Pular para o conteúdo

04/06/2019

Porto Alegre, 04 de junho de 2019                                              Ano 13 - N° 2.993

   GDT

 
(GDT, adaptado pelo Sindilat)
 
                 
 

Uruguai registra queda significativa na produção e entrega de leite

A entrega de leite das fazendas leiteiras para o conjunto de unidades industriais de laticínios do Uruguai foi 9,7% menor nos primeiros quatro meses de 2019, em comparação com o mesmo período de 2018, atingindo 529,296 milhões de litros. A entrega de abril foi estimada em 133,083 milhões de litros, 12,6% a menos que no mesmo mês do ano passado.

No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses (maio de 2018 a abril de 2019), o envio de leite foi 1,4% acima do valor correspondente a um ano atrás. Com base em informações elaboradas por técnicos do Instituto Nacional do Leite (Inale), no ano de 2018 foram enviados 2.063.383 milhões de litros, volume recorde, 17% superior ao enviado durante o ano de 2017.

Três ou quatro anos ‘asfixiados’
Mauro Curbelo, presidente da Sociedade dos Produtores de Leite de San Ramón, disse que existem várias razões para que esse declínio tenha ocorrido, entre elas, o valor que o produtor recebe pelo leite enviado às indústrias, que é avaliado em dólares e caiu de maneira notória. Isso impacta os produtores com relação aos seus problemas de caixa e o enfrentamento de investimentos importantes, por exemplo, para alimentar seus rebanhos, o que afeta os níveis de produção e, portanto, a menor entrega.

Inclusive, ele admitiu que cenário poderia ser pior, mas felizmente o preço do grão em dólares não teve aumentos relevantes. Na verdade, "já se passaram três ou quatro anos desde que fomos sufocados e, a longo prazo, isso está sendo sentido", disse ele. Em relação ao valor do leite, embora tenha havido uma leve recuperação em pesos, "começamos o ano com um valor em dólar de US$ 0,29 a US$ 0,30 por litro e agora estamos em US$ 0,26 a US$ 0,27 em média e isso está nos atingindo".

A isto devemos acrescentar uma seca que ocorreu este ano, que não foi muito pronunciada. "Ela durou no máximo 50 dias, mas aconteceu num momento chave, os pastos não cresceram bem e poucos produtores conseguem fazer um bom pastoreio de aveia, por exemplo. Os pastos não contribuíram e os campos estão auxiliando pouco", acrescentou. Ele também lembrou que a boa primavera passada gerou muito pasto e levou os produtores, a fim de economizar o máximo possível, a investir menos na suplementação de seus rebanhos "e isso também está tendo impacto”.

Menos fazendas leiteiras
Curbelo acrescentou que "devemos ter em mente que os produtores continuam fechando fazendas leiteiras. Estão fechando menos, em média uma a cada dois ou três dias". Ele mencionou que parte desses rebanhos passa para outras fazendas leiteiras, mas uma boa parte vai para frigoríficos ser abatida a fim de fazer dinheiro e pagar contas. “E isso provavelmente continuará acontecendo”. Finalmente, consultado sobre a ajuda oficial que havia para o setor lácteo, Mauro lamentou que "a pequena ajuda que foi dada, por diferentes razões, não se materializou em benefícios reais para os produtores”. (As informações são do El Observador, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Demanda global de lácteos em alta, mas não os preços

A demanda global por produtos lácteos está aumentando, mas os preços nem sempre seguem a mesma trajetória. “A história de crescimento é fantástica. Desde 2007, o leite vem crescendo em demanda em 2,3% ou 19 milhões de toneladas por ano. Isso é quase a produção anual de leite da Nova Zelândia”, disse Torsten Hemme na conferência internacional da Alltech realizada em Lexington de 19 a 21 de maio.

