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21/10/2016

 

Porto Alegre, 21 de outubro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.376

 

 Reconstituição do leite

O Diário Oficial da União desta sexta-feira (21) publicou a Instrução Normativa (IN) nº 40, que proíbe a reconstituição do leite em pó importado pelas indústrias localizadas na área de abrangência da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) afetada pela seca.

Segundo o texto, apenas o leite em pó nacional pode ser usado para produzir leite UHT e pasteurizado. A IN do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) altera o artigo 1º da medida publicada em julho deste ano com a finalidade de conter a queda dos preços ao produtor nacional. Ela não especificava a origem do leite em pó, permitindo assim tanto o produto nacional quanto o de outros países. A proibição do produto importado para reconstituição vinha sendo reivindicada pelos representantes do setor e por parlamentares gaúchos que se reuniram esta semana com o secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller. O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor nacional de leite com 4,7 bilhões de litros por ano. Minas Gerais aparece em primeiro lugar no ranking, com 9,4 bilhões de litros por ano. "A medida mostra a preocupação do ministro Blairo Maggi com o produtor rural e com o setor produtivo, para garantir a sua permanência na atividade", ressalta Geller.

Produção de leite
A produção brasileira de leite é de aproximadamente 35 bilhões de litros por ano e vinha crescendo 4% ao ano na última década. Na região Sul o crescimento foi de 7% ao ano. Nos dois últimos anos, no entanto, houve queda na produção, principalmente na região Nordeste. Segundo a Secretaria de Política Agrícola, no primeiro semestre deste ano a redução foi de 6% para o país. No Nordeste, a queda foi maior, 12%, o que levou o governo a autorizar a reconstituição de leite e a sua venda na área da Sudene. A Sudene abrange a região semiárida brasileira, ou seja, todos os estados do Nordeste, além do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. (Mapa)
 

  
 
Certificação
A experiência para alcançar certificações no setor lácteo foi debatidas nesta quinta-feira (20), durante encontro de representantes do setor leiteiro e da missão governamental que está na Europa. O encontro ocorreu na Casa do Leite, em Paris. Conforme o coordenador técnico da Famurs, Mário Ribas do Nascimento, a ideia é promover a troca de experiências para que o estado avance neste setor. A proposta visa levar técnicos franceses ao estado e aperfeiçoar os processos para a obtenção de certificações como as de denominação de origem e indicação de procedência.

A França é considerada a maior potência agrícola da Europa. O governo tem uma política forte de subsídios aos produtores, evitando o êxodo do campo para as grandes cidades. A união das cadeias produtivas garante os títulos de país com os melhores queijos, melhores vinhos e melhores mostardas. Isso faz com que o produtor ganhe mais credibilidade, poder de negociação e marketing. O selo é concedido pelo Instituto Nacional de Origem e Qualidade (INAO, na sigla em francês).

Na reunião, representantes da Sodiaal - cooperativa de produtores de leite e derivados francesa - manifestaram interesse de expandir negócios e investir no Rio Grande do Sul, informou Nascimento. Recentemente, a marca adquiriu unidades em Minas Gerais para a produção de lácteos. Estiveram presentes ao encontro o presidente da Famurs, Luciano Pinto, e o coordenador da Rede Gaúcha de Incubadoras e Parques Tecnológicos, Artur Gibbon. (Governo do RS)

Lácteos 

Ainda que existam boas perspectivas no médio e longo prazo para os lácteos, a conjuntura continua sendo complicada para o setor. Depois da queda nas cotações registradas no início do mês na plataforma da companhia neozelandesa Fonterra (Global Dairy Trade), nesta terça-feira o valor do leite em pó mostrou uma leve recuperação. O preço da tonelada subiu 2,9%, chegando ao valor de US$ 2,706. 
 
A melhora, no entanto, não foi suficiente para recuperar a perda registrada no começo do mês, quando o produto teve queda de 3,8%. O problema é o estoque. As grandes reservas mundiais de lácteos, que segundo o último relatório do Rabobank calculou em 6,5 milhões de toneladas acima do normal, é um freio que não deixa os preços decolarem. No entanto, uma queda na produção faria com que as cotações sejam recuperadas no futuro. (Agrovoz - Tradução livre: Terra Viva)

 

Uruguai 

"Felizmente este ano foi de boas notícias no que diz respeito a habilitações para o mercado internacional", destacou Martin Berrutti. O gerente comercial de Estâncias del Lago disse no "Amanhecendo com o Campo" que está exportando leite em pó integral para o Brasil, e conseguiram ingressar na Rússia e México. Nos próximos dias será obtida a abertura do mercado chinês. Esclareceu que a habilitação para a China está em fase final e seria "o último dos grandes mercados, por seu enorme potencial de compra". Atualmente a empresa não está sendo pressionada a fazer negócios, já que pode colocar, até janeiro, grande parte de sua produção no Brasil, destacou Berrutti. Assegurou ainda, que o espírito comercial de Estancias del Lago "foca sempre na diversificação do mercado e se aparecer algum negócio que fique próximo aos níveis de preços do Brasil, estamos dispostos a conversar". Comentou que hoje o Brasil está pagando em torno de US$ 3.100/tonelada de leite em pó, para entrega em janeiro. 

De qualquer forma, o gerente comercial da empresa disse que estão dispostos a fechar negócios de US$ 2.950 a US$ 3.000/tonelada, para não perder contato com os mercados do Norte da África e Oriente Médio. Mas, lembrou que "não estão em apuros, nem com pressões comerciais". Finalizou dizendo que o mercado internacional para o leite em pó integral está firme, mas, com uma demanda que não é elevada. A demanda "é discreta, mas os negócios continuam e isto ocorre pela baixa produção de vários países do Mercosul e outras partes do mundo". (El País - Tradução livre: Terra Viva)

 
 
 

FIL/IDF x FAO
Durante a Cúpula Mundial do Setor Lácteo, realizada em Roterdã, A Federação Internacional de Laticínios (FIL/IDF), assinou com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), um compromisso para enfrentar o desfio da sustentabilidade. Em nome da cadeia láctea mundial, as duas entidades firmaram um Declaração conjunta, assumindo a Agenda de Desenvolvimento Sustentável de 2030 das Nações Unidas. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)
 

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