Porto Alegre, 11 de julho de 2025 Ano 19 - N° 4.434
Comissão Nacional de Pecuária de Leite debate avanços regulatórios e sanitários para a cadeia produtiva
Encontro pautou desafios estruturais com foco em eficiência
Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu, na segunda (7), para debater temas como a consulta pública sobre bem-estar animal no transporte com Guia de Trânsito Animal (GTA), a regulamentação do comércio de material genético bovino e estratégias para o controle da brucelose e da tuberculose.
O assessor técnico da CNA, Guilherme Souza Dias, conduziu a discussão sobre a consulta pública sobre boas práticas de bem-estar animal no transporte de bovinos, estabelecida pelas Portarias 1280 e 1295/2025, do Ministério da Agricultura.
As normativas estabelecem uma série de obrigações para os transportadores, como a presença de um agente de bem-estar animal durante o transporte e a periodicidade de avaliação do rebanho nas viagens, além da obrigatoriedade de programas de autocontrole.
Neste contexto, os integrantes levantaram oportunidades de melhorias nas portarias por avaliarem que as matérias, da forma como estão, geram insegurança jurídica para os profissionais envolvidos no transporte de animais. Os membros da comissão enviarão propostas de ajustes ao marco normativo para buscar uma norma viável para o setor.
A regulamentação das Leis nº 15.021/24 e 14.515/22, que tratam da comercialização de material genético bovino, foi também objeto de pauta da reunião. Dias explicou que a primeira etapa da regulamentação ocorre por meio da edição de um decreto com caráter “guarda-chuva”, em fase final de redação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, enquanto a regulamentação para cada cadeia produtiva será realizada por normas infralegais do Mapa.
A CNA tem contribuído com as discussões e apresentado sugestões para a elaboração de um conjunto de normas que respeitem as especificidades dos diferentes setores de proteínas animais. As demandas apresentadas pela entidade incluem a regulamentação de práticas já existentes, como a doação e a criopreservação de material genético nas propriedades, a comercialização entre produtores pessoa física e o registro desse material junto às associações de raças, entre outros.
A Comissão também debateu propostas para fortalecer o controle e a erradicação da brucelose e tuberculose no Brasil. Uma das iniciativas previstas é a realização de um workshop técnico para levantar entraves, propor soluções viáveis e alinhar ações com base em experiências internacionais bem-sucedidas.
Neste ponto, foram apresentadas sugestões para estruturar melhor o programa de erradicação das enfermidades, como diagnóstico preciso, estratégias de certificação, eficácia da vacinação e mecanismos de indenização para produtores. “Brucelose e tuberculose são dois grandes desafios, então assumimos o compromisso de avançar para melhorar o status sanitário do Brasil”, ressaltou o presidente da Comissão, Ronei Volpi.
Também foi destacada a necessidade de revisar os fundos sanitários estaduais, públicos e privados, para trazer segurança aos produtores em relação à necessidade de abate de animais positivos. A CNA promoverá uma ampla discussão sobre o tema, bem como o mapeamento das iniciativas existentes, contemplando recursos disponíveis, metodologia de arrecadação, valor indenizável, entre outros.
Ao final do encontro, a Comissão discutiu o andamento da investigação de dumping contra o leite em pó importado, contemplando a audiência pública realizada na última sexta (4).
A próxima etapa envolve a publicação do Parecer Preliminar da investigação pelo Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços, que deve ocorrer ainda no mês de julho.
O vice-presidente da Comissão, Jônadan Ma, pontuou que “a CNA está fazendo o seu dever de casa e o Decom tem conduzido muito bem a investigação”. “Precisamos que o governo priorize essa matéria e não mais permita que o setor conviva com práticas desleais de comércio”.
A Comissão abordou, ainda, a atuação da CNA na melhoria dos marcos regulatórios para as queijarias e pequenas agroindústrias, bem como o evento de premiação da segunda edição do Prêmio CNA Brasil Artesanal de queijos, que ocorre na sede da entidade no próximo dia 22. (CNA)
BOVINOCULTURA DE LEITEO clima mais seco favoreceu o conforto animal, o manejo nas áreas de alimentação e de ordenha e as condições de piso em diversas regiões. No entanto, a escassez de forragem ainda compromete o desempenho dos rebanhos em sistemas mais extensivos. Em relação ao manejo sanitário, os produtores seguiram com a realização de vacinações contra clostridioses e brucelose, mas foram registrados casos pontuais de mastite, favorecidos por umidade remanescente, barro e queda de imunidade.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o tempo seco no período beneficiou as condições de piso, principalmente nas propriedades que realizaram investimentos na colocação de pedras e de cascalho nos pontos mais críticos de formação de barro. Os parâmetros de qualidade do leite relativos à contagem bacteriana e à composição de sólidos estão muito satisfatórios, agregando bonificações aos produtores.
Na de Caxias do Sul, as condições climáticas favoreceram o conforto e o manejo a campo dos animais. O tempo estável proporcionou a diminuição dos problemas de casco e as sujidades nos úberes. Embora a taxa de crescimento das pastagens tenha sido limitada pelas baixas temperaturas, a condição corporal do rebanho se manteve adequada, pois houve fornecimento de silagem de milho e suplementação proteica. A sanidade dos animais, a contagem de células (CCS) e a contagem padrão em placas (CPP) seguiram dentro dos padrões esperados.
