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05/04/2018

Porto Alegre, 05 de abril de 2018                                              Ano 12 - N° 2.708

 

    Brasil livre da Febre Aftosa é celebrado pelo setor gaúcho de proteína animal

Em maio, o Brasil será declarado formalmente como território livre de febre aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Para comemorar a conquista, entidades gaúchas do setor produtivo de proteína animal e representantes da área técnica de defesa sanitária reuniram-se na manhã desta quinta-feira (05/4), no gabinete da Secretaria Estadual da Agricultura (Seapi), em Porto Alegre (RS). Lado a lado, estiveram presentes o novo secretário da pasta, Odacir Klein, e o ex-secretário Ernani Polo. O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) esteve representado pela gerente administrativa, Júlia Bastiani.

O feito se deu após os estados do Amazonas, Roraima e Amapá serem reconhecidos como zonas livres da doença. O que se espera é que as relações internacionais se fortaleçam e que as exportações de proteína tenham ainda mais sucesso, segundo avaliação do superintendente do Ministério da Agricultura (Mapa), Bernardo Todeschini. Agora, a expectativa é de conquistar o reconhecimento de 'Estado Livre de Aftosa sem Vacinação' até 2021. Atualmente, só o Paraná possui esse status sanitário. “É um trabalho construído com inspiração, ciência e muita “transpiração””, brincou, referindo-se ao esforço que os profissionais têm no trabalho de campo. “O processo não só é fundamental, como muito bonito de se ver”.
 
Todeschini ainda lembrou o trabalho do Fundo de Defesa Sanitária Animal do RS (Fundesa), considerado imprescindível para os avanços do setor. Presente no encontro, o presidente do Fundesa, Rogério Kerber, ressaltou o peso que a febre aftosa impõe nas operações comerciais com outros países. Na avaliação do dirigente, a caminhada até o atual cenário se deu de forma “forte, equilibrada, exaustiva e criteriosa”. Para Kerber, “o Rio Grande do Sul tem razão de ter um momento como esse para avaliar aquilo que se fez e do que se pretende fazer”.

Coletivamente, desde os anos 1950 as entidades lutam para erradicar a aftosa e as demais doenças que atingem a cadeia de proteína. “O status sanitário não é um fator isolado. É um conjunto que precisa avançar de forma harmônica”, avaliou o deputado Ernani Polo. Nesse sentido, o ex-secretário da Agricultura lembrou que um dos fatores determinantes na história do Estado foi, justamente, a criação do Fundesa, além do esforço para alcançar a erradicação da peste suína clássica no território gaúcho, outra doença grave para o setor. 

O atual desafio para o novo secretário, Odacir Klein, cuja nomeação foi publicada ainda nesta quinta-feira no Diário Oficial do Estado, é continuar o trabalho para alcançar o status de zona livre de aftosa sem vacinação. Segundo Klein, a capacidade de diálogo entre órgãos públicos e entidades é sua maior característica. “Vamos ter essa capacidade de dialogar e defender os interesses do Estado”, concluiu. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
Crédito:  Bethânia Helder 
 
 
FAO: índice de preços de alimentos - inclusive lácteos - aumenta pelo 2º mês consecutivo

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou a média de 172,8 pontos em março de 2018, 1,1% (1,8 ponto) acima de fevereiro, marcando o segundo mês consecutivo de aumento. Nesse nível, o índice ficou 0,7% acima do valor de março ano passado. Como em fevereiro, o aumento mês a mês em março foi impulsionado principalmente pelos preços internacionais mais fortes de cereais e lácteos; já os preços do açúcar e dos óleos vegetais caíram mais e os da carne aumentaram levemente.

 

O índice de preços dos produtos lácteos da FAO registrou uma média de 197,4 pontos em março, um aumento de 6,2 pontos (3,3%) em relação a fevereiro e um pouco acima de seu nível no mesmo período do ano passado. No mês, as cotações internacionais de manteiga, leite em pó integral e queijo subiram, enquanto as de leite em pó desnatado caíram, revertendo os ganhos registrados nos dois meses anteriores. A produção de leite menor do que a esperada na Nova Zelândia e a forte demanda global por importações levaram a preços mais altos de manteiga, queijo e leite em pó integral, enquanto a pressão contínua dos estoques globais e a maior produção derrubaram os preços do leite em pó desnatado. (As informações são da FAO, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Nuvens negras nos mercados de soja e milho

O concentrado (milho, farelo de soja ou substitutos de ambos) é o item de maior custo do produtor de leite. Os mercados dos dois grãos têm mostrado oscilações importantes, que podem resultar em custos mais elevados aos produtores de leite; por isso mesmo, é importante verificar, para cada cereal, o cenário e as perspectivas de mercado:

Soja
Após uma safra mundial recorde em 2016/17, com 351,3 milhões de toneladas produzidas, as expectativas do USDA apontam queda de 3% para a safra 2017/18, que deve produzir 340,9 milhões de toneladas, segundo a estimativa divulgada no dia 08.03.2018. 