O direcionador é uma população crescente e as pessoas consumindo mais, disse Hemme, fundador da rede IFCN Dairy, com sede em Kiel, na Alemanha, que monitora a dinâmica dos laticínios em todo o mundo. Nos Estados Unidos, o consumo de leite é alto, de 274 litros por ano, mas na Indonésia é baixo, com 30 litros por ano.
O relatório IFCN Dairy traça o perfil de 115 países e informou que desde 2006, o preço médio do leite era de US$ 40 por 100 kg, mas desde 2017 os preços flutuaram em 10%, então eles caíram para US$ 35 por 100 kg. Neste ano, a demanda pode superar a oferta e os preços podem melhorar um pouco.

A demanda por leite não crescerá em mercados maduros como os EUA, a Austrália ou a União Europeia, mas a prosperidade na China deverá registrar um aumento no consumo. A Índia é o produtor número um em volume de leite com um modelo agrícola de duas vacas por fazenda. Cinco por cento de crescimento por ano é esperado.

Segundo o relatório, os terceiros maiores produtores são UE, Brasil e Nova Zelândia. Rússia, Ucrânia, sudeste da Europa, Japão e Noruega são grandes produtores, mas viram um declínio na produção de leite. O Japão e a Coreia do Sul mostram um declínio contínuo na produção, mesmo com o apoio do governo e o investimento do setor. Algumas partes da UE também mostrarão enfraquecimentos, mas membros como a Irlanda experimentaram uma enorme expansão nos últimos anos.

Fatores para a produção de leite incluem elementos naturais como clima, terra e água. Nas regiões que sofrem secas, os fornecimentos de ração foram limitados e a produção caiu. Além disso, a Rede IFCN encontrou grandes flutuações no custo de produção que variam de US$ 20 a US$ 105 por 100 kg. O estudo da rede dividiu a produção em três segmentos.

Os produtores domésticos são aqueles com uma a 10 vacas e são comuns no sul da Ásia, Paquistão e Índia, onde 90% das fazendas possuem menos de 10 vacas. A próxima é a agricultura familiar com 10 a 100 vacas e isso é visto na UE e na América Latina. Fazendas maiores, com 100 a 300 vacas por fazenda, geralmente têm funcionários e investimentos. Este modelo prevalece nos EUA, onde rebanhos de 1.000 vacas ou mais estão se tornando mais comuns.

O estudo também analisou o impacto ambiental do setor e descobriu que apenas 2,7% das emissões globais de gases de efeito estufa provêm de laticínios. As pessoas que pensam que a substituição do leite salvará o planeta estão equivocadas, disse Hemme. (As informações são do The Western Producer, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
 
Produção/Oceania
Em abril a produção de leite da Austrália retrocedeu 13,7% e na Nova Zelândia caiu 8,4% em relação a abril de 2018. Do outro lado, as importações de produtos lácteos pela China aumentaram, tanto em quantidade como em valor. Na Austrália a queda foi provocada em decorrência da seca e dos altos custos dos insumos. A expectativa é de que, nos primeiros dez meses da temporada, a produção tenha diminuído 7,3%.  Na Nova Zelândia, o leite produzido em abril caiu 8,4% em relação a abril, mas, a captação da Fonterra foi 9% menor em relação ao ano anterior. Nos primeiros 11 meses da temporada 2018-19, a Nova Zelândia aumentou sua produção de leite em 2,3% no total.As exportações da Nova Zelândia continuam crescendo (12,9% em abril de 2019), mas, existe preocupação relacionada ao vírus da peste suína africana que está dizimando os planteias de preços da China. Consequentemente, haverá redução na compra de alimentos para suínos na Nova Zelândia.
China aumenta as importações lácteas
Por outro lado, a demanda de produtos lácteos por parte da China continua sendo alta no primeiro trimestre do ano. Entre janeiro a abril as importações cresceram 17,3% em quantidade, e 20,4% em valor. A Oceania é a região de maior oferta de lácteos, seguida pela União Europeia (UE). Ambas fortalecem suas posições graças à guerra entre Pequim e Washington. (TodoElCampo – Tradução livre: Terra Viva)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *