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20/05/2015

crianças e leiteO Mundo do Leite, espaço que será destinado ao público escolar urbano, espera receber mais de 400 crianças durante a Fenasul. “Queremos demonstrar a qualidade do produto processado”, explica o presidente do Conselho Técnico Operacional para Pecuária de Leite do Fundesa, Jorge Rodrigues. A intenção é apresentar, de forma didática, o processo de produção do leite, desde a propriedade, passando pela indústria, até chegar no consumidor. A iniciativa tem apoio da Farsul, Sebrae, Senar e Sindilat.

A Gadolando enviou convite às secretarias de Educação de Canoas, Nova Santa Rita, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo, Esteio, Viamão e Porto Alegre. Mas todos que forem até o espaço serão atendidos, inclusive adultos. Por meio da exibição de um vídeo explicativo de cinco minutos, as crianças vão conhecer todas as etapas pelas quais o produto passa: alimentação dos animais, manejo do rebanho, ordenha, higienização, testes de rotina, conforto e bem-estar animal, transporte da matéria-prima, análises e industrialização.

A projeção será acompanhada por técnicos que irão interagir com o público infantil, esclarecendo dúvidas. O material já foi apresentado em outros eventos, com o nome de Vitrine do Leite, mas para adultos. Segundo o secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, o espaço Mundo do Leite dará destaque aos processos de boas práticas e às novas tecnologias de coleta de leite. Ao final, as crianças serão convidadas a degustar produtos lácteos. (Correio do Povo)

 

25/05/2015

A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 15 de maio de 2015, atendendo os dispositivos do seu Estatuto, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de abril de 2015 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de maio de 2015. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor.

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(*) Os valores de referência da tabela são para a matéria-prima leite “posto propriedade”, o que significa que o frete não deve ser descontado do produtor rural. Nos valores de referência está incluso Funrural de 2,3% a ser descontado do produtor rural
(**) O valor de referência para o “Leite Padrão” corresponde ao valor da matéria-prima com 3,00 a 3,5% de gordura, 2,90% a 3,30% de proteína, 200 a 400 mil c/ml de células somáticas e 150.001 a 300 mil UFC/ml de contagem bacteriana.
As tabelas a seguir apresentam escalas de ágios e deságios, para a matéria-prima (leite) com qualidade aferida, considerando os seguintes parâmetros: teor de gordura (%), teor de proteína (%), contagem de célula somática – CCS (mil c/ml) e contagem bacteriana – CBT (mil ufc/ml).

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Obs: Outros parâmetros são considerados pelo mercado para estabelecer o valor final do leite a ser pago ao produtor, tais como: 1 – Fidelidade do produtor ao laticínio; 2 – Distância da propriedade até o laticínio; 3 – Qualidade da estrada de acesso à propriedade rural; 4 – Temperatura da entrega do leite; 5 – Capacidade dos tanques de resfriamento de leite da propriedade; 6 – Tipos de ordenha; 7 – Adicionais de mercado devido à oferta e procura pelo leite na região; 8 – Sazonalidade da produção; 9 – Condições sanitárias do rebanho; 10 – Outros benefícios concedidos pelas indústrias. Estes parâmetros não estão contemplados nestas tabelas.
Para considerarmos as tabelas acima, o leite deve seguir os seguintes aspectos:
1 – Leite com acidez até 16ºD (na propriedade);
2 – Estabilidade no Alizarol 80º G.L.
3 – EST (extrato seco total) mínimo de 12,5%.

22/05/2015

leiteeeNa primeira quarta-feira de maio, 06/05, foi lançado pelo governo o Plano Nacional de Defesa Agropecuária (PDA). Dentre as medidas, está a atualização do RIISPOA, pleito antigo do setor. Segundo Marcelo Martins, diretor executivo da Viva Lácteos, o processo de atualização do RIISPOA pelo governo é um avanço, destacando que a principal mudança foi “a alteração do sistema de inspeção nos estabelecimentos processadores de lácteos, ovos e mel, que deixa de ser permanente e passa a ser periódico”. Marcelo ainda comenta que, “para o setor, fica a expectativa de que o Regulamento avance ainda mais quando forem efetivadas as alterações nos artigos referentes a lácteos e ao registro de rótulos e produtos”.

