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Copom eleva Selic a 13,75% ao ano, patamar de dezembro de 2008

05/06/2015

financas empresariaisO Comitê de Política Monetária (Copom) elevou, nesta noite, a taxa básica de juros em meio ponto percentual para 13,75% ao ano. A decisão foi unânime, sem viés e veio alinhada com o esperado pelo mercado. Assim, a Selic volta ao patamar de dezembro de 2008. No comunicado apresentado após a decisão, o colegiado sugere que não encerrou o ciclo de aperto, pois mantém o texto adotado desde janeiro. “Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação”, o Copom decidiu elevar a Selic. As discussões no mercado e nos departamentos econômicos deve se centrar, agora, se tal manutenção de redação garante nova alta de meio ponto no encontro de julho, se haverá uma redução de ritmo, para 0,25 ponto, ou mesmo se o ciclo pode ser alongado até setembro. Um ajuste fino das expectativas poderá ser feito pela ata, que será apresentada na quinta-feira da próxima semana.

O BC começou a subir a Selic em abril de 2013, quando estava na mínima histórica de 7,25%. O Copom subiu o juro até 11% em abril de 2014, fez uma pausa até o fim de outubro e retomou o aperto. O juro real, medido com o swap 360 descontada a inflação esperada para 12 meses, está na casa de 7,3% contra cerca de 2,4% em abril de 2013.

Em apresentação feita na semana passada na Comissão Mista de Orçamento (CMO), do Congresso, o presidente Alexandre Tombini reforçou o recado de que o BC segue “vigilante” e que atua com “determinação e perseverança” para levar ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para a meta de 4,5% em dezembro 2016. Ele também repetiu que os avanços já verificados no combate à inflação ainda não se mostram suficientes.

O aceno dado pelo BC é de que a política monetária permanecerá restritiva até que as expectativas convirjam para meta de 4,5%. O Focus mostra IPCA em 5,5% no fim do ano que vem. No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), de março, considerando o cenário de referência do BC, o IPCA fecha 2016 em 4,9%, considerando Selic de 12,75% e dólar a R$ 3,15. No fim do mês o BC atualizará essas projeções.

Agora em 2015, Tombini deverá escrever uma carta ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, justificando o não cumprimento da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O Focus aponta IPCA de 8,39%, acima do teto de 6,5% permitido pelo regime de metas para a inflação. A última vez que o presidente do BC teve de apresentar justificativas à Fazenda foi em 2004, explicando a inflação de 9,3% vista em 2003. (Valor Econômico)

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