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Índia: ambição da indústria de lácteos é alta, mas oferta de alimentos animais é um problema

20/05/2015

A Índia quer dobrar a produção doméstica de leite até 2027, mas a quantidade limitada de alimentos animais e a qualidade dos concentrados são alguns dos obstáculos a serem superados.

Isso foi o que explicou Adriaan Vernooij do Wageningen University & Research centre (WUR), na Holanda. A WUR está envolvida com vários projetos na Índia e pode falar com experiência.

O setor de lácteos da Índia fornece muitas oportunidades. Não somente é o maior produtor de leites diversos do mundo (140 milhões de toneladas, 17% da produção global de leite, principalmente vindo de muitos pequenos produtores) com um mercado consumidor aumentando rapidamente, o Plano Nacional de Lácteos da Índia pretende dobrar sua produção durante 2012-2027. “Isso cria excelentes oportunidades para companhias com experiência em lácteos, como a indústria de lácteos holandesa”. A produção de leite na Índia viu um crescimento estável nos últimos 10 anos.

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Apesar de a Índia ter a maior estação de sêmen bovino do mundo, a criação ainda não está totalmente desenvolvida e as conquistas dos serviços de inseminação artificial são pobres. Ao mesmo tempo, fatores religiosos evitam o uso eficiente de bovinos (vacas velhas ou não produtivas não são descartadas do rebanho). Especialmente as fazendas menores operam em um mercado ineficiente e informal. “Uma cadeia refrigerada e um setor de processamento inadequados causam perdas de produtos. Esses são problemas que devem ser levados em consideração quando se fizer negócios na Índia”.

Para aumentar a produção, mais alimentos animais frescos e concentrados de qualidade são necessários. O Plano Nacional de Lácteos na Índia formulou diferentes estratégias para conseguir dobrar a produção de leite nos próximos 12 anos. Um importante é o alimento animal. “A disponibilidade de alimentos verdes na Índia é limitada. Com terra limitada para o cultivo de alimentos animais, há necessidade de focar na melhora da produtividade de colheita e terras comuns de pastagens. Além disso, é importante ter um bom sistema para conservar o excedente de alimentos verdes para aumentar a disponibilidade durante o período de baixa”, de acordo com o Conselho de Desenvolvimento Nacional de Lácteos.

Uma importante abordagem é ter sementes de qualidade. O plano é ter sete novas unidades de processamento de sementes na Índia. Além disso, a produção de concentrados pode ser intensificada em termos de qualidade.

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Há também necessidade de melhor foco na cria e na nutrição. A Índia também quer melhorar a cadeia total de processamento de lácteos. Dessa forma, o uso de leite fresco pode ser melhorado.

Vernooij também disse que construir relações na Índia leva tempo. Quando se constrói relações com parceiros na Índia, as capacidades são testadas várias vezes, antes de um vínculo de confiança ser estabelecido e o investimento começar a compensar. Mas os fatos são claros: o crescimento no setor de lácteos da Índia é maior do que o crescimento médio mundial para lácteos (4,4% comparado com 2,2%). Alguns projetos grandes estão sendo estabelecidos na Índia, com capacidades entre 500 e 5.000 vacas leiteiras. Alguns são bem-sucedidos, alguns não são. Se o país será capaz de dobrar sua produção, veremos em um futuro próximo. (MilkPoint)

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