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07/10/2016

 

Porto Alegre, 07 de outubro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.367

 

Governo revisará situação das importações do Uruguai


Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Depois de uma tarde de discussões acaloradas sobre as dificuldades enfrentadas pelo setor lácteo brasileiro nesta sexta-feira (7/10) na Comissão de Agricultura do Senado, em Brasília, representantes dos ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores ficaram de buscar alternativas que ajudem a corrigir possíveis distorções na relação de compra do leite uruguaio. Nas próximas semanas, o governo federal deve checar os números de importação de lácteos daquele país na busca de um acordo que prime pelo bom senso, uma vez que, segundo os produtores, as exportações anteriormente direcionadas à Venezuela vêm sendo escoadas ao mercado brasileiro.  "A indústria é favorável ao Mercosul, mas nós precisamos de cotas para não sermos surpreendidos com altos índices de leite no mercado nacional que derrubam o preço e inviabilizam a atividade. Precisamos de uma ação do governo nem que seja com a compra de parte da produção ou incentivos fiscais", sugeriu o presidente do Sindilat e do Conseleite, Alexandre Guerra. A sugestão do Sindilat é, de imediato, adotar monitoramento do mercado de forma a equilibrar a importação de leite, fixar cotas para o Uruguai  e trabalhar na desoneração de máquinas e equipamentos para uso dos produtores e da indústria.
Ao lado do setor, a senadora e presidente da comissão, Ana Amélia Lemos, reforçou o coro como forma de proteger milhares de pequenos produtores que vivem do leite no país. "O problema é mais complexo do que imaginávamos porque envolve regras internacionais, custo de produção e questões sociais". Entre as hipóteses em análise está a criação de cotas para o leite do Prata, o que não é bem visto pelo Ministério das Relações Exteriores, que teme retaliações. "Temos que pensar que talvez eles também queiram fechar outros mercados para o Brasil", alertou o diretor do Departamento do Mercosul, Otávio Brandelli. Contudo, é preciso avaliar que há produtos na pauta de exportação brasileira que não têm livre acesso ao mercado Uruguaio como se gostaria, como a carne de franco, por exemplo.
Outra demanda defendida pelos produtores e que deve, agora, ganhar apoio do Senado, é a revisão da Instrução Normativa (IN) nº 26, que autoriza os laticínios da região da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) a reconstituir leite em pó para a produção de leite longa vida (UHT) e leite pasteurizado. Presente ao encontro, o vice-presidente da Fetag, Nestor Bonfanti, cobrou um encaminhamento que traga efeito e que seja viável para resolver a questão do leite gaúcho. "Os agricultores estão nervosos e precisam de tranquilidade para investir na produção. Precisamos que as autoridades pensem com muito carinho", conclamou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Balança comercial de lácteos: importações em equivalente-leite têm recorde no ano

Em setembro, a balança comercial do setor lácteo prosseguiu em queda, representando déficit em volume de mais de 22 mil toneladas, redução de 13,2% sobre o déficit apresentado em agosto/16. O saldo da balança de lácteos foi de US$57,2 milhões negativos.

 
Tabela 1. Exportações e importações por categoria de produto.

 
O volume de exportação de lácteos foi maior em 9,9% que o mês anterior, e o valor, 15,9% maior. Contudo, quando comparado a este mesmo período de 2015, o volume é 25,3% inferior, visto que em agosto de 2015 foi representado por 9,42 mil toneladas ante as 7,03 mil toneladas atuais. Referente às importações, o volume foi elevado em 12,4%, resultando em 29,13 mil toneladas. O valor, também superior ao último mês, foi de US$80,9 milhões. O leite em pó integral teve volume importado de 14,9 mil toneladas em setembro (22,1% superior ao mês de agosto); 4,8 mil toneladas de leite em pó desnatado (9,5% x agosto); 2,7 mil toneladas de soro de leite (volume 23,6% inferior em relação a agosto, e 146,4% superior que setembro de 2015) e 4,8 mil toneladas de queijos (10,8% x agosto).

As importações de leite em pó tiveram principal origem no Uruguai, totalizando 12,2 mil toneladas em setembro, e na Argentina, que enviou pouco mais que 6 mil toneladas. Chile e Estados Unidos, com representações menores, também enviaram leite em pó ao Brasil neste mês, sendo as quantidades de 625 toneladas e 859,6 toneladas, respectivamente. Ao analisar as quantidades em equivalente-leite (o quanto de leite é utilizado para fabricar cada produto), a quantidade importada foi de 224,9 milhões de litros em setembro, superior em 16,7% em relação a agosto. No comparativo com setembro de 2015, o aumento nas importações em equivalente-leite é de 170%.

