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10/06/2016

 

Porto Alegre, 10 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.285

 

   Exportações/EUA 

Os exportadores norte-americanos mostraram ligeira melhora em abril, mas de um modo geral é um desempenho similar a 2015. As exportações permanecem abaixo dos volumes embarcados durante 2013 e 2014, e nos primeiros cinco meses de 2015. Mas olhando mais detalhadamente os números de abril pode-se verificar melhora nas remessas de leite em pó e proteína concentrada de soro, e que foram responsáveis por elevar ao maior volume exportado nos últimos 10 meses. Os carregamentos totalizaram 150.713 toneladas de leite em pó, queijo, manteiga, soro de leite e lactose em abril, 11% a mais que em março (em volumes diários) embora seja 19% abaixo do volume do mesmo mês de um ano atrás. Da mesma forma, o faturamento de US$ 366,7 milhões foi 31% menor que o de abril de 2015.
 


Os embarques de leite seco desengordurado/leite em pó desnatado (NDM/SMP) foram 46.213 toneladas, o maior volume desde outubro, mas, 19% menos que um ano atrás. As vendas para o México foram 22% a mais que um ano antes, mas o volume para o Sudeste Asiático caiu 29%, em decorrência das fracas vendas para o Vietnã, Indonésia e Malásia. Os carregamentos para a China, Paquistão, Peru, Oriente Médio, e Norte da África foram as mais baixas dos últimos tempos. Foram enviadas 23.520 toneladas de WPC, 5% a mais na comparação anual, e o segundo maior embarque mensal. As vendas para a China foram as maiores em sete meses, e as exportações para o Sudeste da Ásia e México também subiram dois dígitos.


 
Os exportadores também conseguiram um grande saldo nas vendas de WMP, 6.822 toneladas, 74% mais que em abril de 2014, e o maior volume embarcado desde maio de 2010. A melhora foi decorrente das vendas recordes para o México (5.318 toneladas, mais que o volume enviado para o país vizinho em todo 2015). As exportações de outras grandes categorias - queijo, soro de leite desmineralizado e lactose - ficaram bem atrás do desempenho de um ano atrás.

As exportações de queijo em abril atingiram 21.171 toneladas, com queda de 33% em relação ao ano passado, e constitui o menor volume desde dezembro de 2012. Para o México foram 6.055 toneladas, o 15º menor mês. Para a Coreia do Sul (queda de 57% em relação a 2015), Japão (-44%) e Austrália (-72%). As vendas de soro de leite em pó foram 12.699 toneladas, queda de 28%, tendo em vista a queda de 58% nos embarques para a China. Nos primeiros quatro meses do ano, os exportadores enviaram 50.312 toneladas, o menor volume desde 2004. As exportações de lactose caíram 22% em abril, quando comparadas com o volume recorde vendido em abril de 2015. Nos últimos cinco meses, no entanto, os carregamentos obtiveram a média mensal de 28.663 toneladas. Os maiores compradores continuam sendo o Sudeste asiático, a China e a Nova Zelândia. As exportações da Proteína Isolada de Soro também ficaram estáveis nos últimos cinco meses (média de 2.752 toneladas por mês), mesmo assim, o volume de abril foi 41% menor que o volume quase recorde das vendas de abril de 2015. Enquanto isso, as vendas de manteiga caíram 44%, MPC, -40%; e leite fluido, -23%; quando comparadas com abril de 2015. Em termos de sólidos de leite, as exportações norte-americanas foram equivalentes a 13,4% da produção total norte-americana em abril, praticamente o mesmo percentual de fevereiro, que foi o maior valor em seis meses. As importações foram equivalentes a 3,3% da produção, o menor percentual em seis meses. Na primeira terça parte do ano, as exportações dos Estados Unidos caíram 9% em volume e 23% em valores, quando comparadas com o mesmo período do ano anterior. Houve queda em praticamente todas as categorias, mas, o item queijo, com queda de 22%, foi a mais pronunciada. (USDEC - Tradução livre: Terra Viva)
 
