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28/06/2016

 

Porto Alegre, 28 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.297

 

 Trabalho pela qualidade do leite

O setor lácteo gaúcho vive um momento ímpar em seu desenvolvimento. Com a aprovação da Lei do Leite, agricultores e indústrias são desafiados a profissionalizar ainda mais seus processos e a rastreabilidade de forma a oferecer, cada vez mais, um produto de alta qualidade ao consumidor. A proposta, construída com a ajuda de toda a cadeia produtiva e sob a batuta da Secretaria da Agricultura, é resultado da união de esforços de centenas de pessoas e empresas que trabalham com seriedade para oferecer o que de melhor o campo tem a dar. Preocupado com esse novo movimento, o Sindilat resolveu unir o setor produtivo ao meio acadêmico para debater os rumos da produção leiteira gaúcha. Importante que se siga: a mais fiscalizada do país. Nesta sexta-feira, quando que se comemora o Dia Internacional do Leite, pesquisadores, empresários, produtores e universitários participam de evento em Ijuí, o primeiro de uma série que se dispõe a discutir novos caminhos para a produção. Será o momento de debater questões que impactam o dia a dia dos agricultores e dos laticínios, como o uso de tecnologia, as questões de relação de trabalho e o aprimoramento da nutrição animal. Assuntos que buscam fomentar a atividade em um momento delicado. Com margens extremamente ajustadas e enfrentando dificuldades decorrentes do clima, o setor atravessa uma das entressafras mais severas e longas de todos os tempos. O frio das últimas semanas elevou a demanda por leite, o que acabou por amplificar o impacto no pre- ço no varejo. A reposição, apesar de elevar o gasto das famílias, é vista como uma questão essencial para que indústria e produtores recuperem a lucratividade de suas operações, atingida por uma violenta elevação de custos. Para superar essas dificuldades, é hora de deixar de lado rusgas e embates históricos e trabalharmos juntos por uma produção mais forte. O leite hoje é fonte de renda para mais de cem mil famílias e reverte arrecadação de ICMS para 467 dos 497 municípios gaúchos. Com isso, movimenta o equivalente a 2,8% do PIB do RS. Números que podem representar pouco para quem não vive as dificuldades da produção, mas que são muito para aqueles envolvidos com um trabalho sério e zeloso, como o de muitos laticínios e tambos. Porque produzir leite é, acima de tudo, um compromisso: com o campo, com a família e com a vida. (Alexandre Guerra, Presidente do Sindilat/Correio do Povo)
Piá amplia linha de produtos Zero Lactose
 
Com o objetivo de atender a demanda crescente por alimentos diferenciados, a Piá está ampliando sua linha zero lactose com os produtos: achocolatado Chocolateria, requeijão, queijo mozarela, queijo prato, além de queijos cremosos como Cottage e creme de ricota.De acordo com o conceituado instituto de pesquisa Kantar, atualmente, a Cooperativa é líder na comercialização de leite zero lactose, versão 1 litro, no Rio Grande do Sul. "É um mercado que está crescendo muito, aproximadamente, 30% ao ano", afirma o gerente de marketing, Tiago Haugg, que completa: "Nosso objetivo é ampliar cada vez mais nosso mix, integrando a ele produtos que atendam aos mais diversos públicos. A ampliação abrange isso". 

Para Haugg, um dos motivos para o aumento expressivo no consumo de produtos zero lactose é porque eles não são consumidos apenas por quem é intolerante. "A linha tem sido procurada por pessoas que buscam uma digestão mais leve, o que torna o mercado ainda mais promissor", finaliza. As novidades da Cooperativa Piá serão apresentadas em breve, durante a Expoagas 2016, que acontecerá em agosto, na Fiergs, no Rio Grande do Sul. 

Mais informações:
Fundada em 29 de outubro de 1967, Cooperativa Piá nasceu movida pelo espírito de união de seus integrantes. Presidida pelo médico veterinário Gilberto Kny, junto com os colegas da diretoria, Nilson José Olbermann e Jeferson Adonias Smaniotto, e os nove conselheiros administrativos e fiscal, tem obtido a cada ano números expressivos. Atualmente, possui 1,4 mil colaboradores e 20 mil associados, sendo 2,5 mil produtores de leite e mais de mil produtores de frutas, que fornecem matéria-prima de forma quase diária. 
 
