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19/04/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 19 de abril de 2023                                                            Ano 17 - N° 3.884


Leite/América do Sul

Contatos da região dizem que os padrões climáticos sazonais começam a trazer chuvas necessárias para diversas áreas do continente. Ainda assim, o outono é um pouco mais quente do que o normal. 

O calor, no entanto, não é suficiente para afetar o conforto animal. Agentes do setor esperam que as chuvas, apesar da temperatura mais elevada, possam fazer com que as pastagens cresçam na temporada outono/inverno. A produção de leite continua limitada, e as mudanças não esperadas no curto prazo, para reverter os efeitos da seca prolongada e do calor persistente de vários anos, especialmente, em algumas áreas da Argentina e Uruguai. Muitos fazendeiros tiveram que vender suas férias para o mercado de carne diante da grave falta de pastagens e aumento dos custos da ração que prevaleceram por três anos consecutivos. 

O interesse brasileiro por importações é voraz. Argentina e Uruguai continuam enviando commodities lácteas para o grande vizinho. Contatos sul-americanos, tanto de fora como de dentro do Brasil, dizem que essa tendência deve mostrar inflexão em algum momento, mas, atualmente, as importações são notáveis, mês após mês, ano após ano.

Como as fábricas de processamento do Mercosul continuam lutando com a oferta limitada de leite, não há expectativa de que os preços caiam tão cedo, mesmo que outros mercados globais venham sofrendo pressão de baixa.

Os esperados da safra de milho e soja continuavam caindo na Argentina. Já o mercado global de grãos espera uma produção robusta do Brasil, enquanto seus vizinhos esperam uma das piores safras. As expectativas de rendimento dos grãos uruguaios são semelhantes às da Argentina, já que os padrões climáticos, mesmo que tenham melhorado um pouco antes, não devem chegar a tempo de ter efeitos sobre os grãos já plantados. (Fonte: Usda – Tradução Livre: Terra Viva)  



FAZENDA RAR: EMPREENDEDORISMO SOB TODOS OS ÂNGULOS

A Fazenda RAR, localizada em Vacaria/RS, traz em seu DNA a força empreendedora e o legado de seu fundador, produzindo leite de qualidade que resulta em um produto final de excelência: o legítimo queijo Grana.O que vem primeiro: o leite ou o queijo? Na Fazenda RAR, os queijos do tipo Grana chegaram muito antes da produção de leite. Essa inversão da lógica foi o resultado da ousadia e visão empreendedora daquele que deu início ao grupo que leva a marca de seu nome e seu legado, o Sr. Raul Anselmo Randon.

Os grandes braços do Grupo Randon requerem um pouco de história para serem compreendidos, já que contêm a força empreendedora marcada pela vida e legado do saudoso Sr. Raul Anselmo Randon. Quem nos ajuda a contá-la é Ângelo Lacerda Serrano, Médico Veterinário e Gerente da Fazenda RAR há 16 anos. “Vou tentar ser o mais fiel possível à versão dos fatos”, promete ele.  

"Seu Raul Randon comprou essa fazenda em Vacaria, região dos Campos de Cima da Serra Gaúcha, em 1976. Ele foi um pioneiro na região ao plantar maçãs. Naquela época, ninguém conhecia, ninguém cultivava maçãs ainda. A maçã era toda importada para consumo no Brasil. Nessa época, a fazenda tinha apenas cavalos Puro-sangue e algumas vacas usadas para a produção de leite destinado ao pessoal da fazenda, apenas para consumo interno", explica ele.

