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11/09/2018

 

Porto Alegre, 11 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.818

Rotulagem: TPS aponta necessidade de mudança

Rotulagem - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) consolidou os resultados preliminares de uma Tomada Pública de Subsídios (TPS) sobre rotulagem nutricional de alimentos, que contou com ampla participação dos setores afetados pelo tema. De acordo com o órgão, mais de 33 mil contribuições foram recebidas durante a consulta aberta ao público. As sugestões foram enviadas por um total de 3.579 participantes, com destaque para os consumidores, que representaram 63% desse total. Os dados revelam que, para 88% dos participantes, a rotulagem nutricional não ajuda a identificar facilmente o valor nutricional do alimento; 91% entendem que a forma de apresentação das informações nutricionais deveria ser alterada. A participação internacional na TPS também foi expressiva - foram recebidos comentários de 101 representantes de 27 países, especialmente de instituições de ensino, consumidores, setor produtivo e sociedade civil. 

Inovação
Realizada entre os dias 25/05 e 24/07 deste ano, a TPS nº 1/2018 buscou coletar informações ou evidências sobre o Relatório Preliminar de Análise de Impacto Regulatório (AIR) sobre Rotulagem Nutricional. Esse mecanismo de consulta aberta ao público é uma inovação recente adotada pela Agência na condução de temas regulatórios, em alinhamento às diretrizes de Boas Práticas Regulatórias da Anvisa e as recomendações da Casa Civil.

Logo após o encerramento do período de 60 dias de consulta, a Anvisa disponibilizou a planilha de contribuições da TPS nº 1/2018 com os dados brutos das contribuições recebidas. Além disso, foi iniciado o processo técnico de análise e consolidação dessas contribuições.

Após o tratamento inicial dos dados, que incluiu a identificação de contribuições duplicadas, a Anvisa elaborou um documento com os resultados preliminares da participação social na TPS. A Anvisa continuará com o processo de análise das contribuições e, em momento oportuno, divulgará o Relatório de Consolidação das Contribuições da TPS. Ao mesmo tempo, a análise dos resultados trará os insumos necessários para a conclusão do Relatório de AIR submetido a contribuições, e a versão final deste documento será o subsídio para a futura decisão regulatório acerca do tema.

A divulgação dos dados da TPS reforça o compromisso da Anvisa com a condução transparente desse processo. Maiores informações sobre o assunto e os resultados iniciais da participação social podem ser acessadas na página específica da TPS. (Anvisa)

 

Leite em pó se destaca no consumo dos brasileiros e conquista novos lares compradores

Estudo elaborado pela Kantar Worldpanel e que analisa o consumo de leite no Brasil aponta que o segmento em pó foi o único a crescer de janeiro a junho deste ano. O produto ganhou penetração (3,9pp) em quase todas as regiões do país - exceto Grande São Paulo e Sul -, o que significa que mais de 2 milhões de lares passaram a comprar leite em pó.
Já o UHT se manteve estável, crescendo em volume na Grande São Paulo e na região Leste + Interior do Rio de Janeiro - nas demais, houve retração. O levantamento revela ainda que no Nordeste o UHT vem sendo substituído pelo leite em pó.

Analisando o período de paralisação dos caminhoneiros, que afetou o país em maio passado, a Kantar Worldpanel apurou que não houve queda no consumo de leites no período, mas que o impacto foi sentido no preço médio.

Ainda segundo a empresa, os leites especiais (enriquecidos ou fortificados, por exemplo) seguem como grandes apostas da indústria, no entanto, ainda deixam os consumidores em dúvida em relação aos benefícios proporcionados. (As informações são da Kantar Worldpanel)

EUA: centros de pesquisa universitários fornecem base para futura mão de obra na cadeia láctea

Os programas do DMI National Dairy Foods Research Center em universidades dos EUA formaram futuros trabalhadores e impulsionaram a inovação em produtos lácteos por mais de 30 anos. Dairy Checkoffs (programa americano de promoção de produtos lácteos) nacionais e locais, financiam os programas em universidades de todo o país, e cada um deles tem seus próprios pontos fortes. Os alunos aprendem coisas como especialização em segurança alimentar e produção de queijos de especialistas técnicos, para melhorar o setor e introduzir produtos no mercado.

Os programas existem nas determinadas faculdades:
Universidade de Minnesota;
Universidade Estadual de Iowa;
Universidade do Estado de Kansas;
Universidade de Missouri;
Universidade de Nebraska;
Universidade de Cal Poly;
Universidade de Cornell;
Universidade Estadual de Utah;
Universidade Brigham Young;
Universidade Estadual de Oregon , Texas A & M;
Universidade de Idaho;
Universidade Estadual de Weber;
Universidade de Wisconsin-Madison.

Cada programa escolar colabora com organizações fundadas por agricultores, como o National Dairy Council, o Innovation Center for Dairy  e o US Dairy Export Council, além de processadores e fabricantes locais.

Êxito no mercado de trabalho
Diretores de programa e educadores disseram ter visto grande sucesso entre os estudantes após a graduação, fornecendo ao mercado trabalhadores qualificados que imediatamente encontram emprego na produção de laticínios, fabricação e ciência de alimentos. A South Dakota State University (SDSU), em particular, produziu várias inovações no setor de queijos. Por exemplo, o queijo Jack Daniels e queijo de bacon, criados recentemente pelos alunos da instituição.

Vikram Mistry, chefe do Departamento de Dairy and Food Science da SDSU, disse que o programa além de educativo, é único. "Por essa razão, os graduados têm uma incrível oportunidade de colocação; na verdade, 100% de colocação. Eu estou aqui desde 1986 e vi que a maioria dos alunos se formam e recebem entre uma a cinco ofertas de emprego dentro da indústria".  A indústria de lácteos tem visto muitas mudanças nos 30 anos em que o programa está sendo executado. A agricultura em geral sofreu um declínio, o consumo de lácteos está caindo e a tecnologia reformulou completamente a maneira como a fabricação e o processamento acontecem.

