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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 11 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.434


Comissão Nacional de Pecuária de Leite debate avanços regulatórios e sanitários para a cadeia produtiva

Encontro pautou desafios estruturais com foco em eficiência

 Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu, na segunda (7), para debater temas como a consulta pública sobre bem-estar animal no transporte com Guia de Trânsito Animal (GTA), a regulamentação do comércio de material genético bovino e estratégias para o controle da brucelose e da tuberculose.

O assessor técnico da CNA, Guilherme Souza Dias, conduziu a discussão sobre a consulta pública sobre boas práticas de bem-estar animal no transporte de bovinos, estabelecida pelas Portarias 1280 e 1295/2025, do Ministério da Agricultura.

As normativas estabelecem uma série de obrigações para os transportadores, como a presença de um agente de bem-estar animal durante o transporte e a periodicidade de avaliação do rebanho nas viagens, além da obrigatoriedade de programas de autocontrole.

Neste contexto, os integrantes levantaram oportunidades de melhorias nas portarias por avaliarem que as matérias, da forma como estão, geram insegurança jurídica para os profissionais envolvidos no transporte de animais. Os membros da comissão enviarão propostas de ajustes ao marco normativo para buscar uma norma viável para o setor.

A regulamentação das Leis nº 15.021/24 e 14.515/22, que tratam da comercialização de material genético bovino, foi também objeto de pauta da reunião. Dias explicou que a primeira etapa da regulamentação ocorre por meio da edição de um decreto com caráter “guarda-chuva”, em fase final de redação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, enquanto a regulamentação para cada cadeia produtiva será realizada por normas infralegais do Mapa.

A CNA tem contribuído com as discussões e apresentado sugestões para a elaboração de um conjunto de normas que respeitem as especificidades dos diferentes setores de proteínas animais. As demandas apresentadas pela entidade incluem a regulamentação de práticas já existentes, como a doação e a criopreservação de material genético nas propriedades, a comercialização entre produtores pessoa física e o registro desse material junto às associações de raças, entre outros.

A Comissão também debateu propostas para fortalecer o controle e a erradicação da brucelose e tuberculose no Brasil. Uma das iniciativas previstas é a realização de um workshop técnico para levantar entraves, propor soluções viáveis e alinhar ações com base em experiências internacionais bem-sucedidas.

Neste ponto, foram apresentadas sugestões para estruturar melhor o programa de erradicação das enfermidades, como diagnóstico preciso, estratégias de certificação, eficácia da vacinação e mecanismos de indenização para produtores. “Brucelose e tuberculose são dois grandes desafios, então assumimos o compromisso de avançar para melhorar o status sanitário do Brasil”, ressaltou o presidente da Comissão, Ronei Volpi.

Também foi destacada a necessidade de revisar os fundos sanitários estaduais, públicos e privados, para trazer segurança aos produtores em relação à necessidade de abate de animais positivos. A CNA promoverá uma ampla discussão sobre o tema, bem como o mapeamento das iniciativas existentes, contemplando recursos disponíveis, metodologia de arrecadação, valor indenizável, entre outros.

Ao final do encontro, a Comissão discutiu o andamento da investigação de dumping contra o leite em pó importado, contemplando a audiência pública realizada na última sexta (4).

A próxima etapa envolve a publicação do Parecer Preliminar da investigação pelo Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços, que deve ocorrer ainda no mês de julho.

O vice-presidente da Comissão, Jônadan Ma, pontuou que “a CNA está fazendo o seu dever de casa e o Decom tem conduzido muito bem a investigação”. “Precisamos que o governo priorize essa matéria e não mais permita que o setor conviva com práticas desleais de comércio”.

A Comissão abordou, ainda, a atuação da CNA na melhoria dos marcos regulatórios para as queijarias e pequenas agroindústrias, bem como o evento de premiação da segunda edição do Prêmio CNA Brasil Artesanal de queijos, que ocorre na sede da entidade no próximo dia 22. (CNA)


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1875 de 10 de julho de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITEO clima mais seco favoreceu o conforto animal, o manejo nas áreas de alimentação e de ordenha e as condições de piso em diversas regiões. No entanto, a escassez de forragem ainda compromete o desempenho dos rebanhos em sistemas mais extensivos. Em relação ao manejo sanitário, os produtores seguiram com a realização de vacinações contra clostridioses e brucelose, mas foram registrados casos pontuais de mastite, favorecidos por umidade remanescente, barro e queda de imunidade.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o tempo seco no período beneficiou as condições de piso, principalmente nas propriedades que realizaram investimentos na colocação de pedras e de cascalho nos pontos mais críticos de formação de barro. Os parâmetros de qualidade do leite relativos à contagem bacteriana e à composição de sólidos estão muito satisfatórios, agregando bonificações aos produtores. 

Na de Caxias do Sul, as condições climáticas favoreceram o conforto e o manejo a campo dos animais. O tempo estável proporcionou a diminuição dos problemas de casco e as sujidades nos úberes. Embora a taxa de crescimento das pastagens tenha sido limitada pelas baixas temperaturas, a condição corporal do rebanho se manteve adequada, pois houve fornecimento de silagem de milho e suplementação proteica. A sanidade dos animais, a contagem de células (CCS) e a contagem padrão em placas (CPP) seguiram dentro dos padrões esperados.

Na de Erechim, os rebanhos apresentam, de maneira geral, apropriado estado nutricional. Continua sendo fornecida alimentação suplementar com concentrados. As precipitações do período dificultaram o manejo dos animais e favoreceram a ocorrência de mastites, mas sem impactar severamente a condição sanitária. Foram realizadas vacinações para clostridioses nas vacas em pré-parto e para brucelose nas fêmeas de 3 a 8 meses.

Na de Frederico Westphalen, o pastejo foi afetado pelo solo úmido e pela pouca oferta de forragem.

Na de Ijuí, a redução da umidade do ar e do solo, aliada à maior incidência solar, favoreceu o manejo adequado dos animais nas pastagens e nos locais de alimentação, além de ter facilitado a limpeza das áreas de ordenha. Apesar da ocorrência pontual de casos de mastites nos animais que permaneceram em contato com o solo úmido, observou-se um leve aumento no volume de leite coletado na região.

Na de Passo Fundo, o clima mais seco favoreceu o conforto dos rebanhos, mas a escassez de forragem ainda compromete o desempenho dos animais em sistemas extensivos. Nos rebanhos que receberam suplementação alimentar, observou-se uma recuperação mais rápida do peso e do escore corporal. Já a umidade remanescente e o barro nas instalações preocupam os produtores, pois aumentam os riscos de mastites nos animais.

Na de Porto Alegre e na de Soledade, os produtores recorreram às reservas de volumoso e intensificaram a oferta de concentrados para manter a qualidade da dieta oferecida aos animais.

Na de Pelotas, as baixas temperaturas interferiram no bem-estar animal, além de exigirem um manejo nutricional mais intenso, como o uso de rações e silagem. No município de Pelotas, foram registrados casos pontuais de doenças parasitárias. 

Na de Santa Maria, o frio rigoroso trouxe desafios para a manutenção do bem-estar dos animais. As temperaturas registradas ficaram abaixo da zona de conforto térmico dos bovinos taurinos (raças europeias), e o vento forte e gelado agravou, ainda mais, a situação. Os rebanhos zebuínos, embora pouco representativos nos rebanhos leiteiros da região, sofreram de forma mais intensa. A suplementação volumosa com silagem e feno tem sido essencial para manter a produção e a condição corporal das vacas. O solo permanece bastante encharcado em muitas propriedades, o que afeta o manejo e a manutenção da higiene das instalações, podendo comprometer a qualidade do leite. 

Na de Santa Rosa, a disponibilidade de forragem de alta qualidade e o aumento do tempo de pastejo melhoraram as condições nutricionais das vacas e, consequentemente, o incremento do escore corporal dos animais e da produtividade. O uso mais efetivo do pasto auxiliou na redução de custos de produção. Os dias ensolarados permitiram o manejo adequado dos animais nas áreas de alimentação e ordenha, mas há dificuldades para manter os valores de CCS dentro dos parâmetros. (Emater/RS)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1875 de 10 de julho de 2025 | 

Condições meterológicas - boletim semanal

Nos últimos sete dias, o frio seguiu predominando no RS. A presença de uma massa de 
ar seco e frio garantiu o tempo firme, e a semana foi marcada por nevoeiros no amanhecer e predomínio de sol no decorrer do dia, na maioria das regiões do Estado.

A próxima semana terá o retorno da umidade e da chuva no RS. Entre a quinta-feira (10) e o sábado (12), a presença da massa de ar seco manterá o tempo firme com formação de nevoeiros ao amanhecer e temperaturas baixas no período noturno e mais elevadas no período da tarde. No domingo (13), o deslocamento de uma área de baixa pressão provocará o aumento da nebulosidade, e deverão ocorrer pancadas de chuva na maioria das regiões. Na segunda-feira (14), o tempo volta a ficar seco na maior parte do RS, e apenas nos setores Leste e Norte ainda deverão ocorrer chuvas fracas e isoladas. Na terça (15) e quarta-feira (16), o ingresso de ar quente e úmido favorecerá maior variação da nebulosidade e o aumento da temperatura, que deve ultrapassar 25 °C na maioria das regiões. Porém, a aproximação de uma área de baixa pressão deverá provocar pancadas de chuva na Fronteira Oeste, Campanha e Zona Sul .Os volumes previstos são baixos e deverão oscilar entre 5 e 10 mm na maioria das localidades. No Planalto e na Serra do Nordeste, os totais poderão alcançar 20 mm em alguns  municípios.


Jogo Rápido
É amanhã! Último dia para se inscrever no evento que celebra o leite brasileiro
O grande encontro em comemoração ao Dia Nacional do Produtor de Leite acontece neste sábado, 12 de julho, em Ijuí (RS), com uma programação imperdível de palestras, debates e homenagens. Ainda dá tempo de garantir sua vaga presencial — mas é o último dia! Inscreva-se gratuitamente pelo Sympla ou pelo WhatsApp (55) 99696-1665. Não poderá participar presencialmente? Sem problemas! O evento será transmitido ao vivo no canal do Sicredi, clicando aqui.  Participe e acompanhe as novidades que vão preparar o caminho para o Milk Summit Brazil 2025!


 
 
 

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Porto Alegre, 10 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.433


Piracanjuba oferece antecipação de recebíveis via WhatsApp para produtores de leite

Em ação inovadora no setor, o Grupo Piracanjuba agora oferece ao produtor de leite a possibilidade de antecipação de recebíveis diretamente por aplicativo de conversa. Confira!

Produtores de leite parceiros do Piracanjuba ProCampo contam com uma modalidade de antecipação de recebíveis, disponibilizada por meio de assistente virtual no WhatsApp. O serviço, lançado em abril, é voltado a pessoas físicas e permite que a solicitação e confirmação do pagamento ocorram de forma digital, sem necessidade de aplicativos ou portais adicionais.

Com a nova funcionalidade, o fornecedor pode solicitar o serviço assim que a nota fiscal for emitida. É só iniciar uma conversa no WhatsApp e, em poucos cliques, o assistente virtual apresenta as opções de atendimento. Dentre elas, a antecipação de recebíveis. 

O produtor escolhe quanto deseja antecipar - parte ou o total do valor líquido - e ainda define a data em que quer receber. “Tudo isso sem burocracia, com condições atrativas e taxas competitivas”, destaca o diretor de Compra de Leite do Grupo Piracanjuba, Edney Murillo Secco. 

Além dessa modalidade, há mais de 15 anos são oferecidas outras opções de adiantamento e empréstimos aos produtores de leite.

Outro recurso, disponível pela companhia, é o aplicativo Piracanjuba ProCampo, que reúne notas fiscais, preços, demonstrativos mensais, dados de qualidade do leite, notícias do setor, Guia de Comercialização e cadastro de informações do rebanho e da equipe de colaboradores.

O canal faz parte do programa Piracanjuba ProCampo, que oferece capacitações, suporte técnico e ações voltadas ao desenvolvimento do setor leiteiro.

As informações são da assessoria de imprensa do Grupo Piracanjuba. 


