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24/06/2016

 

Porto Alegre, 24 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.295

 

 Sartori sanciona regulamentação e brinda a Lei do Leite.

 
Crédito: Carolina Jardine

Em um auditório lotado de produtores, lideranças, estudantes, representantes do meio acadêmico e das indústrias, o governador José Ivo Sartori sancionou, na manhã desta sexta-feira (24/06), durante o 1º Fórum Estadual do Leite, em Ijuí (RS), o decreto que regulamenta a Lei do Leite (Lei 14.835). O texto traz uma série de avanços para o setor e representa um marco histórico para o setor lácteo gaúcho. "Essa lei foi construída pelo setor leiteiro e significa mais segurança na mesa do produtor", pontuou Sartori, que, empunhando um copo de leite, puxou brinde entre as autoridades. O ato foi transmitido ao vivo pelo Canal Rural diretamente do Campus da Unijuí.

O secretário da Agricultura, Ernani Polo, destacou o trabalho dos servidores e entidades que se empenharam na regulação do texto e frisou que a Lei do Leite não deve ser um regramento estático. "Precisamos ir atualizando a lei, adequando-a às novas tecnologias", frisou Polo, lembrando das pesquisas que estão sendo realizadas pela Embrapa em parceria com o Sindilat e o Fundesa para uso de medidores de vasão georreferenciados. Aproveitou a oportunidade para enaltecer a ação dos produtores que vivem uma realidade árdua com "duas safras por dia".

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, conclamou o setor a unir-se para enfrentar as dificuldades que ameaçam a rentabilidade da atividade. "O que temos que ter em mente é que não há crescimento sem crise. Para expandir nossa produção e melhorar nossos processos, precisamos quebrar paradigmas, repensar projetos e estarmos abertos ao novo. Porque a inovação se faz da ruptura. Sejamos ousados" Nesse sentido, Guerra destacou a relevância do Fórum Estadual do Leite, que deve busca novos rumos para a produção láctea gaúcha. Após esta primeira etapa em Ijuí, informou ele, o fórum itinerante deve seguir para Santa Maria.

As mudanças propostas pela Lei do Leite buscam aumentar a responsabilidade de produtores, indústrias e transportadores de leite sobre a qualidade do produto que chega aos consumidores. Veja abaixo as principais mudanças que a Lei do Leite traz à produção gaúcha:

AUTORIZAÇÃO DO TRANSVASE
A medida permite a captação de leite por um caminhão com dois tanques acoplados, representando um ganho logístico considerável para a indústria. A regulamentação também ajuda na inclusão de mais produtores na cadeia, uma vez que o sistema viabiliza a coleta em propriedades mais distantes.

Pela legislação, o transvase só será possível em veículo com tanques em chassis separados, o que, no mercado, é conhecido como Romeu e Julieta. Além disso, o transvase do leite cru deve ser realizado em circuito fechado (sem manipulação). Os locais de transvase (onde o leite passa de um tanque para o outro) devem ser previamente definidos e informados à Secretaria da Agricultura e georreferenciados, além de obedecer a normas ambientais, sem colocar em risco a segurança da matéria prima transportada. Outra exigência é que cada tanque tenha seu próprio documento de trânsito e que os dois voltem juntos às plataformas das indústrias.

CADASTRO DAS PROPRIEDADES FORNECEDORAS DE LEITE CRU
As propriedades precisam estar com os cadastros atualizados no Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, devendo estar regularizadas e com as obrigações sanitárias estabelecidas pela legislação vigente em dia.

COMPRA E VENDA DO PRODUTO
Com a nova legislação, as relações de compra e venda passam a ser possíveis somente nos seguintes casos:
1) produtores de leite e estabelecimentos de processamento de leite;
2) produtores de leite e postos de refrigeração;
3) postos de refrigeração e estabelecimentos de processamento de leite;
4) cooperativas de produtores e estabelecimentos de processamento ou refrigeração, desde que o leite seja procedente da fazenda de algum de seus associados.
5) estabelecimentos de processamento de leite, com a ressalva de que comercializem entre si apenas "leite cru pré beneficiado", devidamente registrado no serviço de inspeção sanitária oficial. Também fica previsto prazo máximo de 48 horas entre ordenha e beneficiamento do leite.

TREINAMENTO DOS TRANSPORTADORES
Com a lei 14.835, todos os elos da cadeia deverão ter um cadastro. Os transportadores precisam passar por treinamento reconhecido pelo Serviço Oficial de Fiscalização.

DOCUMENTO DE TRÂNSITO
O transporte do leite cru deve obrigatoriamente ser acompanhado de documento para trânsito, indicando os fornecedores de origem, o volume de leite transportado, o destino e a finalidade do leite, em modelo previamente definido em normativa específica emitida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação.

MULTAS
Transportadoras e quaisquer outros membros da cadeia produtiva que desrespeitarem a legislação, além de responderem penalmente, estarão sujeitos ao pagamento de multa. Entre as de menor valor está aquela designada a quem comprar leite de produtor não cadastrado no DDA/ SEAPI, com custo de R$ 7.740 a R$ 30.960. Ser transportador desvinculado da indústria é mais grave, sendo cobrados de R$ 77.400 até R$ 309.600 do infrator da norma. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Oficinas debatem questões cruciais para avanços no campo.

 
Crédito: Taise Diceti

Os debates técnicos travados nas seis oficinas realizadas na tarde desta sexta-feira (24/6), no Campus da Unijuí, em Ijuí, serão compilados em um documento a ser avaliado em outras regiões gaúchas nas próximas edições do evento. Entre os apontamentos, estão a necessidade de maior cuidado com as zoonoses do rebanho e com os processos de manejo diário da propriedade, questões simples mas que atingem a rentabilidade das propriedades e podem inviabilizar a atividade. O próximo Fórum Estadual do Leite deverá ocorrer em Santa Marina no mês de setembro.

Uma das oficinas mais concorridas foi a que abordou questões relativas à qualidade do leite e contou com a presença de Maira Zanella, da Embrapa, e Karla Prates, da Seapi. Elas responderam questões de dezenas de estudantes, professores e produtores. "Ficou sensacional. Fiquei muito feliz por ter sido convidada para este evento ", frisou Karla. "Fomos convidadas para fazer esse debate e estar á disposição para responder questões de qualidade e referentes à IN 62 e à Lei do Leite", acrescentou Maíra.   

Outro destaque foi a abordagem do supervisor do Senar, Herton Lima, que falou sobre as zoonoses. "Esquecemos o arroz com feijão. Antes de nos preocuparmos com o Composto Barn precisamos fazer um calendário de vacinação para a propriedade", pontuou ao referir-se aos danos da leptospirose nas propriedades rurais. Outra oficina abordou a importância da nutrição animal e a relação de uma alimentação rica em fibras para o desempenho produtivo das vacas.

Na Unidade Móvel do Senar, estacionada dentro do campus especialmente para o evento, a oficina sobre tecnologia e novos equipamentos para o setor leiteiro atraiu pela inovação. "Esse modelo de trabalho em oficinas dá dinamismo e propicia a interatividade. Tivemos aqui em Ijuí um público muito qualificado e que aproxima os futuros profissionais do setor e permite aos estudantes interagirem com setores público e privados", frisou coordenador da Câmara Setorial do Leite, Danilo Gomes. As oficinas ainda abordaram questões relativas ao bem-estar animal e como o manejo correto contribui para elevar a produtividade, como o sombreamento adequado de áreas da propriedade e a contenção do barro, fator prejudicial para o gado leiteiro. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

CCGL inaugura unidade que vai gerar mais de 5 mil empregos diretos e indiretos.

