Petrópolis, em 15 mil pontos de vendas. (Assessoria de Imprensa Piá)

Qualidade do leite rastreada

Quando o assunto é leite, não há consenso. Até mesmo quando se trata de homenageá-lo. No dia primeiro de junho comemora-se o Dia Mundial do Leite. Já o dia 24 é o Dia Internacional do Leite. Por que duas datas? Não sei... Mas, no Dia Mundial, proferi palestra na Câmara dos Deputados, em Brasília, em evento organizado pela Associação G100. No dia Internacional pretendo estar em Ijuí, Rio Grande do Sul, saindo de Chapecó, Santa Catarina, para também proferir palestra, a convide do Sindilat - RS. Nos dois casos, o assunto é o mesmo: o SIMQL. Mas, o que é o SIMQL?

A amostra de leite de uma propriedade todo mês é encaminhada para um dos dez laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, com o objetivo de avaliar a qualidade e, por consequência, definir o adicional a ser incorporado no preço a ser pago. Todavia, a utilidade desta amostra vai muito mais além de formar preço. Se agrupados os dados, é possível monitorar a qualidade do leite brasileiro. Isso, todavia, não acontece facilmente. Ou não acontecia, até agora.

O Sistema de Monitoramento da Qualidade do Leite Brasileiro - SIMQL é uma ferramenta inovadora, que permite conhecer a qualidade do leite de diferentes formas, sob as óticas espacial, temporal e temática. Em termos espaciais, é possível fazer um zoom nos dados e ir da macrorregião até ao município, considerando as variáveis que traduzem a qualidade do leite: CTB - Contagem Total de Bactérias, CCS - Contagem de Células Somáticas, Teor de Gordura, Teor de Proteína, Lactose, Extrato Seco e Extrato Seco Desengordurado. É possível comparar regiões entre si ou aferir o comportamento destas sete variáveis ao longo de anos ou de meses. Também é possível monitorar a qualidade do leite entregue em cada um dos entrepostos ou unidades fabris, que tenham a certificação do Serviço de Inspeção Federal - SIF, em todo o Brasil.

Este é o primeiro software do setor lácteo, concebido em BI - Business Intelligente, que permite a interação amigável entre variáveis escolhidas, mesmo que o usuário nada saiba sobre programação de computadores. Por outro lado, coloca o nosso setor em ambiente de BIG DATA, que significa analisar em segundos um montante imenso de dados, impossível para o cérebro humano. Pois, o SIMQL faz isso em questão de milésimos de segundos, baseado num banco de dados que já ultrapassou a 50 milhões de registros. Participaram desta construção os secretários e suas equipes da Secretaria da Defesa Agropecuária e da Secretaria da Mobilidade Social, do Produtor Rural e do Cooperativismo, além da equipe de Tecnologia de Informação e de Planejamento Estratégico do MAPA. Pela Embrapa, a equipe do Departamento de Tecnologia de Informação e um conjunto grande de colegas da Embrapa Gado de Leite também estiveram diretamente envolvidos.

É preciso fazer dois registros. O primeiro é o valor do planejamento. Apesar da ansiedade, dominamos a vontade que nos impulsionava a querer agir, de imediato. A estratégia de dispender dois meses no planejamento foi fundamental para a qualidade e velocidade dos resultados alcançados. Todos os imprevistos que ocorreram foram surpreendentemente previstos pela equipe e tínhamos para todas as situações o plano "b" pensado. Do repasse de recursos até à entrega da ferramenta foram apenas sete meses - um recorde, em termos de execução, seja no setor público ou privado.

O segundo registro é de justiça histórica. Em 1996, o Brasil bateu recorde na importação de lácteos. Naquele ano, importamos US$ 600 milhões em leite e derivados. Esse fato fez acender a luz vermelha. Aumentar a produção de leite passou a ser objetivo perseguido pelos setores público e privado. Pois bem! Enquanto a palavra de ordem era quantidade, a equipe de pesquisadores em qualidade da Embrapa Gado de Leite, liderada pelo pesquisador Dr. José Renaldi, iniciava as primeiras ações voltadas para formulação de políticas públicas focadas em Qualidade.

O Dr. José Renaldi, hoje aposentado, e todos os que nestes vinte anos participaram da equipe voltada à qualidade de leite, cumpriram a mais difícil das missões. No início, há vinte anos, eles pregaram no deserto. Tiveram a sabedoria de gradativamente doutrinar o setor e, colocaram a questão da qualidade na ordem do dia. Agindo assim, mostraram que ser pesquisador da Embrapa é muito mais que se restringir a publicar trabalhos científicos. Foi por isso que a Embrapa foi criada. O pesquisador da Embrapa precisa interagir e interferir na realidade.

