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15/02/2017

Porto Alegre, 15 de fevereiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.442

 

  IMPORTAÇÃO DE LÁCTEOS DISPAROU EM JANEIRO

Após fechar 2016 com um déficit de US$ 485 milhões - quase cinco vezes mais que no ano anterior -, a balança comercial do setor de lácteos iniciou 2017 com mais um déficit expressivo, contrariando as expectativas de analistas e empresas, que esperavam um arrefecimento das importações.

Em janeiro, as compras de lácteos no exterior cresceram 126% sobre igual mês de 2016, para 19.042 toneladas. O volume importado custou US$ 58,809 milhões, 176% mais do que em janeiro de 2016. Ao mesmo tempo, as exportações de lácteos em janeiro cresceram 11,4% em receita, para US$ 10,997 milhões e 51,8% em volume, para 4.154 toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela MilkPoint (ver infográfico).


 
Os números surpreenderam porque a expectativa, no fim de 2016, era de que a recente alta dos preços internacionais dos lácteos - que voltaram a níveis históricos de US$ 3.500 por tonelada - desestimulasse as importações em meio à perspectiva de recuperação da produção de leite no Brasil. Mas os analistas não contavam com um fator: a queda expressiva do dólar, que incentiva as importações. Em janeiro de 2016, o valor médio do dólar ficou em R$ 4,0547 e em janeiro deste ano, em R$ 3,1969.

Há outra razão tão relevante quanto o dólar, segundo analistas e indústria. Embora esteja em recuperação, a oferta doméstica de leite para processamento ainda é apertada, como indicam os preços ao produtor e dos produtos finais. "O mercado interno entrou 2017 com preço mais alto do que na mesma época do ano passado porque a produção caiu", observa Valter Galan, analista do MilkPoint.

Marcelo Costa Martins, diretor-executivo da Viva Lácteos, que reúne laticínios, concorda que a menor disponibilidade doméstica de leite estimula as importações, mas diz que a perspectiva ainda é de que as importações fiquem abaixo do ano passado à medida que o produção se recupera.

Um industrial afirma que ainda há falta de matéria-prima no mercado e que, diante da queda do dólar, a importação compensa. "Os preços subiram em dólar, mas a moeda americana caiu em janeiro deste ano sobre janeiro de 2016", diz. Ele acredita que a produção brasileira de leite deve parar de cair em 2017 após dois anos de recuo em decorrência de alta dos custos e problemas climáticos. Mas avalia que neste momento o produtor de leite ainda "está desanimado, resultado do baixo preço do leite no fim do semestre".

No atual ambiente de preços e do câmbio, a exportação de lácteos está menos competitiva. O cenário ideal, segundo Martins, da Viva Lácteos, seria um câmbio na casa dos R$ 3,50 e leite em pó a US$ 4 mil no mercado internacional. Mas ele aponta razões para otimismo. Em janeiro, diz, o Brasil exportou volumes significativos de leite condensado para Arábia Saudita e Emirados Árabes, reduzindo a dependência da Venezuela, que já foi o maior importador de lácteos do país. Há ainda expectativa de ampliar mercados, como o Chile, que enviará missão ao Brasil em março para habilitar ou reabilitar 18 estabelecimentos para exportação de lácteos. O México também está no radar dos exportadores. Conforme Martins, está em curso processo de habilitação de plantas e há pedido para corte de tarifas de importação, que em alguns casos, chegam a 60%. (As informações são do Valor Econômico, resumidas pela Equipe MilkPoint)
 

MISSÃO COMERCIAL JAPONESA VISITA SETOR LEITEIRO DO URUGUAI

Uma missão de empresários japoneses e representantes da Corporação de Empresas Agrícolas e Pecuárias do Japão (ALIC), visitaram na semana passada no Uruguai algumas fazendas leiteiras e indústrias, procurando saber mais sobre a realidade do setor, seus produtos e analisar a possibilidade de negócios. O interesse está focado no leite em pó e queijo, basicamente, com a firme convicção de realizar as primeiras compras para aceitar as operações comerciais e compreender melhor os produtos.

A ALIC é uma agência estatal do governo japonês, dependente do Ministério da Agricultura do país, que se dedica à compra de alimentos e tem empresas associadas. É o órgão responsável por distribuir as cotas de importação de alimentos. "Aproximaram-se as empresas que concorreram especificamente para a compra de leite", disse Ricardo De Izaguirre, presidente do Instituto Nacional de Leite (INALE). Até agora as importações japonesas são feitas da Austrália e da Nova Zelândia, mas eles estão buscando expandir a lista de fornecedores e o Uruguai aparece como um produtor confiável de alimentos, com alta qualidade, certificações e controles estritos sobre matérias-primas e produção.

Além de leite em pó e queijo, as empresas japonesas importam da Austrália um outro produto que é uma espécie de leite congelado que não é fabricado no Uruguai.