 
Na China, ministro Blairo Maggi discute abertura de mercados com vários países
O ministro da Agricultura da Rússia, Alexander Nicolayevich Thachyov, aceitou o convite do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (Mapa), Blairo Maggi, para conhecer a agricultura brasileira, em novembro, e discutir temas bilaterais. Os russos têm interesse em vender pescados e trigo para o Brasil. Thachyov disse também que seu país deseja importar maçãs e outras frutas brasileiras. Por sua vez, o governo do Brasil manifestou a intenção de incrementar as vendas de carnes e de soja para a Rússia. Os russos já são um dos maiores compradores de carne bovina, suína e de aves brasileiras. 

A vinda do ministro russo ao Brasil foi acertada durante a primeira viagem oficial ao exterior do ministro Blairo Maggi, que também participou da reunião de ministros da Agricultura do G20, em Xian (China), do dia 3 deste mês. Eles assinaram uma declaração em que se comprometem a promover a segurança alimentar, o crescimento da agricultura sustentável e o desenvolvimento rural por meio da inovação, troca de informações em plataforma eletrônica, para atingir os objetivos da Agenda de Desenvolvimento Sustentável de 2030, da Organização das Nações Unidas.

Na mesma viagem, Blairo Maggi também se reuniu com ministros de Agricultura da China, Coreia do Sul, Estados Unidos, México, União Europeia, Argentina e com o Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. Além de aumento da cooperação, foram tratados temas comerciais de interesse bilateral e compromissos sobre negociações agrícolas internacionais. 

O ministro da Agricultura da China, Han Changfu, recebeu convite para conhecer a produção agrícola brasileira. A data ainda será marcada. No encontro com Blairo Maggi, os dois ministros trataram de temas relacionados à cooperação entre os dois países e à exportação de grãos do Brasil para a China, no que se refere à biotecnologia (produtos transgênicos).

 

A delegação presidida pelo ministro brasileiro também se encontrou, em Pequim, com o ministro da Administração Geral da Qualidade, Supervisão, Inspeção e Quarentena, AQSIQ, Zhi Shuping, para tratar de inspeção sanitária e fitossanitária entre dois países. 

Segundo o secretário substituto de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Odilson Silva, o MAPA pediu também a habilitação de oito frigoríficos, já inspecionados em missões de 2010 e 2012 daquele país ao Brasil. O ministério aguarda para breve a indicação da missão de auditoria chinesa a estabelecimentos que já encaminharam resposta ao questionário de habilitação de plantas frigoríficas que desejam exportar à China. 

O governo brasileiro solicitou aos chineses a verificação da autenticidade de certificados sanitários, por meio de consulta eletrônica à página do MAPA na internet, bem como a realização de reunião técnica para tratar de outros temas de interesse como miúdos de aves, suínos e bovinos, frutas e milho. No encontro com os representantes da Coreia, o ministro Blairo disse que pretende visitar o país em agosto para negociar a abertura de mercado à carne suína brasileira. Por sua vez, os coreanos manifestaram interesse em exportar pera para o Brasil. 

Durante a viagem, também foram marcadas reuniões bilaterais com os Estados Unidos, dia 28 de julho, em Washington, quando haverá uma reunião do Comitê Consultivo Agrícola com aquele país. De acordo com Odilson, aguarda-se a finalização dos procedimentos para exportação de carne bovina do Brasil para os EUA e daquele país para o Brasil. 

Com o Comissário para Agricultura e Desenvolvimento Rural da União Europeia foram tratados os avanços na agenda bilateral, as negociações entre a UE e o Mercosul, além da realização do Diálogo em Agricultura, que deverá ocorrer em Brasília, em outubro próximo, com a presença do Comissário e outros técnicos europeus.

Com a Argentina, foram discutidos temas bilaterais e da negociação com outros blocos comerciais como da União Europeia. A agenda bilateral, segundo discutido, tem avançado positivamente por meio de videoconferências e contatos entre os órgãos congêneres de ambos os países. Os ministros marcaram de se encontrar brevemente, no Brasil ou na Argentina.

