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27/06/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 27 de junho de 2023                                                        Ano 17 - N° 3.931


Importações de lácteos preocupa produtores

O setor lácteo, um dos mais importantes para o agronegócio gaúcho, amarga neste ano uma série de dificuldades: importação desenfreada de leite do Uruguai e da Argentina, tirando competitividade da indústria e renda dos produtores, estiagem, crise de cooperativas, falta de políticas para enfrentamento da guerra fiscal, abandono da atividade por parte de muitos produtores, apenas para citar alguns exemplos.

O primeiro semestre foi catastrófico e a tendência para o segundo não é muito animadora. "Diria que foi um semestre bem complicado, tivemos um início até bastante promissor, mas sempre com muitas preocupações. E o que a gente vislumbra é um segundo semestre também de muitas dificuldades", afirma o secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Darlan Palharini.

Frente à atual conjuntura, o dirigente destaca a importância da liberação, com urgência, de recursos do Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite do Rio Grande do Sul (Fundoleite), destinado a custear e financiar as ações,  projetos e programas de desenvolvimento da cadeia produtiva do leite bovino e dos seus produtos lácteos.

A verba viria a calhar justamente para o enfrentamento da questão da competitividade e também como defesa do produto lácteo perante as importações da Argentina do Uruguai, que tem entrado no País com preços muito competitivos frente aos praticados internamente.

Conforme dados do setor referentes ao mês de junho deste ano, levantados pelo Sindilat, apesar de todas as adversidades, de 2004 a 2021, a produção de leite no Estado cresceu 86,02%, passando de 2,36 bilhões de litros ao ano para 4,39 bilhões de litros ao ano, o que representa 12,26% da produção nacional. O Rio Grande do Sul conta com 39,3 mil produtores de leite, 864,6 mil vacas ordenhadas, sendo o terceiro maior produtor de leite do País.

São 241 indústrias de laticínios com inspeção (SIF, CisPoa e SIM) e 93,76% dos municípios com produção leiteira. Diante da crise no setor, a cadeia leiteira gaúcha registrou o abandono de mais de 50 mil produtores entre 2015 e 2023, segundo dados da Emater e do Sindilat. Atualmente, restam 39,3 mil agricultores em atividade no Estado. Mesmo frente às dificuldades, o Rio Grande do Sul segue em terceiro lugar no ranking dos maiores produtores de leite do País, perdendo apenas para Minas Gerais e Paraná.

Palharini ressalta que o Estado está consolidado em terceiro lugar, mas já foi o segundo, perdendo apenas para os mineiros. "Isso se deve à falta de políticas de enfrentamento da guerra fiscal, passa por uma questão realmente de perda de mercado e que nós estamos tentando recuperar".E, se para os produtores e indústria não está sendo fácil, para os consumidores menos ainda. O preço do leite chega a níveis impraticáveis pelo fato de uma mudança de patamar pós pandemia, em função da alta dos custos. 

"Vivemos numa alta dos preços da soja e dos farelos de soja e milho, aumento dos combustíveis. Hoje, a gente diria que o preço ao consumidor do leite está sempre por volta de R$ 5,00. Antes da pandemia era na faixa de, no máximo, R$ 3,00, o que obviamente, acaba impactando no consumo, já que a população não teve aumento de renda nessa mesma proporção", afirma Palharini.

O dirigente diz que a palavra inundação é a mais empregada por especialistas do setor lácteo gaúcho para caracterizar as importações brasileiras de leite, creme de leite e laticínios (exceto manteiga e queijo) da Argentina e do Uruguai. O volume é considerado gigantesco e já afeta a renda de produtores e a competitividade da indústria. Por consequência da alta disponibilidade desses produtos no mercado interno, estão ocorrendo expressivas quedas nos preços pagos pelo leite aos produtores, em um momento de entressafra que sempre teve um cenário favorável e de aumento dos preços pagos ao produtor.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) divulgou dados que apontam que, em relação a junho do ano passado, as importações brasileiras de leite e derivados 
tiveram aumento de 286,4% em valores negociados, chegando a US$ 263,2 milhões, e de 230,6% em volume de leite importado, atingindo 69,9 mil toneladas. O Rio Grande do Sul é o terceiro Estado que mais importou, chegando a US$ 34,1 milhões, com variação de 230,7% sobre o período de janeiro a abril de 2022. 

O presidente na Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva, diz que muitos produtores de leite estão abandonando a atividade por três motivos: pouca renda, custo alto e preço baixo que deixa o produtor sem renda. "Além de ser um trabalho penoso, 365 dias por ano", acrescenta o dirigente. A Emater faz levantamento anual do número dos produtores em atividade no Estado e é preocupante a redução desse número: em 2016, eram mais de 80 mil produtores no Estado e, em 2022, em torno de 40 mil, o que representa uma queda de 50%.