Vendas anuais de iogurte nos EUA se aproximam de US$ 12 bilhões

Cresce o consumo de lácteos fermentados, impulsionado por saúde e bem-estar. Iogurte lidera a tendência, com alta de 11,6% nas vendas nos EUA. Confira!

Estes são anos dourados para os produtos lácteos fermentados, impulsionados por influenciadores digitais e pelas crescentes tendências ligadas à saúde e ao bem-estar.

Demanda por laticínios ricos em proteína impulsiona o setor

As vendas de queijo cottage, por exemplo, alcançaram US$ 1,75 bilhão nas 52 semanas encerradas em 23 de fevereiro, um crescimento de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo levantamento de uma empresa de pesquisa de mercado. Produtos como cream cheese e creme azedo também registraram desempenhos positivos, refletindo o fortalecimento da categoria como um todo.
Uma pesquisa recente sobre hábitos alimentares revelou que 32% dos consumidores norte-americanos que buscam fontes de proteína dão preferência à laticínios — com os produtos fermentados despontando como uma das escolhas mais frequentes dentro desse perfil. 

Entre eles, o iogurte se destaca como um dos itens mais valorizados. Nos Estados Unidos, o mercado de iogurtes movimentou US$ 11,8 bilhões nas 52 semanas encerradas em 20 de abril, registrando um crescimento de 11,6% em comparação ao ano anterior. No mesmo período, o volume de vendas aumentou 7%, alcançando 4,38 milhões de unidades comercializadas.

Em escala global, estima-se que o mercado de iogurte tenha atingido US$ 134,55 bilhões em 2024, com previsão de crescimento anual médio de 5,4% até 2033, podendo alcançar US$ 203,8 bilhões. Esse desempenho reflete o interesse dos consumidores por alimentos que combinem alto teor de proteína, baixo teor de açúcar e perfis nutricionais alinhados com estilos de vida mais saudáveis.

Observa-se também uma mudança na forma como os consumidores interagem com essa categoria. Produtos com posicionamento funcional e formulações mais simples ganham espaço. Além disso, formatos alternativos como iogurtes líquidos e opções com sabores tropicais têm atraído novos públicos, especialmente em comunidades multiculturais.

O interesse crescente pelo produto também se expressa em plataformas digitais: entre 1º de janeiro e 24 de fevereiro, a demanda por iogurte via aplicativos de entrega teve um salto de 110% em relação ao mesmo período do ano anterior.

As informações são do Dairy Foods, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint

Prazo para se inscrever no Programa Irriga+ termina dia 29 de julho

O produtor João Henrique Maldaner, do município de Lagoa dos Três Cantos, produz milho, soja, trigo, canola, aveia e diversas forrageiras em uma área de 250 hectares. Para ele, a irrigação é fundamental.

“Tendo a água, a gente garante produção, garante renda para a propriedade, tem uma estabilidade um pouco melhor na propriedade”, afirma Maldaner.

Ele é um dos produtores que participaram da segunda etapa do Programa Irriga+, executado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), recebendo uma subvenção de R$ 100 mil para irrigação por pivô. “A gente planta milho, soja, e já irrigamos estas lavouras e estamos avaliando se depois vamos entrar com feijão safrinha ou com soja safrinha, para fazer uma segunda safra, para conseguir trabalhar mais safras em cima da área irrigada”, conta o produtor. A proporção, neste momento, é de 15% da área total com irrigação.

“Um dos maiores problemas, um dos gargalos, é a questão ambiental, a questão da água, que nós não temos uma facilidade em armazenar água na propriedade. E com a irrigação a gente vê que vai produzir mais, esperamos ganhar no milho de 10 a 20% a mais na produção em anos normais, e quando houver estiagem, esperamos ter uma produção de até 50% mais em comparação com as áreas sem irrigação”, calcula Maldaner.O Programa Irriga+ destina recursos para projetos de irrigação e reservação de água, que podem ser financiados por bancos ou com recursos próprios, com 20% de subvenção no projeto e um teto máximo de R$ 100 mil por beneficiário. O edital segue aberto até o dia 29 de julho, com prazo de execução de 12 meses após aprovação da Seapi.

“O Irriga+ tem sido extremamente importante na ampliação da área irrigada, fomentando novos sistemas de irrigação nas mais diferentes culturas e em diferentes tamanhos de propriedade. Tem tido uma boa adesão de produtores, já são mais de mil projetos recebidos, e os que têm interesse em participar ainda podem enviar projetos até o dia 29 de julho que nossos técnicos farão as análises”, afirma o subsecretário de Irrigação da Seapi, Paulo Salerno. Segundo ele, já está sendo estudada uma terceira etapa a ser lançada, provavelmente, no mês de agosto.

Nas duas primeiras fases do programa já foram recebidos 1.121 projetos, com uma área total irrigada de mais de 17 mil hectares e 220 municípios envolvidos. (SEAPI)


Jogo Rápido
Não fique de fora: inscreva-se no evento que vai movimentar a cadeia do leite!
O Dia Nacional do Produtor de Leite será comemorado com um grande encontro neste sábado, 12 de julho, em Ijuí (RS). O evento, que também marcará o lançamento da programação do Milk Summit Brazil 2025, reunirá produtores, lideranças, técnicos e representantes do setor para uma manhã de debates, premiações e novidades. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo Sympla clicando aqui ou pelo telefone (55) 99696-1665. Garanta sua vaga e participe desse momento de valorização e construção do futuro do leite brasileiro! 


 
 
 

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Porto Alegre, 09 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.432


Produtores e Laticínios, em coalizão, repudiam ataque da NotCo e reforçam benefícios do leite à saúde humana

Reunidas em prol da saúde humana e da verdade e, em face de recente campanha publicitária difamatória veiculada nas mídias sociais pela empresa NotCo, as entidades representativas do setor lácteo brasileiro esclarecem:

- O leite é um alimento de origem animal rico em vitaminas, cálcio e de alto valor biológico. É uma fonte de proteína de custo acessível a milhares de famílias brasileiras, integrando a dieta de diferentes faixas etárias e classes sociais. Sua produção envolve mais de 1 milhão de produtores no país, responsáveis por um rebanho de 15,6 milhões de vacas que rendem 35 bilhões de litros ao ano, gerando renda em todas as regiões do Brasil. Alimento de alto valor nutricional, o leite é recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde como alternativa indispensável para uma dieta saudável e devido desenvolvimento humano.

- A campanha veiculada pela empresa NotCo e assinada pela agência David representa um desserviço ao associar o leite a doenças gastrointestinais de forma generalista, sem embasamento científico e compromisso com a verdade. As peças se apropriam de símbolos da memória afetiva do povo brasileiro na tentativa de desacreditar o produto leite sem compromisso com a sociedade, tampouco com a saúde pública. Valendo-se de uma linguagem totalmente inapropriada e jocosa, a NotCO incita medo e desinformação.

- A posição do setor lácteo contrária à campanha foi referendada na sexta-feira (4/7) pelo Conselho Nacional Autorregulamentação Publicitária (Conar), que recomendou a retirada das peças de circulação.

- Em face do aqui exposto, as entidades abaixo assinadas exigem a imediata interrupção da distribuição desse conteúdo por parte das plataformas de serviços digitais obedecendo a orientação de coibição de Fake News. Também se demanda providências frente aos danos sofridos pelo setor produtivo. Entende-se que o ataque atinge não apenas à empresa diretamente associada à campanha Mamíferos, mas a todos os consumidores, produtores e empresas que trabalham com leite no país.

Brasília, 8 de julho de 2025.

Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite)
Viva Lácteos - Associação Brasileira de Laticínios
Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios (G-100)
Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (ABIQ)
Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV)


Leite: um aliado estratégico na segurança alimentar global

Produção leiteira garante renda e nutrição em regiões vulneráveis. Veja por que o leite é peça central nos debates globais sobre segurança alimentar.

Entre os dias 23 e 27 de junho, recebemos em Ribeirão Preto - SP o International Food and Agribusiness Management Association (IFAMA), maior congresso de agronegócio do mundo. Em meio a apresentações de pesquisas e palestras, pesquisadores, executivos e formuladores de políticas de mais de 40 países discutiram temas relevantes para o setor, dos quais um se destacou ao longo dos quatro dias de evento: a segurança alimentar.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) definiu, em 1996, segurança alimentar como “quando todas as pessoas, em todos os momentos, têm acesso físico, social e econômico a alimentos suficientes, seguros e nutritivos para satisfazer suas necessidades dietéticas e preferências alimentares para uma vida ativa e saudável”. Contempla, portanto, não apenas o acesso a alimentos, mas também à ingestão e absorção adequada de nutrientes.

Durante as discussões, refleti muito sobre como o leite pode ser um dos aliados nesse processo de segurança alimentar ao redor do mundo, e é sobre isso que abordarei aqui. Para isso, utilizarei dados de produção, impactos sociais e econômicos em regiões leiteiras e, também, os aspectos nutritivos do alimento. 

O leite como motor de renda, nutrição e estabilidade

Em tempos de incerteza climática, inflação global de alimentos e conflitos geopolíticos, a cadeia leiteira emerge como uma atividade que promove renda regular, alimentos acessíveis e nutrição de qualidade.

No Brasil, a atividade leiteira tem presença marcante em todo o território nacional, estando presente em 98% dos municípios e sendo desenvolvida, de acordo com o censo agropecuário¹, por mais de 1 milhão de propriedades rurais, que juntas empregam aproximadamente 4 milhões de pessoas. Apenas no setor primário, essa cadeia movimenta mais de R$ 67,8 bilhões por ano, o que demonstra sua importância não só econômica, mas também social, sobretudo em regiões rurais onde o leite é uma das poucas atividades com geração de receita constante.

Na Índia, maior produtora mundial, o cenário é ainda mais expressivo: mais de 80 milhões de famílias dependem da pecuária leiteira como principal fonte de renda. Com mais de 300 milhões de bovinos e 187 milhões de toneladas de leite produzidas anualmente, o setor garante alimento nutritivo e acessível diariamente, além de empoderar economicamente comunidades rurais inteiras.

Estes dois exemplos, “dentro de casa” e do maior produtor mundial, nos ajudam a entender o impacto econômico e social da atividade. Mas, e quando olhamos para os países onde há urgência de segurança alimentar? Vamos usar o exemplo da África, onde está parte dos países mais vulneráveis à fome no mundo. 

Segundo relatório da FAO e do World Food Program (WFP) publicado em junho de 2025, 13 países enfrentam risco iminente de fome, incluindo Sudão, Sudão do Sul, Mali, Etiópia, Nigéria e República Democrática do Congo. A situação é crítica:

24,6 milhões de pessoas estão em crise alimentar no Sudão, com 637 mil em nível de catástrofe alimentar;

No Sudão do Sul, 7,7 milhões de pessoas (57% da população) enfrentam insegurança alimentar aguda;

Em Mali, ao menos 2.600 pessoas estão em risco de fome extrema, impulsionada por conflitos e instabilidade econômica.

Paradoxalmente, muitos desses países têm potencial produtivo para o leite — e onde ele é produzido, os efeitos positivos são claros. Em Uganda, por exemplo, cerca de 50% da produção de leite ocorre em regiões centrais e ocidentais, onde o produto é uma das poucas fontes estáveis de alimento e renda durante o ano inteiro. Já na Nigéria, embora o rebanho bovino ultrapasse 19 milhões de cabeças, o leite cobre menos de 10% da demanda interna, revelando um setor com imenso potencial de crescimento.

Produzir leite localmente contribui para a disponibilidade contínua de alimento, melhora o acesso econômico das famílias vulneráveis, oferece nutrição essencial (rico em proteína, cálcio e vitaminas) e promove estabilidade mesmo em tempos de crise. Além disso, a atividade leiteira tem um impacto multiplicador: movimenta cadeias de ração, medicamentos veterinários, equipamentos e logística, o que dinamiza economias locais.

Enquanto o mundo discute como alimentar 9 bilhões de pessoas até 2050, o leite se apresenta como uma solução possível, acessível e já existente. É, então, mais que um alimento, uma ferramenta de transformação social e econômica.

¹Os dados do Censo referem-se a 2017. Desde então, muitos produtores deixaram a atividade - segundo relatório produzido pelo MilkPoint, o mercado formal contém hoje cerca de 250.000 produtores de leite. (Milkpoint)

Comissão Nacional de Pecuária de Leite debate avanços regulatórios e sanitários para a cadeia produtiva, diz CNA

AComissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu, na segunda (7), para debater temas como a consulta pública sobre bem-estar animal no transporte com Guia de Trânsito Animal (GTA), a regulamentação do comércio de material genético bovino e estratégias para o controle da brucelose e da tuberculose.

O assessor técnico da CNA, Guilherme Souza Dias, conduziu a discussão sobre a consulta pública sobre boas práticas de bem-estar animal no transporte de bovinos, estabelecida pelas Portarias 1280 e 1295/2025, do Ministério da Agricultura.

As normativas estabelecem uma série de obrigações para os transportadores, como a presença de um agente de bem-estar animal durante o transporte e a periodicidade de avaliação do rebanho nas viagens, além da obrigatoriedade de programas de autocontrole.

Neste contexto, os integrantes levantaram oportunidades de melhorias nas portarias por avaliarem que as matérias, da forma como estão, geram insegurança jurídica para os profissionais envolvidos no transporte de animais. Os membros da comissão enviarão propostas de ajustes ao marco normativo para buscar uma norma viável para o setor.

A regulamentação das Leis nº 15.021/24 e 14.515/22, que tratam da comercialização de material genético bovino, foi também objeto de pauta da reunião. Dias explicou que a primeira etapa da regulamentação ocorre por meio da edição de um decreto com caráter “guarda-chuva”, em fase final de redação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, enquanto a regulamentação para cada cadeia produtiva será realizada por normas infralegais do Mapa.

A CNA tem contribuído com as discussões e apresentado sugestões para a elaboração de um conjunto de normas que respeitem as especificidades dos diferentes setores de proteínas animais. As demandas apresentadas pela entidade incluem a regulamentação de práticas já existentes, como a doação e a criopreservação de material genético nas propriedades, a comercialização entre produtores pessoa física e o registro desse material junto às associações de raças, entre outros.

A Comissão também debateu propostas para fortalecer o controle e a erradicação da brucelose e tuberculose no Brasil. Uma das iniciativas previstas é a realização de um workshop técnico para levantar entraves, propor soluções viáveis e alinhar ações com base em experiências internacionais bem-sucedidas.

Neste ponto, foram apresentadas sugestões para estruturar melhor o programa de erradicação das enfermidades, como diagnóstico preciso, estratégias de certificação, eficácia da vacinação e mecanismos de indenização para produtores. “Brucelose e tuberculose são dois grandes desafios, então assumimos o compromisso de avançar para melhorar o status sanitário do Brasil”, ressaltou o presidente da Comissão, Ronei Volpi.

Também foi destacada a necessidade de revisar os fundos sanitários estaduais, públicos e privados, para trazer segurança aos produtores em relação à necessidade de abate de animais positivos. A CNA promoverá uma ampla discussão sobre o tema, bem como o mapeamento das iniciativas existentes, contemplando recursos disponíveis, metodologia de arrecadação, valor indenizável, entre outros.

Ao final do encontro, a Comissão discutiu o andamento da investigação de dumping contra o leite em pó importado, contemplando a audiência pública realizada na última sexta (4).

A próxima etapa envolve a publicação do Parecer Preliminar da investigação pelo Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços, que deve ocorrer ainda no mês de julho.

O vice-presidente da Comissão, Jônadan Ma, pontuou que “a CNA está fazendo o seu dever de casa e o Decom tem conduzido muito bem a investigação”. “Precisamos que o governo priorize essa matéria e não mais permita que o setor conviva com práticas desleais de comércio”.

A Comissão abordou, ainda, a atuação da CNA na melhoria dos marcos regulatórios para as queijarias e pequenas agroindústrias, bem como o evento de premiação da segunda edição do Prêmio CNA Brasil Artesanal de queijos, que ocorre na sede da entidade no próximo dia 22.

Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)


Jogo Rápido
Governo do Estado promove encontro para debater inovação no agronegócio
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), irá promover o encontro do Centro de Inteligência do Agronegócio (Centro Agro), no dia 24 de julho. O evento, que será realizado no auditório do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, tem como objetivo reunir atores do ecossistema para avançar na agenda de trabalho e nas entregas previstas para 2025. As secretarias da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e de Desenvolvimento Rural (SDR) são parceiras no projeto. Conforme o secretário-adjunto de Inovação, Ciência e Tecnologia, Mário Augusto Gonçalves, “é fundamental desenvolvermos políticas públicas inovadoras para o agronegócio e o Centro Agro está inserido nesse contexto. O agro está na vida dos gaúchos e vamos trabalhar para que essa iniciativa se torne referência não só no Brasil, mas na América Latina”, comenta. Para a Seapi, o Centro deve ser palco para debater as pautas no que tange o futuro do agronegócio no Rio Grande do Sul. “É o uso da ciência e da tecnologia para o melhoramento da produtividade do Estado, com base de dados e avaliações científicas para que possamos melhorar, ainda mais, a qualidade dos nossos produtos, aumentar a área de produção e a produtividade, revertendo em bons resultados na economia e no PIB”, enfatizou o chefe de gabinete, Joel Maraschin. A retomada das atividades também é saudada pela SDR. “Estamos entusiasmados com a retomada do projeto Centro Agro, uma iniciativa estratégica que tem como objetivo mapear, valorizar e impulsionar as ações inovadoras que nascem no campo e fazem do agronegócio uma das principais forças do desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Trata-se de reunir, em um só espaço, as diversas iniciativas de inovação no setor, fortalecendo a conexão entre tecnologia, produção e sustentabilidade”, destacou o diretor-geral Romano Scapin. Inscrições estão abertas A programação do encontro contará com debates sobre casos e resultados no agronegócio gaúcho, o agro que queremos e próximos passos, por exemplo. As inscrições devem ser feitas atraves do site da SEAPI até dia 22/07 e são gratuitas. (SEAPI)


 
 
 

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Porto Alegre, 08 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.431


CCGL distribui R$ 158,4 milhões em valor adicionado do ICMS

Valor adicionado do ICMS da CCGL é compartilhado com municípios parceiros, ampliando investimentos em infraestrutura e serviços públicos. Confira!

A Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL) distribuiu R$ 158.376.037,05 em valor adicionado de ICMS referente à industrialização de lácteos em 2024. O valor foi distribuído entre os municípios que firmaram convênio com Cruz Alta, sede da indústria, proporcional à matéria-prima entregue. A medida fortalece a arrecadação das prefeituras e reafirma o compromisso do cooperativismo com o desenvolvimento regional. 

O que isso significa?
A CCGL, ao implementar essa política de distribuição do valor adicionado do ICMS, demonstra seu comprometimento não apenas com a atividade agroindustrial, mas também com o desenvolvimento socioeconômico das comunidades em que vivem os produtores de leite. O retorno do valor adicionado do ICMS reverbera positivamente na comunidade. O recurso pode ser revertido em melhorias locais, como a manutenção e aprimoramento das estradas utilizadas para o transporte da matéria-prima, bem como na expansão da infraestrutura urbana e rural, o retorno do valor adicionado do ICMS desencadeia um ciclo virtuoso de desenvolvimento.

Para o Presidente da CCGl, Senhor Caio Vianna, a distribuição do valor adicionado do ICMS gerado pela indústria é importante visto que “a geração do ICMS sobre o produto industrializado no município de Cruz Alta é democraticamente compartilhado com os demais municípios de origem da matéria-prima, na mesma lógica do sistema cooperativo, onde todos participam proporcional à sua operação no negócio”.

Esses investimentos contribuem diretamente para a qualidade de vida da população, proporcionando acessibilidade, segurança e eficiência nos deslocamentos, além de impulsionar a economia local. Além disso, parte desses recursos é direcionada pelas administrações municipais para aprimorar os serviços públicos essenciais, como escolas e hospitais, beneficiando não apenas os produtores rurais, mas toda a comunidade. Assim, o retorno do valor adicionado do ICMS gerado pela indústria da CCGL não apenas promove o crescimento sustentável da região, mas também fortalece os laços entre produtores, consumidores e o bem-estar coletivo, consolidando a CCGL como uma parceira importante no desenvolvimento socioeconômico regional. (Milkpoint)


Exportações de lácteos do Uruguai cresceram 12% no semestre

Exportações de lácteos do Uruguai crescem 12% no semestre, lideradas pela forte demanda da Argélia e vendas expressivas de leite em pó integral.

Os pedidos de exportação de produtos lácteos somaram US$ 66 milhões em junho, o que representou um aumento interanual de 11%, apesar de uma queda no volume exportado de 17 mil para 16 mil toneladas, informou o Uruguai XXI. No acumulado do primeiro semestre, as vendas externas de produtos lácteos do Uruguai somaram US$ 408 milhões (+12%). Com compras de US$ 137 milhões (+76%), a Argélia lidera o ranking de mercados (34%) ao final do primeiro semestre, seguida pelo Brasil (29%) com US$ 118 milhões (-17%) e o Chile com US$ 14 milhões (-1%).

A Argélia continuou liderando como principal destino em junho, com envios de US$ 24 milhões e 5,7 mil toneladas, seguida pelo Brasil com US$ 14 milhões e pela Federação Russa com US$ 3 milhões. Também foram registradas vendas para Nigéria, Egito, Mauritânia, Panamá, Chile, entre outros. O aumento geral se explicou pelo aumento da demanda da Argélia.

O leite em pó integral concentrou 73% das vendas do mês passado. De acordo com dados da Aduana, o valor médio foi de US$ 4.140 por tonelada FOB, muito semelhante ao observado em maio (US$ 4.130/t). Do total de quase 12 mil toneladas embarcadas em junho, 50% tiveram como destino a Argélia, seguida pelo Brasil (18%), Mauritânia (4,4%), Egito (4,1%) e Panamá (3,8%). (As informações são do Tardáguila Agromercados, traduzidos pela equipe MilkPoint)

SOJA/CEPEA: Argentina amplia imposto de exportação, e preços sobem

Soja está em alta neste começo de julho. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso vem do aumento das alíquotas de exportações (retenções) na Argentina, tendo em vista que esse cenário tende a redirecionar parte da demanda internacional aos Estados Unidos e ao Brasil

Os preços internos e externos da soja estão em alta neste começo de julho. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso vem do aumento das alíquotas de exportação (retenciones) na Argentina, tendo em vista que esse cenário tende a redirecionar parte da demanda internacional aos Estados Unidos e ao Brasil. De acordo com a Bolsa de Rosário, em 27 de junho, o governo da Argentina oficializou taxas, ou “retenciones”, mais altas para alguns produtos agrícolas, como a soja e seus derivados. Com isso, desde 1º de julho, passou a vigorar a taxa de 33% para a soja, contra 26% desde janeiro, e de 31% para o farelo e para o óleo de soja, acima dos 24,5% praticadas até 30 de junho. No mercado doméstico, a queda do dólar acabou limitando as altas das cotações – a moeda norte-americana desvalorizada tende a desestimular as exportações nacionais. Em junho, o dólar foi cotado à média de R$ 5,53, a menor desde junho/24.  (CEPEA)


Jogo Rápido
MILHO/CEPEA: Preços estão nos menores patamares do ano
Milho operam, neste começo de julho, nos menores patamares deste ano na maior parte das regiões acompanhadas. Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão vem sobretudo da maior oferta do cereal no spot nacional. Levantamentos do Cepea mostram que os preços do milho operam, neste começo de julho, nos menores patamares deste ano na maior parte das regiões acompanhadas. Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão vem sobretudo da maior oferta do cereal no spot nacional. Vendedores estão mais flexíveis nos valores de negociação. Ainda que o ritmo de colheita da segunda safra esteja abaixo do verificado em 2024, o Cepea já observa restrições na capacidade de armazenagem. A baixa paridade de exportação também reforça o movimento de queda nos preços. Do lado da demanda, pesquisadores explicam que muitos compradores adquirem apenas lotes pontuais para consumo imediato, apostando na continuidade dos recuos. (CEPEA)


