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22/04/2021

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 22 de abril de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.449


Mapa lança bases para promoção da agricultura de baixo carbono até 2030
 
A nova política ABC+ tem objetivo de ampliar a adoção de práticas e tecnologias sustentáveis na agropecuária brasileira para melhoria da renda do produtor e enfrentamento das mudanças climáticas
 
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou nesta terça-feira (20) as bases conceituais do Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, chamado ABC+, com vigência até 2030. O objetivo é avançar nas soluções tecnológicas sustentáveis para a produção no campo e a melhoria da renda do produtor rural, com foco no enfrentamento da agropecuária às mudanças do clima.  O evento virtual teve a presença da ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e do ministro Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovação). O ABC+ é a atualização do Plano ABC, executado de 2010 a 2020, que se tornou referência mundial de política pública para o setor agropecuário. A ministra Tereza Cristina ressaltou que os produtores rurais brasileiros já identificaram que a produção aliada com a conservação é viável e rentável. A cada R$ 1 investido pelo ABC, o produtor investiu R$ 7 em recursos próprios. “Estamos lançando hoje as bases para que, como potência agroambiental, sigamos aliando segurança alimentar e nutricional à conservação ambiental. É necessário, no entanto, que essa dupla contribuição seja reconhecida pelos nossos parceiros internacionais, com o fim do protecionismo no comércio agrícola e a implementação de mecanismos que recompensem nossos produtores pelos serviços ambientais que prestamos ao mundo”, destacou a ministra Tereza Cristina, acrescentando que o Brasil é responsável por apenas 3% das emissões de gases de efeito estufa no mundo. Após os resultados bem-sucedidos da última década, o ABC+ reestrutura os conceitos e estratégias, mantendo o compromisso com a sustentabilidade na produção de alimentos, fibras e energia, promovendo resiliência e aumentando a produtividade e renda dos sistemas agropecuários de produção, permitindo ainda redução de emissões de gases de efeito estufa. Foi elaborado após ampla consulta a técnicos, pesquisadores, consultores e outros parceiros. O trabalho foi iniciado em julho de 2020 sob a liderança da Coordenação-Geral de Mudanças do Clima (CGMC) do Departamento de Produção Sustentável (Depros) do Mapa. O diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Pedro Alves Neto, disse que o ABC+ é a certeza de que o Brasil tem uma política pública que não é só momentânea. “O ABC+ mostra uma tendência segura de que o Brasil é uma potência agrícola e ambiental. Essa importante e fundamental entrega vai fazer com que nosso produtor rural se aproprie do seu espaço nos segmentos competitivos com a imagem que ele merece ter: de produção sustentável e segura de alimentos”, disse. O presidente da Embrapa, Celso Moretti, destacou que, com as tecnologias do ABC, o país desenvolveu a carne carbono neutro e já estão em andamento protocolos para a produção de bezerro carbono neutro, couro carbono neutro e leite baixo carbono. “Uma das ações do plano diretor da Embrapa é ampliar, até 2025, em 10 milhões de hectares as áreas com Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta no país”, ressaltou. O representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Rafael Zavala, fez um convite oficial para que o Brasil lidere a discussão sobre o a produção agropecuária neutra em carbono e adaptação às mudanças climáticas. O convite foi feito em nome do diretor regional da FAO na América Latina, Julio Berdegué, e foi prontamente aceito pela ministra Tereza Cristina. “Nos alegra muito pelo Brasil, como um país membro da FAO, comprometido com a redução da emissão de carbono na agropecuária, buscando superar suas metas e compromissos para que o país alcance efetivamente uma agricultura sustentável e resiliente”, disse Zavala. Para o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa, Fernando Camargo, a nova fase reforça que o Brasil produz alimentos baseado em ciência, tecnologia e inovação. “O Brasil produz cada vez mais com