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17/02/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 17 de fevereiro de 2023                                                    Ano 17 - N° 3.844


Sindilat reforça necessidade de medidas para proteger a indústria leiteira frente o Mercosul

A necessidade de implementação de políticas públicas, por parte dos governos gaúcho e federal, que protejam a indústria leiteira gaúcha frente aos incentivos que vêm sendo concedidos ao setor no Uruguai e na Argentina foi reforçada durante a primeira reunião de 2023 do Conselho da Agroindústria (Conagro). O encontro contou com a participação do secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul, Ernani Polo.O fortalecimento do mercado leiteiro através de medidas de apoio fiscal, conforme o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, sempre foi descartado pelo governo federal sob a alegação de que feriria acordos firmados pelo Mercosul. “O que defendemos é que os países vizinhos, ao adotarem estas políticas de incentivo, acabaram por abrir um precedente para que o Brasil possa efetivamente olhar esta questão novamente e de uma outra forma”, apontou, ao informar que o sindicato está fazendo um estudo sobre os benefícios concedidos para a indústria na Argentina, e para os pequenos produtores, no Uruguai.Ainda com relação ao Mercosul, Marcos Oderich, vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Ciergs), acrescentou que a falta de unificação das legislações que tratam da rotulagem dos produtos também tem sido um entrave para os negócios. “Na parte dos produtos de alimentação, temos três legislações distintas e com exigências diferentes como para as informações nutricionais. Não há equalização e precisamos fazer uma rotulagem para cada país, aumentando os custos na indústria”, ponderou. 
 
Créditos da fotos: Gisele OrtolanDe acordo com o secretário Ernani Polo, as demandas serão levadas em agendas que estão sendo construídas com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e com o de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. “Vamos estabelecer uma dinâmica em que a pasta do Desenvolvimento Econômico atue de forma transversal e integrada às demais estruturas do Estado e da União para dinamizar o fortalecimento de todos os setores produtivos gaúchos, buscando ainda a atração de investimentos e a abertura de mercados”, apontou.

No encontro, que aconteceu na quarta-feira (15/02) na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre, integrantes do Conagro e o representante do governo gaúcho acertaram ainda manter uma rotina de encontros para dar seguimento às pautas que foram destacadas e que incluíram a necessidade de medidas de combate à estiagem a fim de garantir a produção de insumos, como o milho, para a cadeia de proteína. “São temas de desenvolvimento e de sobrevivência. Vamos fazer o possível para avançar através de um trabalho conjunto”, apontou Alexandre Guerra, coordenador do Conagro e vice-presidente do Sindilat. (As informações são da Assessoria de Imprensa do Sindilat/RS)


EMATER: Informativo Conjuntural 1750 de 16 de fevereiro de 2023

BOVINOCULTURA DE LEITEPor conta da dificuldade de haver pastagens suficientes para suprir as demandas dos rebanhos leiteiros, os produtores estão aumentando o uso de alimentos suplementares, como feno, rações, resíduos de lavoura, para evitar uma queda ainda maior da produtividade. As temperaturas se mantiveram elevadas e afetaram o bem-estar dos animais devido ao estresse térmico, reduzindo o consumo de alimentos. A escassez e a má qualidade da água impactam diretamente os parâmetros de qualidade do leite, pois geram um aumento expressivo nos casos de problemas de acidez do leite. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a sequência de dias de temperaturas muito elevadas, incluindo as temperaturas noturnas, causou grande estresse e limitação no consumo de forrageiras pelas matrizes bovinas. Mesmo em propriedades que ainda dispõem de oferta razoável de pasto verde, os produtores relatam que os animais evitam o deslocamento para a realização do pastejo devido ao calor extremo. Em Candiota, muitos açudes estão secos, e outros praticamente só possuem água de má qualidade. Em Hulha Negra, os produtores que dependem quase exclusivamente de feno e de silagem, além da ração, estão com grande dificuldade de comprar os produtos. Na de Caxias do Sul, em função da baixa umidade nos campos, há uma paralisação no crescimento das forragens, reduzindo a oferta de alimentos. Houve registro de queda na produção de leite em diversos locais. Os produtores que possuem estoques de silagem aumentaram o volumoso da dieta dessa fonte de nutrientes. Na de Erechim, as chuvas propiciaram melhora nas condições das pastagens, aumentando a produtividade das vacas leiteiras. Na de Ijuí, o calor excessivo está prejudicando o processo reprodutivo das vacas, aumentando a taxa de retorno ao cio e o intervalo entre partos. Na de Frederico Westphalen, a baixa qualidade da silagem, a falta de pastagens em quantidade e qualidade e, principalmente, a falta de água repercutirão nos próximos meses, provocando a redução na produção e/ou a elevação do custo de produção pelo aumento no uso de alimentos concentrados. Na de Passo Fundo, os produtores voltam a manifestar preocupação com a elevação dos custos de produção do leite. Na de Pelotas, em Pedras Altas, as aguadas não estão em condições de serem utilizadas para o consumo dos animais. Em Turuçu, houve considerável queda na produção de leite e, apesar das chuvas, ainda há dificuldade de alimentar os animais, pois as pastagens foram bastante prejudicadas pela estiagem. Na de Porto Alegre, o rebanho leiteiro ainda necessita de ampla suplementação na dieta. Há registro de intensa infestação por carrapatos. Os produtores seguem com dificuldade de comercialização das vacas de descarte. Na de Santa Rosa, como resultado da diminuição de oferta de forragem, há uma redução de 17% na produtividade diária. Muitos produtores estão comprando áreas de plantio de milho para garantir a produção de silagem. As fontes de água apresentam nível baixo em algumas propriedades, e os produtores estão utilizando água da rede pública para dessedentação animal. Na de Soledade, como resultado do calor excessivo e da restrição alimentar pela baixa oferta de pasto, estimam-se perdas médias na faixa de 18% na produção de leite. MILHO SILAGEM
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, onde são cultivados aproximadamente 20 mil hectares, boa parte dos produtores realizou novo plantio. Contudo, na segunda safra, observa-se o forte ataque de cigarrinha na cultura. Na de Frederico Westphalen, os efeitos da estiagem continuam a comprometer a produtividade e a qualidade do produto. A colheita alcançou, na semana, 98% da área estimada de aproximadamente 37 mil hectares cultivados na região. Na de Santa Rosa, o milho silagem safra tem seu corte antecipado, uma vez que o produto está secando rapidamente e apresentando perdas na produtividade, além da redução da qualidade de silagem. (Emater/RS)O que é novo (e o que não é) nas ações do RS para enfrentar a estiagem

