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30/11/2015

         

Porto Alegre, 30 de novembro de 2015                                                 Ano 9 - N° 2.157

 CEPEA: problemas climáticos evitam maiores quedas nos preços ao produtor

O movimento sazonal de enfraquecimento dos preços do leite ao produtor se manteve em novembro, mas algumas atenuantes limitaram as quedas. Uma delas são as chuvas, excessivas no Sul e escassas no Nordeste. Outra foi um forte reajuste em Minas Gerais.

No balanço, o preço recebido pelo produtor (sem frete e impostos) recuou 0,57% de outubro para novembro, com a média a R$ 0,9675/litro, conforme levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Na comparação com novembro/14, o preço está 5,9% menor em termos reais (deflacionados pelo IPCA de outubro/15). O valor bruto (inclui frete e impostos) pago pelos laticínios/cooperativas foi de R$ 1,0541/litro, redução de 0,46% em relação ao mês anterior.

Nos estados do Sul, as chuvas se intensificaram a ponto de reduzir a produção de leite em muitas regiões, além de dificultarem a captação do produto. Já na Bahia, é a falta de precipitações que tem diminuído a produção, informa o Cepea.

Representando a média ponderada de sete estados, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) de outubro apontou queda de 0,86% frente a setembro. Na Bahia, no entanto, a redução mensal chegou a 13,99%. O Rio Grande do Sul também teve queda importante, de 5,78%, seguido por Santa Catarina (-4,55%) e Paraná (-1,47%). Diferentemente, São Paulo (2,74%), Minas Gerais (1,72%) e Goiás (1,62%) mantêm o ritmo de crescimento na produção, conforme avançam as chuvas.

Outro fator que impactou diretamente nos preços pagos ao produtor foi o reajuste feito por um laticínio de grande porte na mesorregião sul/sudoeste de Minas, diante do aumento da concorrência por produtores nessas praças. Com isso, a média do estado, que vinha em tendência de queda, reagiu e amenizou a baixa nacional.

Segundo alguns colaboradores do Cepea, o excesso de chuvas na região Sul, além de prejudicar a produção, também tem impedido o pecuarista de fazer a reforma das pastagens, comum nesta época do ano. Com isso, o mercado de insumos para essas atividades nessas regiões está desaquecido, podendo haver consequências negativas futuras quanto ao fornecimento de pastagens de qualidade para alimentação dos animais.

O aumento da precipitação no Sul também divide a expectativa dos agentes consultados pelo Cepea quanto aos preços no próximo mês. Uma parte dos entrevistados (45,7%), que representa 51,6% do leite amostrado, acredita que o recuo deve se manter em dezembro. Por outro lado, 42,9% dos entrevistados, que representam 47,7% do volume amostrado, indicam estabilidade. E apenas 11,4% acreditam em alta.

No mercado de derivados, após quatro meses de quedas para o leite UHT e de três meses para o queijo muçarela, ambos se valorizaram no fechamento parcial de novembro. Alguns colaboradores apontam leve melhora na demanda por esses derivados, o que ajudou na recuperação dos preços. O leite UHT e o queijo muçarela negociados no atacado do estado de São Paulo tiveram médias de R$ 2,2628/litro e de R$ 13,54/kg, respectivamente, em novembro, 3,39% e 1,17% superiores aos valores de outubro. A pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas do estado de SP e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). (CEPEA)
 
Produtores de leite da União Europeia querem que comissário da Agricultura deixe o cargo por crise no setor leiteiro

O chefe do European Milk Board (EMB) pediu a remoção do comissário da Agricultura da União Europeia (UE), Phil Hogan, pela maneira como ele lidou com acrise no setor leiteiro. Em uma carta enviada a Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, Romuald Schauber pediu a remoção de Hogan de seu cargo. Hogan manteve por vários meses desse ano a posição de que a indústria de lácteos não está em crise, antes de finalmente admitir em julho que a indústria estava enfrentando "sérias dificuldades".

Em sua carta, o presidente do EMB, Schauber, disse que a situação nas fazendas europeias de lácteos "piora a cada dia". Por meses, os preços do leite ao produtor tem sido de apenas 25-30 centavos de euro (26,5-31,84 centavos de dólar) por litro, enquanto os custos de produção estão em mais de 40 centavos de euro (42,45 centavos de dólar) por litro. Enquanto algumas fazendas já faliram, outras ainda continuam somente produzindo leite escoradas pelos empréstimos do governo, disse Schauber. Ele disse que a crise é pelo desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado de lácteos. Porém, Schauber disse que Hogan falhou em fornecer soluções para a crise, dizendo que suas ações tinham mostrado um desrespeito em ajudar os produtores de leite.

"Na última reunião do Conselho de Agricultura, Hogan falou novamente sobre a estabilização do mercado de lácteos. Essa foi outra afirmação em uma série de comentários que nos deixou em dúvida se Phil Hogan realmente quer encontrar uma solução ou se ele é capaz de fazer isso". Em janeiro, o Comissário negou completamente a existência de crise no setor leiteiro. No final de setembro, em uma entrevista na televisão com a ViEUws, ele declarou que não era verdade que os preços não cobrem os custos de produção: "eu não acho que muitos produtores estão produzindo abaixo dos custos de produção. Eles disseram que estão, mas no final do dia, continuam produzindo".

Apesar dessas afirmações, Hogan teve acesso a vários estudos científicos que provam que os produtores não recebem um preço pelo leite que cubra seus custos de produção, disse Schauber. A EMB pediu que a Comissão Europeia responda à carta até 4 de dezembro.

Em setembro, Hogan anunciou um pacote de 500 milhões de euros (US$ 530,74 milhões) de pacote de ajuda aos produtores após milhares de produtores europeus terem ido às ruas de Bruxelas para protestar. Apesar de os líderes do setor rural terem elogiado o pacote, alguns produtores descreveram isso como "uma gota no oceano" e muitos estão usando o dinheiro para pagar contas e empréstimos. 

Em 27/11/15 - 1 Euro = US$ 1,06
0,94208 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com) (As informações são do Farmers Weekly)

Nova IN deve sair em 2016

A nova Instrução Normativa que aprova o regulamento técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) deve ser publicada até o início de 2016. O Ministé- rio da Agricultura diz que assim que ela for divulgada, terão iní- cio os trabalhos de classificação dos estados e intensificação das ações de combate à brucelose e tuberculose animal. Uma consulta pública, encerrada em outubro, recebeu mais de 200 sugestões e questionamentos de 60 entidades ou indivíduos. (Correio do Povo)
 

Confirmada vacinação de 59% do rebanho
A coordenadora do Programa de Combate à Aftosa do RS, veterinária Lucila dos Santos, disse ontem que 59% dos 5 milhões de bovinos e bubalinos do Estado já tiveram a dose de reforço da vacina confirmada em sistema. A veterinária ponderou, contudo, que a maior parte das inspetorias deixa para incluir no sistema as comprovações de vacinas após o término da campanha, no dia 30. "Acreditamos que o índice vacinal se mantenha igual ao de anos anteriores, na casa dos 97%", afirmou. (Correio do Povo)

 

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