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10/07/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 10 de julho de 2023                                                        Ano 17 - N° 3.940


Balança comercial de lácteos: importações passam por novo avanço em junho

O mês de junho encerrou com o saldo da balança comercial atingindo o menor patamar dentro da série histórica – analisada desde janeiro/00.

Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo obtido no último mês chegou a -198,6 milhões de litros em equivalente-leite, um recuo de 2,9 milhões em relação a maio de 2023, como pode ser observado no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

As exportações passaram por uma queda de cerca de 200 mil litros em equivalente leite quando comparado com o mês anterior, chegando a um total de 6,9 milhões de litros exportado durante o mês de junho. Apesar da queda mensal (-2,9%) e anual (-11,9%), as exportações de junho atingiram o segundo maior patamar mensal de 2023, como mostra o gráfico 2. Com este resultado, o primeiro semestre de 2023 encerra com as exportações apresentando uma queda de 56,9% em relação ao mesmo período de 2022. 

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Já as importações continuaram em ritmo bem avançado e atingiram o maior volume importado em equivalente-leite desde outubro/16, com 205,5 milhões de litros, como mostra o gráfico 3. Com esse total, foi registrado um avanço mensal de 1,4% e um avanço anual maior ainda, de 146,8%. Desta forma o primeiro semestre de 2023 encerra com um volume importado 197% acima do obtido no primeiro semestre de 2022, com um pouco mais de 1 bilhão de litros em equivalente-leite importados neste período.

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Assim como no mês anterior, o principal fator envolvido com esse alto ritmo das importações é a competitividade de preço. Apesar dos preços praticados no mercado interno terem desvalorizado neste último mês, os preços internacionais dos principais fornecedores brasileiros no Mercosul, Argentina e Uruguai, também passaram por consecutivas quedas, mantendo os preços dos produtos importados ainda favoráveis.

Vale ressaltar também que as importações que chegaram ao Brasil durante o mês de junho tiveram suas negociações realizadas entre 30 e 60 dias antes, quando os preços praticados no atacado brasileiro se encontravam em altos patamares quando comparado com os últimos preços observados.

Em relação as categorias importadas, o maior avanço percentual obtido foi nos iogurtes, que teve um volume importado 58% acima do observado no mês anterior, chegando ao segundo maior volume mensal de 2023. Outros avanços mensais também foram observados no doce de leite (+19%), leite em pó desnatado (+19%) e leite em pó integral (+5%).

Apesar da variação mensal do leite em pó integral não ter sido tão impactante como as demais categorias citadas, o volume importado do produto chegou também ao maior patamar da série histórica (desde janeiro/00), com um pouco mais de 18 mil toneladas importadas.

Por outro lado, o leite modificado, os queijos e a manteiga passaram por variações mensais negativas em relação ao volume importado, de -33%, -19% e -18%.

Sobre as categorias exportadas, mesmo com a variação mensal negativa no total exportado, algumas passaram por importantes avanços, como o leite em pó desnatado, que obteve o maior volume exportado de 2023 (um pouco mais de 25 toneladas), ficando 4.043% acima do exportado em maio/23. O leite evaporado e o leite modificado também passaram por importantes avanços, de 509% e 139%, respectivamente.

Entretanto, todas essas categorias citadas possuem pouca representatividade dentro das exportações, tendo mantido o leite condensado como a principal categoria exportada, com esse produto enfrentando uma queda de 15% no volume total exportado.

As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de junho e maio deste ano.

Tabela 1. Balança comercial láctea em junho de 2023

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.

Tabela 2. Balança comercial láctea em maio de 2023.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.
 
O que podemos esperar para o próximo mês?

Para o mês de julho é esperado uma desaceleração no ritmo das importações. Apesar dos preços dos produtos importados ainda apresentarem maior competitividade frente aos preços internos, observa-se uma desaceleração da demanda do Brasil, com compradores brasileiros já abastecidos.

Porém, mesmo com a expectativa de recuo mensal no volume importado, quando considerado o pico nas importações de junho, espera-se que o volume se mantenha em um patamar considerado ainda alto, possivelmente acima do observado em julho de 2022.

No que diz respeito às exportações, ainda não é observado abertura na janela exportadora nos próximos meses, principalmente levando em consideração a tendência de queda nos preços internacionais. Isso torna os produtos de outros países, que são grandes exportadores de lácteos, mais competitivos em preços em relação aos produtos brasileiros. (Milkpoint)


Leite/América do Sul

Os relatórios mostram que existem resultados mistos sobre a produção de leite no Brasil no 1º trimestre, mas, na Argentina e Uruguai os dados mensais são mais estáveis. Claramente, a longa e persistente seca diminuiu, embora existam ainda relatos recentes de estiagens que estão mantendo a produção de leite em dificuldades. 

