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03/05/2016

         

Porto Alegre, 03 de maio de 2016                                                Ano 10- N° 2.258

 

   Setor produtivo comemora prorrogação da IN 62

Depois de negociação entre autoridades sanitárias e lideranças do setor produtivo, foi anunciada, hoje (3/5), em reunião convocada pelo Ministério da Agricultura, em Brasília, a prorrogação por dois anos dos novos limites para o leite previstos na Instrução Normativa 62, que entrariam em vigor em 1º de julho de 2016. O texto regula os níveis de contagem de bactérias (Contagem Padrão em Placas - CPP) e Contagem de Células Somáticas (CCS), critérios importantes para definir a qualidade do leite produzido no campo. Com a decisão, os tambos brasileiros seguem operando  com parâmetros de contagem máximo de 500 mil CS por ml ao invés de ver o controle acirrado para 400 mil CS/ml. Quanto à contagem de bactérias, o parâmetro continua em 300 mil UFC/ml ao invés de diminuir para 100 mil UFC/ml, como estava inicialmente previsto.

Datada de 29 de dezembro de 2011, a IN 62 traz os parâmetros a serem seguidos no campo em uma escalada que aumenta o rigor quanto a questões sanitárias e de higiene. O texto - que deu seguimento à antiga IN 51/2002 - ainda narra processos a serem seguidos, como a limpeza dos tetos das vacas e a uniformização dos profissionais envolvidos com a ordenha. 

Veja abaixo a tabela de escalado do controle:
 

Altamente rigorosa, a tabela inicialmente definida pela IN 62  (acima) impõe redução drástica nos parâmetros principalmente para os estados da região Sul. "Como o leite é um organismo vivo, essa redução é considerada muito brusca para um setor que lida com diversas variáveis. Não são critérios que se pode mudar em quatro ou cinco anos. Nosso pleito sempre foi por mais prazo", pontuou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que acompanhou a reunião em Brasília.

Segundo ele, o setor ficou satisfeito com a prorrogação uma vez que dá aos produtores e, consequentemente, aos latícinios um pouco mais de tempo para adaptação. "É preciso entender que os padrões atualmente previstos pela legislação brasileira são muito mais rígidos do que os de muitos outros países. A IN 62 hoje já é mais exigente do que a lei norte-americana", esclareceu Palharini. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Crédito: Carlos Silva
 
 
gDT 

O Índice gDT de hoje continua mostrando a volatilidade do mercado mundial de lácteos, voltando a cair 1,4%, fechando o evento em US$ 2.203/tonelada. Cheddar e Caseína mostraram alguma recuperação, e o leite em pó integral ficou praticamente estável. Todos os outros produtos negociados tiveram queda em suas cotações. Nos contratos fechados até novembro de 2016 as cotações também caem, com algumas poucas exceções. A variação dos quatro produtos que tiveram contratos futuros para novembro, não chegou a US$ 100/toneladas, indicando que a retomada dos preços dos produtos lácteos não deverá ocorrer antes do final do ano. Embora ligeiramente acima dos valores de julho a agosto de 2015, o Índice gDT se mantém nos menores patamares dos últimos quatro anos, sem perspectivas de reação no curto prazo. (Terraviva e GDT)

 
 
 

Fepale: estabilidade no consumo de leite da América do Sul preocupa

O presidente da Federação Panamericana de Leite (Fepale), Bernardo Macaya, disse durante o 14º Congresso realizado no Chile que continua sendo uma preocupação a estabilidade no consumo de leite em alguns países da América do Sul. Macaya disse que o consumo não tem tido aumentos com o vigor que esperavam e declarou que, no setor leiteiro, "deveria haver um impulso total na inovação de produtos lácteos para chegar a nichos de mercados que precisam de inovação e certamente serão mais competitivos".

Como exemplo, o presidente da Fepale explicou que, em exposições de todo o mundo, é muito comum encontrar campanhas relacionadas às bebidas lácteas destacando que elas fornecem proteínas extras aos atletas. "Na América do Sul ainda não fazemos esse tipo de campanha e precisamos testá-la". Para isso, Macaya disse que "as indústrias têm que buscar mecanismos para melhor adicionar o leite em todas as oportunidades que existem".

Outro ponto importante que a Fepale deve contemplar está relacionado com a boa promoção do leite no mundo. "A Fepale busca combater tudo o que fala mal do produto. Temos que falar mais bem do leite e ressaltar os seus benefícios". 

