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24/09/2018

 

Porto Alegre, 24 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.825

Conseleite SC

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 20 de Setembro de 2018 na cidade de Joaçaba, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Agosto de 2018 e a projeção dos preços de referência para o mês de Setembro de 2018. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina. (Faesc)

 
 
 

Preço do leite longa vida recua 13% em agosto

Leite longa vida - Após meses em alta, o preço do leite UHT recuou 13% de julho para agosto, fechando o mês com média de R$ 2,7761/litro. Quanto ao queijo muçarela, as cotações caíram 5% na mesma comparação, para a média de R$ 18,84/kg em agosto.  As desvalorizações de ambos os produtos estão atreladas ao baixo consumo e aos elevados estoques no atacado paulista.

Se comparados ao mesmo período do ano passado, porém, os valores do UHT subiram 19,8% e os do queijo muçarela, 23,2%, permanecendo em patamares elevados - no acumulado do ano, as altas são de 39,5% e de 28,3%, respectivamente. Na segunda quinzena de setembro, as cotações no mercado spot de leite (comercialização entre indústrias) seguem praticamente estáveis em São Paulo (+0,7% frente à primeira quinzena do mês), mas registram alta em Minas Gerais - 2,9%, na mesma comparação - e queda em Goiás (2,7%) e no Paraná (6%). Já os preços do leite UHT e da muçarela registraram quedas de 5,6% e de 2,5%, respectivamente, no acumulado da primeira quinzena de setembro, fechando o período com médias de R$ 2,6238/litro e de R$ 18,3963/kg. A pesquisa diária de preços realizada pelo Cepea no atacado de São Paulo tem o apoio financeiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). (Cepea)

 

 
 

Tecnologia move avanço da pecuária leiteira holandesa

Tecnologia - Robôs programados para cuidar de vacas compõem um cenário digno de filmes de ficção científica do fim dos anos 1980. Mas na Holanda aquele "futuro" já transpôs as telas há anos, o que permite que o país produza cerca de 14 bilhões de litros de leite ao ano, segundo o Instituto Central de Estatística holandês.  Esse volume corresponde a quase 60% do que o Brasil produziu em 2017 - 24 bilhões de litros -, sendo que o território do país europeu representa apenas 0,48% do brasileiro. Em den Eelder, fazenda de gado leiteiro localizada em Poeldijk, pequena cidade de Westland, os robôs fazem parte da paisagem desde 2000, e sem eles o negócio da família Van der Schans estaria fadado ao fracasso. "Não tínhamos pessoas suficientes. Era muito difícil conseguir trabalhadores", afirma Ernst Van der Schans, patriarca da família e que está no negócio de pecuária leiteira desde 1983.

A fazenda abriga cerca de 500 vacas em lactação e 300 bezerros. Cada vaca produz, em média, 36,2 litros de leite por dia. Em uma fazenda sem robôs, com funcionários responsáveis pela ordenha das vacas, a produção é de cerca de 32 litros por dia. Na Holanda, uma em cada cinco fazendas leiteiras já é automatizada. Para se ter uma ideia, no Brasil, a produção média é de pouco mais de 6 litros por vaca/dia, uma vez que ainda há muita pecuária de subsistência.

"O segredo ]da automação] é que a vaca é ordenhada quando quer, e a média é de ordenha de quase três vezes ao dia por vaca", diz Evert Niemeijer, gerente de contas de laticínios da Lely, empresa holandesa, também de origem familiar, responsável pela produção de toda a estrutura robotizada da den Eelder. A Lely registrou receita de € 506 milhões em 2017 e tem escritórios espalhados por diversos países.

Um desses escritórios está em Carambeí, no Paraná. No mercado brasileiro, diz Niemeijer, já há 30 robôs da Lely sendo usados em ordenha. Na semana passada, representantes da cooperativa paranaense Frísia Agroindustrial estiveram em den Eelder para conhecer o processo automatizado.

Em den Eelder, a ordenha das vacas é feita sem nenhum contato humano - estimulados por comida, os animais vão voluntariamente para o aparelho para serem ordenhadas. Cada animal recebe 7 quilos de alimentos por dia. Para comer mais, a vaca tem que ir até o aparelho de ordenha e receber mais uma pequena quantidade. Enquanto ela come, cada teta é higienizada pelo robô e, logo depois, um laser identifica o local exato para instalar o aparelho de ordenha.
"Enquanto o leite é retirado, o robô capta, por meio de uma antena, as informações registradas nos colares dos animais. É avaliado se ela está em boa saúde, se já é o melhor momento para inseminá-la e qual a temperatura do leite produzido", diz Niemeijer. As informações sobre o momento ideal para inseminar a vaca ajudam na redução de custos, reforça o gerente da Lely. O número de aplicações de sêmen cai de quatro, em média, para duas por vaca. "Você reduz custos. Há sêmen de todos os preços, mas para a inseminação de vacas leiteiras o valor é, em geral, de € 12,50 por ampola", completa.

O equipamento para a automatização não é nada barato, e na Holanda não é diferente. "Aqui, além de pagar pelos nossos robôs, a empresa paga caro para construir a estrutura do galpão. Qualquer construção aqui vai demandar pilastras de 24 metros de concreto para serem instaladas embaixo do solo. É uma exigência do governo", diz Niemeijer. Os galpões da den Eelder tiveram um custo médio de € 1,6 milhão para serem construídos. Uma fazenda automatizada também demanda muita energia elétrica. Na propriedade visitada esta semana pelo Valor, foi instalada uma estação de energia movida a biogás para tornar a produção mais sustentável e autossuficiente. A eletricidade é gerada a partir do esterco produzido pelas vacas.