Na década de 1990, um amigo sugeriu que Seu Raul criasse um laticínio de queijo italiano na fazenda. A princípio, relutou, pois sabia que muitos laticínios estavam falindo. Esse amigo o convenceu a visitar um laticínio na Itália, que foi a inspiração para o negócio. Inicialmente, o Sr. Raul passou a importar o queijo, como uma espécie de teste para o mercado brasileiro. Com o sucesso das vendas, a construção do laticínio na Fazenda RAR foi iniciada. A RAR é a única empresa fora da região produtora de queijo Grana na Itália que tem permissão para produzir esse tipo de queijo. “Seu Raul comprou o direito de produzir o queijo Grana de um consórcio produtor na Itália e importou algumas vacas da raça Holandês dos Estados Unidos para começar a produção de leite”, conta Ângelo. A notícia do avião que chegou com as vacas importadas ganhou destaque na imprensa local e internacional. “Imagina só a curiosidade das pessoas ao saberem de um carregamento de 65 vacas Holandês prenhes chegando ao Aeroporto Internacional de Porto Alegre em um voo proveniente dos Estados Unidos”.

O ciclo da produção 

A Fazenda RAR conta com um setor dedicado exclusivamente à maternidade, que inclui tanto a fase pré-parto, que ocorre cerca de 30 dias antes do nascimento do animal, quanto a própria maternidade, onde ocorre o parto em si e o bezerreiro, onde os animais permanecem até atingirem cerca de 80-90 dias de idade, até que estejam prontos para serem transferidos para a próxima fase do ciclo de vida. Cada um dos três subsetores tem equipes de funcionários trabalhando em três turnos diferentes para garantir que os animais recebam os cuidados e atenção necessários em todas as fases de desenvolvimento.

O responsável pelo setor realiza uma série de procedimentos essenciais para garantir bem-estar dos animais, incluindo a identificação da bezerra e a colostragem. Essa última é feita até uma hora após o nascimento e repetida após oito horas. Todo esse cuidado inicial é fundamental para garantir um bom desenvolvimento das bezerras. Depois disso, o animal é transferido para o bezerreiro, onde outra equipe assume a responsabilidade de cuidar dos animais até o desaleitamento. Na sequência, cada bezerra é acomodada em uma casinha individual com cama de palha de trigo, além de ter água e ração à vontade desde o primeiro dia. Durante os primeiros 70 dias de vida, a bezerra é alimentada com leite. Posteriormente, aos 80 ou 90 dias, o animal é transferido para o setor de recria. 

Durante os primeiros seis meses de vida, são mantidos em lotes com cerca de 25 a 30 animais. Somente aqueles entre seis meses e um ano permanecem no pasto. Com um ano ou treze meses, os animais são transferidos para um lote maior, o lote de inseminação, em um galpão com espaço adequado para cada animal, mas sem as divisórias de cama. Quando o animal é diagnosticado como prenhe, segue para outro lote. Cerca de 25 dias antes do parto, os animais são levados para um setor de pré-parto. Após o parto, quando alojados em outro setor, os pelos do úbere são removidos e a cauda é tosada antes da ordenha.
O animal permanece no circuito de ordenha até cerca de 60 dias antes do próximo parto, quando é transferido de volta para o pré-parto e o processo se repete. Na fazenda, são realizadas três ordenhas diárias, com início nos intervalos de 7h30, 15h30 e 23h30. Trata-se de uma ordenha rotatória com 50 postos. Cada turno é composto por um grupo de trabalho, que inclui ordenhadores, tratadores e responsáveis pela limpeza das instalações.

No final, tudo vira queijo 

Todas as estratégias nutricionais e de infraestrutura foram adotadas com o objetivo de produzir o leite adequado para a fabricação do queijo tipo Grana. “Para garantir o bem-estar e conforto, os animais são confinados desde o pré-parto até a lactação. Durante o período de produção, os animais não podem consumir alimentos que contenham clorofila ativa, já que isso afeta a cor da gordura do leite. Em vez disso, a alimentação do rebanho é composta de silagem, pré-secado ou feno, que ajudam a inativar a clorofila.”, explica Ângelo. 