 
 
 

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Porto Alegre, 08 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.429


Vaquinhas IA são as anfitriãs do Milk Summit Brazil 2025

O lançamento da programação oficial do Milk Summit Brazil 2025, no dia 12 de julho, terá duas anfitriãs tecnológicas: JérsIA e HolândIA. As vaquinhas foram desenvolvidas através de Inteligência Artificial especialmente para o Milk Summit. Performáticas, elas já dão o ar da graça nas redes sociais (@milksummitbrazil) divulgando a atividade que acontecerá nos dias 14 e 15 de outubro, em Ijuí/RS, e que terá inovação e a tecnologia no centro dos debates sobre a evolução no campo.“Nossas personagens traduzem conteúdos técnicos em linguagem simples, conectando o campo com a tecnologia. Elas representam a inovação que queremos em cadeia do leite: com identidade, propósito e empatia“, destaca Darlan Palharini, coordenador do Milk Summit Brazil e Secretário Executivo do Sindilat/RS.   No Auditório do Sicredi, junto ao Centro Administrativo da Sicredi das Culturas RS/MG, a programação se concentrará na parte da manhã de sábado - quando se comemora o Dia Nacional do Produtor de Leite, reunindo especialistas e lideranças do setor para a troca de informações e reconhecimento à produção leiteira. O economista Valter Galan, da Milkpoint, fará uma análise sobre os cenários de mercado e as tendências para o leite. Na sequência, o Secretário Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Edivilson Brum, participa de um painel sobre competitividade e políticas públicas. Também integra a programação o superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, com um panorama das iniciativas voltadas ao fortalecimento do setor lácteo.Uma mesa-redonda reunirá representantes de instituições Seapi, Emater, Senar, Sebrae, FecoAgro, Gadolando, Gado Jersey, Conseleite, Fazenda San Diego e Milkpoint, para debater o papel das entidades no desenvolvimento do setor, com mediação do engenheiro agrônomo Jair S. Mello, da CCGL. O evento se encerra com a premiação de produtores de leite de Ijuí, promovida pela Prefeitura em reconhecimento à dedicação e resultados obtidos na atividade leiteira.A realização do Milk Summit Brazil 2025 está a cargo da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Sindilat/RS, Prefeitura de Ijuí, Sebrae, Emater, Suport D Leite e Impulsa Ijuí 

Confira a programação: 

  • 8h às 8h30min - Credenciamento 
  • 8h30min às 9h30min – Milk Break & Networking: café da manhã de recepção com espaço para conexões e trocas de experiências.
  • 9h30min às 10h05min – Palestra com Valter Galan (Milkpoint): Cenários de Mercado e Tendências para o mercado do leite
  • 10h05min às 10h25min - Painel com o Secretária da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi): Competitividade e Políticas Públicas 
  • 10h25min às 10h40min - Painel com o Superintendente do Senar - Eduardo Condorelli: Ações do Senar para o setor lácteo
  • 10h40min às 11h35min – Mesa-redonda com Seapi, Emater, Senar, Sebrae, FecoAgro, Gadolando, Gado Jersey, Conseleite, Fazenda San Diego e Milkpoint: diálogo sobre o papel das instituições no fortalecimento do setor. Mediação: Eng. Agr. Jair S. Mello - CCGL
  • 11h35min às 11h45min - Lançamento da programação oficial do Milk Summit Brazil 2025 e abertura das inscrições.
  • 11h45min às 12h30min – Premiação a produtores de leite de Ijuí: reconhecimento promovido pela Prefeitura de Ijuí, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural.

As informações são da Assessoria de Imprensa do Sindilat/RS


Balança comercial de lácteos: volume importado de lácteos recua em junho

A queda das importações puxou o recuo do mês de junho na balança comercial dos lácteos, em meio a um cenário de preços internacionais altos e câmbio desfavorável. Confira!

Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (04) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo da balança comercial de lácteos em junho de 2025 ficou em aproximadamente -151 milhões de litros em equivalente-leite, um recuo do déficit em comparação aos -165 milhões de litros registrados em maio. Essa melhora no saldo se deve à redução no ritmo de importações, que perdeu força ao longo do mês.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

 As exportações brasileiras seguiram em patamares baixos em junho, totalizando cerca de 5,03 milhões de litros em equivalente-leite. Esse volume representa uma queda de 30% em relação a maio, mas ainda assim é 10% superior ao registrado em junho de 2024.

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Por sua vez, as importações totalizaram cerca de 156 milhões de litros em equivalente-leite, o menor volume registrado desde maio de 2024. Isso representa uma queda de aproximadamente 9% em relação a maio e 12% abaixo do volume importado em junho de 2024.

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

 
Destaques por produto

Exportações
Entre os produtos exportados em junho, os maiores crescimentos em relação a maio foram registrados nas categorias de:

Leite UHT: +137 toneladas (+60%)

Iogurtes: +16 toneladas (+19%)

Por outro lado, os maiores recuos ocorreram em:

Leite em pó integral: -98 toneladas (-53%)

Leite condensado: -212 toneladas (-34%)

Manteiga: -47 toneladas (-10%)

 
Importações
Do lado das importações, o principal aumento foi para:

Soro de leite: +231 toneladas (+22,6%)

Enquanto as principais quedas foram observadas em:

Leite em pó integral: -402 toneladas (-4%)

Leite em pó desnatado: -553 toneladas (-13%)

Manteiga: -80 toneladas (-30%)

Tabela 1. Balança comercial de lácteos em junho de 2025

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT. 

Tabela 2. Balança comercial de lácteos em maio de 2025

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT. 

 

O que podemos esperar para os próximos meses?

A queda nas importações observada em junho reflete o cenário vigente nos últimos meses, marcado por preços internacionais elevados, taxa de câmbio desfavorável ao importador (real desvalorizado) e menor disponibilidade de produto no Mercosul.

Conseleite Minas Gerais

A diretoria do Conseleite Minas Gerais no dia 04 de Julho de 2025, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:
a) os valores de referência do leite base, maior, médio e menor valor de referência para o 
produto entregue em Junho/2025 a ser pago em Julho/2025.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.

CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA
O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br


Jogo Rápido
Previsão do tempo SEAPI
Está prevista a ocorrência de geada em Bom Jesus, Capão do Tigre, São José dos Ausentes, Bom Retiro e Jaquirana nesta sexta-feira (4/7). É o que aponta o Boletim Integrado Agrometeorológico 27/2025, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga.
Para o restante da semana, um sistema de alta pressão deverá atuar em todo o Rio Grande do Sul, com predomínio de sol até a próxima quarta-feira (9/7), quando um sistema de baixa pressão começará a se intensificar no Estado e provocará chuvas fracas em forma de garoa em regiões pontuais mais ao Norte e Nordeste do RS. Os acumulados não devem ultrapassar o máximo de 2 mm de chuva. As temperaturas devem permanecer baixas, mas sem atingir valores negativos. No Nordeste do Estado e nas regiões mais altas, como em São José dos Ausentes, Vacaria e Bom Jesus, as mínimas podem chegar a 2 °C, mas a sensação térmica deve ficar em - 6°C. O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Veja em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia (Seapi)


 
 
 

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Porto Alegre, 04 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.428


Ijuí será sede de evento da cadeia leiteira

No dia 12 de julho, data em que é comemorado o Dia Nacional do Produtor de Leite, Ijuí sediará o lançamento oficial da programação do Milk Summit Brazil, evento que promete ser o maior encontro da cadeia leiteira do Sul do país. A apresentação acontecerá a partir das 8h, no Auditório do Centro Administrativo da Sicredi das Culturas RS/MG, e contará com a presença de lideranças políticas, representantes de indústrias, cooperativas, técnicos, instituições de apoio ao setor e, especialmente, produtores de leite.

O evento de apresentação da programação representa uma etapa importante na mobilização para a primeira edição do Milk Summit, prevista para outubro de 2025, também em Ijuí. A proposta do evento é reunir os atores ligados à cadeia produtiva do leite com o objetivo de fomentar o diálogo entre os diferentes elos do setor, promover a difusão de tecnologias e traçar estratégias para o fortalecimento da atividade leiteira no país.

Segundo o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) e coordenador do Milk Summit Brazil, Darlan Palharini, a apresentação da programação será um momento simbólico e de grande importância para o segmento, que possui grande relevância para o município de Ijuí e para a região Noroeste.

“O evento do dia 12 de julho marca o início das ações do Milk Summit Brazil 2025, com o lançamento oficial da programação. Será um momento estratégico para o setor lácteo, em que indústrias, cooperativas, produtores, lideranças e instituições estarão reunidos para debater temas centrais como políticas públicas, competitividade e tendências de mercado”, afirma o secretário-executivo.

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) é uma das realizadoras do Milk Summit, com apoio de recursos do Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite do Rio Grande do Sul (Fundoleite). O secretário da Agricultura, Edivilson Brum, também participará da cerimônia de lançamento, no dia 12 de julho.

Além da Secretaria, o Milk Summit também conta com o apoio do Sindilat/RS, da Emater/RS-Ascar, da empresa Suport D Leite, do Impulsa Ijuí, da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), do Sebrae e da Prefeitura de Ijuí.

O evento de lançamento terá início com o credenciamento e um “milk break”, um café da manhã com produtos derivados do leite. Em seguida, Valter Galan, do MilkPoint, apresentará uma análise dos cenários e das principais tendências do mercado leiteiro.

Durante este encontro inicial, também será realizada a premiação dos produtores de leite de Ijuí, promovida pela Prefeitura Municipal. Segundo um levantamento da Emater/RS-Ascar, o município é o maior fornecedor de leite cru para industrialização no Rio Grande do Sul, com produção anual de 741,9 milhões de litros e um rebanho de mais de 157 mil vacas leiteiras — gerando um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 2,03 bilhões ao ano.

A programação do evento de lançamento também inclui um painel sobre competitividade e políticas públicas, com o secretário da Agricultura, Edivilson Brum; e uma mesa-redonda com painel das instituições mais representativas do setor, como Emater, Senar, Sebrae, Fecoagro, Gadolando, Gado Jersey, Conseleite, Fazenda San Diego e Milkpoint. Por fim, o evento também contará com a abertura oficial das inscrições para o Milk Summit 2025. (Jornal da Manhã)


Setor lácteo aponta caminhos para outros segmentos

De um cenário nada positivo, há cerca de três anos, o setor lácteo se tornou, em 2025, um rentável negócio — alcançando margens de até 30% de lucro, de acordo com o presidente da CCGL, Caio Vianna, cooperativa que reúne outras cooperativas, com foco no apoio aos produtores e no beneficiamento de leite.

A virada se mede justamente após o segmento identificar os principais pontos frágeis do produtor e agir efetivamente sobre eles. O primeiro passo foi conseguir reunir ações no campo, a mesma política e no modelo de negócio para que as perdas começassem a ser revertidas em ganhos.

No campo, a prioridade foi colocar um “exército” de técnicos para apoiar desde mudanças básicas — como o manejo de animais, terras e pastagens — até a gestão da propriedade. Atualmente, entre profissionais da CCGL e de outras cooperativas, cerca de mil técnicos estão conectados com os produtores. Curiosamente, um dos pontos de abordagem dessa iniciativa foi frear a euforia em torno dos investimentos em tecnologia e se voltar novamente à terra e aos cuidados com os animais.

“Obviamente, tecnologia é importante, mas a compra de um equipamento, se mal dimensionada em custo, benefício e necessidade, pode quebrar as finanças do produtor. Não adianta robotizar um sistema que ainda não produziu a margem que permita a aquisição desse equipamento”, pondera o presidente da cooperativa.

A quantidade de leite que uma vaca vai produzir depende da alimentação, do manejo para o bem-estar e da seleção genética”, alerta Vianna.

A aposta demasiada na tecnologia e na compra de equipamentos modernos, observa o executivo, não é uma exclusividade do setor lácteo. O mesmo ocorre em outros segmentos. Vianna comenta que parte dos produtores que investiram pesado em itens de última geração acabou se endividando sem o retorno esperado — seja através do aumento dos processos básicos de plantio quanto para tecnologias que, efetivamente, não são usadas muito aqui com o potencial esperado.