No encontro com a direção-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), além da ampliação das atividades com aquela organização internacional, o ministro Blairo Maggi informou que o Brasil deverá apresentar, em 2017, candidatura à Presidência do Codex Alimentarius, organização de referência que elabora as regras de alimentos em nível mundial. (As informações são do Mapa)

Canadense Saputo está de olho no Brasil para possíveis aquisições

Uma das maiores companhias de lácteos do Canadá, a Saputo, está de olho no Brasil para possíveis aquisições e poderá fazer acordos no valor de até C$ 3,5 bilhões (US$ 2,75 bilhões), disse o chefe executivo, Lino Saputo Jr. A indústria global de lácteos está fragmentada, potencialmente gerando oportunidades, disse ele.

A companhia gostaria de comprar plantas de fabricação de queijos no Brasil ao invés de continuar colocando queijo no mercado pela Argentina. "Há centenas e centenas de indústrias de lácteos no Brasil e encontrar uma plataforma interessante na área de queijos no Brasil - que nos permita ser um consolidador - é o que estamos essencialmente buscando", disse ele. Lino não comentou se a Saputo já está em negociações sérias com alguma companhia. Depois do Brasil, a Saputo também está interessada em acordos nos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia, disse ele.

As ações da companhia de Montreal aumentaram 18% em 2016. As ações estão sendo comercializadas acima de médias históricas, à medida que os investidores antecipam mais aquisições, disse a analista do Edward Jones, Brittany Weissman. Mesmo assim, a forte competição está impulsionando os preços de aquisição para cima e os acordos podem ser difíceis de serem alcançados, disse ela.

A Saputo, cujos produtos incluem Dairyland Milk e Armstrong Cheese, reportou menores lucros trimestrais recentemente, citando menores preços mundiais para os ingredientes lácteos. No quarto trimestre, que terminou em 31 de março, a receita líquida caiu para C$ 141,2 milhões (US$ 111 milhões), ou 36 centavos de dólar canadense (28,3 centavos de dólar) por ação. No anterior, esse valor era de C$ 157,4 milhões (US$ 123,74 milhões) ou 39 centavos de dólar canadense (30,66 centavos de dólar) por ação. 

Excluindo itens de natureza não recorrente, os lucros foram de 41 centavos de dólar canadense (32,23 centavos de dólar) por ação, um pouco acima da média estimada pelos analistas, de 40 centavos de dólar canadense (31,44 centavos de dólar). 

Em 09/06/16 - 1 Dólar Canadense = US$ 0,78619
1,27196 Dólar Canadense = US$ 1 (Fonte: Oanda.com). (As informações são da Reuters, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 

Diretor da IFCN cita 5 razões para a crise no mercado global de lácteos
O diretor da International Farm Comparison Network (IFCN), Torsten Hemme, citou cinco razões para a crise do preço enfrentada pelo mercado global de lácteos, durante a 17ª Conferência de Lácteos da IFCN, realizada em Ghent, Bélgica, de 6 a 8 de junho de 2016. Segundo ele, a indústria começou a entrar em crise gradualmente desde 2012. 5 razões: 
1. Altos preços globais dos alimentos animais e condições climáticas extremamente ruins contribuíram para a queda na produção de leite, que se tornou a razão para o crescimento no preço; 2. O crescimento no preço levou ao aumento da produção em 2013-14; 3. Em 2014-15, uma combinação de causas impactou a demanda no mercado global:
- Altos preços levaram à redução no consumo e substituição da gordura do leite;
- Desempenho econômico de quase todos os países mostraram decréscimo;
- A Rússia impôs um embargo a alimentos devido a motivos políticos;
- Consumo na China caiu;
- A Venezuela deixou o mercado global de lácteos. 4. Em 2015, a União Europeia (UE) aboliu as cotas de produção de leite, o que inspirou os produtores europeus a aumentar sua produção de leite; 5. A queda nos preços dos alimentos animais permitiu que os produtores fossem mais estáveis quando o preço do leite estava baixo. (As informações são do DairyNews.ru, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

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