 
Credito: Luiz Chaves/Palácio Piratini

O Grupo CCGL inaugurou nesta sexta-feira (24), em Cruz Alta, a segunda unidade da fábrica de leite em pó. Com isso, a empresa torna-se o maior parque industrial de leite em pó do Brasil. Os investimentos somam R$ 130 milhões - R$ 105 milhões via BRDE - e o restante oriundo de recursos próprios. Com a nova unidade, que conta com a tecnologia mais moderna da América Latina, serão gerados aproximadamente 5 mil empregos diretos e indiretos, entre colaboradores, produtores e fornecedores. Seu equipamento de secagem possibilita também a produção de derivados mais enriquecidos, como vitaminados e compostos.

No evento que marcou a abertura da planta, o governador José Ivo Sartori disse que a CCGL é um exemplo de empreendimento para outras áreas. "Numa situação de crise, vemos a expansão de um negócio, que vai dobrar a capacidade de processamento de leite", observou. A CCGL passa de 1 milhão de litros por dia para 2,2 milhões de litros/dia a serem processados. "A obra representa o fortalecimento da CCGL e um estímulo aos produtores para qualificarem seus rebanhos", completou o governador.

"Essa evolução se traduz na vontade e na garra de muitas pessoas", disse o presidente da CCGL, Caio Vianna. "Temos um compromisso com o desenvolvimento econômico e social de cada família de produtores. Com a inauguração, teremos capacidade para suprir aproximadamente 15% do leite em pó consumido em todo país. Ainda, a ampliação vai permitir a adesão de novas unidades de produção de leite ao Grupo CCGL, além de atrair oportunidades de mercado", destacou.

O Grupo CCGL conta com a associação das principais cooperativas agrícolas gaúchas - um universo de 171 mil produtores rurais em 350 municípios. Destes, 3.700 são responsáveis pelo fornecimento de matéria-prima para a fabricação de leite em pó (nas versões integral, integral instantâneo, desnatado e zero lactose), achocolatado e creme de leite.

A Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) é uma planta de produção de leite habilitada para exportação pelo Ministério da Agricultura e pelos principais fabricantes de alimentos do Brasil. No evento, o grupo homenageou produtores que fornecem a matéria-prima. Após houve a visitação à nova planta industrial. Atualmente, os mercados estratégicos da CCGL são as regiões Norte e Nordeste, maiores consumidores de leite em pó no país, representando 90% das vendas do Grupo. 

A CCGL surgiu para integrar as atividades do agronegócio, com foco na sustentabilidade, na produção em escala e na rentabilidade. A CCGL conta com três unidades de negócio: CCGL LOG, responsável pelas atividades de transporte e logística, em Rio Grande; CCGL TEC, unidade de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias; e CCGL LAC, com a fábrica de leite em pó, achocolatado e creme de leite, localizada em Cruz Alta.
Propriedades livres de brucelose e tuberculose
Foi assinado ainda convênio com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação para a implantação do programa de Certificação de Propriedades Livres de Brucelose e Tuberculose - Programa Sanidade Total CCGL. A iniciativa abrange 20 mil animais nesta primeira etapa e prevê o investimento de R$ 1,7 milhão, além de rebanhos das regiões Norte, Noroeste, Missões e Central do RS. A cerimônia reuniu secretários estaduais, deputados estaduais e federais, a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Silvana Covatti, representantes do setor primário e de cooperativas e lideranças da região. (Palácio Piratini)

 

 

Os Estados Unidos consumiram mais produtos lácteos.

Os 320 milhões de habitantes dos Estados Unidos consumiram em média 270 kg de equivalente leite por ano, ou seja, alta de 2% no consumo per capita. Esta dinâmica interna sustenta o preço do leite dentro país em torno de US$ 377, ou seja, um nível menos baixo do que o praticado por seus concorrentes. Mas a produção não esperou a elevação do consumo para aumentar. Cresceu 20% em dez anos. Este alta foi decorrente do crescimento de 1,4% na produtividade animal, e o rendimento atual é de 10.160 kg/vaca. (Terra Viva)

 
 

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