“Houve muito exagero com tecnologias que não eram necessárias e nem utilizadas a pleno. Isso tudo descapitaliza um produtor para investir no melhoramento do animal ou na gestão”, analisa o presidente da CCGL.

Com os dados reais levantados a partir do diagnóstico focado no campo para ajudar a aumentar as produtividades por meio de ações que nem sempre exigem investimentos ou grandes aportes. O resultado é que os ajustes, manejo e operação, assegura Vianna, vêm ocorrendo em seis meses ou em muito poucos semanas. Os 550 produtores do G100 (selecionados pela CCGL com produtividade acima da média de 42 litros diários por vaca), por exemplo, já revelam resultados com manejo e retorno superior.

Mesmo assim, há ainda um grupo de produtores que representa cerca de 80% acima da média e de sua própria produtividade inicial, de 17 litros. Os 17 litros/vaca ainda são a média dos outros 2,5 mil produtores que não fazem parte do grupo de assessorados.

“Eles não integram esse grupo porque não querem, pois temos disponibilidade de atendê-los. Há, porém, produtores mais fechados no sentido de receber orientações ou mesmo de implementar mudanças na sua forma de trabalho”, explica. (Jornal do Comércio)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1874 de 03 de julho de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE
O excesso de umidade e de barro comprometeu o manejo e o bem-estar animal, favorecendo mastites, lesões e a baixa qualidade do leite. A suplementação alimentar foi intensificada diante da limitação das pastagens em várias regiões. Em algumas, houve registro de queda na produtividade.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produção se recuperou com a melhora das condições do solo e com o retorno do desenvolvimento das pastagens de aveia e azevém. No entanto, persiste o acúmulo de barro nas áreas de trânsito intenso. Em algumas propriedades, a insuficiência de áreas de pastagem em relação ao número de animais tem provocado rebaixamento excessivo das forrageiras e impedido o rebrote, mesmo com uso de piqueteamento. Em Manoel Viana, a coleta do leite foi restabelecida em função dos reparos realizados nas estradas, mas a produção deve ficar comprometida pelos danos nas pastagens.

Na de Caxias do Sul, a condição corporal dos animais manteve-se satisfatória. Contudo, o bem-estar foi prejudicado por chuvas frequentes, temperaturas mais baixas e acúmulo de barro nos corredores e nas entradas das salas de ordenha não pavimentadas. 

Foram registrados casos de lesões nos cascos, atribuídos às condições úmidas e lamacentas das áreas. Na de Erechim, a maioria das propriedades estão em níveis estáveis de produção. Nos sistemas de piqueteamento, foi possível pastoreio mais eficiente e uniforme. Por outro lado, o excesso de umidade e de barro nas instalações e nas pastagens tem favorecido a ocorrência de mastites e problemas locomotores, exigindo maior atenção no manejo.

Na de Frederico Westphalen e na Passo Fundo, devido à dificuldade de manejo dos animais e das pastagens, causada pelas chuvas constantes, houve uma leve diminuição na produção de leite, e os animais não conseguem manter peso e escore corporal.

Na de Ijuí, apesar da alta umidade, a sanidade dos animais está adequada, e as infecções de úbere controladas. Na região Celeiro, há registro de piora nos índices de qualidade do leite em termos de Contagem Padrão em Placas (CPP), atribuída à umidade excessiva, ao frio e a pouca luminosidade.

Na de Santa Rosa, as condições climáticas têm demandado maiores cuidados com a higiene na ordenha devido ao barro nos úberes. Houve aumento de suplementação na dieta. Apesar do clima adverso, registrou-se aumento de 8% na produção de leite, impulsionado por sistemas confinados e pelo crescimento do número de animais em lactação. A qualidade do leite segue dentro dos parâmetros. Na de Soledade, persistem alguns casos de doenças parasitárias, como anaplasmose, além dos problemas com o manejo de animais nas pastagens, ocasionados pelas condições climáticas. (Emater/RS)


Jogo Rápido
Previsão do tempo SEAPI
Está prevista a ocorrência de geada em Bom Jesus, Capão do Tigre, São José dos Ausentes, Bom Retiro e Jaquirana nesta sexta-feira (4/7). É o que aponta o Boletim Integrado Agrometeorológico 27/2025, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga.
Para o restante da semana, um sistema de alta pressão deverá atuar em todo o Rio Grande do Sul, com predomínio de sol até a próxima quarta-feira (9/7), quando um sistema de baixa pressão começará a se intensificar no Estado e provocará chuvas fracas em forma de garoa em regiões pontuais mais ao Norte e Nordeste do RS. Os acumulados não devem ultrapassar o máximo de 2 mm de chuva. As temperaturas devem permanecer baixas, mas sem atingir valores negativos. No Nordeste do Estado e nas regiões mais altas, como em São José dos Ausentes, Vacaria e Bom Jesus, as mínimas podem chegar a 2 °C, mas a sensação térmica deve ficar em - 6°C. O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Veja em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia (Seapi)


 
 
 

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Porto Alegre, 03 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.427


Inverno não prejudica a produção de leite no RS, afirma coordenador do Conseleite

O coordenador do Conseleite, Darlan Palharini, afirmou que o período de inverno não representa um problema para a produção leiteira no Rio Grande do Sul. Segundo ele, as características do rebanho e a estrutura produtiva do estado são adaptadas às baixas temperaturas.

De acordo com Palharini, esse desempenho está diretamente relacionado à origem europeia do plantel leiteiro gaúcho. “Nosso gado leiteiro tem origem em raças europeias, como a holandesa e a jersey, que são naturalmente mais adaptadas ao frio. Isso faz com que o inverno, ao contrário do que muitos imaginam, não afete negativamente a produção de leite”, explicou.

O coordenador ainda destacou que, em muitos casos, o clima ameno do inverno pode até favorecer o desempenho do rebanho. “O gado sofre menos estresse térmico no frio do que no calor intenso do verão. Isso pode resultar em uma produção mais estável, especialmente em propriedades com boa estrutura de manejo e alimentação”, complementou.

Palharini também ressaltou a importância de políticas públicas e de apoio técnico aos produtores para garantir que essa estabilidade produtiva seja mantida ao longo de todas as estações. “Com assistência técnica adequada e investimentos em infraestrutura, o Rio Grande do Sul pode continuar sendo referência na produção leiteira do país”, concluiu.

FONTE - JORNALISMO RÁDIO MUNDIAL


Inovar no setor leiteiro é possível - e necessário

*Por Ana Paula Forti, Diretora da área de Processamento da Tetra Pak Brasil.   

O mercado lácteo é um setor alto potencial de crescimento: 80% da população mundial consome leite ou derivados de maneira regular, de acordo com o relatório Dairy and Socio-Economic Development, da Global Dairy Plataform. Porém, mesmo que o consumo de leite faça parte da rotina dessas pessoas, o setor de laticínios ainda carrega características de uma indústria tradicional, marcada por práticas consolidadas e estruturas que mudaram pouco ao longo do tempo.

Por outro lado, a humanidade passou por mudanças que resultaram em novas maneiras de pensar, ver e vivenciar o mundo – que também passou por alterações – e a cadeia leiteira, mesmo que seja uma indústria tradicional, precisa acompanhar. Modernizar processos, investir em equipamentos mais eficientes e incorporar tecnologias sustentáveis não é mais uma opção: é uma condição para seguir competitivo.

Há uma cobrança crescente do mercado por qualidade, segurança, rastreabilidade, uso responsável de recursos e inovação. E, ao mesmo tempo, também temos uma mudança no consumidor, que hoje presta muito mais atenção em aspectos como origem, composição e impacto dos alimentos. Ele quer produtos alinhados aos seus valores: mais saudáveis, com menos impacto ambiental e que entreguem conveniência sem perder o frescor. Em um cenário como esse, não há espaço para a estagnação.

Inovar em um setor tradicional, como é o caso do leiteiro, começa dentro da planta. Maquinários novos, com maior nível de automação, eficiência energética e precisão nos processos, além de soluções de digitalização e controle em tempo real, já estão disponíveis no mercado e oferecem ganhos concretos de produtividade, economia de insumos e previsibilidade operacional. Mais do que isso: permitem uma produção mais inteligente, capaz de se adaptar com agilidade às demandas do mercado e às exigências regulatórias.

E a transformação também passa pelo impacto ambiental. É possível reduzir o consumo de energia e água, minimizar perdas e valorizar subprodutos por meio de tecnologias voltadas ao uso eficiente da matéria-prima e ao aproveitamento integral do leite. Essas mudanças impactam positivamente não só o meio ambiente, mas também a rentabilidade dos negócios.

Por sua vez, a tecnologia, assim como o mundo, a humanidade e a maneira de produzir, também passou por alterações e agora é mais acessível. Embora exista uma percepção de que muitas dessas inovações em equipamentos e linha de processamento sejam caras e, por isso, devam ficar restritas apenas a grandes empresas, hoje, produtores de pequeno e médio porte também podem ter acesso a tecnologias de ponta, com eficiência, segurança e sustentabilidade, tudo isso sem comprometer o custo-benefício.

Por isso, mesmo em um setor consolidado como o leiteiro, há espaço para avanços contínuos. Porém, vale lembrar, o tempo, como diz o ditado, pode ser um grande aliado da indústria nesse momento: a inovação não precisa vir de uma disrupção radical, mas sim da atualização constante de processos, equipamentos e mentalidade. Mesmo que ela ocorra em pequenos passos, essa transformação exige dos produtores atenção às tendências e abertura para investimentos que trazem a possibilidade de retorno financeiro – muitas vezes a curto prazo. O futuro dos laticínios passa, necessariamente, por decisões tomadas agora, com base em dados, visão de longo prazo e disposição para sair do lugar comum. (Néctar comunicação)

Agricultura familiar terá crédito para genética bovina

Plano Safra 2025/26 inclui linha do Pronaf para transferência de embriões, ampliando produtividade e renda em pequenas propriedades leiteiras.

O melhoramento genético dos rebanhos leiteiros foi uma das novidades anunciadas pelo governo federal no Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, divulgado nesta segunda-feira, 30, no Palácio do Planalto, em Brasília. O Programa de Transferência de Embriões prevê uma linha de crédito do Pronaf ( Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) para o uso dessa tecnologia nas pequenas propriedades produtoras de leite do país. 

Segundo o ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, o Brasil possui uma das melhores tecnologias genéticas do mundo e, com essa linha, o produtor terá acesso a esse trabalho. “O Pronaf irá financiar o melhoramento genético por embriões, o que pode fazer toda a diferença. A vaca que o produtor tem vale R$ 3 mil, a bezerra vai valer R$ 6 mil. Se produzir 5 litros de leite, vai produzir 15 a 20 litros. E o produtor poderá dizer que tem uma vaca pura de origem”, disse o ministro durante o lançamento.

Ronei Volpi, presidente da Câmara Setorial de Leite e Derivados do Ministério da Agricultura (MAPA), disse que todo e qualquer programa que traga ganhos em qualidade e novas tecnologia é bem-vindo. No entanto, segundo ele, o pequeno produtor ainda tem outras necessidades. “A agricultura familiar precisa de coisas mais básicas, como sanidade do rebanho, inseminação artificial e assistência técnica. Enquanto a transferência de embriões é uma tecnologia de ponta, ainda é preciso avançar em coisas mais básicas”, afirmou.

Paulo Martins, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, achou a medida “louvável”. “O programa que o governo lançou é de suma importância. Mostra uma vontade imensa de que os produtores brasileiros aumentem a produtividade por hectare. No entanto, melhoramento genético é um passo importante, mas não definitivo”, disse.

Segundo o pesquisador, no Brasil, a cada três litros de leite produzidos, dois são originários de propriedades da agricultura familiar. “Estamos dando um passo importante, para aumentar a rentabilidade do produtor de leite brasileiro. Isso interioriza a renda e mantém empregos e família unida no interior do Brasil”, completou.

Apoio das associações de raça
O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa, Armando Rabbers, considerou o anúncio um avanço muito forte para esses produtores, mas destacou que a tecnologia deve vir acompanhada de apoio no manejo dos animais e na nutrição de qualidade.

