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02/05/2016

 

         

Porto Alegre, 02 de maio de 2016                                                Ano 10- N° 2.257

 

   Cotrilac é o primeiro laticínio com inspeção estadual indica SISBI-POA
Crédito: Gabriel Leão/ Secretaria da Agricultura 

A primeira empresa gaúcha de inspeção estadual do setor lácteo teve sua indicação ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA) confirmada nesta quinta (28/04). A medida autoriza a Cotrilac, de Anta Gorda, a comercializar seus produtos além das fronteiras do Rio Grande do Sul. A inclusão no Sistema equipara as exigências para inspeção estadual ao padrão nacional, liberando, desta forma, acesso a novos mercados. A certificação foi entregue pelo secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, durante a abertura da 6ª FestLeite, em Anta Gorda.

Responsável pela produção dos produtos Latsul e Bella Estância, a Cotrilac possui uma captação mensal de aproximadamente 1,5 milhão litros de leite. Segundo a proprietária da Cotrilac, Nádia Penso, obter a certificação é um reconhecimento ao trabalho desenvolvimento nos últimos anos pela empresa. "Com a venda para outros Estados, diminui a nossa dependência do comércio interno, possibilitando, inclusive, um equilíbrio nos preços pagos aos nossos produtores de leite", destaca a empresária. 

O início dos negócios ainda deverá demorar um pouco, em função da necessidade de adaptações e ajustes nas embalagens, como nomenclaturas. "Já estamos prospectando alguns negócios, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste", adianta ela, ressaltando o apoio dado pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat).

Além dos benefícios fiscais que advém da medida, ela também representa abertura de mercado e estimula a concorrência dos produtos lácteos gaúchos em outras praças. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, considerou a certificação como o coroamento de um longo trabalho realizado pela empresa. "Parabenizamos e reconhecemos essa conquista da Cotrilac, que com certeza é um marco para o setor no RS", disse.

A inclusão da empresa no sistema de inspeção levou meses de trabalho, ação essa que foi acompanhada de perto pelo Sindilat. Com apoio técnico, o sindicato auxiliou a associada Cotrilac por meio de visitas e orientação dos processos. "Além da importância nessa conquista, as ações promovidas pelo Sindilat reforçam o seu compromisso com o leite gaúcho", pontua Nádia.

O movimento da Cotrilac deve ser seguido por outras empresas, muitas delas já encaminharam solicitação à Secretaria da Agricultura. Atualmente, apenas frigoríficos com inspeção estadual estavam habilitados ao SISBI-POA. Segundo o chefe substituto da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), Vilar Ricardo Gewehr, para receber a indicação ao sistema, a empresa precisa atender uma série de exigências estruturais e processuais que garantam a inocuidade e a segurança dos alimentos comercializados.

Segundo Ernani Polo, a certificação da Cotrilac é uma conquista muito importante. "Após um período sem poder realizar indicações, agora temos este momento como uma retomada das ações da Seapi para indicações ao Sisbi, fruto de um trabalho dedicado de nossa equipe, especialmente do Dipoa", afirmou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Primeira etapa da vacinação contra aftosa começou ontem (01) na maioria dos estados
Começou no último domingo (01/05) a primeira etapa da vacinação contra a febre aftosa na maioria dos estados brasileiros e no Distrito Federal. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), cerca de 170 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos devem ser imunizados contra a doença até o dia 31 de maio. 

A vacinação é obrigatória para todos os animais, independentemente da idade, no Distrito Federal e nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins. Nestes estados, a dose deve ser aplicada até o dia 31 de maio. Já em Mato Grosso do Sul, o trabalho deve ser concluído até 15 de junho. Nos estados do Acre, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraná, Rondônia e São Paulo os produtores aplicam a vacina apenas nos animais com idade até 24 meses. Em Roraima deverá ser realizada a vacinação de todo o rebanho bovino e bubalino.

