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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 27 de novembro de 2023                                               Ano 17 - N° 4.032


Crise do leite pode mudar forma como produtores e indústria fazem negócios

Leite - A produção de leite no país carece de políticas públicas de longo prazo, que aumentem a previsibilidade do negócio, avalia Caio Rivetti, vice-presidente da Comissão do Leite da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg). Por incrível que pareça, a atual crise pode ter dado o empurrão que faltava para o segmento.

Segundo Rivetti, a forte queda dos preços no campo obrigou produtores rurais e representantes da indústria a sentarem para discutir o problema e traçar caminhos para interromper ciclos ruins cada vez mais frequentes.

A volatilidade é intrínseca à atividade. Mas esta ocorreu em meio a um monte de coisas e problemas externos [ao setor]”, afirma Rivetti, que mantém 60 vacas em lactação, produzindo diariamente 900 litros, no município de Guaranésia. Ele fala com propriedade: desistiu da atividade em 2009 porque a conta não fechava, mas retornou em 2013.

Rivetti afirma que o setor ainda é desorganizado e desunido.

O produtor vê a indústria como inimigo, mas quando ele bate na indústria, ela bate de volta

Não é bom para ninguém. A crise fez todo mundo sentar para encontrar uma solução conjunta”, diz.

Um dos pontos que precisa mudar é a previsibilidade dos preços ao produtor. “Ainda tem fazenda que só vai saber o preço do leite 60 dias depois de entregar. Existe na legislação a obrigação de os laticínios falarem o preço antes do início do mês. Mas, no Brasil, tem leis que pegam e outras que não”, afirma.

Rivetti fornece leite exclusivamente à Danone Brasil, que mantém os produtores informados sobre os preços com antecedência, além de fazer contratos de médio e longo prazo.

Ano passado, quando o preço estava subindo, o produtor não queria fazer contrato. Agora, reclama que a indústria não quer. Eu [se eu fosse a indústria] também não iria querer”, afirma

Redução de produtores

O pecuarista Maurício Coelho, de Passos (MG), concorda que a relação do produtor com a indústria precisa avançar. “Boas empresas, dos dois lados, precisam ter visão de parceria de longo prazo. O setor ainda é desunido, e tem muito oportunismo. Produtor que não cria relacionamento e não entende que está ruim para todo mundo”, afirma.

Coelho diz que a crise deve enxugar o número de produtores no país, tirando do jogo principalmente aqueles que deixaram de investir por não acreditar na atividade. “Eles têm sistemas de produção desatualizados e não conseguem mais acompanhar”, afirma.

Segundo o produtor, vão sobrar apenas os produtores mais eficientes — e eficiência não é determinada, necessariamente, pelo tamanho da fazenda, afirma. Coelho tem 2 mil vacas em lactação, produzindo 50 mil litros por dia. A produção média, de 25 litros, supera em muito a média nacional, de 6 litros.

Diante da debandada de produtores, Coelho projeta uma queda na captação de leite, que pode provocar uma reação nos preços ao longo de toda a cadeia no próximo ano. “Crise não dura para sempre, e as consequências desta vão vir muito rápido”, afirma. (Fonte: Globo Rural)


Sinais de que a demanda da China por lácteos está se recuperando

Todos os meses, o Milk Monitor mergulha na indústria de laticínios e nos dá informações sobre o bom, o ruim, o feio e tudo mais. O ano está se encerrando, restando mais três leilões do Global Dairy Trade para 2023.

Os preços caíram 0,7% após o leilão de 8 de novembro e 2,7% para o leite em pó integral, encerrando a sequência de quatro altas consecutivas. O economista sênior de agro da Westpac, Nathan Penny, diz que, nessa perspectiva, os preços deveriam ter uma pausa.

Os preços do leite em pó integral subiram 20% nesse período, embora com uma queda acentuada. Após a queda de 8 de novembro, eles moderaram esse aumento para 17%. Penny diz que há sinais de que a demanda na China está se recuperando. 

Os dados econômicos recentes têm sido mais positivos do que o esperado, então isso pode se traduzir em maior demanda ao longo do tempo. Além disso, os Contratos 4 e 5 de leite em pó integral (para entrega em quatro e cinco meses) foram 8% e 9% maiores, respectivamente, do que o Contrato 1. 

"Este é o sinal mais claro até agora de que a retirada da tarifa de 10% a partir de janeiro impulsionará a demanda chinesa", diz ele no Agri Update do banco.

A Fonterra deixou sua previsão de preços do leite para 2023-2024 inalterada em sua reunião anual de meados de novembro – NZ$ 6,50-NZ$ 8 por quilo de sólidos do leite [equivalente a NZ$ 0,53-NZ$ 0,66 (US$ 0,32 - US$ 0,40) por quilo de leite] com um ponto médio de NZ$ 7,25 por quilo de sólidos do leite [NZ$ 0,60 (US$ 0,36) por quilo de leite].

Isso reflete a contínua redução da demanda por leite em pó integral, embora tenha havido um fortalecimento nos preços recentemente à medida que a dinâmica de oferta e demanda melhora, disse o presidente-executivo da Fonterra, Miles Hurrell, em seu discurso na reunião.

"Prevê-se que a produção de leite da Nova Zelândia seja levemente menor do que na temporada passada, enquanto o crescimento agregado do leite nos principais mercados de exportação também deve ficar abaixo da média. Do lado da demanda, ainda não está claro se a demanda mais forte vista nos recentes eventos do Global Dairy Trade será sustentada, então estamos cautelosos em nossas perspectivas."