A produção de queijo na RAR acontece dentro da mesma área da fazenda, cerca de quinhentos metros do laticínio. O leite produzido no local passa por um sistema de resfriamento instantâneo e é armazenado em tanques isotérmicos de 20 mil litros, sendo que cada turno possui um tanque específico. Os tanques são levados em uma sequência específica para a fábrica de queijos todos os dias, e o processo de fabricação acontece internamente, sem a necessidade de utilizar leite de terceiros. “Atualmente, nossa produção de leite está entre 45 a 47 mil litros, e nosso objetivo é aumentá-la para 60 mil litros. Para alcançar essa meta, estamos focados em manter a alta qualidade do nosso leite, com sólidos e proteínas elevados. Além disso, nosso queijo é produzido a partir de leite não pasteurizado, o que exige um alto padrão de qualidade”. De acordo com Ângelo, a produção de leite é altamente dependente das pessoas envolvidas no processo, que têm um impacto significativo no resultado final, seja positivo ou negativo. “Como o setor opera 24 horas por dia, 365 dias por ano, é essencial que as pessoas envolvidas estejam altamente comprometidas e motivadas. Para garantir isso, é necessário que essas pessoas sejam bem remuneradas e se sintam valorizadas pelo trabalho que realizam”.

Atualmente, a estrutura hierárquica da fazenda é composta pelos diretores e o CEO, o gerente e todo o time da fazenda, composto por um coordenador e um agrônomo. Além disso, há um facilitador para cada setor da fazenda. “Por exemplo, há um facilitador administrativo que lida com as questões de RH, controladoria e lançamentos. Existe um facilitador da ordenha que gerencia os três turnos de ordenha e é liderado por Rosa, uma profissional com mais de 20 anos de experiência na fazenda, que começou como ordenhadora e agora é responsável pelos três turnos de ordenha. Cada facilitador recebe um salário diferenciado e tem possibilidades de crescimento diferentes, mas todos possuem conhecimentos práticos sobre a operação da fazenda”, explica Ângelo. 

Futuro do leite 

Ângelo entende que a produção de leite é uma atividade feita de desafios e oportunidades. Segundo ele, o maior desafio está relacionado à gestão dos custos: “Nós atuamos como um vendedor externo para a fábrica, que é nosso único cliente e nos paga o preço de mercado. Além disso, o crescimento é outro desafio que demanda estabilidade. Não é fácil fazer crescer organicamente um rebanho Holandês”. Apesar desses desafi os, Ângelo tem uma visão de futuro positiva. Ele acredita que o crescimento é fundamental para o sucesso da produção e afi rma que não vão parar com a capacidade atual da infraestrutura, e prevê mais investimentos. Como diria Seu Raul “o céu é o limite”. (Revista Leite integral)

Megaoperação do Vigifronteira apreende mais de 90 toneladas de produtos irregulares nos estados da região sul do país

A ação resultou em um prejuízo aos infratores de aproximadamente R$ 6 milhões em multas e apreensões

Para combater o trânsito irregular de alho, cebola, agrotóxicos, bovinos, produtos de origem animal e demais produtos e insumos agropecuários, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou em conjunto com agências estaduais e federais uma megaoperação nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 

A 35ª Operação Ronda Agro do Programa de Vigilância em Defesa Agropecuária para Fronteiras Internacionais (Vigifronteira) apreendeu 90 toneladas de produtos de origem vegetal, incluindo alhos e cebolas, 2,8 toneladas de produtos de origem animal, 29.530 litros de bebidas contrabandeadas e clandestinas, 900 litros de agrotóxicos, 122 unidades de produtos veterinários e 37 bovinos em situação irregular. 

Ao todo, foram emitidos nove autos de infração, 10 termos de apreensão e 14 termos de inspeção e fiscalização que resultaram em um prejuízo aos infratores de aproximadamente R$ 6 milhões em multas e apreensões. Também foram realizadas quatro prisões em flagrante e três conduções para a delegacia de polícia para investigação de atividades ilícitas relacionadas ao crime de contrabando. 

A ação de fiscalização ocorreu nos municípios de Foz do Iguaçu, Santo Antônio do Sudoeste, Barracão, Capanema, Flor da Serra do Sul, São Borja, Porto Xavier, Horizontina, Bossoroca, Porto Vera Cruz, Dionísio Cerqueira, São Miguel do Oeste e Cacoal. 