As expectativas de curto e médio prazo são totalmente diferentes das apresentadas em anos anteriores em relação à produção de leite no final do inverno e início da primavera. Existem informações de que o fenômeno El Niño está afetando o regime de chuvas na região. Apesar disso, alguns contatos avaliam que a produção poderá ser maior na Argentina e Uruguai, em comparação com os dois últimos anos. 

Os preços do leite ao produtor aumentaram devido à produção volátil e limitada de leite. Os preços da alimentação estão notavelmente elevados, em comparação com os anos anteriores à Covid-19, dada às limitações das colheitas de grãos e forragens causadas pelas condições seca do clima. O Brasil continua sendo o principal destino das commodities lácteas exportadas pela Argentina, Uruguai e Chile.

As expectativas de produção de leite no Brasil se fortaleceram no sentido de que existem sinais evidentes de que no final do inverno e início de primavera a captação cairá. Os preços dos lácteos em pó começaram a cair na região, se alinhando aos valores internacionais. A demanda asiática enfraqueceu, e os exportadores procuram os países do norte da África como um destino secundário para as commodities. Analistas avaliam que as distâncias maiores encarecem os produtos com os fretes, e assim, os preços atuais ficaram relativamente mais estáveis e as cotações do leite em pó integral e desnatado tendem a diminuir. (Fonte: Usda – Tradução Livre: Terra Viva)


Índice FAO dos Preços dos Lácteos

O Índice FAO dos preços dos produtos lácteos atingiu a média de 116,8 pontos em junho e está 33,4 pontos (22,2%) abaixo do valor de um ano atrás. O declínio em junho foi novamente liderado pela redução nos preços internacionais de queijo, como reflexo de amplas disponibilidades exportáveis, em particular da Europa Ocidental, onde a produção de leite atingiu o pico sazonal, em meio a vendas moderadas no varejo.

No último mês, os preços do leite em pó integral caíram ligeiramente em razão das fracas compras de importação por compradores do norte asiático e do aumento da oferta, em particular da Nova Zelândia. Já as cotações mundiais da manteiga aumentaram, sustentadas por uma demanda ativa para formação de estoques, principalmente procedentes do Oriente Médio, e pelo aumento das vendas internas no varejo da Europa Ocidental. Os preços do creme de leite aumentaram ligeiramente em razão de compras de importações mais elevadas para atender às necessidades de curto prazo em um contexto de preocupações relacionadas aos estoques no próximo mês, durante a baixa sazonal de produção de leite na Europa Ocidental. (Fonte: FAO – Tradução livre: Terra Viva)

 

Jogo Rápido

Mapa vai estruturar projeto para buscar financiamento de programas de recuperação de pastagens
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quinta-feira (6) com técnicos do Mapa, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Brasil para discutir a elaboração de um projeto para a captação de financiamento para programas de recuperação de pastagens degradadas no Brasil. A ideia é estruturar propostas para a captação de recursos internacionais que possam financiar técnicas de produção agropecuária sustentáveis no Brasil. “Vamos elaborar juntos um plano estruturado para que a gente possa captar recursos e intensificar esse programa de governo”, destacou o ministro Fávaro. Na reunião, o Banco do Brasil apresentou o mapeamento de todas as áreas degradadas do país e um plano de recuperação escalonada, com estimativas de financiamento. Segundo o estudo, o país tem atualmente cerca de 100 milhões de hectares de pastagens degradadas, sendo 35 milhões com degradação alta e cerca de 66 milhões de hectares com degradação intermediária. O BNDES apresentou propostas de cofinanciamentos em projetos de recuperação de biomas, de coinvestimentos em fundos já existentes e a possibilidade de elaboração de um novo fundo para investimentos externos. O ministro também destacou a importância do BNDES para aumentar os investimentos em infraestrutura e logística para escoamento da safra. “Isso tem que estar integrado, se não fizermos assim, vamos criar um gargalo, aumentando a produção sem aumentar a infraestrutura necessária para o setor”. Os técnicos irão finalizar a proposta nos próximos dias para levar a investidores privados e governamentais na viagem que será realizada pelo ministro e comitiva do Mapa no fim de julho ao Japão, Coreia, Emirados Árabes e Arabia Saudita.  (MAPA)


 
 
 

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