Ele reconheceu que o forte resultado financeiro apresentado pela cooperativa foi devido à queda do preço do leite devido à redução da demanda e que os produtores estão enfrentando pressão dos altos custos de insumos.

Os olhos agora estarão voltados para o quão seco o país ficará até dezembro. Tem sido uma primavera razoavelmente decente até agora, com a chuva chegando nos momentos certos para manter o pasto crescendo após o inverno frio e úmido. Penny diz que a produção da primavera começou com firmeza, indicando que isso pode explicar a recente queda de preços, com a produção subindo 1,3% em comparação com setembro do ano passado.

"Os mercados de lácteos já vinham considerando o risco de seca devido ao padrão climático El Niño. Em nossa opinião, isso foi exagerado, já que os lençóis freáticos da Nova Zelândia são geralmente muito altos e a maioria dos agricultores tem bastante ração disponível. Isso ajudará a mitigar ou atenuar qualquer impacto da seca. Além disso, esperamos uma produção firme contínua em termos de variação anual durante o restante da primavera", diz ele.

Há também um sinal positivo para os preços dos fertilizantes, com a estabilidade de preços esperada para o início do Ano Novo, embora com um alerta sobre o conflito em Israel. O analista agrícola do Rabobank para insumos agrícolas, Vitor Pistóia, diz na atualização de novembro do banco que há um pequeno potencial de baixa nesse mercado, supondo que não haja interrupção das cadeias de suprimentos ou dos preços do petróleo bruto da guerra Israel-Hamas.

"Para os próximos cinco meses, prevemos que os preços internacionais da ureia caiam 11% em termos de dólar em comparação com o período entre novembro de 2022 e março de 2023, com os preços do fosfato diamônico (DAP) caindo 26% e o potássio caindo 41%." Em termos de dólar, isso equivale a 4%, 19% e 35% para ureia, DAP e potássio, respectivamente, diz ele.

Mas fundamental para que esses preços permaneçam baixos é o que acontecerá na guerra Israel-Hamas. O conflito está longe de onde Israel extrai fosfato e potássio e não houve suspensão da atividade portuária até agora, disse ele.

"Não só o fornecimento de fertilizantes está ameaçado, mas também petróleo bruto e gás natural e, portanto, fertilizantes nitrogenados. O Egito é um ator pesado neste setor. Uma escalada de conflito envolvendo o Egito viraria o mercado."

As informações são do Farmers Weekly, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.

Produção de Leite no Nordeste: Uma Ascensão Impressionante

Leite no Nordeste - Nos últimos três anos, a região Nordeste tem solidificado sua presença no mapa leiteiro do Brasil. Os números revelam um aumento significativo na produção, com a Bahia se destacando como líder regional.

Detalhando o Crescimento

Ao analisar a produção de leite na região Nordeste, nota-se um crescimento robusto:

Em 2020, a produção na Região Nordeste foi de 4.558.992 litros de leite. Já no ano seguinte, 2021, houve um aumento notável para 4.985.741 litros. E o crescimento não parou por aí: em 2022, a produção alcançou impressionantes 5.223.391 litros.

Os Grandes Produtores do Nordeste

Em 2022, no Nordeste, a Bahia liderou a produção de leite com 1.278.109 litros, seguida por Pernambuco com 1.178.998 litros e pelo Ceará, que produziu 1.063.705 litros.

O Rebanho Nordestino em Expansão

O crescimento na produção de leite está diretamente relacionado à expansão do rebanho na região.

Paralelamente ao aumento na produção, o número de vacas ordenhadas também demonstrou crescimento. Em 2020, foram ordenhadas 3.308.399 vacas. O ano de 2021 viu esse número subir para 3.557.503, e em 2022, a contagem chegou a 3.710.840 vacas ordenhadas.

Análise da Produtividade

Assim como a produção e o rebanho tenham crescido, a produtividade média, expressa em litros por vaca por ano, apresentou melhoras significativas.

Em 2020, os registros apontavam uma produtividade de 1.378 (litros/vaca/ano) , no entanto, 2021 viu esse número crescer, atingindo 1.401,5 (litros/vaca/ano). Mantendo esse crescente, em 2022, houve mais uma elevação nos dados apresentados, com a produtividade chegando em 1.407,6 (litros/vaca/ano).

A região Nordeste demonstra, através de seus números, a capacidade de crescimento e adaptação no setor leiteiro. Com investimentos contínuos e uma visão estratégica, o Nordeste pode se consolidar ainda mais como um dos principais polos produtores de leite do país.

Fonte: IBGE/Elaboração www.terraviva.com.br


Jogo Rápido

Whey protein fermentado para prevenção da atrofia muscular
Estudiosos destacaram as propriedades do whey protein fermentado, mediado por Lactobacillus gasseri IM13, na prevenção da atrofia muscular induzida pela dexametasona. Isso significa que, ao impulsionar a formação muscular, promover a síntese proteica e desencadear processos benéficos como autofagia, o whey protein fermentado revelou ser um aliado promissor na preservação da massa muscular.  (Fonte: BEBA MAIS LEITE - ESTUDO: Preventive effect of fermented whey protein mediated by Lactobacillus gasseri IM13 via the PI3K/AKT/FOXO patwhway in muscle atrophy. 2023; p. 1-14. DOI:Preventive effect of fermented whey protein mediated by Lactobacillus gasseri IM13 via the PI3K/AKT/FOXO pathway in muscle atrophy)


 

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