Porto Alegre, 03 de março de 2020 Ano 14 - N° 3.175
Coronavírus interrompe a cadeia de fornecimento de laticínios da China e não pode ser ignorado
Mesmo uma interrupção de 30 dias na cadeia de fornecimento de laticínios da China pode ter efeito duradouro de meses. Com a região prejudicada pelas quarentenas de coronavírus e sem um objetivo claro à vista, as organizações de laticínios procuram compensar as perdas.
As circunstâncias estão impactando todas as áreas da economia na China, com a interrupção do transporte e a escassez de mão-de-obra afetando a fabricação e o comércio. Sandy Chen, analista sênior de laticínios da RaboResearch, Rabobank, analisou os possíveis efeitos no mercado global de produtos lácteos, aconselhando que eles não devam ser ignorados. "Embora o impacto da epidemia na demanda por laticínios deva ser de curto prazo, a incerteza sobre sua duração real e o persistente impacto psicológico podem trazer danos significativos ao consumo, o que afeta o processamento, produção e importação", afirmou.
Estabilizar o fornecimento de alimentos pode pressionar os preços: Como o surto ocorreu próximo ao ano novo chinês, Chen disse que o fechamento de lojas e o tráfego de pedestres nas mercearias tiveram um efeito material nas vendas que, de outra forma, teriam sido fortes durante o feriado.
Chen disse que as remessas de leite cru e o reabastecimento dos processadores foram atrasados devido a controles mais rigorosos do tráfego rodoviário e à escassez de mão-de-obra pós-Ano Novo Chinês. Para os produtores, são as pequenas e médias fazendas que foram as que mais sofreram, levando a descartes de leite.
Mais leite em pó no mercado global? Chen informou que a China importou quase 670.000 toneladas de leite em pó integral em 2019 (+30%) e um recorde de 340.000 toneladas de leite em pó desnatado (+23%). Inicialmente, o Rabobank esperava que as importações da China no primeiro semestre de 2020 caíssem 3% e crescessem 1% durante o ano inteiro.
Nate Donnay, diretor de insights sobre o mercado de laticínios do INTL FCStone, sugeriu recentemente que poderia haver uma queda de 3% a 10% nos preços dos laticínios chineses nos próximos 12 meses, em comparação com o que seria sem o COVID-19.
“De uma perspectiva global, a produção ainda parece muito boa, com a UE forte e a produção americana melhorando à medida que o rebanho cresce. As produções australiana e argentina mais recentes também foram um pouco melhores do que o esperado”, disse Donnay. "Os problemas de produção da Nova Zelândia por si só não serão suficientes para impulsionar os preços mais altos, mas podem compensar alguns dos problemas de baixa em torno da demanda chinesa e do COVID-19". (As informações são Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
Desenhado com o propósito de incentivar a pesquisa e a inovação e melhorar o ambiente de negócios no Rio Grande do Sul, o projeto de lei que cria o Marco Legal Estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia será protocolado neste mês na Assembleia. A proposta deve tramitar em regime de urgência e é inspirada no marco nacional, regulamentado em 2018.
Univates consegue patente de produto feito com espécie nativa do Estado
A partir de uma pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, a Universidade do Vale do Taquari (Univates) obteve, recentemente, mais uma patente. Trata-se de um produto lácteo enriquecido com farinha de frutos verdes de mamãozinho-do-mato, espécie nativa do Rio Grande do Sul com alto teor de fibra alimentar, aminoácidos essenciais e proteínas. O produto é resultado da dissertação de Lilian Ferreira, orientada pela professora Elisete Maria de Freitas.
De acordo com Lilian, o mamãozinho-do-mato também é conhecido como jaracatiá e é considerado uma Planta Alimentícia Não Convencional (Panc). “A ideia inicial era outra, mas sempre tivemos certeza de que seria com o mamãozinho-do-mato. Durante a pesquisa, vimos que havia uma oportunidade maior de inovar com um produto voltado para o público consumidor de probióticos e derivados”, relata. As características nutritivas do fruto apontam para alto teor de fibra alimentar, semelhante ao que pode ser obtido com o coco, além de aminoácidos essenciais e proteínas.
O uso da farinha de mamãozinho-do-mato no leite fermentado amplia a vida de prateleira do produto e também aumenta a concentração de micro-organismos probióticos. A professora Claucia Volken de Souza explica que esses micro-organismos, quando em equilíbrio, beneficiam a saúde ao melhorarem a absorção de nutrientes e fortalecem o sistema imunológico. “Com isso, o leite fermentado com a farinha do mamãozinho-do-mato pode ser considerado um alimento simbiótico, devido ao seu efeito sobre os micro-organismos envolvidos”, finaliza.
A orientadora acrescenta que, além dos benefícios, ao utilizar-se o mamãozinho-do-mato é feito o resgate de uma Panc, ainda pouco utilizada, para que seja introduzida na alimentação, já que, muitas vezes, elas estão próximas às casas das pessoas e essas nem sabem que se trata de uma planta que pode ser consumida. “No caso do jaracatiá, o uso popular era restrito ao caule, que, ao ser ralado, era utilizado em doces, muitas vezes em substituição do coco. Além disso, por se tratar de uma espécie nativa, o seu consumo promove maior conhecimento e valorização da biodiversidade”, afirma Elisete. (Correio do Povo)
Uma das ações consideradas prioritárias para o atual governo é a Reforma Tributária, cujas medidas visam a simplificação da atual tributação. Para isso, tramitam duas propostas, uma na Câmara de Deputados (PEC 45) e outra no Senado (PEC 110) que podem ter grandes impactos no setor leiteiro, caso sejam aceitas sem alterações. Para melhor entender essas questões, o MilkPoint, com apoio da Fermentech, organizou um webinar gratuito com Marcelo Martins, Diretor da Viva Lácteos e Dr. Eduardo Lourenço, advogado tributarista. Assista na íntegra. Clicando aqui. (MilkPoint)