Nessa queda de produção, destaque para a Argentina, o maior exportador de farelo de soja do mundo e terceiro maior produtor do grão. Com as dificuldades climáticas, espera-se que a produção de soja naquele país tenha retração de 18,7% nessa safra, caindo para 47 milhões de toneladas. 

Por parte da demanda mundial, espera-se que o volume esmagado na safra 2017/18 aumente 4,3% em relação à safra passada, totalizando 300,9 milhões de toneladas, impulsionadas principalmente pelo aumento de 8% no esmagamento da China, que deve processar 95 milhões de toneladas nessa safra (contra 88 milhões na safra passada). 

Com a queda de produção e aumento no consumo, os estoques finais, que atingiram o maior volume da história safra passada em 96,7 milhões de toneladas, devem cair para 94,4 milhões de toneladas (Observe a tabela 1).

 
Com as expectativas de queda na oferta, as incertezas que ainda pairam sobre a safra da Argentina e a recuperação da demanda, o contrato futuro com vencimento em maio (mais próximo em aberto) na CBOT já teve valorização de 5,7% desde o início do ano, havendo espaço para novas altas, associadas à possibilidade de novos relatos de queda na produção argentina, o que já vem influenciando o preço do farelo de soja no Brasil. Confira no gráfico 1.

 

No Brasil, as expectativas mostram pouca alteração na oferta de soja. Após o recorde de 114 milhões de toneladas na safra 2016/17, a Conab estima que 113 milhões sejam produzidas na safra atual. 

Do lado da demanda, as exportações de farelo de soja no início do ano estão 19% maiores que no ano passado (acumulado jan-fev). Já na demanda interna, espera-se um aumento de 3,3% no consumo de grãos (chegando em 47,3 milhões de toneladas) e de 2,9% no consumo de farelo (17,5 milhões de toneladas). Pensando no consumo, importante mostrar a situação de dois dos principais mercados consumidores: suínos e aves. 

Durante a crise econômica, houve um aumento pela preferência da proteína de frangos e suínos em detrimento da bovina, por conta do seu preço. Mesmo assim, o volume total consumido de frangos e suínos foi muito afetado, derrubando os preços. Nos suínos, atualmente o indicador Cepea aponta um preço de R$3,13/kg (21/03/18 –São Paulo), 31,5% abaixo do preço no mesmo período do ano passado; enquanto o frango tem preço praticado atualmente de R$ 3,23/kg (21/03/18 – Grande São Paulo), 14,1% menor do que o preço há um ano. 

Com a retomada gradual da economia, há expectativa de melhora no consumo dessas proteínas animais, trazendo retomada de preços, aumento de produção e consequentemente maior consumo de ração. A grande incógnita ainda é qual será a velocidade de recuperação do consumo brasileiro (assim como visto no mercado lácteo), por isso, os preços, tantos dos suínos quanto dos frangos ainda tem dificuldade em reagir.

Além disso, as exportações também caíram. Para os frangos, as exportações estão 5,1% menores no acumulado de janeiro e fevereiro de 2018 vs. 2017. 

Na carne suína, os embarques de carne in natura no acumulado de janeiro e fevereiro de 2018 foram 18% abaixo em relação a 2017. Mas, grande parte dessa queda foi devido a um embargo imposto pela Rússia (um dos principais compradores) no final de 2017 nas compras da carne suína do Brasil. Contudo, o país voltou a importar em fevereiro. Os volumes ainda são baixos, mas isso trouxe expectativa de que este embargo seja retirado em breve, e as exportações de suínos se recuperem. 

Assim, os preços futuros de soja para 2018 já mostram valorização em relação a 2017, impactados principalmente pelas boas exportações de farelo e pelo cenário internacional. No acumulado entre março e dezembro, espera-se que a soja seja 6,7% mais cara neste ano, como mostra o gráfico 2.

Milho 
No milho, os fundamentos, tanto externos quanto internos, seguem trazendo expectativas de preços mais altos em 2018 em relação a 2017. 

Na safra 2017/18, estima-se uma produção mundial de 1,04 bilhão de toneladas, que se confirmada, representaria queda de 3,1% em relação à produção da safra 2017/18 (aproximadamente 34 milhões de toneladas a menos). 