Ao apresentar o Supera Estiagem, Estado coloca no radar medidas de curto, médio e longo prazo; uma das grandes novidades é a anistia no programa Troca-Troca de Sementes

Das ações apresentadas pelo governo do Estado nesta sexta-feira (17) para o enfrentamento da estiagem, há as que se enquadram como novidade e as que representam a continuidade de ações adotadas no ano passado, em tempos igualmente de falta de chuva. A anistia de produtores familiares que participam do Troca-Troca de Sementes está na categoria de demandas agora atendidas — e soma R$ 22,5 milhões. A liberação de R$ 17,4 milhões para 220 municípios cadastrados poderem construir cisternas (660 no total), com a minuta do decreto já pronta e publicação prevista para as próximas semanas, é a concretização de iniciativas do Avançar RS de 2022, para citar dois exemplos.

Para o que batizou de Supera Estiagem, o governo do Estado elencou anda quatro eixos de ação, com tempos diferentes: curto, médio e longo prazo. 

— É a superação da estiagem que estamos passando e também ações para as que vierem. A situação de estiagem afeta fortemente a economia do Estado — justificou o governador Eduardo Leite, pontuando os números ainda ressonantes das perdas registradas no ano passado.

O Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária teve um tombo de 50,5% (conforme dados até setembro) e teve um papel decisivo no recuo de 6,6% do PIB gaúcho, frente a um crescimento de 3,2% do brasileiro. Com frequência recorrente, nos últimos quatro anos, três foram de estiagem, o governador entende que o governo federal precisa desenvolver um programa permanente, semelhante ao direcionado ao combate da seca no Nordeste (guardadas as proporções de cada realidade, como frisou Leite).

Entre as emergências já impostas pelo tempo presente e as necessidades a serem supridas no tempo futuro, a irrigação volta à cena como um dos pontos cruciais para o enfrentamento  perene da falta de chuva (no verão, diga-se de passagem). Para chegar lá, será necessário escalar algumas montanhas. A começar pelos entraves legais que são apontados como impeditivo para o avanço do sistema no RS — na soja, principal cultura de verão, apenas 2,38% da área era irrigada na safra 2021/2022. Como as divergências na área do Bioma Pampa, que são alvo de ação do Ministério Público Estadual e vinham sendo tratadas em um  grupo de trabalho com integrantes das partes interessadas.

O chefe da Casa Civil, Artur Lemos, afirmou que até o final do primeiro semestre uma proposta será apresentada pelo governo ao MP, na tentativa de se chegar a um acordo.  

No que diz respeito à irrigação, há ainda a proposta de subvenção de projetos de irrigação, via Avançar RS, em uma soma de R$ 20 milhões. Já há minuta do decreto. 

— No momento que tivermos clareza do nosso orçamento, poderemos expandi-lo. O Estado vai avançar na proporção do que a gente confirme e tenha a disponibilidade orçamentária, mas não estamos deixando de agir imediatamente com algumas ações — explicou o governador, em relação à decisão em ação movida por Estados em relação à exclusão das tarifas de transmissão e distribuição e dos encargos setoriais (Tust e Tusd) da base de cálculo do ICMS sobre as operações com energia elétrica.

A votação em plenário pode representar o acréscimo ou a perda de R$ 2 bilhões por anopara as receitas do Estado. (Zero Hora)


Jogo Rápido 

Estado terá temperatura mais amenas pelos próximos dias
A temperatura permanecerá mais amena no Rio Grande do Sul pelos próximos sete dias. É o que aponta o Boletim Integrado Agrometeorológico 07/2023, elaborado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga. No decorrer da sexta (17/02), o deslocamento de uma frente fria vai provocar chuva em todo o Estado, com possibilidade de temporais isolados. No sábado (18) e domingo (19), a presença de uma massa de ar seco manterá o tempo firme, com temperaturas amenas em todas as regiões e mínimas inferiores a 10°C em diversas localidades. Na segunda (20) e terça-feira (21), o ingresso de ar quente e úmido manterá a elevação das temperaturas, com maior variação de nuvens e pancadas de chuva, típicas de verão, nos setores Norte e Nordeste. Na quarta-feira (22), o tempo seco vai predominar em todo o Estado, com temperaturas próximas de 35°C na maioria das regiões. Os totais de precipitação previstos deverão oscilar entre 10 e 20 mm na maioria das localidades. Nas faixas Norte, Nordeste e no Extremo Sul, os volumes deverão variar entre 20 e 35 mm. O boletim também aborda a situação das culturas de soja, milho, hortigranjeiros, tomate e uva, além da situação das criações de bovinos de leite e da apicultura. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em  www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPDR)


 
 
 

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