sustentabilidade”. Participaram do evento o secretário-executivo do Mapa, Marcos Montes, e o secretário adjunto substituto de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Cleber Soares. Conceitos modernos: Entre os conceitos adotados no ABC+, está o da Abordagem Integrada da Paisagem (AIP), que prevê a gestão integrada da propriedade rural. A AIP estimula o uso eficiente de áreas com aptidão para produção agropecuária, o estímulo à regularização ambiental e preservação estabelecida pelo Código Florestal. Nas áreas de uso agrícola, o ABC+ tem objetivo de promover a recuperação e conservação da qualidade do solo, da água e da biodiversidade, valorizando as especificidades locais e culturas regionais, expandindo o conjunto de iniciativas do Mapa para a promoção da produção agropecuária sustentável. “Estamos pensando em ações customizadas para os seis biomas brasileiros”, explica a coordenadora-geral de Mudanças do Clima do Mapa, Fabiana Villa Alves. A segunda base conceitual consiste na combinação de ações de adaptação e mitigação para fortalecer a resiliência da produção e garantir a eficiência produtiva e a rentabilidade em áreas mais impactadas pela mudança do clima. Dentre as estratégias, são consideradas a adoção e manutenção de práticas conservacionistas, manutenção de sistemas em integração, melhoramento genético e aumento da diversidade biológica das variáveis cultivadas, gestão integrada do risco, de previsão climática e zoneamento territorial e de alerta prévio, de análise do desempenho socioeconômico e ambiental e assistência técnica. “O Brasil está preparado para a próxima década em oferecer sistemas produtivos sustentáveis, resilientes e rentáveis”, destaca. Estratégias: O ABC+ terá uma forte estrutura de governança que permitirá a participação de diferentes atores, estimulando o reporte constante dos dados de execução. A governança está dividida em três instâncias: aporte de informações de execução (SINABC), monitoramento e avaliação dos resultados (CENABC) e acompanhamento das ações e ajustes constantes (CTABC). A política prevê ainda apoiar os gestores públicos na formulação de planos de ação estaduais, alinhados às características, capacidade técnica e perfil produtivo de cada região. Também fomentar junto às organizações da sociedade civil, instituições financeiras e de pesquisa, ações conjuntas, buscando maior produtividade, renda e resiliência, além de menor emissão de gases de efeito estufa, no setor agropecuário. O ABC+ contará  com estratégias de transferência, assistência técnica, capacitação. “Com essas ferramentas, o Mapa busca fortalecer também as ações de transferência e difusão de tecnologias, capacitação e assistência técnica e gerencial. Os resultados da última década demonstram claramente que, quando o produtor recebe os incentivos financeiros e técnicos corretos, ele adota as tecnologias”, ressaltou Fabiana Villa Alves. Em dez anos, as práticas agrícolas com baixa emissão de carbono passaram a ser adotadas em 52 milhões de hectares no país, o que corresponde a 1,5 vezes o tamanho da Alemanha.  Grupos Gestores Estaduais: Nesta nova fase, haverá o reforço do diálogo com os estados, considerados fundamentais para a adoção e manutenção das tecnologias e sistemas preconizados pelo ABC+. A ideia é apoiar a criação de grupos gestores estaduais para que formulem planos de ação condizentes com as características técnicas, ambientais e operacionais de cada região. Consulta pública: Em julho, será realizada uma consulta pública, quando a sociedade civil poderá contribuir para as metas a serem atingidas pelo ABC+ até 2030. Com metas e ações bem definidas, o ABC+ estabelecerá estratégias novas e revigoradas em todo o território brasileiro. Com objetivo de alavancar a inovação tecnológica de base científica para produção de alimentos com sustentabilidade, o ABC+ visa fortalecer a transformação territorial positiva, da qual o Brasil é líder, priorizando o bom uso dos recursos naturais. “O grande desafio é agir como um instrumento indutor local de sustentabilidade, expandindo o conjunto de iniciativas do Mapa para a promoção de uma produção agropecuária nacional mais adaptada e resiliente”, finaliza a diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação (Depros), Mariane Crespolini dos Santos. (MAPA)


