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18/09/2026

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 18 de setembro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.225


Copom deve retomar alta da taxa de juros

Analistas ouvidos pelo Banco Central acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) subirá a taxa básica de juros para 10,75% nesta semana. O comitê se reúne para definir a nova Selic. Segundo o boletim Focus, divulgado ontem, o mercado prevê que haverá um aumento de 0,25 ponto percentual no patamar atual de 10,50%. Os dados mais recentes disponíveis, da sexta-feira, sugerem que a Selic deve subir 0,25 ponto percentual a partir desta quarta-feira, e chegar a 11,50% em janeiro de 2025. A partir dali, seriam três reuniões de estabilidade, com a possibilidade de um primeiro corte só em julho do ano que vem.

Apesar da expectativa consensual sobre qual deve ser a rota escolhida pela autoridade monetária, nem todos os agentes econômicos concordam com o caminho que parece mais provável nesta reunião -a primeira desde que Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, foi indicado pelo presidente Lula à presidência do BC.

Alguns acham que o Copom precisa ser mais agressivo na largada, com uma alta de 0,5 ponto 
percentual, enquanto outros defendem que a melhor opção seria manter os juros no patamar atual, na visão deles já bastante restritivo.

O economista-chefe da XP e ex-assessor no Ministério da Economia, Caio Megale, considera acertada a possibilidade de o BC iniciar um novo ciclo de subida de juros com uma elevação de 0,25 ponto percentual da Selic. “Quando se tem pouca visibilidade e muita incerteza, é melhor começar devagar e, ao longo do tempo, ir calibrando (o ritmo de ajuste). Se precisar, acelera (o passo) ou não. Mas começar de forma gradual, com 0,25 faz sentido”, diz. “Até outro dia eles 
estavam cortando os juros. É uma reversão de percepção de cenário”, acrescenta.

Para Tony Volpon, ex-diretor do BC e professor adjunto da Georgetown University, o Copom deveria dar um passo maior no primeiro movimento de alta para sinalizar com mais clareza ao mercado o tamanho do seu compromisso com a meta de inflação, sobretudo nesse momento em que a credibilidade da instituição está na mira devido à transição de comando.

Mas o economista considera que os dados mais recentes de inflação geram um “constrangimento” do ponto de vista político a um aumento de juros mais agressivo. Outra previsão que subiu, mas pela nona semana seguida, foi a inflação, que saltou a 4,35%, contra 4,30% da semana anterior. O mercado também elevou a expectativa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para 2025 (de 3,92% para 3,95%) e 2026 (3,6% para 3,61%). Um juro médio maior ao longo do ano que vem deveria fazer a inflação convergir mais rapidamente. Mas o Focus também mostrou que a projeção do mercado para a inflação acumulada em 12 meses em março de 2026 - o horizonte relevante do Copom - aumentou, de 3,77% na semana anterior para 3,81% nesta, com base nas projeções mensais. Na sua última reunião, o comitê estimava que manter a Selic estável em 10,5% seria suficiente para levar a inflação a 3,2% nesse mesmo horizonte.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que se preocupa que a seca que assola parte do país deve aumentar “um pouquinho” a inflação, e a sua pasta já revisou a expectativa do índice neste ano para 4,25%, contra 3,9% anteriormente. O dólar também está com uma previsão mais alta nesta segunda--feira, com os economistas projetando a cotação de R$ 5,40 para o término deste ano. Na semana passada, ele estava em R$ 5,35.

As medianas do Sistema Expectativas de Mercado, que subsidia o relatório Focus, continuam indicando um ciclo total de aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, a 11,5% em janeiro de 2025. Mas também passaram a sugerir menos cortes nos juros no ano que vem, com uma taxa média mais alta ao longo de todo o horizonte relevante do Banco Central. Um juro médio maior ao longo do ano que vem deveria fazer a inflação convergir mais rapidamente. Mas o Focus também mostrou que a projeção do mercado para a inflação acumulada em 12 meses em março de 2026 - o horizonte relevante do Copom - aumentou, de 3,77% na semana anterior para 3,81% nesta, com base nas projeções mensais. (Jornal do Comércio)


