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03/05/2017

Porto Alegre, 03 de maio de 2017.                                               Ano 11- N° 2.491

 

Atualizações do Riispoa são tema de reunião no Mapa
 
Estabelecimentos terão até um ano para adequar-se a questões que surgiram com o novo Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa). Dados sobre o novo decreto, publicado no Diário Oficial da União, no dia 30 de março desse ano, foram apresentados em reunião na manhã dessa quarta-feira (03/05), no auditório da Superintendência do Ministério da Agricultura no Estado (Mapa), em Porto Alegre. O fiscal federal agropecuário e chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal do RS (Sipoa), Leonardo Isolan, e a auditora fiscal federal agropecuária e assessora técnica do Sipoa, Milene Cristine Cé, esclareceram as dúvidas dos 72 representantes de indústrias e de entidades, como Secretaria da Agricultura (SEAPI), a Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios (Apil) e a Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL).

O presidente do Sindicato das Indústrias dos Laticínios do RS (Sindilat/RS), Alexandre Guerra, e o secretário-executivo, Darlan Palharini, acompanharam os debates no encontro. Guerra ressaltou a relevância da reunião para discutir a modernização do Riispoa, que determina questões importantes para o setor das indústrias lácteas. "É o momento de tirarmos dúvidas com os órgãos competentes para podermos continuar fazendo o nosso melhor trabalho", pontua. 

Para a melhor aplicabilidade do novo Riispoa serão necessárias aproximadamente  120 novas regulamentações que determinam, entre outros, questões referentes aos produtos regidos pelo Sistema de Inspeção Federal (SIF). "É uma novidade não só para os que serão fiscalizados, mas para nós, fiscalizadores, também", afirma Leonardo Isolan. O decreto está dividido em 12 títulos, abordando desde disposições preliminares, no âmbito da aplicação, até as execuções finais e transitórias. De acordo com o fiscal, o antigo decreto estava defasado. "Necessitava-se de algo que pudesse acompanhar uma dinâmica de processo de fabricação de proteína animal", ressalta Isolan, que reforça ainda o fato de que todo estabelecimento que tem SIF está habilitado para exportação aos países que aderem aos critérios brasileiros. "A empresa que deseja exportar deve requerer certificação para a atividade", conclui.

As ações fiscais, como autos infracionais, interdição total ou parcial de processo, apreensão de produto, condenação de produto, suspensão de atividades, entre outras, também foram atualizadas. As infrações são listadas como leves, moderadas, graves e gravíssimas, levando em consideração situações agravantes e atenuantes. Os valores das multas para os autos infracionais vão de R$ 50 mil, no caso das leves, e chegam a R$ 500 mil, quando forem gravíssimas. O decreto antigo tinha limite de valor de multa em R$ 15 mil. A empresa que cometer três desvios gravíssimos dentro do período de um ano sofrerá a cassação do selo SIF.

Um dos pontos destacados por Isolan é a necessidade de regulamentações e aprovações prévias sobre o uso de tecnologias, produtos ou embalagens novas. As empresas devem submeter qualquer item novo às análises laboratoriais e aprovação da fiscalização para, então, registrá-los. Sobre os programas de autocontrole sanitário, o fiscal esclareceu que a responsabilidade de empregá-los será exclusivamente das empresas. "Cabe ao fiscal verificar os procedimentos da empresa, as aplicações e tomar as ações necessárias", finaliza.

Sobre a produção de queijos, Milene Cé esclareceu que, agora, as peças submetidas à maturação deverão conter a data de fabricação na peça, e não mais nas prateleiras ou em outros locais. Essa determinação assegura o controle da data de fabricação e controle de maturação. De acordo com os fiscais, o Sipoa, em conjunto com o Mapa, está elaborando uma cartilha de perguntas e respostas específicas, como questões de transvase, leite cru, e demais orientações, para o melhor entendimento das atualizações do regulamento. O documento será disponibilizado aos associados e o Sindilat ajudará na sua divulgação.  (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito da foto: Vitorya Paulo

 

 
Fórum Itinerante do Leite ocorrerá em Palmeira das Missões

Palmeira das Missões (RS) será palco de discussão sobre os mitos e as verdades atribuídas ao consumo e a produção de leite no 4º Fórum Itinerante do Leite. O evento será realizado no dia 1º de junho, na Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, em celebração ao Dia Mundial do Leite. O lançamento oficial ocorreu na tarde de terça-feira (2/5), na Câmara Municipal de Vereadores. Na ocasião, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, afirmou que esta edição do fórum será a maior já realizada, com expectativa de 1,5 mil participantes. "Será uma ótima oportunidade de aproximar os produtores, a indústria e a universidade."

O 4º Fórum Itinerante do Leite terá início às 9h, com o painel "Mercado, consumo e inovação". Em seguida, palestrantes e debatedores vão discutir "Gestão, produção e renda". Durante a tarde, a partir das 13h45min, serão disponibilizadas seis oficinas técnicas. As inscrições estarão disponíveis a partir desta quinta-feira (4/5) no site do Sindilat (www.sindilat.com.br). O evento será transmitido ao vivo pelo Canal Rural.

