Pular para o conteúdo

14/11/2017

 
 

Porto Alegre, 14 de novembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.621

 

  Propostas colocam Mercosul à prova

As sugestões que vêm sendo apresentadas para resolver o desequilíbrio causado em setores do agronegócio brasileiro por conta da concorrência - considerada desleal - do Mercosul, em tese, não podem ser aplicadas. Essa é a avaliação de Mauro Laviola, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil.

A mais recente é projeto de decreto legislativo protocolado pelos deputados Sergio Souza (PMDB-PR) e Evair Vieira de Melo (PV-ES). O texto propõe a reintrodução da "cobrança de direitos alfandegários na circulação de alguns produtos agropecuários" no âmbito do bloco. Os itens são leite (fluído, em pó e soro de leite), arroz, trigo e maçã.

- O que o Legislativo está fazendo é absolutamente contrário ao Mercosul e não é possível do ponto de vista legal. Não se pode retirar preferências do bloco e nem aplicar salvaguardas - afirma Laviola.

Ele acrescenta que, nos anos 2000, a Argentina tentou, sem sucesso, ações semelhantes.
Assessor de Souza, Luciano Carvalho não concorda. Para ele, a medida não "detona o Mercosul".

- Estamos trabalhando com quatro produtos sensíveis, assim como a Argentina fez com o nosso açúcar. É uma medida de defesa comercial sensata - defende.

Souza é deputado pelo Paraná, segundo maior produtor de leite do país, e montou o projeto com base nas mesmas razões apresentadas por entidades gaúchas: a crise causada no setor, que viu os preços do produto despencarem neste ano.

- Li as justificativas do decreto e dentro do regulamento do Mercosul diz que deve haver simetria entre produtos negociados - reforça Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados.

Ontem, o deputado Heitor Schuch (PSB-RS) protocolou no Parlamento do Mercosul documento de entidades sobre o tema. Ele lamentou a baixa participação do Brasil no órgão:

- De 30 proposições na pauta, tinha apenas uma brasileira. O governo brasileiro também está dando muito pouco valor. Aprovam aqui o que interessa para eles.

A crise também pautou reunião de entidades, parlamentares e representantes de ministérios ontem em Brasília. (Zero Hora)

Queijo artesanal faz leite render mais

Nova Bassano hoje tem mais vacas do que habitantes. Maior produtora de leite na Serra, com 57 milhões de litros gerados por ano, o município de 8,8 mil pessoas conta com 10,5 mil cabeças de gado leiteiro. A produção ganhou musculatura nos últimos anos e ocasionou profunda mudança no perfil econômico do local. Diversas famílias de agricultores trocaram os hortifrutigranjeiros pelo leite. E parte agregou valor ao produto gerado pelos rebanhos.

É o caso da produtora Rejane Tessaro. Seu avô começou na atividade rural com o plantio de frutas e verduras, como repolho, pimentão e tomate. A criação de vacas leiteiras era uma atividade secundária. Oito anos atrás, o perfil de produção se transformou.

Resultado Turbinado
O baixo preço das frutas e verduras e o desgaste na saúde da família em razão do uso de agrotóxicos no plantio fizeram com que os Tessaro optassem apenas pelo leite. A partir daquela época, o plantel cresceu. Passou de 30 para 50 vacas em lactação, sendo 40 da raça holandesa e 10 da jersey.

A maior mudança, entretanto, ocorreu em 2011, quando Rejane liderou a implantação de uma queijaria. Desde então, o foco é a fabricação de queijos. A produtora toca o negócio ao lado do marido e seus pais, além de dois funcionários. O novo produto garantiu incremento significativo na renda familiar. 

- Meu sonho sempre foi ter algo próprio. E queríamos agregar valor à matéria-prima que produzíamos. Arriscamos com a queijaria e deu certo. Nossa renda anual é 30% maior do que se só vendêssemos leite - explica Rejane.

Os 1,2 mil litros captados diariamente são transformados em cerca de três toneladas de queijo colonial a cada mês. A venda ocorre principalmente em pontos localizados em Nova Bassano e na vizinha Serafina Corrêa. A estrutura ainda tem condições de produzir manteiga e iogurte. (Zero Hora)

Novo aplicativo gratuito do Mapa ajuda a agir rápido para assegurar saúde de rebanhos

"Saúde Animal" é o novo aplicativo gratuito que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) disponibilizará para veterinários, criadores e pessoas interessadas em saúde e bem-estar animal. O envio de notificações às autoridades sanitárias sobre suspeitas de ocorrências de doenças ou focos será mais rápido e fácil, assim como também será mais simples e imediato o acesso às informações, manuais e legislação federal e estadual, e aos códigos sanitários da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Compatível com os sistemas operacionais Android e IOS, o "Saúde Animal" foi desenvolvido em colaboração com a Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), e será lançado durante o Encontro Nacional de Defesa Sanitária Animal (Endesa), em Belém do Pará, de 4 a 8 de dezembro.

Guilherme Marques, diretor do Departamento de Saúde Animal (DAS) do Mapa, disse que o aplicativo atende a necessidades de mercado e de competitividade, como "agilidade, acesso fácil e rápido à informação, interatividade e soluções colaborativas". Ele observa que "o uso do aplicativo pelos diferentes públicos vai gerar aprimoramentos e atualizações frequentes, muitas delas realizadas automaticamente. Quanto às notificações de suspeitas de doenças ou focos, o uso da ferramenta permitirá ação rápida e dirigida, favorecendo a sanidade e segurança dos rebanhos"

Em curto prazo, o app deverá ser utilizado por 1 milhão de usuários, com base nas estimativas atualizadas de que há no Brasil aproximadamente 5 milhões de propriedades rurais e 120 mil veterinários.

O app dispõe de atendimento virtual para responder perguntas dos usuários em português, inglês e espanhol, em áudio e texto. (As informações são do Mapa)

Novacki e entidades sindicais discutem modelo de inspeção

O Ministro Interino do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, reuniu-se, nesta segunda-feira (13), com representantes de entidades de classe de fiscais agropecuários (ANFFA e Asfagro), para tratar do novo modelo de inspeção sanitária que está em estudo.

Novacki recebeu dos sindicalistas sugestões de metodologia e de procedimentos a serem avaliados na construção do modelo de inspeção que visa modernizar o sistema brasileiro e adequá-lo a padrões internacionais para aumentar a participação brasileira no agronegócio mundial.

A reunião ocorreu em ambiente de colaboração, sendo sugerida a realização de um seminário para ampla discussão do modelo de inspeção a ser implantado. Novacki disse ainda que o novo sistema não está definido ainda. "Temos que prosseguir analisando. Tudo será discutido e apresentado a todos", assegurou.

Representantes das entidades da categoria consideraram importante a capilarização do sistema de inspeção no país, com apoio dos estados, e se mostraram defensores da meritocracia no serviço público. (As informações são do Mapa)

 

RS: nova mobilização irá reivindicar melhoria do preço do leite ao produtor
Uma nova mobilização vai ser feita com objetivo de reivindicar melhoria no preço do leite pago ao produtor. Quinta-feira, haverá reunião na Federação dos Trabalhadores na Agricultura, em Porto Alegre/RS, para acertar detalhes do movimento, marcado para o próximo dia 24. Inclusive, no encontro desta semana deve ocorrer definição do município onde vai acontecer o protesto. Os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, pertencentes à regional da Fetag de Ijuí, recebem inscrições de pessoas interessadas em participar da mobilização, a fim de organizar caravana. (As informações são da Rádio Progresso de Ijuí)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *