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10/03/2021

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 10 de março de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.419


O Agro Brasileiro alimenta 800 milhões de pessoas

Discussões sobre a importância do Agro Brasileiro para a segurança alimentar mundial têm levado a divergências quanto ao número de pessoas que o Brasil alimenta no mundo, variando de 1 bilhão a 1,5 bilhão. Ainda que pareça quase ufanismo apresentar números tão elevados, tem-se que manter credibilidade nas estimativas, derivadas de algum método para seus cálculos. Neste trabalho, partiu-se da produção de grãos, oleaginosas e carne bovina, alimentos básicos de amplas populações no mundo e insumos mais importantes para a produção de proteína animal e então quantificou-se quanto o Brasil contribuiu na alimentação de pessoas no Brasil e no mundo.

Este procedimento atende basicamente à classificação de “alimentos” por parte do Banco Mundial, elaborada para o Food Price Index. Para a construção deste Index, o Banco Mundial considerou os cereais: arroz, trigo, milho e cevada; óleos vegetais e tortas: soja, óleo de soja, torta de soja, óleo de dendê, de coco e de amendoim; outros alimentos: açúcar, banana, carne de boi, de aves e laranja.

No presente trabalho, foram calculadas duas alternativas básicas: a primeira baseada na produção física de grãos e a segunda agregando à produção física o seu respectivo valor monetário, a partir de preços internacionais. Agregou-se à segunda alternativa, a transformação da carne bovina exportada pelo Brasil em equivalente grãos. Para as duas alternativas básicas, calculou-se o número de pessoas que a produção brasileira alimenta no mundo, incluindo o Brasil. Para os autores, a segunda alternativa aproxima-se mais da resposta de quantos habitantes são alimentados pelo Brasil.

Na primeira alternativa, baseada na produção física, utilizaram-se dados do International Grains Council (IGC), subtraindo-se as importações de grãos feitas pelo Brasil. A partir dos dados de produção, estabeleceu-se o percentual da produção brasileira destes grãos em relação à mundial. Com dados da população mundial, foi possível quantificar o número de pessoas que o Brasil alimenta, com base na sua participação na produção mundial de grãos e oleaginosas.

No período considerado, a participação do Brasil na produção mundial de grãos cresce de 6% em 2011 para 8% em 2020. Assim, as pessoas alimentadas pelo Brasil no ano de 2020 são a população brasileira de 212,235 milhões de pessoas e mais 424,687 milhões de pessoas em outros países, pelas suas exportações de grãos, oleaginosas e carnes de aves e suínos (tabela 1).

Tabela 1 – População Alimentada pelo Brasil – Dados IGC:

Tomando-se como base os dados do IGC, estimaram-se também taxas anuais de crescimento. Os resultados indicam que entre 2011 a 2020, a produção mundial de grãos básicos (arroz, cevada, milho, soja e trigo) cresceu a 2,05% por ano, enquanto que a produção brasileira dos mesmos produtos cresceu 5,33% a.a., mais do que o dobro da produção mundial. O poder explicativo do modelo é de 85% para o mundo e de 91% para o Brasil.

A segunda alternativa de cálculo, estimou a população alimentada pelo Brasil não mais na quantidade de produção, mas a partir dos preços internacionais dos produtos, estabelecidos pelo FMI, multiplicados pela produção física, a cada ano. À esta alternativa, transformou-se a carne bovina exportada em equivalente grãos. Em seguida, fez-se a sua proporção em relação ao total, como realizado anteriormente.

A carne exportada pelo Brasil contém em grande medida os insumos milho e soja, principalmente a de suínos e aves, já incluídos na participação do Brasil na produção de grãos. Um ajuste necessário refere-se à carne bovina exportada, no caso do Brasil, produzida basicamente em pasto. A produção nacional consumida internamente está computada na alimentação dos 212,235 milhões de habitantes do Brasil. Assumiu-se que toda a carne bovina exportada tem origem na produção em pasto, embora alguma parte provenha de confinamento, e parte da alimentação contenha grãos, como soja e milho.

