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18/01/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 18 de janeiro de 2022                                                       Ano 16 - N° 3.579


Global Dairy Trade - GDT 
 
 
 As informações são do Global Dairy Trade adaptadas pelo Sindilat/RS

Gado de corte e de leite sofrem com estiagem
 
Prejuízo no engorde de bovinos de corte e falta de reposição do gado leiteiro estão entre os maiores problemas
 
Os impactos no gado de corte são preocupantes, mas não tão graves quanto está sendo para o gado leiteiro. “A estiagem eleva consideravelmente o preço da produção do litro porque você não tem uma pastagem adequada”, explica o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês (Gadolando), Marcos Tang. A produção de silagem representa 70% do que é consumido pela vaca, o restante é suplementação. E está escassa nas propriedades dos produtores. Nem nas dos vizinhos e está cada vez mais longe para mandar buscar, relata Tang.
 
A alimentação impactando no resultado da produção e no processo reprodutivo do rebanho leiteiro são fatores que devem gerar impactos a longo prazo para o setor leiteiro. “O ideal é repor 20% do rebanho anualmente para manter a produção”, explica o dirigente, que relata a janela de 24 meses para que um
Terneiro comece a produzir leite, relata Tang. 
 
Estiagens recorrentes pedem soluções a longo prazo
 
A média de chuvas no Rio Grande do Sul para o período atual está em torno de 1800 milímetros anuais, contudo, nos últimos anos, existem regiões registrando um volume de 1000 mm a 1100 mm por ano, abaixo do esperado, explica o diretor e coordenador da Comissão do Meio Ambiente da Farsul, Domingos Antônio Lopes. “O cenário é muito preocupante. Cada dia que passa aumenta o prejuízo do produtor, problemas graves nas lavouras de milho e de soja e gravíssimo na pecuária leiteira”, lamenta.

Lopes relata que a situação é complicada porque as entidades não veem uma solução a curto prazo, e que por isso, vêm alinhando, com o governo estadual e com os parlamentares gaúchos, através de audiências públicas, medidas que possam ajudar nos momentos de crise. Ações de longo prazo, como a de preservação de água nas propriedades, esbarram na legislação federal que prevê a interferência em área de preservação permanente somente nos casos de interesse social, utilidade pública ou impacto ambiental. “A ideia é que a irrigação se torne algo de interesse social ou de utilidade pública. Reservar água a nível de propriedade levará a uma perda ambiental no curto prazo, mas a médio prazo, trará ganho de fauna e de flora.” (Jornal do Comércio)




Volta da chuva é um alento, mas ainda faltam volume e distribuição
 
A chuva voltou, mas ainda não é uma realidade em todos os municípios do Rio Grande do Sul. Dados da rede de 64 estações meteorológicas do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro) e do Inmet mostram que, no acumulado entre as 9h de domingo e de ontem, as precipitações variaram de zero a 38,4 milímetros. Ou seja, há pontos onde não choveu e outros onde o volume é considerado muito bom.
 
— A chuva ficou concentrada mais ao sul e ao leste — completa Flávio Varone, meteorologista da Secretaria da Agricultura e coordenador do Simagro.
 
Em Cambará do Sul, por exemplo, foram 36,6 milímetros, e em Bento Gonçalves, cinco. Já em Vacaria, Santo Augusto e Alegrete, não caiu uma gota. Diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri reforça o 
que mostram os índices pluviométricos: houve irregularidade na distribuição.
 
— A chuva foi muito variada, mas veio, isso já ajuda. A única forma de começar a enxergar uma luz é a retomada da precipitação — pondera Rugeri. Na primeira quinzena de dezembro, Maiquel Junges, produtor de Não-Me-Toque, no norte do Estado, e coordenador regional dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais do Alto Jacuí, havia relatado e registrado em vídeo as perdas que se acumulavam nas lavouras de milho. Perguntado sobre os últimos dias, desabafou:
— Não choveu nada. A soja está indo pelo mesmo caminho do milho, que perdeu grande parte, mais de 90%. Presidente da Cotrijal, cooperativa que tem sede em Não-Me-Toque, Nei César Mânica afirma que a situação segue complicada na região:
 
- É preciso normalizar a chuva para que ainda se possa ter uma safra razoável na soja. Há áreas que ainda não puderam sequer ser semeadas e outras que precisaram ser replantadas em razão das condições climáticas desfavoráveis. Presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado, Décio Teixeira diz que a medição feita da temperatura na superfície do solo indicou 50 0C. 
 
— Na região de Uruguaiana tem regiões onde a soja torrou, lavouras grandes, caprichadas — descreve o dirigente. Coordenador da Defesa Civil do Estado, coronel Júlio César Rocha Lopes observa que a chuva foi importante para apagar focos de incêndio no Interior. Ressalva, no entanto, que são irregulares: — A estiagem continua. (Zero Hora)

Jogo Rápido 

Estiagem afeta produção de leite no Sul do país, diz Sindilat
 A estiagem tem causado muitas revisões nas projeções de safra de milho e soja em estados do Sul do Brasil. A situação não é diferente nas principais regiões produtoras de leite, que também amargam perdas que resultam das intempéries. No Paraná, a estimativa é de que quase 200 milhões de litros deixem de ser produzidos, com prejuízo aos produtores de R$ 400 milhões, segundo a Secretaria da Agricultura do Estado. No Rio Grande do Sul, a Emater projetou, até a semana anterior, redução de 1,6 milhão de litros captados ao dia no estado – em algumas regiões, uma queda de quase 10%. Segundo Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat-RS, que representa a indústria, a tendência é que o prejuízo aumente nos próximos meses. “Temos duas realidades. Nós temos os pequenos produtores, que estão sofrendo mais, por falta de infraestrutura. E os médios e grandes produtores, que até não está sofrendo tanto com a perda da produção, mas está assustado com a elevação dos custos. O elevado custo de produção, aliás, vai ser o grande desafio da atividade leiteira. Nós estamos com os preços muito achatados. Para que a produção não cai mais, vai depender de como o mercado vai reposicionar os preços”, explica. Clique aqui e assista a entrevista de Palharini para o Canal Rural. (Canal Rural)

 

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