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13/06/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 13 de junho de 2023                                                        Ano 17 - N° 3.921


Balança comercial de lácteos: importações voltam a crescer em maio – Parte 01 de 02

Após a recuperação no saldo da balança comercial de lácteos obtida no mês de abril, maio encerrou com um novo recuo.

Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo obtido no último mês chegou a -195,6 milhões de litros em equivalente-leite, ficando 60 milhões de litros abaixo do resultado do mês anterior, chegando ao segundo menor patamar de 2023, atrás somente do resultado obtido em março, como mostra o gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

As exportações seguiram aumentando no mês de maio e chegaram a um volume total exportado de 7,10 milhões de litros em equivalente-leite, 1,27 milhão de litros acima do mês anterior, sendo esse o maior resultado obtido até o momento em 2023, como mostra o gráfico 2. Porém, o resultado obtido seguiu abaixo do observado em 2022. Em relação ao mês de maio de 2022 houve uma queda de 38% (4,32 milhões de litros em equivalente-leite), enquanto em relação ao total exportado nos primeiros cinco meses do ano, 2023 se encontra 48% abaixo do total exportado no mesmo período de 2022. 

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Em relação às importações, o mês de maio encerrou obtendo o segundo maior resultado no ano, em cerca de 202,7 milhões de litros em equivalente-leite, ficando 60,8 milhões de litros acima do total importado em abril e somente 452 mil litros abaixo do mês que possui o maior resultado de 2023 até o momento, março. Quando comparado com o resultado de maio de 2022, o aumento obtido também foi muito significativo, em 217,1% (138,8 milhões de litros), como pode ser observado no gráfico 3. 

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Um dos fatores relacionados a esse forte aumento nas importações no último mês é a queda na oferta brasileira, que ocorre sazonalmente devido a entressafra do leite. Além disso, o baixo patamar dos preços internacionais e o real se valorizando frente ao dólar têm mantido os preços dos produtos importados competitivos frente aos nacionais (que passaram por aumento de janeiro até agora).

Sobre as categorias importadas, somente um produto registrou variação mensal negativa, o doce de leite, em cerca de -30%, sendo que no mês de abril, o doce de leite havia sido o único produto a obter variação mensal positiva.

Entre todos os demais produtos, que passaram por acréscimo na importação no último mês, o destaque em variação percentual foi obtido pelos leites modificados, que passaram por um aumento mensal de 464%, chegando ao maior volume importado em um mês em 2023, cerca de 15,15 toneladas.

Enquanto em relação aos produtos de maior representatividade nas importações, o soro de leite também passou por um aumento significativo nas importações de maio, obtendo uma variação mensal de 134%, também atingindo o maior volume importado de 2023 até o momento. E este mesmo resultado mensal recorde para este ano também foi observado no leite em pó integral, que passou por um aumento mensal de 51% (e seguiu sendo o principal produto importado), nas manteigas (+ 104%) e nos queijos totais (+27%).

Nas categorias exportadas, três produtos passaram por variações mensais negativas, sendo eles os leites modificados (-33%), o leite UHT (-26%) e a manteiga (-21%), enquanto os destaques positivos ficaram por conta do leite em pó desnatado, com um pouco mais de 600 quilos sendo exportados, 2.920% acima do exportado em abril/23, e por conta do leite em pó integral, com quase 108 toneladas exportadas, 1.362% acima do mês anterior. O principal produto exportado seguiu sendo o leite condensado, que também passou por variação mensal positiva, em 24%. (Milkpoint)


Anuário do Leite 2023

A Embrapa Gado de Leite, em parceria com a Texto Comunicação, lançam o Anuário Leite 2023. A publicação tem como temática principal, o leite baixo carbono, que se configura como uma demanda da sociedade, mas que também é uma grande oportunidade a ser explorada pelo setor. E o Anuário mostra que já temos muito conhecimento baseado em ciência gerado pela Embrapa e parceiros para respondermos a essa demanda. Além disso, a publicação traz os principais números do setor e análises dos mercados nacional e internacional, bem como outros temas de destaque como leite A2, queijos artesanais e novidades da pesquisa já disponíveis para a cadeia. Para baixar gratuitamente é só acessar o site da Embrapa Gado de Leite, clicando aqui.As informações são da Embrapa

Equipamento torna mais eficiente análise do leite

SondaLeite, desenvolvida pela Embrapa, oferece classificação segura da qualidade do produto captado nas propriedades e detecta o leite “lina” que, mesmo não sendo o padrão, pode ser aproveitado pela indústria

Uma das produções mais tecnificadas e com maior controle de qualidade é a do leite. Há anos, a atividade está submetida a uma série de normativas que aumentaram a segurança em relação à captação, à temperatura e ao trânsito do produto, de forma a garantir um alimento livre de impurezas ao consumidor. Neste âmbito, uma inovação criada pela Embrapa, o SondaLeite se soma ao esforço de sanidade e também oferece à indústria uma ferramenta de melhor aproveitamento das matérias-primas produzidas pelas fazendas. O equipamento, desenvolvido pelas unidades da Embrapa Instrumentação e Clima Temperado, detecta de forma precisa e rápida qual classificação define o leite coletado e levado à análise, se normal, lina (leite instável não ácido) ou ácido.