Segundo o Departamento de Saúde Animal (DSA) do Mapa, o produtor que não imunizar o rebanho sofre restrição quanto à movimentação do gado e pode ser multado. Depois de vacinar os animais, o criador deve ir até o local mais próximo do serviço veterinário oficial do estado ou do Distrito Federal para comprovar que aplicou a dose da vacina. A primeira etapa da vacinação já havia começado em março no Amazonas e Pará. Já em Rondônia e Roraima a campanha começou agora em abril. Em Rondônia a campanha vai até 15 de maio e Roraima a etapa de vacinação será prorrogada até o dia 30.

O Brasil tem um rebanho de 212 milhões de bovinos e bubalinos. Na segunda etapa da vacinação do ano passado, no segundo semestre, a vacinação contra a aftosa atingiu um índice de cobertura de 98,17%. (As informações são do Mapa)

LEITE/CEPEA: com queda na captação, preços de leite têm forte alta

Com o início do período de entressafra, o Índice de Captação de Leite do Cepea(ICAP-L/Cepea) se reduziu expressivos 7,35% de fevereiro para março. Esta foi a maior queda na captação dos últimos nove anos, segundo a série do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Além do período de entressafra, muitos produtores já estavam adiantando a secagem das vacas em meses anteriores, o que limitou ainda mais a oferta de leite em março. 

Entre os estados acompanhados nesta pesquisa, Minas Gerais registrou a maior queda na captação, de 8,8%, seguido por Goiás (8,36%), Paraná (7,66%), São Paulo (7,43%), Bahia (6,25%), Rio Grande do Sul (5,45%) e Santa Catarina (4,75%).


 

Nesse cenário, o valor bruto do leite recebido pelo produtor subiu expressivos 5,7% em abril, a maior alta mensal dos últimos seis anos, atingindo R$ 1,2106/litro na "média Brasil" - que é ponderada pelo volume captado nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA. Com relação ao mesmo período do ano passado, o aumento é de 12,3%, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de março/16). Vale lembrar, no entanto, que, além da menor oferta atual, o forte aumento em 12 meses também se deve a uma recuperação de preços, já que, em 2015, a média de preço do leite foi a menor desde 2010. O preço líquido do leite, já descontados frete e impostos, teve média de R$ 1,1068/litro em abril, 5,9% acima do de março e 12,5% superior ao de abril/15, em termos reais. 

Além da queda na produção em março, que elevou ainda mais a competição entre as indústrias quanto à matéria prima, os valores pagos ao produtor de leite também subiram em decorrência dos elevados custos, especialmente do concentrado. A opção dos produtores de leite em migrar para a pecuária de corte também tem influenciado a menor captação pelos laticínios.

Para o próximo mês, a expectativa é de que os preços do leite sigam em alta, ainda impulsionados pela oferta restrita neste período de entressafra. Cerca de 84% dos agentes entrevistados pelo Cepea (que representam 71,2% do volume amostrado) acreditam em nova alta nos preços do leite, enquanto o restante (16%, que representam 28,8% do volume) acredita em estabilidade nas cotações - frente ao mês passado, houve aumento no número de colaboradores que estima estabilidade nos valores. Nenhum dos colaboradores consultados estima queda de preços para o próximo mês.

O aumento no número de colaboradores que acredita em estabilidade dos preços nos curto e médio prazos está atrelado a dificuldades que indústrias têm tido nos repasses do aumento da matéria prima ao consumidor final. Agentes consultados pelo Cepea afirmam que o baixo poder de compra de consumidores neste período de crise econômica e os elevados valores dos derivados têm diminuído a liquidez desses produtos. 

As cotações dos derivados também mantiveram o movimento altista em abril. Na média mensal do atacado do estado de São Paulo, o leite UHT e o queijo muçarela se valorizaram 3,6% e 3,05% em relação a março, com as médias a R$ 2,7367/litro e a R$ 15,36/kg, respectivamente. No acumulado do ano, o preço do leite UHT já registra alta de 23,3% e o queijo muçarela, de 13%. Esta pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). (As informações são do CEPEA/USP)

Qualidade e organização norteiam cadeia leiteira

A primeira questão abordada foi o posicionamento do Rio Gran¬de do Sul na produção leiteira nacional. Presidente do Institu¬to Gaúcho do Leite (IGL) e da Cooperativa Cosuel, Gilberto Piccinini ressalta o potencial do Estado para assumir o prota¬gonismo da cadeia.

