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05/07/2021

Newsletter Sindilat_RS

 

Porto Alegre,  05 de julho de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.449


CNA avalia custos da pecuária de leite no Rio Grande do Sul
 
Técnicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) realizaram, nesta semana, painéis do Projeto Campo Futuro para levantar os custos de produção da pecuária de leite e de corte, no Rio Grande do Sul.
 
O objetivo do Projeto Campo Futuro é aliar a capacitação do produtor à geração de informações para administração de custos, riscos de preços e gerenciamento da produção, além de colher subsídios para pautar a atuação da CNA no pleito de políticas públicas para o setor agropecuário. Participaram dos encontros virtuais produtores rurais e representantes de sindicatos rurais e cooperativas.
 
A primeira coleta de dados da pecuária de leite ocorreu na segunda (28), no município gaúcho de Três de Maio. Resultados preliminares do painel apontaram uma propriedade modal de 20 hectares, com produção diária de 600 litros e 25 vacas em lactação.
 
Segundo o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias, os produtores relataram que tem havido evasão da atividade na região em função dos altos custos de produção. Mesmo assim, a pecuária de leite apresentou bons índices técnicos. O investimento em pastagem tem proporcionado taxa de lotação de até 6,3 unidades animais por hectare.
 
“É um empreendimento financeiramente saudável, pois a receita do leite foi capaz de cobrir tanto os desembolsos quanto a depreciação e o pró labore dos produtores”, disse.
 
Os técnicos do projeto Campo Futuro também realizaram um painel de leite no município de Palmeiras das Missões, na quinta (1º). A propriedade modal tem uma média de 30 hectares, com produção de 500 litros de leite por dia. Em 2020, a receita do leite cobriu o Custo Operacional Efetivo (COE) e o Custo Total (CT) dos produtores.

Segundo Guilherme, o levantamento identificou que a alimentação com concentrado tem sido responsável por 37% dos desembolsos. “Se considerarmos toda a alimentação do rebanho esse dado sobe para 57%, ligeiramente superior ao verificado nos painéis anteriores, nas demais regiões do país”. (As informações são da Agrolink, adaptadas pela equipe MilkPoint)

Languiru inicia nova edição de curso previsto no Estatuto e Sistema de Governança

No dia 24 de junho iniciou importante ciclo de qualificação e integração na Cooperativa Languiru. Um grupo de associados ou seus dependentes, de diferentes faixas etárias, esteve reunido na Associação dos Funcionários da Languiru para a aula inaugural do Programa de Formação em Gestão e Liderança Cooperativa. Seguindo todos os protocolos de segurança diante da pandemia, o encontro foi marcado por discursos que enalteceram a importância da formação. Os participantes também manifestaram as suas expectativas e como vislumbram agregar aos projetos da Cooperativa.

O pronunciamento de abertura foi realizado pelo presidente da Languiru, Dirceu Bayer, que agradeceu a participação dos associados na segunda edição do programa. Reforçou que é necessário buscar constante evolução para, cada vez mais, obter melhores resultados. “Não se pode mais falar em produtor pequeno, médio ou grande. Temos que falar em empresários do campo”, entende.

Também destacou a parceria com a Univates, tanto por disponibilizar professores para o curso, como no desenvolvimento de novos produtos por meio do Tecnovates. “Aumentamos a nossa carteira de clientes com o lançamento de novos produtos que tiveram grande receptividade dos consumidores”, enalteceu.

Sobre o agronegócio, observou que o primeiro semestre foi desafiador, com as empresas tendo que arcar com alto custo de produção e preços desfavoráveis na venda. Por outro lado, comemorou a reação dos preços na avicultura, suinocultura e no mercado de lácteos nesse início de segundo semestre. “Ainda tivemos um grande crescimento na captação de grãos”, acrescentou.

Bayer também informou os associados sobre o projeto de expansão da Cooperativa na região Sul do Estado. Da mesma forma, ressaltou a nova estrutura do segmento máquinas do Agrocenter Languiru, que está sendo preparada em Teutônia. “Somos um gigante”, enfatizou.

Em seguida, os trabalhos foram conduzidos pela professora Evânia Schneider, atual reitora da Univates, que relembrou os primeiros contatos com a Languiru. Mencionou que já prestou consultoria e que, inclusive, é filha de ex-associado da Cooperativa. “Eu tenho um carinho enorme pela Languiru. Vocês fazem parte de um projeto de 65 anos.”

Evânia falou sobre a identidade cooperativista e o sentimento de pertencimento. Observou que cada indivíduo deve reconhecer características pessoais quanto à percepção, personalidade, sentimentos, crenças, valores e atitudes. “O autoconhecimento passa por muita observação de si mesmo. Inclusive, as diferenças são fundamentais em uma organização”, frisou.

Ressaltou o histórico de investimento na qualificação dos quadros de associados e empregados da Cooperativa. Para ela, os desafios são uma consequência desse processo de evolução. “Quando temos a possibilidade de passar por diversas áreas e ampliar horizontes, entendemos melhor os negócios e tomamos melhores decisões.”

Na segunda parte da aula, o professor Albano Mayer tratou de processos de liderança e dos sete princípios do cooperativismo aplicados na Languiru. Mencionou características e posicionamentos, explicou aspectos comportamentais que envolvem a construção de um líder e debateu os princípios e valores da Languiru. “Espero que este projeto seja tão produtivo como foi o anterior”, disse.

Com apenas 20 anos, Wellington Andrade é o “caçula” da turma. O jovem reside com a família na localidade de Linha Michels, município de Imigrante. Filho de associada, matriculou-se tão logo ficou sabendo do curso. “Achei o formato da aula envolvente e facilitador do nosso aprendizado”, disse.

