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26/01/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 26 de janeiro de 2022                                                       Ano 16 - N° 3.585


Chuva é essencial para tentar salvar "metade" da lavoura no RS
 
Se fosse possível frear o avanço das perdas causadas pela estiagem no Rio Grande do Sul neste momento, a fatura a ser paga já seria alta.
 
Estimativa feita pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro-RS) mostra que considerando apenas o valor bruto da produção (ou seja, o faturamento), o tempo seco causou prejuízo de R$36,14 bilhões aos produtores gaúchos. Considerando a matriz insumo-produto, com o efeito que cada real "dentro da porteira" gera fora dela, o impacto financeiro tem um alcance ainda maior: R$ 115,67 bilhões só com as culturas de soja e de milho.
 
São cifras que impressionam, principalmente porque essa não é uma matemática fechada. A manutenção do tempo seco só fará crescer os prejuízos. E nem mesmo a volta da umidade será capaz de hidratar o que ficou pelo caminho.
 
— Se o clima normalizar, vamos salvar 50% da safra. Não tem mais chance de acontecer o que aconteceu o ano passado — pondera Paulo Pires, presidente da Fecoagro-RS, em relação ao recuo projetado na cultura da soja, conforme a Rede Técnica de Cooperativas (RTC).
 
Levantamento feito com 23 associadas indica que, até o último sábado, as lavouras de soja já acumulavam perdas médias de 48,7% — mas que também chegam a 70% em alguns casos. A título de comparação, no dia 4 de janeiro, o percentual médio era de 24%. 
 
Essa redução é em relação ao que se esperava colher no início da atual safra — cerca de 22 milhões de toneladas. Geomar Corassa, gerente de pesquisa da CCGL e coordenador da RTC, pondera que "a sequência de dias com altas temperaturas e sem chuva pode conduzir a prejuízos ainda maiores":
 
 — Dada essa deficiência hídrica, a solução neste momento é a chuva. A produtividade média esperada para o ciclo vigente era de 60,2 sacas por hectare. Agora, caiu para 31 sacas. Da mesma forma, o segundo boletim apresentado pela Emater apontou um avanço do quadro da estiagem, com mais de 253 mil propriedades afetadas no RS. É um contingente 22% maior do que há apenas IO dias, quando saiu o primeiro balanço parcial. Outra informação que dá dimensão dos estragos causados vem dos pedidos de Proagro (seguro). Até o dia 20, 6.521 comunicações haviam sido feitas à Emater. (Zero Hora)

Retomada faz arrecadação federal aumentar 17,36% reais em 2021

“Lucratividade crescente” levou receita com IR de empresas e CSLL a crescer 31% acima da inflação no ano



A arrecadação federal terminou o ano passado com alta real de 17,36% em relação a 2020 e no maior patamar da série histórica, conforme divulgado ontem pela Receita Federal. O resultado foi influenciado principalmente pela retomada da atividade econômica. Além disso, o secretário especial do órgão, Julio Cesar Vieira Gomes, afirmou 

que há indícios de continuidade do crescimento da arrecadação neste início de ano, mas não deu mais detalhes sobre o tema.
De acordo com as informações publicadas pela Receita, a arrecadação federal alcançou R$ 1,878 trilhão em 2021, contra R$ 1,479 trilhão no ano anterior. A série histórica, já corrigida pela inflação, tem início em 1995.

“O primeiro [fator] sem sombra de dúvidas foi o processo de recuperação econômica pelo qual passamos em 2021”, disse, em apresentação realizada para comentar os números do ano passado. “Temos uma tendência já pelos dados de janeiro de 2022 que essa retomada do crescimento econômico aumentará, será crescente durante o ano.”

Gomes destacou, por exemplo, que as “empresas tiveram lucratividade crescente em 2021”, com a arrecadação do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) aumentando 31%, sempre em termos reais, em relação a 2020. Com isso, a arrecadação do IRPJ/CSLL superou os R$ 393 bilhões no ano passado.


No entanto, aproximadamente R$ 40 bilhões dos R$ 393 bilhões corresponderam a pagamentos atípicos do IRPJ/CSLL, de acordo com o órgão. Ainda assim, segundo a Receita, caso fossem considerados todos os fatores “não recorrentes”, a arrecadação ficaria em R$ 2,056 trilhões - acima portanto do observado. Isso porque as compensações tributárias tiveram impacto negativo de mais de R$ 216 bilhões.
Além da “recuperação da lucratividade das empresas”, o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, chamou a atenção positivamente para o desempenho da arrecadação ligada a commodities e à “recuperação parcial” do mercado de trabalho.

Segundo ele, o crescimento da arrecadação “explicará a redução do déficit” primário do governo federal no ano passado. O resultado primário de 2021 será divulgado amanhã pelo Tesouro Nacional.
“Vamos encerrar 2021 com déficit apurado muito menor em relação ao que havia sido estimado, graças ao desempenho da arrecadação dos tributos federais”, disse, lembrando que no início do ano passado a estimativa era de um déficit primário de R$ 248 bilhões.

Questionado sobre as afirmações do secretário a respeito do bom desempenho dos dados no primeiro mês do ano, Malaquias afirmou apenas que “em janeiro os tributos arrecadados decorrem de fatos geradores em dezembro” e que “a Receita continua acompanhando o desempenho” e a aderência que a arrecadação tem em relação aos indicadores macroeconômicos.