De acordo com De Izaguirre, os empresários japoneses se reuniram com empresas de produtos lácteos uruguaios como Estancias del Lago (empreendimento do argentino Alejandro Bulgheroni), Indulcsa (agora propriedade do grupo francês Lactalis) e Cooperariva Nacional de Produtores de Leite (Conaprole), mas também visitaram algumas fazendas leiteiras para ver como funciona o setor leiteiro uruguaio. "Nós mostramos as análises que são feitas, as características dos produtos lácteos uruguaios, a qualidade e a sanidade dos produtos fabricados e a tranquilidade que significa ser livre de antibióticos e hormônios", disse De Izaguirre.

Ele disse que "há grandes possibilidades de realizar os primeiros negócios", embora o Japão deva pagar uma taxa que excede 50% do valor do produto. Na opinião do De Izaguirre "não se farão negócios de grande volume", mas sim "a compra de pequenos itens para ver como a operação comercial funciona" e assim, determinar como as empresas uruguaias cumprem as disposições acordadas. "Eles procuram seriedade nos produtos, mas também no cumprimento dos compromissos. Dizem que, quando fazem um acordo, cumprem os prazos estabelecidos no mecanismo comercial".

O primeiro encontro com a ALIC foi em 2015. Os visitantes conheceram uma fazenda de gado leiteiro e a planta Conaprole de Flórida, onde receberam informações e viram os processos de produção. Também visitaram a sede do INIA La Estanzuela, onde conheceram a produção de leite e visitaram o Instituto de Melhoramento Leiteiro, informando-se sobre as medidas tomadas pelo Uruguai para melhorar suas raças leiteiras. (As informações são do El País Digital, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

NZ: PRODUÇÃO DE LEITE NÃO DEVE TER GANHO NO ATUAL ANO PRODUTIVO

A Nova Zelândia não deverá ter um ganho na produção de leite no atual ano produtivo, mas o declínio pode ser significativamente menor do que muitos acreditam. O clima extremamente úmido na Ilha do Norte e uma abordagem cautelosa dos produtores após dois anos de aperto do cinto contribuíram para um declínio de 3% na produção de leite da Nova Zelândia durante a primeira metade do ano 2016/17 a partir de 1º de junho. Para outubro-novembro (pico da produção na primavera no Hemisfério Sul), a captação de leite caiu 5% com relação do mesmo período de 2015.


 
Os analistas projetam atualmente um declínio de 7% no leite da Nova Zelândia para a estação de 2016/17 inteira, mas dadas as condições de mercado e história de produção da Nova Zelândia, o Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC) estima um declínio perto de 3%.

O clima úmido na primavera da Nova Zelândia certamente corroeu a produção da Ilha do Norte, e agora algumas partes da ilha estão enfrentando uma seca potencial. Entretanto, as condições de pastagem melhoraram em grande parte do país, em comparação com três meses atrás, tanto na Ilha do Norte como do Sul. E a produção da Ilha do Sul para o período de junho a novembro já estava superando a do Norte, que foi afetada pelo clima.

Após dois anos de operações deficitárias com preços ao produtor bem abaixo dos níveis de equilíbrio, os preços do leite cru na Nova Zelândia voltam a apoiar o crescimento. As estimativas de pagamento saíram do vermelho na primeira metade de 2016 e deverão permanecer assim no restante do ano 2016/17.

A Fonterra Co-operative Group, a maior produtora de lácteos do país - que capta mais de 80% do leite da Nova Zelândia - recentemente ajustou sua estimativa de produção de leite na estação inteira de -6% para -4%.

E as previsões de produção de leite da Nova Zelândia historicamente inclinam-se para o lado conservador, às vezes, de forma duvidosa. Por exemplo, durante os quatro meses do ano produtivo de 2015/16 (junho-maio), por exemplo, a Fonterra e analistas da indústria estavam alertando para um declínio de 6% naquele ano, com base nos baixos preços do leite ao produtor e nas preocupações climáticas relacionadas ao El Niño. 

Essas projeções foram indiscutivelmente uma força motriz por trás da subida do preço das commodities de curta duração no outono de 2015. Quando a poeira baixou no final do ano produtivo da Nova Zelândia, em 31 de maio de 2016, a produção de leite caiu apenas 1,6%.

Um episódio semelhante ocorreu nesta estação. Os preços das commodities subiram no último outono em conjunto com as previsões de queda da produção neozelandesa. (As informações são do http://blog.usdec.org, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

 

 
PP pede ao governo retirada da urgência
Em reunião, ontem, a Bancada do Partido Progressita (PP) na Assembleia Legislativa decidiu solicitar ao governador José Ivo Sartori a retirada da urgência ao PL 214, que reduz em 30% os créditos presumidos concedidos pelo governo do Estado às Indústrias. "Tiramos uma posição conjunta e é consenso entre os deputados do PP que a bancada não tem como votar o projeto da forma como está, pois fragiliza o setor produtivo, em especial a indústria", disse o líder João Fischer, o Fixinha. (Jornal NH)
 

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