E o cenário é ainda mais desanimador: se o primeiro semestre do ano foi muito ruim para o produtor, o segundo promete novos resultados desfavoráveis, pois mesmo em tempo de entressafra, quando os valores do leite ao produtor deveriam estar aquecidos, a realidade é outra. 

"Estamos num momento em que deveriam estar subindo os preços, mas, na verdade, estão caindo. Estamos na contramão, e isso preocupa muito porque os custos estão muito altos, junto com isso as importações aumentaram quatro vezes nesses primeiros meses do ano. Tudo isso vai agravar a crise dos produtores e muitos vão acabar saindo da cadeia do leite", completa Silva. (Jornal da manhã)


Conseleite Paraná 
A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 27 de Junho de 2023 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Maio de 2023 e a projeção dos valores de referência para o mês de Junho de 2023, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana.

Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Junho de 2023 é de R$ 4,6200/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o  cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores  de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O  simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (Conseleite Paraná)

Por que devemos olhar o leite como um ambiente de negócios?

Variáveis internas e externas que impactam as mais diversas áreas de um segmento: assim pode ser definido um ambiente de negócios. Características de mercado, fatores sazonais, economia do país em que está inserido e várias outras incertezas englobam a dinâmica que compõem um mercado.

O ambiente de negócios vai ajudar a determinar a competitividade da cadeia láctea numa região e, portanto, o seu crescimento futuro.

Na produção de leite, ele vai desde a rede de serviços de atendimento e venda de insumos aos produtores de leite, passando pela infraestrutura de energia e a rede de indústrias compradoras de leite na região; as atividades concorrentes ao leite na região (soja, milho, boi, cana, laranja etc.) e a competitividade do leite frente a elas também faz parte do ambiente de negócios.

Na indústria, a qualidade das estradas para coleta de leite também influencia o seu desempenho e custos, bem como a qualidade do fornecimento de energia elétrica. Também para exemplificar, a questão tributária e a distância para os mercados finais ajudam a explicar o desempenho regional da cadeia láctea.

É sob essa perspectiva de análise e planejamento que Valter Galan, Diretor Técnico e de Novos Negócios na MilkPoint Ventures falará no primeiro dia de Interleite Brasil. Sua palestra, que terá como tema “Por que é importante olharmos para o ambiente de negócios no leite?”, trará uma abordagem ampla de possíveis caminhos para melhorar o ambiente de negócios na atividade leiteira. 

Associados Sindilat têm descontos para participar do 15º Milkpoint e do Interleite Brasil 2023

Os associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) têm garantido desconto de 10% na inscrição para participar do 15º Fórum MilkPoint Mercado e de 15% no Interleite Brasil 2023. Os dois eventos serão realizados de forma virtual e presencial na cidade de Goiânia (GO). 

Para realizar a inscrição no Fórum Milkpoint Mercado com desconto, clique aqui.

Para realizar a inscrição com desconto no Interleite Brasil 2023, clique aqui

As informações são do SINDILAT/RS e do Milkpoint


Jogo Rápido

Anúncio Plano Safra 2023/2024 com foco na sustentabilidade
Foi lançado nesta terça-feira (27), às 10h, em Brasília (DF), o plano de financiamento da agricultura e da pecuária empresarial no país. Os recursos da ordem de R$ 364,22 bilhões vão apoiar a produção agropecuária nacional de médios e grandes produtores rurais até junho de 2024. Os recursos são destinados para o crédito rural para produtores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e demais. O valor reflete um aumento de cerca de 27% em relação ao financiamento anterior (R$ 287,16 bilhões para Pronamp e demais produtores). O Plano Safra 2023/2024 incentiva o fortalecimento dos sistemas de produção ambientalmente sustentáveis, com redução das taxas de juros para recuperação de pastagens e premiação para os produtores rurais que adotam práticas agropecuárias consideradas mais sustentáveis. Do total de recursos disponibilizados para a agricultura empresarial, R$ 272,12 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização, uma alta de 26% em relação ao ano anterior. Outros R$ 92,1 bilhões serão para investimentos (+28%). Os recursos de R$ 186,4 bilhões (+31,2%) serão com taxas controladas, dos quais: R$ 84,9 bilhões (+38,2%) com taxas não equalizadas e R$ 101,5 bilhões (+26,1%) com taxas equalizadas (subsidiadas). Outros R$ 177,8 bilhões (+22,5%) serão destinados a taxas livres.   As taxas de juros para custeio e comercialização serão de 8% ao ano para os produtores enquadrados no Pronamp e de 12% a.a. para os demais produtores. Já para investimentos, as taxas de juros variam entre 7% a.a. e 12,5% a.a., de acordo com o programa. Confira o detalhamento do Plano Safra clicando aqui e assista no canal do Mapa no Youtube, clicando aqui. (MAPA)


 
 
 

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