Os 70 quilos de esterco que cada animal produz por dia viram luz em den Eelder. Ainda fresca, a "matéria-prima" vai para câmara de biogás, onde se extrai todo o gás, e o que sobra vai para uma outra câmara que produz fertilizante. Somente esse sistema de produção de energia custou cerca de € 1 milhão. Mas mesmo com tantos gastos, garante Ernst Van der Schans, é possível lucrar. "Não temos muita escolha: não dá para manter a nossa produção sem os robôs. Conseguir braços para o trabalho não é fácil. Meus custos são, em média, cerca de 20% menores por causa da automatização. Mas ainda não estamos tão eficientes e há espaço para melhorar", afirma ele. Van der Schans não revela qual a receita anual da fazenda. "Não se consegue fazer muito dinheiro com leite aqui na Holanda, mas estamos bem", brinca. "Temos um lucro de € 0,05 por litro". Atualmente, um litro de leite na Holanda é vendido por € 0,37.

A fazenda precisa, diariamente, adquirir quase 16 mil litros de leite de terceiros para sustentar a produção de iogurtes, leite in natura e manteiga. "A nossa produção vai para todo o país e exportamos para outros mercados da Europa", afirma Van der Schans. Na propriedade também são produzidos derivados de leite de cabra - negócio de um dos irmãos de Van der Schans. No total, há 35 pessoas trabalhando na fazenda den Eelder. A jornalista viajou a convite da Agência de Investimentos Estrangeiros da Holanda. (Valor Econômico)

 

Margem positiva em 2018 favorece saúde financeira de propriedades

Custo de produção - O ano de 2018 tem apresentado margens mais favoráveis ao produtor de leite, o que indica que este pode ser um bom momento para que muitos reestabeleçam a saúde financeira de suas propriedades.  Vale lembrar que, em 2017, alguns pecuaristas acumularam dívidas de custeio da atividade, devido à forte queda nos preços do leite no campo. No correr deste ano, ainda que os custos de produção estejam em alta, os aumentos na receita (preço do leite) ocorrem em intensidade muito maior. No acumulado de 2018 (até agosto), o COE (Custo Operacional Efetivo, que considera os gastos correntes da propriedade) da pecuária leiteira na "média Brasil" (estados da BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP) registra alta de 6,53%, praticamente a mesma variação observada no IGP-DI, de 6,63%. Já o preço do leite pago ao produtor subiu expressivos 54,4% no mesmo período. Em agosto, especificamente, os custos de produção da pecuária leiteira recuaram, após 10 meses de altas consecutivas. Por outro lado, o preço médio do leite seguiu em alta, atingindo, inclusive, o maior patamar nominal desde setembro/16.

Sobre os custos, a queda de julho para agosto esteve atrelada à desvalorização de alguns insumos, como concentrado e medicamentos. Na "média Brasil", a queda foi 0,20% para o COE e de 0,18% para o COT (Custo Operacional Total, que, além do COE, considera o pró-labore e depreciações). A ligeira retração nos valores do milho em julho em algumas regiões, reflexo da colheita da segunda safra, teve efeito sobre os valores dos concentrados nas casas agropecuárias em agosto. Na "média Brasil", o grupo dos concentrados se desvalorizou 0,3%. Essa queda nacional, por sua vez, foi influenciada principalmente pelo recuo nos preços do insumo em Minas Gerais e em São Paulo, onde as desvalorizações foram de 0,70% e de 0,35%, respectivamente. Os preços de alguns medicamentos também registraram queda em agosto, como vitaminas, hormônios e antitóxicos que, juntos, se desvalorizaram 0,64%. (Cepea)

ANÁLISE PRECISA
Uma das principais bacias leiteiras no Estado, a Região Noroeste ganhou neste mês um laboratório de diagnóstico de doenças bovinas. Instalado no Hospital Veterinário da Universidade de Cruz Alta (Unicruz), o empreendimento recebeu investimento de R$ 1,2 milhão do Banco Mundial, repassados ao Polo Tecnológico do Alto Jacuí, por meio do governo do Estado. O serviço era uma antiga reivindicação de produtores, que mandavam amostras biológicas para Santa Maria ou Porto Alegre. - A ausência de um laboratório era uma queixa recorrente, pois onerava os produtores, a maioria familiares - conta a professora Patrícia Wolkmer, coordenadora do laboratório. Com o diagnóstico mais próximo e rápido, a intenção de um grupo de sete veterinários da Unicruz é investigar as causas das doenças que acometem os animais - afetando principalmente a reprodução. - O laboratório servirá também para pesquisa e extensão de professores e alunos, buscando soluções e levando apoio técnico à pecuária leiteira na região - detalha Patrícia. Com a abertura do laboratório, serão intensificados os cursos de treinamento de produtores para coleta correta de materiais biológicos no campo - como sangue, placenta e feto, quando for o caso de aborto. No futuro, a ideia é ampliar os diagnósticos para doenças suínas, de aves e de cães. (Zero Hora)

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