Os dados da Tabela 2 mostram que o Brasil, em 2020, alimentou 772,600 milhões de pessoas, sendo 212,235 da população brasileira e mais 560,365 milhões de outros países, via exportação de grãos e carne bovina convertida em grãos. A variação da população total alimentada pelo Brasil em 2019 de 809,472 milhões em relação a 2020 deve-se à variação de preços dos produtos nos dois anos considerados. Assim, pode-se afirmar que ao redor de 800 milhões de pessoas são alimentadas pelo Brasil, incluindo a população brasileira. Além do alto quantitativo de pessoas alimentadas, é importante também observar o crescimento do Brasil no período como um todo. De 2011 a 2020, o Brasil passou a alimentar mais 259,442 milhões de pessoas. Se o crescimento das exportações brasileiras continuar num ritmo próximo ao observado nos últimos anos, pode se afirmar que a produção do agro Brasileira em 10 anos alimentaria mais de 1 bilhão de pessoas.

Tabela 2 – População Alimentada pelo Brasil – Grãos valorados a preços internacionais e Carne Bovina Exportada, convertida em grãos:

(Fonte: Elisio Contini – Pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Adalberto Aragão – Analista da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária)/Neo Mondo)


Alimentação: Qual a importância dos laticínios?

Para uma alimentação saudável e balanceada, é preciso investir em diferentes micronutrientes. Entre eles, está o cálcio – importante para os dentes e os ossos. 

Oconsumo de leite e derivados vem crescendo no país. É isso que aponta uma pesquisa realizada pelo Centro de Inteligência do Leite da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que ouviu mais de 5 mil consumidores. No levantamento foi possível constatar que apenas 3% dos entrevistados não consomem queijos, por exemplo.

Entre os derivados mais consumidos estão os queijos, preferidos por 97% dos entrevistados, como acima citado; a manteiga, preferência de 95%; creme de leite, que faz parte das receitas em 92% das casas e também o iogurte, que aparece como indispensável para 89% dos entrevistados.

Estabelecido culturalmente como parte da alimentação dos brasileiros, o leite é de suma importância nas dietas, uma vez que é rico em cálcio. Segundo recomendação da OMS, Organização Mundial da Saúde, a necessidade de cálcio varia no decorrer da vida, mas estará sempre entre 300 a 400 mg por dia.

Neste sentido, fica claro o papel do leite: cada copo da bebida possui, em média, 300 mg do nutriente essencial. Sendo assim, vale reforçar que o cálcio é significativo para evitar certas doenças, como, por exemplo, a osteoporose. Ainda assim, não são apenas os ossos que são beneficiados.

Hidratação
Sabe-se a importância da hidratação: o corpo humano é composto em grande parte pela água. Ainda assim, após exercícios físicos, muitas vezes a escolha para reidratação são os sucos de fruta.

Entretanto, o leite também se apresenta como uma opção. Devido à sua composição, alguns estudos sugerem a bebida como uma ótima alternativa para reidratação após atividades físicas. Como exemplo, uma pesquisa realizada pela Universidade Loughborough School of Sports and Exercise Sciences, do Reino Unido.

Alimento completo
A composição do leite é completa, nutricionalmente falando: rica em proteínas, lipídeos, carboidratos, vitaminas e minerais, é ótima opção para lanches e cafés, trazendo benefícios ao consumo e diversificação do cardápio diário.

O Diretor Administrativo e Financeiro da Cooperativa Santa Clara, Alexandre Guerra, fala sobre a importância do trabalho desenvolvido desde a propriedade até a mesa do consumidor. «Todo o processo de produção do leite tem um acompanhamento rigoroso para que todos os nutrientes sejam preservados. Além disso, o corpo técnico dá suporte nas propriedades orientando os produtores», afirma.

Aliado contra a diabetes tipo 2
Dados do estudo «Proposed Role of Calcium and Dairy Food Components in Weight Management and Metabolic Health», realizado na Universidade do Tennessee, sugerem que o leite é uma ótima fonte de nutrientes para aqueles que possuem a enfermidade, diferente do que se acreditava.

Adicionando o leite à dieta
Diante dos dados expostos, fica claro que o leite pode agregar quando o assunto é diversificar a dieta e investir em bons nutrientes. Por esse motivo, a Cooperativa Santa Clara trabalha para entregar um portfólio com diferentes alimentos e bebidas derivadas do mesmo.

No mercado desde 1912, a Cooperativa Santa Clara, a mais antiga cooperativa de laticínios em atividade no Brasil, já foi reconhecida como Melhor Fornecedora de Laticínios e Queijos por diversos anos. (Fonte: Terra)

Com selo sustentável, Danone espera conquistar consumidor consciente

De olho no avanço de consumidores cada vez mais conscientes e engajados, que desejam saber sobre origem dos produtos que consomem, a Danone Brasil decidiu investir pesado em projetos de sustentabilidade, inclusão social e governança corporativa. 