“Seria importante incentivar que estes produtores, que iniciarem esse trabalho, como vão pegar animais de raça pura com registro, continuassem fazendo o registro na associação da raça. Assim, o produtor faz o trabalho de genealogia, tipificação e controle leiteiro com o apoio da associação para fazer o melhor trabalho de melhoramento genético”, acrescentou Rabbers.

As informações são do Estadão.


Jogo Rápido
Mapa lança banco de dados do AgroInsight com oportunidades de exportação identificadas por adidos agrícolas
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) acaba de lançar, seguindo a diretriz do ministro Carlos Fávaro, uma nova funcionalidade do AgroInsight: um banco de dados que reúne, em um só lugar, todas as oportunidades de exportação identificadas pelos adidos agrícolas do Brasil no exterior. Na última semana o volume 6 do AgroInsight foi divulgado ao público e junto a ele, o banco de dados exclusivo com todas as oportunidades identificadas e listadas pelos adidos agrícolas brasileiros no exterior. O sistema permite buscas por produto, país ou tema, facilitando o acesso a informações sobre tendências de mercado, demandas específicas e potenciais compradores.  “Ao centralizar esse conteúdo, damos um passo importante para ampliar a inteligência comercial do setor agropecuário. Produtores e exportadores agora conseguem, de forma rápida, identificar onde estão as maiores oportunidades para os seus produtos”, destacou o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua.  O sistema foi desenvolvido com foco na usabilidade. A navegação é simples e acessível. A ferramenta oferece filtros simples e permite uma visualização clara das informações, promovendo maior assertividade.  A iniciativa é mais uma ação que visa fortalecer a atuação internacional do Brasil. Em um cenário global competitivo e em constante transformação, ferramentas digitais como essa contribuem para ampliar a presença de produtos brasileiros no comércio exterior e oferecem suporte direto aos que movimentam a cadeia produtiva do agro. (MAPA)


 
 
 

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Porto Alegre, 02 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.426


Programação do Milk Summit Brazil será lançada em evento especial do setor leiteiro

Atividades de apresentação ocorrem em Ijuí, no dia 12 de julho

No sábado (12/7), Dia Nacional do Produtor de Leite, será realizado o lançamento oficial da programação do Milk Summit Brazil, evento que promete ser o maior encontro da cadeia leiteira do Sul do país. A apresentação acontecerá a partir das 8h, no Auditório do Centro Administrativo da Sicredi das Culturas RS/MG, em Ijuí (RS).

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi)é uma das realizadoras do Milk Summit, com apoio de recursos do Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite do Rio Grande do Sul (Fundoleite). O Secretário da Agricultura, Edivilson Brum, participará da cerimônia de lançamento.

O evento representa uma etapa importante na mobilização para a primeira edição do Milk Summit Brazil, prevista para outubro de 2025, também em Ijuí. A proposta é reunir produtores, indústrias, cooperativas, técnicos, autoridades e representantes de instituições ligadas à cadeia produtiva do leite, com o objetivo de fomentar o diálogo entre os diferentes elos do setor, promover a difusão de tecnologias e traçar estratégias para o fortalecimento da atividade leiteira no país.

A atividade do lançamento tem início com o credenciamento e um “milk break”. Em seguida, Valter Galan, do MilkPoint, apresentará uma análise dos cenários e das principais tendências do mercado leiteiro.

Durante o encontro, também será realizada a premiação dos produtores de leite de Ijuí, promovida pela Prefeitura. De acordo com dados da Emater, o município é o maior fornecedor de leite cru para industrialização no Rio Grande do Sul, com produção anual de 741,9 milhões de litros e um rebanho de mais de 157 mil vacas leiteiras — gerando um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 2,03 bilhões ao ano.

A realização do Milk Summit Brazil 2025 é uma iniciativa conjunta da Seapi, Sindilat/RS, Emater/RS-Ascar, Suport D Leite, Impulsa Ijuí, FecoAgro/RS e Prefeitura de Ijuí.

Programação do evento de lançamento:

Local: Auditório do Sicredi – Rua São Cristovão, 30 - Ijuí/RS, nº 30.


GDT 383: Aumento de volume pressiona os preços no mercado internacional

Leilão GDT tem nova queda e pressiona preços globais dos lácteos. Leite em pó recua 5,1%, e importações brasileiras podem seguir em alta no curto prazo.

No 383º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira, 1º de julho, o mercado continua apresentando correções de baixa, com a maioria dos produtos em queda. O preço médio dos produtos negociados ficou em US$4.274 por tonelada, refletindo uma queda de 4,1% no GDT Price Index. 

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT

O preço do leite em pó integral (WMP), principal referência entre os derivados lácteos negociados na plataforma GDT, registrou uma queda de 5,1%, sendo comercializado a US$3.859 por tonelada. Esse é o quarto recuo consecutivo, porém o mais agressivo deles. No acumulado, a queda foi de 11,9%, e com isso, os preços voltaram a se comportar em patamares vistos em janeiro, mais próximos da média histórica. O maior preço deste ano foi no primeiro leilão de maio, e até aqui, houve o recuo de aproximadamente US$515/tonelada. 

O preço do leite em pó desnatado também continua com variações negativas, caindo 1,7%, com média de US$2.718 por tonelada.

Gráfico 2. Preço médio LPI.

A muçarela apresentou certa estabilidade neste leilão, sendo negociada a US$4.790 por tonelada, queda de apenas 0,2%. O que indica ainda uma pequena variação após altas vistas nos leilões passados. 

A manteiga, que apresentou valorização no leilão passado, desta vez apresentou variação negativa, com queda de 4,3%, tendo seu valor médio negociado à US$7.522/tonelada. O queijo cheddar teve o mesmo comportamento, com recuo de 2,8% após altas vistas no último leilão. 

As únicas valorizações vistas nesse leilão foram da Lactose, que vem de um comportamento de instabilidade após alta significativa em maio, com valorização de 4,2% e valor médio de US$1.375/tonelada, e do Leitelho em pó, que tem apresentado bastante volatilidade nos últimos leilões. 

A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 01/07/2025.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.
Volume negociado tem alta notável

O volume negociado no leilão apresentou alta, depois de queda significativa desde o começo do ano. É o maior volume negociado desde o segundo leilão de janeiro. No total, foram comercializadas 25.705 toneladas, o que representa uma alta de 69% em relação ao evento anterior. Essa variação positiva pode ser explicada por um mercado com crescente oferta prevista, o que implicou em uma queda nos preços, que abriu espaço para maiores negociações. 

Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Impacto nos contratos futuros
Os contratos futuros de leite em pó integral na Bolsa da Nova Zelândia (NZX Futures) apresentam volatilidade. Embora os preços para agosto e novembro tenham sido menores dos vistos no último leilão, os contratos para setembro, outubro e dezembro apresentaram melhoras, porém ainda com a tendência de queda ao longo do ano.

Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?
A produção global tende a crescer para os próximos trimestres, mas a demanda ainda é incerta, devido ao mercado exterior mais turbulento, que tem causado menores exportações e negociações entre os países. Fatores como a desaceleração da economia chinesa, tensões comerciais e conflitos internacionais aumentam a incerteza externa. 

Nesse contexto de preços em baixa no mercado internacional, os valores praticados para exportações do Mercosul (especialmente Argentina e Uruguai), que são nossos principais fornecedores, também tendem a apresentar redução. Além disso, a taxa de câmbio R$/USD vem operando em níveis mais baixos, abaixo dos R$5,50. Ou seja, as importações de lácteos tendem a apresentar preços mais competitivos à frente, mantendo as importações pelo Brasil em patamares elevados no curto prazo.  (Milkpoint)

Cooperativismo gaúcho registra crescimento

Resultados do setor foram apresentados nesta terça-feira, 1º, pela Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul

Dos 10,8 milhões habitantes do Rio Grande do Sul (de acordo com o censo de 2022), 38,8% estão vinculados a alguma cooperativa estabelecida no Estado. Em 2024, o setor atingiu o número de 4,2 milhões de associados, um crescimento de 7,13% em relação a 2023.

Este foi um dos resultados apresentados pela Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs) na manhã desta terça-feira, 1º, em evento na sede da entidade, em Porto Alegre. O público associado à rede de cooperativas foi um dos destaques citados pelo presidente da organização, Darci Hartmann.

"Estamos aqui mostrando números importantíssimos”, disse Hartmann.

O sistema também aumentou 21,87% em relação ao patrimônio líquido de 2023, chegando a R$ 39,2 bilhões. O mesmo percentual expressa a elevação dos ativos, que somaram R$ 217,8 bilhões. Os ingressos alcançaram R$ 93,25 bilhões em 2024, um aumento de 8,41% sempre em comparação com 2023.

De acordo com Hartmann, “14% do PIB (produto interno bruto) gaúcho é de cooperativas”. O presidente afirmou ainda que a Ocergs, que representa mais de 370 cooperativas no RS, “tem uma expectativa de crescimento muito grande” para 2025, “de dois dígitos”.

“No Ano Internacional das Cooperativas, declarado pela ONU (Organização das Nações Unidas), celebramos a capacidade do cooperativismo de sustentar e impulsionar a economia do Rio Grande do Sul, mesmo diante das maiores adversidades. Em um período marcado por perdas e reconstrução, especialmente no meio rural, os resultados demonstram a força, a resiliência e o compromisso do sistema cooperativo com o desenvolvimento sustentável e com as comunidades onde atua”, avalia Hartmann.

O ramo agropecuário, que representa mais da metade do faturamento total do cooperativismo gaúcho, igualmente ofereceu resultados positivos. Os ingressos, de R$ 49,9 bilhões, subiram 2,49% em comparação com 2023. As sobras totalizaram R$ 1,2 bilhão, alta de 30,78% ante ao ano anterior.

“É importante destacar a resiliência que o agro teve no ano passado, mas ainda temos problemas. O estoque da dívida não foi solucionado”, comentou Hartmann.

Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro), explicou que o crescimento do ramo agro foi impulsionado pela industrialização da proteína animal.

“Cooperativas importantes voltaram a ter esse processo. Essa é uma coisa importante, que é esse resgate da rentabilidade da indústria que ocorreu em todos os setores”, disse o presidente da FecoAgro.

Os bons números na agropecuária não afastam o temor em relação às possíveis consequências da falta de solução para a dívida, a descapitalização e a falta de crédito dos produtos, na percepção tanto de Hartmann quanto de Pires.

"Uma cooperativa é uma organização de produtores. Aí, mesmo com a cooperativa capitalizada, mas com o produtor endividado, sem condições de levar adiante o plantio, é muito preocupante”, resumiu Pires. (Correio do Povo)


Jogo Rápido
Ásia e Américas puxam alta na produção mundial de leite em 2025
A produção mundial de leite está prevista para alcançar 992,7 milhões de toneladas em 2025, com um aumento de 1% em relação ao ano anterior, marcando o segundo ano consecutivo de crescimento modesto, segundo o relatório semestral mais recente da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) sobre o mercado global de alimentos. Espera-se que os aumentos na Ásia impulsionem esse crescimento global, impulsionados pela expansão contínua dos rebanhos e ganhos graduais de produtividade em Bangladesh, Índia e Paquistão. Esses avanços devem compensar uma queda projetada na China, onde os preços pagos aos produtores continuam em queda e as pressões de custo persistem, limitando o crescimento da produção. Aumentos expressivos no Brasil e no México, juntamente com uma recuperação na Argentina e nos EUA, devem sustentar uma retomada mais ampla nas Américas. A produção de leite na Europa e na Oceania deve permanecer estável, com aumentos modestos em meio a tendências nacionais divergentes. Em contraste, prevê-se uma leve queda na África, onde o aumento dos custos de insumos e interrupções causadas por conflitos em algumas partes do continente provavelmente dificultarão a produção. O comércio global de laticínios, medido em equivalente leite, deverá cair 0,8% em 2025. Uma retomada esperada das importações pela China – impulsionada pelo aumento da demanda da indústria alimentícia e por uma perspectiva de produção mais fraca – pode compensar apenas parcialmente as quedas previstas nas importações da África, América Latina e Caribe, e Oriente Próximo, devido à melhora da produção regional. As informações são do Dairy Industries International, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.