Segundo o diretor-executivo, o RIISPOA será atualizado em capítulos. Entretanto, espera-se que a Instrução Normativa 62 passe a ser definitivamente efetiva. “As propostas referentes a lácteos foram consensuadas na Câmara Setorial e entregues ao Ministério da Agricultura, que tem dado abertura para que o setor contribua. Dentre as demandas, está a institucionalização do Plano Nacional de Qualidade do Leite (PNQL), que prevê a criação de uma coordenação interministerial e a participação do setor privado e da comunidade científica”, diz.

Marcelo explica que por meio do PNQL será possível atuar diretamente para atualização de normativas, como a IN 62. Também são incluídas nesse caso ações de educação sanitária, sanidade animal e infraestrutura de laboratórios.

Ele acredita que assim haverá aumento do consumo interno de leite e, consequentemente, o produto se torna mais competitivo para o mercado externo; “teremos mecanismos mais efetivos de garantia da qualidade, integridade e segurança do leite”, finaliza.

Plano de Melhoria da Competitividade

No mês de maio, além do PDA, o governo anunciou o Projeto de Melhoria de Competitividade do Setor Lácteo Brasileiro (confira abordagens do projeto aqui), cuja relevância também foi ressaltada pela Viva Lácteos, principalmente levando em consideração a necessidade de ampliação dos mercados interno e externos em função do potencial de crescimento da produção brasileira.

A entidade, que reúne empresas responsáveis por 70% do leite brasileiro, reiterou a importância de se trabalhar a competitividade do setor de lácteos do Brasil, que é atualmente o quarto maior produtor mundial de leite de vaca com mais de 35 bilhões de litros produzidos em 2014 e apresenta um dos crescimentos mais significativos na última década (média de 4% a.a.) entre os principais países produtores. (Milkpoint)

22/05/2015

O resultado do leilão gDT desta terça-feira (19/05) apresentou queda de -2,2% sobre o leilão anterior, com preços médios de lácteos em US$2.472/tonelada.

O leite em pó integral teve queda de 0,5%, sendo cotado a US$ 2.390/tonelada.

O leite em pó desnatado apresentou queda ainda mais expressiva em seus preços (-3,6%), sendo cotado a US$ 1.992/tonelada. É o menor valor de leite em pó desnatado desde que o produto passou a ser ofertado no Leilão GDT e, pela primeira vez, abaixo de 2 mil dólares por tonelada.

Com a redução da demanda chinesa e a persistência do embargo da Rússia aos alimentos de diversos países, os leites em pó continuam em patamares baixos.

O queijo Cheddar, que nos últimos leilões havia tido um comportamento diferente dos demais produtos, com altas expressivas, caiu 7,1% finalizando o leilão a um preço médio de US$ 2.745/tonelada.

Gráfico 1. Histórico de preços do gDT

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Fonte: gDT, elaborado pelo MilkPoint Inteligência.

O volume comercializado apresentou queda de 3% com relação ao último leilão, com 26.535 toneladas vendidas. Na comparação anual, o volume vendido no leilão foi 21% menor que em 2014.

Gráfico 2. Volumes comercializados vs. preços médios

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Fonte: gDT, elaborado pelo MilkPoint Inteligência.

Os contratos para entrega futura de leite em pó integral também apresentaram redução nos valores em relação ao último leilão para a maioria dos meses disponíveis, como pode ser visto na tabela abaixo. Os valores projetados ficaram em torno de US$2.400/ tonelada, indicando que os preços de lácteos devem permanecer baixos ao longo de 2015. (MilkPoint, com informações do Global Dairy Trade)

Tabela 1 – Preços de leite em pó integral para entregas futuras

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Fonte: gDT, elaborado pelo MilkPoint Inteligência.

20/05/2015

A Índia quer dobrar a produção doméstica de leite até 2027, mas a quantidade limitada de alimentos animais e a qualidade dos concentrados são alguns dos obstáculos a serem superados.

Isso foi o que explicou Adriaan Vernooij do Wageningen University & Research centre (WUR), na Holanda. A WUR está envolvida com vários projetos na Índia e pode falar com experiência.

O setor de lácteos da Índia fornece muitas oportunidades. Não somente é o maior produtor de leites diversos do mundo (140 milhões de toneladas, 17% da produção global de leite, principalmente vindo de muitos pequenos produtores) com um mercado consumidor aumentando rapidamente, o Plano Nacional de Lácteos da Índia pretende dobrar sua produção durante 2012-2027. “Isso cria excelentes oportunidades para companhias com experiência em lácteos, como a indústria de lácteos holandesa”. A produção de leite na Índia viu um crescimento estável nos últimos 10 anos.