GDT: preços internacionais voltam a avançar

Grande parte das categorias lácteas voltaram a apresentar ajustes positivos nos preços, no 364º leilão de lácteos da plataforma GDT, realizado no dia 17/09. O GDT Price Index (média ponderada dos produtos) ficou em US$ 3.883/tonelada, como mostra o gráfico 1, com um aumento de 0,8% em relação ao evento anterior.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Neste leilão, os preços médios finais apresentaram menores oscilações, se comparado ao evento anterior. Nesse cenário, o destaque ficou para a categoria do queijo muçarela, que obteve uma valorização de 4,5%, sendo negociado na média de US$ 5.351/tonelada.
A principal categoria do leilão, o leite em pó integral, voltou a registrar alta, sendo negociado na média de US$ 3.448/tonelada, representando um aumento de 1,5% em relação ao evento anterior, da mesma forma, o leite em pó desnatado apresentou alta de 2,2% sendo negociado na média de US$ 2.809/tonelada. Em relação à queda, a única categoria que obteve variação negativa foi a manteiga, que apresentou pequena retração de 1,7%, fechando na média de US$ 6.546/tonelada.

Confira na Tabela 1 o preço médio dos derivados após a finalização do evento e a variação em relação ao evento anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 17/09/2024.


Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.
No segundo leilão de setembro, o volume negociado apresentou pequeno crescimento. Com um total de 38.814 toneladas sendo negociadas (o maior volume desde setembro de 2019), marcando um aumento de 1,2% em relação ao volume negociado no evento anterior, como mostra o gráfico 2.

Gráfico 2. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Em relação ao equilíbrio entre oferta e demanda do leilão, mesmo com o volume ofertado atingindo suas máximas dos últimos anos, o bom apetite das compras chinesas e de países do oriente médio tem dado maior sustentação aos preços. Para o leite em pó integral, por exemplo, o preço vem oscilando na faixa de USD 3.200 a USD 3.500 nos últimos meses.

No mercado futuro de leite em pó integral na Bolsa de Valores da Nova Zelândia, as projeções indicam preços próximos à estabilidade em comparação com os valores atuais, conforme mostrado no gráfico 3.

Gráfico 3. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2024.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

Vale destacar que o Brasil importa produtos lácteos principalmente da Argentina e Uruguai, que atualmente praticam preços acima do GDT. Isso se dá pela Tarifa Externa Comum (TEC), que chega a quase 30% para importações de fora do Mercosul.

As importações futuras brasileiras continuarão sendo influenciadas principalmente pela competitividade de preços entre os produtos importados e os produtos locais, além da disponibilidade dos nossos principais fornecedores internacionais de lácteos, a Argentina e o Uruguai.

Desta forma, o mercado de lácteos no Brasil enfrenta um cenário de preços ainda superiores aos praticados no Global Dairy Trade (GDT), embora a diferença tenha diminuído recentemente, devido às altas do último leilão.

Com o Brasil ainda pagando preços superiores aos outros principais mercados, o país ainda deve manter suas importações em patamares elevados. Entretanto, o crescente apetite de mercados que também são compradores do Mercosul, como Oriente Médio e Norte da África, pode refletir em uma disponibilidade mais apertada das vendas de lácteos da Argentina e Uruguai para o Brasil. (Milkpoint)

Da tela para a mesa: o impacto do Tik Tok no setor de alimentício

O TikTok, uma febre mundial com mais de um bilhão de usuários ativos, está revolucionando nossos hábitos alimentares. A plataforma, uma das maiores redes sociais do planeta, está influenciando significativamente o setor de alimentos e bebidas.

Com um algoritmo que prioriza a descoberta e a interação, o TikTok criou um ambiente onde receitas caseiras e dicas culinárias se espalham rapidamente, influenciando as escolhas e até os hábitos alimentares de milhões de pessoas. Diferente do Instagram, que valoriza a estética perfeita, o TikTok celebra a autenticidade e a diversidade, permitindo que qualquer pessoa compartilhe suas experiências - inclusive as culinárias - e inspire outros. 

De acordo com o relatório The Future of Food & Drink: how TikTok is influencing the way we eat (em tradução livre, O Futuro da Alimentação e Bebidas: como o TikTok está influenciando a maneira como comemos), elaborado pela agência Verve, diversas mudanças culturais no consumo de alimentos e bebidas estão ocorrendo na plataforma.