As exportações em equivalente-leite também foram maiores em setembro do que no último mês, com volume de 43,3 milhões de litros (9,1% x agosto). Entretanto, quando comparado a este mesmo período de 2015, o volume total é ainda muito inferior, sendo 34,10% abaixo. Seguindo em atenuação, o saldo da balança comercial de lácteos para setembro de 2016 foi negativo em 183,16 milhões de litros, cerca de 30 milhões a menos que o mês anterior. Até o mês vigente, o ano de 2016 apresentou déficit na balança comercial de lácteos representado por 1,18 bilhões de litros. (Fonte: MDIC/Milkpoint)

Reino Unido/2016: produção de leite deverá cair em 1 bilhão de litros

O volume de leite produzido nas fazendas leiteiras do Reino Unido deverá cair em um bilhão de litros em 2016, de acordo com o UK Dairy Group. A oferta de leite do Reino Unido vem caindo a uma taxa consistente de 6-7% por mês desde abril, disse o grupo, e isso não tem dado sinais de que vai parar. As captações de leite em setembro deverão ser de 1,08 milhão de litros - que é 7,5% a menos que no mesmo mês de 2015.

Ao mesmo tempo, o grupo também mostrou que o volume geral de leite captado na União Europeia (UE) está caindo, com as captações de julho caindo 1,4% enquanto a produção da Nova Zelândia está caindo cerca de 1,7% por mês. Entretanto, a redução vista na UE e na Nova Zelândia vem em um período quando o volume de leite produzido nas fazendas dos Estados Unidos tem aumentado - com as captações crescendo 2% em agosto.

De acordo com o Dairy Group, os mercados continuarão firmes até que o declínio na oferta chegue ao final, o que significa que os preços equivalentes do Reino Unido precisam aumentar para 0,30 libras esterlinas (US$ 0,38) por litro para que os produtores possam ter esperanças de reparar seus negócios prejudicados. Como resultado, o grupo está prevendo que o preço do leite no Reino Unido alcançará 0,26 libras esterlinas (US$ 0,33) por litro em janeiro de 2017 e 0,30 libras esterlinas (US$ 0,38) por litro em abril de 2017.

O porta-voz do Dairy Group, Nick Holt-Martyn, disse que há um atraso natural entre as melhoras no mercado e as mudanças no preço ao produtor. Esse atraso ocorre, disse ele, à medida que leva tempo para as tendências claras de mercado se estabelecerem e para fluírem em toda a cadeia de fornecimento. Embora seja difícil saber exatamente de quanto tempo será esse atraso, a avaliação dos últimos cinco anos sugere um atraso de 3-5 meses. 

Várias importantes companhias de lácteos do Reino Unido agiram para aumentar o preço do leite ao produtor em outubro. Companhias como Dairy Crest, Arla Fodos e First Milk aumentaram o preço do leite em outubro pago a seus fornecedores entre 1 a 2 centavos de libra (1,28 a 2,57 centavos de dólar) por litro, após alguma recuperação no mercado de lácteos.

A Dairy Crest anunciou um aumento de 1,5 centavos de libra (1,93 centavos de dólar) por litro, que será feito gradativamente em dois meses a partir de 1 de outubro. Um aumento de 1 centavo de libra (1,28 centavo de dólar) por litro entrou em efeito em 1 de outubro e mais um aumento de 0,5 centavo de libra (0,64 centavo de dólar) por litro será aplicado em 1 de novembro.

Outra companhia de lácteos britânica, a First Milk, também anunciou que aumentaria o preço do leite pago aos fornecedores durante o mês de outubro em 2 centavos de libra (2,57 centavos de dólar) por litro, tornando esse o maior aumento mensal desde 2007. Além disso, a Arla Foods também anunciou que aumentaria seu preço do leite em outubro em 2 centavos de libra (2,57 centavos de dólar) por litro.
Em 04/10/16 - 1 Libra Esterlina = US$ 1,28886 
0,77573 Libra Esterlina = US$ 1 (Fonte: Oanda.com). (As informações são do http://www.agriland.ie, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Indústria reage em setembro e sinaliza expansão no 4º tri

