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Em dia de lançamento de Plano de Exportações, leite importado produz nova dor de cabeça para o governo

25/06/2015

Números considerados alarmantes de compra no exterior de produtos lácteos provoca atrito

Assim que lançou, nesta quarta-feira (24), o Plano Nacional de Exportações por meio do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), o governo federal vê na escalada das importações de leite pelo Brasil verificada nos primeiros cinco meses do ano o surgimento de mais um problema nas relações com o Congresso Nacional.

Deputados de vários partidos ameaçam convocar ministros e pedir explicações sobre o fenômeno, que acontece ao mesmo tempo em que as exportações dos produtos lácteos despencam.

Segundo dados do Sindicato dos Produtores de Leite do Rio Grande do Sul, em 2015 o Brasil já importou 52 milhões de quilos de produtos lácteos (leite in natura e em pó), 14 milhões a mais do que no mesmo período do ano passado.

Já as exportações caíram 41% no mesmo período, ou seja, 22 milhões de quilos. O saldo negativo, de 29 milhões, representa a produção de 33 dias de leite provenientes das vacas gaúchas. Para o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), há uma exagerada importação dos produtos. O parlamentar, oriundo do Estado que é o maior produtor de leite do País, articula a criação da Frente Parlamentar em Apoio aos Produtores de Leite e pediu, junto com colegas do PP e do DEM, a realização de uma reunião conjunta de produtores e deputados com os ministros da Agricultura, Kátia Abreu, das Relações Exteriores, Mauro Viera e do MDIC, Armando Monteiro. A primeira agenda da Frente é cobrar explicações do governo para o problema.

Já as exportações caíram 41% no mesmo período, ou seja, 22 milhões de quilos. O saldo negativo, de 29 milhões, representa a produção de 33 dias de leite provenientes das vacas gaúchas.

Para o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), há uma exagerada importação dos produtos. O parlamentar, oriundo do Estado que é o maior produtor de leite do País, articula a criação da Frente Parlamentar em Apoio aos Produtores de Leite e pediu, junto com colegas do PP e do DEM, a realização de uma reunião conjunta de produtores e deputados com os ministros da Agricultura, Kátia Abreu, das Relações Exteriores, Mauro Viera e do MDIC, Armando Monteiro. A primeira agenda da Frente é cobrar explicações do governo para o problema.

O Plano Nacional de Exportações, apresentado em cerimônia no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff, unifica as ações e estratégias do governo para ampliar as exportações, consideradas tímidas e desorganizadas. Enquanto o Plano era lançado, a Comissão de Agricultura da Câmara aprovava requerimento de autoria do deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) para o envio de documentação aos ministros da Agricultura e do MDIC com dados da importação e exportação de leite.

- Queremos que eles [os ministros] tomem ciência do que está ocorrendo e que ameaça a empregabilidade no campo. Vamos provocar providências para deter as importações, cujo volume está chegando ao limite estabelecido pela regulação do setor.

Para deputados da Comissão de Agricultura, há uma contradição entre o discurso da presidente Dilma no encerramento da cerimônia de lançamento do Plano Nacional de Exportações e a realidade. O deputado Onix Lorenzoni (DEM¬RS) pediu ao governo olhos mais atentos aos produtores de leite brasileiros.

A presidente afirmou que há o equivalente a 32 Brasis fora do nosso País que podem ser alcançados por meio de exportações. Seria bom, portanto, que ela olhasse para o problema de um produto que distribui renda e do qual dependem milhares de famílias no interior dos Estados produtores e que estão sofrendo não por não poder exportar, mas por sofrer o desajuste da importação.

A importação de leite sem a contrapartida na exportação de lácteos vai provocar uma oferta muito grande do produto no país e a queda no preço principalmente junto aos atacadistas. Essa é a avaliação de produtores de leite do Rio Grande do Sul, o segundo maior exportador do país. Para eles, a falta de ação do governo para equilibrar a balança dos lácteos prejudicará principalmente o produtor rural.

O assunto é o mais novo ponto de atrito do governo no Congresso Nacional onde deputados de vários partidos querem ouvir três ministros para que eles expliquem a política adotada para o setor, que segundo eles, está premiando produtores de países vizinhos e prejudicando os nacionais. Os números ruins do leite foram divulgados no dia em que a presidente Dilma Rousseff lançou o Plano Nacional de Exportação, a fim de incrementar a venda de produtos nacionais para o exterior.

O presidente do Sindilat (Sindicato dos Produtores do Rio Grande do Sul), Alexandre Guerra, explicou que o setor caminha "para um ano muito ruim para o setor industrial lácteo e consequentemente para os produtores de leite. Estamos falando em mais de 1 milhão de famílias"
Para os produtores, o resultado negativo na balança comercial de lácteos provavelmente não irá contribuir para a queda da inflação e sim para uma queda da renda no campo com menor movimento financeiro nos municípios, que, por sua vez, terão a arrecadação comprometida.
O Brasil é o quinto maior produtor de leite do mundo e em 2014 consumiu cerca de 13 milhões de quilos de queijo e outros 6,6 milhões de litros de leite do tipo longa vida. Cada brasileiro bebe em média 178 litros por ano, consumo abaixo dos uruguaios e argentinos. (Portal R7)

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