O prefeito de Palmeiras das Missões, Eduardo Freire, que participou do lançamento, acredita que a realização do fórum será importante para a região que, apesar de ser conhecida pela produção de grãos, deve expandir a produção láctea. "Estamos trabalhando em projetos que serão lançados em breve para incentivar a produção de leite e a conscientização dos produtores sobre a importância social do setor", pontuou. Também estiveram presentes o diretor da Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, Luiz Carlos Cosmam, o secretário de Agricultura de Palmeira das Missões, Olavo José Borges, o professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) João Pedro Velho, e da chefe do Escritório da Emater/Palmeira das Missões, Zuleica Magalhães Malheiros.
 
O evento será organizado pelo Sindilat, Farsul, Fetag, Secretaria da Agricultura (Seapi), Ministério da Agricultura (Mapa), Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato e Canal Rural, e terá apoio do Fundesa. Poderão participar produtores, indústrias, instituições, estudantes, acadêmicos e o público em geral. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Camila Schmitt/ASC/Câmara de Vereadores de Palmeira das Missões   

 
Mais um ano de avanço "tímido" para o longa vida

Após registrar um crescimento de 1,5% no consumo no país em 2016 ¬ abaixo da previsão inicial de 2% ¬, o segmento de leite longa vida espera mais um ano de avanço tímido, nas palavras de Laércio Barbosa, diretor do Laticínios Jussara, que voltou à presidência da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV). No ano passado, o consumo no Brasil alcançou 6,830 bilhões de litros, e a expectativa da entidade, que reúne empresas do segmento, é de aumento de 2% em 2017. Embora pequeno, o crescimento em 2016 ocorreu, em plena crise, a despeito da forte alta dos preços do leite longa vida em meados do ano em função da queda da oferta de matéria-prima. Essa retração da disponibilidade, aliás, acabou estimulando as importações de lácteos (ver infográfico). 

 
 
Segundo Barbosa, uma explicação para o aumento das vendas é que, justamente em decorrência da crise, as pessoas consumiram mais alimentos em casa. Além disso, ainda que o preço tenha subido, o leite longa vida é um produto de valor relativamente baixo, e seu consumo foi menos afetado que o de produtos de maior valor, como iogurtes e queijos. "Produtos mais baratos tiveram melhor resultado na crise", afirma ele. Mas o leite longa vida não passou incólume, admite a ABLV. A alta dos preços do produto no ano passado fez com que alguns consumidores voltassem a comprar o leite pasteurizado. No entanto, a distribuição do pasteurizado é muito menor atualmente do que a que existia no passado. Enquanto o consumo de longa vida cresceu apenas 1,5%, o faturamento no setor subiu expressivos 17,7%, saindo de R$ 15,3 bilhões em 2015 para R$ 18 bilhões ano passado no Brasil. "O preço subiu mais por isso o faturamento do setor cresceu", observa o presidente da ABLV, que reúne 29 associadas no país. 

A estimativa inicial era de um incremento de 15% em 2016. A expectativa para este ano é de que o faturamento nesse mercado "não seja muito diferente" do de 2016, afirma Laércio Barbosa. A razão é que em 2017 os preços estão mais estáveis, uma vez que a oferta de matéria-prima dá sinais de recuperação ¬ em parte, graças aos menores custos de produção e à melhora das cotações ao produtor¬, após dois anos de queda na oferta. Segundo o IBGE, em 2016, a produção inspecionada recuou 3,7%, para 23,169 bilhões de litros. O presidente da ABLV avalia que "a crise piorou" no país, o que afeta o consumo, mas conta com uma recuperação a partir do segundo semestre deste ano. De acordo com ele, o mercado brasileiro de longa vida teve volumes estáveis no primeiro trimestre. E como não há expectativa de escassez de oferta, como em 2016, os preços médios estão mais estáveis, com viés de baixa, o que "deve ajudar na recuperação". Um estímulo para o consumo, acredita o dirigente, deve vir dos recursos das contas inativas do FGTS, que estão chegando aos bolsos dos consumidores. "A expectativa é de que o mercado comece a melhorar com o dinheiro do FGTS, que deve ir para o consumo", aposta ele. (Valor Econômico)

 
Com Emmi, Laticínios Porto Alegre acelera seus planos de crescimento

A entrada da suíça Emmi no capital da Laticínios Porto Alegre Indústria e Comércio S/A vai permitir à empresa mineira, que tem sede em Ponte Nova, acelerar seus planos de crescimento no país, disse ao Valor, João Lúcio Barreto Carneiro, presidente e um dos fundadores da companhia brasileira. Na sexta¬feira, a Emmi, um dos maiores grupos de lácteos da Suíça, com ações na bolsa de Zurique, anunciou a aquisição de 40% de participação no Laticínios Porto Alegre, por um valor não revelado. Em nota, a empresa suíça disse que "ao realizar esta aquisição no Brasil, reforça sua presença num país que cobiça há muitos anos". Carneiro, que fundou a Porto Alegre em 1991 com seu irmão José Afonso, disse que, com a chegada da Emmi, os recursos para investimentos no crescimento da companhia "estão garantidos". "A empresa fica mais forte, menos dependente de bancos", observou. O projeto de crescimento da Porto Alegre prevê investimentos de R$ 150 milhões em quatro anos. Agora, o montante a ser aplicado será dividido proporcionalmente entre os sócios. 