Gera, cerca de, 10 mil empregos indiretos. Com equipamentos modernos, processa 550 mil litros de leite por dia e produz quatro mil toneladas de polpas de frutas. Além da indústria de laticínios e da indústria de processamento de frutas, conta ainda com duas fábricas de rações e uma rede de supermercados e agropecuárias com 18 lojas. Na ponta final, são quatro milhões de consumidores em quatro estados brasileiros que compram os mais de 265 produtos da empresa de Nova Petrópolis, em 15 mil pontos de vendas. (Assessoria de Imprensa Piá)

Qualidade do leite rastreada

Quando o assunto é leite, não há consenso. Até mesmo quando se trata de homenageá-lo. No dia primeiro de junho comemora-se o Dia Mundial do Leite. Já o dia 24 é o Dia Internacional do Leite. Por que duas datas? Não sei... Mas, no Dia Mundial, proferi palestra na Câmara dos Deputados, em Brasília, em evento organizado pela Associação G100. No dia Internacional pretendo estar em Ijuí, Rio Grande do Sul, saindo de Chapecó, Santa Catarina, para também proferir palestra, a convide do Sindilat - RS. Nos dois casos, o assunto é o mesmo: o SIMQL. Mas, o que é o SIMQL?

A amostra de leite de uma propriedade todo mês é encaminhada para um dos dez laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, com o objetivo de avaliar a qualidade e, por consequência, definir o adicional a ser incorporado no preço a ser pago. Todavia, a utilidade desta amostra vai muito mais além de formar preço. Se agrupados os dados, é possível monitorar a qualidade do leite brasileiro. Isso, todavia, não acontece facilmente. Ou não acontecia, até agora.

O Sistema de Monitoramento da Qualidade do Leite Brasileiro - SIMQL é uma ferramenta inovadora, que permite conhecer a qualidade do leite de diferentes formas, sob as óticas espacial, temporal e temática. Em termos espaciais, é possível fazer um zoom nos dados e ir da macrorregião até ao município, considerando as variáveis que traduzem a qualidade do leite: CTB - Contagem Total de Bactérias, CCS - Contagem de Células Somáticas, Teor de Gordura, Teor de Proteína, Lactose, Extrato Seco e Extrato Seco Desengordurado. É possível comparar regiões entre si ou aferir o comportamento destas sete variáveis ao longo de anos ou de meses. Também é possível monitorar a qualidade do leite entregue em cada um dos entrepostos ou unidades fabris, que tenham a certificação do Serviço de Inspeção Federal - SIF, em todo o Brasil.

Este é o primeiro software do setor lácteo, concebido em BI - Business Intelligente, que permite a interação amigável entre variáveis escolhidas, mesmo que o usuário nada saiba sobre programação de computadores. Por outro lado, coloca o nosso setor em ambiente de BIG DATA, que significa analisar em segundos um montante imenso de dados, impossível para o cérebro humano. Pois, o SIMQL faz isso em questão de milésimos de segundos, baseado num banco de dados que já ultrapassou a 50 milhões de registros. Participaram desta construção os secretários e suas equipes da Secretaria da Defesa Agropecuária e da Secretaria da Mobilidade Social, do Produtor Rural e do Cooperativismo, além da equipe de Tecnologia de Informação e de Planejamento Estratégico do MAPA. Pela Embrapa, a equipe do Departamento de Tecnologia de Informação e um conjunto grande de colegas da Embrapa Gado de Leite também estiveram diretamente envolvidos.

É preciso fazer dois registros. O primeiro é o valor do planejamento. Apesar da ansiedade, dominamos a vontade que nos impulsionava a querer agir, de imediato. A estratégia de dispender dois meses no planejamento foi fundamental para a qualidade e velocidade dos resultados alcançados. Todos os imprevistos que ocorreram foram surpreendentemente previstos pela equipe e tínhamos para todas as situações o plano "b" pensado. Do repasse de recursos até à entrega da ferramenta foram apenas sete meses - um recorde, em termos de execução, seja no setor público ou privado.

O segundo registro é de justiça histórica. Em 1996, o Brasil bateu recorde na importação de lácteos. Naquele ano, importamos US$ 600 milhões em leite e derivados. Esse fato fez acender a luz vermelha. Aumentar a produção de leite passou a ser objetivo perseguido pelos setores público e privado. Pois bem! Enquanto a palavra de ordem era quantidade, a equipe de pesquisadores em qualidade da Embrapa Gado de Leite, liderada pelo pesquisador Dr. José Renaldi, iniciava as primeiras ações voltadas para formulação de políticas públicas focadas em Qualidade.

O Dr. José Renaldi, hoje aposentado, e todos os que nestes vinte anos participaram da equipe voltada à qualidade de leite, cumpriram a mais difícil das missões. No início, há vinte anos, eles pregaram no deserto. Tiveram a sabedoria de gradativamente doutrinar o setor e, colocaram a questão da qualidade na ordem do dia. Agindo assim, mostraram que ser pesquisador da Embrapa é muito mais que se restringir a publicar trabalhos científicos. Foi por isso que a Embrapa foi criada. O pesquisador da Embrapa precisa interagir e interferir na realidade.