Na de Erechim, os rebanhos apresentam, de maneira geral, apropriado estado nutricional. Continua sendo fornecida alimentação suplementar com concentrados. As precipitações do período dificultaram o manejo dos animais e favoreceram a ocorrência de mastites, mas sem impactar severamente a condição sanitária. Foram realizadas vacinações para clostridioses nas vacas em pré-parto e para brucelose nas fêmeas de 3 a 8 meses.
Na de Frederico Westphalen, o pastejo foi afetado pelo solo úmido e pela pouca oferta de forragem.
Na de Ijuí, a redução da umidade do ar e do solo, aliada à maior incidência solar, favoreceu o manejo adequado dos animais nas pastagens e nos locais de alimentação, além de ter facilitado a limpeza das áreas de ordenha. Apesar da ocorrência pontual de casos de mastites nos animais que permaneceram em contato com o solo úmido, observou-se um leve aumento no volume de leite coletado na região.
Na de Passo Fundo, o clima mais seco favoreceu o conforto dos rebanhos, mas a escassez de forragem ainda compromete o desempenho dos animais em sistemas extensivos. Nos rebanhos que receberam suplementação alimentar, observou-se uma recuperação mais rápida do peso e do escore corporal. Já a umidade remanescente e o barro nas instalações preocupam os produtores, pois aumentam os riscos de mastites nos animais.
Na de Porto Alegre e na de Soledade, os produtores recorreram às reservas de volumoso e intensificaram a oferta de concentrados para manter a qualidade da dieta oferecida aos animais.
Na de Pelotas, as baixas temperaturas interferiram no bem-estar animal, além de exigirem um manejo nutricional mais intenso, como o uso de rações e silagem. No município de Pelotas, foram registrados casos pontuais de doenças parasitárias.
Na de Santa Maria, o frio rigoroso trouxe desafios para a manutenção do bem-estar dos animais. As temperaturas registradas ficaram abaixo da zona de conforto térmico dos bovinos taurinos (raças europeias), e o vento forte e gelado agravou, ainda mais, a situação. Os rebanhos zebuínos, embora pouco representativos nos rebanhos leiteiros da região, sofreram de forma mais intensa. A suplementação volumosa com silagem e feno tem sido essencial para manter a produção e a condição corporal das vacas. O solo permanece bastante encharcado em muitas propriedades, o que afeta o manejo e a manutenção da higiene das instalações, podendo comprometer a qualidade do leite.
Na de Santa Rosa, a disponibilidade de forragem de alta qualidade e o aumento do tempo de pastejo melhoraram as condições nutricionais das vacas e, consequentemente, o incremento do escore corporal dos animais e da produtividade. O uso mais efetivo do pasto auxiliou na redução de custos de produção. Os dias ensolarados permitiram o manejo adequado dos animais nas áreas de alimentação e ordenha, mas há dificuldades para manter os valores de CCS dentro dos parâmetros. (Emater/RS)
EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1875 de 10 de julho de 2025 |
Condições meterológicas - boletim semanal
Nos últimos sete dias, o frio seguiu predominando no RS. A presença de uma massa de
ar seco e frio garantiu o tempo firme, e a semana foi marcada por nevoeiros no amanhecer e predomínio de sol no decorrer do dia, na maioria das regiões do Estado.
A próxima semana terá o retorno da umidade e da chuva no RS. Entre a quinta-feira (10) e o sábado (12), a presença da massa de ar seco manterá o tempo firme com formação de nevoeiros ao amanhecer e temperaturas baixas no período noturno e mais elevadas no período da tarde. No domingo (13), o deslocamento de uma área de baixa pressão provocará o aumento da nebulosidade, e deverão ocorrer pancadas de chuva na maioria das regiões. Na segunda-feira (14), o tempo volta a ficar seco na maior parte do RS, e apenas nos setores Leste e Norte ainda deverão ocorrer chuvas fracas e isoladas. Na terça (15) e quarta-feira (16), o ingresso de ar quente e úmido favorecerá maior variação da nebulosidade e o aumento da temperatura, que deve ultrapassar 25 °C na maioria das regiões. Porém, a aproximação de uma área de baixa pressão deverá provocar pancadas de chuva na Fronteira Oeste, Campanha e Zona Sul .Os volumes previstos são baixos e deverão oscilar entre 5 e 10 mm na maioria das localidades. No Planalto e na Serra do Nordeste, os totais poderão alcançar 20 mm em alguns municípios.
Jogo Rápido
É amanhã! Último dia para se inscrever no evento que celebra o leite brasileiro
O grande encontro em comemoração ao Dia Nacional do Produtor de Leite acontece neste sábado, 12 de julho, em Ijuí (RS), com uma programação imperdível de palestras, debates e homenagens. Ainda dá tempo de garantir sua vaga presencial — mas é o último dia! Inscreva-se gratuitamente pelo Sympla ou pelo WhatsApp (55) 99696-1665. Não poderá participar presencialmente? Sem problemas! O evento será transmitido ao vivo no canal do Sicredi, clicando aqui. Participe e acompanhe as novidades que vão preparar o caminho para o Milk Summit Brazil 2025!