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04/04/2018

Porto Alegre, 04 de abril de 2018                                              Ano 12 - N° 2.707

 

    LEITE/CEPEA: na média Brasil, preço do leite aumenta 5 centavos/litro

O preço do leite recebido por produtores aumentou 5,3% (ou 5 centavos/litro) de fevereiro para março, fechando a R$ 1,0745/litro na "média Brasil" líquida (sem frete e sem impostos da BA, GO, MG, SP, PR, SC e RS). Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, esse aumento se deve à redução precoce da oferta no campo.

Esse foi o segundo mês consecutivo de valorização no campo. Com isso, desde janeiro, a recuperação acumulada no preço ao produtor já chega a 6,7%. No entanto, o valor médio de março está 10,6% abaixo do verificado no mesmo período de 2017.

De acordo com pesquisadores do Cepea, tipicamente, a produção de leite se eleva entre outubro e março. No entanto, os baixos preços praticados no final do ano passado desestimularam os produtores, que investiram menos ou saíram da atividade. Além disso, a recente alta nos preços do concentrado também encareceu a produção no campo.

Assim, em fevereiro, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) recuou 1,22% na "média Brasil". Desde dezembro, a queda acumulada é de 3,14%. É importante ressaltar que muitos agentes já consideram um adiantamento da entressafra deste ano e, com isso, esperam que a oferta diminua ainda mais nos próximos meses.

Ao mesmo tempo, a demanda continua dando sinais de recuperação, ao passo que os preços dos derivados lácteos também têm se recuperado. O acompanhamento diário das cotações do leite UHT negociado entre indústrias e atacado no estado de São Paulo apontou que, em março, o derivado se valorizou 10,7%. Segundo agentes de mercado consultados pelo Cepea, as vendas têm melhorado e os estoques estão baixos. Nesse sentido, a expectativa do setor é de manutenção no movimento altista dos preços ao produtor. (As informações do CEPEA/ESALQ)

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em MARÇO/18 referentes ao leite entregue em FEVEREIRO/18. Fonte: Cepea-Esalq/USP. Nota: em janeiro de 2017, o CESSR (ex-Funrural) foi reajustado para 1,5%.
 

Tabela 2. Preços em estados que não estão incluídos na "média Brasil" - RJ, MS, ES e CE.  Fonte: Cepea-Esalq/USP. Nota: em janeiro de 2017, o CESSR (ex-Funrural) foi reajustado para 1,5%.
 
 
Lácteos 

Oferta e demanda mundial por produtos lácteos é bem equilibrada, diz a Fonterra. No entanto, o aumento da produção fora da Europa nos próximos meses pode levar a alguma volatilidade nos preços. Durante o anúncio do resultado da Fonterra, o executivo da cooperativa, Theo Spierings, observou que a demanda da China, Ásia e América Latina está forte. 

As importações chinesas aumentaram 13% nos últimos 12 meses; entre outubro e dezembro de 2017 as importações subiram 16%. "A China cresce dois dígitos; alguns anos atrás o quadro era diferente - crescimento de apenas um dígito", disse ele. As exportações para a Ásia, normalmente entre 2 e 3% subiram para 4% nos últimos 12 meses. A América Latina subiu 5%. De acordo com Spierings, todos esperavam que a América do Sul se tornasse um exportador, mas, a região continua sendo um importador líquido. "O que é compensado pelo fato da Rússia continuar fechada (embargo comercial) que não deve ser resolvido tão cedo", disse. Do lado da produção, existe um crescimento moderado: 1% nos últimos 12 meses nos Estados Unidos e também 1% na Nova Zelândia, mas, houve uma queda drástica na produção de leite entre outubro e dezembro do ano passado.

Na Europa, a produção subiu nos últimos meses por causa dos preços elevados, mas, Spierings diz que os preços estão caindo. No mercado spot da Europa o leite já está sendo vendido a € 0,20/litro, quando o normal seria €0,40/litro. O leite extra da Europa acabará no mercado de commodities, impactando nas cotações do leite em pó. "Deveremos observar atentamente esse movimento", diz Spierings. A agitação mundial O diretor executivo da Fonterra disse que o pagamento aos produtores de leite da Nova Zelândia são os maiores do mundo. Quando a China entrou em cena em 2007, a Nova Zelândia assumiu um papel de destaque no mercado global, disse Spierings. "Havia muito mais demanda de produtos neozelandeses pela China. Os preços nos Estados Unidos e na União Europeia estão caindo, mas, na Nova Zelândia eles sobem; esta é uma boa notícia. O pagamento na Nova Zelândia, hoje, é o maior do mundo, o que é bom para os produtores", completou Spierings. (Rural News - Tradução livre: Terra Viva)

Chile: baixo preço do leite gera preocupação ao setor

O setor leiteiro do Chile vive uma situação complicada após o anúncio da Proleche e da Watt's, em relação à queda do preço pago aos produtores em -16 e -11 pesos (2,64 e 1,81 centavos de dólar), respectivamente. Tal decisão causaria uma perda no longo prazo de 5 bilhões de pesos (US$ 8,2 milhões), apenas na região de Los Lagos, fato que muitos classificam como o início do fim do setor produtivo.

Diante disso, o deputado Harry Jürgensen, que também pertence à comissão de Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, comentou que é escandaloso o que acontece com o item mais importante da região e que isso resultaria em possíveis fechamentos de fábricas ou, na falta disso, em demissões em massa.

Segundo Jürgensen, sua ideia é abordar a questão com outros parlamentares por meio de audiências para monitorar o setor leiteiro da região. Ele também acrescentou que, em muitos casos, o produtor é confundido com base em promessas que não têm futuro.

Deve-se dizer que um segundo impacto afetaria os produtores de leite chilenos e está relacionado à menor recepção de leite fresco. Isso porque o produto tem sido substituído pela importação de produtos, segundo o Boletim do Leite publicado pela Odepa. O documento afirma que - a partir de dezembro de 2017 - houve variação positiva de 55,4% em relação a 2016 nas importações de leite pelo Chile.

Em 02/04/18 - 1 Peso Chileno = US$ 0,00165
602,799 Peso Chileno = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
(As informações são da Radio Sago, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
 

Preços/EUA 
A produção de leite nos 23 maiores estados produtores dos Estados Unidos em fevereiro totalizou 15,8 bilhões de pounds, [6,9 bilhões de litros], crescimento de 1,8% em relação a fevereiro de 2017. A produtividade animal média foi 1.822 ponds, [800 litros/mês]. O número de cabeças de vaca foi 8.75 milhões, 1.000 a mais em relação a janeiro de 2018. A produção de janeiro revisada subiu 0,1%, e ficou em 17.3 bilhões de pounds. A produção de leite nos 5 estados da maior produção, Califórnia +3,5%; Wisconsin +0,1%); Idaho +4,8%); Nova Iorque (-2,3%); e Texas (+5,5%). Na região Sudeste o preço do leite Classe III em fevereiro foi de US$ 13,40/cwt, [R$ 1,02/litro], sofrendo queda de US$ 0,60 em relação a janeiro, e de US$ 2,41 em relação a fevereiro de 2017. A relação entre o preço do leite e alimentação animal, ficou em 2,03, 0,16 menor que em janeiro. (Dairy Herd - Tradução livre: Terra Viva)

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