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28/09/2018

Porto Alegre, 28 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.829

Ministério de Desenvolvimento Social doa 40 toneladas de leite para venezuelanos em Boa Vista


 
Doação/VE - O ministro de Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, chegou a Boa Vista na tarde desta segunda-feira (24) para acompanhar a entrega de 40 toneladas de leite em pó que serão destinados a imigrantes venezuelanos que vivem em abrigos da cidade. Na ocasião, Beltrame afirmou que todo leite é doado pelo Governo Federal e foi produzido pela agricultura familiar no Rio Grande do Sul, ajudando no desenvolvimento daquele estado e contribuindo com uma demanda no Norte do país. Disse também que a produção local pode ser utilizada da mesma forma em caso de necessidade.

"Se necessário, o Ministério de Desenvolvimento Social poderá fazer aquisições, e tem feito isso através das Forças Armadas. Aquisições, inclusive, da agricultura familiar aqui de Roraima, fazendo com que o próprio processo de migração sirva de motor para a economia local", explicou Beltrame. O ministro ainda assegurou o sucesso do processo de interiorização de imigrantes para outras regiões do país. Desde abril, 16 voos foram realizados e 1.978 pessoas interiorizadas de Roraima para nove estados do Brasil.

"O Brasil dá um exemplo ao mundo de estar de braços abertos. Nós que somos um país formado por tantas etnias, tantos povos, uma mistura de tantas raças, de tantas culturas, recebemos os irmãos venezuelanos de braços abertos e isso é algo que o Brasil pode se orgulhar", destacou.

Nesta terça-feira (25), o ministro deve acompanhar o voo que levará venezuelanos na 10ª fase do processo. Segundo a Casa Civil, a previsão é de que 90 imigrantes sejam levados para Curitiba e 140 para o Rio Grande do Sul, sendo distribuídos em Porto Alegre, Canoas, Esteio e Cachoeirinha. (G1)

 

ANTT abre brecha para que frete de retorno não precise ser pago

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) enviou na noite de terça-feira à Abiove, associação que representa indústrias de óleos vegetais que atuam país, um ofício que abre brecha para o não pagamento do frete de retorno aos caminhoneiros que voltarem à sua origem sem carga depois de feita uma entrega. Pagar pela volta do caminhão vazio pode mais que dobrar os custos de transporte rodoviário de grãos e, segundo representantes do setor, jogaria por terra a vantagem competitiva de fluxos logísticos mais recentes, como os do chamado "Arco Norte". O documento da ANTT, antecipado ontem pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, afirma em seu último parágrafo: "Se ajustadas entre as partes, contratante e contratado, condições de contratação sobre o eixo vazio, obrigatoriamente, a avença deverá constar expressamente em documento fiscal". 

Assinado pela superintendente Rosimeire Lima de Freitas, a carta é uma resposta a questionamentos feitos pela Abiove, mas ainda não é um posicionamento oficial. A expectativa do setor agrícola era que a agência reguladora fizesse os devidos esclarecimentos em seu site. Procurada, a ANTT informou que o ofício é apenas de um esclarecimento à entidade e que não há qualquer decisão em relação ao tema. Apesar de não ser uma palavra final, o ofício foi celebrado - com cautela - pelas tradings. Dentre todas as consequências do tabelamento que garante um preço mínimo de transporte ao caminhoneiro, o frete de retorno vazio - e, portanto, não contratado - está entre as que mais provocaram críticas. Para o setor, é uma medida "ilegal", que fere o princípio da economia de mercado. Na ponta do lápis, a referida "ilegalidade" se traduz em custos extras de R$ 25 bilhões ao ano, de acordo com cálculos da Esalq-Log realizados em agosto passado a pedido Valor. 

Segundo uma fonte, a ANTT ponderou que o frete-retorno deveria seguir a nova regra caso fosse objeto do contrato. "Se a trading contratar só o trecho de ida, a volta, seja com ou sem carga, é responsabilidade do transportador", disse. Portanto, a tabela se aplicaria ao frete carregado contratado. A metodologia de cálculo do frete está inserida no Anexo I da resolução da ANTT, em linha com a lei nº 13.703, que oficializou o preço mínimo para o transporte rodoviário após a paralisação de caminhoneiros que travou o Brasil. É nesse anexo que se formou a confusão atual envolvendo os pagamentos por retornos não desejados. Uma nova versão do anexo está prevista para janeiro de 2019. Apesar da pressão do agronegócio sobre a ANTT e das conversas intensificadas na Casa Civil para reverter a medida - nas palavras de outra fonte, o setor passou a operar no "modo esperneante" em Brasília -, o que já se verifica, na prática, são arranjos comerciais entre empresas de transporte e tradings para um acordo considerado viável por ambas as partes. Nesse contexto, em vez de pagar o preço cheio estipulado para o retorno do caminhão vazio, tradings estariam pagando valores acima da tabela, mas longe das cifras duplicadas previstas pelo governo.

O não seguimento da tabela implicaria multa às empresas. Segundo o Valor apurou, ninguém foi multado até o momento. O questionamento de esclarecimento à ANTT pela Abiove, no entanto, seria uma tentativa de proteção para evitar multas futuras e ajudar também na precificação da soja. Fosse aplicado à risca, o frete-retorno seria especialmente danoso a algumas rotas logísticas. No eixo entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), por exemplo, toda a vantagem competitiva de rodar menos e de estar mais perto de destinos como a Europa "iria para o ralo", disse um trader. É um revés para empresas como Cargill, Bunge, ADM, Louis Dreyfus, Amaggi e Hidrovias do Brasil, que fizeram investimentos milionários em infraestrutura portuária no rio Tapajós. "Mas o paralelo de Lucas do Rio Verde (MT) também poderia ser facilmente redefinido", disse o trader. 