A forte queda da produção industrial em agosto parece não ter revertido a tendência de recuperação lenta do setor. Para economistas, os primeiros dados divulgados de setembro indicam que a atividade nas fábricas voltou ao terreno positivo no período, ainda que em magnitude insuficiente para compensar o tombo de 3,8% ocorrido no oitavo mês do ano. Como a retração foi forte, piorou a percepção sobre o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, mas o "efeito rebote" pode provocar crescimento da atividade nos últimos três meses de 2016. A produção de automóveis aumentou 14,1% de agosto para setembro, depois de ter recuado 15,2% no mês anterior. Os cálculos baseiam-¬se em números divulgados pela Anfavea, dessazonalizados pela MCM Consultores. Segundo dados divulgados ontem pela entidade que reúne as montadoras de veículos, a produção do setor caiu 3,9% de agosto para o mês passado. A própria Anfavea, porém, salienta que o desempenho caminha para a estabilidade, mas fatores pontuais têm provocado variações inesperadas.

 Entre eles, a entidade ressalta o menor número de dias úteis em setembro e a dificuldade dos consumidores em conseguir financiamento de veículos novos em razão da greve dos bancos. Tendo como uma das bases o desempenho do setor automotivo, A MCM espera, ainda de forma preliminar, alta de 0,6% da produção industrial total na passagem mensal. "A indústria vai continuar seu processo de retomada lenta", afirma o economista Leandro Padulla, para quem o setor vai voltar a crescer no último trimestre do ano. Entre julho a setembro, Padulla estima redução de 0,8% do PIB industrial, desempenho em grande parte explicado pelos problemas pontuais da indústria automobilística, que teve paralisações acima da média em agosto. Em função disso, o economistas reviu ligeiramente sua projeção para a queda do PIB total no terceiro trimestre, de cerca de 0,5% para 0,7%. Nos próximos meses, porém, a atividade do setor manufatureiro, deve seguir melhorando, afirma ele, devido à continuidade da normalização da produção pelas montadoras. Além da volta à normalidade nas fábricas de automóveis, a recomposição de estoques, principalmente nos fabricantes de bens intermediários, e a reação da confiança do empresariado são outros fatores que devem ajudar a indústria nos últimos três meses do ano, avalia Padulla. Em seu cenário, a trajetória um pouco melhor do setor deve levar o PIB a avançar 0,2% no último trimestre de 2016. Outro importante indicador antecedente do comportamento da produção, as vendas de papelão ondulado encerraram setembro em nível pouco inferior ao de igual mês de 2015, na avaliação de Gabriella Michelucci, presidente da associação que reúne empresas do setor (ABPO). Os dados ainda não foram divulgados.

Em relação a agosto, a expectativa é de queda de cerca de 2%, afirma Gabriella, mas a redução não é vista como piora do desempenho. "Não estamos virando a economia do avesso positivamente, mas deixamos de ter perdas importantes", diz a executiva, também diretora de papelão ondulado da Klabin. Apesar da queda no último mês, a ABPO projeta alta de 0,7% nas vendas no terceiro trimestre, na comparação com igual período do ano passado. "O setor de papelão ondulado consolidou um início de recuperação em agosto", avalia a presidente da associação, trajetória que credita principalmente ao ajuste de estoques na indústria. As embalagens, explica ela, são produtos com um giro alto e entrega diária. Por isso, quando as fábricas diminuem o volume de mercadorias paradas e precisam voltar a produzir mais, o segmento de papelão ondulado é um dos primeiros a perceber a retomada.

Para os últimos três meses do ano, Gabriella trabalha com recuo próximo de 1% da expedição de papelão ante igual intervalo do ano anterior, mas também não vê a perspectiva como um resultado ruim, já que o último trimestre do ano passado foi também de recuperação para o setor. Na média de 2016, a expectativa é de queda entre 1% e 1,5%, depois de redução de 2,8% em 2015. "A percepção é que paramos de cair para crescer em 2017." Os dados de importação também sinalizam continuidade no processo de retomada de produção industrial. Setembro foi o segundo mês consecutivo com forte desaceleração na queda de importação de bens intermediários. De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), a importação de intermediários caiu 2,3% em setembro. No mês anterior o recuo foi de 0,5%, sempre na comparação com igual período de 2015, pelo critério da média diária. Apesar de ainda não terem migrado para o campo positivo, as variações representam quedas bem mais amenas que as do decorrer no ano. No acumulado até setembro, a queda na importação de intermediários foi de 20,1%. No primeiro quadrimestre do ano, a importação dessa classe de produtos recuou 30,2%. Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos do Desenvolvimento Industrial, (Iedi), diz que as quedas bem mais amenas nos desembarques de insumos pela indústria podem indicar retomada de produção, sinalizando que o pior momento ficou para trás. Ele pondera, porém, que há influência de outros fatores, como o real mais valorizado perante o dólar, que estimula as compras do exterior e arrefece o fenômeno da substituição de importações em curso desde o início do ano. Por enquanto, diz Cagnin, é difícil avaliar qual componente tem pesado mais. 