O pioneirismo do Dr. Renaldi e equipe da Embrapa Gado de Leite gerou o ambiente para que surgissem RBQL, CBQL, IN51 e IN62, essas siglas que aparecem a todo momento diante dos nossos olhos, quando o assunto é qualidade do leite. É preciso olhar o futuro e saber posicionar-se no presente. Também é preciso reverenciar o passado, que moldou o presente.  Por isso que registramos que o SIMQL começou a ser construído há vinte anos, em 1996, com as primeiras ações lideradas pelo do Dr. Renaldi Brito! (Embrapa)

 
Chile terá maior fazenda leiteira robotizada do mundo

Até o começo do próximo ano, 6.500 vacas leiteiras da Agricola Ancali, localizada próximo a Los Angeles, no Chile, terá 64 ordenhadeiras robotizadas. Foi anunciado em 22 de junho que o Fundo El Risquillo, fazenda que pertence ao Agricola Ancali, vai se tornar a maior fazenda leiteira robotizada do mundo.

A fazenda atualmente ordenha 920 vacas com 16 ordenhadeiras DeLaval VMS. Os primeiros oito robôs foram instalados em outubro de 2014 e os outros oito foram instalados no final do mês de março deste ano. No momento, quatro salas de ordenha rotativas ordenham mais 5.600 vacas.

Quando o novo galpão estiver completo, há planos de instalar 48 ordenhadeiras robotizadas VMS nas vacas criadas em free stall que atualmente são ordenhadas no sistema rotativo. Uma vez terminado o projeto, a fazenda ordenhará mais de 4.500 vacas com robôs. "Estamos nos preparando para o futuro", disse o gerente de operações da Agricola Ancali, Odrióm Escobar.

Escobar é o gerente da fazenda desde 2012 e estimou que as vacas nos robôs produzirão 10% mais leite comparado com o sistema rotativo. Ordenhando em 16 robôs atualmente, a produção média é de 2610 quilos por robô/dia. As vacas ordenhadas em robôs produzem 45,20 quilos por dia e gastam 6 minutos e 49 segundos no robô em cada ordenha. Tipicamente, uma vaca terá em média 2,9 ordenhas por dia. "Os benefícios têm sido notáveis", disse o diretor executivo da Agricola Ancali, Pedro Heller. "Mais produção, melhores condições de bem-estar animal e menos estresse para as vacas".

Escobar acredita que o aumento na produção de leite pode ser atribuído ao menor tempo que as vacas gastam esperando para serem ordenhadas. Ele tem visto menos competição para entrar nos robôs do que em outros sistemas, o que tem estimulado as novilhas de primeira lactação para as ordenhas. O tempo de espera caiu para os sistemas robotizados de ordenha, ajudando a aumentar a longevidade e reduzindo a claudicação. 

Os testes do leite para o Fundo El Risquillo em 1 de março foram: gordura, 3,7%; proteína, 3,5%; e contagem de células somáticas, 157.900 células/ml. "Estamos muito felizes com os resultados até agora e esperamos ter sucesso com o novo projeto".

Além do aumento da produção e dos benefícios de bem-estar animal, haverá economia de trabalho. Atualmente, 140 funcionários trabalham no Fundo El Risquillo e para cada sistema rotativo há três ordenhas com cinco ordenhadores por turno. Um corte na mão de obra é esperado quando as transições para ordenha principalmente em robôs ocorrer.

O plano é ordenhar vacas recém-paridas por meio do sistema rotativo em seus primeiros 30 dias de lactação junto com vacas com úberes com algum problema de conformação. Após 30 dias, as vacas serão movidas para o sistema robótico. Escobar disse que a seleção para a conformação do úbere ajuda a reduzir a quantidade de ordenhas incompletas nos robôs.

O leite do Fundo El Risquillo vai para o mercado nacional de leite fluido do Chile. A fazenda tem mais de 9712,45 hectares de terra produzindo 71,67 milhões de quilos de silagem de milho ao sul de Santiago. Outras operações incluem a produção de carne bovina e uma fazenda de criação de cavalos. (Milk Point)

 
Pecuária BR: Produção de leite deve fechar o 1º semestre do ano com 5% de queda
A produção de leite deve fechar o primeiro semestre de 2016 com queda próxima de 5% em volume. É o resultado do aumento nos custos e as margens reduzidas em 2015 levaram a um desinvestimento considerável na atividade leiteira, o que teve impacto direto na produção. O dado é de recente Relatório do Rabobank. (SBA)