O relatório revela que há uma oportunidade de aprender não apenas como as pessoas compram, mas quando e onde elas compram. Elas misturam varejistas (de baixo valor a alto valor). Elas não fazem simplesmente uma "grande compra" por semana. Segundo o relatório, houve uma aumento de 95% em artigos da mídia sobre "truques de supermercado" do TikTok ano após ano (Brandwatch, janeiro de 2022). 

Além disso, o relatório destaca mudança no comportamento dos consumidores: estamos nos afastando de alimentos autoconscientes e esteticamente selecionados, geralmente promovidos por influenciadores e celebridades, e migrando para um cenário onde ‘todos têm uma chance’. Cozinhar de maneira imperfeita virou uma forma de entretenimento, com o prazer superando a busca pela perfeição.

Essa nova abordagem não apenas promove uma relação mais positiva com a comida, mas também oferece oportunidades para marcas se alinharem aos novos valores dos consumidores. As marcas precisam estar atentas às novas dinâmicas de compra, preparo e consumo, pois a influência do TikTok vai além das vendas imediatas, moldando as expectativas e percepções sobre o prazer e a experiência alimentar. 

Impacto do TikTok no mercado lácteo

Um exemplo claro desse impacto no setor de lácteos é o “boom” nas vendas de queijo cottage nos Estados Unidos. O fenômeno pode parecer exagerado, mas é real: o TikTok impulsionou as vendas dessa categoria a níveis surpreendentes. Segundo a Circana, empresa de pesquisa de mercado sediada em Chicago, nos Estados Unidos, as vendas de queijo cottage cresceram expressivamente no período de 52 semanas encerrado em 25 de fevereiro de 2024.

As vendas em dólares de queijo cottage aumentaram 16% em comparação ao ano anterior, alcançando US$1,33 bilhão, enquanto as vendas em unidades cresceram 11%, totalizando 485 milhões. Marcas próprias de supermercados lideraram o crescimento, mais do que dobrando as vendas em relação aos concorrentes. Mas, além das marcas próprias, várias empresas obtiveram excelentes resultados em relação ao ano anterior. O maior destaque foi a empresa Good Culture, cujas vendas em dólares aumentaram 87%, chegando a US$104 milhões, acompanhada de um aumento de 57% nas vendas unitárias, chegando a 35 milhões.

 “O queijo cottage está registrando um forte crescimento tanto para as marcas quanto para as marcas próprias de supermercados, já que o TikTok elevou toda a categoria”, disse John Crawford, vice-presidente de Insights do Client Insights-Dairy da Circana.

Além do queijo cottage, algumas subcategorias específicas mostraram força significativa. Um exemplo é o creme azedo, que teve um ano forte em geral. Suas vendas em dólares aumentaram 6% em relação ao ano anterior, chegando a US$1,76 bilhão.

O TikTok está redefinindo a maneira como nos relacionamos com a comida, criando tendências que vão além das redes sociais e impactam diretamente o mercado alimentício. Desde novas formas de consumo até o aumento nas vendas de produtos específicos, como o queijo cottage, a plataforma se tornou um verdadeiro impulsionador de mudanças culturais e comerciais no setor. 

E você, já foi influenciado por alguma receitinha que viu no TikTok? 

Fonte: Milkpoint
Referências: The Future of Food & Drink: how TikTok is influencing the way we eat | Dairy Foods: TikTok drives astronomical sales for cottage cheese


Jogo Rápido

Leite/Argentina
No último relatório do Observatório da Cadeia Leiteira Argentina (OCLA) foi apresentado um mapa com a quantidade de animais ordenhados e a quantidade de fazendas leiteiras cadastradas. A nível nacional, existem 9.241 unidades de produção de leite, que juntas contêm um rebanho de 1.471.497 vacas, a uma taxa de 159 vacas em lactação. A província de Córdoba possui o maior número de vacas leiteiras (465.826), o que representa 31,7% do total de animais leiteiros do país. Santa Fé segue de perto com 31,1%. Quanto ao número de explorações leiteiras, a lista é liderada pela província vizinha, com 3.202 unidades (34,6%), seguida por Córdoba com 2.601 (28,1%). Fonte: https://www.eldiariocba.com.ar via Portalechero.


 
 
 

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