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17/01/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 17 de janeiro de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.306


Conjuntura econômica do agronegócio do leite, analisada por especialistas da Embrapa: Cenário segue favorável para o leite, mas ambiente econômico é desafiador

Nota de Conjuntura - Mercado de Leite e Derivados - Janeiro de 2025O cenário econômico mundial segue desafiador. Os conflitos bélicos, as dificuldades de crescimento econômico em importantes economias da Ásia e da Europa afetam as expectativas dos agentes econômicos. O Fundo Monetário Mundial prevê crescimento modesto, de apenas 1,8%, para as economias desenvolvidas neste ano. Para os países em desenvolvimento o crescimento previsto é 4,2%, com destaque para a Índia com 6,2%. A China deve crescer apenas 4,5%, valor baixo considerando o histórico recente do país. Assim, ainda que importantes regiões do planeta sigam com crescimento modesto, consolida-se o cenário para aumento da renda global e, por consequência, maior consumo de bens e serviços, incluindo leite e derivados.Os últimos meses assistiram à recuperação da produção mundial de leite e derivados e à manutenção das cotações internacionais, indicando um melhor equilíbrio entre oferta e demanda em escala global. A rentabilidade da atividade melhorou em muitos dos principais países produtores do mundo, o que pode continuar a estimular o aumento da oferta no futuro próximo.No âmbito doméstico, os principais indicadores macroeconômicos sinalizam para um crescimento da economia acima das expectativas iniciais em 2024 (3,5% no último Boletim Focus) com alguma acomodação a partir de 2025, por volta de 2%. Os indicadores de emprego e renda seguem favoráveis, garantindo a melhoria do poder de compra da população.O crescimento da massa de rendimento dos brasileiros tem permitido a expansão da oferta de lácteos no mercado brasileiro e a manutenção de preços mais elevados. Os últimos 12 meses registraram um aumento médio de 10% no preço de lácteos, acima da inflação de 5%. O preço pago ao produtor, ainda que tenha registrado queda nos últimos meses, se encontra em patamar superior ao observado há 12 meses. Este fato, somado com o aumento mais discreto dos custos de produção do leite, apenas 2% no último ano, cria um cenário de melhores condições para o aumento da oferta de leite e derivados.

Ainda que estas condições favoráveis estejam presentes, ilustradas pelos termos de troca mais favoráveis ao produtor no ano de 2024 em relação `a média histórica, a produção doméstica de leite ainda não esboça reação significativa. Apesar de estar em curso o período de safra de leite, com aumento da produção em relação aos últimos meses, este crescimento é meramente sazonal. A produção de leite inspecionada continua estacionada em 68 milhões de litros/ dia nos últimos doze meses finalizados em setembro/24. Este é o mesmo valor que já havia sido registrado em maio/ 19.

As mudanças estruturais na produção de leite, com a saída de muitos pequenos e médios produtores, bem como o aumento das importações, são algumas das causas deste cenário de baixo crescimento.

O aumento dos gastos públicos e a percepção de que há dificuldade para o ajuste desejável das contas públicas têm alterado as expectativas dos agentes econômicos. O câmbio avançou mais de 20% nos últimos 12 meses e as expectativas de juros para o final de 2025 dispararam, alcançando 15% no último prognóstico de especialistas consultados pelo Banco Central. As expectativas inflacionárias seguem desancoradas, corroborando para o cenário de alta das taxas de juros. Este cenário menos alvissareiro pode contaminar a economia real e alterar e até reverter a trajetória de crescimento econômico previsto para o ano.

O aumento da taxa de câmbio pode afetar a oferta de leite no mercado brasileiro. Ainda que parte dos custos de produção do leite possam ser afetados pelo câmbio, o custo do produto internacional aumenta e a produção local tende a ser favorecida. A queda das importações de lácteos, incipiente, mas já observada em dezembro/24 pode ser uma sinalização neste sentido. Por outro lado, os riscos macroeconômicos podem afetar o mercado de trabalho e a renda da população, dificultando repasse de custos e reduzindo as margens dos diferentes elos da cadeia do leite.  

Resumo das informações discutidas na reunião de conjuntura da equipe do Centro de Inteligência do Leite, realizada em 14 de janeiro de 2025.

Autores*: Samuel José de Magalhães Oliveira; Lorildo Aldo Stock; Manuela Sampaio Lana. 

*Pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite.


Milho está em plena colheita e atinge 16% da área total plantada

A cultura do milho está em plena colheita no Rio Grande do Sul. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (16/01) pela Emater/RS-Ascar, em algumas regiões as primeiras áreas colhidas apresentam excelentes resultados. Já foram colhidos 16% da área total estimada, 31% da cultura está em fase de maturação, 30% em enchimento de grãos, 11% floração e 12% em germinação e desenvolvimento vegetativo. A ausência de chuvas afeta as lavouras em estágio reprodutivo de maneira mais intensa e o plantio está impactado pela reduzida umidade do solo.Milho Silagem: Tem continuidade a colheita de milho silagem no Estado. A produtividade dessas primeiras áreas está muito boa de maneira geral. As lavouras em fase reprodutiva estão sendo afetadas pela estiagem, principalmente nas regiões de Bagé, Santa Rosa, Santa Maria e Ijuí. Continua também o plantio de safrinha, sem maiores restrições na região Sul.Soja: A última semana foi caracterizada por umidade relativa do ar muito baixa em grande parte do Estado. As chuvas que ocorreram foram muito desuniformes e de baixos volumes e, em algumas localidades, acentuaram-se os sintomas de déficit hídrico. O plantio da soja segue suspenso onde não choveu e, em certas lavouras, não há estande adequado de plantas. Das lavouras implantadas, 6% estão em enchimento de grãos e 30% em floração, fases que mais exigem água.As atuais condições climáticas têm trazido preocupação para os produtores e podem causar perdas irreversíveis nas culturas de verão, principalmente na soja. Estão sendo realizadas aplicações preventivas de fungicidas contra ferrugem-asiática e de inseticidas para tripes e ácaro principalmente. (Seapi adaptado Sindilat RS)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1850 de 16 de janeiro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