“A tendência é que a trajetória da arrecadação siga o desempenho da atividade econômica”, afirmou. Gomes participou da apresentação dos números, mas não da entrevista coletiva.

Por fim, além do desempenho da atividade econômica, Malaquias e Gomes destacaram o papel que reestruturações internas e programas de “conformidade fiscal” entre a própria Receita e contribuintes tiveram para aumentar a arrecadação em 2021, ao facilitar o pagamento de impostos por empresas, por exemplo.

Não houve menções à entrega de cargos por auditores da Receita, que reivindicam a regulamentação de um bônus de produtividade e eficiência. Mas Malaquias fez questão de exaltar o trabalho dos funcionários do órgão no ano passado.

“Todos sabemos da importância da administração tributária. Quando há um pessoal engajado, voltado e focado no desempenho e na produtividade da sua função, tivemos sempre resultados positivos”, afirmou. “Chegamos ao fim de 2021 com a sensação de dever cumprido. A missão da Receita Federal de entregar ao Estado os recursos necessários para a sua atividade foi cumprida com bastante empenho e vigor.” (Valor Econômico)



Uruguai: Inale estima crescimento de 9% na receita das exportações de lácteos em 2021
 
O volume de negócios gerado pelas exportações uruguaias de produtos lácteos em todo o ano de 2021 cresceu 9%, em relação ao alcançado em janeiro-dezembro do ano anterior. Isso resultou dos melhores preços recebidos, com aumentos especialmente importantes no leite em pó integral, leite em pó desnatado e manteiga.
 
Isso foi apurado pelos técnicos do Instituto Nacional do Leite (Inale), que informaram que considerando o conjunto dos quatro itens (o queijo se soma aos anteriores) em 2021 foram exportados US$ 753,8 milhões, com base em dados da Direção Nacional das Alfândegas (DNA).
 
Se a leitura for feita no volume colocado, em janeiro-dezembro do ano passado, foram atingidas 199.216 toneladas (considerando todos os itens) e houve queda de 4% no leite em pó integral, uma queda de 6% no leite em pó desnatado, uma queda de 5% no caso do queijo e queda de 9% na manteiga em relação ao mesmo período de 2020.
 
O leite em pó integral continua sendo, de longe, o produto mais exportado: 141.176 toneladas em todo o ano de 2021, ou seja, 70,8% do total embarcado, gerando receita de US$ 491,2 milhões, 65,1% do total obtido. As receitas do leite em pó integral cresceram 10%, as do leite em pó desnatado o mesmo, as da manteiga 16%, e houve queda de 3% no caso do queijo.
 
A firmeza nos valores dos lácteos no cenário mundial foi confirmada na terça-feira, 18 de janeiro, no leilão da Fonterra (Global Dairy Trade), com valores em alta novamente e preços médios acima de US$ 4.000 para a média dos lácteos e para o leite em pó integral, que o Uruguai mais exporta.
 
Em relação aos preços médios alcançados, com base na comparação de janeiro-dezembro de 2021 com aquele período de 2020, melhorou 14% no leite em pó integral, houve aumento de 16% no leite em pó desnatado, aumento de 2% no queijo e melhorou 27% na manteiga.
 
Se o preço recebido em dezembro de 2021 for comparado com o de dezembro de 2020, foram registradas melhorias em todos os produtos; o maior aumento foi para manteiga (+31%), seguido de leite em pó integral (+14%), leite em pó desnatado (+11%) e queijo (+1%).
 
Por fim, considerando o mais recente, ou seja, exclusivamente o que aconteceu com os negócios correspondentes a dezembro de 2021, os preços médios foram:
 
US$ 3.532 por tonelada de leite em pó integral
US$ 2.995 por tonelada de leite em pó desnatado
US$ 4.129 por tonelada de queijo
US$ 4.369 por tonelada de manteiga
 
Os destinos dos produtos lácteos
 
O relatório do Inale também revelou que, considerando os últimos 12 meses, 25% dos produtos lácteos exportados foram para o Brasil, 23% para a Argélia, 20% para a China, 6% para a Rússia e 4% para o México e o resto (22%) para outros mercados.
 
A Argélia foi o principal destino do leite em pó integral (32% do total embarcado); Brasil para leite em pó desnatado (54%) e queijos (27%); e Rússia para manteiga (45%).
 
As informações são do El Observador, adaptadas pela equipe MilkPoint. 

Jogo Rápido 

 MILHO/CEPEA: Ritmo de negócios é lento; Cotações seguem em alta 
Milho - Os preços do milho continuam em alta no mercado físico nacional, mesmo com o início da colheita da primeira safra no Sul. Segundo colaboradores do Cepea, as consecutivas valorizações têm preocupado compradores, que reportam dificuldades para recompor estoques. No estado de São Paulo, especificamente, mesmo com o aumento da oferta do Centro-Oeste, demandantes têm preferido comprar o cereal paulista, que estava nos armazéns desde a colheita da segunda safra. Porém, menores volumes – a preços mais altos – têm sido adquiridos, mas com entrega rápida. Entre 14 e 21 de janeiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), subiu 1,6%, fechando a R$ 98,33/saca de 60 kg na sexta-feira, 21, acumulando 15 dias consecutivos de alta e voltando aos patamares de agosto de 2021. (CEPEA)

 

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