OCB levará projeto gaúcho ao governo federal

O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Freitas, levará o projeto SmartCoop ao governo federal nesta quinta-feira (22/04) . O dirigente pretende mostrar os avanços propostos pela plataforma à ministra Tereza Cristina e outros integrantes do Executivo, a parlamentares da Câmara dos Deputados e a membros do Supremo Tribunal Federal (STF) em reunião,  quando detalhará a Agenda Institucional do Cooperativismo 2021. O anúncio foi feito durante o lançamento da plataforma SmartCoop na terça-feira (20/04).  “Esse conjunto é inovador, fantástico, representa uma revolução no cooperativismo gaúcho e serve de modelo e referência para o Brasil todo e boa parte do mundo”, salientou, lembrando que os agricultores da nova geração precisam de novas ferramentas.  A SmartCoop, alertou ele, será incorporada ao Inovacoop, portal de inovação da OCB. “O Rio Grande do Sul está cumprindo a verdadeira missão do cooperativismo,  que é agregar valor ao produto do cooperado por meio da intercooperação e  de uma economia de escala. Inovação custa caro, e fazer isso de forma intercooperativa, trazendo empresas inovadoras e a academia para dentro do processo, é um sinal da grande evolução da agropecuária e do cooperativismo do RS”, reconheceu Freitas. De acordo com o coordenador da SmartCoop, Guillermo Dawson Jr, a posição do presidente Márcio Freitas, da  OCB, em relação ao trabalho realizado, demonstra que as cooperativas compreenderam modernos conceitos de inovação digital, sem perder a sua essência de serem cooperativas. “A plataforma é como uma árvore. Agora que nasceu, precisa seguir crescendo para se manter viva e forte”, pontuou. Durante a apresentação da nova plataforma na terça-feira, técnicos e produtores apresentaram as diferentes funcionalidades e facilidades que a SmartCoop trará aos 173 mil produtores de 30 cooperativas envolvidas no projeto. “A inovação não cai do céu. Esse projeto foi construído em conjunto com as cooperativas com base em um trabalho árduo. Esse instrumento vai trazer competitividade  aos cooperados e colocará as cooperativas 24 horas em contato com seus produtores sem a necessidade de encontro presencial. Vamos evoluir para uma relação muito forte na interação com a gestão das propriedades”, completou o presidente da Fecoagro, Paulo Pires. Presente no lançamento, o presidente da Cotrijal, Nei Mânica, destacou que a ferramenta leva conhecimento e confiança ao homem do campo. “Não se trata de vender produtos. Essa plataforma leva solução e fideliza o produtor com a sua cooperativa”.  No mesmo sentido, o presidente da CCGL, Caio Vianna,  reforçou a integração técnica viabilizada pela Smartcoop para melhor aproveitamento de um corpo técnico de mais de mil profissionais disponíveis nos times das cooperativas. “Precisávamos de uma ferramenta para que o conhecimento chegasse à propriedade rural.  A informação tem que ir e voltar. O conhecimento da pesquisa precisa ir a campo, ser testado e retornar para avaliação. Só assim vamos ter patamares de produtividade maiores, ganhar eficiência e atingir o objetivo das cooperativas que é estar a serviço de seus produtores, do Rio Grande do Sul e da agricultura brasileira”.  A SmartCoop: A plataforma Smartcoop é um sistema digital que integra 30 cooperativas gaúchas e deve  beneficiar 173 mil produtores. Oferece informação técnica, plataforma comercial e diversas funcionalidades que auxiliam na gestão das propriedades e sua integração com as cooperativas. Também atua como um banco de dados e dispõe de inteligência artificial capaz de cruzar informações e orientar a tomada de decisões mais assertivas, levando em conta fatores climáticos, incidência de invasoras e pragas. (Jardine Comunicação)

 

 