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Apesar de a Índia ter a maior estação de sêmen bovino do mundo, a criação ainda não está totalmente desenvolvida e as conquistas dos serviços de inseminação artificial são pobres. Ao mesmo tempo, fatores religiosos evitam o uso eficiente de bovinos (vacas velhas ou não produtivas não são descartadas do rebanho). Especialmente as fazendas menores operam em um mercado ineficiente e informal. “Uma cadeia refrigerada e um setor de processamento inadequados causam perdas de produtos. Esses são problemas que devem ser levados em consideração quando se fizer negócios na Índia”.

Para aumentar a produção, mais alimentos animais frescos e concentrados de qualidade são necessários. O Plano Nacional de Lácteos na Índia formulou diferentes estratégias para conseguir dobrar a produção de leite nos próximos 12 anos. Um importante é o alimento animal. “A disponibilidade de alimentos verdes na Índia é limitada. Com terra limitada para o cultivo de alimentos animais, há necessidade de focar na melhora da produtividade de colheita e terras comuns de pastagens. Além disso, é importante ter um bom sistema para conservar o excedente de alimentos verdes para aumentar a disponibilidade durante o período de baixa”, de acordo com o Conselho de Desenvolvimento Nacional de Lácteos.

Uma importante abordagem é ter sementes de qualidade. O plano é ter sete novas unidades de processamento de sementes na Índia. Além disso, a produção de concentrados pode ser intensificada em termos de qualidade.

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Há também necessidade de melhor foco na cria e na nutrição. A Índia também quer melhorar a cadeia total de processamento de lácteos. Dessa forma, o uso de leite fresco pode ser melhorado.

Vernooij também disse que construir relações na Índia leva tempo. Quando se constrói relações com parceiros na Índia, as capacidades são testadas várias vezes, antes de um vínculo de confiança ser estabelecido e o investimento começar a compensar. Mas os fatos são claros: o crescimento no setor de lácteos da Índia é maior do que o crescimento médio mundial para lácteos (4,4% comparado com 2,2%). Alguns projetos grandes estão sendo estabelecidos na Índia, com capacidades entre 500 e 5.000 vacas leiteiras. Alguns são bem-sucedidos, alguns não são. Se o país será capaz de dobrar sua produção, veremos em um futuro próximo. (MilkPoint)

21/05/2015

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A produção de leite na Austrália aumentou ligeiramente nas últimas semanas, com a entrada em ordenha de vacas paridas no outono. A expectativa é de que a produção caia na próxima semana, depois que a primeira onda de frio significativa atingiu a maioria das bacias leiteiras do país. Muitas indústrias cumprem o cronograma de manutenção, e suspendem a fabricação de produtos, e o leite é transferido para a fábrica mais próxima que esteja em operação. A demanda é fraca e as compras das últimas semanas são para atender as necessidades de curto prazo. A comercialização de feno aumentou com a chegada do frio, e muitos vendedores já esgotaram seus estoques, embora a oferta esteja adequada. A Dairy Australia contabiliza exportações de 565,7 mil toneladas de produtos lácteos, 2,2% acima dos embarques realizados no mesmo período do ano passado. As variações percentuais das vendas de alguns produtos foram: manteiga (-23%); manteiga anidra (+0,1%); cheddar (-13,3%); leite em pó desnatado (+29,4%); leite em pó integral (-34.3%) e soro de leite (+4%).

A produção de leite na Nova Zelândia decresce à medida que chega o fim da estação. Algumas cooperativas reduziram mais uma vez os preços aos produtores, o que provavelmente irá acelerar a secagem de vacas, transferindo-as para pastagens de inverno. A melhoria nas condições do tempo no final da temporada fez com que houvesse novas projeções para a produção de leite. A previsão agora é de que a produção seja 1,5% maior em relação à temporada anterior. Segundo a DCANZ, a produção de leite de março foi de 1.749 milhões de toneladas, queda de 0,9% em relação a março de 2014, mas, 21% acima da produção de dois anos atrás. A produção de sólidos totais cresceu 1,1% em relação ao mesmo mês de 2014. (USDA)

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20/05/2015

financas empresariaisO Supremo Tribunal Federal (STF) deu ontem um desfecho inesperado para uma discussão tributária. Os ministros decidiram manter por seis meses a vigência de dois dispositivos de um convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) que foram considerados inconstitucionais. A norma exige o estorno de crédito de ICMS em operação interestadual com combustível.