Sustentabilidade: cada vez mais uma condição necessária para a cadeia láctea
Os planos envolvem toda a cadeia de fornecedores (leiteira e de água), inovação e criação de produtos e medidas de combate a mudanças climáticas — nesse último caso, as ações obedecem um plano global de 2 bilhões de euros de investimentos em três anos. O conjunto de projetos proporcinou a Danone o certificado B — um selo dado a companhias que adotam medidas mais inclusivas, equitativas e regenerativas.

O conceito foi criado em 2006, nos Estados Unidos, com o intuito de redefinir a noção de sucesso de uma empresa, deixando de olhar apenas o êxito financeiro, mas também a postura em relação ao bem estar da sociedade e do planeta. Hoje o Brasil tem 202 empresas B, a maioria de médio e pequeno porte. Entre as grandes corporações está a Natura e, agora, a Danone Brasil.

"Nos últimos três anos, passamos por um amplo processo de auditoria conduzido pela B Lab (organização que faz todo o processo de certificação), que tinha o objetivo de entender nossa relação com a sociedade e com o meio ambiente. A certificação é uma validação de tudo isso", disse o Presidente da Danone Brasil, Maurício Camara.

Ele espera que essa certificação, que coincide com o boom dos ESG (environmental, social and corporate governance), permita uma maior conexão com o novo consumidor que busca "marcas sérias e com propósitos" e eleve o volume de vendas.

Inicialmente, a empresa deve adotar algumas estratégias para chegar até a esse público por meio de divulgações internas e redes sociais. Numa próxima etapa, a companhia pretende considerar em seus processos de inovação a inclusão do selo nas embalagens, que devem seguir alguns parâmetros definidos.

"Mas, além do reflexo no consumo, há um benefício financeiro sobre o custo do crédito e de captação, que tende a ficar mais barato para empresas sustentáveis", pontuou Camara. Em sua avaliação, nessas companhias, o nível de risco é menor - uma vez que há maior transparência em toda a operação e nos números da empresa - e o retorno para o acionista tende a ser maior.

Pandemia
Nos últimos meses, a Danone teve que passar por grandes mudanças em virtude da Covid-19. Com o isolamento social no primeiro semestre do ano passado, houve uma mudança expressiva no perfil de consumo da população, que afetou as vendas da empresa.

O chamado consumo de rua e de academia, despencou. As vendas para restaurantes e hotéis praticamente zeraram. Entretanto, com mais gente dentro de casa, a aquisição de produtos em embalagens maiores aumentou.

Já o segundo semestre, com a reabertura do comércio, as vendas voltaram. O auxílio emergencial ajudou bastante na retomada, diz Camara. "Essa renda ajudou a evitar uma queda maior e acabamos crescendo 3% no ano." Para 2021, apesar das as incertezas, a expectativa é de crescimento de 5%."

Ele comentou que desde o ano passado, os funcionários do escritório estão em home office. Porém, a presença na empresa não está vetada. Quem quiser pode ir ao escritório, obedecendo uma taxa de ocupação de 15%. Para ele, dificilmente os espaços usados pelas empresas serão como antes. "Hoje o escritório está ocioso. É um espaço que precisa ser repensado", finalizou. (As informações são do Estadão, adaptadas pela Equipe MilkPoint)


Jogo Rápido
Embrapa Gado de Leite promove pesquisa de percepção em relação à produção científica
Para apoiar o planejamento das estratégias de pesquisas e ações do setor leiteiro nos próximos anos, a Embrapa Gado de Leite lançou um formulário online de perguntas destinado a produtores, indústria e consumidores de laticínios. A iniciativa, que leva cerca de 10 minutos para ser concluída, ficará disponível para receber respostas até segunda-feira (15/3) por meio de um link, que você acessa CLICANDO AQUI. Conforme destaca o economista e pesquisador da Embrapa Gado de Leite Glauco Carvalho, o formulário congrega perguntas sobre sanidade, bem estar animal, gestão, entre outros tópicos. Segundo ele, o apoio de toda a cadeia produtiva é fundamental para compor pesquisas de qualidade. "Hoje, ninguém faz nada sozinho. O mundo tem muitas questões complexas e precisamos de pessoas de diferentes áreas e visões para respondê-las", afirma o pesquisador. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


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