A bovinocultura de leite manteve-se dentro da normalidade, com manejo predominante a pasto e alimentação diferenciada para vacas secas e terneiras. As pastagens estão em boas condições, garantindo oferta de forragem de qualidade para todas as categorias. 

O manejo sanitário segue estável, e é realizada vacinação de rotina. Porém, seguem sendo registradas ocorrências de mosca-dos-chifres, carrapato e berne.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as altas temperaturas durante o dia têm gerado estresse térmico nos animais, embora a disponibilidade de água ainda esteja suficiente na maioria das propriedades. 

Há registro de queda na produção de leite em Santana do Livramento, Alegrete e Manoel Viana. Na de Erechim, diminuiu o excesso de umidade e a formação de barro nos arredores das propriedades e estábulos, o que, consequentemente, reduz os riscos de doenças, como mastite, de problemas de casco e de lesões causadas por atolamentos e escorregões. 

Na de Frederico Westphalen, o bom desenvolvimento das pastagens aumentou o pastejo, favorecendo o bem-estar e a produção animal. 

Na de Ijuí, a produção de leite está em queda nas propriedades à base de pastagens devido à piora na qualidade e na oferta dos pastos, além das altas temperaturas, que impactam negativamente os rebanhos.

Na de Passo Fundo, foram observadas infestações de mosca-dos-chifres, carrapato e berne. 

Na de Pelotas, em Morro Redondo, quedas constantes de energia têm aumentado os custos com geradores e prejudicado a qualidade do leite. 

Em Rio Grande, cerca de 20% dos produtores estão finalizando o plantio com atraso em função da dependência da Patrulha Agrícola. 

Na de Porto Alegre, o rebanho bovino está em boas condições em virtude do planejamento forrageiro, mas a falta de chuvas começa a afetar o desenvolvimento das pastagens perenes recém-implantadas. 

Na de Santa Maria, os produtores continuam suplementando a alimentação com silagem e ajustando a dieta dos animais para evitar desequilíbrios nutricionais. 

Na de Santa Rosa, as altas temperaturas, somadas ao acesso de animais em áreas com barro, tem aumentado os casos de mastite e de contaminação do leite. Para evitar o estresse térmico e a exposição dos animais ao sol intenso, os produtores estão ajustando os horários de pastejo. (Emater/RS adaptado pelo Sindilat RS)


Jogo Rápido

Previsão do tempo semanal 
A previsão meteorológica para os próximos dias indica mudanças significativas no tempo no Rio Grande do Sul, com o avanço de um cavado que, a partir de sexta-feira (17/01), intensificará as condições para chuvas em várias regiões do Estado. Esse cavado dará origem a uma frente fria associada a um ciclone extratropical, provocando precipitações de intensidade fraca a moderada na maioria das áreas. Além das chuvas, a nebulosidade aumentará, e as temperaturas apresentarão elevação durante este período. No domingo (19/01), a frente fria avançará, trazendo chuvas de moderada a forte intensidade nas regiões da Campanha, Serra Gaúcha e Campos de Cima da Serra. Nas demais áreas, espera-se precipitação com intensidade de fraca a moderada, e a partir do entardecer, as temperaturas começarão a cair, marcando o início de uma nova onda de frio. Na segunda-feira (20/01), o ciclone extratropical sobre o oceano continuará influenciando o tempo no Estado, com chuvas persistentes nas regiões dos Campos de Cima da Serra, Planalto e ao longo da faixa litorânea entre a Região Metropolitana e o Sul. Nessas áreas, as precipitações serão de moderada a forte intensidade, enquanto no Planalto, Norte e Região Metropolitana, a chuva será mais fraca. As temperaturas devem permanecer amenas ao longo do dia. Para terça (21/01) e quarta-feira (22/01), a previsão é de retorno à estabilidade climática, com o ingresso de um anticiclone migratório sobre o Rio Grande do Sul. Com isso, as temperaturas amenas darão lugar a um gradual aumento, trazendo de volta o clima mais quente. Os acumulados de chuva variam conforme a região. Nas áreas próximas ao Litoral e em partes do Centro do Estado, os volumes devem oscilar entre 20 e 100 mm. Na Região Metropolitana, Vale do Taquari e Serra, os acumulados podem ultrapassar 100 mm. Já nas regiões da Fronteira Oeste, Campanha e Missões, os volumes esperados ficam entre 5 e 50 mm. No Extremo Norte e Extremo Sul, as chuvas também devem variar entre 10 e 100 mm em localidades específicas. A recomendação é que a população esteja atenta às atualizações meteorológicas e preparada para as possíveis condições adversas. (Seapi - Boletim agrometerológico)

 
 

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