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04/07/2019

Porto Alegre, 04 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.015

     Previstas medidas para o leite e o vinho

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse ontem que o governo busca medidas para aumentar a competitividade dos vinhos e lácteos brasileiros, setores que se consideram prejudicados pelo acordo entre Mercosul e União Europeia (UE). Para a cadeia do leite, informou que há tratativas que poderão gerar isenção de até 35% na importação de máquinas. Para o vinho, anunciou a criação de um fundo para incentivo à produção e industrialização. Os recursos para o fundo virão do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a circulação de vinhos. "Isso deve entrar em vigor o mais rápido possível", adiantou a ministra, em coletiva de imprensa. Ainda sobre o leite, Tereza Cristina disse que o setor já causava preocupação, mesmo antes do acordo. Para a ministra, é preciso "fazer uma arrumação interna e achar políticas públicas" voltadas à competitividade. 

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, cobrou medidas compensatórias para que a cadeia consiga concorrer de igual para igual com as de outros países. "A gente já sofria pressão no Mercosul, e agora esta pressão aumenta com a retirada da tarifa de importação da Europa, que dá muitos subsídios aos seus produtores", preocupa-se. A respeito da redução de impostos para importação de máquinas, Guerra diz que este é pleito antigo da entidade, que inclui equipamentos, tecnologias, insumos. "Muitos fatores precisam ser pensados para que mais produtores se tornem competitivos", afirmou, citando a simplificação de impostos, estradas de qualidade e melhoria da energia elétrica, entre outros. 

Em relação ao vinho, o embaixador Orlando Ribeiro, que participou da coletiva de imprensa, disse não haver um valor fechado para o fundo, mas que "seria bom algo em torno de R$ 150 milhões ao ano para dar musculatura ao setor". Pelo acordo comercial, os vinhos terão um período de oito anos de transição, enquanto que para espumantes o tempo será de 12 anos. Ao final deste prazo, serão zeradas as tarifas e começa o livre comércio entre as partes. Para o presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Oscar Ló, o anúncio da criação do fundo mostra o reconhecimento do governo quanto aos prejuízos que o setor vai ter. "Além do fundo, precisamos de mais medidas, porque vamos ter um grave problema social se não dermos condição para os produtores rurais sobreviverem na atividade", advertiu. (Correio do Povo)
 
                  
 

Nota de pesar 

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) comunica, com profundo pesar, o falecimento de Amilton Strelow, 51 anos, ex-integrante de sua diretoria, e se solidariza com toda a comunidade de São Lourenço do Sul, cidade na qual Strelow deixa um legado em prol da agricultura familiar e do fortalecimento do cooperativismo.

Ainda em 1990, o jovem agricultor já se destacava na defesa da pequena propriedade e, pouco tempo depois, esteve à frente da inauguração da Cooperativa Mista de Pequenos Agricultores da Região Sul (Coopar/Pomerano) na condição de sócio-fundador. 

De lá para cá atuou como presidente e gerente geral da cooperativa, período em que se consolidou como gestor focado nas necessidades e demandas da agricultura familiar. Foi um exemplo de superação, dedicação e prova de que a agricultura familiar pode estar à frente de grandes empreendimentos e contribuir para o crescimento coletivo no campo. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 


Crédito: Benildo Barbosa/Comunicação e Marketing Coopar

Rolnei Volpi é indicado para presidência da Câmara Setorial do Leite e Derivados

O setor lácteo indicou o nome de Ronei Volpi para assumir, a partir de agosto, a presidência da Câmara Setorial do Leite e Derivados, do Ministério da Agricultura (Mapa). O nome foi escolhido em reunião da própria câmara, em Brasília. Médico veterinário da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e coordenador da Aliança Láctea Sul Brasileira, Volpi tem passagem pela superintendência do Senar PR, é produtor de leite e um dos fundadores do primeiro Conseleite do Brasil. A indicação passará, ainda, pelo aval da ministra da Agricultura Tereza Cristina. Se confirmado para o cargo, será o primeiro representante da região Sul a assumir o posto, substituindo o atual presidente Rodrigo Alvim.

Segundo Volpi, a indicação foi uma grande e grata surpresa. "Fui indicado devido ao meu trabalho e dedicação à atividade leiteira. Fiquei muito feliz pelo reconhecimento dos colegas". Dois grandes desafios o esperam assim que assumir o novo cargo: a implementação das Instruções Normativas (INs) 76 e 77 e o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, que permite o livre comercio de produtos entre os blocos. "Esse acordo tem ameaças e oportunidades que abrem portas para a comercialização de lácteos para o mundo", afirma. Volpi garante que irá trabalhar com afinco para que nenhum produtor seja impedido de realizar a atividade por não atingir os parâmetros exigidos pelo Mapa.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, a escolha de um representante da região Sul para a presidência da Câmara Setorial do Leite e Derivados é muito importante para os produtores gaúchos, ainda mais porque, além de ser produtor de leite,  o indicado tem vasta experiência profissional. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Wenderson Araujo/CNA

 

Exportações aéreas para China ganham reforço 

A exportação de mercadorias brasileiras para a China, em especial os produtos frescos e de alto valor, ganhou novo impulso com a ampliação da frequência de voos de carga. O Consulado-Geral do Brasil em Cantão anunciou, nessa quarta-feira (03/7), que os serviços aéreos da Ethiopian Airlines, com voos de carga no trecho Chongqing-São Paulo operados por cargueiros 777, com escala técnica em Adis Abeba, será semanal. A capacidade do transporte é de 100 toneladas, aproximadamente. 

A informação foi repassada pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Além disso, o Consulado informou que a holding Sino-Lac está em vias de finalizar entendimentos para estabelecer frequência regular de serviços aéreos de carga para São Paulo, com escala em Luanda. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 

 
 
IN's 76 e 77 - Adaptação deve ser lenta
Os produtores ainda estão em fase inicial de adaptação às instruções normativas (INs) 76 e 77 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que entraram em vigor há pouco mais de um mês e estabelecem novos padrões de qualidade, identidade, transporte e conservação do leite em todo o país. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, estima que o produtor precisa de pelo menos um ano para se adequar às regras e que, para isso, não depende só de fazer investimentos, como a compra de resfriadores, mas também de respostas a questões estruturais que não dependem dele, como a qualidade da energia elétrica. A veterinária e consultora de qualidade do Sindilat, Letícia Vieira, ressalta que as empresas gaúchas estão mapeando as condições de produção dos seus fornecedores. Algumas, diz ela, já elaboraram um check list para os agricultores apontarem sua capacidade de atendimento às novas regras. "Quando se tiver este diagnóstico é que vai ser possível estabelecer outras ações", destaca. (Correio do Povo)

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