Essa linha imaginária determina que, do ponto de vista logístico, tudo o que estiver abaixo do município mato-grossense no mapa faria mais sentido seguir para Santos (SP; o que está acima, para os portos do Norte. "Se for mais barato sair pelo Sul, traremos mais soja de Sinop e Sorriso até Santos", afirma um executivo de uma trading. Cálculos realizados pela Abiove, a pedido do Valor mostram que a imposição de uma tarifa dupla para o frete-retorno teria impactos significativos em todas as rotas. O trecho Sinop-Miritituba pularia de R$ 215 para R$ 338 por tonelada movimentada. Entre Sapezal (MT) e Porto Velho (RO), passaria de R$ 148 para R$ 338 por tonelada. E entre Sinop e Santos, considerando o escoamento integral por estradas, subiria de R$ 300 para R$ 721,80. Apenas uma parte pequena do volume que chega a Santos pagaria esses valores - 70% dos grãos são antes transbordados para a ferrovia em Rondonópolis. (Colaboraram Cristiano Zaia e Rafael Bitencourt, de Brasília) (Valor Econômico) 

Parmalat importou 300 mil litros de leite longa vida do Brasil

Parmalat/Uruguai - A multinacional Parmalat importou 300 mil litros de leite longa vida do Brasil com destino ao Uruguai, uma operação não muito comum no mercado local de lácteos, onde é habitual que ingressem produtos com maior valor agregado como iogurtes ou queijos. 

Nos últimos meses, o Brasil desvalorizou mais sua moeda do que o Uruguai, dificultando a entrada das indústrias uruguaias no mercado do Norte, enquanto os brasileiros ganham competitividade para levar sua produção para o exterior. O dólar subiu acentuadamente e recuperou muito do que foi perdido nos últimos dias.

O substituto do senador do Partido Nacional, Sebastián da Silva postou em sua conta no Twitter detalhes da autorização concedidas pela Divisão de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária para que entrasse 100 mil litros de leite UHT (longa vida) semidesnatado, mais 100 mil litros de desnatado e outros 100 mil litros integral. A mercadoria entrou pela fronteira com Rivera.

A marca Parmalat é proprietária da multinacional francesa Lactalis que tem plantas industriais no estado do Rio Grande do Sul e também no Uruguai. Atualmente, tem uma planta operando em Cardona, pois, fechou a outra unidade de Salto um ano e meio atrás. O presidente do Instituto Nacional do Leite (Inale) Ricardo De Izaguirre, comentou a El Observador que, por enquanto, não houve protesto de nenhuma representante do setor lácteo ou de empresas locais por essa importação pontual realizada pela Parmalat.

Destacou, no entanto, que dado que a exportação foi realizada com preços muito baixos, o mercado interno aceita bem os produtos. O mercado local equivale a cerca de 30% do total dos produtos lácteos produzidos no país.

"Esse tipo de leite (UHT da Parmalat) vai competir com o leite fresco, que representa 7% das vendas de lácteos. Afeta todas as empresas que vendem leite fresco: Calcar, Claldy, Conaprole, Coleme e Granja Pocha", acrescentou.

Além do mais são essas indústrias as que gerem o Fundo de Garantia que avaliado em US$ 39 milhões este ano ($1,39 peso por litro na venda do leite tabelado vai para esse fundo), o que gera dificuldades de concorrência para esse leite. "Se substitui o consumo do leite fresco nessa proporção implica menor arrecadação para a formação do fundo", disse o titular do Inale.

O comércio dos lácteos
No acumulado janeiro-setembro o Uruguai importou 9.300 toneladas de lácteos ao custo total de US$ 7,7 milhões, segundo dados da Alfândega. A Argentina foi o principal fornecedor, 61%, seguido pelo Brasil com 19%, e a Espanha com 5%. As compras foram lideradas por iogurtes (21%), queijo fresco (17%) e leitelho (11,5%).

Por outro lado, no mesmo período as indústrias uruguaias exportaram US$ 415,5 milhões em produtos lácteos. O principal produto foi o leite em pó integral, 82.387 toneladas, seguido pelos queijos (18.950 toneladas) e o leite em pó desnatado (7.842 toneladas). (El Observador - Tradução livre: www.terraviva.com.br) 

Regiões Sul e Sudeste lideram na produção leiteira
A produção brasileira de leite em 2017 foi de 33,5 bilhões de litros, uma retração de 0,5% em relação a 2016. As regiões Sul e Sudeste encabeçam a produção nacional, com 35,7% e 34,2% do total de litros, respectivamente. Em relação ao número de vacas ordenhadas, é na Região Sudeste que está localizada a maior parte desses animais: 30,4% do total de 17,1 milhões no Brasil. No entanto, a maior produtividade nacional é encontrada na Região Sul, o que a mantém com o status de maior produtora de leite desde 2015. O principal estado produtor de leite no Brasil é Minas Gerais, que possui ainda o maior rebanho de vacas ordenhadas. Em 2017, foi responsável por 26,6% da produção de leite e por 20,0% do total de vacas ordenhadas. O preço médio nacional em 2017 foi de R$ 1,1 por litro de leite, uma queda de 5,6% em relação a 2016, ano que atingiu o maior valor da série histórica pela queda na produção e competição pelo produto por parte da indústria. O valor de produção anual gerada na atividade foi de R$ 37,1 bilhões. (Jornal do Comércio)

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