Porto Alegre, 10 de setembro de 2024 Ano 18 - N° 4.219
Anuário Leite 2024 reúne análises para a cadeia produtiva e traz novidade em avaliação genômica multirracial
Anuário leite 2024 - A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – unidade Gado de Leite (Embrapa Gado de Leite) já disponibilizou ao mercado e produtores o Anuário Leite 2024 (acesse aqui). A publicação é considerada uma importante ferramenta para atualização dos pecuaristas. Além de reunir informações sobre o mercado lácteo, o material conta também com resultados de pesquisas e tendências para a produção. Uma das grandes novidades é a avaliação genômica multirracial, que está sendo desenvolvida.
Conforme o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Denis Teixeira da Rocha, o anuário vem para consolidar os principais dados e estatísticas da cadeia do leite no Brasil. Com os números, é possível traçar o que está acontecendo na cadeia como um todo, analisando desde a área do produtor, passando pela parte de comércio exterior – importação e exportação -, até a parte de indústria.
O anuário é importante porque, além dos dados que a Embrapa analisa, a gente tem participação de outras associações do setor e que contribuem com estatísticas de processamento de leite, dados da captação e do mercado de sêmen. O anuário também é muito utilizado pela cadeia como um referencial para a gente entender como é que foi o último ano da cadeia e fazer diversas análises”.
Entre as informações de mercado, o anuário mostrou que o ano de 2023 foi desafiador para a pecuária de leite no Brasil. No período, houve recorde nas importações de leite, principalmente da Argentina e do Uruguai. O ingresso desenfreado de leite importado no mercado impactou de forma negativa os rendimentos de toda a cadeia, afetando diretamente o produtor de leite.
Além da parte de análise da cadeia nacional e do mercado do leite, o anuário também reúne as novidades e os trabalhos desenvolvidos pela Embrapa no que se refere às pesquisas.
Anuário reúne pesquisas para avanço da produção de leite
Dentre as tecnologias abordadas, estão as práticas para recuperação de pastagens degradadas, técnicas para redução da pegada de carbono do leite e protocolo de biosseguridade em fazendas leiteiras.
Na questão da recuperação de pastagem degradadas, falamos da importância dessa recuperação e orientamos como o produtor pode fazer. A iniciativa é um programa de governo e que tem recebido investimentos importantes. Haverá recursos para a recuperação de pastagem e crédito subsidiado por programas de governos dentro dos planos safras”.
Há ainda soluções que estão em desenvolvimento e que, em breve, serão lançadas, como a avaliação genômica multirracial. A avaliação permitirá identificar animais Gir Leiteiro com genética superior para cruzamento com bovinos da raça Holandesa a fim de se obter o melhor Girolando.
A avaliação genômica multirracial vai reunir, pela primeira vez, os dados de três raças para fazer uma avaliação combinada. A maior parte da produção brasileira de leite vem do do cruzamento do Gir Leiteiro com o Holandês, que deu origem ao Girolando. A ideia é descobrir quais são os melhores animais para produzir esse animal cruzado, esse Girolando, nas diferentes composições sanguíneas”.
Na parte de transferência de tecnologia, conforme Rocha, o anuário destaca a iniciativa piloto de compartilhamento de conhecimentos e tecnologias focadas em bovinocultura de leite por meio da rede Embrapa com as empresas estaduais de assistência técnica e extensão rural. Em Minas Gerais, a parceria é com a Emater-MG.
Esse projeto é uma integração entre as pesquisas e a assistência técnica e extensão rural pública. Isso tem funcionado muito bem porque de nada adianta a gente gerar tecnologia e ela não chegar de forma eficiente no campo. A melhor maneira de fazer isso é de forma integrada com os órgão de assistência técnica”. (Diário do comércio)
Assembleia do RS vota novo projeto da reforma administrativa de Eduardo Leite
Projeto reestrutura carreiras na Segurança Pública, Fazenda, Procuradoria e Agricultura
O governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) dá seguimento à reforma administrativa que tem sido a principal pauta legislativa do Palácio Piratini neste segundo semestre de 2024. A Assembleia Legislativa deve votar nesta terça-feira (10) o projeto que faz alterações em carreiras da Segurança Pública, Fazenda, Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e Agricultura. O texto é uma sequência da reforma que iniciou-se com a aprovação da reestruturação de carreiras de servidores em julho.
As propostas mais robustas são na área da segurança pública e incluem novas contratações, reajuste de salários e alterações de cargos. O impacto previsto é de R$ 879,2 milhões entre janeiro de 2025 e dezembro de 2026, quando encerra-se o governo Leite. Portanto, a repercussão financeira será de cerca de R$ 440 milhões por ano. Alterações na Agricultura trarão impacto de menos de R$ 1 milhão por ano.
Na Polícia Civil, será criado um regime de sobreaviso, com hora remunerada no valor de um terço (33,3%) extra do subsídio. Também haverá a criação de 239 Funções Gratificadas (FGs), entre chefias de gabinete, diretorias de departamentos, chefes de divisão, etc.
Na Brigada Militar (BM), serão criadas 150 FGs, cuja remuneração varia de R$ 2.878,20 a R$ 8.669,70. No Corpo de Bombeiros Militar (CBM), serão criadas 64 FGs, com a mesma variação de subsídio.
Ainda haverá a valorização da carreira de soldado na BM e CBM com a extinção do nível III de soldados, que contam com a remuneração mais baixa de entrada de carreira. Atualmente, são quase 10 mil brigadianos e bombeiros que recebem R$ 4.970,61 no nível III e passarão ao nível II, recebendo R$ 5.716,20 (aumento de 30% na entrada). Só esta alteração deverá gerar impacto de R$ 556 milhões em dois anos aos cofres do Estado.
A partir da proposta, os soldados também precisarão de menos tempo para subirem de nível de remuneração. Atualmente, um soldado levaria 20 anos de serviço para ir do nível III ao nível I. Com o projeto, o tempo reduziria para 15 anos.
O texto também envolve o Instituto-Geral de Perícias (IGP), que terá equiparação entre carreiras, com maior amplitude remuneratória, ficando todos os cargos com 40% de amplitude. Também haverá redistribuição de vagas, com aumento de vagas em classes superiores. Ainda terá a criação de 97 FGs com salário entre R$ 1.950,00 e R$ 8.669,70.
A Susepe terá 207 novas FGs com a mesma variação salarial. Ainda haverá a criação de 500 novas vagas de agente penitenciário e 50 de agente penitenciário administrativo, além da redistribuição do quadro de vagas do Técnico Superior Penitenciário entre os graus.
Na Secretaria da Fazenda, a alteração fica por conta da nomenclatura da carreira de Técnico Tributário da Receita Estadual, que passa a ser Analista Tributário da Receita Estadual.
Na Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, haverá a criação de 45 FGs de técnicos agrícolas em 15 regionais do Estado. (Correio do Povo)
CCGL recebe mais de 800 participantes no XIV Dia de Campo
Nesta quinta-feira, dia 05, a área do Tambo Experimental da CCGL foi o cenário do XIV Dia de Campo, que reuniu mais de 800 participantes em um dia repleto de aprendizado e troca de experiências. Com 8 estações distribuídas ao longo do evento, os participantes tiveram a oportunidade de se aprofundar em temas essenciais para a produção leiteira, como fertilidade do solo, gestão eficiente e saúde animal.
O jovem Wesley Pfeifer, de Condor, destacou-se entre os participantes, representando a nova geração de produtores que aposta na inovação para o futuro da atividade. Terceira geração de sua família no leite, Wesley expressou o forte compromisso com a continuidade da propriedade: “Nós temos que estar sempre em busca de evoluir. Meu pai e meu avô lutaram para que essa propriedade estivesse de pé, e eu continuo nessa missão. O Dia de Campo é uma chance de agregar conhecimento e melhorar cada detalhe do que fazemos.”
Entre os temas abordados, a estação liderada pelos especialistas Dr. Jackson Fiorin e Dr. Tiago Hörbe tratou sobre práticas sustentáveis para revitalizar a fertilidade do solo, um assunto que ressoou especialmente com o produtor Zélio Teixeira Dias, de Pedras Altas. Para ele, o sucesso da produção leiteira está diretamente ligado ao respeito pelo meio ambiente: “É tudo um ecossistema. Precisamos respeitar e manter o ambiente para garantir que nossa produção tenha os melhores resultados. Trabalhamos em conjunto com a assistência técnica para que tudo funcione como deve, e o Dia de Campo é mais uma oportunidade de aprendizado.”
Outro destaque do evento foi o debate sobre o manejo fitossanitário no milho, conduzido pelos pesquisadores Dr. Mario Bianchi, Dr. Glauber Stürmer e Dr. Carlos Pizolotto, que compartilharam estratégias essenciais para proteger e maximizar a safra de milho, uma cultura fundamental para o equilíbrio da alimentação animal. Outro assunto abordado foi como maximizar o potencial reprodutivo através de uma gestão eficaz, conduzido por Douglas Manfro, Eduardo Demarco e Andréia Beck.
Rosalvo Mühl, produtor de Victor Graeff, ressaltou a importância do conhecimento técnico, que sempre pode ser aprimorado. "Por mais que a gente trabalhe com algo há anos, nunca sabemos tudo. Sempre há algo novo para aprender, seja com o técnico que visita a propriedade, com os pesquisadores ou até com os vizinhos. Hoje, com certeza, saio daqui sabendo algo que não sabia antes", afirmou, destacando a relevância de estações como a de manejo de bezerras e práticas de reprodução, que garantem o sucesso desde o nascimento até a otimização do rebanho. Thaís Endrigo, Victória Baldin e Jaqueline Alchieri apresentaram as melhores práticas para garantir um nascimento de sucesso.
Outro ponto alto foi a estação conduzida por Darlan Schwade, Renan Dillemburg e Amanda Godoy, que apresentaram a Smartcoop, uma ferramenta tecnológica que está transformando a gestão das propriedades rurais, facilitando o controle das atividades diárias e melhorando a eficiência produtiva. Além disso, a irrigação foi tema central em outra estação, com Michel Kraemer e Tiago Kunz destacando como essa prática pode transformar a produtividade nas propriedades.
Com foco na saúde animal, Dra. Natália Bastos e Dr. Éder Motta conduziram a estação que abordou a saúde ruminal e a importância de melhorar os sólidos no leite, reforçando a necessidade de práticas que assegurem a qualidade do produto final que chega à mesa dos consumidores.
Para a Gerente de Operações da CCGL, Silvana Trindade, o dia foi fundamental para divulgar alternativas práticas que tornam a atividade mais rentável, proporcionando um momento enriquecedor para discussões de alto nível técnico e fortalecendo ainda mais o relacionamento com os produtores de leite que abastecem a indústria.
O XIV Dia de Campo da CCGL reforçou o compromisso com o futuro do setor leiteiro, unindo tradição e inovação para fortalecer ainda mais o campo. Foi um dia de inspiração, conhecimento e crescimento para todos os envolvidos. (CCGL)
Jogo Rápido
O MAPA publica as portarias 716 e 1.124
A Portaria MAPA 716 revoga IN MAPA 16/25. Portaria Mapa 1.174 aprova o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de bebida láctea. Portaria MAPA nº 716, de 3 de SETEMBRO de 2024 Revoga a Instrução Normativa MAPA nº 16, de 23 de agosto de 2005. Acesse aqui a Portaria MAPA nº 716, de 3 de SETEMBRO de 2024 na íntegra. Acesse aqui a PORTARIA SDA/MAPA Nº 1.174, DE 3 de SETEMBRO DE 2024 na íntegra. (Terra Viva)