O Programa de Formação em Gestão e Liderança Cooperativa iniciou no mês de junho e se estende até o mês de novembro. O cronograma prevê 13 encontros, todos na Associação dos Funcionários da Languiru, em Teutônia, somando mais de 100 horas-aula. Serão debatidos temas como princípios do cooperativismo; governança em sociedades cooperativas; gestão estratégica e análise de investimentos; liderança e gestão de conflitos. Ao final, os participantes receberão certificado de conclusão. O curso é promovido pela Cooperativa Languiru, em parceria com a Univates, e conta com o apoio do Sescoop/RS. (Languiru)

 

 


Uruguai: perspectivas para as exportações lácteas

Embora hoje a situação seja de seca, a relativa fragilidade do Real “não favorece”. Por isso, o Brasil “não é um mercado seguro” para 2021-2022 para os produtos lácteos do Uruguai, já que qualquer fator climático ou cambial pode afetar os níveis de importação.

Já com a Argélia - principal mercado dos últimos anos para o leite em pó - a situação é diferente. Este país importa US $ 1.400 milhões anuais de laticínios e o

Uruguai entra com cerca de US $ 200 milhões anuais. É o quarto maior importador do mundo com uma população de 43 milhões. Sua produção de leite é de 3.400 milhões de litros e seu déficit equivale a 6,9 bilhões de litros, e a taxa de crescimento de sua remissão é inferior à do consumo interno. “A Argélia tem um déficit lácteo estrutural, ela vai comprar por muito tempo”, disse Gabriel Giudice, técnico do Instituto Nacional do Leite do Uruguai (INALE).

Em todo caso, aqui o Uruguai não concorre apenas com a Argentina, mas também com “pesos pesados” como a Nova Zelândia e a União Europeia, que são seus principais fornecedores.

O mercado argelino tem mostrado certa estabilidade, já que sua moeda tendeu a se valorizar em relação ao dólar na última vez e não tem problemas de inflação. As licitações para compra de lácteos são feitas pelo governo e são "muito competitivas" porque se baseiam basicamente no preço. Como ponto fraco, é um país cujas fortunas econômicas estão fortemente atreladas à comercialização de hidrocarbonetos (petróleo e gás).

China e Rússia: O mercado chinês ocupou um lugar central para o Uruguai. Em maio e abril foi o terceiro destino das indústrias uruguaias. É um mercado anual que movimenta US $ 6,3 bilhões, dos quais o Uruguai ocupa uma posição muito menor (apenas US $ 70 milhões). É o principal importador mundial e tem um déficit equivalente a 30% de sua produção. Assim como a Argélia, a taxa de crescimento da produção de laticínios é inferior à do consumo doméstico.

“Aqui também temos concorrentes como a Nova Zelândia ou a União Europeia. Não é fácil entrar porque são jogadores fortes que nos bloqueiam e não nos deixam ganhar mais espaço”, explicou.

Sobre o boom de compras na região asiática e seu impacto na forte valorização dos laticínios, o gerente do Inale disse que há duas hipóteses: O primeiro indica que vários países asiáticos fizeram compras para se abastecerem de potenciais problemas logísticos. “Se for esse o caso, há o risco de eles comprarem menos no futuro e os preços caírem. É uma das nuvens escuras que temos hoje ”, admitiu.

No entanto, ele também mencionou que outros analistas de mercado argumentam que o governo chinês promoveu e incentivou o consumo de laticínios para fortalecer o sistema imunológico de sua população devido à pandemia. “Se for esse o caso, teremos bons preços para os laticínios no futuro. A priori, esperamos que a China continue sendo um mercado tonificado para 2021-2022”, comentou.

Por fim, na Rússia, outro importante player no mercado com importações de US $ 1,6 bilhão anuais (o Uruguai vende entre US $ 50 milhões e US $ 70 milhões), também há perspectivas de sustentabilidade. Este país tem um déficit estrutural. Atende sua demanda com 75% da produção própria e outros 25% da importação.

Tal como acontece com a China ou a Argélia, também aqui a competição para entrar é complexa. A Bielorrússia é o principal fornecedor desse déficit, seguida pela Nova Zelândia e pela União Europeia. “O Uruguai tem algumas dificuldades para entrar com mais volume”, reconheceu. (As informações são do Tardaguilla, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint)


Jogo Rápido  

Emater/RS: excesso de chuva e frio aumentam necessidade de suplementação dos animais
Gradativamente, os criadores estão superando o vazio forrageiro. A produção leiteira aumentou devido à maior utilização das pastagens cultivadas de inverno e também ao acréscimo de animais em parição. Porém o excesso de chuvas e o frio intenso durante o final da semana dificultam o acesso às pastagens cultivadas, aumentando a necessidade de maior suplementação com silagem e ração aos animais. Em termos sanitários, há considerável melhora em relação à presença de ectoparasitos, porém novamente houve problemas com mastites e com a qualidade do leite, provavelmente relacionados ao acúmulo de barro nos locais de acesso à ordenha ou de descanso dos animais. Essa condição também dificulta o trabalho e o manejo, sendo desconfortável tanto para os animais quanto para os produtores que precisam realizar as atividades de manejo a campo. Em relação ao mercado, houve um aumento significativo do preço das vacas e novilhas prenhes, com progressiva redução da oferta dessas categorias. Com a valorização da pecuária de corte, o valor de comercialização de terneiros e vacas de descarte obteve aumento. Há tendência de reajuste a maior no preço pago por litro de leite ao produtor, o que tem deixado os produtores novamente satisfeitos com a atividade, apesar do custo de produção, que continua elevado. (As informações são da Emater/RS, adaptadas pela equipe MilkPoint)


 

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