O pioneirismo do Dr. Renaldi e equipe da Embrapa Gado de Leite gerou o ambiente para que surgissem RBQL, CBQL, IN51 e IN62, essas siglas que aparecem a todo momento diante dos nossos olhos, quando o assunto é qualidade do leite. É preciso olhar o futuro e saber posicionar-se no presente. Também é preciso reverenciar o passado, que moldou o presente.  Por isso que registramos que o SIMQL começou a ser construído há vinte anos, em 1996, com as primeiras ações lideradas pelo do Dr. Renaldi Brito! (Embrapa)

 
Chile terá maior fazenda leiteira robotizada do mundo

Até o começo do próximo ano, 6.500 vacas leiteiras da Agricola Ancali, localizada próximo a Los Angeles, no Chile, terá 64 ordenhadeiras robotizadas. Foi anunciado em 22 de junho que o Fundo El Risquillo, fazenda que pertence ao Agricola Ancali, vai se tornar a maior fazenda leiteira robotizada do mundo.

A fazenda atualmente ordenha 920 vacas com 16 ordenhadeiras DeLaval VMS. Os primeiros oito robôs foram instalados em outubro de 2014 e os outros oito foram instalados no final do mês de março deste ano. No momento, quatro salas de ordenha rotativas ordenham mais 5.600 vacas.

Quando o novo galpão estiver completo, há planos de instalar 48 ordenhadeiras robotizadas VMS nas vacas criadas em free stall que atualmente são ordenhadas no sistema rotativo. Uma vez terminado o projeto, a fazenda ordenhará mais de 4.500 vacas com robôs. "Estamos nos preparando para o futuro", disse o gerente de operações da Agricola Ancali, Odrióm Escobar.

Escobar é o gerente da fazenda desde 2012 e estimou que as vacas nos robôs produzirão 10% mais leite comparado com o sistema rotativo. Ordenhando em 16 robôs atualmente, a produção média é de 2610 quilos por robô/dia. As vacas ordenhadas em robôs produzem 45,20 quilos por dia e gastam 6 minutos e 49 segundos no robô em cada ordenha. Tipicamente, uma vaca terá em média 2,9 ordenhas por dia. "Os benefícios têm sido notáveis", disse o diretor executivo da Agricola Ancali, Pedro Heller. "Mais produção, melhores condições de bem-estar animal e menos estresse para as vacas".

Escobar acredita que o aumento na produção de leite pode ser atribuído ao menor tempo que as vacas gastam esperando para serem ordenhadas. Ele tem visto menos competição para entrar nos robôs do que em outros sistemas, o que tem estimulado as novilhas de primeira lactação para as ordenhas. O tempo de espera caiu para os sistemas robotizados de ordenha, ajudando a aumentar a longevidade e reduzindo a claudicação. 

Os testes do leite para o Fundo El Risquillo em 1 de março foram: gordura, 3,7%; proteína, 3,5%; e contagem de células somáticas, 157.900 células/ml. "Estamos muito felizes com os resultados até agora e esperamos ter sucesso com o novo projeto".

Além do aumento da produção e dos benefícios de bem-estar animal, haverá economia de trabalho. Atualmente, 140 funcionários trabalham no Fundo El Risquillo e para cada sistema rotativo há três ordenhas com cinco ordenhadores por turno. Um corte na mão de obra é esperado quando as transições para ordenha principalmente em robôs ocorrer.

O plano é ordenhar vacas recém-paridas por meio do sistema rotativo em seus primeiros 30 dias de lactação junto com vacas com úberes com algum problema de conformação. Após 30 dias, as vacas serão movidas para o sistema robótico. Escobar disse que a seleção para a conformação do úbere ajuda a reduzir a quantidade de ordenhas incompletas nos robôs.

O leite do Fundo El Risquillo vai para o mercado nacional de leite fluido do Chile. A fazenda tem mais de 9712,45 hectares de terra produzindo 71,67 milhões de quilos de silagem de milho ao sul de Santiago. Outras operações incluem a produção de carne bovina e uma fazenda de criação de cavalos. (Milk Point)

 
Pecuária BR: Produção de leite deve fechar o 1º semestre do ano com 5% de queda
A produção de leite deve fechar o primeiro semestre de 2016 com queda próxima de 5% em volume. É o resultado do aumento nos custos e as margens reduzidas em 2015 levaram a um desinvestimento considerável na atividade leiteira, o que teve impacto direto na produção. O dado é de recente Relatório do Rabobank. (SBA)
 

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