FAO: mercado lácteo em 2020

A produção mundial de lácteos continuou crescendo, com a Ásia tendo o maior aumento de volume em 2019, conforme a visão geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura sobre os desenvolvimentos do mercado global de lácteos em 2020, o Dairy Market Review. O comércio internacional de leite em pó integral, soro de leite e queijo aumentou, enquanto o leite em pó desnatado e manteiga tiveram queda nas exportações. A produção de leite mundial atingiu quase 906 milhões de toneladas em 2020, registrando alta de 2% em relação a 2019, impulsionada pelo aumento da produção em todas as regiões geográficas, exceto na África, onde a produção permaneceu estável. Os  maiores aumentos no volume de leite ocorreram na Ásia, seguida pela Europa, Américas, Oceania e América Central e Caribe. Na Ásia, a produção de leite aumentou para 379 milhões de toneladas em 2020, alta de 2,6% no comparativo anual, em virtude dos aumentos na produção na Índia, China, Paquistão e Turquia.  Por outro lado, o Cazaquistão, Uzbequistão e Japão também registraram expansões moderadas de produção. Na Índia, a produção de leite atingiu 195 milhões de toneladas em 2020, um aumento de 2% em relação a 2019, sustentado pelo aumento contínuo no número de bovinos leiteiros e na melhoria da disponibilidade de ração e forragem durante as chuvas de monção favoráveis (junho a setembro). Por sua vez, a China, registrou um crescimento da produção de fazendas leiteiras em grande escala. As melhorias na eficiência operacional e de produção sustentaram o crescimento de mais de 7% da produção leiteira. No Paquistão, a produção de leite aumentou 3,2%, principalmente devido ao aumento no número de bovinos. Na Europa, a produção de leite subiu para 236 milhões de toneladas, um aumento de 1,6% em relação a 2019, principalmente devido aos aumentos de produção na União Europeia, Federação Russa e Bielo-Rússia. Na América do Norte, a produção de leite atingiu quase 111 milhões de toneladas em 2020, 2,1% acima de 2019. Nos Estados Unidos (EUA),  a produção de leite aumentou 2,2%, para 101 milhões de toneladas, impulsionada pelo aumento do rebanho leiteiro e da produção de leite. A assistência do setor pecuário  ajudou a sustentar a demanda e a produção internas, apesar dos impactos adversos relacionados à pandemia, especialmente a escassez de mão de obra e os obstáculos no transporte. Outro fator que explica essa expansão foi a forte demanda de importação da Ásia. Na América do Sul, a produção de leite atingiu quase 82 milhões em 2020, alta de 2%, impulsionada por maiores produções na Argentina, Brasil, Chile e Uruguai, parcialmente compensada por um declínio na Venezuela. Na Argentina, houve uma expansão mais rápida do que o esperado, devido à melhoria das pastagens e à demanda interna e externa. A produção de leite do Brasil aumentou, auxiliada pela recuperação no último trimestre, após uma das secas mais prolongadas do país entre maio e outubro do ano passado. Após quatro anos de declínio, a produção de leite na Austrália se recuperou em mais de nove milhões de toneladas, sustentada por boas chuvas,  melhores pastagens e aumento da disponibilidade de forragem e ração. A assistência do governo às famílias agrícolas afetadas pela seca e a extensão dos auxílios financeiros, também contribuíram para a expansão da produção. Na Nova Zelândia, após uma contração marginal (0,7%) em 2019, a produção leiteira registou um leve crescimento de 0,4%, atingindo 22 milhões de toneladas. Na África, a produção ficou estável, em 49 milhões de toneladas. A Argélia registrou um aumento significativo, enquanto o Quênia, a Etiópia e a África do Sul, entre outros, registraram quedas. Do lado das importações, o comércio internacional de lácteos aumentou 1,2% para quase 79 milhões de toneladas (equivalente ao leite) em 2020, principalmente devido ao aumento das importações de alguns países, como China, Argélia, Arábia Saudita e Brasil. A China, o maior importador de lácteos do mundo, comprou 17 milhões de toneladas de produtos, um aumento de 7,4% em relação a 2019, parcialmente induzido pelo início do fim dos bloqueios da Covid-19, mas, por outro lado, impulsionados pelo aumento do consumo per capita dos consumidores. Um forte aumento nas importações de soro de leite em pó, motivado pelo crescimento da demanda na produção de suíno, também contribuiu para o aumento das importações de lácteos da China. Para obter mais informações, clique aqui.  (As informações são do Dairy Industries International, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)


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