No consumo, espera-se um aumento de 1,5% nessa safra, chegando a 1,07 bilhão de toneladas (o maior da história), impulsionado principalmente pela China. Estima-se que a 2ª maior consumidora do mundo aumente em 3,9% seu consumo, para 241 milhões de toneladas.
Dessa forma, os estoques finais estimados estão em 199 milhões de toneladas, 14% de queda (mais de 30 milhões de toneladas) em relação à safra passada. 

Assim como na soja, o cenário de menor oferta mundial, que aliado à demanda em recuperação resulta em queda nos estoques finais do mundo, vêm dando suporte a altas na CBOT. Desde o início do ano, o contrato com vencimento em maio (mais próximo em aberto) já subiu 6,8%. A não ser que grandes surpresas ocorram, não devem haver grandes variações nesses preços, apenas em caso de volatilidade especulativa, uma vez que o mercado também já “precificou” os números de oferta e demanda mundial. Observe o gráfico 3. 


 
No Brasil, desanimados com os baixos preços praticados no ano passado, os produtores reduziram a área em 6,9% na safra 2017/18, cultivando 16,4 milhões de hectares entre 1ª e 2ª safra, segundo as estimativas da Conab. 

Com algumas intempéries climáticas e menores investimentos em tecnologia, a Conab aponta que a produtividade dessa safra deva ser 4,2% menor em relação à safra passada, o que resultaria em queda de quase 11% na produção, estimada em 87,3 milhões de toneladas. 

Do lado da demanda, 2018 começou com exportações de milho bem aquecidas, e o volume acumulado em janeiro e fevereiro foi em torno de 120,5% maior do que em 2017. Já no consumo interno, a Conab estima um crescimento de 3,1% no consumo 2017/18, um consumo de 59 milhões de toneladas, um recorde no Brasil, e que pode ser ainda revisado para cima, dependendo da retomada no consumo pelos suínos e frangos. 

Dessa forma, as estimativas apontam para preços internos mais altos ao longo de 2018. Apesar dos preços levemente mais baixos no começo do ano, as estimativas mostram diferença de 24,1% na comparação com 2017 da média entre março e dezembro, como exibe o gráfico 4. 

 

Assim, fica claro um cenário de preços mais altos para os grãos em 2018 em relação a 2017; não há fundamentos que sustentem quedas de preços nos próximos meses. Além disso, vale toda a atenção ao dólar, uma vez que a moeda tem uma forte influência na formação do preço brasileiro, e sua variação também pode trazer oportunidades de compras mais baratas. (José Victor Zamparini/Milkpoint Mercado)
 

 

Novos "seniors" são o futuro do crescimento do consumo
Atualmente, uma a cada cinco famílias da América Latina é formada por pessoas acima de 50 anos e, daqui a 10 anos, esta configuração já representará 1/3 um terço entre todas. Descobrir o DNA destes novos seniores como consumidores e compradores é a chave para qualquer marca encontrar oportunidades reais de crescimento. É o que atesta um estudo da Kantar Worldpanel, especialista global em comportamento de consumo, que fornece uma visão em 360º deste público: quem são estes novos seniores, quais são seus hábitos de compra, quais marcas escolhem, como utilizam a tecnologia e o entretenimento e quais são suas preocupações com saúde e alimentação. Trata-se de um mercado gigante: um único ponto de penetração neste segmento representa mais de 100 mil novos lares no Brasil e mais de 42 mil na Argentina. Em outubro de 2017 havia 54 milhões de brasileiros com 50 anos ou mais, e este número deve chegar a 93 milhões até 2045. Além disso, este público ganha 30% a mais do que as demais configurações familiares, 25% ainda trabalham, 1/3 um terço possuem veículos e mais de 80% têm celulares, sendo a metade smartphones - 85% usam Whatsapp e 70% Facebook, enquanto 70% nunca acessaram o Twitter ou o Instagram. Seus hábitos de compratambém são peculiares: apesar de irem aos pontos de venda 8 vezes menos do que outros consumidores, gastam 16% mais, principalmente porque preferem marcas premium. No quesito saúde e alimentação, 40% fazem exercícios semanalmente e 81% gastam no máximo 30 minutos cozinhando, menos do que acontece em qualquer outro grupo. “As pessoas na faixa dos 50 anos – e também dos 60 e 70 - estão cada vez mais ativas e saudáveis, com mais qualidade de vida do que as gerações passadas e tendo netos cada vez mais tarde, e isso tudo transformou radicalmente suas rotinas e seus planos para o futuro”, afirma Cecilia Alva, Diretora de Clientes & Novos Negócios para a América Latina da Kantar Worldpanel. De acordo com a Kantar Consulting, no ano passado, 77% dos americanos afirmaram que não havia razão para se sentir com menos energia por estarem mais velhos. Em 2014, o índice era de 64%. (As informações são da Kantar Worldpanel/Milkpoint Mercado)

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