Sistemas sofisticados
Ainda assim, muitas categorias de empregos na indústria de lácteos permaneceram praticamente as mesmas. De acordo com Bill Graves, vice-presidente sênior de pesquisa de produtos do National Dairy Council, a tecnologia permitiu que os empregos no setor leiteiro fossem mais sofisticados do que nunca. "Os centros de pesquisa de laticínios são um ótimo recurso para ajudar a indústria mais ampla a se adaptar aos avanços tecnológicos e a se manter no topo dessas novas sofisticações", comentou o vice-presidente. Laticínios modernos têm coisas como sistemas avançados de filtragem em plantas de processamento, fermentação e bioconversão como parte do local de trabalho diário da indústria e avanços em reprodução, drones e robótica.

"O que há de tão importante nessa rede são os resultados de pesquisa que estão ajudando a impulsionar a inovação, além do fluxo de líderes e defensores de produtos lácteos desenvolvidos por esses centros. Essa é a sua futura força de trabalho", finalizou. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

 

O que o queijo 'mais velho' do mundo revela sobre a intolerância à lactose em humanos

Intolerância a lactose - A história do queijo, essa iguaria que é consumida por todo o mundo, pode ter suas origens no que hoje é a Croácia. Cientistas do Instituto Heriot-Watt, em Edimburgo, na Escócia, e da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, revelaram nesta semana a descoberta de vestígios de queijos feitos há 7,2 mil anos, os mais antigos conhecidos até agora. Mas não se trata de cheddar ou brie, mas, sim, de vestígios de ácidos graxos encontrados em fragmentos de porcelana localizados perto da cidade de Pokrovnik, no litoral da Croácia. Com o material, os cientistas concluíram que as peças de cerâmica eram usadas para retirar o queijo dos recipientes nos quais eram produzidos. Os achados foram publicadas no periódico científico PLOS ONE, da Biblioteca Pública de Ciência dos EUA.

Embora antigos vestígios de gordura do leite já tenham sido encontrados no passado, o estudo utilizou o carbono 14 para determinar que as amostras encontradas em Pokrovnik eram provenientes do processo de fabricação de queijos. O carbono 14 é o meio mais usado para a datação, pois é absorvido por todos os vegetais e animais. E o resultado da pesquisa surpreendeu: as amostras indicam que começamos a produzir queijo 2 mil anos antes do que se acreditava até agora. Ou seja, durante o Período Neolítico - anteriormente, se pensava que o processo tinha começado na Idade do Bronze. A fabricação de queijo foi uma inovação que transformou a humanidade. Como era mais durável e "portátil" do que o leite, o queijo permitiu que os homens percorressem distâncias cada vez maiores e que a agricultura se espalhasse para as áreas mais frias do centro e do norte do continente.

Além disso, permitiu que muita gente que até então não conseguia consumir leite tivesse acesso à proteína. Estudos em genética indicam que a intolerância à lactose era comum entre os adultos que viviam na região do Mediterrâneo. O processo de fermentação envolvido na produção do queijo reduziu o nível de lactose e, assim, apresentou àquelas populações uma fonte de alimento nutritiva e saborosa.

Redução da mortalidade infantil
Para Calyton Magill, um dos cientistas que participaram da descoberta, a revelação "é incrível e deliciosa".

"Sabemos que o consumo de leite e outros produtos derivados teve muitas vantagens para as primeiras populações de agricultores, porque o leite, iogurte e queijo eram uma boa fonte de calorias e gordura", diz ele.

"E poderia ser um alimento fundamental entre as colheitas ou durante as secas e fomes", acrescenta.

Descobertas arqueológicas anteriores já davam pistas de que humanos produziam queijo no Período Neolítico.

Alguns objetos encontrados que pertenciam a esse período foram identificados como "escorredores ou raladores" de queijo, mas essa é a primeira vez que traços de leite fermentado são encontrados neles.

Intolerância à lactose
Sarah McClure, professora da Universidade da Pensilvânia, diz que, enquanto as crianças daquela época podiam beber leite, muitos adultos eram intolerantes à lactose. A fabricação de queijo diminuiu essa restrição, porque os adultos conseguiam digeri-lo sem desconforto gastrointestinal.

"Encontramos indícios de que a produção de queijo e leite entre os primeiros agricultores da Europa conseguiu reduzir a mortalidade infantil e ajudou a estimular deslocamentos demográficos, impulsionando o movimento de famílias inteiras para o centro e norte do continente", explica McClure. Mas ainda não se sabe como o queijo foi produzido pela primeira vez. Uma das teorias é que antes de a cerâmica ser desenvolvida, o leite era armazenado em baldes feitos com os estômagos dos animais. Essa combinação teria facilitado a fermentação natural do leite, dando origem ao queijo. (BBC Brasil) 

LEITE/CEPEA: consumo enfraquecido pressiona valores
Consumo de lácteos - As cotações dos produtos lácteos continuam em queda no mercado doméstico, refletindo o baixo consumo e a menor demanda por parte de atacadistas, que afirmam ter estoques confortáveis, segundo colaboradores do Cepea.  Entre 3 e 6 de setembro, o preço do leite UHT recuou 2,35% frente ao da semana anterior, fechando com média de R$ 2,63/litro. Quanto ao queijo muçarela, os valores caíram 1,03% na mesma comparação, fechando a semana de 3 a 6 com preço médio de R$ 18,48/kg. (Cepea)

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