 
 
 

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Porto Alegre, 01º de julho de 2025                                                          Ano 19 - N° 4.425


PLANO SAFRA: Governo Federal lança Plano Safra 2025/2026 com R$ 516,2 bilhões para impulsionar o agro brasileiro

Com o slogan Força para o Brasil crescer, a nova edição amplia o crédito, incentiva a sustentabilidade e garante apoio ao produtor rural

ara fomentar e fortalecer ainda mais o agro brasileiro, o Governo Federal lança nesta terça-feira (1º) o Plano Safra 2025/2026, com recursos na ordem de R$ 516,2 bilhões destinados à agricultura empresarial. O valor representa um acréscimo de R$ 8 bilhões em relação à safra anterior. A cerimônia de lançamento será realizada às 11h, no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Voltado a médios e grandes produtores, o Plano Safra da agricultura empresarial é coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e contempla operações de custeio, comercialização e investimento. As condições variam de acordo com o perfil do beneficiário e o programa acessado. As taxas de juros, prazos e limites de crédito estarão disponíveis nas tabelas oficiais a serem divulgadas pelo Mapa.

Medidas para ampliar a segurança e sustentabilidade no campo
A partir deste ano, o crédito rural de custeio agrícola passa a exigir a observância das recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). Anteriormente restrita a operações de até R$ 200 mil contratadas por agricultores familiares do Pronaf com enquadramento obrigatório no Proagro, a exigência agora se estende a financiamentos acima desse valor e a contratos em que o Proagro não é exigido. O objetivo é evitar a liberação de crédito fora dos períodos indicados ou em áreas com restrições, contribuindo para maior segurança e sustentabilidade na produção. A exceção ocorre somente nos casos em que não houver zoneamento disponível para o município ou para a cultura financiada.

Outra novidade é a autorização para o financiamento de rações, suplementos e medicamentos adquiridos até 180 dias antes da formalização do crédito, o que flexibiliza o acesso aos insumos.

O crédito de custeio também poderá ser destinado à produção de sementes e mudas de essências florestais, nativas ou exóticas, valorizando iniciativas voltadas à preservação ambiental. Ainda nesse contexto, será permitido o financiamento de insumos e tratos culturais voltados ao cultivo de plantas utilizadas para cobertura e proteção do solo no período de entressafra, incentivando práticas agrícolas sustentáveis.

Além disso, o novo ciclo do Plano Safra traz medidas para facilitar a renegociação de dívidas, oferecendo aos produtores que enfrentaram dificuldades em safras anteriores mais flexibilidade para reorganizar seus passivos e retomar o fluxo produtivo.

Incentivo à produção sustentável e à modernização
Os produtores que adotarem práticas sustentáveis terão acesso a condições diferenciadas, como juros reduzidos. O Plano Safra 2025/2026 também oferece crédito para produção de mudas, reflorestamento e culturas de cobertura, que ajudam a preservar o solo entre uma safra e outra.

Além disso, o governo prorrogou para o período de 1º de julho de 2025 a 30 de junho de 2026 a aplicação do desconto de 0,5 ponto percentual na taxa de juros das operações de crédito rural de custeio. A medida vale para produtores enquadrados no Pronamp e também para os demais produtores que investirem em atividades sustentáveis, com recursos equalizados e respeitados os limites definidos por cada instituição financeira para o ano agrícola.

Programas voltados à modernização e inovação seguem fortalecidos. Moderagro e Inovagro foram unificados para simplificar o acesso ao crédito e, com isso, houve aumento do limite disponível para investimentos em granjas, possibilitando que essas estruturas se mantenham sempre atualizadas em relação à sanidade animal.

O subprograma RenovAgro Ambiental passa a contemplar também ações de prevenção e combate a incêndios, além de recuperação de áreas protegidas. Entre as novidades, está a possibilidade de financiamento de ações de prevenção e combate ao fogo no imóvel rural; uso dos recursos para a aquisição de caminhões-pipa ou carretas-pipa; e entre os itens financiáveis, mudas de espécies nativas para a reposição e recomposição de áreas de preservação permanente e reservas legais.

O programa de armazenagem (PCA) também foi ampliado. O limite de capacidade por projeto passou de 6 mil para 12 mil toneladas, o que contribui para melhorar a infraestrutura de estocagem e escoamento da produção rural.

Outra novidade é a ampliação do limite de renda para enquadramento no Pronamp, que passou de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões por ano, permitindo que mais produtores tenham acesso às condições diferenciadas oferecidas pelo programa.

Compromisso com o desenvolvimento do agro
Com o slogan “Força para o Brasil crescer”, o Plano Safra 2025/2026 destaca a relevância da agropecuária para o crescimento do país. A ampliação do crédito, o incentivo à produção sustentável e o fortalecimento das políticas voltadas ao campo reforçam a estratégia do governo de promover um setor mais eficiente, competitivo e alinhado às demandas ambientais. (MAPA)


Global Dairy Trade - GDT

Fonte GDT adaptado pelo Sindilat RS

É fashion ser saudável: a nova dinâmica de consumo do iogurte no Brasil

O iogurte se transformou em símbolo de saudabilidade e status. Seu consumo revela padrões de distinção social, refletindo dinâmicas típicas da moda. Saiba mais!

A moda, mais do que estética, é um território onde se expressam valores, identidades e desejos de pertencimento. Ao olhar para esse universo, é possível traçar paralelos com outros campos de consumo, como o dos alimentos saudáveis, em especial os lácteos. Neste âmbito, este artigo propõe uma leitura inédita sobre o consumo de iogurte, ao conectá-lo com dinâmicas típicas do universo da moda. Uma abordagem inovadora, que permite compreender o iogurte não apenas como produto funcional, mas como marcador social.

No mundo da moda, novas tendências influenciam escolhas cotidianas que expressam desejos de pertencimento. Assim, as decisões de consumo de itens de moda, como por exemplo, bolsas e roupas, revelam valores, posições sociais e cumprem um papel de comunicar conexão com certos grupos. Essas influências ditam muito o comportamento dos consumidores.

Uma característica inerente ao mundo da moda é a exclusividade. O acesso a artigos de luxo é limitado e as primeiras versões de tendências são extremamente caras, restringindo esse conteúdo à elite. Nesse contexto, quanto mais os itens se resumem às classes mais altas, maior o seu valor simbólico e o desejo de aquisição, reafirmando que as preferências podem ser moldadas por contextos sociais e relações de poder. Isso também acontece no universo dos alimentos, especialmente os considerados saudáveis e naturais.

É interessante notar que influenciadoras como Malu Borges, Livia Nunes e Hailey Bieber vêm incluindo produtos relacionados ao bem-estar em seus conteúdos, incorporando alimentos frescos e naturais a sua identidade fashion, e criando a ideia de que “é fashion ser saudável”. Com isso, a noção de exclusividade está ultrapassando o vestuário de luxo, alcançando também o universo da alimentação.

Mas, o que os lácteos tem a ver com o universo da moda?
Entre os lácteos, o iogurte é um produto que se destaca pelo seu apelo de saudabilidade e a sua inserção no mercado de produtos com foco no bem-estar e saúde. Segundo análise do Observatório do Consumidor (2023), publicações em redes sociais sobre iogurtes são frequentemente associadas a termos ligados à alimentação saudável, como frutas (banana, maçã, etc.), proteína, cereais e dieta. Nessas postagens, a palavra “natural” é a que mais aparece, correspondendo a 63% do total de termos, reforçando a percepção de que o produto se insere nessa cesta.

Diante disso, torna-se relevante verificar se o iogurte, símbolo de bem-estar entre os lácteos, acompanha a lógica de exclusividade da moda e dos alimentos naturais. Assim, esse artigo objetivou investigar se o iogurte pode ser considerado como um produto de elite. Para isso foram coletados dados do IBGE sobre a aquisição desse produto de acordo com a faixa de renda do consumidor (Figura 1).

Figura 1. Consumo per capita de iogurte por faixa de renda (em g/hab.)

Fonte: adaptado de IBGE.

A quantidade de iogurte consumida pelas famílias da faixa de renda mais elevada (acima de R$ 14.310,00) é 397% maior do que a consumida pelas pessoas da faixa de renda mais baixa (até R$ 1.908,00). Ou seja, a elite econômica consome quase quatro vezes mais iogurte do que os grupos de menor poder aquisitivo. Com isso, o iogurte deixa de ser apenas um produto funcional para se tornar um item simbólico, marcando silenciosamente as classes de renda.

Esses dados mostram que as preferências alimentares se transformam conforme o status social se eleva, tornando produtos considerados leves, magros e saudáveis, protagonistas nas cestas das famílias. Isso se aplica ao perfil do iogurte, que é claramente associado à elite.

Assim como a moda tem a capacidade de valorizar itens que, em um primeiro momento, parecem estar descolados desse contexto, mas que estão seguindo a lógica de exclusão, como por exemplo jóias e acessórios de grife, o iogurte parece estar seguindo essa tendência. No caso do iogurte, esse movimento se revela no surgimento de versões “premium” e exclusivas, com preços mais elevados. Isso fica claro na Figura 2 que mostra preços de iogurte coletados em mercados virtuais no mês de maio de 2025.

Figura 2. Preço de categorias de iogurte (em R$/100 g).

Fonte: Resultados da pesquisa.

Os dados mostram que a versão de iogurte com mais proteína atinge valores de mercado muito superiores em relação ao iogurte regular. O maior valor do iogurte proteico é de de R$ 7,68 por 100 gramas de produto, enquanto o iogurte regular não chega a R$ 2,50/100 g. Essa disparidade é ainda mais relevante ao considerar que a variação dos itens proteicos é grande e, ainda assim, o item mais barato supera o valor mais elevado de iogurte regular.

Essa versão de iogurte com alto teor proteico possui uma relação com a tendência de bem-estar e saudabilidade ainda mais evidenciada atualmente, reforçando a dinâmica no mercado que acompanha a lógica de elitização proposta pela moda. Isso mostra que mesmo que esses produtos estejam todos categorizados como iogurte, a inserção de versões mais caras e com maior apelo à saudabilidade promove a segmentação do público consumidor e elitização do consumo. Portanto, os dados mostram que o iogurte proteico está na moda.

Essa estratégia de segmentação do público consumidor é bastante comum no mundo da moda, elitizando o consumo de itens que a priori são populares. Um exemplo interessante, é o da Balenciaga, que em 2017, lançou uma bolsa de luxo extremamente semelhante às tradicionais sacolas de feira, que possuem um valor muito acessível a todas as classes. Porém, essa bolsa ganhou o mesmo status das bolsas de luxo comercializadas pela marca, o que elevou significativamente o seu valor de mercado comparado com as tradicionais sacolas de feiras. Isso mostra como um item popular pode ser transformado em item de luxo e objeto de desejo e exemplifica a inversão simbólica operada pela moda e o poder que ela possui na dinâmica do mercado.

As características do mercado consumidor de iogurte, e a disparidade nos valores das versões encontradas no mercado, mostram que, até mesmo os alimentos, seguem tendências e operações similares àquelas percebidas no mundo da moda. Assim, as escolhas de roupas e de alimentação revelam, juntas, a busca por distinção, especialmente em tempos em que o bem-estar se consolidou como símbolo de prestígio. Dessa forma, o consumo de alimentos como o iogurte ultrapassa sua função nutricional, tornando-se um marcador simbólico, que reforça dinâmicas de distinção social típicas do universo da moda.

Diante dessas evidências, cabe ao setor lácteo pensar: como reposicionar o iogurte para além de um produto associado às elites? Ou será que esse status simbólico é, justamente, uma oportunidade de mercado que deve ser explorada? A dinâmica do “é fashion ser saudável” pode representar uma tendência duradoura, com impactos significativos sobre a cadeia produtiva de lácteos no Brasil.