As equipes estiveram em um depósito de cebolas e alhos contrabandeados, três propriedades rurais, uma revenda de produtos veterinários, seis estabelecimentos importadores de produtos de origem vegetal, três fábricas clandestinas de aguardente e cinco estabelecimentos comerciais de bebidas. Também foram fiscalizados 90 veículos e uma aeronave.

A importação irregular de produtos de origem animal e vegetal, além de ser uma concorrência extremamente desleal para os pequenos e médios produtores brasileiros, também constitui uma das principais formas de introdução e disseminação de pragas e doenças animais em áreas livres, o que pode prejudicar todo o agronegócio brasileiro. 

As operações do Vigifronteira integram o Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF). As ações são organizadas pelo Mapa de maneira integrada com órgãos federais e estaduais. Participaram da 35ª Operação Ronda Agro, a Adapar, Cidasc, Seapi, Receita Federal do Brasil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e as Polícias Civis e Militares nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.  (MAPA)


Jogo Rápido 

Mapa, Fazenda, MMA e MDA alinham diretrizes do Plano Safra 2023/2024, com foco na agricultura de baixo carbono
Ministro Fávaro disse que as tecnologias agrícolas de baixa emissão de carbono deverão nortear as políticas de crédito rural do país Quatro ministros se reuniram nesta terça-feira (18) para debater mecanismos de estímulo à produção sustentável de alimentos dentro do Plano Safra 2023/2024. Participaram do encontro os ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, da Fazenda, Fernando Haddad, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.  O ministro Fávaro ressaltou que as tecnologias agrícolas de baixa emissão de carbono vão nortear as políticas de crédito rural. “O Plano Safra 2023/2024 terá a agricultura de baixo carbono como linha mestra. Tenho certeza de que faremos o melhor Plano Safra da história do Brasil”, disse Fávaro, que está em missão oficial em Londres e participou da reunião virtualmente. Segundo ele, o governo está totalmente comprometido com a transição sustentável da produção agrícola. A ideia é que o Plano Safra tenha condicionantes positivas, para que os produtores que aderirem às práticas sustentáveis possam ter melhores condições de financiamento. Segundo Haddad, o Ministério da Fazenda está imerso na agenda de transformação ecológica do país. “Se somarmos esforços, poderemos fazer da agenda ambiental a principal agenda de desenvolvimento do país”, disse. O secretário-executivo em exercício do Mapa, Luiz Rodrigues, disse que as tecnologias de agricultura de baixo carbono também ajudam a criar resiliência para o produtor rural. “Temos que construir uma agricultura contemporânea, sustentável, com uso de agricultura digital e que também seja resiliente. E esse Plano Safra vai ajudar a aumentar a resiliência da agricultura”. O Plano Safra 2023/2024 irá aliar o financiamento das tecnologias agrícolas de diversas áreas com a sustentabilidade da produção. O estímulo pode ser desde o acesso às práticas de assistência técnica, até a concessão de bônus. “Estamos definindo quais as formas de conceder esses benefícios”, explicou o secretário de Política Agrícola em exercício do Mapa, Wilson Vaz. A ministra Marina Silva lembrou que a proposta de agricultura de baixo carbono para o Plano Safra surgiu de uma conversa entre ela e o ministro Fávaro, ainda em janeiro, e afirmou que o Brasil pode ser ao mesmo tempo uma potência agrícola, florestal e hídrica. Segundo ela, o Plano Safra deverá evoluir para que toda a agricultura seja de baixa emissão de carbono. “Podemos chegar a um nível em que os tomadores de recurso poderão receber bônus por esse cumprimento de normas de natureza sustentável para agricultura de baixo carbono”.  O uso de bioinsumos e o incentivo à agricultura regenerativa devem estar presentes no Plano Safra, destacou o ministro Paulo Teixeira. “A transição para uma agricultura regenerativa é um desafio que não podemos adiar, temos que responder imediatamente”, disse.  (MAPA)

 
 

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