A decisão sobre a inconstitucionalidade dos dispositivos do Convênio nº 110, de 2007, foi proferida em março. Naquele julgamento, por maioria de votos, os ministros entenderam que a determinação fere o princípio constitucional da legalidade e cria uma situação de bitributação. E, no mesmo dia, iniciaram a modulação dos efeitos da decisão, concluída ontem.

A maioria dos ministros acompanhou a proposta da relatora. Ficou vencido na modulação o ministro Marco Aurélio, que tem posição conhecida contra a prática. Com a decisão, além de manterem a validade da norma, os integrantes do Supremo impediram os contribuintes de recuperar prejuízos. O objetivo é minimizar o impacto da decisão na arrecadação dos Estados prejudicados.

"É inédita, em matéria tributária, uma modulação com prazo de seis meses", disse ontem a advogada Ariane Costa Guimarães, do Mattos Filho, acrescentando, porém, que as empresas que já têm ações na Justiça contra o convênio podem, independentemente da decisão de ontem, beneficiar-se da inconstitucionalidade. "A menos que o STF expresse na decisão que a modulação é válida para as ações já ajuizadas."
O julgamento sobre o convênio foi iniciado em 2011. Os ministros analisaram ação direta de inconstitucionalidade (Adin) apresentada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). A ação questionava especificamente os parágrafos 10 e 11 da cláusula 21 da norma do Confaz, que impõe o estorno (devolução), pelas distribuidoras de combustíveis, dos créditos de ICMS relativos à proporção de álcool misturada à gasolina.

A confederação alegou que as distribuidoras são prejudicadas pela norma porque o ICMS é recolhido, por substituição tributária, pelas refinarias, e a parte relativa ao álcool é devida ao Estado de origem. Portanto, ao determinar o estorno do crédito de operação em que não há creditamento, haveria situação de bitributação.

Os ministros seguiram o voto da relatora, a então ministra Ellen Gracie (hoje aposentada). Ela considerou que o Convênio nº 110 poderia levar à bitributação. Na ocasião, a magistrada também propôs que a declaração de inconstitucionalidade tivesse eficácia a partir de seis meses da data da publicação do acórdão, para não prejudicar os Estados.

O ministro Luiz Fux e a ministra Cármen Lúcia divergiram da relatora, na época. Para Fux, não haveria a bitributação, pois a lógica prevista no convênio não criaria um novo fato gerador de ICMS. Apenas impediria o uso de crédito anterior em operação seguinte.

O ministro Ricardo Lewandowski acompanhou o entendimento da relatora. "O estorno poderia se dar na forma de compensação contábil, não na forma de pagamento de imposto", afirmou. Os ministros Luís Roberto Barroso, Teori Zavaski, Gilmar Mendes e Marco Aurélio também seguiram o voto de Ellen Gracie.

A decisão dada na Adin, de acordo com a advogada Marina Lopes Araújo, associada do Siqueira Castro Advogados, escritório que representa a CNC no processo, é muito importante para as empresas, "apesar da modulação". A publicação do acórdão ainda deve demorar cerca de 15 dias, segundo a advogada. (Valor Econômico)

20/05/2015

financas empresariaisApós pressão de empresas e bancos, o governo cedeu e recuou da taxação do PIS/COFINS sobre as receitas obtidas pela variação cambial de exportações, empréstimos e obrigações no exterior, incluindo operações de proteção ("hedge"). Ao mesmo tempo, abriu a possibilidade de as companhias mudarem o regime de tributação ao longo do ano, caso a oscilação do câmbio seja superior a 10% em um determinado mês.

Os ajustes na medida que restituiu a cobrança do imposto sobre receitas financeiras das empresas saíram ontem no Diário Oficial. As alíquotas, que foram zeradas em 2004, passarão para 0,65%, no caso do PIS, e 4% na COFINS, a partir de 1º de julho deste ano. A elevação continua valendo, por exemplo, sobre o rendimento obtido por uma empresa na aplicação do caixa em um certificado de depósito bancário (CDB).

A principal preocupação das empresas, contudo, era a incidência dos tributos sobre a receita com variação cambial em empréstimos externos ou operações de hedge, sem a previsão de compensação em caso de perda. O problema era ainda mais grave para as companhias que apuram os tributos pelo regime de competência, no qual o cálculo do imposto é feito mensalmente.