Conforme Piccinini, o RS é hoje o segundo maior produtor de leite do Brasil, perdendo em volume para Minas Gerais. "Estamos no caminho certo, mas é preciso organizar da mesma forma que ocor¬reu com a produção de frango e suínos."

De acordo com o presidente do IGL, os principais gargalos foram conhecidos no ano passado, quando o instituto rea¬lizou um levantamento da produção em parceria com Emater-RS, Fetag, Fetraf e Famurs. Conforme o estudo, 95% dos pro¬dutores são familiares, muitos tem problemas na estrutura fundiária.

Outra dificuldade verificada na pesquisa é a baixa escolaridade dos pequenos produtores, que resulta dificuldade na gestão do negócio e na operação de equipamentos tecnológicos. "Isso já começa a mudar com jovens que buscam o conhecimento técnico necessário para focar nos negócios dos pais."

Para Piccinini, a questão da rentabilidade dos produtores deve estar relacionada com a qualidade do leite. Segundo ele, é necessário desenvolver sistemas adequados de nutrição, ordenha e atendimento veterinário nas propriedades, mas também estabelecer mecanismos que assegurem o valor agregado no momento da venda.

"Um exemplo a ser seguido é o da região da Galícia, na Espanha, onde foram criados selos de qualidade e origem capazes de abrir portas para mercados exigentes como o do Japão, por exemplo", ressalta.

Outro ponto a ser superado é a logística. Diante da localização geográfica do Estado, o custo de venda para os principais mercados do centro do país fica maior em relação aos demais estados produtores.

Coordenador técnico da câmara setorial do leite, órgão ligado à secretaria estadual de Agricultura, Danilo Gomes afirma que o RS tem leite de mais qualidade na comparação com os demais estados. "Minas Gerais produz o dobro, mas estudos comprovam que o leite gaúcho é melhor."

Para Gomes, a profissionalização necessária para a atividade não pode significar a exclusão de produtores que não conseguirem se adaptar às novas realidades. "É a cadeia produtiva com maior importância social", justifica.

O representante do governo afirma que o Estado tem um papel fundamental no desenvolvimento da cadeia, no sentido de aglutinar as diferentes entidades envolvidas na produção. Citou como exemplo a criação da Lei do Leite, que tramita na Assembleia Legislativa. A legislação regra a produção e o transporte, visando evitar situações de fraudes, como as que deram origem a operação Leite Compen$ado.

Oscilações do mercado 
As dificuldades enfrentadas pelos pro¬dutores devido a volatilidade do mercado também preocupam. A indefinição nos preços e calotes sofridos por empresas oportunistas e descompromissadas motiva insegurança em novos investimentos ou até a permanência na atividade. 

Secretário do Sindilat, Renato Kreinmeier considera insuficiente a intervenção do governo contra a oscilação dos valores pagos no litro do produto. Ele defende a adoção de novas linhas de financiamento e crédito subsidiados para diminuir os riscos da atividade. 

"Países desenvolvidos tem subsídios e compram a produção para evitar a variação dos preços, mas para isso a cadeia precisa estar organizada", aponta. Para ele, as empresas tem um papel decisivo nesta organização, desde que passem a remunerar pela qualidade em detrimento do volume. 

Representante da Fetag, Márcio Roberto Langer realça os impactos da operação Leite Compen$ado no preço de venda do leite. Segundo ele, as fraudes resultaram menor remuneração para a cadeia desde o fim de 2014, situação que só melhorou a partir de janeiro deste ano. 

Apesar da retomada do valor de venda, os custos da produção aumentaram sig-nificativamente com a alta do dólar e da energia elétrica. Além das dificuldades da economia, o aumento das chuvas também reduziu a qualidade do pasto. "O produtor diminui investimento e, em 2015, 15% deles abandonaram a atividade."

Pesquisador da Embrapa especializado em cadeia leiteira, Darcy Bittencourt percebe que o produtor sobrevive da equalização entre o valor pago pelo insumo e o recebido da indústria. Ele ressalta a importância do IGL como organizador da atividade e afirma que a entidade tem capacidade técnica para fortalecer o setor. 

Superávit e sucessão 
De acordo com o representante da Embrapa, o Rio Grande do Sul produz mais leite do que o total consumido no mercado interno. Diante desse superávit, destaca a necessidade de exportar a parte excedente da produção sob pena de sobrar leite e tumultuar o mercado. 

"O produtor foi treinado para produzir, mas não para trabalhar com o mercado. Como vou ter preço bom se as indústrias tem mais leite para receber do que para vender?" 

Para Bittencourt, esse fator é fundamental para assegurar a sucessão dos negócios familiares. Diante de uma juventude acostumada a ter acesso à computador e as tecnologias da informação, é preciso dar condições para o jovem do campo ter os mesmos acessos que os jovens da cidade. Presidente da Amvat e prefeito de Westfália, Sérgio Marasca afirma que o poder público deve facilitar esses aspectos da produção. Segundo ele, em cidades cujo o acesso à energia e internet chega ao produtor rural, e os jovens recebem incentivo para adquirir conhecimento, a sucessão é facilitada. "Em Westfália investimos nessas questões e hoje 65% da sucessão já está garantida."

Para o representante da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios (Apil), Claudiomiro Cenci, o Governo do Estado tem avançado na redução das burocracias que travavam o desenvolvimento das indústrias do setor. "Antes tínhamos um sistema demorado e para indústria crescer é preciso uma política celere e adequada", ressalta. Conforme Cenci, somente com a união de todos os elos da cadeia, produtores, industrias e poder público, será possível assegurar o desenvolvimento do setor.

Com o slogan de "Festejar a vida é estar aqui", a feira divulga as potencialidades locais, com destaque para as produções de leite e noz pecan. O governador José Ivo Sartori visitou o evento na quinta-feira. "Essa feira tem na força da comunidade o impulso para fazê-la avançar. Preserva valores, mas agrega algo novo, sempre apostando em uma cultura de inovação e empreendedorismo, sem deixar de lado a cooperação", ressaltou. 

Segundo o prefeito de Anta Gorda, Neuri Dalla Vecchia, cerca de 600 famílias tem a produção de leite como fonte de renda, cujo rendimento anual alcança 22 milhões de litros. Outro setor em desenvolvimento é o turismo. Vecchia enumerou pontos como o Memorial da Noz Pecan, a Parada Toigo e a gruta, no Distrito de Itapuca, que recebem centenas de visitantes. 

O Parque Municipal de Eventos Aldi João Bisleri foi transformado, recebeu lonas e outras estruturas móveis para sediar este que é o maior evento do município. "Toda nossa comunidade está engajada", afirma o presidente do evento, Leandro Pitol. Mais de 200 voluntários trabalham na organização. 

Para acompanhar os shows ou provar as comidas típicas do Salão da Gastronomia o visitante deve comprar ingressos na portaria. Acesso ao parque é gratuito. A tabela completa com os valores pode ser conferida no www.festleite.com.br/ingres¬sos. Até domingo, a expectativa é superar o número de 35 mil visitantes da última edição. (Jornal A Hora)

 
 
 
Exportações/NZ
Quedas significativas nas exportações de laticínios e carne bovina pressionaram o resultado da balança comercial da Nova Zelândia no mês de março. O superávit comercial de US$ 81 milhões no mês ficou abaixo do esperado. No período de 12 meses encerrados em março, a balança comercial neozelandesa registrou déficit de US$ 2,629 bilhões (3,838 bilhões de dólares neozelandeses). O economista Nathan Penny, do banco ASB, apontou que as exportações de laticínios recuaram 17% na comparação mensal, enquanto as exportações de carne bovina caíram 12%. "Esperamos uma queda na produção ao longo do próximo ano, o que deve pesar sobre as exportações", afirmou Penny. Apesar disso, o analista observa que a produção menor pode favorecer os preços e, no caso dos laticínios, compensar a queda no volume. (Estadão)

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