Com os investimentos, a empresa, que faturou R$ 580 milhões brutos em 2016, espera dobrar sua capacidade de produção e receita em cinco anos. Segundo Carneiro, os planos para o mercado brasileiro foram um dos motivos que contribuíram para o interesse da Emmi. O avanço da empresa mineira nos últimos anos também foi um fator de atração. Em 2012, o laticínio havia faturado R$ 200 milhões. A parceria com a companhia suíça prevê transferência de tecnologia e know¬how para a Porto Alegre, de acordo com Carneiro. Sem dar detalhes sobre produtos, o presidente da empresa disse que a chegada da Emmi permitirá "complementar o portfólio" da Porto Alegre. Hoje, a empresa mineira produz queijos, queijo fresco, requeijão, leite longa vida e manteiga, leite em pó e soro de leite pó para a indústria de alimentos. A Emmi, por sua vez, só exporta queijos finos ao Brasil atualmente. A companhia, que tem 25 unidades de produção na Suíça, fabrica, além de queijos, iogurtes, leite pasteurizado, bebidas lácteas, entre outros. Segundo Carneiro, a Porto Alegre "pode vir a distribuir produtos" da Emmi no país, mas ainda não há definição sobre o assunto. 

Um dos primeiros movimentos que a Porto Alegre fará com a sócia é o aporte na construção de uma nova unidade em Barbacena, onde comprou uma fábrica de queijo frescal no fim de 2016. Inicialmente, disse o CEO, as linhas de produção de ricota, cottage e frescal da unidade de Ponte Nova serão transferidas para Barbacena. Com isso, será possível ampliar a produção de outros itens em Ponte Nova. Então, no fim deste ano, a empresa começará a construção da nova fábrica em Barbacena, ao lado da existente hoje. A previsão é que a planta comece a operar no início de 2019, segundo ele. A Porto Alegre também tem fábrica em Mutum, onde produz queijos, como mozzarela e parmesão, e soro de leite em pó. O principal mercado da Porto Alegre é Minas Gerais, mas seus produtos também são comercializados no Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo ¬ a empresa planeja ampliar sua presença nos dois últimos. As negociações entre a Emmi e a Porto Alegre começaram em setembro do ano passado, de acordo com João Lúcio Carneiro, que também preside o conselho de administração do laticínio. A Porto Alegre tem três membros no conselho, assim como a Emmi. Questionado se o grupo suíço teria interesse de, no futuro, adquirir o controle da Porto Alegre, Carneiro afirmou que o "objetivo deles é ter parceiro no Brasil e não a aquisição total da empresa". A Emmi, que teve receita líquida de 3,259 bilhões de francos suíços em 2016 (US$ 3,306 bilhões), tentava há anos entrar no Brasil. No fim de 2015 chegou a negociar a aquisição do paulista Laticínios Shefa, mas a transação não vingou. Conforme apurou o Valor, a suíça também negociou, sem sucesso, com a catarinense Tirol, em 2014. (Valor Econômico) 

  

Leite: de olho na Ásia, Rio Grande do Sul investe em sanidade
Sanidade - Apostando na possível abertura de mercado asiático, o setor leiteiro do Rio Grande do Sul quer reforçar a sanidade do rebanho. A ausência de doenças importantes, como tuberculose e brucelose, é fundamental para garantir a participação Boa parte do leite produzido no estado vai para o Rio de Janeiro, São Paulo e outros mercados internos.  Mas as indústrias gaúchas de laticínios querem ir mais longe. Com a abertura do mercado internacional, é preciso ter a certificação de que as propriedades estão isentas de doenças. "A exemplo de países como a Rússia, os mercados asiáticos que estão focando o Brasil, e o Rio Grande do Sul em especial, porque somos grandes produtores", diz o vice-¬presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), Raul Amaral. O governo federal busca diminuir a incidência de doenças em bacias leiteiras por meio do programa Mais Leite Saudável, lançado em 2015. No Rio Grande do Sul, quase 20 mil produtores já foram atendidos na primeira fase. Segundo o fiscal agropecuário Roberto Lucena, estão previstas mais de 3,5 mil certificações de propriedades como isentas de tuberculose e brucelose. Ele afirma que essa é uma questão muito delicada na atividade, e a responsabilidade de fazer os testes sempre ficou a cargo do produtor, o que está mudando com o programa. A segunda fase do programa no estado quer ampliar o número de produtores e indústrias, que hoje abrange 51 laticínios. Lucena afirma que o Mais Leite Saudável está levando assistência técnica para melhorar a qualidade do leite e o gerenciamento das propriedades e proporcionar a adoção de boas práticas agropecuárias. "É voltado diretamente ao produtor rural, o que entendemos que seja o ponto mais positivo", diz. Vídeo. (Canal Rural)
 

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