O decreto mobilizou empresas e bancos, que recorreram ao governo em busca uma revisão das medidas. A principal alegação é que o imposto levaria a um aumento nos custos de captação, em um momento de alta nas taxas de juros e de estagnação da economia. Ao mesmo tempo, a medida não representaria um ganho fiscal relevante para o governo, já que as empresas se preparavam para liquidar as operações antecipadamente para escapar da cobrança.

Além dos empréstimos, o governo recuou do aumento da alíquota do PIS/COFINS sobre operações de hedge (proteção) contra a oscilação cambial. Segundo o coordenador de tributos sobre a produção e comércio exterior da Receita Federal, Roni Peterson Bernardino de Brito, todas as formas de hedge (proteção) estão contempladas, mas "as receitas financeiras de operações especulativas continuam tributadas"
Ainda de acordo com o coordenador, as mudanças não alteram a previsão de aumento de arrecadação de R$ 2,7 bilhões com a medida. Cerca de 80 mil empresas serão afetadas pelo decreto. "Foi verificada a necessidade de ajustes, a maioria levantada por empresas exportadoras", disse Brito. "A intenção foi blindar os exportadores."

A decisão do governo é "muito positiva" e deve melhorar a competitividade das companhias ao buscarem recursos no mercado internacional, segundo Fabio Zenaro, gerente executivo de desenvolvimento de produtos e negócios da Cetip, que concentra o registro de operações de hedge no mercado brasileiro. "O governo assim deixa de desincentivar o hedge, o que é um sinal muito importante do ponto de vista de gestão de risco", afirma.

Para Rafael Guedes, diretor executivo no Brasil da agência de classificação de risco Fitch, a decisão de cobrar "um pedágio tributário" nas operações de hedge deveu-se ao sentimento de um movimento mais forte de especulação, de investidores apostando contra o real. "No momento atual de correção no câmbio, as empresas precisam se proteger", diz.

Junto com o recuo na cobrança do PIS/COFINS sobre empréstimos externos, o governo permitirá que as empresas alterem a estratégia de reconhecimento de tributos entre os regimes de caixa e competência toda a vez que o dólar apresentar uma variação mensal superior a 10%. Anteriormente, as companhias só podiam optar uma vez no ano a forma de tributação.

O decreto prevê que as empresas façam a opção por troca de regime agora em 2015 em junho, considerando variações cambiais que ocorreram de janeiro a maio. No entanto, apenas em março, o dólar teve variação superior a 10%.

O recuo do governo na cobrança deve evitar eventuais contestações das empresas na Justiça, segundo Carlos Eduardo Orsolon, sócio da área tributária do Demarest Advogados. "Quando as empresas optaram pelo regime de caixa ou competência no início do ano, não tinham como saber da elevação do PIS/Cofins", afirma o advogado, que também vê como positiva a revisão do decreto antes da entrada em vigor das medidas. (Valor Econômico)

21/05/2015

leiteee2A Lactalis está há pouco tempo no Brasil, mas já enfrentou algumas vicissitudes em sua trajetória por aqui. Em março, os empregados da unidade da Lactalis em Barra Mansa (RJ), adquirida da LBRLácteos Brasil, fizeram greve. E neste mês a francesa viu seu nome citado como empresa que adquiriu leite supostamente adulterado em mais uma etapa da Operação Leite Compen$ado no Rio Grande do Sul.

Patrick Sauvageot, o CEO da companhia para a América Latina, diz que o sentimento em relação à paralisação dos funcionários da unidade fluminense foi de "frustração", já que, segundo ele, a "greve foi por algo equivocado".

Os funcionários da planta pararam por 18 dias em março, reivindicando o dissídio coletivo da categoria e o depósito de parcelas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em atraso. As obrigações tinham de ter sido pagas pela LBR. Mas, em recuperação judicial, a empresa deixou de fazê-lo. "

Quando chegamos, todas as pessoas que não foram pagas pela LBR caíram sobre nós dizendo: vocês têm que nos pagar. E a Lactalis foi bem clara: não vamos pagar o passivo [da LBR]", afirma o executivo. Na operação de venda de unidades da empresa de lácteos, dentro do processo de recuperação judicial, os compradores adquiriram unidades e marcas da LBR, sem os passivos da companhia, estimados em R$ 1 bilhão.

Depois da greve foi a vez da operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que investiga casos de adulteração de leite no Estado. Conforme a investigação, houve casos de adição de água e produtos como sal, açúcar e amido de milho no leite cru entregue pela Transportadora Odair à Coopasul, que fornecia, entre outros, para a unidade da Lactalis em Fazenda Vila Nova (RS).