A confiança, ressalta Tabi Thuler Santos, coordenadora da sondagem da Fundação Getulio Vargas (FGV), é outro dado que também melhorou em setembro, ao avançar 2,1% no mês passado, para 88,2 pontos, melhor nível desde julho de 2014. "Esperamos que a indústria retome a trajetória observada desde março, de quedas na comparação anual cada vez menores e taxas mensais com pequenos avanços". A preocupação, agora, é com a resposta da demanda interna, especialmente diante dos sinais de que o setor externo está impulsionando mesmo a atividade industrial, dada a valorização recente do câmbio. Segundo Tabi, há inclusive evidências de exportadores que estão reduzindo sua margem de lucro para continuar a vender para o exterior e não perder o cliente, já que a demanda doméstica ainda é insuficiente. Nesse cenário, o risco de volta de acúmulo de estoques pelo varejo existe, afirma. Por enquanto, diz, a indústria continua a reduzir suas mercadorias paradas, mas a recuperação do setor só será mais forte quando a demanda interna der sinais claros de reação, o que tende a acontecer apenas a partir do ano que vem, caso as reformas sejam aprovadas.

Cagnin, do Iedi, tem preocupação semelhante. Ele alerta para a perda de fôlego que já aparece nos números de exportação exatamente em razão da apreciação da moeda nacional nos últimos meses. Em agosto o volume de exportação de manufaturados cresceu 25% contra mesmo mês de 2015. No acumulado até o mês a alta foi de 9,1%. Cagnin lembra, porém, que fatos pontuais contribuíram para a aceleração do quantum embarcado em agosto. Entre eles a exportação de aeronaves, que mais que dobrou no mês em relação a igual período do ano passado. Nas comparações trimestrais, destaca Cagnin, o volume embarcado de manufaturados cresceu 12,3% de janeiro a março. No segundo trimestre a alta caiu para 9,2%. No último trimestre de 2015 a alta foi de 13,7%, compara o economista do Iedi, sempre contra igual trimestre do ano anterior. "O câmbio perde o efeito dinamizador da exportação", avalia Cagnin. Ao mesmo tempo a economia doméstica ainda não mostra sinais de que existirá demanda para uma produção que pode não ir mais para o mercado externo. Ele diz, porém, que não é caso de se falar de um quadro "catastrófico" e sim de acompanhar os indicadores dos próximos meses com atenção. De qualquer forma, estima, a expectativa é de que as variações de quantum exportado de manufaturados até o fim do ano continuem positivas, embora em desaceleração e caminhando para a estabilidade. (Valor Econômico)

 

 

Hábitos nutricionais 
Realizada com 30 mil pessoas em 63 países, a pesquisa mostra que o consumidor cada vez mais modifica seus hábitos nutricionais por sensibilidades alimentares, alergias e desejo de se manter saudável. Cerca de 30% dos entrevistados no Brasil dizem que alguém em casa sofre algum tipo de alergia ou intolerância, sendo que lactose, produtos lácteos, frutos do mar e trigo são os mais citados. Por outro lado, 31% adotam uma alimentação com baixo teor de gordura; 28% consomem açúcar com moderação e 22% preferem produtos com baixo teor de sódio. Entre os itens que mais eles tentam incluir no cardápio diário estão aves (62%), grãos e orgânicos (57% cada) e ovos (56%). Os brasileiros também apontaram os alimentos que tentam excluir da alimentação: itens de origem animal com antibióticos e hormônios (61%); com sódio (55%); com gorduras saturadas ou trans, além de acondicionados em embalagens BPA (54% cada). O BPA é o Bisfenol A, um composto utilizado na fabricação de policarbonato, um tipo de resina usada na produção da maioria dos plásticos. Convencido de que a alimentação caseira é mais saudável (80% dos entrevistados), o brasileiro espera encontrar nos supermercados produtos com atributos específicos: 68% gostaria de produtos 100% naturais; 56% com baixo teor ou sem gordura; 54% com baixo teor ou sem açúcar;  52% orgânicos;  e 52% com baixo teor de sódio. (Fonte: Supermercado Moderno)
 

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