Atualmente, o teste do álcool é utilizado nas fazendas no momento de carregar o leite cru para os caminhões de transporte que vão levá-lo à indústria. Este exame é responsável por mostrar se o leite pode ser carregado ou não, garantindo que um leite ácido (inútil para o processamento), será descartado. A Embrapa pesquisou a utilização do SondaLeite como um teste alternativo a esse − e que deve entrar em execução nos próximos meses − que identificará composições do leite que podem ser aproveitados pela indústria mesmo que não estejam na categoria normal. Ou seja, a metodologia permite apontar dentro do leite que seria classificado como ácido, uma composição do líquido que pode ser aproveitada. Por meio de ondas luminosas, o equipamento conseguirá detalhar a composição em apenas 25 segundos. 

Segundo a pesquisadora da Embrapa Clima Temperado Maira Balbinoti Zanela o teste “mede a reflexão de luz em vários comprimentos de onda no leite”, identificando o leite tipo “lina”. Esta alteração na qualidade se dá no desequilíbrio no sistema de produção, com a perda de caseína. No teste do álcool, esta característica define o lina erroneamente como ácido e, portanto, descartável. As pesquisas relacionadas ao lina começaram em 2002, conforme a pesquisadora, mas e o desenvolvimento do SondaLeite teve início em 2019, foi interrompido na pandemia e retomado no final do ano passado, com novos testes de detecção da estabilidade do leite cru. 

O teste do álcool, regulamentado pela Instrução Normativa nº 62, é obrigatório desde 2011. Foi escolhido por ser rápido e confiável para mostrar se o produto está plenamente apto a ser carregado. Contudo, composições de leite como o lina podem ser usados pela indústria, principalmente na alimentação animal ou em outros produtos que passem pelo processo de pasteurização.

Maira Zanela esclarece que o leite cru tem composição muito variável entre as regiões e os rebanhos do Estado do Rio Grande do Sul. Desta forma, neste momento a pesquisa está comparando os resultados obtidos pelo SondaLeite com outros testes semelhantes, como o próprio teste do álcool. Mesmo com toda essa tecnologia embarcada, Maira reforça que o equipamento deve ser de fácil e rápida operação, sem deixar de ser seguro. “Na verdade, ele faz a leitura sozinho: coloca-se o leite no equipamento e se dá o comando que pode ser feito pelo próprio celular. A ideia é que ele já te dê o resultado final, em uma forma de fácil visualização se o leite é normal, ácido ou lina”, explica a pesquisadora. 

Estudos relacionam o lina à problemas decorrentes da deficiência nutricional das vacas leiteiras, o que resulta num leite com essa formulação específica. 

De acordo com Darlan Palharini, secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), esse problema já foi maior no Rio Grande do Sul, mas, neste momento, estima que cerca de 2% do leite produzido pelos gaúchos se enquadrem na categoria Lina. “A incidência é maior em produtores menores, com menos infraestrutura, mas não quer dizer que nos grandes não aconteça”. 

Segundo Darlan, houve um investimento dos produtores em complementos e aditivos para a nutrição das vacas leiteiras, o que pode ter reduzido a incidência. “Mas a pesquisa não deixa de ser relevante para diminuir ainda mais os prejuízos dos produtores. Como tivemos essas últimas estiagens, pode ter ocorrido um pouco mais”, reconhece o dirigente do Sindilat.

SondaLeite
Equipamento portátil, utiliza feixes de luz para classificar o leite como normal, lina ou ácido, no local em que é produzido;

É uma ferramenta capaz de eliminar a interferência humana, incertezas e minimizar os prejuízos da cadeia leiteira, especialmente para os pequenos produtores;

Permite a identificação do chamado lina (leite instável não ácido), cuja detecção ainda é um desafio pelos métodos convencionais;

Tecnologia aguarda parceria para licenciamento e comercialização;

Poderá ser utilizado diretamente no campo, acoplado em caminhões de coleta a granel, bem como no laboratório, ou instalado nos tanques de resfriamento, em laticínios e cooperativas. (Correio do povo)


Jogo Rápido

Pesquisa desenvolvida pela Embrapa trigo do Rio Grande do Sul comprovou que o trigo é capaz de sequestrar mais carbono do que emite para a atmosfera. E em tempos de agricultura de baixo carbono, essa é uma ótima notícia, como conta o chefe geral da Embrapa trigo, Jorge Lemainski. Assista aqui. (Youtube Agro+)


 
 
 

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