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14/06/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 14 de junho de 2023                                                        Ano 17 - N° 3.922


Balança comercial de lácteos: importações voltam a crescer em maio - Parte 02 de 02

As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de abril e março deste ano.
 
Tabela 1. Balança comercial láctea em maio de 2023.

Tabela 2. Balança comercial láctea em abril de 2023.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.

O que podemos esperar para o próximo mês?

Diferentemente do que era esperado no início de 2023, por conta das dificuldades climáticas causadas pela La Ninã, a produção de leite na Argentina (principal fornecedor das importações brasileiras) encerrou o mês de abril com uma variação anual positiva, deixando o resultado da produção no país nos primeiros quatro meses do ano praticamente em linha com o observado em 2022 no mesmo período.

Dessa forma, um dos principais fatores que impulsionava a expectativa de queda nas importações neste ano não se concretizou, permitindo esse aumento observado no mês de maio.

Portanto, para os próximos meses, ainda é esperada uma variação mensal negativa nas importações por conta da oferta interna que deve começar a aumentar com o fim da entressafra do leite, principalmente na região Sul (maior região produtora atualmente e que possui sua entressafra antecipada em relação às demais regiões). Porém, com o resultado visto na produção argentina até o momento, as importações devem encerrar o 1º semestre do ano ainda em alta quando comparado com 2022, com o resultado do 2º semestre ficando próximo do que foi visto no ano anterior.

Além disso, é preciso salientar que os preços internacionais ainda seguem competitivos frente aos preços praticados no mercado interno, mesmo com as recentes desvalorizações observadas nos principais derivados lácteos brasileiros desde a segunda quinzena de abril.

Já para as exportações, ainda não há evidências de uma abertura significativa de janela exportadora para o mercado brasileiro, dessa forma é esperado que o volume exportado se mantenha em linha com o observado recentemente. (Milkpoint)


Quem são os maiores consumidores de lácteos?

Mulheres são as maiores consumidoras de iogurte, enquanto os homens na faixa de 70 anos ou mais são os que mais bebem leite. Essas são algumas conclusões do estudo aqui apresentado.De acordo com os dados preliminares do Censo Demográfico/IBGE, de 2022, o Brasil tem cerca de 208 milhões de habitantes. Isso significa que o setor de leite e derivados tenha cerca de 208 milhões de possíveis consumidores, que diferem em credo, gênero, raça, idade, cultura etc. Além disso, esses consumidores estão cada vez mais informados o que faz com que sejam criteriosos nas suas escolhas alimentares num cenário de constantes oscilações econômicas. Portanto, pode-se afirmar que está cada vez mais difícil vender leite e derivados no Brasil e atender às necessidades desses consumidores. Diante disso, torna-se fundamental conhecer o mercado se a proposta é atender de forma adequada e eficiente às demandas desse público.

Estudos anteriores da Embrapa Gado de Leite, em parceria com a UFJF-Universidade Federal de 
Juiz de Fora, identificaram características específicas dos consumidores de leite e derivados no país. 

Nesse âmbito, as principais constatações das pesquisas foram:

• Quando se considera o total de lácteos, as crianças e adolescentes se destacam como os maiores consumidores
• Crianças e adolescentes são também os maiores consumidores de bebidas lácteas e 
leite fluido
• O consumo de queijos aumenta com o avanço da idade dos consumidores 
• Não há diferença significativa de consumo total de lácteos entre os gêneros
• Regiões de maior renda média têm maior consumo de leite e derivados

No entanto, seguindo a abordagem do marketing, são aqui analisadas as personas do leite brasileiro. 

Persona é a caracterização ou definição do perfil do consumidor ideal, ou seja, do maior consumidor de determinado produto. Para isso, foram empregados os microdados da mais recente Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE. Essa pesquisa de consumo é realizada por meio do preenchimento de diários alimentares por parte de amostra significativa da população brasileira com mais de 10 anos. 

A tabela 1 apresenta a definição da persona de queijos, iogurte e leite. 

PESSOAS QUE CONHECEM A PRODUÇÃO DE LEITE SÃO OS MAIORES CONSUMIDORES

Para o leite, o modelo empregado utilizou apenas dados de consumo de leite puro, uma vez que o leite consumido combinado com outros alimentos é considerado em outra categoria na POF. As variáveis significativas no modelo de definição da persona foram: gênero, geração, classe de renda e local de moradia (zona urbana ou rural). Já as variáveis escolaridade, localização geográfica e raça não foram significativas e, portanto, foram retiradas da análise.

O modelo revelou que os homens da chamada geração ‘Silenciosa’, ou seja, aqueles nascidos antes de 1945, pertencentes à classe AB e residentes na zona rural, são os maiores consumidores de leite. 

Não se pode afirmar que sejam produtores de leite, mas são grandes fazendeiros, visto que vivem no meio rural e dispõem de renda elevada. Assim, esse resultado mostra que as pessoas que conhecem a produção de leite e, muito provavelmente, os benefícios do produto, são os seus maiores consumidores. 

