Porto Alegre, 23 de setembro de 2021 Ano 15 - N° 3.506
7º Prêmio Sindilat de Jornalismo está com inscrições abertas
Para reconhecer o trabalho de jornalistas que acompanham e divulgam o setor lácteo gaúcho, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) está com inscrições abertas para o 7º Prêmio Sindilat de Jornalismo. Os vencedores de cada categoria (Impresso, Eletrônico e On-line) receberão um troféu e um iPhone como prêmio.
Para concorrer à premiação, profissionais que tenham trabalhos publicados entre 24/11/2020 e 12/11/2021 em veículos nacionais e que abordem a produção de lácteos e derivados na bacia leiteira do Rio Grande do Sul podem se inscrever até o dia 12 de novembro. Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a premiação é uma forma de valorizar os profissionais do jornalismo que evidenciam e levam à sociedade informações que mostram a importância econômica desse setor tão importante para o agronegócio e para a alimentação do povo brasileiro. “Há um trabalho diário e um esforço de milhares de famílias e empresas para levar leite à casa dos brasileiros todos os dias. Sabemos que a imprensa é essencial para mostrar essa realidade ao consumidor, mas que também é pela mão do jornalista que muita informação técnica chega ao homem do campo”, salienta Palharini.
Para participar, é preciso preencher a ficha de inscrição (https://www.sindilat.com.br/site/wp-content/uploads/2021/09/FICHA-DE-INSCRICAO_2021.pdf) e remeter documentação e cópia do trabalho para o e-mail imprensasindilat@gmail.com.
A divulgação dos finalistas será realizada até o dia 10 de dezembro pelos canais do Sindilat. Os vencedores serão conhecidos em live com data ainda a ser divulgada.
Mais detalhes podem ser conferidos no regulamento (https://www.sindilat.com.br/site/wp-content/uploads/2021/09/REGULAMENTO-2021.pdf) publicado no site do Sindilat. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Sooro Renner inaugura planta de permeado Non Caking
A Sooro Renner, empresa associada do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), abre as operações de uma das maiores fábricas da América Latina para produção de permeado Non Caking, proteína extraída do soro de leite muito empregada na indústria de alimentos. A unidade, inaugurada nesta quarta-feira (22/09), fica localizada em Marechal Cândido Rondon (PR), tem 8.000 m² e aumenta a capacidade produtiva e de estocagem da empresa em mais de 100 toneladas por dia.
Durante a solenidade de inauguração em sistema híbrido, o diretor presidente da empresa, William da Silva destacou o pioneirismo do projeto. “Nosso negócio são proteínas e atender a alimentação humana e animal também”, ressaltou. Segundo ele, atualmente a Sooro Renner é a maior empresa da América Latina do ramo e a única a produzir o isolado proteico.
Presente ao encontro, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior, citou a força do estado na produção de alimentos, atuação que deve ganhar destaque pois este será o grande problema do planeta no futuro. “Nós temos sete bilhões de pessoas no mundo e, em 2050, daqui a 30 anos, nós vamos ter nove bilhões de pessoas no mundo. Vai ter 1,5 bilhão de pessoas que vão passar fome, infelizmente, porque não tem alimento para tanta gente”, destacou. Ratinho complementou dizendo que ter a Sooro Renner no estado, fazendo o que há de mais alto, de maior tecnologia na cadeia do leite é algo revolucionário. “A gente fica muito orgulhoso de ter uma empresa desse porte, no grau de eficiência que tem na transformação de alimentos”.
O prefeito de Marechal Cândido Rondon, Marcio Rauber, agradeceu a empresa por acreditar na cidade e apresentar soluções de interesse público. Ele citou a crise hídrica no estado e declarou que a Sooro Renner se propôs a ajudar a população. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
O que esperar do mercado para fim de 2021 e início de 2022?
Entender o cenário macro da economia, as tendências dos mercados de milho e soja – insumos mais representativos no custo de produção do leite – e como estes dois elementos ser encaixam no cenário do mercado de leite e derivados é fundamental para projetar e tomar decisões assertivas. Por isso, o primeiro painel do Fórum MilkPoint Mercado, que ocorreu ontem (21), contou com três importantes palestras, que trouxeram um panorama sobre economia, grãos e o mercado de lácteos.
Gabriel Santin, economista do Rabobank, trouxe os principais fatores relacionados à pandemia de Covid-19 e que têm influenciado a economia brasileira. “Estamos migrando para um cenário mais estável, de endemia. Apesar da variante delta ser a principal responsável pelas medidas restritivas, o impacto ainda é pequeno e espera-se que o cenário seja menos drástico”.
O economista comentou ainda que o avanço da campanha de vacinação tem colaborado para diminuir as restrições e movimentar os serviços. Contudo, apesar da visível melhora em termos da pandemia, a dívida pública do país é motivo de preocupação. Segundo Santin, os gastos do governo já vinham próximos ao teto antes da pandemia e, com o coronavírus, a questão fiscal se agravou. A tendência, de acordo com o especialista, é de estabilidade apenas em meados desta década. Diante do risco trazido pela fragilidade da situação fiscal do Brasil, bem como pela incerteza política, a moeda segue subvalorizada. “Nossa previsão é que o Real feche em R$5,20 neste ano e de R$5,30 para 2022”.
Outro ponto de atenção é a inflação altíssima no país; espera-se o pico anual nos próximos meses, atingindo 10%. As projeções são de 8,1% (checar estes dados na apresentação do Gabriel) para o acumulado de 2021 e 3,7% em 2022. Apesar da moeda desvalorizada e da alta inflação, o Brasil se recuperou rapidamente em termos de atividade, podendo ser considerada uma recuperação em “V”, puxada principalmente pelos setores de investimento e pelo agronegócio. Contudo, não se espera grande crescimento na economia, que deve ser bem mais lento do que o observado no início do século.
Ainda, alguns fatores, como mutações no vírus e possível surgimento de variantes, ameaçam a economia e trazem incertezas. Além disso, as condições climáticas adversas (frio e seca) tiveram grande impacto nas lavouras, encarecendo os alimentos. A falta de chuvas vem também ameaçando a geração de energia e o abastecimento de água, podendo aumentar os custos de produção, além dos riscos de apagões e racionamentos para a população. O clima adverso certamente tem sido um determinante para a produção e preço dos grãos, em especial o milho e a soja, tão importantes para a pecuária leiteira. As condições adversas devem continuar ameaçando a produção até o fim deste ano e no ano que vem, segundo Paulo Molinari, analista do Safras & Mercado. “As chuvas vão precisar ser abundantes para recuperarmos a produção e não termos outra quebra de safra”, disse.
Outros fatores que influenciam o mercado de grãos, segundo o especialista, são as elevadas taxas de juros no Estados Unidos e a incerteza gerada pelas eleições no Brasil no próximo ano. Além disso, o clima em toda a América do Sul é um determinante, assim como a movimentação da China, cujas compras de milho e soja são fundamentais para sustentar o mercado externo. Pensando especificamente no Brasil, a expectativa do analista é que tenhamos boas safras, se não houver eventos climáticos adversos, e que os preços se estabilizem no futuro. Para a soja, espera-se acomodação dos preços a partir de fevereiro de 2022 e, para o milho, apenas em junho. Molinari, contudo, enfatizou que os preços devem se estabilizar, mas não há expectativa de retorno aos patamares de 2019. Além disso, ainda deixou uma dica: “Meu conselho é que comprem e estoquem milho nos armazéns por agora, este é o melhor momento, pois o valor está mais baixo no mercado interno”.