Karolline Mendes e Kennya Siqueira para Milkpoint


Jogo Rápido
Clima adverso no tambo
Médica veterinária e uma das autoras do estudo, Adriana Tarouco diz que "essa combinação de calor e umidade acionou mecanismos fisiológicos de termorregulação nas vacas, desviando energia da produção de leite para a manutenção da temperatura corporal". O estudo utilizou o Índice de Temperatura e Umidade (ITU) para avaliar o conforto térmico dos bovinos leiteiros e estimar as perdas na produtividade. Com a chegada de massas de ar frio, em abril e maio, o cenário melhorou. Os bovinos permaneceram, em média, 89,5% do tempo em conforto térmico em abril e 92% em maio, segundo o ITU. (Zero Hora)


 
 
 

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Porto Alegre, 30 de junho de 2025                                                          Ano 19 - N° 4.424


CEPEA: preço do leite recua pelo 2º mês seguido

Leite fecha maio a R$ 2,64/litro na "Média Brasil", com queda de 3,9%. Alta oferta, baixa demanda e pressão nos derivados explicam o recuo, aponta o Cepea.

Levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que o preço do leite captado em maio fechou a R$ 2,6431/litro na “Média Brasil”, com quedas de 3,9% frente ao de abril/25 e de 7,4% em relação ao de maio/24, em termos reais (deflacionamento pelo IPCA de maio). Apesar de atípica para o período, a baixa nos valores pagos ao produtor era esperada pelos agentes do setor e ocorre em função do aumento da oferta e do enfraquecimento na demanda por lácteos na ponta final da cadeia.

Gráfico 1. Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de maio/2025)

O volume de leite captado no campo subiu 1,13% de abril para maio, segundo o ICAP-L do Cepea. Esse crescimento foi acima do normal para o período e se deve aos maiores investimentos feitos pelos produtores, impulsionados pelas boas margens dos últimos meses.

Ao mesmo tempo, o Custo Operacional Efetivo (COE) caiu 0,72% em maio, após quatro meses de alta. A queda foi puxada, principalmente, pela baixa nos preços de insumos para a alimentação do rebanho. Isso ajudou a manter a produção firme.

Por outro lado, a demanda mais enfraquecida continua limitando as vendas dos derivados. Segundo pesquisas do MilkPoint, o Leite UHT tem registrado certa estabilidade nas vendas da indústria, favorecido pelos estoques mais enxutos. Já a muçarela, por sua vez, enfrenta elevados volumes estocados nas indústrias, o que mantém a pressão de baixa sobre os preços.

Além disso, os leites em pó voltaram a sofrer pressão baixista no último mês, acompanhando a tendência do mercado internacional. A queda nos preços externos tem mantido os produtos importados mais competitivos em relação aos nacionais, dificultando a sustentação das cotações das marcas nacionais. (Milkpoint)


Pesquisa transforma desafio ambiental em solução

Soro do queijo, antes descartado como resíduo, passa a ser usado como base para proteínas funcionais.

Desde 2009, a doutora em Biologia Celular e Molecular, Claucia de Souza, lidera pesquisas que buscam soluções sustentáveis para um dos principais resíduos da indústria de laticínios: o soro do queijo. O trabalho, desenvolvido no Tecnovates e em laboratórios de graduação e pós-graduação da Univates, tem como foco o aproveitamento dos nutrientes presentes nesse subproduto, que ainda hoje representa um desafio ambiental significativo.

“Para cada quilo de queijo produzido, são necessários dez litros de leite, e cerca de nove litros de soro são gerados”, explica Claucia. “É realmente um problema ambiental. Imagine a quantidade de soro que precisa ser tratada na região?”, questiona. A substância, apesar de rica em matéria orgânica e nutrientes, pode causar desequilíbrios em corpos d’água se descartada de forma inadequada, afetando a oxigenação e a vida aquática por meio do desenvolvimento de microrganismos indesejados.

A proposta da pesquisadora é inverter essa lógica. Em vez de tratar o soro como resíduo, a equipe busca formas de extrair valor dele. “Hoje, a proteína isolada do soro já é utilizada em suplementos alimentares, por exemplo, e vem justamente desse material. No laboratório, os alunos estudam diferentes processos de concentração dessas proteínas, com foco em benefícios para o organismo humano.”

Além da produção de proteína isolada, a equipe trabalha com enzimas que quebram essas proteínas em cadeias menores de aminoácidos — compostos bioativos com grande potencial para a saúde humana. Esses processos resultam em produtos em pó com até 90% de concentração proteica, que podem ser comercializados por diferentes segmentos da indústria.

As informações são do Grupo A Hora.

Ordenha robotizada e gestão digital mudam o rumo do leite

Sucessores do agro adotam tecnologias como softwares zootécnicos e ordenha robotizada e transformam propriedades familiares em empresas modernas.

Dezembro de 2021 foi o último mês em que o produtor João Vitor Secco e dois primos, responsáveis pela Cabanha DS, propriedade rural em Vila Lângaro (RS), ordenharam manualmente as vacas holandesas que criam. Desde então, a tarefa passou a ser feita por dois robôs. 

A família Secco está na agropecuária há três gerações. Começou com os avós de João Vitor. Em 1989, a propriedade passou a investir na pecuária leiteira, atividade que avançou por 25 anos, até que um problema sanitário comprometeu o projeto. O rebanho, que contava com 400 animais, foi reduzido para 50. “A gente não aguentava mais financeira e emocionalmente. Decidimos encerrar as atividades”, conta Secco.

Em 2019, motivados pela vontade de retomar a tradição, João Vitor e os primos assumiram a gestão dos negócios, compraram 40 novilhas e, em seguida, um rebanho fechado com 162 cabeças. “Como a gente fazia três ordenhas por dia, teve um período em que ficava mais de 24 horas acordado para dar conta de todo trabalho. Superamos os limites do corpo”, relata.

Foi quando perceberam que precisavam profissionalizar a gestão e transformar a fazenda em empresa. Para isso, decidiram investir em tecnologia. Os equipamentos de ordenha robotizada, comprados da multinacional holandesa Lely, foram instalados em estruturas de confinamento coberto, no modelo compost barn. Ao entrar no robô de forma espontânea, para aliviar a pressão do úbere ou se alimentar, a vaca recebe tratamento personalizado. A tecnologia define a quantidade adequada de alimento e o número de ordenhas conforme a fase de lactação.

“Com o sistema, cada vaca pode ser ordenhada até seis vezes por dia. Mas, se uma estiver em final de ciclo e o robô definir que serão duas, na terceira ele não ordenha”, explica Secco. Isso é possível graças ao armazenamento de dados coletados durante as ordenhas. Com a robotização, a produtividade das 89 vacas em lactação aumentou em até cinco litros por animal por dia, o que representa um ganho diário de cerca de 445 litros. Hoje, elas produzem 3.700 litros/dia, e o sistema também liberou tempo para os produtores cuidarem de outras atividades, como o cultivo de soja, milho e trigo.

Gestão 
Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) mostram que o Brasil produz leite em 98% dos municípios, que, juntos, somam mais de 34 bilhões de litros por ano — o terceiro maior volume do mundo. São mais de 1 milhão de propriedades dedicadas à atividade. Para 2030, a Secretaria de Política Agrícola do Mapa projeta que apenas os produtores mais eficientes permanecerão na atividade, não apenas pelo uso de tecnologia, mas também por avanços na gestão.

Com esse cenário em mente, Silvana Kluger, de Carambeí (PR), que obtém oito mil litros diários de 200 vacas holandesas em lactação, adotou um software que integra dados zootécnicos com o controle financeiro. “Sei quantos partos teremos por mês, quantas vacas vão secar, quais teremos que inseminar. Não dá para ser como antigamente. A leiteria é uma empresa, não mais um negócio familiar. Digo que não tiramos, mas produzimos leite.”

As mudanças na propriedade a motivaram a deixar o cargo público de professora para ajudar o marido e a mãe — que assumiram a atividade após o falecimento do pai, em 2010. Operar o software é sua responsabilidade. “O desafio, agora, é continuar acompanhando o desenvolvimento tecnológico”, afirma.

Giandro Masson, fundador e CEO da Leigado, empresa que forneceu a solução, acredita que, como a tecnologia ajuda a tornar a atividade mais competitiva, é mais fácil segurar a sucessão no campo. “A falta de gestão e de sucessão estão entre as principais dores dos produtores. Muitos sucessores veem a pecuária leiteira como algo amador e vão para a cidade aceitando até ganhar menos”.

De acordo com o empresário, são muitas, porém, as propriedades atrasadas. Seja porque resistem ou não têm condições de investir, principalmente entre as pequenas.  
Alternativas

Olhando para esse nicho, a Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), oferece um aplicativo gratuito e está testando a ordenha robotizada em um sistema alternativo ao confinamento. O pesquisador André Novo, coordenador do programa Balde Cheio, que atende 3.200 pecuaristas leiteiros, explica que o Roda da Reprodução — aplicativo mais baixado da Embrapa, com cerca de 15 mil usuários e que será atualizado ainda este ano — permite a criadores com até 150 animais visualizar um mapa completo do ciclo reprodutivo do rebanho ao longo de um ano.

Segundo Novo, a adoção de tecnologias nas propriedades permite uma aproximação com os jovens. “Sei de muitos que usam seus smartphones para ajudar os pais que não conhecem tanto as possibilidades tecnológicas. Um dos produtos que vamos lançar em breve é pensando, justamente, na sucessão no campo”. 

No caso específico da ordenha, o robô da Embrapa foi instalado entre três áreas de pastagem. Inicialmente, as vacas permanecem em uma área irrigada, com adubação nitrogenada. Após passarem pelo equipamento, acessam outras duas, em meio a eucaliptos. “Nesse sistema, é possível colocar uma grande quantidade de árvores para sequestrar carbono”, observa.

Novo destaca que a experiência a pasto tem custo de produção menor do que o confinamento, embora a produtividade seja mais baixa. Por outro lado, como as vacas se movimentam mais e passam com menor frequência pelo robô, é possível ordenhar um número maior de animais. Enquanto no confinamento a média é de 60 vacas por dia, com mais ordenhas por animal, no sistema a pasto o número sobe para 90.

“Quando planejamos o sistema, foi pensando em como será a pecuária leiteira no futuro. Ainda é difícil definir o perfil do produtor no Brasil, pois temos desde grandes produtores até aqueles que mantêm a atividade por subsistência. Mas sabemos que o caminho é a tecnificação. Até porque existe carência de mão de obra no setor”, analisa o pesquisador.

As informações são do Estadão.


Jogo Rápido
Associados do Sindilat/RS têm 10% de desconto no Fórum MilkPoint Mercado e no Interleite Brasil 2025
Os associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) têm 10% de desconto garantido para aquisição de ingressos nos dois principais eventos da cadeia leiteira brasileira: o Fórum MilkPoint Mercado e o Interleite Brasil 2025, que acontecem em Goiânia (GO) nos dias 19, 20 e 21 de agosto. O Fórum MilkPoint Mercado, com o tema “Transformações e Novas Oportunidades no Leite Brasileiro”, será realizado no dia 19 de agosto, em formato híbrido (presencial e on-line). O evento reunirá os principais agentes do setor para debater as mudanças no ambiente de negócios e as perspectivas para o mercado lácteo nacional, diante de um cenário marcado pela acirrada concorrência entre indústrias e pressão sobre as margens de comercialização. Serão 17 palestrantes ao longo do dia, com certificado emitido pela MilkPoint e material disponível para download. Já o Interleite Brasil 2025, que ocorre nos dias 20 e 21 de agosto, será exclusivamente presencial. Com o tema “Como fazer mais produtores participarem do futuro do leite no Brasil?”, o evento tem como objetivo discutir formas de integrar tecnologia, gestão eficiente e produtividade na atividade leiteira. A programação trará reflexões sobre como otimizar o uso do tempo, implementar ferramentas digitais e tornar a produção mais rentável. Conforme o secretário-executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, a participação contribui para a qualificação dos profissionais e para o fortalecimento da cadeia produtiva. “Esses eventos possibilitam a discussão de questões estratégicas para o desenvolvimento e a modernização da cadeia leiteira, aproximando os diversos segmentos do setor na busca por alternativas e caminhos em comum”, destacou. Os ingressos estão disponíveis em lotes limitados e podem ser adquiridos com desconto exclusivo de 10% para associados do Sindilat/RS por meio de link no site do Sindilat/RS, clicando aqui.