Essa informação é relevante para posicionamento de mercado e orientação de campanhas de marketing do setor.

A persona do iogurte é mulher da geração Y (nascida entre 1981 e 1995), da classe AB e residente em zona urbana, o que indica perfil bem diferente da persona do leite. Quando se analisa cada variável individualmente, observa-se que o fato de ser mulher influencia muito o consumo de iogurte. As mulheres consomem, em média, 3,7 kg de iogurte por ano, enquanto os homens ingerem 2, 4 kg, ou seja, diferença de mais de 50% no consumo. Esse resultado está alinhado com trabalhos científicos que mostram que as mulheres tendem a buscar mais produtos com apelo de saudabilidade.

Outra variável que tem forte impacto no consumo de iogurte é a renda. Brasileiros da classe AB ingerem quase duas vezes mais iogurte que aqueles da classe C e mais de três vezes o consumo da classe DE.

No caso dos queijos, os maiores consumidores são do sexo masculino, pertencem à geração Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1960), classe AB e residem na zona rural. Nesse sentido, o maior consumidor de queijo se assemelha muito ao maior consumidor de leite, com exceção da geração a que pertencem. Na realidade, quando se refere ao consumo, estas duas gerações (Silenciosa e Baby Boomers) refletem indivíduos mais maduros, em muitos casos aposentados, com estabilidade financeira.

Dessa forma, essa análise dos maiores consumidores evidenciou que diferentes produtos lácteos 
apresentam diferentes personas, o que deve ser entendido e trabalhado no marketing do setor de forma a ampliar cada vez mais o consumo desses produtos.

Fonte: Kennya B. Siqueira, pesquisadora da Embrapa Gado de Leite; João Pedro Junqueira Schettino, mestrando em Modelagem da Universidade Federal de Juiz de Fora; Marcel de Toledo Vieira, professor de Estatística da Universidade Federal de Juiz de Fora; Ygor Martins Guimarães, estudante de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Juiz de Fora. Via Anuário do Leite 2023 - EMBRAPA

Seminário debate impactos da reforma tributária nesta quinta e sexta-feira

O Instituto de Estudos Tributários (IET) promoverá, nesta quinta e sexta-feira (15 e 16/6), um seminário para debater a reforma tributária. O evento será realizado de forma híbrida, sendo o presencial no Auditório Bill Hewllett da TECNOPUC (Avenida Ipiranga, 6681 - Prédio 99 A - térreo). A iniciativa visa aprofundar e esclarecer o processo a partir de temas apresentados por especialistas da área.  

Ainda serão abordadas pautas como a viabilidade constitucional das propostas em curso, as repercussões contábeis e os impactos nos diferentes setores, inclusive no agronegócio. 

Segundo o coordenador do seminário Arthur Ferreira, o intuito é debater a proposta que está em vias de ser levada à votação no Congresso Nacional, tendo em vista a profunda alteração que a mesma provocará no Sistema Tributário Brasileiro, caso aprovada. “Especialmente em razão dos riscos de oneração de determinados setores econômicos que sofrerão aumento de carga tributária - inclusive o setor agro-, bem como os riscos de abalos na nossa federação”, acrescenta. 

O valor da inscrição presencial para associados IET, IBDT, ABRADT, SESCON e CDEA é de R$ 360. Alunos da pós IET são isentos da taxa. Para estudantes de graduação o investimento é de R$ 280, de pós-graduação R$ 420 e demais profissionais de R$ 480. Na modalidade on-line, a taxa é de R$ 120 para IET, IBDT, ABRADT, SESCON e CDEA; de R$ 80 para alunos da graduação; R$ 160 pós-graduação; e R$ 240 para demais profissionais. As vagas são limitadas. As inscrições devem ser realizadas clicando aqui.  (Assessoria de imprensa SINDILAT/RS)


Jogo Rápido

Inscrições para a etapa final do 2º Prêmio Referência Leiteira vão até o dia 30 de junho
As inscrições para a segunda etapa do 2º Prêmio Referência Leiteira se encerram no dia 30 de junho. O mérito tem como objetivo reconhecer o trabalho realizado por produtores que estão vinculados à indústria de laticínios do Rio Grande do Sul. Para participar, é necessário enviar o material de apresentação por e-mail para jries@emater.tche.br ou sindilat@sindilat.com.br. Os cases serão reconhecidos em seis categorias, sendo elas Inovação, Sustentabilidade Ambiental, Bem-estar Animal, Protagonismo Feminino, Sucessão Familiar e Gestão da Atividade Leiteira. Os vencedores receberão um troféu, certificado e um notebook. A revelação dos resultados e a entrega dos prêmios acontecerão durante a Expointer que, neste ano, ocorre de 26 de agosto a 3 de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). A iniciativa é promovida pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat), pela Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) e pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). O regulamento completo e a ficha de inscrição estão disponíveis no site do Sindilat.  (Assessoria de imprensa SINDILAT/RS)


 
 
 

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