"Fica confirmado que a melhor atitude que se pode tomar sempre nos períodos ruins e de crise é obter o melhor da situação para revertê-la e enfrentá-la para se sair bem em uma atividade que é totalmente animadora em médio e longo prazo". (As informações são do El País, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Preços/UE 

Na União Europeia (UE), a captação de leite aumentou 7,4% no bimestre janeiro/fevereiro de 2016 (+1,7 milhões de toneladas), conforme dados apresentados na última reunião do Observatório Lácteo da UE, realizada no dia 26 de abril. Parte do aumento pode ser atribuído ao fato de fevereiro de 2016 ter um dia a mais.

Os aumentos foram particularmente fortes na Irlanda, Luxemburgo, Bélgica e Holanda, em percentuais, mas em termos de volume os maiores aumentos ocorreram na Alemanha, Holanda, Polônia e Irlanda. Estas cifras referem-se ao leite captado, ou seja, aquele que entra nas indústrias de laticínios e é comunicado às autoridades nacionais, independentemente de o leite vir de produtores do mesmo país, ou de outros países. Quanto ao preço do leite, este se aproxima de 29,3 c/kg, [R$ 1,14/litro], em fevereiro e espera-se que em março, caia para 28,6 c/kg, [R$ 1,11/litro]. Os bancos estão cada vez mais reticentes em relação a investimentos na indústria láctea, dada a atual falta de rentabilidade e das perspectivas de curto prazo. Ao nível mundial, a produção de leite também continua aumentando. Subiu 3,4% no bimestre janeiro/fevereiro de 2016, devido principalmente ao incremento da UE. 

O crescimento da produção nos Estados Unidos, em março, foi maior que a esperada (+1,8%). O USDA prevê que em 2016 o aumento será de 1,5%. A produção na Nova Zelândia também foi maior do que o esperado, em fevereiro (+2%), mas é provável que a campanha termine menor do que a do ano anterior. Na Argentina, a produção foi afetada, recentemente, por chuvas torrenciais. A demanda mundial mostra maior dinamismo com um particular impulso das importações chinesas em janeiro de 2016. As exportações da UE continuam muito bem, em termos de volume, mas com níveis de preço mais baixos. As cotações dos produtos lácteos na UE continuam sofrendo pressão para baixo diante do aumento da oferta. Os preços do leite em pó desnatado oscilam em torno do nível de intervenção. Os estoques de leite em pó desnatado atingem altos volumes. Os de manteiga são inferiores. Em relação aos queijos, não existe crescimento importante, já que as empresas em geral, aumentaram suas capacidades de secagem, mantendo os volumes extras de leite fora do mercado de queijo.

No mercado mundial, os preços em dólares mostram tendências mistas. A pressão de baixa na manteiga não foi tão forte como em outros produtos. Os preços da manteiga nos Estados Unidos inclusive aumentaram, recentemente. Em geral, o mercado permanece baixista. O Observatório estima que a evolução da demanda mundial é uma esperança, mas os preços do leite ao produtor e os preços dos produtos lácteos continuam sob pressão de baixa, devido à deterioração do equilíbrio do mercado na UE. A recuperação dos preços não chegará até que a oferta se equilibra com a demanda. (Agrodigital - Tradução livre: Terra Viva)

Atacarejo 
As lojas que misturam atacado e varejo, com apelo de ter preços melhores que o dos supermercados, ficaram conhecidas no Brasil por atrair consumidores mais pobres ou pequenos empreendedores, como dogueiros e donos de pizzarias. Mas a crise começa a mudar essa lógica. Em 2015, quase metade das famílias de alta renda fizeram compras, pelo menos uma vez, em um atacarejo, como são chamados esses estabelecimentos. Pesquisa da consultoria Kantar Worldpanel mostra que, no ano passado, 49% das famílias das classes A/B foram ao menos uma vez se abastecer nos atacarejos. A consultoria, que visita semanalmente 11,3 mil domicílios espalhados pelo país para saber onde e como os brasileiros consomem itens básicos, revela que esse resultado supera a média para todos os estratos sociais e da classe C, que foi de 39%. Também ficou muito acima do obtido para as camadas mais pobres. Em 2015, quase um terço dos lares das classes D/E compraram no atacarejo. "Diante da necessidade de racionalizar as compras por causa da crise, os mais ricos passaram a frequentar esse tipo de loja porque sabem que podem ter algum benefício de preço", explica a diretora da consultoria, Christine Pereira. (Época Negócios)

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