Segundo Sauvageot, a cooperativa teve cargas de leite rechaçadas e não fornece mais para a Lactalis. "A obsessão da Lactalis é fazer tudo o que se pode fazer para lutar contra essas práticas".

A empresa está implantando no Brasil os mesmos protocolos de qualidade para recepção do leite que usa em outras regiões onde atua, conforme o executivo. Ele afirma, sem dar detalhes, que a companhia desenvolveu, junto com alguns fornecedores "equipamentos que nos dão algumas medidas que nos ajudam a reforçar o controle de qualidade, que não existiam no Brasil antes".

A política que a Lactalis adota em relação ao produtor pode evitar problemas como os registrados no Rio Grande do Sul. Nos países onde atua, a empresa prioriza as compras diretas do produtor. O volume atinge 80% do total comprado. "Há sempre interesse em desenvolver relação direta com o produtor porque é um compromisso", diz o executivo.

Trabalhando dessa forma, a empresa acompanha como o leite está sendo produzido e tem controle da qualidade do produto. As compras diretas não eram política da LBR, então será necessário tempo "para construir uma relação" com os produtores, diz. No caso da BRF, já existe política muito similar à da Lactalis.

A empresa está fazendo contratos com os produtores que formaliza as obrigações e o pagamento de bônus por qualidade do leite. No total, entre diretos e indiretos, a Lactalis deve ter 15 mil fornecedores, sendo 13 mil que entregam leite à BRF. (Valor Econômico)

20/05/2015

sebraeNa pecuária de leite, a implantação do sistema de produção ILPF (Integração lavoura-pecuária-floresta) tende a ampliar a competitividade e ainda contribuir com a preservação do planeta, recuperando áreas degradadas e aumentando a fertilidade do solo. Os sistemas ILPF integram o plantio de árvores, grãos e forragens, que resultam em aumento de produtividade do gado de leite, além da conservação de recursos naturais.

Seguindo esta perspectiva o Sistema de Inteligência Setorial do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e pequenas empresas) divulgou seu Boletim de Tendências Tecnologia Social - Integração lavoura-pecuária-floresta, que apresenta algumas estratégias de implementação do ILPF e as oportunidades de negócios nesse mercado.

Um dos pontos levantados no boletim é que o sistema de Integração lavoura-pecuária-floresta possibilita uma rentabilidade financeira maior e mais segura ao pecuarista, pois aumenta a diversificação das atividades econômicas na propriedade, minimizando assim os riscos de perda de lucro por conta do clima ou por condições de mercado. Utilizando os princípios da rotação de culturas e consórcio, o sistema permite que a mesma propriedade produza grãos, carne ou leite e produtos madeireiros ao longo do ano. Estima-se que o pecuarista consiga elevar sua produção em 500% ao recuperar áreas degradadas ou inférteis.

O engenheiro agrônomo Rodrigo Paniago, concedeu recentemente uma entrevista a equipe da AgriPoint ressaltando que "apesar da necessidade maior investimento, o aumento de produtividade com redução de custos de produção é a grande vantagem do ILP, aliado a isto temos a diversificação da atividade, melhor distribuição de receitas x pagamentos ao longo do ano, redução de riscos, evolução técnica e de gestão do produtor rural e, por fim, uma produção mais sustentável."

O sistema ILPF é considerado uma tecnologia social porque produz benefícios abrangentes à sociedade, não apenas ao produtor. Ao recuperar áreas agrícolas deterioradas, devolve a capacidade produtiva dos pastos e dos solos, agregando benfeitorias agronômicas e zootécnicas, como a diminuição da demanda por agroquímicos e a melhoria da eficiência dos fertilizantes, que têm impactos positivos no ecossistema. Quem implanta o sistema observa o aumento de renda e a qualidade de vida do pecuarista, além do aumento da oferta de alimentos para a sociedade.

Existem diferentes maneiras de aplicar a ILPF, cada uma com um objetivo. Por exemplo, a Lavoura-Pecuária, ou Agropastoril, recupera o solo degradado, a fim de melhorar a qualidade da área para o plantio. A Lavoura-Floresta, ou Silviagrícola, utiliza a rotação de culturas para produzir cobertura morta de boa qualidade, o que irá beneficiar a próxima safra. A modalidade Lavoura-Pecuária-Floresta, ou Agrossilvipastoril, integra os componentes agrícola, pecuário e florestal, e é considerada a mais completa. (Milkpoint)