O especialista afirmou ainda que não há expectativa de importação de grãos de outros países, pois os valores estão bem mais caros, mesmo com a retirada dos impostos. Falando especificamente sobre o mercado lácteo, Valter Galan, sócio e analista do MilkPoint Mercado, iniciou sua apresentação discutindo como a demanda vem sendo um dos complicadores da atual situação de mercado. “A demanda bastante fraca se deve a dois pontos principais: preços muito altos dos produtos aos consumidores e a economia ruim”. Somado a isso, ainda apontou a ausência do corona voucher que anteriormente “injetou dinheiro diretamente nas veias do consumo” e influenciou o consumo. Há um outro aspecto relevante que é a retomada da atividade em vários setores (shoppings, restaurantes, viagens) que passaram a competir com o consumo básico de itens como alimentos, que tanto favoreceu o setor lácteo em 2021. No elo produtivo da cadeia, os preços ao produtor seguem altos, mas longe de refletirem uma boa rentabilidade, como a observada no fim do ano passado.
A tendência, segundo Galan, é de redução no preço ao produtor nos próximos meses, diminuindo ainda mais as margens. “Comparando os últimos cinco anos, o RMCR [Receita Menos Custo com Ração] de 2021 só não foi pior do que o observado em 2018. Estamos vindo de três anos com baixas consecutivas”. Essa provável redução tem como razão principal a elevação da oferta sazonal de leite no último trimestre, ainda que o produtor esteja desestimulado. Além disso, a indústria apresenta margens muito ruins e não tem fôlego de segurar eventuais quedas no varejo e atacado. Assim, as margens nas fazendas também devem seguir apertadas, situação agravada pelos preços de milho e soja ainda altos. A menor rentabilidade aliada a uma relação de troca ruim do leite com a arroba de boi tem desestimulado a produção e incentivado o abate de animais. A diminuição da produção vem ocorrendo principalmente entre os pequenos produtores e o abandono da atividade também vem crescendo.
Ainda do lado da oferta, nesse ponto ajudando, temos importações menores que o ano anterior. “O momento é negativo para os dois lados: pouco leite e pouca demanda”, relatou o especialista. Assim como os produtores, as indústrias vêm muito pressionadas, com margens apertadas e até negativas em alguns casos. Nos últimos cinco anos e principalmente neste, os produtos que mais “sofreram” foram o leite UHT, a muçarela e o leite em pó – de forma geral, as indústrias amargam suas piores margens nos últimos 5 anos.
Com pouco estímulo, a expectativa é que a produção caia em 2021, ficando cerca de 1% abaixo do ano anterior, sendo que no quarto trimestre a queda deve ser maior em comparação ao ano anterior. Os preços internacionais devem seguir em alta e as importações menos competitivas. Mesmo com a produção dos países do Mercosul crescendo, a disponibilidade ainda é baixa e já está comprometida com vendas para outros destinos que não o Brasil.
Um fator que poderia alterar este cenário seria a recuperação da demanda, por meio de reação da economia ou ajuda governamental. Isto, aliada a baixa disponibilidade de leite traria uma estabilidade no mercado, porém Galan aponta baixa probabilidade para este cenário. Para 2022, espera-se um crescimento moderado da economia e valores de milho e soja um pouco melhores, como também sinalizaram Santin e Molinari, respectivamente. Contudo, para a produção, o ano deve iniciar refletindo o final de 2021, com menor rentabilidade, produção desmotivada e disponibilidade menor. Ao mesmo tempo, espera-se um desequilíbrio entre oferta & demanda, com condições bem piores de oferta no início do próximo ano.
Assim, pode-se esperar por uma curva de preços de leite mais próxima do “normal histórico”, com aumento de preços a partir de março/abril em função da entrada mais forte da entressafra. As importações tendem a começar 2022 pouco competitivas e sua competitividade cresce a medida em que sobem os preços aqui no mercado brasileiro. Uma possível atuação da indústria promovendo a sustentação de preços (como tem sido visto) pode alterar este cenário, bem como crescimento da demanda com possíveis intervenções do governo (aumento do bolsa família), visto que 2022 é um ano de eleições. (Milkpoint)
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